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Psicologia ·
Psicanálise
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PUCRS/BIBLIOTECA CENTRAL - CÓPIA NOS TERMOS DA LEI 8.810/1998 E LEI 10.695/2003. CAPÍTULO 14\nOS LABIRINTOS PSÍQUICOS DA NEUROSE OBSESSIVA\nJEFFERSON SILVA KPFUG\nCAROLINA NEUMANN DE BARROS FALCÃO OCKHORN\nZANA FINKELSTEIN VERAS\nMÔNICA KÖTHER MACEDO\nA NEUROSE OBSESSIVA ESTEVE PRESENTE NOS ESCRITOS que marcaram o nascimento da Psicanálise. Apesar de ter nascido do trabalho freudiano a respeito do padecimento histérico, a Psicanálise também se ocupou de desenvolvimentos teóricos e técnicos a respeito da neurose obsessiva. A própria denominação de neurose obsessiva foi criada por Sigmund Freud (Green, 2003). As contribuições acerca desta configuração neurótica no texto freudiano apresentaram diferenças em relação à história. O conflito psíquico que trona a história de conversão e o que se desloca do objeto extremo na história de angústia encontra na neurose obsessiva o pensamento como elemento central da expressão do dor psíquica. O interesse de Freud por esta patologia foi precedido pelos estudos da Psiquiatria de sua época a respeito da obsessão. Assim, cabe afirmar a singularidade do estudo freudiano, o qual, a medida que adentrava o universo da obsessão, distanciava-se da concepção vigente até então que reduzia as manifestações ritualísticas a uma condição de loucura. Coube a Freud ocupar-se das complexas operações psíquicas que marcam a etiologia e a dinamicidade do sofrimento obsessivo. A LOUCURA DA DÚVIDA E DA IRRESOLUÇÃO\nO termo obsessão vem do latim obsessio, derivado de obside, que significa assédio, e seden, que significa assentar (Baravalle, Jorge, Ferrar & Vaccarezza, 1991). Entende-se por obsessão, bloquear; por no lugar (Capella, 1996). O dicionário aponta para os seguintes termos: impertinência, perseguição, vexação, ideia fixa e mania; preocupação com determinada ideia que domina oidentidade e o espírito e que pode ser resultante, ou não, de sentimentos recalcados (Ferrerira, 2004). O estudo das obsessões, data de um período recente na história, ao contrário da atenção dada à história (Mazurca, Lombardi & Lajonquière, 1987); inicialmente, os estudos eram equiparados à loucura. Na Psiquiatria clássica, assumiam-se as expressões loucura e loucura de fundo, lacuna assim: delírio do contanto, loucura idiota e idóneo do corpo para designar tais manifestações (Luca, 2003). Portanto, nesta perspectiva, as obsessões, O termo obsessivo foi utilizado pela primeira vez na psiquiatria francesa que, em 1853, publicou a sua primeira descrição das novas etapas nas manifestações obsessivas e suas variantes. Tais características, segundo Diazet, são evolutivas e não estancadas, apenas revelam o caráter constituinte obsessivo (Baravalle et al., 1997). As obsessões eram, em maior, descritas como ideias e atos compulsivos, repetitivos e ritualizados, tendo que as pessoas, afetadas por este mal, tenderiam a sofrer com pensamentos que ditariam repetições sempre nos mesmas temas (Capella, 1996). Estes indivíduos sofriam por que conviver constantemente, com dúvidas outras e pelo modo de cometer atos impulsivos. Por aparentemente serem comportamentos, Farei algumas resenhas entre obsessões e outras práticas, já que os pacientes que sofriam de obsessão não perdiam a razão (Baravalle et al., 1997). Segundo a tendência da época, em que a Psiquiatria clássica buscava definições claras e práticas das manifestações patológicas, e pelo método descritivo, a obsessão era entendida por seu caráter repetitivo e inflexível. Portanto, é percebida uma percepção indizível em destacar uma característica fundamental do funcionamento obsessivo: a dúvida e estado constante de suficiência. Apesar de se constatar um primeiro interesse pelo aspecto dinâmico inerente às obsessões, durante a segunda metade do século XIX, a etiologia desse padecimento ainda era totalmente alicerçada em concepções org. A INOVAÇÃO FREUDIANA FRENTE À NEUROSE OBSESSIVA\nEm oposição à Psiquiatria clássica, que classificava as obsessões como formas de loucura, Freud reduziu a associação entre obsessões e psicoses, transferindo sua compreensão para o campo das neuroses. Portanto, na neologia freudiana, aprofundaram-se as obsessões da história, o que levou à manifestação de uma nova forma de neurose obsessiva.\nNesse caminho, Freud inovou na distante visão da prática médica de seu tempo sobre a patologia, e o diálogo que estabeleceu com o discurso psiquiátrico possibilitou uma escuta diferenciada sobre o padecimento obsessivo, ultrapassando o âmbito do saber médico e enfatizando o próprio sujeito da experiência (Dolenzo, 2007).\nNo ano de 1894, em seu trabalho intitulado An neuroses de defesa, Freud mencionou pela primeira vez o termo neurose obsessiva (D'Alesandro, 1998). Neste texto, descreveu a origem da representação, obtida vinculada a uma ideia de falsa ligação, ou seja, uma carga afetiva, separada de sua respectiva ideia original, que se ligava a outras representações laterais. Cabe ressaltar a menção de Freud acerca deste processo de falsa ligação: “de desenvolver como desvio de conexão”, enfatizando a existência de um processo inconsciente.\nEste texto é um marco na teoria psicanalítica, uma vez que Freud se define, pela primeira vez, na descrição datada da neurose de defesa. Para tanto, retomou os seus conceitos sobre a história e aplicou os hábitos em pictogramas, alucinatórios, classificando todos esses fenômenos psíquicos como defesa - termo utilizado pela primeira vez - usadas contra uma representação inaceitável. A neurose obsessiva foi incluída nesta concepção de neurose de defesa, ou seja, como resultante de uma tentativa de defesa do aparelho psíquico. Na ano seguinte, Freud complementou as suas ideias no texto Obsessões e fobias. Seu mostrando próprio seu etiológico quando marcou que, na história, as obsessões e nas fobias, a defesa contra trauma não tolerável se referindo à representação dos mesmos (representação preconceituosa da situação), fazendo com que a mesma se tornasse “fraca”. Desta forma, o afeto fica só no considerado sendo terno uma ideia separada que se gera, tornando, assim, diferentes rumos que levaram a sintomas distintos: conversões, obsessões e medos.\nEm relação às obsessões e às fobias, Freud atribuiu a ambos um mecanismo psíquico similar ou com efeitos tênues. O ponto de convergência de ambos às manifestações refere-se à interna presença da angústia. As fobias são compreendidas neste texto de 1895 como resultados de um bloqueio de determinadas pulsões, cujas manifestações exigiriam uma força que elaborasse o mesmo. É importante notar que Freud contabiliza ainda, por diversas razões, raiva ou remorso. Além disso, as fobias e obsessões também são vistas como positivas. Em sua história, o que explicita é, de acordo com a conflitiva do pânico de uma estruturação psíquica não deve ser definida individualmente. ATOS OBSESSIVOS: RITUAIS, OBSESSÕES E TABUS\nNo processo de escrita freudiana, cada vez mais define-se a especificidade das conflítivas e dos processos próprios às manifestações obsessivas. A comparação estabelecida por Freud entre rituais, obsessões e tabus da neurose obsessiva com as práticas religiosas permite diferenciar e caracterizar as manifestações próprias no cerne da patologia.\nPartindo da noção do obsessivo como sintoma, Freud (1895) afirmou que “deis correspondentes são encontrados em toda obsessão: (i) uma representação que se impõe ao paciente, (ii) um estado emocional associado” (Freud, 1895/1984/1974, p. 77). Existem casos em que o estado emocional (ávida, naiva, remorso) permanece inalterado, enquanto a representação, ligada a história, é que explica a mudança. Além disso, para melhor descrever as obsessões, Freud, em seu artigo Atos obsessivos e práticas religiosas (Freud, 1907/1910), fez uma clara relação entre as práticas obsessivas e os comportamentos relacionados à religião, mostrando as suas semelhanças e diferenças. Foi a primeira incisão de Freud no estudo das religiões. Neste texto, as obsessões não apenas aparecem ligadas a patologia, mas também, eram vistas como naturais em determinados níveis - na vida cotidiana das pessoas.\nAs semelhanças entre os indivíduos afetados por doenças nervosas e que praticavam atos obsessivos e aqueles fiéis que expressavam sua devoção intrigavam Freud. Para ele, as pessoas que praticam cerimônias ritualísticas obsessivas com ritos religiosos faziam parte da mesma classe de pessoas que sofrem de pensamentos, ideias e impulsos neuróticos obsessivos, apontar as diferenças entre os dois. Acima destas semelhanças e diferenças, Freud (1907/1974) ressaltava serem os comportamentos obsessivos e compulsivos, independentemente de seu objeto, produtores de um sentido, um significado. ou com variáteis inseguros e planejadas. Aparentemente, não possuíam nenhum sentido para os sujeitos que as realizaram; no entanto, não conseguiam deixar de realizá-las, pois, se isto acontecesse, experimentariam angústia, obrigando-os a corrigir a omissão.\n\nNo ceremonial religioso, assim como no ato obsessivo, há consciência por parte de quem os realiza de que tudo deve ser feito de forma detalhada, sem interrupções na execução da sequência das atividades. Porém, o significado das minucias realizadas em rituais religiosos (posições, orações a serem formuladas, realização de orações em determinada ordem, etc.) possuem um sentido compartilhado entre os fiéis; enquanto que, nos comportamentos obsessivos individuais, os ritmos realizados parecem ter sentido algum, tendo conceitos como totens e absurdos.\n\nMesmo os rituais mais comuns, a vida de uma pessoa pode tornar-se uma obsessão. Por exemplo, ao ter de sair de casa toda manhã - o qual resulta-se por uma conta superior à que exigiria a necessidade da ação, como sair, correr, sair - podem surgir pequenas piadas íntimas, mediante pausas, ordenamento e repetição apenas, fazendo com que a situação original.\n\nAinda com relação a religião, Freud descreveu, na sua obra, a força que os seres religiosos, do fundo, possuem peculiares. Além dito, traçou um paralelo entre os comportamentos obsessivos dos religiosos e as práticas cotidianas diárias dos religiosos, dizendo que ambas as ações seriam medidas defensivas e protetorias. Portanto, os rituais obsessivos também permitem pensar em tentativas de expiação de culpa. Freud também ressaltou, neste texto, o fato de que as pessoas que sofrem de doenças e obsessões costumavam manifestar os seus pensamentos somente em situações nas quais existissem a sós, longe do contato social. Estar carente individual privado dos combines religiosos, na aparência como uma diferença em relação às práticas religiosas, assim, possuem um caráter público-comunitário. A neurose obsessiva estabelece-se como uma caricatura de uma espécie de religião privada, no paço que a religião seria considerada uma forma de obsessão ou ritual. Outra diferença destacada é que a neurose obsessiva assumiria diversas formas, em contraste com os rituais, constituindo-se ao tipo de religião face-ces, curtan-se para o texto, etc.\n\nLogo, o que nem mesmo está contrabalançando com os deuses presentes nos rituais religiosos que, ao associonar com o análise clínica que acaba por impor o sujeito sem qualquer tipo de impedimentos quanto a suas ações e seus pensamentos. Veja-se, assim, que os rituais, à necessidade e os tabus são tentativas de refrar e impedir a descarga do desejo pulsional. PENSAMENTO, ONIPOTÊNCIA E NARCISSISMO\n\nAinda em Totem e Tabu, Freud (1913[192-13]/1974) explora a onipotência do pensamento como característica primordial do funcionamento obsessivo. O pensamento onipotente está diretamente relacionado à manutenção de uma característica infantil alicerçada na persistência da modalidade de pensamento mágico.\n\nCabe ressaltar que, na infância, a necessária manutenção do estado de Eu ideal se dá por meio do recurso ao pensamento mágico e onipotente, de tal forma a garantir a ilusão de que o eu corresponde ao eu e o não eu. No decorrer da sexualidade infantil, será exigido de criança o progressivo e necessário abandono de prazeres eminentemente narcísicos em prol de outra condição de investimento, direcionado ao reconhecimento do valor dos outros. Freud (1913/1974) aponta para o tabu de contato possível para esta neurose obsessiva, o qual se restringe ao pensamento, não sendo permitido, além do contato físico, qualquer espécie de contexto intelectual pelo pensamento. Descreve o deslizamento destas proibições como obstáculos para o compartilhamento de situações, o que podem ser suspensos mediante a realização de certos atos, observando-se formas facilitadoras para a criação de atos cerimoniais.\n\nAo contar-se, mais detidamente, da análise dos sintomas obsessivos, Freud descreve a ambivalência presente no tabu de contato. A atitude ambivalente implica o reconhecimento do conflito entre o desejo de realização e a proibição para tal, a intensidade da proibição está diretamente ligada ao novo existente com a sua contrapartida inconsciente. Como escreveu Freud, \"a base do tabu é uma ação proibida para cuja realização existe uma forte inclinação do inconsciente\" (Freud 1913[192-13]/1974, p. 50). Esta crítica mostra que, a impossibilidade de chegar ao progresso, o desejo continua existindo e buscando uma forma de escapar do bloqueio estabelecido. Na medida em que busca novas formas de desejo, criam-se novas proibições, cada vez mais severas e restritivas. Assim, uma tensão é criada quando as ações obsessivas, a serviço da pulsão, aproximam-se da realização do desejo.\n\nDesta forma, a neurose obsessiva encontra no estabelecimento de tabus uma forma restritiva ao desejo que acaba por impor ao sujeito uma série de impedimentos quanto a suas ações e seus pensamentos. Veja-se, assim, que os rituais, às necessidades e os tabus são tentativas de refrar e impedir a descarga do desejo pulsional. A PRIMAZIA DO CARÁTER ANAL NA NEUROSE OBSESSIVA Retomando a concepção psicanalítica de formação de caráter, tem-se na vivência da sexualidade infantil os pontos de ancoragem para as características que marcam a personalidade do sujeito. Assim, a cada organização psíquica correspondem determinadas experiências, que vão sublimando e contratransferindo, geram traços de caráter. Abraham (1921/1970) desce a etapa que, em construção do caráter, os traços se arranjam de forma flexível e harmônica, enquanto que na patologia certos traços se enrijecem. No texto A formação do neurose obsessiva, Freud (1913/1974) afirma ser na organização do pré-genital sadico-anal que se enredam o caráter anal e a neurose obsessiva, uma vez que nesta última ocorre o fracasso do recaljamento. Já, nas formações de caráter anal extenso, as reações de recalque podem manifestar-se por via não sintomática, integrando-se às manifestações pulsionais na vida do sujeito sem dar à saúde psíquica. Desta forma, mesmo que as etnologias detrim que as diferenças transversais retenham a organização pré-genital sadico-anal, não significa que haja uma equivalência entre aspectos relacionados. Freud (1968/1974) já havia proposto em seu texto intitulado Caráter e escritor oral, a importância da etapa anal da sexualidade infantil na formação do caráter. Quanto às particularidades do caráter anal, força-se os comportamentos econômicos, ordens, tenazes ou espertalhões. O desentendimento da história da zona erógena anal e de vínculos desrespeiçois com o objeto primário por meio da zona rido a de aspectos relacionados a ele. Abraham (1921/1970) assinalava alguns dos efeitos do recalque-denegação do erotismo anal na vida de um indivíduo. Este pode, segundo o autor, manifestar-se amar a limpeza como resultado de mecanismo de formação reativa. Sendo assim, ao abrir a abrida na hora que o papel de experimentar o eu – passando a não mais suportar sujeira. A princípio, esta ponderação
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O interesse de Freud por esta patologia foi precedido pelos estudos da Psiquiatria de sua época a respeito da obsessão. Assim, cabe afirmar a singularidade do estudo freudiano, o qual, a medida que adentrava o universo da obsessão, distanciava-se da concepção vigente até então que reduzia as manifestações ritualísticas a uma condição de loucura. Coube a Freud ocupar-se das complexas operações psíquicas que marcam a etiologia e a dinamicidade do sofrimento obsessivo. A LOUCURA DA DÚVIDA E DA IRRESOLUÇÃO\nO termo obsessão vem do latim obsessio, derivado de obside, que significa assédio, e seden, que significa assentar (Baravalle, Jorge, Ferrar & Vaccarezza, 1991). Entende-se por obsessão, bloquear; por no lugar (Capella, 1996). O dicionário aponta para os seguintes termos: impertinência, perseguição, vexação, ideia fixa e mania; preocupação com determinada ideia que domina oidentidade e o espírito e que pode ser resultante, ou não, de sentimentos recalcados (Ferrerira, 2004). O estudo das obsessões, data de um período recente na história, ao contrário da atenção dada à história (Mazurca, Lombardi & Lajonquière, 1987); inicialmente, os estudos eram equiparados à loucura. Na Psiquiatria clássica, assumiam-se as expressões loucura e loucura de fundo, lacuna assim: delírio do contanto, loucura idiota e idóneo do corpo para designar tais manifestações (Luca, 2003). Portanto, nesta perspectiva, as obsessões, O termo obsessivo foi utilizado pela primeira vez na psiquiatria francesa que, em 1853, publicou a sua primeira descrição das novas etapas nas manifestações obsessivas e suas variantes. Tais características, segundo Diazet, são evolutivas e não estancadas, apenas revelam o caráter constituinte obsessivo (Baravalle et al., 1997). As obsessões eram, em maior, descritas como ideias e atos compulsivos, repetitivos e ritualizados, tendo que as pessoas, afetadas por este mal, tenderiam a sofrer com pensamentos que ditariam repetições sempre nos mesmas temas (Capella, 1996). Estes indivíduos sofriam por que conviver constantemente, com dúvidas outras e pelo modo de cometer atos impulsivos. Por aparentemente serem comportamentos, Farei algumas resenhas entre obsessões e outras práticas, já que os pacientes que sofriam de obsessão não perdiam a razão (Baravalle et al., 1997). Segundo a tendência da época, em que a Psiquiatria clássica buscava definições claras e práticas das manifestações patológicas, e pelo método descritivo, a obsessão era entendida por seu caráter repetitivo e inflexível. Portanto, é percebida uma percepção indizível em destacar uma característica fundamental do funcionamento obsessivo: a dúvida e estado constante de suficiência. Apesar de se constatar um primeiro interesse pelo aspecto dinâmico inerente às obsessões, durante a segunda metade do século XIX, a etiologia desse padecimento ainda era totalmente alicerçada em concepções org. A INOVAÇÃO FREUDIANA FRENTE À NEUROSE OBSESSIVA\nEm oposição à Psiquiatria clássica, que classificava as obsessões como formas de loucura, Freud reduziu a associação entre obsessões e psicoses, transferindo sua compreensão para o campo das neuroses. Portanto, na neologia freudiana, aprofundaram-se as obsessões da história, o que levou à manifestação de uma nova forma de neurose obsessiva.\nNesse caminho, Freud inovou na distante visão da prática médica de seu tempo sobre a patologia, e o diálogo que estabeleceu com o discurso psiquiátrico possibilitou uma escuta diferenciada sobre o padecimento obsessivo, ultrapassando o âmbito do saber médico e enfatizando o próprio sujeito da experiência (Dolenzo, 2007).\nNo ano de 1894, em seu trabalho intitulado An neuroses de defesa, Freud mencionou pela primeira vez o termo neurose obsessiva (D'Alesandro, 1998). Neste texto, descreveu a origem da representação, obtida vinculada a uma ideia de falsa ligação, ou seja, uma carga afetiva, separada de sua respectiva ideia original, que se ligava a outras representações laterais. Cabe ressaltar a menção de Freud acerca deste processo de falsa ligação: “de desenvolver como desvio de conexão”, enfatizando a existência de um processo inconsciente.\nEste texto é um marco na teoria psicanalítica, uma vez que Freud se define, pela primeira vez, na descrição datada da neurose de defesa. Para tanto, retomou os seus conceitos sobre a história e aplicou os hábitos em pictogramas, alucinatórios, classificando todos esses fenômenos psíquicos como defesa - termo utilizado pela primeira vez - usadas contra uma representação inaceitável. A neurose obsessiva foi incluída nesta concepção de neurose de defesa, ou seja, como resultante de uma tentativa de defesa do aparelho psíquico. Na ano seguinte, Freud complementou as suas ideias no texto Obsessões e fobias. 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Além disso, para melhor descrever as obsessões, Freud, em seu artigo Atos obsessivos e práticas religiosas (Freud, 1907/1910), fez uma clara relação entre as práticas obsessivas e os comportamentos relacionados à religião, mostrando as suas semelhanças e diferenças. Foi a primeira incisão de Freud no estudo das religiões. Neste texto, as obsessões não apenas aparecem ligadas a patologia, mas também, eram vistas como naturais em determinados níveis - na vida cotidiana das pessoas.\nAs semelhanças entre os indivíduos afetados por doenças nervosas e que praticavam atos obsessivos e aqueles fiéis que expressavam sua devoção intrigavam Freud. Para ele, as pessoas que praticam cerimônias ritualísticas obsessivas com ritos religiosos faziam parte da mesma classe de pessoas que sofrem de pensamentos, ideias e impulsos neuróticos obsessivos, apontar as diferenças entre os dois. 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Outra diferença destacada é que a neurose obsessiva assumiria diversas formas, em contraste com os rituais, constituindo-se ao tipo de religião face-ces, curtan-se para o texto, etc.\n\nLogo, o que nem mesmo está contrabalançando com os deuses presentes nos rituais religiosos que, ao associonar com o análise clínica que acaba por impor o sujeito sem qualquer tipo de impedimentos quanto a suas ações e seus pensamentos. Veja-se, assim, que os rituais, à necessidade e os tabus são tentativas de refrar e impedir a descarga do desejo pulsional. PENSAMENTO, ONIPOTÊNCIA E NARCISSISMO\n\nAinda em Totem e Tabu, Freud (1913[192-13]/1974) explora a onipotência do pensamento como característica primordial do funcionamento obsessivo. O pensamento onipotente está diretamente relacionado à manutenção de uma característica infantil alicerçada na persistência da modalidade de pensamento mágico.\n\nCabe ressaltar que, na infância, a necessária manutenção do estado de Eu ideal se dá por meio do recurso ao pensamento mágico e onipotente, de tal forma a garantir a ilusão de que o eu corresponde ao eu e o não eu. No decorrer da sexualidade infantil, será exigido de criança o progressivo e necessário abandono de prazeres eminentemente narcísicos em prol de outra condição de investimento, direcionado ao reconhecimento do valor dos outros. Freud (1913/1974) aponta para o tabu de contato possível para esta neurose obsessiva, o qual se restringe ao pensamento, não sendo permitido, além do contato físico, qualquer espécie de contexto intelectual pelo pensamento. Descreve o deslizamento destas proibições como obstáculos para o compartilhamento de situações, o que podem ser suspensos mediante a realização de certos atos, observando-se formas facilitadoras para a criação de atos cerimoniais.\n\nAo contar-se, mais detidamente, da análise dos sintomas obsessivos, Freud descreve a ambivalência presente no tabu de contato. A atitude ambivalente implica o reconhecimento do conflito entre o desejo de realização e a proibição para tal, a intensidade da proibição está diretamente ligada ao novo existente com a sua contrapartida inconsciente. Como escreveu Freud, \"a base do tabu é uma ação proibida para cuja realização existe uma forte inclinação do inconsciente\" (Freud 1913[192-13]/1974, p. 50). Esta crítica mostra que, a impossibilidade de chegar ao progresso, o desejo continua existindo e buscando uma forma de escapar do bloqueio estabelecido. Na medida em que busca novas formas de desejo, criam-se novas proibições, cada vez mais severas e restritivas. Assim, uma tensão é criada quando as ações obsessivas, a serviço da pulsão, aproximam-se da realização do desejo.\n\nDesta forma, a neurose obsessiva encontra no estabelecimento de tabus uma forma restritiva ao desejo que acaba por impor ao sujeito uma série de impedimentos quanto a suas ações e seus pensamentos. Veja-se, assim, que os rituais, às necessidades e os tabus são tentativas de refrar e impedir a descarga do desejo pulsional. A PRIMAZIA DO CARÁTER ANAL NA NEUROSE OBSESSIVA Retomando a concepção psicanalítica de formação de caráter, tem-se na vivência da sexualidade infantil os pontos de ancoragem para as características que marcam a personalidade do sujeito. Assim, a cada organização psíquica correspondem determinadas experiências, que vão sublimando e contratransferindo, geram traços de caráter. Abraham (1921/1970) desce a etapa que, em construção do caráter, os traços se arranjam de forma flexível e harmônica, enquanto que na patologia certos traços se enrijecem. No texto A formação do neurose obsessiva, Freud (1913/1974) afirma ser na organização do pré-genital sadico-anal que se enredam o caráter anal e a neurose obsessiva, uma vez que nesta última ocorre o fracasso do recaljamento. Já, nas formações de caráter anal extenso, as reações de recalque podem manifestar-se por via não sintomática, integrando-se às manifestações pulsionais na vida do sujeito sem dar à saúde psíquica. Desta forma, mesmo que as etnologias detrim que as diferenças transversais retenham a organização pré-genital sadico-anal, não significa que haja uma equivalência entre aspectos relacionados. Freud (1968/1974) já havia proposto em seu texto intitulado Caráter e escritor oral, a importância da etapa anal da sexualidade infantil na formação do caráter. Quanto às particularidades do caráter anal, força-se os comportamentos econômicos, ordens, tenazes ou espertalhões. O desentendimento da história da zona erógena anal e de vínculos desrespeiçois com o objeto primário por meio da zona rido a de aspectos relacionados a ele. Abraham (1921/1970) assinalava alguns dos efeitos do recalque-denegação do erotismo anal na vida de um indivíduo. Este pode, segundo o autor, manifestar-se amar a limpeza como resultado de mecanismo de formação reativa. Sendo assim, ao abrir a abrida na hora que o papel de experimentar o eu – passando a não mais suportar sujeira. A princípio, esta ponderação