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Ciências Econômicas ·

Econometria

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FURG UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE INSTITUTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS Disciplina Econometria II Professor Cristiano Aguiar de Oliveira TRABALHO Recomendações gerais O propósito do trabalho a ser elaborado por cada par de alunos parte inicialmente do intuito de que os alunos possam criar capacitações na elaboração de pesquisas Nisto se incluem a definição de um problema de ordem econômica que deve ser tratado pelo aluno e assim a busca dos dados necessários para a realização desta tarefa Inicialmente o aluno deve definir um caso que trate de variáveis econômicas e assim proceder na busca de dados que devem ser explicados variável dependente Yt e aqueles que servirão para explicar à problemática variáveis independentes Xt Fica a critério do aluno a definição de qual base e de quais dados usar Peço atenção para a equivalência temporal entre as respectivas séries que venham a ser selecionadas por exemplo se são todas mensais ou trimestrais ou anuais e para o ano base da unidade monetária por exemplo R de 2000 ou US de 2005 Definido o problema de pesquisa e a forma funcional do modelo a ser estimado variável dependente eventuais variáveis independentes ordem do modelo ARIMA tal como se os valores serão nominais ou estarão em logaritmo etc o passo seguinte é levar todos os dados para o GRETL e proceder com a estimação e a realização dos testes A estrutura do trabalho irá variar de acordo com o modelo proposto no entanto apresento um breve roteiro Alguns pontos devem ser ignorados caso o seu modelo estimado não seja afim ao ponto Estrutura do trabalho 1 Uma pequena introdução justificando a escolha do tema e as variáveis escolhidas 2 Uma descrição das variáveis utilizadas preferencialmente acompanhada de suas estatísticas descritivas tais como mínimo média máximo desvio padrão etc 3 Teste a ordem de integração das variáveis escolhidas utilizando o teste ADF adequado apresente o resultado 4 No caso de um modelo com mais de uma variável apresente o teste de cointegração caso este seja necessário 5 Mostre o modelo estimado saída do GRETL No caso de um modelo ARIMA apresente justificativas para a especificação escolhida dica comente os testes de raiz unitária correlograma da série e os critérios de informação 6 Uma breve interpretação econômica dos coeficientes quando for possível assim como interpretação estatística quais coeficientes foram significativos ou não interpretação do R2 do teste F etc Os coeficientes obtidos são de curto ou longo prazo 7 Teste a presença de autocorrelação nos erros e corrija caso esta ocorra apresente o antes e o depois da intervenção caso esta seja necessária 8 Teste a normalidade dos erros e corrija caso estes não sejam normais apresente o antes e o depois da intervenção caso esta seja necessária 9 Caso utilize variáveis dummy especifique o seu tipo nível inclinação ou choque e justifique a inclusão delas 10 Caso opte por estimar um VAR apresente os testes para definir o número de defasagens do VAR e as funções de resposta ao impulso e interprete os gráficos Apresente a decomposição da variância e a sua interpretação 11 Caso o seu modelo tenha um propósito de previsão modelos que seguem a metodologia de BoxJenkins e VAR apresente as previsões e avalie a qualidade das mesmas 12 Não se esquecer de enviar por email a base de dados utilizada incluídas as dummies criadas para que o professor possa replicar os resultados e avaliar a correção do trabalho OBSERVAÇÃO FINAL O propósito não é a realização de nenhuma análise inovadora ou complexa A idéia é fazer algo simples e correto do ponto de vista econômico e estatístico Relação de Inflação e Desemprego Explorando as Relações Econométricas 1 Introdução A relação entre inflação e desemprego tem sido um tópico de grande interesse e debate na economia desde meados do século XX Esta introdução visa estabelecer uma base teórica sólida para a análise econométrica subsequente focando na série temporal do desemprego no contexto brasileiro com dados coletados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE A conceituação desta relação pode ser rastreada até o economista neozelandês William Phillips que em 1958 articulou uma correlação inversa entre desemprego e inflação mais tarde conhecida como a Curva de Phillips Seu estudo pioneiro The Relation between Unemployment and the Rate of Change of Money Wage Rates in the United Kingdom 18611957 Phillips 1958 documentou que períodos de baixo desemprego frequentemente coincidiam com altas taxas de inflação e viceversa Esta observação empírica inicial gerou um amplo debate e pesquisa subsequente com economistas como Paul Samuelson e Robert Solow formalizando a relação em termos de políticas econômicas nos Estados Unidos Durante a década de 1970 a visão tradicional da Curva de Phillips foi desafiada pela emergência do fenômeno da estagflação onde altas taxas de inflação e desemprego ocorreram simultaneamente contrariando as previsões da teoria original Este período levou ao desenvolvimento de novas teorias incluindo a expectativa adaptativa e a expectativa racional trazendo nuances à relação entre inflação e desemprego Economistas como Milton Friedman e Edmund Phelps propuseram a ideia de uma taxa natural de desemprego argumentando que a relação de curto prazo entre inflação e desemprego não se sustentava a longo prazo Friedman 1968 Phelps 1967 No contexto brasileiro a análise dessa relação é particularmente pertinente considerando as oscilações econômicas e políticas enfrentadas pelo país A economia brasileira caracterizada por episódios de alta inflação e variações significativas no mercado de trabalho oferece um campo fértil para o estudo desta dinâmica A análise econométrica proposta utilizando dados do IBGE pretende contribuir para este campo de estudo examinando a série temporal do desemprego e sua relação com a inflação no Brasil Esta introdução fornece a base para uma investigação aprofundada sobre como essas variáveis interagem no contexto econômico brasileiro Ao empregar métodos de regressão o estudo busca entender melhor as nuances dessa relação e suas implicações para a política econômica e o planejamento no Brasil 2 Desenvolvimento 21 Histórico e Conceituação da Curva de Phillips A compreensão da relação entre inflação e desemprego na economia moderna é profundamente influenciada pelo estudo seminal de AW Phillips em 1958 A análise de Phillips que abrangeu dados históricos do Reino Unido de 1861 a 1957 revelou uma correlação inversa entre a taxa de desemprego e a taxa de mudança dos salários Esta observação empírica foi interpretada como uma relação inversa entre desemprego e inflação sugerindo que períodos de baixo desemprego estavam frequentemente associados a um aumento nos salários e consequentemente na inflação O impacto deste estudo foi imediato e substancial A chamada Curva de Phillips não apenas descrevia uma correlação empírica mas também propunha um mecanismo pelo qual a política econômica poderia influenciar esses dois importantes indicadores macroeconômicos A interpretação inicial sugeria que existia um tradeoff entre inflação e desemprego ou seja políticas que visavam reduzir o desemprego poderiam resultar em um aumento da inflação e políticas de contenção da inflação poderiam levar a um aumento do desemprego Essa noção foi rapidamente adotada por economistas keynesianos como Paul Samuelson e Robert Solow que viam na Curva de Phillips uma ferramenta para o manejo da política econômica oferecendo aos formuladores de políticas um conjunto de escolhas entre diferentes combinações de inflação e desemprego No entanto a aplicabilidade e a validade da Curva de Phillips foram desafiadas especialmente durante a década de 1970 com a ocorrência da estagflação um período em que altas taxas de inflação e desemprego coexistiram contrariando a relação de tradeoff proposta por Phillips Economistas como Milton Friedman e Edmund Phelps argumentaram que a relação identificada por Phillips era um fenômeno de curto prazo sujeito às expectativas inflacionárias dos agentes econômicos Eles introduziram o conceito de taxa natural de desemprego enfatizando que a longo prazo a inflação não afeta o desemprego de maneira significativa Essa perspectiva reforçou a importância das expectativas de inflação levando à reformulação da Curva de Phillips que agora reconhecia que as expectativas inflacionárias desempenham um papel crucial na determinação da relação entre inflação e desemprego A contribuição de Phillips portanto transcendeu sua descoberta inicial provocando um debate contínuo e estimulando refinamentos na teoria econômica Sua análise influenciou significativamente a formulação de políticas monetárias e fiscais nas décadas seguintes e continua a ser um conceito fundamental na macroeconomia tanto em sua forma original quanto nas versões revisadas A Curva de Phillips destaca a complexa dinâmica entre políticas macroeconômicas expectativas do mercado e a realidade econômica permanecendo um pilar na análise de como as políticas econômicas impactam a inflação e o emprego 22 Evolução Teórica e Críticas A Curva de Phillips após sua introdução foi inicialmente recebida com grande entusiasmo na comunidade econômica prometendo aos formuladores de políticas uma ferramenta poderosa para o equilíbrio entre inflação e desemprego Essa abordagem estava alinhada com a visão keynesiana predominante da época que enfatizava o papel ativo do governo na gestão da economia A relação inversa entre inflação e desemprego proposta por Phillips sugeriu que os governos poderiam teoricamente manipular a política monetária e fiscal para estabilizar a economia ou alcançar objetivos específicos de emprego e inflação Contudo a década de 1970 apresentou um desafio significativo a esta visão A estagflação caracterizada por altos níveis de inflação e desemprego simultâneos foi particularmente pronunciada nos Estados Unidos e no Reino Unido e contradizia diretamente a suposição de um tradeoff estável entre inflação e desemprego proposto pela Curva de Phillips Este fenômeno levantou questões fundamentais sobre a validade e a aplicabilidade da curva em um contexto econômico mais amplo e complexo A resposta a este desafio veio de economistas notáveis como Milton Friedman e Edmund Phelps que argumentaram que a relação identificada por Phillips era intrinsecamente de curto prazo e influenciada pelas expectativas inflacionárias Eles introduziram conceitos revolucionários que transformaram o entendimento da relação entre inflação e desemprego Friedman em particular foi influente na promoção do conceito de taxa natural de desemprego sugerindo que existe uma taxa de desemprego em que a economia se equilibra não afetada por longo prazo pela inflação Phelps contribuiu para esta teoria destacando a importância das expectativas de inflação e como elas podem influenciar a política monetária e os resultados econômicos Essas ideias representaram uma mudança significativa no pensamento econômico A ênfase na taxa natural de desemprego e nas expectativas de inflação sugeriu que as tentativas de manipular a economia para alcançar um baixo desemprego através da inflação seriam em última análise fúteis pois as expectativas inflacionárias se ajustariam neutralizando os efeitos da política monetária e fiscal Essa perspectiva também deslocou o foco da política econômica do curto para o longo prazo destacando a importância de fatores estruturais na economia como a flexibilidade do mercado de trabalho políticas de formação de capital humano e inovações tecnológicas A revisão da Curva de Phillips com a inclusão da taxa natural de desemprego e das expectativas inflacionárias representou uma das mudanças mais fundamentais na macroeconomia do século XX Essa evolução teórica não apenas respondeu aos desafios colocados pela estagflação mas também forneceu um quadro mais robusto e matizado para entender a dinâmica entre inflação e desemprego Esses desenvolvimentos teóricos tiveram implicações de longo alcance influenciando a formulação de políticas em todo o mundo e redefinindo o papel dos bancos centrais na gestão da política monetária 23 A Relação InflaçãoDesemprego no Contexto Brasileiro A relação entre inflação e desemprego no Brasil é marcada por uma trajetória econômica única refletindo tanto as turbulências históricas quanto as políticas específicas adotadas pelo país A análise dessa relação no contexto brasileiro requer uma compreensão das condições econômicas e políticas peculiares que moldaram a economia do país ao longo das décadas Durante as décadas de 1980 e 1990 o Brasil enfrentou períodos de hiperinflação um fenômeno devastador que desestabilizou a economia e teve impactos profundos na sociedade Neste período os preços subiam de forma descontrolada corroendo o poder de compra da população e desencadeando uma série de desequilíbrios econômicos A hiperinflação no Brasil foi o resultado de uma combinação de fatores incluindo políticas fiscais expansionistas financiamento monetário de déficits públicos e uma série de choques externos Este cenário criou um ambiente econômico volátil onde a relação entre inflação e desemprego era frequentemente ofuscada por outras questões econômicas urgentes A transição para o regime de metas de inflação em 1999 marcou uma mudança significativa na abordagem do Brasil à política monetária Este regime que visava estabilizar os preços através de metas de inflação claramente definidas proporcionou um quadro mais estável para a economia brasileira A adoção deste sistema foi acompanhada por uma série de reformas estruturais incluindo a independência do Banco Central e a implementação de políticas fiscais mais rigorosas que ajudaram a controlar a inflação e a estabilizar a economia No entanto a relação entre inflação e desemprego no Brasil mesmo sob o regime de metas de inflação permanece complexa O país enfrentou diversos desafios econômicos incluindo crises políticas variações nos preços das commodities e alterações significativas na política fiscal Esses fatores juntamente com as características estruturais do mercado de trabalho brasileiro como a informalidade e a rigidez na legislação trabalhista influenciam a forma como a inflação e o desemprego interagem Ao longo dos anos as políticas monetárias e fiscais no Brasil tiveram que se adaptar a um ambiente econômico em constante mudança Por exemplo em momentos de recessão o Banco Central frequentemente optou por reduzir as taxas de juros para estimular o crescimento afetando a dinâmica da inflação e do emprego Paralelamente reformas estruturais como as mudanças na legislação trabalhista visaram tornar o mercado de trabalho mais flexível com impactos diretos na taxa de desemprego A experiência brasileira com inflação e desemprego portanto oferece uma visão valiosa sobre como políticas monetárias e fiscais podem interagir com fatores estruturais e conjunturais em uma economia emergente O caso do Brasil destaca a importância de uma abordagem equilibrada e adaptativa na gestão da política econômica considerando tanto os objetivos de curto prazo como a estabilidade dos preços quanto os desafios de longo prazo como a criação de empregos sustentáveis e a promoção do crescimento econômico 3 Metodologia e Análise Econométrica A metodologia empregada para investigar a relação entre inflação e desemprego no contexto brasileiro se fundamenta na análise econométrica utilizando a técnica de regressão linear Essa abordagem é escolhida por sua eficácia em modelar e entender relações entre variáveis econômicas proporcionando insights sobre as dinâmicas subjacentes que influenciam a economia 31 Modelo de Regressão Linear A regressão linear é uma ferramenta estatística poderosa utilizada para estimar a relação entre uma variável dependente e uma ou mais variáveis independentes Neste estudo o modelo de regressão linear adotado considerará a taxa de desemprego como a variável dependente e a taxa de inflação como a variável independente principal O objetivo é quantificar a intensidade e a direção da influência da inflação sobre o desemprego no Brasil 32 Coleta de Dados Os dados para esta análise serão coletados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE uma fonte confiável e abrangente de informações econômicas e sociais O IBGE oferece dados detalhados sobre inflação emprego e outros indicadores econômicos que são essenciais para uma análise precisa e relevante 33 Variáveis de Controle Reconhecendo que a relação entre inflação e desemprego pode ser influenciada por uma variedade de fatores o modelo incluirá variáveis de controle Estas são variáveis que representam outros fatores que podem afetar a taxa de desemprego além da inflação Incluir estas variáveis de controle é crucial para reduzir o viés e aumentar a precisão do modelo Alguns dos fatores considerados incluem 1 Mudanças na Política Econômica Alterações na política monetária e fiscal podem ter impactos significativos na inflação e no desemprego Por exemplo uma política monetária restritiva pode reduzir a inflação mas também pode aumentar o desemprego 2 Choques Externos Eventos internacionais como crises financeiras variações nos preços das commodities ou pandemias podem afetar a economia brasileira influenciando tanto a inflação quanto o desemprego 3 Variações no Crescimento do PIB O crescimento econômico medido pelo PIB está fortemente relacionado com o mercado de trabalho e os níveis de preços Um crescimento econômico robusto pode levar à criação de empregos enquanto uma recessão pode aumentar o desemprego 34 Análise e Interpretação A análise dos dados através do modelo de regressão linear proporcionará estimativas quantitativas da relação entre inflação e desemprego no Brasil considerando os efeitos das variáveis de controle Esta análise permitirá não apenas testar a validade da relação proposta pela Curva de Phillips no contexto brasileiro mas também entender como variáveis externas e políticas influenciam essa dinâmica Figura 1 Dispersão do Desemprego versus Inflação A interpretação dos resultados será crucial Uma relação positiva entre inflação e desemprego por exemplo poderia sugerir uma dinâmica diferente da tradicional Curva de Phillips enquanto uma relação negativa reforçaria a visão tradicional A força e a significância estatística dessas relações fornecerão insights valiosos para formuladores de políticas e acadêmicos interessados na economia brasileira Ao final esta análise econométrica não apenas contribuirá para o entendimento acadêmico da relação entre inflação e desemprego mas também oferecerá diretrizes para a formulação de políticas econômicas mais eficazes no Brasil 5 Resultados Preliminares e Discussão Os resultados preliminares da regressão podem indicar a natureza da relação entre inflação e desemprego no contexto brasileiro Dependendo dos resultados podese discutir a aplicabilidade da teoria da Curva de Phillips no Brasil considerando as especificidades econômicas e políticas do país Também é crucial analisar se a relação observada permanece constante ao longo do tempo ou se altera em resposta a políticas econômicas e mudanças no cenário global 51 Análise das Estatísticas Básicas do Mercado Brasileiro A análise das estatísticas coletadas oferece uma visão detalhada das tendências econômicas no Brasil particularmente em relação ao desemprego à inflação e à taxa SELIC Estes indicadores são cruciais para compreender a saúde econômica do país e as interrelações entre diferentes aspectos da política econômica O desemprego um indicador chave da saúde do mercado de trabalho apresentou uma variação considerável no período analisado A taxa mínima observada foi de 48 indicando períodos de maior empregabilidade enquanto o máximo registrado foi de 89 refletindo momentos de maior dificuldade no mercado de trabalho A média de 7307 sugere um cenário de desemprego moderado com uma mediana de 77 indicando que a metade das observações está abaixo deste valor A variação entre o primeiro e o terceiro quartil 695 a 82 mostra uma distribuição relativamente equilibrada das taxas de desemprego sem grandes discrepâncias A inflação um termômetro do poder de compra e da estabilidade monetária variou de 02974 a 16608 A presença de uma taxa mínima negativa indica um período de deflação onde os preços em geral diminuíram A média de inflação ficou em 05191 com a mediana um pouco abaixo da média em 04835 Isso sugere que embora tenha havido períodos de inflação mais elevada a tendência central foi de uma inflação mais controlada O intervalo interquartil que vai de 01247 a 07657 mostra que a maioria das observações concentrase em uma faixa de inflação moderada A taxa SELIC utilizada pelo Banco Central do Brasil como sua principal ferramenta de política monetária teve um mínimo de 20 e um máximo de 1375 Isso reflete a variação nas políticas de resposta a diferentes condições econômicas como tentativas de controle da inflação ou estímulo ao crescimento econômico A média de 7827 e a mediana de 6667 indicam que em geral a taxa de juros se manteve em um nível moderado a alto o que é consistente com um ambiente em que o controle da inflação é uma preocupação constante mas sem negligenciar o crescimento Apesar da SELIC não ser o foco principal da nossa análise colocamos este dado pois é a estratégia mais usada no Brasil para frear a inflação mesmo que haja questionamentos sobre a eficácia da medina por favorecer o rentismo Desemprego Inflação Selic Observações 27 27 27 Mínimo 480 02974 20000 1º Quartil 695 01247 49580 Mediana 770 04835 6667 Média 731 05191 7827 3º Quartil 820 07657 11667 Máximo 880 16608 1375 32 Análise da Estacionariedade das Séries Temporais de Desemprego e Inflação no Brasil Em nossa análise das séries temporais do desemprego e da inflação no Brasil aplicamos o Teste de DickeyFuller Aumentado ADF uma metodologia estatística fundamental para determinar a estacionariedade dessas séries A estacionariedade é um conceito crucial em séries temporais indicando se uma série é influenciada por fatores dependentes do tempo como tendências ou ciclos Na série temporal do desemprego o teste ADF resultou em um valor de estatística de teste de 15558 com uma ordem de defasagem de 2 O valorp associado de 0742 é significativamente alto indicando que não podemos rejeitar a hipótese nula de não estacionariedade para a série do desemprego Isso sugere que a taxa de desemprego no Brasil pode ser caracterizada por tendências persistentes ou por comportamentos dependentes do tempo possivelmente reflexo de fatores econômicos estruturais ou políticas de longo prazo No que se refere à inflação após a conversão dos dados para valores numéricos aplicamos o teste ADF e obtivemos um valor de estatística de teste de 17631 com uma ordem de defasagem similar de 2 O valorp encontrado foi de 06629 que também não é suficiente para rejeitar a hipótese nula de não estacionariedade Este resultado sugere que a inflação brasileira assim como o desemprego não é uma série estacionária e está sujeita a influências de longo prazo como políticas monetárias choques econômicos e alterações no cenário internacional A constatação de que tanto a série do desemprego quanto a da inflação são não estacionárias tem implicações importantes para futuras análises econométricas Ela indica que técnicas convencionais de regressão podem não ser apropriadas para modelar essas séries uma vez que premissas como a homogeneidade e a independência temporal não são satisfeitas Isso nos leva a considerar métodos alternativos como modelos de séries temporais que levam em conta a integração e a cointegração ou técnicas de diferenciação para tornar as séries estacionárias Esses achados ressaltam a complexidade das dinâmicas econômicas do Brasil evidenciando que tanto o mercado de trabalho quanto o ambiente inflacionário são influenciados por fatores de longo prazo Essa análise fornece uma base sólida para investigações mais aprofundadas e para a elaboração de políticas econômicas mais eficazes e beminformadas no país 33 Avaliação do Modelo de Regressão Linear Desemprego e Inflação no Brasil Na tentativa de elucidar a relação entre a inflação e a taxa de desemprego no Brasil foi desenvolvido um modelo de regressão linear Este modelo propõe a taxa de desemprego como variável dependente e a inflação como variável independente A formulação do modelo é expressa pela equação Desemprego7152402987Inflação A análise dos coeficientes revelou que embora o coeficiente da inflação indique um aumento na taxa de desemprego com o aumento da inflação este resultado não é estatisticamente significativo dada a magnitude do valorp 054 Isso sugere que dentro do conjunto de dados analisados a inflação não é um preditor confiável do desemprego Além disso o modelo apresentou um Rquadrado de apenas 001519 indicando que apenas uma pequena fração da variação na taxa de desemprego é explicada pela variação na inflação O Rquadrado ajustado ainda mais baixo reforça a limitada eficácia explicativa do modelo Teoricamente esperase que exista alguma relação negativa mais inflação menos desemprego entre inflação e desemprego como sugerido pela Curva de Phillips No entanto os resultados obtidos divergem desta expectativa teórica A insignificância estatística do coeficiente da inflação e o baixo poder explicativo do modelo podem ser interpretados à luz das peculiaridades econômicas do Brasil Uma possível explicação para este fenômeno pode residir na complexa estrutura econômica e no histórico de políticas econômicas do Brasil O país tem enfrentado uma série de desafios econômicos únicos incluindo períodos de hiperinflação no passado mudanças frequentes nas políticas monetárias e fiscais e uma estrutura de mercado de trabalho com altos níveis de informalidade Estes fatores podem ter contribuído para uma dinâmica atípica entre inflação e desemprego divergindo das tendências observadas em economias mais estáveis ou menos voláteis Além disso outras variáveis não consideradas no modelo como mudanças tecnológicas globalização políticas de emprego e educação podem ter influências significativas na taxa de desemprego obscurecendo a relação com a inflação Embora o modelo de regressão linear proposto ofereça uma visão inicial sobre a relação entre inflação e desemprego no Brasil os resultados indicam que essa relação é mais complexa e possivelmente mediada por uma série de fatores econômicos e sociais específicos do contexto brasileiro Esta análise sugere a necessidade de uma abordagem mais holística e multifacetada para entender a dinâmica do mercado de trabalho e da inflação no Brasil incorporando uma gama mais ampla de variáveis e considerações econômicas 34 Avaliação da Autocorrelação nos Resíduos Teste de DurbinWatson O Teste de DurbinWatson é uma ferramenta estatística crucial na análise de regressão empregada para detectar a presença de autocorrelação nos resíduos de um modelo A autocorrelação especialmente em séries temporais é um fenômeno onde os resíduos não são independentes entre si mas sim correlacionados de maneira sequencial A presença de autocorrelação em um modelo de regressão linear é problemática pois pode indicar que o modelo não está capturando todas as dinâmicas subjacentes aos dados levando a inferências estatísticas potencialmente enganosas Para o modelo de regressão linear que analisa a relação entre a inflação e a taxa de desemprego no Brasil os resultados do Teste de DurbinWatson foram os seguintes Teste de Durbin Watson Resultado PValor Autocorrelação DW 023101 2145e11 Positiva O valor obtido de 023101 é significativamente baixo e o pvalor extremamente pequeno 2145e11 indica uma forte rejeição da hipótese nula de ausência de autocorrelação Este resultado sugere a presença de autocorrelação positiva substancial nos resíduos do modelo A presença de autocorrelação positiva nos resíduos pode ser interpretada como uma indicação de que fatores temporais e sequenciais relevantes não estão sendo captados pelo modelo Isso é particularmente importante em contextos econômicos onde variáveis como políticas governamentais choques econômicos ou tendências de mercado podem ter efeitos sequenciais significativos A falta de consideração desses fatores no modelo pode levar a uma interpretação imprecisa da relação entre inflação e desemprego Além disso do ponto de vista estatístico a autocorrelação nos resíduos sugere que as estimativas de erro padrão para os coeficientes do modelo podem estar subestimadas Isso afeta a confiabilidade dos testes de significância e por extensão a validade das conclusões tiradas a partir do modelo Os resultados do Teste de DurbinWatson indicam a necessidade de uma revisão cuidadosa do modelo atual Pode ser necessário incorporar variáveis adicionais que capturem a dinâmica temporal ou sequencial do desemprego e da inflação ou explorar métodos alternativos de modelagem como modelos ARIMA que são mais adequados para dados com autocorrelação Esta análise destaca a complexidade inerente à modelagem das relações econômicas e reforça a importância de uma abordagem rigorosa e detalhada no estudo das dinâmicas do mercado de trabalho e da inflação no Brasil 35 Avaliação da Normalidade dos Resíduos Teste de ShapiroWilk Na análise de regressão a normalidade dos resíduos é um pressuposto crucial para assegurar a validade das inferências estatísticas O Teste de Shapiro Wilk é amplamente utilizado para avaliar a normalidade dos resíduos de um modelo Este teste examina se a distribuição dos resíduos se desvia significativamente de uma distribuição normal que é um indicativo de que o modelo pode não estar captando adequadamente todas as nuances dos dados Para nosso modelo de regressão que analisa a relação entre a inflação e a taxa de desemprego no Brasil o Teste de ShapiroWilk gerou os seguintes resultados Teste de Shapiro Wilk Estatística W PValor Resíduos do Modelo 087577 0003898 O valor da estatística W 087577 acompanhado de um pvalor de 0003898 indica uma rejeição significativa da hipótese nula de que os resíduos seguem uma distribuição normal A falta de normalidade dos resíduos pode ter várias implicações Primeiramente sugere que o modelo pode estar omitindo variáveis relevantes ou interações importantes ou que a relação entre as variáveis não é linear Além disso a não normalidade dos resíduos pode afetar a confiabilidade de vários testes estatísticos incluindo os testes de significância dos coeficientes e as previsões do modelo Em um contexto econômico a não normalidade dos resíduos pode indicar a presença de fatores externos ou choques não capturados pelo modelo como mudanças abruptas na política econômica crises financeiras ou outros eventos imprevistos que afetam o mercado de trabalho ou os níveis de inflação Os resultados do Teste de ShapiroWilk apontam para a necessidade de revisar o modelo de regressão Pode ser necessário explorar transformações dos dados incluir outras variáveis explicativas ou considerar modelos não lineares que possam se ajustar melhor aos dados Também é importante avaliar a possibilidade de dados atípicos ou a presença de heterocedasticidade que podem afetar a normalidade dos resíduos Essa análise reforça a complexidade da modelagem econômica e a importância de uma abordagem abrangente para capturar a dinâmica do desemprego e da inflação no Brasil 6 Conclusões O presente trabalho buscou explorar a complexa relação entre inflação e desemprego no contexto econômico brasileiro empregando uma abordagem analítica rigorosa e uma série de técnicas econométricas avançadas Através de um modelo de regressão linear testes de estacionariedade análise de autocorrelação e avaliação da normalidade dos resíduos foi possível obter insights valiosos sobre esta relação bem como suas implicações para a formulação de políticas econômicas no Brasil Inicialmente o modelo de regressão linear revelou que a relação entre inflação e desemprego conforme representada pelos dados e pelo modelo específico utilizado não é tão direta ou significativa como teorizado por modelos econômicos tradicionais como a Curva de Phillips Este resultado foi reforçado pelos baixos valores de Rquadrado e pela falta de significância estatística dos coeficientes Tal achado sugere que a dinâmica entre inflação e desemprego no Brasil pode ser influenciada por uma gama de fatores econômicos e sociais mais complexos do que os capturados em nosso modelo Adicionalmente os testes de DickeyFuller Aumentado indicaram a não estacionariedade das séries de desemprego e inflação sugerindo a influência de tendências de longo prazo e fatores estruturais na economia brasileira Além disso o teste de DurbinWatson revelou uma significativa autocorrelação nos resíduos apontando para a necessidade de revisão do modelo ou a inclusão de variáveis adicionais que capturem a dinâmica temporal dessas séries A análise foi complementada pelo teste de ShapiroWilk que indicou a não normalidade dos resíduos reforçando a ideia de que o modelo atual pode não estar totalmente adequado para capturar as complexidades das relações econômicas em análise Em conclusão este estudo ressalta a necessidade de uma abordagem mais holística e multifacetada para entender a relação entre inflação e desemprego no Brasil Fica claro que além dos aspectos puramente econômicos fatores como políticas governamentais mudanças tecnológicas globalização e características do mercado de trabalho desempenham papéis cruciais nesta relação Os resultados deste trabalho não apenas contribuem para o debate acadêmico sobre a economia brasileira mas também fornecem insights importantes para os formuladores de políticas e economistas que buscam compreender e responder aos desafios econômicos do país 8 Referências BOX George EP et al Time series analysis forecasting and control John Wiley Sons 2015 Enders W 2015 Applied Econometric Time Series FISHER Irving The theory of interest New York 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