Aplicação do Modelo de Miller Orr na Gestão de Estoques: Um Estudo de Caso em uma Empresa de Exploração e Produção de Petróleo

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIROUENF CENTRO DE CIENCIA E TECNOLOGIACCT LABORATÓRIO DE ENGENHARIA PRODUÇÃOLEPROD IGOR DE SOUZA PIMENTEL APLICAÇÃO DO MODELO DE MILLER ORR NA GESTÃO DE ESTOQUES UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO Campos dos Goytacazes RJ 2013 IGOR DE SOUZA PIMENTEL APLICAÇÃO DO MODELO DE MILLER ORR NA GESTÃO DE ESTOQUES UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO Orientador Prof Dr Manuel Antonio Molina Palma Campos dos Goytacazes RJ 2013 Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Engenharia de Produção do Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção IGOR DE SOUZA PIMENTEL APLICAÇÃO DO MODELO DE MILLER ORR NA GESTÃO DE ESTOQUES UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO Aprovado em 14082013 Comissão Examinadora Prof Dr Manuel Antonio Molina Palma Orientador Profª Dra Jacqueline Magalhães Rangel Cortes Prof Dr Rodrigo Tavares Nogueira Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Engenharia de Produção do Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por estar sempre comigo em todas as horas me dando competência sabedoria força saúde para que eu pudesse focar nos meus objetivos e por me iluminar nas decisões que tomei para que eu chegasse até aqui Agradeço À minha família por me apoiar pela paciência e por mesmo estando longe ser muito presente no meu dia a dia Agradeço também pela força que me deram nos momentos mais difíceis dessa jornada e por estarem sempre dispostos a fazerem qualquer coisa para me verem bem À minha namorada por ser minha melhor amiga companheira e por estar do meu lado tanto nos momentos difíceis quanto nos momentos felizes me dando força apoio e amor Agradeço também por me apoiar seja qual fosse a decisão tomada por mim Aos meus amigos de faculdade por permitirem que eu compartilhasse com eles todos os momentos da faculdade sejam eles fáceis ou difíceis Agradeço também por terem me proporcionado momentos de alegria diversão risadas que foram fundamentais para cumprir mais essa etapa da minha vida Aos professores que fizeram parte dessa conquista pois seus ensinamentos foram essenciais para que eu alcançasse meu objetivo Em especial ao meu professor e orientador Molina que além de ser um grande mestre é também um grande amigo Agradeço por ter me dado a oportunidade de fazer esse projeto com sua orientação Agradeço pelos conselhos e conversas durante o curso pois com certeza foram importantes para eu atingir meus objetivos A todos que de certa forma fizeram e fazem parte dessa história Muito obrigado RESUMO No mercado mundial a gestão de estoque é um assunto que preocupa bastante as empresas e sempre está nas pautas das atividades estratégicas definidas por seus planos de negócios Essa preocupação é baseada no alto valor em ativo imobilizado que as empresas detêm bem como o alto custo que o estoque representa Este projeto procurou mostrar como é a estrutura e como a gestão de estoques funciona na empresa estudada para a partir disso analisar um meio alternativo para gerir estoques Para tanto foi utilizado um modelo usado na administração de caixa no qual foram feitas adaptações julgadas necessárias capazes de retornar resultados coerentes Além da aplicação do modelo de Miller e Orr utilizouse a classificação ABC para determinar em quais classes de itens a gerência deveria aplicar esforços para gerenciar e assim atingir seu objetivo final qual seja otimizar os níveis do valor em estoque Foram obtidos resultados para cinco casos distintos Inicialmente para o caso real da empresa e em seguida para quatro casos simulados arbitrando valores necessários ao cálculo do modelo Os resultados mostraram que para o caso real caso 0 e caso 1 o valor do estoque da companhia varia dentro do intervalo ótimo obtido através da aplicação do modelo fazendo com que não seja necessário tomar decisões gerenciais Em seguida para o caso 2 o valor do estoque de segurança necessário ao cálculo do modelo foi reduzido em 69 Assim os resultados mostraram que o valor do estoque da companhia ultrapassa em alguns meses o valor do limite ótimo superior sendo necessário portanto tomar ações gerenciais para que o valor em estoque volte ao intervalo ótimo Já para o segundo caso simulado foi aumentada a taxa de juros necessária ao cálculo do modelo em aproximadamente 300 e assim como no caso real os resultados obtidos não apresentaram necessidade de ações gerenciais pois o valor do estoque variou dentro do intervalo ótimo Palavraschave gestão de estoques modelo de Miller e Orr otimização classificação ABC ABSTRACT On the world market inventory management is a matter of great concern to businesses and is always on the agenda of the strategic activities defined by their business plans This concern is based on highvalue fixed assets owned by the companies as well as the high cost that inventory represents This project sought to show how the structure is and how the inventory management functions in the company and from this consider an alternative way to manage inventories For this we used a model used in cash management in which were made necessary adjustments so that it could be able to return consistent results Besides the application of the Miller and Orr model we used the ABC classification to determine which classes of items managers should implement efforts in order to achieve their goal which is optimize the levels of the value of stock Results were obtained for five different cases Initially for the real case and then for four simulated cases arbitrating values needed to the model calculation The results showed that for the real case Case 0 and Case 1 the value of stock varies within the optimum interval obtained by applying the model making it unnecessary to take managerial decisions Then for the Case 2 the safety stock value needed on the model calculation was reduced in 69 So the results showed that the value of stock of the company exceeds in some months the value of the optimal upper limit Therefore it is necessary to take management actions so that the value of stock gets back to the optimal range Finally for the Case 3 the interest rate needed on the model calculation was increased approximately 300 So as in the real case the results showed no need for management actions because the value of the stock ranged within the optimal range Keywords inventory management Miller and Orr model optimization ABC classification LISTA DE FIGURAS Figura 1 Estoque de Ciclo14 Figura 2 Curva ABC18 Figura 3 Compensação dos custos relevantes de estoque com a quantidade pedida19 Figura 4 Modelo de Miller e Orr25 Figura 5 Evolução do estoque mensal da unidade31 Figura 6 Curva ABC dos materiais em estoque na unidade36 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Evolução do estoque mensal30 Tabela 2 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr no Caso real34 Tabela 3 Classificação ABC dos materiais em estoque35 Tabela 4 Classificação ABC Destaque dos dados necessários à curva ABC35 Tabela 5 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr no Caso 037 Tabela 6 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr no Caso 139 Tabela 7 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr no Caso 240 Tabela 8 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr no Caso 342 Tabela 9 Comparação dos dados obtidos43 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO10 11 OBJETIVO11 2 REVISÃO DA LITERATURA12 21 TIPOS DE ESTOQUE12 211 Estoque de segurança13 212 Estoque de ciclo13 213 Estoque de desacoplamento14 214 Estoque de antecipação14 215 Estoque no canal de distribuição15 216 Estoque obsoleto15 22 OBJETIVO DO ESTOQUE15 23 CLASSIFICAÇÃO ABC17 24 CUSTOS DE ESTOQUE19 241 Custos de aquisição19 242 Custos de Manutenção20 243 Custos de espaço20 244 Custos de capital21 245 Custos do serviço de estocagem22 246 Custos dos riscos de estocagem22 247 Custos de falta de estoques22 25 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA22 251 Modelo de Miller e Orr24 3 METODOLOGIA27 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES28 41 ESTUDO DE CASO28 411 Adaptação do Modelo de Miller e Orr para gestão de estoques32 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS45 51 PROPOSTA PARA FUTUROS ESTUDOS46 6 REFERÊNCIAS48 1 INTRODUÇÃO O contexto atual do processo de gestão de estoques na área de exploração e produção de petróleo é caracterizado por um árduo trabalho e por um alto grau de incertezas e riscos Assim sendo um planejamento feito sem uma devida análise pode gerar grandes perdas economicamente falando Em se tratando do mercado petrolífero as empresas principalmente as produtoras de petróleo tendem a trabalhar com uma quantidade grande de materiais A distribuição de todo esse material entre as diversas plataformas e centros é uma atividade complexa Para toda atividade que envolve distribuição de materiais entre diferentes setores da empresa e terceiros há a necessidade de geração de estoques Essa geração de estoques é importante para que todos os setores mantenham suas atividades em funcionamento sem que haja necessidade de paralisação por falta de material Diante desses fatos surgem questões quanto ao gerenciamento de estoques Perguntas como quando comprar onde comprar quanto comprar quanto estocar onde estocar quando estocar como controlar o sistema surgem o tempo todo e muitas vezes a resposta não é tão simples de se obter Nesse sentido Ballou 2006 diz que a boa gestão dos estoques significa mantêlos no nível mais baixo possível consistentemente com um equilíbrio de custos diretos e indiretos atribuídos ao seu nível e com a necessidade de manter um nível adequado de disponibilidade de produto Mas por que utilizar um modelo de otimização de administração de caixa na gestão de estoques Na verdade essa pergunta pode ser respondida pelo uso de outro o modelo Baumol Ou seja este modelo cabe tanto para administração de caixa quanto para gestão de estoques sendo assim será verificado a possibilidade de uso do modelo de fluxo de caixa de Miller e Orr em gestão de estoques e sua consequente adaptação Como motivo principal da utilização do modelo podese afirmar que quanto mais capital estiver parado em forma de inventário maior é o comprometimento de recursos em 11 capital de giro Assim é importante que haja uma otimização do nível de inventário para que o capital antes parado se transforme em capital circulante fazendo então com que este possa ser investido em algo com maior retorno para a companhia Para melhor compreensão Junior e Saurin 1994 dizem que Baumol reconhece as semelhanças de estoque e caixa do ponto de vista financeiro Em outras palavras entendese que o caixa é o estoque dos meios de pagamento da empresa sendo mantidos então para uso no momento apropriado Assim este trabalho tem o objetivo de verificar se o modelo de Miller e Orr pode ser implementado à gestão de estoques de forma que consiga otimizálo A escolha desse modelo se justifica pelo fato deste funcionar bem para a otimização do fluxo de caixa pois considera diferentemente de Baumol a incerteza nesse fluxo Portanto ao verificarse que o estoque tenha semelhantemente um comportamento de incerteza em sua demanda a adaptação do modelo de Miller e Orr se daria de forma plausível Logo é importante mencionar que ao longo do trabalho apesar do tema ser gestão de estoques uma parte será destinada â abordagem da administração de caixa com o intuito de haver uma melhor compreensão do modelo de Miller e Orr 11 OBJETIVO O objetivo deste trabalho consiste em adaptar e aplicar o modelo de Miller e Orr em uma empresa onde já se identifica um processo de gestão de estoques implementado a fim de descobrir se esse modelo pode ser utilizado como uma forma alternativa de gerir estoques Assim será analisada a possibilidade de otimizar o estoque imobilizado Secundariamente será abordada a classificação ABC com o objetivo de auxiliar na tomada de decisão final com relação ao estoque 2 REVISÃO DA LITERATURA A gestão de estoques é um elemento gerencial de extrema importância na administração dos dias atuais Por absorver uma grande parte do orçamento das organizações são eles um dos principais pontos de partida das empresas para que se consiga diminuir o valor de recursos líquidos imobilizados Chase Jacobs e Aquilano 2006 definem estoque como a quantidade de qualquer item ou recurso utilizado em uma organização sendo o sistema de estoque um conjunto de políticas e controles que monitoram os níveis de estoque determinam quais níveis deveriam ser mantidos e quando os estoques devem ser reabastecidos Já para Ballou 2006 estoques são acumulações de matériasprimas suprimentos componentes materiais em processo e produtos acabados que surgem em numerosos pontos do canal de produção e logística das empresas Para Slack Chambers e Johnston 2009 estoque é definido como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação Sendo assim uma empresa de manufatura manterá estoques de materiais um escritório de assessoria tributária manterá estoques de informações e um parque temático manterá estoques de consumidores Estoque na visão de Corrêa Gianesi e Caon 2007 é o acúmulo de recursos materiais entre fases específicas de processos de transformação sendo esses acúmulos proporcionadores de independência às fases dos processos de transformação em que se encontram 21 TIPOS DE ESTOQUE De acordo com Slack Chambers e Johnston 2009 levam a diferentes tipos de estoques as várias razões para o desequilíbrio entre as taxas de fornecimento e de demanda em diferentes pontos de qualquer operação Assim propõem cinco tipos de estoque estoque de segurança estoque de ciclo estoque de desacoplamento estoque de antecipação e estoque de canal 13 211 Estoque de segurança O estoque de segurança tem por objetivo compensar as incertezas advindas do fornecimento e demanda SLACK ET AL 2009 A partir do momento em que não é possível prever exatamente a demanda encomenda se então do fornecedor uma quantidade a mais do material Esse nível a mais do estoque está lá com o intuito de cobrir uma possível demanda que venha a ser maior do que a esperada Além disso o estoque de segurança pode ainda compensar a falta de confiabilidade de fornecedores SLACK ET AL 2009 Um ponto importante no estoque de segurança é sua quantidade Deve se haver um controle para que o nível de estoque não seja extremamente alto nem tampouco baixo SLACK ET AL 2009 Nessa linha de raciocínio Dias 2007 diz que uma margem extremamente baixa no estoque de segurança poderia acarretar custo de esgotamento que são os custos de não haver os materiais à disposição quando necessário ou seja perda de vendas 212 Estoque de ciclo O estoque de ciclo acontece porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer de forma concomitante todos os materiais que são produzidos SLACK ET AL 2009 Mesmo quando a demanda é estabelecida e previsível como na Figura 1 há a necessidade de haver sempre um estoque para compensar o fornecimento irregular de cada tipo de material Em suma o estoque de ciclo resulta da necessidade de produzir materiais em lotes sendo que sua quantidade é dependente de decisões sobre o volume 14 Figura 2 Estoque de Ciclo Fonte Adaptada de SLACK et al 2009 213 Estoque de desacoplamento Entendese por estoque de desacoplamento todo estoque que fica intermediário dentro de um setor produtivo onde cada lote de material em processo é colocado em uma fila a espera de chegar sua vez no planejamento para a próxima etapa de processo seletivo SLACK ET AL 2009 214 Estoque de antecipação O estoque de antecipação é aquele constituído para atender às flutuações de demanda expressivas e previsíveis SLACK ET AL 2009 Usa se este tipo de estoque também quando as variações de fornecimento são significativas como em alimentos de safra enlatados De acordo com Arnold 1999 esses estoques são criados tendo como base períodos do tipo período de férias época do máximo de vendas e programa de promoções Assim a pessoa responsável pela programação do estoque tem a possibilidade de adequar seus recursos materiais a fim de atender à demanda 15 215 Estoque no canal de distribuição O estoque no canal de distribuição se dá quando não é possível que o material seja transportado imediatamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda Assim por Slack et al 2009 p 360 Do momento em que o estoque é alocado e portanto passa a estar indisponível para qualquer outro consumidor até o momento em que se torna disponível para a loja de varejo ele passa a ser estoque no canal de distribuição É importante mencionar que estoque no canal de distribuição pode se dar entre processos de uma mesma empresa em que o arranjo físico apresenta uma distância geográfica considerável Slack et al 2009 A exemplo um grande fabricante brasileiro de aço movimenta suas cargas entre dois portos de países distintos onde um navio é utilizado para tal função Ou seja toda essa carga em trânsito é estoque no canal de distribuição 216 Estoque obsoleto Para Ballou 2006 há ainda o estoque obsoleto que consiste nos materiais ultrapassados deteriorados perdidosroubados Em se tratando de estoques com produtos de alto valor de mercado é indispensável a adoção de precauções especiais para minimizar o seu volume e assim evitar grandes perdas financeiras 22 OBJETIVO DO ESTOQUE Para Ballou 2006 um objetivo primário do gerenciamento de estoque é garantir que o produto esteja disponível no tempo certo e na quantidade necessária Na visão de Chase et al 2006 são cinco os objetivos do estoque 16 Manter a independência das operações Um suprimento de materiais num centro de trabalho permite a flexibilidade desse centro nas operações Ou seja o estoque permite que a gerência reduza o número de setups dado que existem custos para fazer cada novo setup de produção Desejase também que nas linhas de montagem haja independência das estações de trabalho Cada unidade leva tempos diferentes para fazer operações iguais ou seja varia de unidade para unidade Sendo assim é importante ter reservas de vários materiais dentro da estação de trabalho para que os lead times mais curtos sejam compensados pelos lead times mais longos e dessa forma a produção média tem a possibilidade de ser bastante estável Cumprir a variação na demanda do produto Caso a demanda pelo produto seja conhecida com precisão será possível fabricar o produto para atingir precisamente a demanda Todavia em geral a demanda não é totalmente conhecida e nesse caso um estoque de segurança precisa ser mantido para absorver a variação Permitir a flexibilidade na programação da produção Um estoque alivia a pressão no sistema de produção para fazer com que os produtos saiam Isso causa prazos de entrega mais longos que permitem o planejamento da produção para um fluxo mais uniforme e produção de custo mais baixo através de produção de lotes maiores Proporcionar uma garantia para a variação no tempo de entrega da matériaprima Sempre que é pedido um material ao fornecedor há a possibilidade de ocorrer atrasos que são ocasionados por diversas razões como falta do material na fábrica do fornecedor greve inesperada dos trabalhadores na fábrica do fornecedor ou empresa de transporte variação normal 17 no tempo de envio envio de material defeituoso ou incorreto e até mesmo um pedido perdido Aproveitar tamanho do pedido econômico de compra Para todo pedido feito há custos que são mãodeobra selo telefonemas entre outros Logo quanto maior for o pedido da compra menos pedidos terão que ser abertos Além disso quanto maior for o pedido mais baixo será o custo por unidade pois os custos de envio favorecem os pedidos grandes 23 CLASSIFICAÇÃO ABC Vecina Neto e Filho 1998 citam que a classificação pelo método ABC proposto por Wilfredo Paretto logo após a Segunda Guerra Mundial pode ser entendida como uma classificação baseada no valor de utilização dos itens de estoque permitindo o controle seletivo dele O objetivo deste procedimento é identificar os produtos em função dos valores que eles representam e com isso estabelecer formas de gestão adequadas à importância de cada item em relação ao valor total dos estoques Para Martins 2006 a análise ABC é uma das formas mais usuais de examinar estoques Essa análise consiste na verificação num determinado espaço de tempo de consumo em quantidade ou em valor monetário dos itens em estoque para que possam ser classificados em ordem decrescente de importância De acordo com Lourenço e Castilho 2005 a maioria das empresas trabalha com uma grande variedade de produtos o que faz com que o setor administrativo tenha dificuldade em manter um padrão único de planejamento e controle de estoques Não é recomendável que se dê o mesmo grau de atenção a todos os itens uma vez que cada um possui suas particularidades como custo demanda prazo de entregas e alternativas de fornecimento Assim um tipo de controle adequado para um produto pode ser inadequado para outro acarretando em falta de material ou estoque excessivo 18 Francischini 2004 acrescenta que analisar milhares de itens em um estoque é uma tarefa extremamente árdua e muitas das vezes desnecessária Portanto é conveniente que itens mais importantes segundo critério adotado tenham prioridade sobre os menos importantes Dias 1993 explica a classificação em estoques como sendo Classe A Itens que possuam alto valor de demanda ou consumo anual onde 10 dos itens respondem por 70 do valor de demanda ou consumo anual Classe B Itens que possuam valor de demanda ou consumo anual intermediário onde 20 dos itens representam 20 do valor de demanda ou consumo anual Classe C Itens que possuam baixo valor de demanda ou consumo anual onde 70 dos itens representam 10 do valor de demanda ou consumo anual Porém o autor ressalta que esses percentuais podem variar de empresa para empresa Portanto uma curva ABC é representada pela figura 2 Figura 2 Curva ABC Fonte Próprio autor Segundo Santos e Rodrigues 2005 a classificação ABC é bastante utilizada e tem como critério o valor de uso anual ou seja a quantidade utilizada por ano x seu valor unitário Acrescentam ainda que por meio dessa 19 classificação podese dedicar um esforço maior aos itens A os quais representam alta participação nos valores movimentados de estoque 24 CUSTOS DE ESTOQUE Qualquer atividade que vá se fazer com o estoque gera custos com os quais a empresa deve se preocupar Ballou 2006 cita que há três classes de custos importantes para a determinação da política de estoque São eles os custos de aquisição de manutenção e de falta de estoques Segundo o próprio autor esses custos estão permanentemente em conflito ou em compensação entre si Objetivando determinar a quantidade do pedido para reposição de um item no estoque essa relevante compensação de custos é mostrada na Figura 3 241 Custos de aquisição De acordo com Slack et al 2009cada vez que um pedido é realizado para abastecer estoque são necessárias algumas transações que representam custos para a empresa Para Chase et al 2006 esses custos referemse aos Figura 3 Compensação dos custos relevantes de estoque com a quantidade pedida Fonte Adaptada de BALLOU 2006 p279 20 custos administrativos e de escritório para preparar o pedido de compra ou a ordem de produção Mais detalhadamente Ballou 2006 destaca que ao se solicitar uma reposição de estoque incorrese em uma variedade de custos relacionados à preparação processamento transmissão manutenção e ao pedido de compra Mais especificamente os custos de aquisição podem incluir o preço ou custo de fabricação do produto conforme as quantidades pedidas o custo do processamento de um pedido pelos departamentos de compras e contabilidade o custo de preparação do processo de produção o custo de transmissão do pedido ao ponto de suprimento o custo do transporte do pedido quando as tarifas de transporte não fazem parte de compra dos produtos além do custo de qualquer processamento dos produtos no ponto de recepção 242 Custos de manutenção Os custos de manutenção incluem os custos para as instalações de armazenagem manuseio seguro furto quebras obsolescência depreciação impostos e o custo de oportunidade do capital Fica claro que os altos custos de manutenção tendem a favorecer os níveis baixos de estoque e o reabastecimento frequente CHASE ET AL 2006 Já para Ballou 2006 os custos de manutenção podem ser arranjados em quatro classes custos de espaço custos de capital custos de serviço de estocagem e custos de risco de estoque 243 Custos de espaço Os custos de espaço são cobrados pelo uso do volume no prédio de estocagem Quando o espaço é alugado as taxas são cobradas por peso e período de tempo Quando o espaço é próprio ou contratado os custos de espaço são determinados pela alocação de custos operacionais relacionados ao espaço como os de climatização e iluminação BALLOU 2006 Além de 21 climatização e iluminação Slack et al 2009 acrescenta ainda que o seguro pode ser caro especialmente quando se necessita de condições especiais como baixa temperatura ou armazenagem de alta segurança 244 Custos de capital De acordo com Ballou 2006 os custos de capital derivam do custo do dinheiro imobilizado em estocagem e podem representar acima de 80 dos custos totais de estoque além de serem os mais intangíveis e subjetivos de todos os elementos dos custos de manutenção O autor acrescenta que há dois motivos para isso O primeiro segundo ele é que estoque representa uma combinação de ativos de longo e de curto prazo dado que alguns estoques podem suprir necessidades sazonais e outros são mantidos para suprir padrões de demanda de longo prazo Já o segundo motivo é que o custo do capital pode variar entre a taxa máxima de juros e o custo de oportunidade do capital 245 Custos do serviço de estocagem Impostos e seguros segundo Ballou 2006 fazem parte dos custos de manutenção dos estoques A cobertura por seguros é feita como garantia contra perdas causadas por roubos incêndios ou tempestades Os impostos são calculados de acordo com o nível de estoque presente na data da avaliação Ainda de acordo com o autor os impostos normalmente representam apenas uma pequena parte dos custos totais de manutenção Podese obter os cálculos dos impostos a partir de registros contábeis BALLOU 2006 22 246 Custos dos riscos de estocagem Os custos dos riscos de estocagem são compostos por custos relacionados com obsolescência danos roubos ou deterioração BALLOU 2006 Ainda segundo ele os custos decorrentes desses estoques podem ser avaliados como sendo custo do retrabalho do produto perda direta de valor do produto ou como o custo do seu fornecimento a partir de um local secundário 247 Custos de falta de estoques Na visão de Ballou 2006 os custos de falta de estoque ocorrem quando um pedido não pode ser atendido pelo estoque ao qual esse pedido foi solicitado O autor destaca que são dois os tipos principais desses custos São eles os das vendas perdidas e os de pedidos atrasados Ocorre um custo de venda perdida quando o cliente ao verificar que há uma falta do pedido em estoque desiste do seu pedido e o cancela Assim o custo é o lucro que deixa de se ganhar nessa determinada venda podendo o cliente recorrer a marcas concorrentes em caso de produtos de fácil alternativas BALLOU 2006 Campos 2011 diz que para se ter uma administração eficiente dos estoques é importante girálo tão rápido quanto possível e ao mesmo tempo evitando a falta deles que poderia resultar em prejuízo 25 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA De acordo com Assaf Neto 2003 a administração de caixa visa basicamente manter uma liquidez imediata necessária para dar suporte às atividades de uma companhia Ele ainda acrescenta que a empresa necessita 23 manter um nível de caixa para que consiga enfrentar a incerteza associada a seu fluxo de recebimentos e pagamentos Keynes Apud Assaf Neto 2003 apresenta um motivo para se manter um fluxo de caixa nomeado de motivonegócio explicado pela necessidade que uma empresa apresenta de manter dinheiro em caixa para efetuar pagamentos provenientes de suas operações normais e previsíveis as empresas consomem recursos e necessitam por conseguinte manter reservas monetárias para suprir essas saídas ordinárias De acordo com Campos 2011 uma das finalidades da gestão do caixa é manter um saldo mínimo de recursos que possa ser utilizado imediatamente em função de incertezas e que a administração eficiente do caixa contribui expressivamente para a maximização do lucro da empresa Para Weston Brigham 2004 o caixa pode ser entendido como um ativo que não gera retornos também chamado de ativo sem lucro Ainda para os autores a justificativa de se manter um fluxo de caixa se dá entre outras por questões de precaução onde explicam que as entradas e saídas de caixa são bastante imprevisíveis e variam entre as empresas e os setores onde atuam Por isso as empresas precisam manter algum caixa em reserva para flutuações imprevistas em entradas e saídas Keynes apud Assaf Neto 2003 acrescenta que quanto maior for o saldo de caixa para enfrentar essas exigências maior será a margem de segurança de atuação da empresa Porém Weston Brigham 2004 citam que o objetivo do administrador do caixa é o de minimizar a quantia de caixa que a empresa deve manter para realizar suas atividades empresariais usuais e ainda ter caixa suficiente para manter sua classificação de crédito obter descontos comerciais e atender a necessidades de caixa inesperadas O modelo Baumol é um modelo formal que pode ser usado para estabelecer o caixa mínimo operacional da empresa Para chegar a essa conclusão Baumol observou pela primeira vez que os saldos de caixa são em muitos aspectos semelhantes a estoques e que o modelo de estoque QEE Quantidade Econômica de Estoque pode ser usado para estabelecer um caixa mínimo operacional WESTON BRIGHAM 2004 24 Os dois modelos de administração de caixa tanto o Baumol quanto o de Miller e Orr diferenciamse basicamente pelas expectativas dos saldos de caixa O modelo proposto por Baumol é mais aplicável quando for feito um planejamento de curto prazo sendo assim este pressupõe condições de certeza no fluxo de caixa Já o modelo de Miller e Orr é mais aplicável em condições de incerteza devido sua natureza aleatória às transações de caixa ASSAF NETO 2003 Rogers et al 2013 acrescenta que esse comportamento de imprevisibilidade faz com que o modelo de Miller e Orr seja mais probabilístico pois em determinadas situações práticas o comportamento do caixa assume uma característica de imprevisibilidade Sousa e Barros 2000 dizem que mesmo tendo em comum a visão de caixa como sendo um estoque as proposições dos diversos autores que se dedicaram ao tema diferem entre si em aspectos substantivos Eles acrescentam que provavelmente o fator de distinção mais importante entre os modelos é o enfoque que cada um dá sobre a incerteza dos fluxos de dinheiro esperados pela firma Sousa e Barros 2000 fazem uma ressalva importante ao afirmarem que mesmo quando é matematicamente aceitável a utilização do modelo devese analisar qual seria o ganho efetivo caso haja decorrente da aplicação do modelo pela empresa considerando os custos para sua implantação e manutenção Partindo do principio de que o modelo Baumol pode ser usado tanto para gestão de estoques quanto para administração de caixa este trabalho visa verificar a adaptação e aplicabilidade do modelo de Miller e Orr utilizado em administração de caixa na gestão de estoques 251 Modelo de Miller e Orr O modelo desenvolvido por Miller e Orr admite uma natureza aleatória às transações de caixa e seu uso é mais explorado em condições de incerteza ASSAF NETO 2003 25 Diferentemente de Baumol Miller e Orr admitem que o saldo de caixa pode ser elevado ou diminuído em função de transações desconhecidas com antecedência assim com isso são estabelecidos limites para as transferências de títulos negociáveis em caixa ou seja no momento em que o saldo monetário em caixa atingir determinado volume limite superior os recursos são transferidos para títulos imobiliários ocorrendo o inverso quando o limite inferior for atingido ASSAF NETO 2003 O modelo de Miller e Orr tem como objetivo básico minimizar o custo esperado total das necessidades de caixa o que é feito pela escolha dos limites ótimos superior e inferior figura 4 onde esses limites dependem basicamente dos custos fixos associados às transações dos custos de oportunidade e também da variação esperada nos saldos de caixa ASSAF NETO 2003 Figura 4 Modelo de Miller e Orr Fonte Adaptada de SOUSA e BARROS apud MILLER e ORR 2000 Explicando de forma detalhada a figura 4 temse que ainda que os saldos de caixa flutuem de forma irregular essa flutuação ocorre em torno de um ponto médio z chamado de nível de retorno ideal Outro detalhe é que nos instantes em que as entradas de dinheiro superarem as saídas os saldos aumentarão e nos instantes em que os desembolsos forem maiores que o dinheiro ingresso os saldos diminuirão ASSAF NETO 2003 26 Na solução do problema os autores chegam a um limite superior de caixa ótimo que é representado por h o qual uma vez atingido sinalizará ao gestor o instante de aplicar o excesso de recursos na carteira de títulos reduzindo o saldo em caixa para h z O limite inferior l foi definido pelos autores como sendo zero apenas para efeito de simplificar o entendimento Sendo assim é importante que os administradores definam esse limite inferior de acordo com suas conveniências sem afetar a estrutura da equação SOUSA e BARROS 2000 Quando o saldo de caixa atingir zero limite mínimo sugerido na figura 4 conforme ocorre no momento t2 são resgatados z de títulos negociáveis elevando o dinheiro em caixa para o nível z ASSAF NETO 2003 Conforme já foi explicitado o objetivo básico do modelo de caixa de Miller e Orr é minimizar o custo esperado total das necessidades de caixa sendo feitos pela escolha dos limites ótimos h superior e z inferior O valor ótimo de z incorpora a variabilidade dos fluxos de caixa e os custos da gestão dele sendo definido pelo cálculo a seguir Equação 1 Onde b custo fixo de transações com títulos negociáveis σ2 variância dos saldos líquidos diários de caixa i taxa diária de juros de títulos negociáveis O valor ótimo do limite superior h é definido pelo limite inferior mais 3z ou seja Equação 2 3 METODOLOGIA Para a realização desse projeto primeiramente foi feita análise do comportamento atual da gestão de estoques em uma grande empresa atuante no mercado de petróleo nacional Essa análise serviu como base para um entendimento de como é tratado de forma geral a gestão de estoques na empresa Foram levantados dados quanto ao nível de estoque dos materiais em uma grande unidade responsável pela distribuição de materiais para outras unidades da companhia destacando as dificuldades do seu gerenciamento Em seguida foi feito um estudo de como será a melhor forma para gerenciar os estoques e para isso primeiramente foi feita uma classificação ABC dos itens de forma que ajudasse a posteriormente aplicar o modelo de Miller e Orr o qual foi adaptado para a gestão de estoques 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 41 ESTUDO DE CASO A empresa estudada é uma grande empresa nacional atuante no mercado de petróleo e gás Diante de toda sua estrutura há a necessidade de se criar muitos setores internos os quais são responsáveis consequentemente pela gestão de diferentes áreas O setor de compras da empresa a ser tratado nesse estudo de caso é responsável pela gestão de estoques de duas grandes gerências dessa empresa Essas duas gerências são compostas por várias unidades onde cada uma dessas unidades é responsável pela coordenação de diferentes áreas da companhia Mais especificamente será abordada no estudo de caso a gestão dos estoques de uma dessas unidades O setor de compras já conta com uma política de estoque bem definida e adaptada às necessidades da empresa Para o controle de todas as necessidades de material a companhia utiliza um sistema ERP Enterprise Resources Planning cuja função é integrar todas as áreas da empresa Nele há o MRP Material Requirement Planning cuja função é de planejar a necessidade de materiais necessários à companhia Dentre as atividades de responsabilidade desse setor está a de análise de demanda cálculo de parâmetros classificação de itens críticos controle de material em poder de terceiros acompanhamento de contratos de compras e aluguéis de itens e serviços e a compra em si do material necessário à empresa dentre outras atividades Ainda que se tenha uma boa política de estoque a empresa tem dificuldade em reduzir seu estoque como um todo Sendo assim um programa de redução de estoques foi criado objetivando a redução do mesmo e por consequência reduzindo os custos Portanto para atender ao programa é necessário que se faça uma melhora na gestão dos estoques porém ao 29 encontrar dificuldades ao gerilos usando os métodos usuais é fundamental que se busque formas alternativas às já existentes Diante de todo o processo de gerir estoques durante a observação foram evidenciados alguns pontos importantes Frente à grande quantidade de setores e gerências diferentes ainda que se use um sistema ERP a integração entre elas fica muitas vezes lenta Isso se deve ao fato dos empregados não conhecerem o processo como um todo fazendo com que informações importantes que deveriam ser repassadas não o sejam No entanto durante o período de seis meses dentro da companhia observouse um esforço para mapear o processo e assim ficar claro onde cada ator se encontra nele Esse projeto ainda se encontra em andamento Sendo uma das maiores empresas do mundo no mercado de produção de petróleo e gás é necessário para seu funcionamento uma grande quantidade de materiais dos quais muitos são extremamente caros A unidade abordada apresenta uma média de estoque mensal de aproximadamente R 9958814415 representando 67 do total de estoques da gerência onde ela está incluída Este valor se refere a 7333 itens utilizados por essa unidade De acordo com a companhia no valor de estoque mensal já está incluso o custo para manter estoque De acordo com a gerência a unidade mantém um nível de serviço de 95 Durante um período de seis meses foi feito o acompanhamento da evolução do estoque na unidade em questão Ainda para uma análise mais precisa do comportamento do estoque na unidade pôdese acessar dados referentes à evolução do estoque de períodos anteriores assim foram obtidas informações referentes ao período de janeiro de 2009 a junho de 2013 assim há uma maior precisão quanto aos desvios dos cálculos Como a evolução do estoque da companhia é medida mensalmente este será abordado da mesma forma neste trabalho Na tabela 1 são mostrados os dados referentes à evolução do estoque no período de quatro anos e meio citado anteriormente 30 Tabela 1 Evolução do estoque mensal 2009 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Valor 9900 9991 10075 9989 10010 10005 9930 10120 10190 10340 10190 10299 Milhões R 2010 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Valor 10380 10325 10410 10360 10300 10325 10450 10415 10310 10200 10125 10260 Milhões R 2011 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Valor 10305 9970 9950 10105 9940 9610 9260 9500 9270 9890 10130 10180 Milhões R 2012 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Valor 10300 9960 9770 9970 9660 9550 9480 9495 9500 9425 9880 9790 Milhões R 2013 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Valor 9655 9590 9610 9775 9667 9300 Milhões R Fonte Empresa A partir dos dados da tabela 1 foi obtida a figura 5 na qual é verificada a evolução do estoque para melhor observação de seu comportamento 31 Figura 5 Evolução do estoque mensal da unidade Fonte Própria empresa Na figura 5 podese observar que durante os quatro anos e meio de dados analisados o consumo do estoque não mantém uma linearidade ou seja seu consumo é irregular Dessa forma observase a semelhança com o saldo de caixa irregular onde é aplicado o modelo de Miller e Orr A empresa classifica seus itens de acordo com a análise de Paretto ou seja fazse uma classificação ABC dos itens de acordo com sua importância financeira Esses dados são obtidos através da gerência É importante ressaltar que ainda conforme ressalva a gerência a importância de cada item deve ser analisada de acordo com sua criticidade operacional Portanto para que tal análise seja feita seria necessário entrar em contato com outras gerências e obter dados relacionados a elas porém encontrouse dificuldade quanto ao acesso desses dados quando a gerência não era aquela onde a unidade abordada estava inserida Isso se deve à dificuldade dessas gerências doarem seu tempo para uma atividade não relacionada à sua própria gerência Além disso há uma gerência responsável apenas pela análise e contratação de itens críticos no qual um GT grupo de trabalho está encarregado de fazer essa análise de criticidade Após diálogo com eles foi constatado que o horizonte de tempo para conclusão dessa atividade seria muito grande devido à grande quantidade de itens para se classificar não sendo possível portanto que esta 32 análise de criticidade fosse feita para o presente trabalho Deste modo a análise que mais se aproxima de uma classificação para tomada de decisão quanto ao que deve ser feito com o estoque é a classificação ABC Para posterior aplicação do modelo de Miller e Orr é importante que se faça essa análise ABC a fim de verificar em qual grupo de itens devese aplicar esforço de gerenciamento 411 Adaptação do modelo de Miller e Orr para gestão de estoques Para que seja feita a adaptação do modelo de Miller e Orr para gestão de estoques algumas mudanças devem ser consideradas Primeiramente é importante destacar quais são os pontos que devem ser abordados no modelo para administração de caixa para que seja feita tal adaptação São eles Saldos líquidos diários de caixa Variância dos saldos líquidos diários de caixa Taxa diária de juros de títulos negociáveis Custo fixo de transações com títulos negociáveis Diante desses pontos as adaptações para a gestão de estoques se dão da seguinte forma 1 Os saldos líquidos diários de caixa foram considerados como sendo os saldos mensais de valor em estoque 2 A variância dos saldos líquidos diários de caixa foi considerada como sendo a variância dos saldos mensais do valor em estoque O período considerado para cálculo da variância foi dos meses partindo de janeiro de 2009 até junho de 2013 É importante observar que em administração de caixa os saldos líquidos de caixa são considerados diariamente porém para esse estudo de caso só foi possível obter dados de saldo de estoque mensalmente portanto este será considerado desta forma ou seja mensal Através da tabela 1 calculase a variância obtendo portanto o valor de R1112671000 33 3 A taxa de juros diária de títulos negociáveis foi considerada como sendo a taxa de juros do mercado de petróleo e gás O valor utilizado nesse estudo de caso foi obtido através da gerência e é de 063 am 4 Por último devese considerar o custo fixo de transações com títulos negociáveis como sendo o custo fixo para transportar o estoque quando este for realocado De acordo com a gerência o custo do transporte é composto pelo frete do frete incluise outros custos porém como este é terceirizado o custo repassado para a companhia é apenas o frete e pelo custo homem por hora homem x hora necessários à realização do mesmo Devese destacar que o custo de transporte não é fixo visto que o frete varia de acordo com a distância portanto nesse caso foi calculada a média do custo com frete que a companhia tem de forma a considerálo fixo para uma melhor adaptação Outro ponto importante a se destacar é a adaptação que se deve fazer para os títulos negociáveis ou seja foi dito anteriormente que o estoque deve ser realocado então é importante definir para onde ele irá Após conversa com a gerência foi obtida a informação de que para não continuar tendo gastos com o ativo imobilizado este poderia ser agregado em novos projetos ou então poderia ser vendido para o mercado novamente Desta forma a companhia conseguiria um retorno financeiro maior do que ter um ativo imobilizado gerando custos para mantêlo Além disso esse valor retornado poderia ser aplicado o que de acordo com Vollmann et al 2004 traz um retorno financeiro de 5 a 15 maior Também de acordo com a gerência esse valor adquirido pela venda poderia ser ainda aplicado em projetos novos ou em andamento De acordo com a gerência como o frete é calculado em cima da distância percorrida temse que sua média é de R4402 Para o cálculo do custo de homem x hora deve ser feita a seguinte análise O salário mensal do trabalhador responsável por carga e descarga do estoque gira em torno de R120000 já incluindo todos os encargos sociais Além disso ele trabalha 200 horas por mês portanto o custo de seu trabalho por hora é de R600 Tendo que a carga ou descarga de material leva em média 45 minutos e necessitando de 4 homens trabalhando o custo homem x hora médio é de 34 R1800 Concluise então que o custo fixo para transportar o estoque quando este for realocado é de R4402 mais R1800 que é igual a R 6202 Para definição do limite inferior não ótimo foi considerado o valor total do estoque de segurança da unidade A partir daí obtémse o valor de R80000000 A tabela 2 representa os dados necessários para a aplicação do modelo de Miller e Orr de acordo com os dados citados acima Tabela 2 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr Custo fixo para Variância dos Taxa de juros Limite transporte do estoque saldos mensais do do mercado Inferior não ótimo quando este for realocado R valor em estoque milhões am milhões de R 6202 1112671 063 8000 Fonte Empresa Como adaptação dos limites ótimos superior h e inferior z temse que h é o máximo de valor em estoque que a unidade deve alcançar e portanto alcançado esse ponto devese transferir o estoque para novos projetos ou vendêlo para aplicar o capital no valor de h z e obter retorno financeiro para que este retorne ao nível inferior ótimo Para o caso do estoque atingir seu valor no limite inferior não ótimo l devese então ser comprado z l de estoque em valor para que este atinja novamente o limite inferior ótimo conhecido também como nível de retorno De posse dos dados necessários para que o modelo de Miller e Orr seja aplicado é necessário utilizarse primeiramente da classificação ABC de modo que seja destacado quais itens devem ser tratados de forma prioritária para que sejam calculados os níveis ótimos de valor em estoque Portanto dos 7333 itens utilizados pela unidade empregando a classificação ABC obtémse a tabela 3 35 Tabela 3 Classificação ABC dos materiais em estoque Classificação Quantidade Percentual Percentual Valor de Percentual Percentual ABC de de Acumulado Estoque do Acumulado Materiais Materiais de Materiais Médio R Valor do Valor A 575 784 784 7231000015 7262 7262 B 1570 2141 2925 2320012000 2329 9591 C 5188 7075 10000 407802800 409 10000 Total 7333 10000 10000 9958814815 10000 10000 Fonte Empresa A tabela 3 mostra a quantidade de materiais classificados como A B e C destacando o percentual acumulado da quantidade desses materiais e o percentual acumulado dos valores Desses valores mostrados já seria possível fazer o gráfico da curva ABC tendo como base o percentual acumulado de materiais e o percentual acumulado do valor porém como o modelo de Miller e Orr será aplicado no valor em estoque é necessário que a curva ABC seja feita com o percentual acumulado de materiais e com o valor acumulado de estoque médio A tabela 4 destaca esses dois dados Tabela 4 Classificação ABC Destaque dos dados necessários à curva ABC Classificação Quantidade Percentual de Valor Acumulado ABC de Materiais de Estoque Materiais Acumulados Médio R A 575 784 7231000015 B 1570 2925 9551012015 C 5188 10000 9958814815 Total 7333 10000 9958814815 Fonte Empresa Assim obtémse a figura 6 onde é mostrada a curva ABC 36 Figura 6 Curva ABC dos materiais em estoque na unidade Fonte Próprio autor De posse da classificação ABC dos materiais como segunda etapa para a obtenção de resultados o modelo de Miller e Orr deve ser aplicado Iniciando a aplicação e utilizando os valores da tabela 2 primeiramente para que os valores ótimos sejam encontrados devese definir o limite inferior ótimo z Para tanto temse que Uma vez obtido o valor de z calculase então o valor do limite ótimo superior h Para tanto temse que A partir dos valores obtidos é aconselhável que quando houver uma compra de itens este não ultrapasse o valor do limite ótimo superior pois assim a empresa estará adquirindo um excesso de ativo imobilizado perdendo 37 portanto a oportunidade de manter o valor investido ou até mesmo mantêlo direcionado a outros projetos Da mesma forma é importante que haja um controle no nível de estoque para que este não fique abaixo do limite inferior não ótimo justamente por questões de segurança das operações Portanto a partir dos dados obtidos observase que o valor do limite ótimo superior que é de R 32001304100 se encontra muito acima dos níveis de valor em estoque em seus picos máximos temse o maior valor alcançado de R10450000000 Da mesma forma o limite ótimo inferior que é de R8000434700 encontrase abaixo dos níveis de valor em estoque em seus picos mínimos temse o menor valor alcançado de R9270000000 Concluise então que os valores em estoque nunca apresentaram registros fora dos limites ótimos além de não terem ficado abaixo no limite inferior não ótimo Isso se deve ao fato de a empresa contar com um sistema ERP que controla de forma eficiente seu estoque baseado em dados integrados da companhia utilizando um sistema MRP para planejar suas necessidades de material Com o objetivo de verificar o comportamento do modelo de Miller e Orr para novas situações diferentes da atual serão feitas mudanças arbitrando valores As novas situações serão chamadas de Caso 0 Caso 1 Caso 2 e Caso 3 Para o Caso 0 foi arbitrado um valor para o limite inferior não ótimo mantendo iguais os outros valores Os valores podem ser observados na tabela 5 Tabela 3 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr no Caso 0 Custo fixo para Variância dos Taxa de juros Limite transporte do estoque saldos mensais do do mercado Inferior não ótimo quando este for realocado R valor em estoque milhões am milhões de R 6202 1112671 063 6000 Fonte Adaptado da Empresa 38 Neste caso o valor arbitrado para o limite inferior não ótimo foi de R6000000000 Primeiramente devese lembrar de que o valor do limite inferior não ótimo é estabelecido pelo valor do estoque de segurança dos itens Assim a escolha do valor arbitrado pode ser justificada considerando que a gerência tome uma decisão na qual em seus cálculos a quantidade de itens para compor o estoque de segurança seja menor do que a atual A partir dos dados da tabela 5 calculamse então os limites ótimos de acordo com o modelo de Miller e Orr Logo inicialmente temse o cálculo para o limite ótimo inferior z Uma vez obtido o valor de z calculase então o valor do limite ótimo superior h Logo Portanto para o Caso 0 temse que mesmo diminuindo o valor do estoque de segurança limite inferior não ótimo os valores em estoque nos meses analisados variam dentro do intervalo correto não sendo necessário tomar ações gerenciais 39 Para o Caso 1 foi arbitrado um valor para o limite inferior não ótimo mantendo iguais os outros valores Os valores podem ser observados na tabela 6 Tabela 6 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr no Caso 1 Custo fixo para Variância dos Taxa de juros Limite transporte do estoque saldos mensais do do mercado Inferior não ótimo quando este for realocado R valor em estoque milhões am milhões de R 6202 1112671 063 4000 Fonte Adaptado da Empresa Neste caso o valor arbitrado para o limite inferior não ótimo foi de R4000000000 A partir dos dados da tabela 6 calculamse então os limites ótimos de acordo com o modelo de Miller e Orr Logo inicialmente temse o cálculo para o limite ótimo inferior z Uma vez obtido o valor de z calculase então o valor do limite ótimo superior h Logo 40 Portanto para o Caso 1 ainda que os valores dos limites diminuam não há a necessidade de se tomar uma ação gerencial porque os valores em estoque continuam dentro dos limites corretos Para o Caso 2 foi arbitrado um valor para o limite inferior não ótimo mantendo iguais os outros valores Os valores podem ser observados na tabela 7 Tabela 7 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr no Caso 2 Custo fixo para Variância dos Taxa de juros Limite transporte do estoque saldos mensais do do mercado Inferior não ótimo quando este for realocado R valor em estoque milhões am milhões de R 6202 1112671 063 2500 Fonte Adaptado da Empresa Neste caso o valor arbitrado para o limite inferior não ótimo foi de R2500000000 A partir dos dados da tabela 7 calculamse então os limites ótimos de acordo com o modelo de Miller e Orr Logo inicialmente temse o cálculo para o limite ótimo inferior z Uma vez obtido o valor de z calculase então o valor do limite ótimo superior h Logo 41 Portanto para o Caso 2 temse que o valor do limite ótimo superior h é de R10001304100 e o valor do limite ótimo inferior z é de R2500434700 A partir disso analisando a tabela 1 observase que em muitos meses principalmente dos anos de 2009 e 2010 alguns valores ficaram acima do limite ótimo superior Nesta situação de acordo com o modelo de Miller e Orr a gerência teria que tomar a decisão de realocar ou vender h z R7500869400 de valor em estoque para que este volte ao ponto de retorno ideal Isso faria com que os custos para manter estoque nessa situação diminuísse consideravelmente ou seja além da empresa economizar nesses custos ela pode ainda conseguir um retorno aplicando o valor do estoque vendido Logo para que se possa focar no dado valor em estoque a ser reduzido utilizase a classificação ABC Para tanto conforme mostrado na tabela 3 os itens classificados como A compõem o valor de R7231000015 Este valor se aproxima consideravelmente do valor a ser reduzido em estoque que é de R7500869400 porém ele não pode ser reduzido totalmente devido ao estoque de segurança Portanto a gerência deveria concentrar seus esforços nos itens classificados como A e também em uma parte dos classificados como B Já para o valor do limite ótimo inferior com a situação atual da empresa ela não encontraria problemas por falta de estoque pois verificase que o valor do estoque tem uma tendência de ficar muito acima no limite ótimo inferior Para o Caso 3 foi arbitrado o valor da taxa de juros do mercado mantendo iguais os outros valores Os valores podem ser observados na tabela 8 42 Tabela 8 Dados para aplicação do modelo de Miller e Orr no Caso 3 Custo fixo para Variância dos Taxa de juros Limite transporte do estoque saldos mensais do do mercado Inferior não ótimo quando este for realocado R valor em estoque milhões de R am milhões de R 6202 1112671 200 8000 Fonte Adaptado da Empresa Neste caso o valor arbitrado para a taxa de juros foi de 2 ao mês A escolha desse valor pode ser justificada por uma crise de mercado impactando na taxa de juros A partir dos dados da tabela 8 calculamse então os limites ótimos de acordo com o modelo de Miller e Orr Logo inicialmente temse o cálculo para o limite ótimo inferior z Uma vez obtido o valor de z calculase então o valor do limite ótimo superior h Logo 43 Portanto para o Caso 3 temse que o limite ótimo inferior tem o valor de R8000295785 e o limite ótimo superior temse o valor de R32000887360 Comparando esses valores com os obtidos no caso real observase que os valores do limite ótimo superior e inferior diminuem ou seja quanto maior for a taxa de juros menor serão os limites ótimos Porém ainda que os valores tenham diminuído verificase que os valores de estoque mensal variam dentro do permitido pelo modelo não sendo necessário portanto que se tome alguma decisão gerencial Para fins de comparação temse a tabela 9 na qual é possível verificar os valores dos limites ótimos dos cinco casos os valores dos limites inferiores não ótimos e a taxa de juros utilizada Tabela 9 Comparação dos dados obtidos Para taxa de juros igual a 063 Limite Inferior Limite Ótimo Limite Ótimo Não Ótimo l Inferior z Superior h CASO REAL R 8000000000 R 8000434700 R 32001304100 CASO 0 R 6000000000 R 6000434700 R 24001304100 CASO 1 R 4000000000 R 4000434700 R 16001304100 CASO 2 R 2500000000 R 2500434700 R 10001304100 Mantendo o limite inferior como no caso real e aumentando a taxa de juros para 200 Limite Inferior Limite Ótimo Limite Ótimo Não Ótimo l Inferior z Superior h CASO 3 R 8000000000 R 8000295785 R 32000887360 Fonte Próprio autor Analisando a tabela 9 observase que para a mesma taxa de juros o Caso real e o Caso 1 apresentam um mesmo comportamento No entanto 44 observase uma diferença no estoque de segurança dos dois casos no valor de R4000000000 portanto se a companhia tomar a decisão de considerar o estoque de segurança como sendo a metade do valor atual como arbitrado no Caso 1 ainda sim de acordo com a aplicação do modelo de Miller e Orr não afetará o valor de estoque que continuará variando dentro dos limites corretos Dessa forma a unidade teria uma economia de R4000000000 Fazendo isso para as várias unidades e gerências da companhia o capital economizado seria significativamente grande Assim esse capital poderia ser investido em atividades que gerassem maior retorno de capital para a empresa 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho apresentado utilizou conceitos de gestão de estoques e conceitos de administração de caixa onde se destacou o uso de um modelo de otimização do fluxo de caixa A partir disso procurouse demonstrar uma forma alternativa para gerir estoques numa empresa do ramo de exploração e produção de petróleo Para tanto foi necessário realizar uma adaptação de um modelo utilizado para otimizar o caixa de uma empresa e implementálo na gestão de estoques Este modelo conhecido como modelo de Miller e Orr mostrou ser adaptável à gestão de estoques Os valores obtidos com o novo modelo demonstraram que o comportamento da evolução do material em estoque da empresa está variando dentro do aceitável Portanto em uma das quatro novas situações criadas pelo autor os resultados demonstraram que seria necessária uma ação gerencial quanto à redução do estoque Assim para auxiliar na tomada de decisão sobre como a gerência deve atuar nos estoques foi utilizada a classificação ABC com base no valor e quantidade de cada item pois assim seria possível classificar os itens quanto ao valor em estoque É importante deixar claro que a tomada de decisão não pode ser feita apenas tendo como base a classificação ABC Ainda que essa metodologia demonstre resultados aceitáveis e satisfatórios ela não leva em conta a criticidade operacional dos itens Dessa forma há a possibilidade de que mesmo um item tendo um baixo valor monetário este possa ser importante para uma operação na exploração e produção do petróleo Porém devese ressaltar que no presente trabalho o foco da tomada de decisão é no valor em estoque e portanto a classificação ABC é amplamente satisfatória Tendo como base o alto valor para o estoque de segurança como sendo de R8000000000 e ainda este sendo diretamente influenciável nos valores dos limites ótimos chegase à observação de que este valor é bastante conservador Fato é que em uma empresa na qual a necessidade de materiais é constante caso haja falta de algum deles isso pode vir a ocasionar perda na 46 produção No entanto um estoque de segurança em um valor extremamente alto gera custos também altos e desnecessários à companhia Portanto é interessante que se faça um estudo mais apurado objetivando descobrir mais precisamente se seria possível reduzir o valor do estoque de segurança pois de acordo com o resultado da aplicação do modelo caso isso seja possível haveria ganhos substanciais tanto na aplicação do valor que anteriormente seria destinado à compra de materiais para estoque quanto na diminuição dos custos para manter o estoque considerado desnecessário Portanto ficou claro que quanto maior for o valor do estoque de segurança maior serão os valores dos limites ótimos determinados pelo modelo de Miller e Orr Logo quanto mais precisamente for calculado o valor do estoque de segurança mais precisas serão as faixas dos limites ótimos Assim o valor em estoque irá variar numa faixa menor fazendo com que o nível de estoque nunca chegue em um valor que o modelo considera prejudicial para a companhia 51 PROPOSTA PARA FUTUROS ESTUDOS Tendo como base o estudo realizado utilizandose da classificação ABC tal metodologia não leva em conta a criticidade dos itens De acordo com a própria companhia para melhor classificação dos itens estes devem ser classificados de acordo com sua criticidade de operação porém como dito anteriormente no presente trabalho a companhia não tem este estudo ainda finalizado e este ainda se encontra em desenvolvimento A classificação dos itens de acordo com sua criticidade envolve parâmetros como SMS Segurança Meioambiente e Saúde ciclos de lead time competitividade do mercado fornecedor ganhos de escala novas tecnologias qualidade entre outros Logo esse estudo proposto poderá utilizar o modelo de Miller e Orr para determinar valores de limites ótimos que o estoque não pode ultrapassar envolvendo todos os parâmetros citados para classificar os materiais 47 juntamente com a classificação ABC fazendo com que o resultado seja ainda mais satisfatório para a companhia 6 REFERÊNCIAS ARNOLD J R Tony Administração de materiais Uma introdução 1 Ed São Paulo Atlas 1999 ASSAF NETO Alexandre Finanças Corporativas e Valor 3 ed São Paulo Atlas 2003 BALLOU Ronald H Gerenciamento da Cadeia de SuprimentosLogística Empresarial 5 Ed Porto Alegre Bookman 2006 CAMPOS Kilmer Administração e Análise Financeira e Orçamentária I Curso 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