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Psicologia Social
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Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 95 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Contribuições da PsiCologia soCial à formação de rePresentações soCiais que PresCindam de PreConCeito um relato de exPeriênCia Contributions of soCial psyChology to the formation of soCial representations that surrender of prejudiCe an a experienCe report José Tadeu ACUNA1 Nilma Renildes da SILVA2 Resumo Relatase neste artigo ações desenvolvidas durante uma experiência de extensão universitária mediadas pela psicologia social e a categoria de análise das Representações Sociais A prática aconteceu em um Centro de Referência de Assistência Social com seis adolescentes cuja temática dos encontros circunscreveu a questão da sexualidade humana com enfoque sobre a homoafetividade Durante as discussões com os participantes identificouse preconceitos na sua forma de relacionar com pessoas homossexuais expresso em sentimentos como nojo e atitudes de distanciamento Nesta direção elaborouse quatro encontros de caráter psicoeducativo para que fossem construídas novas representações sociais que prescindissem de preconceito As ações extensionistas favorecem a humanização de grupos historicamente marginalizados os quais estão inseridos em contextos possibilitadores de violência entretanto somente isso não basta são necessárias iniciativas que visam à transformação no modo de produção social de forma a gerir condições equânimes e igualitárias de acesso a bens e serviços socialmente estabelecidos PalavrasChave Psicologia Social Homoafetividade Educação em Direitos Humanos introdução Este artigo apresenta intervenções desenvolvidas ao longo da execução do projeto de extensão Direitos Humanos ética e educação para promoção de relações sociais que prescindam do uso da violência realizado em uma cidade de médio porte do interior paulista especificamente em um Centro de Referência em Assistência Social CRAS Tratase de um projeto voltado para o atendimento à população em situação de risco que convive em meio às relações sociais permeadas pelo uso da violência sendo que neste trabalho apresentaremos uma das frentes realizadas com jovens adolescentes Desde o início do projeto o CRAS incorporou as atividades extensionistas em seu expediente desta forma os usuários dos serviços têm a possibilidade de participar das iniciativas ofertadas pela faculdade pública por meio 1 Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem da UNESP de Bauru doutorando pelo mesmo programa Email tadeuacunagmailcom httpsorcidorg0000000233596395 2 doutorado em Educação Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2006 Professora de Psicologia Social e Supervisora de Estágio em Psicologia Social e Comunitária da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho BauruSP Email nilmarsifcunespbr httpsorcidorg0000 000184583431 httpsdoiorg1036311223651922020v21n0107p95 96 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R da extensão tais como o desenvolvimento de grupos de jovens e adultos tangenciando diversas temáticas relacionadas as suas vivências Optouse pela psicologia social como abordagem para subsidiar nossas intervenções de caráter psicoeducativo embasadas nos princípios da Educação em Direitos Humanos Dessa forma compreendese que o pensar sentir e agir das pessoas são construídos a partir de suas relações sociais mediadas por elementos semióticos em um processo de apropriação dos conteúdos culturais construídos pela humanidade e convertidos em instrumentos psicológicos que permitem os indivíduos interpretar sua realidade e atuar sobre ela mediados pela linguagem De acordo com Lane 2017 a psicologia social preocupase em analisar a estrutura da atividade de produção da existência singular de cada indivíduo interseccionada com a produção da vida coletiva em outras palavras toda ação humana está marcada por conteúdos que foram apropriados de uma estrutura social convertidos em consciência da realidade e objetivadas em sua relação com o mundo exterior Segundo a autora o estudo sobre os grupos sociais são de extrema importância para se conhecer a forma como os indivíduos estão representando a realidade e atuando nela pois os grupos constituemse como elementos mediadores entre indivíduo e sociedade Por meio das relações as pessoas aprendem a fazer parte da realidade social em que vivem sendo assim entendemos que se aprende a participar da sociedade e fazer parte dela com isso a Educação mais especificamente os processos educacionais despontam como possibilidades de humanização pois proporciona aos indivíduos condições de apropriação do patrimônio cultural produzido ao longo da história dos homens Este conteúdo internalizado será a base para o avanço das capacidades psicológicas a saber pensamento linguagem imaginação projeção de ações etc Tais funções permitem ao indivíduo representar sua realidade e nortear suas ações pautadas na interpretação de sua vivência objetiva Para se compreender como a representação de cada indivíduo está sendo construída é imprescindível reconhecer o modo de produção da materialidade social entendido como a base em que o indivíduo se desenvolve em outras palavras fazse necessário identificar os valores compartilhados e apropriados nas e pelas relações sociais De acordo com Lane 2017 o Capitalismo sendo o modo de produção vigente organiza e estrutura as sociedades em classes em que a dominante determina as condições de sociabilidade as formas de se pensar sentir e agir em relação à realidade e a si mesmo Para Guareschi 1998 na sociedade capitalista a Ideologia não é meramente um conjunto de valores que norteiam as práticas sociais mas sim tem a função de manter a classe dominante no poder O autor denuncia que a burguesia recorre às estratégias como a manipulação da mídia e da política para veicular e estabelecer ideias cuja finalidade é impedir a consciência crítica acerca desse sistema social Ademais este mesmo grupo intenta limitar o acesso à produção cultural humana tais como os direitos a educação transporte moradia saúde etc Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 97 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Com a regulação feita pela classe dominante ela gere condições sociais que contribuem para a formação de representações fragmentadas da vida cotidiana não permitindo um conhecimento aprofundado e científico dos fenômenos vividos pelas pessoas Nesta direção notase uma ação violenta de coerção de direitos universais pois exclui o indivíduo do direito de se apropriar dos instrumentos que simbolizam as máximas capacidades humanas tal como a Educação Chauí 1998 p3 define Violência como 1 Violência é tudo o que age usando a força para ir contra a natureza de algum ser é desnaturar 2 todo ato de força contra a espontaneidade a vontade e a liberdade de alguém é coagir constranger torturar brutalizar 3 todo ato de violação da natureza de alguém ou de alguma coisa valorizada positivamente por uma sociedade é violar 4 todo ato de transgressão contra aquelas coisas e ações que alguém ou uma sociedade define como justas e como um direito 5 conseqüentemente violência é um ato de brutalidade sevícia e abuso físico eou psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão intimidação pelo medo e pelo terror Para Vázquéz 1990 MartimBaró 1997 e Silva 2004 os homens sempre utilizaram da violência para a transformação da natureza porém com o seu desenvolvimento social ela a violência ganhou um caráter pervasivo potencial e implícito no sentido da aplicação da força ou de instituição de recursos com vista a desumanização de um grupo de pessoas por exemplo péssimas condições de serviços de saúde educação assistência social moraria e transporte É neste contexto permeado por injustiças e negação da dignidade humana que a Extensão Universitária encontra seus desafios a interação transformadora entre os espaços acadêmicos com demais setores da sociedade a fim de colaborar à construção de uma sociedade mais justa levando os saberes científicos produzidos pelas Instituições de Ensino Superior até a comunidade com vistas ao fortalecimento e instrumentalização de grupos historicamente marginalizados para combater e superar condições desumanizantes impostas pelo sistema de produção social BRASIL 2015 Nesta interação entre Universidade e Comunidade todos se beneficiam pois neste contexto é aberto um espaço de aprendizagem diferente daquele tradicional da sala de aula que demanda do estudante extensionista a conversão do saber teórico em saber prático promovendo assim uma formação profissional de qualidade E para os cidadãos da Comunidade são proporcionadas oportunidades extirpadas de seu cotidiano por exemplo a Educação em Direitos Humanos De acordo com Freire 2001 p99 98 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R A educação para os direitos humanos na perspectiva da justiça é exatamente aquela educação que desperta os dominados para a necessidade da briga da organização da mobilização crítica justa democrática séria rigorosa disciplinada sem manipulações com vistas à reinvenção do mundo à reinvenção do poder FREIRE 2001 p 99 Marinho 2012 p51 complementa que a Educação em Direitos Humanos pode ser entendida como um conjunto de processos educativos formais e não formais orientados para a construção de uma cultura de respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da liberdade da justiça da igualdade da solidariedade da cooperação da tolerância e da paz A Educação em Direitos Humanos é de extrema importância para a superação de relações que prescindam do uso da violência principalmente quando consultamos dados estatísticos sobre homofobia no Brasil De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos BRASIL 2018 houve um aumento de 127 nos casos de assassinatos contra Lésbicas Bissexuais Gays Travestis e Transsexuais LGBT entre os anos de 2016 e 2017 no Brasil passando de 85 mortes para 193 Os dados supracitados referentes aos atos de homofobia revelam o atual e crescente preconceito em relação ao público LGBT devido a sua orientação do desejo sexual e afetivo que cotidianamente é representada no imaginário coletivo ora como uma escolha pessoal doentia ora como falta de caráter MISKOLCI 2007 Representação oposta à propalada pela Organização Mundial da Saúde que compreende o conceito de sexualidade como algo inerente ao ser humano e a sua busca por prazer e satisfação a qual abrange o vivenciar de seu gênero orientação do desejo afetivo sexual erotismo intimidade e identidade OMS 2017 A teoria sobre a categoria de análise Representações Sociais RS permite a compreensão de como está sendo construído o pensar sentir e agir em relação as pessoas de orientação homoafetivas Jodelet 2001 explica que as RS são construídas a partir das relações interpessoais cujo plano de fundo é a materialidade social Dependendo da história de cada indivíduo o qual está inserido em um contexto sócio politico e econômico este se apropriará dos elementos semióticos dispostos pela cultura que funcionará como base para o reconhecimento e interpretação da realidade pessoal e social a qual vive Nesta direção as RS são sistemas de conhecimento que orientam a comunicação e a compreensão do contexto social abarcando tanto a relação com o outro quanto consigo mesmo sendo possível detectar os valores compartilhados pela sociedade e apropriados pelos indivíduos além de fornecer elementos para a compreensão de suas atitudes conceito este entendido como a predisposição de pensar sentir e agir em contexto social Rocha e Rangel 2016 em seu estudo de revisão narrativa buscou analisar questões relacionadas a homossexualidade mediadas pela RS em artigos indexados na Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 99 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Scientific Eletronic Library Online Scielo e publicados entre 2000 e 2015 Foram localizados e analisados sete artigos que abordavam a temática homossexualidade à luz das RS De forma geral as investigações levantadas preocupavamse em conhecer as explicações sobre a origem do desejo homoafetivo posicionamentos de estudantes frente adoção de crianças por casais homossexuais crenças e atitudes de grupos religiosos sobre a homossexualidade concordância de estudantes sobre o casamento entre pessoas do mesmo gênero concepções de adolescentes escolares sobre a homossexualidade valores atribuídos às pessoas de orientação do sexual homoafetiva no mercado de trabalho A respeito das justificativas sobre a origem da homossexualidade foi possível localizar explicações que a entendem como distúrbio de ordem biológica maior número de posicionamentos contrários à adoção e o casamento entre pessoas do mesmo gênero desvalorização social da pessoa homossexual no mercado de trabalho Rocha e Rangel 2016 concluíram que passados quinze anos ainda existe preconceito em relação ao grupo de pessoas homoafetivas desvalorizadas e colocadas em situação desfavorável quando comparado com outros do grupo heteronormativo Lacerda Pereira e Camino 2002 objetivaram conhecer as RS sobre homossexualidade e as formas como elas se expressam para isso construíram um instrumento de coleta segmentado em escalas do tipo Likert a saber de rejeição à intimidade que descreve situações do cotidiano relacionadas à existência ou não de intimidade com homossexuais escala de expressão emocional em relação a homossexuais escala de explicação da homossexualidade dividida em justificativas de ordem biológica éticomorais religiosas psicológicas e psicossociais Aplicaram o questionário em duzentos e vinte estudantes e analisaram quantitativamente as respostas obtidas das quais três quartos indicaram preconceito explícito e sutil em relação a manter contato com pessoas homossexuais e as justificativas sobre a origem da homossexualidade assentamse em opiniões da ordem éticomoral e biológica Os autores concluíram que a investigação sobre o preconceito mediada pelas RS contribui para o desvelamento e denúncia de relações preconceituosas Colares Silva Freitas 2015 Pinho e Nascimento 2016 afirmam a existência de estereótipos sobre a homossexualidade veiculados pelo cinema e televisão De acordo com os autores a pessoa homossexual é geralmente representada por aquelas mídias ora como homens com trejeitos afeminados ora caricaturais e cômicos relacionados às profissões ligadas à estética e moda Ainda é possível dizer que atualmente pouco aparece a figura da mulher homoafetiva nas telenovelas e a questão da transsexualidade é praticamente inexistente A partir destas constatações Colares Silva Freitas 2015 Pinho e Nascimento 2016 concluem que o cinema e a televisão retratam a representação da grande maioria das pessoas sobre a homossexualidade a qual indica preconceitos e estereótipos A Psicologia pode contribuir com a transformação do cenário indicado Por meio de intervenções ancoradas na Educação para os Direitos Humanos é possível 100 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R reconstruir RS que prescindam do preconceito e desconstruir mitos e estereótipos sobre a pessoa homossexual CFP 2014 Nesta direção objetivamos descrever e analisar o processo grupal realizado com adolescentes sobre a temática Homossexualidade durante a execução do projeto de extensão Direitos Humanos ética e educação para promoção de relações sociais que prescindam do uso da violência Especificamente relataremos 1 a análise das concepções e atitudes dos adolescentes relacionadas à homossexualidade mediada pelas RS 2 as práticas de intervenção realizadas junto aos jovens para desconstrução de mitos e estereótipos sobre a sexualidade humana ProCedimentos metodológiCos A Psicologia Social foi escolhida para subsidiar o trabalho desenvolvido Lane 2017 afirma o compromisso daquela psicologia com os grupos historicamente marginalizados que tiveram seus direitos aviltados e foram impedidos de participar dos processos de desenvolvimento social devido ao modo de produção econômico Nesta direção as intervenções visam à humanização dos envolvidos de forma a instrumentalizálos para a compreensão e transformação da sua realidade Optouse pelo processo grupal como forma de trabalho pois o grupo favorece o compartilhamento de experiências a identificação de valores pessoais e possibilita o confrontamento de atitudes e sentimentos oriundos da cotidianidade vivida além do mais favorece o fortalecimento de vínculos entre os participantes e o aprendizado coletivo por meio do diálogo dirigido Em outras palavras o grupo canaliza sentimentos emoções e necessidades facilitando o conhecimento das representações que os indivíduos formulam e indica como eles estão se relacionando consigo e com os outros Neste direcionamento a categoria de análise RS mediou o trabalho desenvolvido pois elas são modalidades de conhecimento prático orientadas para a comunicação e para a compreensão do contexto social material e ideativo em que vivemos São conseqüentemente formas de conhecimento que se manifestam como elementos cognitivos imagens conceitos categorias teorias mas que não se reduzem jamais aos componentes cognitivos SPINK 1993 p300 Ao longo da prática desenvolvida na extensão universitária mediada pela categoria de análise das RS foi possível conhecer como os participantes representavam o fenômeno sexualidade com maior ênfase na homossexualidade A partir da compreensão dos significados emergidos podese constatar a existência de preconceito para com pessoas consideradas homossexuais Falas do tipo não gostaria de ser amigo de um homossexual isso deve ser doença Atribuições de nomes pejorativos bem como piadas que desqualificam e diminuem sujeitos desta orientação do desejo sexual e afetivo foram muito recorrentes ao se debater o assunto Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 101 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Considerando este contexto concebeu ser necessário intervir junto ao grupo de forma a desconstruir estes tipos de representações para tanto elaborouse algumas temáticas a serem trabalhadas com os jovens com o intuito de transformar estas relações preconceituosas em outras baseadas no respeito e dignidade As atividades do projeto de extensão foram realizadas em um CRAS localizado em um bairro periférico de uma cidade do interior do oeste paulista Os serviços ofertados são voltados para crianças adolescentes adultos e idosos que variam desde o fortalecimento de vínculos socioafetivos fornecimento alimentaçãorefeição até proposições de atividades socioeducativas Especificamente a experiência com o grupo de jovens aqui relatada aconteceu ao longo do ano de 2013 Participaram seis adolescentes do gênero masculino na faixa etária entre 14 e 16 anos usuários dos serviços disponibilizados pelo CRAS Cabe pontuar que era prevista a participação destes jovens no projeto de extensão devido ao convênio estabelecido entre a instituição com a Universidade Com o grupo supracitado trabalhouse por meio do processo grupal questões relacionadas à sexualidade orientação profissional autoconhecimento e violência Os encontros aconteciam às quintasfeiras das 14 às 15 horas As intervenções tinham caráter informativo e psicoeducativo sobre os assuntos abordados durante os encontros Durante as discussões referentes a sexualidade humana surgiu a necessidade de conhecer relação dos participantes com esta temática neste sentido fomentou se um debate norteado pelos seguintes questionamentos 1 qual a concepção que esses adolescentes têm sobre o conceito de sexualidade orientação sexual e com quem esse assunto é discutido no dia a dia 2 quais e que tipo de informações tem sobre sexualidade e sua fonte de obtenção 3 desenvolvem relações próximas com alguma pessoa de orientação homossexual 4 quais são seus sentimentos emoções e explicações acerca da homossexualidade 5 cometeram ou cometem algum tipo de violência voltado ao grupo de pessoas homossexuais Cabe pontuar que os questionamentos elaborados foram construídos considerando os estudos de Lacerda Pereira e Camino 2002 Em sua investigação os autores identificaram como os indivíduos estavam representando questões relacionadas a homoafetividade Dessa forma após conhecer as RS dos participantes do processo grupal as quais denotaram preconceito podese pensar em meios de conduzir outras discussões a fim de desconstruir mitos e esteriótipos relacionados a sexualidade humana com maior enfoque sobre a homossexualidade Durante os encontros um dos autores tomou nota dos diálogos apresentados pelos participantes e posteriormente as organizou e analisou mediado pela teoria das RS recorrendo às orientações de Spink 1993 que são leitura flutuante do material a fim de avaliar se as respostas correspondiam à pergunta definição do objeto e ou fenômeno da representação e as explicações sugeridas pelos participantes os quais deveriam localizar o núcleo central do que se representa ou seja como cada 102 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R indivíduo conceitua e explica o que se almeja conhecer reconhecimento dos sentidos pessoais atribuídos ao fenômeno estudado elaboração de inferências e explicações à luz da teoria da investigação resultados e disCussão As representações sobre sexo sexualidade e orientação sexual são análogas e fazem menção apenas ao ato sexual em si e ao órgão genital masculino A fonte de informações sobre este assunto advém das conversas com amigos sites de vídeos da internet novelas e músicas A escola somente foi apontada por três participantes e em seu relato mencionaram as aulas de ciências sobre a reprodução e fecundação entre casais heterossexuais Ademais a questão sobre sexualidade não é discutida com a família dois participantes comentaram que tal assunto não pode ser abordado com os responsáveis pois se constitui como pecado Por fim a totalidade dos participantes indicou que sexo é algo bom e sabem tudo a respeito desta prática Todos os adolescentes afirmaram que não tem colegas homossexuais e não consideram problema em têlos entretanto preferem manter distância destas pessoas pois poderiam ser alvo de chacotas por parte de seus amigos Complementando este dado para eles caçoar e atribuir apelidos pejorativos às pessoas de orientação homoafetiva não se constitui como ato de violência sendo apenas uma brincadeira mas não gostariam de ser alvo das mesmas Relataram não presenciar ou cometer algum tipo de agressão ou ato violento contra homossexuais Os seis jovens têm dificuldades para estabelecer e manter contato com alguém daquela orientação principalmente aqueles com expressões afeminadas Eles assinalaram que sentiram por muitas vezes nojo e nunca amor em relação a homossexuais Respeito admiração desprezo e raiva foram indicados em unanimidade como às vezes Por fim três participantes explicaram a homossexualidade como uma escolha que denota falta de respeito e pecado a qual deveria ser revista e repensada Um dos participantes entende como uma doença e acha que a pessoa deveria procurar um médico o restante apontou a necessidade das pessoas homossexuais modificarem o caráter Analisadas as respostas à luz das RS verificase o preconceito em relação às pessoas homossexuais tanto em nível de concepção quanto de ações denotando atitudes violentas mesmos que os participantes concebam este tipo de posicionamento como não violento Ademais preferem manter distância delas pois tem nojo e medo de serem taxados como iguais e sofrerem com chacotas dos amigos Neste sentido os grupos aos quais os adolescentes pertencem também orientam suas práticas sociais desta maneira pois indicaram não ter nenhum amigo homossexual e também não gostariam de ter Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 103 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles A mediação realizada pela RS permitiu conhecer como os conhecimentos sociais dos adolescentes estão sendo elaborados e propagados em relação às pessoas não enquadradas em um padrão heteronormativo Para Jodelet 2001 analisar as RS significa atentar para a fonte de informação que contribui para a formação daquelas representações as explicações justificam o conceito dos indivíduos sobre determinado fenômeno e as atitudes relacionadas a ele Nesta direção foram três tópicos que se destacaram no processo de análise das RS o papel da mídia e da escola como fonte de informação sobre sexualidade humana os sentimentos relacionados à pessoa homossexual e as justificativas para suas atitudes em relação a este grupo Autores como Lacerda Pereira e Camino 2002 e Rocha e Rangel 2016 explicam o preconceito contra o indivíduo homossexual apresentado de várias formas podendo ser constatado pelas justificativas da origem da homossexualidade Crenças de que esta orientação do desejo sexual afetivo devese unicamente à dimensão biológica geralmente ganha uma conotação de distúrbio ou doença por outro lado afirmar que é uma questão de escolha recorrentemente atribuise a ela um caráter imoral a ser corrigido Estas formas de se explicar a homossexualidade apareceram no discurso dos adolescentes em um primeiro momento de forma sutil porém ao questioná los sobre a manutenção de vínculos com essas pessoas logo foram contrários a isso e afirmaram sentimentos negativos como raiva ódio e nojo Neste caso notase a apresentação direta de rejeição ou seja existe um preconceito flagrante em relação aos homossexuais Ao articular as dimensões cognitivas e sociais das RS é possível identificar alguns aspectos do campo afetivo vivenciado pelos indivíduos Neste direcionamento afirmase que é fundamental conhecer como a pessoa define e explica algo e como se relaciona afetivamente para que seja viável verificar a coerência entre o fazer e sentir desdobrandose na existência ou não de preconceitos Segundo Jodelet 2001 o conteúdo das informações apropriadas pelos indivíduos em suas relações sociais contribui para a forma como eles agem Durante a ação desenvolvida com os adolescentes eles relataram que se informavam sobre sexualidade humana por meio da mídia e das aulas de ciências as quais abordavam unicamente a temática da reprodução biológica Esta condição de apropriação contribuiria para a formação de RS providas de preconceitos A mídia tende a reproduzir ideias do senso comum almejando gerar lucro por meio deste canal em um processo que cativa e gera prazer para quem consome seu material Dessa forma por se constituir como uma ferramenta de comunicação em massa reitera valores presentes na sociedade ou gera outros convenientes a reprodução da ideologia de um determinado grupo no poder Sendo assim a mídia constrói e legitima significados e identidades que regulam o comportamento das pessoas 104 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R Colares Silva e Freitas 2015 Pinho e Nascimento 2016 informam que geralmente a pessoal homossexual é representada no cinema e na televisão como um sujeito afeminado caricatural que está relacionado às profissões que não são consideradas pertencentes ao gênero masculino para além destes estereótipos poucas são as ações que endossam o respeito à diversidade Socialmente é compartilhado um padrão de ser homossexual e gay que limita a pessoa nesta sua condição e desconsidera a existência de outras características e peculiaridades da sua identidade Reconhecendo que a mídia apropriase das ideias compartilhadas pelo senso comum e as divulga de forma a seduzir quem irá consumilas não se pode deixar de pontuar o aspecto histórico da representação coletiva da homossexualidade Nem sempre ela foi concebida como algo negativo mas o estigma foi estabelecido com maior ênfase a partir da conquista do poder pela igreja católica e a difusão do catolicismo nas mais diferentes sociedades Com isso a sexualidade de gays e lésbicas passou a ser concebida como um desvio pois agiria contra a lei natural divina que associa sexo a reprodução No período da idade moderna com a medicina ocupando lugar de destaque na sociedade determinouse que a homossexualidade seria uma espécie de transtorno da ordem biológica carente de tratamento Atualmente muito se tem avançado sobre os direitos dos grupos LGBTs porém ainda coexistem as representações supracitadas Concordase com Miskolci 2007 p118 apesar dos avanços na percepção social sobre os parceiros do mesmo sexo não há duvida de que suas vidas amorosas ainda são reduzidas à sexualidade e sob a necessidade de controle Todos estes saberes propalados sobre a homossexualidade favorece a formação de RS que não a compreende em seu aspecto multideterminado colaborando para a consolidação de práticas violentas em relação a este grupo de pessoas Outros fatores também estimulam atitudes violentas e preconceituosas em relação às pessoas homossexuais Para Silva 2004 os preconceitos são falsos juízos de valores hierarquizados normalmente tem a função de classificar fenômenos em determinada ordem e qualidade os quais têm sua raiz em apropriações de conteúdos compartilhados nas e pelas relações sociais calcadas em elementos que de fato não o compreendem em sua totalidade apenas na sua aparência gerando a reprodução de um conhecimento parcial o qual colabora para atitudes preconceituosas A lógica capitalista tem a finalidade de manter o status quo de quem está no poder por meio da gestão das condições da materialidade sendo assim desdobrase na implementação e consolidação das politicas públicas econômicas educacionais de serviços etc Neste direcionamento não permite a todos a apropriação das máximas produções humanas relegando ao indivíduo apenas a reprodução de seu cotidiano que não proporciona a superação de formas cristalizadas de pensar sentir e agir a vida como um todo Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 105 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Os participantes vivenciam o empobrecimento de sua individualidade devido a diversos fatores pois são adolescentes em situação de risco em uma comunidade periférica com altos índices de violência desprovida de recursos adequados tais como moradia saúde saneamento básico Justamente por isso o CRAS constituise como um centro de referência para todo o bairro fornece subsídios para a vida cotidiana promove processos educativos com vista à humanização dos atendidos Este panorama coadunase com o que MartimBaró 1997 explica sobre o contexto possibilitador de violência De acordo com o autor existe um fundo ideológico e de valores responsáveis pelo o aviltamento dos direitos dos cidadãos que os deixam à margem dos processos de desenvolvimento social em condições subumanas facilitando atos violentos Este contexto facilitador também impede a apropriação pelas pessoas de elementos culturais colaborando para a formação de RS não fundamentadas em conhecimentos científicos pois é negada a elas a possibilidade de uma educação baseada em Direitos Humanos formadora de subjetividades para o convívio respeitoso com a diversidade É possível notar esta questão quando os participantes mencionam que em suas escolas o fenômeno sexualidade é abordado apenas em sua dimensão biológica Excluindo a formação para a convivência com a diversidade Advogase os jovens uma educação voltada para o respeito aos direitos humanos para a superação das relações que prescindam do uso da violência de forma a construir representações sobre a sexualidade humana embasada em elementos científicos que rompam com mitos estereótipos e preconceitos relacionados a ela para sair de um contexto possibilitador da violência para uma realidade possibilitadora da reflexão crítica por parte desses adolescentes contribuindo com a diminuição de práticas sociais violentas Com o conhecimento das concepções dos adolescentes sobre homossexualidade mediada pelas RS elaborouse e implementouse algumas discussões e atividades educativas que visaram reconstruir novas RS desprovidas de preconceito Para tanto organizouse quatro encontros o primeiro abordou o conceito de sexualidade humana o segundo em formato de oficina treinou habilidades de expressão de sentimentos o terceiro refletiu sobre o convívio com a diversidade e o quarto sobre comportamentos de risco na adolescência Para o desenvolvimento do primeiro encontro recorreuse à representação gráfica de uma linha do tempo segmentada em períodos históricos a saber pré história grecoromano idade média moderna e contemporânea Cada período era ilustrado com imagens representando seus costumes e as formas de se relacionar afetivosexualmente Projetouse as ilustrações no quadro e na sequência discutia se mediando o diálogo de forma a favorecer a compreensão de que a cada período histórico existem diferentes valores e formas de se relacionar além de discursos e ideologias que legitimam estas práticas nas sociedades 106 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R No segundo encontro foi realizada a oficina de expressão de emoções e sentimentos Primeiramente apresentouse os conceitos de amor empatia raiva ódio tristeza alegria e saudade depois solicitouse aos jovens que desenhassem ou encenassem cada um mediando seus comportamentos de forma a aprender a expressar sentimentos sem ferir a autoestima do interlocutor A empatia foi o conceito que mais gerou dúvidas entre os jovens Aproveitouse deste contexto para discutir a importância do respeito às pessoas independente de suas diferenças pois somente assim seria possível o desenvolvimento de relações empáticas O terceiro encontro foi denominado de localizando a nossa diferença Solicitouse ao grupo a organização de uma roda entregouse uma caixa com um espelho colado ao fundo e orientouse que os adolescentes olhassem para o objeto e relatassem uma qualidade ou característica considerada única e particular Após o relato de todos os participantes discutiuse sobre as diferenças e gostos individuais mediando a discussão e estimulando a tomada de consciência de que a diversidade não é motivo de desigualdade No quarto encontro com embasamento nas orientações contidas na Cartilha do Adolescente BRASIL 2012 abordouse sobre comportamentos de risco e proteção à saúde do adolescente Para tanto debateuse sobre o uso de álcool e outras drogas ilícitas abuso sexual Doenças Sexualmente Transmissíveis DSTs gravidez na adolescência métodos contraceptivos e relações afetivosexuais Ao longo das ações desenvolvidas notouse que a intervenção mediada pela psicologia social e a categoria de análise das RS forneceram subsídios teóricopráticos para o desenvolvimento de intervenções com vistas à reformulação de RS pautadas em princípios que legitimam e respeitam a diversidade humana Considerações finais A execução do projeto de extensão Direitos Humanos ética e educação para promoção de relações sociais que prescindam do uso da violência especificamente as ações desenvolvidas e relatadas neste artigo permitiu o desenvolvimento de processos grupais com adolescentes cujas RS indicaram atitudes preconceituosas em relação às pessoas homossexuais Estes preconceitos assumiram diversas formas desde as mais sutis até aquelas representadas por chacotas nojo e desinteresse em se vincular com estes indivíduos Mediante este contexto elaborouse intervenções embasadas nos princípios da Educação em Direitos Humanos com o intuito de que os jovens participantes compreendessem a diversidade como característica permanente da humanidade as diferenças não motivam a desigualdade e os valores sociais transformamse ao longo da produção da existência humana A base teórica escolhida psicologia social e a categoria de análise das Representações Sociais auxilia a conhecer o grupo participante e fornece subsídios para Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 107 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles a intervenção embasada em processos educativos Esta articulação RS e intervenção psicológica de base educativa é uma possibilidade para o enfrentamento de relações permeadas pela violência em outras palavras se conhece as RS dos indivíduos para reformulálas no sentido de reorientar o pensar sentir e agir de forma a prescindir de preconceito Destarte finalizase este artigo reiterando a importância de ações extensionistas à comunidade O Capitalismo tem propalado uma ideologia perversa e meritocrática a dificultar o acesso aos serviços que seriam de direito de todos os cidadãos principalmente à população das comunidades periféricas neste sentido a extensão ganha um caráter duplo de denúncia das condições subumanas de existência e de instrumentalização dos indivíduos para lutar por seus direitos como partícipes do processo de desenvolvimento social Portanto a extensão universitária pode configurarse como movimento de resistência e luta por uma sociedade justa ACUNA J T SILVA N R Contributions of social psychology to the formation of social representations that surrender of prejudice an a experience report Educação em Revista Marília v 21 n 1 p 95108 2020 Abstract It is reported in this Article actions undertaken during an experience of university extension mediated by social psychology and the category of analysis of the Social Representations The practice has happened in a Reference Center for Social Assistance with six adolescents whose themes of the meetings was human sexuality with a focus on homosexuality During the discussions with participants were identified prejudice in their way of relating with homosexual persons expressed in feelings such as disgust and attitudes of detachment In this direction it has four meetings of psychoeducational guidance to be built new social representations that disclaim of prejudice It has concluded from this work stating that university extension favor the humanization of historically marginalized groups which are inserted into contexts of violence however only that is not enough are necessary initiatives that aim to transformation in the mode of social production in order to manage equitable and equal conditions of access to goods and services socially established Keywords Social Psychology Homosexuality Human Rights Education referênCias BRASIL Ministério da Saúde Cartilha do Adolescente Brasília DF 2012 Politica Nacional de Extensão Universitária 2015 Disponível em httpproexufscbr files201604PolC3AdticaNacionaldeExtensC3A3oUniversitC3A1riaebook pdf Acesso em 13 set2018 Ministério dos Direitos Humanos Disque 100 registra aumento de 127 nas denúncias de homicídios de pessoas 2018 Disponível em httpwwwmdhgovbrtodasasnoticias2018maio disque100registraaumentode127nasdenunciasdehomicidiosdepessoaslgbt1 Acesso em 30 de jul 2018 108 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R CFP Conselho Federal de Psicologia Código de ética profissional do psicólogo 2014 CHAUÍ M Ensaio ética e violência Revista Teoria e Debate São Paulo nº 39 p 3 1998 Disponível em httpwww fpaorgbrconteudoensaioeticaeviolencia Acesso em 01 set 2018 COLARES A F V SILVA L O FREITAS A F O cinema nacional é preconceituoso Reflexões sobre o poder da mídia representações sociais e homossexualidade REBELARevista Brasileira de Estudos LatinoAmericanos Florianópolis v 5 n 1 2015 FREIRE P Direitos Humanos e Educação Libertadora In FREIRE A M A org Pedagogia dos sonhos possíveis São Paulo UNESP 2001 GUARESCHI P A Ética Justiça e Direitos Humanos In Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia Psicologia Ética e Direitos Humanos Brasília CFP 1998 JODELET D Representações sociais um domínio em expansão In As representações sociais Rio de Janeiro EdUERJ 2001 p 1744 LACERDA M PEREIRA C CAMINO L Um estudo sobre as formas de preconceito contra homossexuais na perspectiva das representações sociais Psicologia reflexão e crítica Porto Alegre v 15 n 1 2002 p165178 LANE S T M O que é psicologia social São Paulo Brasiliense 2017 MARINHO G Educar em direitos humanos e formar para a cidadania no ensino fundamental Coleção Educação para direitos humanos São Paulo Cortez 2012 MARTIMBARÓ I Ação e Ideologia 8 ed San Salvador UCA Editores 1997 MISKOLCI R Machos e Brothers uma etnografia sobre o armário em relações homoeróticas masculinas criadas online Estudos Feministas Florianópolis v 21 n 1 janabr 2013 OMS Saúde Sexual Genebra 2017 Disponível em httpwwwwhointtopicssexualhealthen 2 PINHO F A NASCIMENTO F A História memória e esquecimento no cinema brasileiro a contribuição da organização da informação na reconstrução da imagem social do personagem homossexual Logeion Filosofia da Informação v 3 n 1 2016 p 4263 ROCHA V L B RANGEL M A diversidade sexual permeada pela teoria das representações sociais uma revisão narrativa Revista IberoAmericana de Estudos em Educação Araraquara SP v 11 n 2 2016 p 783794 SILVA N R da Relações sociais para superação da violência no cotidiano escolar e processos formativos de professores 297f 2006 Tese Doutorado em Educação Psicologia da Educação Pontifícia Universidade Católica de São Paulo São Paulo 2006 SPINK M J P O conceito de representação social na abordagem psicossocial Cad Saúde Pública Rio de Janeiro v 9 n 3 1993 p 300308 VÁZQUEZ A S Filosofia da Práxis 4 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1990 3 Recebido em 11052019 Aprovado em 16032020 3
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Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 95 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Contribuições da PsiCologia soCial à formação de rePresentações soCiais que PresCindam de PreConCeito um relato de exPeriênCia Contributions of soCial psyChology to the formation of soCial representations that surrender of prejudiCe an a experienCe report José Tadeu ACUNA1 Nilma Renildes da SILVA2 Resumo Relatase neste artigo ações desenvolvidas durante uma experiência de extensão universitária mediadas pela psicologia social e a categoria de análise das Representações Sociais A prática aconteceu em um Centro de Referência de Assistência Social com seis adolescentes cuja temática dos encontros circunscreveu a questão da sexualidade humana com enfoque sobre a homoafetividade Durante as discussões com os participantes identificouse preconceitos na sua forma de relacionar com pessoas homossexuais expresso em sentimentos como nojo e atitudes de distanciamento Nesta direção elaborouse quatro encontros de caráter psicoeducativo para que fossem construídas novas representações sociais que prescindissem de preconceito As ações extensionistas favorecem a humanização de grupos historicamente marginalizados os quais estão inseridos em contextos possibilitadores de violência entretanto somente isso não basta são necessárias iniciativas que visam à transformação no modo de produção social de forma a gerir condições equânimes e igualitárias de acesso a bens e serviços socialmente estabelecidos PalavrasChave Psicologia Social Homoafetividade Educação em Direitos Humanos introdução Este artigo apresenta intervenções desenvolvidas ao longo da execução do projeto de extensão Direitos Humanos ética e educação para promoção de relações sociais que prescindam do uso da violência realizado em uma cidade de médio porte do interior paulista especificamente em um Centro de Referência em Assistência Social CRAS Tratase de um projeto voltado para o atendimento à população em situação de risco que convive em meio às relações sociais permeadas pelo uso da violência sendo que neste trabalho apresentaremos uma das frentes realizadas com jovens adolescentes Desde o início do projeto o CRAS incorporou as atividades extensionistas em seu expediente desta forma os usuários dos serviços têm a possibilidade de participar das iniciativas ofertadas pela faculdade pública por meio 1 Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem da UNESP de Bauru doutorando pelo mesmo programa Email tadeuacunagmailcom httpsorcidorg0000000233596395 2 doutorado em Educação Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2006 Professora de Psicologia Social e Supervisora de Estágio em Psicologia Social e Comunitária da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho BauruSP Email nilmarsifcunespbr httpsorcidorg0000 000184583431 httpsdoiorg1036311223651922020v21n0107p95 96 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R da extensão tais como o desenvolvimento de grupos de jovens e adultos tangenciando diversas temáticas relacionadas as suas vivências Optouse pela psicologia social como abordagem para subsidiar nossas intervenções de caráter psicoeducativo embasadas nos princípios da Educação em Direitos Humanos Dessa forma compreendese que o pensar sentir e agir das pessoas são construídos a partir de suas relações sociais mediadas por elementos semióticos em um processo de apropriação dos conteúdos culturais construídos pela humanidade e convertidos em instrumentos psicológicos que permitem os indivíduos interpretar sua realidade e atuar sobre ela mediados pela linguagem De acordo com Lane 2017 a psicologia social preocupase em analisar a estrutura da atividade de produção da existência singular de cada indivíduo interseccionada com a produção da vida coletiva em outras palavras toda ação humana está marcada por conteúdos que foram apropriados de uma estrutura social convertidos em consciência da realidade e objetivadas em sua relação com o mundo exterior Segundo a autora o estudo sobre os grupos sociais são de extrema importância para se conhecer a forma como os indivíduos estão representando a realidade e atuando nela pois os grupos constituemse como elementos mediadores entre indivíduo e sociedade Por meio das relações as pessoas aprendem a fazer parte da realidade social em que vivem sendo assim entendemos que se aprende a participar da sociedade e fazer parte dela com isso a Educação mais especificamente os processos educacionais despontam como possibilidades de humanização pois proporciona aos indivíduos condições de apropriação do patrimônio cultural produzido ao longo da história dos homens Este conteúdo internalizado será a base para o avanço das capacidades psicológicas a saber pensamento linguagem imaginação projeção de ações etc Tais funções permitem ao indivíduo representar sua realidade e nortear suas ações pautadas na interpretação de sua vivência objetiva Para se compreender como a representação de cada indivíduo está sendo construída é imprescindível reconhecer o modo de produção da materialidade social entendido como a base em que o indivíduo se desenvolve em outras palavras fazse necessário identificar os valores compartilhados e apropriados nas e pelas relações sociais De acordo com Lane 2017 o Capitalismo sendo o modo de produção vigente organiza e estrutura as sociedades em classes em que a dominante determina as condições de sociabilidade as formas de se pensar sentir e agir em relação à realidade e a si mesmo Para Guareschi 1998 na sociedade capitalista a Ideologia não é meramente um conjunto de valores que norteiam as práticas sociais mas sim tem a função de manter a classe dominante no poder O autor denuncia que a burguesia recorre às estratégias como a manipulação da mídia e da política para veicular e estabelecer ideias cuja finalidade é impedir a consciência crítica acerca desse sistema social Ademais este mesmo grupo intenta limitar o acesso à produção cultural humana tais como os direitos a educação transporte moradia saúde etc Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 97 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Com a regulação feita pela classe dominante ela gere condições sociais que contribuem para a formação de representações fragmentadas da vida cotidiana não permitindo um conhecimento aprofundado e científico dos fenômenos vividos pelas pessoas Nesta direção notase uma ação violenta de coerção de direitos universais pois exclui o indivíduo do direito de se apropriar dos instrumentos que simbolizam as máximas capacidades humanas tal como a Educação Chauí 1998 p3 define Violência como 1 Violência é tudo o que age usando a força para ir contra a natureza de algum ser é desnaturar 2 todo ato de força contra a espontaneidade a vontade e a liberdade de alguém é coagir constranger torturar brutalizar 3 todo ato de violação da natureza de alguém ou de alguma coisa valorizada positivamente por uma sociedade é violar 4 todo ato de transgressão contra aquelas coisas e ações que alguém ou uma sociedade define como justas e como um direito 5 conseqüentemente violência é um ato de brutalidade sevícia e abuso físico eou psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão intimidação pelo medo e pelo terror Para Vázquéz 1990 MartimBaró 1997 e Silva 2004 os homens sempre utilizaram da violência para a transformação da natureza porém com o seu desenvolvimento social ela a violência ganhou um caráter pervasivo potencial e implícito no sentido da aplicação da força ou de instituição de recursos com vista a desumanização de um grupo de pessoas por exemplo péssimas condições de serviços de saúde educação assistência social moraria e transporte É neste contexto permeado por injustiças e negação da dignidade humana que a Extensão Universitária encontra seus desafios a interação transformadora entre os espaços acadêmicos com demais setores da sociedade a fim de colaborar à construção de uma sociedade mais justa levando os saberes científicos produzidos pelas Instituições de Ensino Superior até a comunidade com vistas ao fortalecimento e instrumentalização de grupos historicamente marginalizados para combater e superar condições desumanizantes impostas pelo sistema de produção social BRASIL 2015 Nesta interação entre Universidade e Comunidade todos se beneficiam pois neste contexto é aberto um espaço de aprendizagem diferente daquele tradicional da sala de aula que demanda do estudante extensionista a conversão do saber teórico em saber prático promovendo assim uma formação profissional de qualidade E para os cidadãos da Comunidade são proporcionadas oportunidades extirpadas de seu cotidiano por exemplo a Educação em Direitos Humanos De acordo com Freire 2001 p99 98 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R A educação para os direitos humanos na perspectiva da justiça é exatamente aquela educação que desperta os dominados para a necessidade da briga da organização da mobilização crítica justa democrática séria rigorosa disciplinada sem manipulações com vistas à reinvenção do mundo à reinvenção do poder FREIRE 2001 p 99 Marinho 2012 p51 complementa que a Educação em Direitos Humanos pode ser entendida como um conjunto de processos educativos formais e não formais orientados para a construção de uma cultura de respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da liberdade da justiça da igualdade da solidariedade da cooperação da tolerância e da paz A Educação em Direitos Humanos é de extrema importância para a superação de relações que prescindam do uso da violência principalmente quando consultamos dados estatísticos sobre homofobia no Brasil De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos BRASIL 2018 houve um aumento de 127 nos casos de assassinatos contra Lésbicas Bissexuais Gays Travestis e Transsexuais LGBT entre os anos de 2016 e 2017 no Brasil passando de 85 mortes para 193 Os dados supracitados referentes aos atos de homofobia revelam o atual e crescente preconceito em relação ao público LGBT devido a sua orientação do desejo sexual e afetivo que cotidianamente é representada no imaginário coletivo ora como uma escolha pessoal doentia ora como falta de caráter MISKOLCI 2007 Representação oposta à propalada pela Organização Mundial da Saúde que compreende o conceito de sexualidade como algo inerente ao ser humano e a sua busca por prazer e satisfação a qual abrange o vivenciar de seu gênero orientação do desejo afetivo sexual erotismo intimidade e identidade OMS 2017 A teoria sobre a categoria de análise Representações Sociais RS permite a compreensão de como está sendo construído o pensar sentir e agir em relação as pessoas de orientação homoafetivas Jodelet 2001 explica que as RS são construídas a partir das relações interpessoais cujo plano de fundo é a materialidade social Dependendo da história de cada indivíduo o qual está inserido em um contexto sócio politico e econômico este se apropriará dos elementos semióticos dispostos pela cultura que funcionará como base para o reconhecimento e interpretação da realidade pessoal e social a qual vive Nesta direção as RS são sistemas de conhecimento que orientam a comunicação e a compreensão do contexto social abarcando tanto a relação com o outro quanto consigo mesmo sendo possível detectar os valores compartilhados pela sociedade e apropriados pelos indivíduos além de fornecer elementos para a compreensão de suas atitudes conceito este entendido como a predisposição de pensar sentir e agir em contexto social Rocha e Rangel 2016 em seu estudo de revisão narrativa buscou analisar questões relacionadas a homossexualidade mediadas pela RS em artigos indexados na Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 99 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Scientific Eletronic Library Online Scielo e publicados entre 2000 e 2015 Foram localizados e analisados sete artigos que abordavam a temática homossexualidade à luz das RS De forma geral as investigações levantadas preocupavamse em conhecer as explicações sobre a origem do desejo homoafetivo posicionamentos de estudantes frente adoção de crianças por casais homossexuais crenças e atitudes de grupos religiosos sobre a homossexualidade concordância de estudantes sobre o casamento entre pessoas do mesmo gênero concepções de adolescentes escolares sobre a homossexualidade valores atribuídos às pessoas de orientação do sexual homoafetiva no mercado de trabalho A respeito das justificativas sobre a origem da homossexualidade foi possível localizar explicações que a entendem como distúrbio de ordem biológica maior número de posicionamentos contrários à adoção e o casamento entre pessoas do mesmo gênero desvalorização social da pessoa homossexual no mercado de trabalho Rocha e Rangel 2016 concluíram que passados quinze anos ainda existe preconceito em relação ao grupo de pessoas homoafetivas desvalorizadas e colocadas em situação desfavorável quando comparado com outros do grupo heteronormativo Lacerda Pereira e Camino 2002 objetivaram conhecer as RS sobre homossexualidade e as formas como elas se expressam para isso construíram um instrumento de coleta segmentado em escalas do tipo Likert a saber de rejeição à intimidade que descreve situações do cotidiano relacionadas à existência ou não de intimidade com homossexuais escala de expressão emocional em relação a homossexuais escala de explicação da homossexualidade dividida em justificativas de ordem biológica éticomorais religiosas psicológicas e psicossociais Aplicaram o questionário em duzentos e vinte estudantes e analisaram quantitativamente as respostas obtidas das quais três quartos indicaram preconceito explícito e sutil em relação a manter contato com pessoas homossexuais e as justificativas sobre a origem da homossexualidade assentamse em opiniões da ordem éticomoral e biológica Os autores concluíram que a investigação sobre o preconceito mediada pelas RS contribui para o desvelamento e denúncia de relações preconceituosas Colares Silva Freitas 2015 Pinho e Nascimento 2016 afirmam a existência de estereótipos sobre a homossexualidade veiculados pelo cinema e televisão De acordo com os autores a pessoa homossexual é geralmente representada por aquelas mídias ora como homens com trejeitos afeminados ora caricaturais e cômicos relacionados às profissões ligadas à estética e moda Ainda é possível dizer que atualmente pouco aparece a figura da mulher homoafetiva nas telenovelas e a questão da transsexualidade é praticamente inexistente A partir destas constatações Colares Silva Freitas 2015 Pinho e Nascimento 2016 concluem que o cinema e a televisão retratam a representação da grande maioria das pessoas sobre a homossexualidade a qual indica preconceitos e estereótipos A Psicologia pode contribuir com a transformação do cenário indicado Por meio de intervenções ancoradas na Educação para os Direitos Humanos é possível 100 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R reconstruir RS que prescindam do preconceito e desconstruir mitos e estereótipos sobre a pessoa homossexual CFP 2014 Nesta direção objetivamos descrever e analisar o processo grupal realizado com adolescentes sobre a temática Homossexualidade durante a execução do projeto de extensão Direitos Humanos ética e educação para promoção de relações sociais que prescindam do uso da violência Especificamente relataremos 1 a análise das concepções e atitudes dos adolescentes relacionadas à homossexualidade mediada pelas RS 2 as práticas de intervenção realizadas junto aos jovens para desconstrução de mitos e estereótipos sobre a sexualidade humana ProCedimentos metodológiCos A Psicologia Social foi escolhida para subsidiar o trabalho desenvolvido Lane 2017 afirma o compromisso daquela psicologia com os grupos historicamente marginalizados que tiveram seus direitos aviltados e foram impedidos de participar dos processos de desenvolvimento social devido ao modo de produção econômico Nesta direção as intervenções visam à humanização dos envolvidos de forma a instrumentalizálos para a compreensão e transformação da sua realidade Optouse pelo processo grupal como forma de trabalho pois o grupo favorece o compartilhamento de experiências a identificação de valores pessoais e possibilita o confrontamento de atitudes e sentimentos oriundos da cotidianidade vivida além do mais favorece o fortalecimento de vínculos entre os participantes e o aprendizado coletivo por meio do diálogo dirigido Em outras palavras o grupo canaliza sentimentos emoções e necessidades facilitando o conhecimento das representações que os indivíduos formulam e indica como eles estão se relacionando consigo e com os outros Neste direcionamento a categoria de análise RS mediou o trabalho desenvolvido pois elas são modalidades de conhecimento prático orientadas para a comunicação e para a compreensão do contexto social material e ideativo em que vivemos São conseqüentemente formas de conhecimento que se manifestam como elementos cognitivos imagens conceitos categorias teorias mas que não se reduzem jamais aos componentes cognitivos SPINK 1993 p300 Ao longo da prática desenvolvida na extensão universitária mediada pela categoria de análise das RS foi possível conhecer como os participantes representavam o fenômeno sexualidade com maior ênfase na homossexualidade A partir da compreensão dos significados emergidos podese constatar a existência de preconceito para com pessoas consideradas homossexuais Falas do tipo não gostaria de ser amigo de um homossexual isso deve ser doença Atribuições de nomes pejorativos bem como piadas que desqualificam e diminuem sujeitos desta orientação do desejo sexual e afetivo foram muito recorrentes ao se debater o assunto Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 101 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Considerando este contexto concebeu ser necessário intervir junto ao grupo de forma a desconstruir estes tipos de representações para tanto elaborouse algumas temáticas a serem trabalhadas com os jovens com o intuito de transformar estas relações preconceituosas em outras baseadas no respeito e dignidade As atividades do projeto de extensão foram realizadas em um CRAS localizado em um bairro periférico de uma cidade do interior do oeste paulista Os serviços ofertados são voltados para crianças adolescentes adultos e idosos que variam desde o fortalecimento de vínculos socioafetivos fornecimento alimentaçãorefeição até proposições de atividades socioeducativas Especificamente a experiência com o grupo de jovens aqui relatada aconteceu ao longo do ano de 2013 Participaram seis adolescentes do gênero masculino na faixa etária entre 14 e 16 anos usuários dos serviços disponibilizados pelo CRAS Cabe pontuar que era prevista a participação destes jovens no projeto de extensão devido ao convênio estabelecido entre a instituição com a Universidade Com o grupo supracitado trabalhouse por meio do processo grupal questões relacionadas à sexualidade orientação profissional autoconhecimento e violência Os encontros aconteciam às quintasfeiras das 14 às 15 horas As intervenções tinham caráter informativo e psicoeducativo sobre os assuntos abordados durante os encontros Durante as discussões referentes a sexualidade humana surgiu a necessidade de conhecer relação dos participantes com esta temática neste sentido fomentou se um debate norteado pelos seguintes questionamentos 1 qual a concepção que esses adolescentes têm sobre o conceito de sexualidade orientação sexual e com quem esse assunto é discutido no dia a dia 2 quais e que tipo de informações tem sobre sexualidade e sua fonte de obtenção 3 desenvolvem relações próximas com alguma pessoa de orientação homossexual 4 quais são seus sentimentos emoções e explicações acerca da homossexualidade 5 cometeram ou cometem algum tipo de violência voltado ao grupo de pessoas homossexuais Cabe pontuar que os questionamentos elaborados foram construídos considerando os estudos de Lacerda Pereira e Camino 2002 Em sua investigação os autores identificaram como os indivíduos estavam representando questões relacionadas a homoafetividade Dessa forma após conhecer as RS dos participantes do processo grupal as quais denotaram preconceito podese pensar em meios de conduzir outras discussões a fim de desconstruir mitos e esteriótipos relacionados a sexualidade humana com maior enfoque sobre a homossexualidade Durante os encontros um dos autores tomou nota dos diálogos apresentados pelos participantes e posteriormente as organizou e analisou mediado pela teoria das RS recorrendo às orientações de Spink 1993 que são leitura flutuante do material a fim de avaliar se as respostas correspondiam à pergunta definição do objeto e ou fenômeno da representação e as explicações sugeridas pelos participantes os quais deveriam localizar o núcleo central do que se representa ou seja como cada 102 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R indivíduo conceitua e explica o que se almeja conhecer reconhecimento dos sentidos pessoais atribuídos ao fenômeno estudado elaboração de inferências e explicações à luz da teoria da investigação resultados e disCussão As representações sobre sexo sexualidade e orientação sexual são análogas e fazem menção apenas ao ato sexual em si e ao órgão genital masculino A fonte de informações sobre este assunto advém das conversas com amigos sites de vídeos da internet novelas e músicas A escola somente foi apontada por três participantes e em seu relato mencionaram as aulas de ciências sobre a reprodução e fecundação entre casais heterossexuais Ademais a questão sobre sexualidade não é discutida com a família dois participantes comentaram que tal assunto não pode ser abordado com os responsáveis pois se constitui como pecado Por fim a totalidade dos participantes indicou que sexo é algo bom e sabem tudo a respeito desta prática Todos os adolescentes afirmaram que não tem colegas homossexuais e não consideram problema em têlos entretanto preferem manter distância destas pessoas pois poderiam ser alvo de chacotas por parte de seus amigos Complementando este dado para eles caçoar e atribuir apelidos pejorativos às pessoas de orientação homoafetiva não se constitui como ato de violência sendo apenas uma brincadeira mas não gostariam de ser alvo das mesmas Relataram não presenciar ou cometer algum tipo de agressão ou ato violento contra homossexuais Os seis jovens têm dificuldades para estabelecer e manter contato com alguém daquela orientação principalmente aqueles com expressões afeminadas Eles assinalaram que sentiram por muitas vezes nojo e nunca amor em relação a homossexuais Respeito admiração desprezo e raiva foram indicados em unanimidade como às vezes Por fim três participantes explicaram a homossexualidade como uma escolha que denota falta de respeito e pecado a qual deveria ser revista e repensada Um dos participantes entende como uma doença e acha que a pessoa deveria procurar um médico o restante apontou a necessidade das pessoas homossexuais modificarem o caráter Analisadas as respostas à luz das RS verificase o preconceito em relação às pessoas homossexuais tanto em nível de concepção quanto de ações denotando atitudes violentas mesmos que os participantes concebam este tipo de posicionamento como não violento Ademais preferem manter distância delas pois tem nojo e medo de serem taxados como iguais e sofrerem com chacotas dos amigos Neste sentido os grupos aos quais os adolescentes pertencem também orientam suas práticas sociais desta maneira pois indicaram não ter nenhum amigo homossexual e também não gostariam de ter Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 103 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles A mediação realizada pela RS permitiu conhecer como os conhecimentos sociais dos adolescentes estão sendo elaborados e propagados em relação às pessoas não enquadradas em um padrão heteronormativo Para Jodelet 2001 analisar as RS significa atentar para a fonte de informação que contribui para a formação daquelas representações as explicações justificam o conceito dos indivíduos sobre determinado fenômeno e as atitudes relacionadas a ele Nesta direção foram três tópicos que se destacaram no processo de análise das RS o papel da mídia e da escola como fonte de informação sobre sexualidade humana os sentimentos relacionados à pessoa homossexual e as justificativas para suas atitudes em relação a este grupo Autores como Lacerda Pereira e Camino 2002 e Rocha e Rangel 2016 explicam o preconceito contra o indivíduo homossexual apresentado de várias formas podendo ser constatado pelas justificativas da origem da homossexualidade Crenças de que esta orientação do desejo sexual afetivo devese unicamente à dimensão biológica geralmente ganha uma conotação de distúrbio ou doença por outro lado afirmar que é uma questão de escolha recorrentemente atribuise a ela um caráter imoral a ser corrigido Estas formas de se explicar a homossexualidade apareceram no discurso dos adolescentes em um primeiro momento de forma sutil porém ao questioná los sobre a manutenção de vínculos com essas pessoas logo foram contrários a isso e afirmaram sentimentos negativos como raiva ódio e nojo Neste caso notase a apresentação direta de rejeição ou seja existe um preconceito flagrante em relação aos homossexuais Ao articular as dimensões cognitivas e sociais das RS é possível identificar alguns aspectos do campo afetivo vivenciado pelos indivíduos Neste direcionamento afirmase que é fundamental conhecer como a pessoa define e explica algo e como se relaciona afetivamente para que seja viável verificar a coerência entre o fazer e sentir desdobrandose na existência ou não de preconceitos Segundo Jodelet 2001 o conteúdo das informações apropriadas pelos indivíduos em suas relações sociais contribui para a forma como eles agem Durante a ação desenvolvida com os adolescentes eles relataram que se informavam sobre sexualidade humana por meio da mídia e das aulas de ciências as quais abordavam unicamente a temática da reprodução biológica Esta condição de apropriação contribuiria para a formação de RS providas de preconceitos A mídia tende a reproduzir ideias do senso comum almejando gerar lucro por meio deste canal em um processo que cativa e gera prazer para quem consome seu material Dessa forma por se constituir como uma ferramenta de comunicação em massa reitera valores presentes na sociedade ou gera outros convenientes a reprodução da ideologia de um determinado grupo no poder Sendo assim a mídia constrói e legitima significados e identidades que regulam o comportamento das pessoas 104 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R Colares Silva e Freitas 2015 Pinho e Nascimento 2016 informam que geralmente a pessoal homossexual é representada no cinema e na televisão como um sujeito afeminado caricatural que está relacionado às profissões que não são consideradas pertencentes ao gênero masculino para além destes estereótipos poucas são as ações que endossam o respeito à diversidade Socialmente é compartilhado um padrão de ser homossexual e gay que limita a pessoa nesta sua condição e desconsidera a existência de outras características e peculiaridades da sua identidade Reconhecendo que a mídia apropriase das ideias compartilhadas pelo senso comum e as divulga de forma a seduzir quem irá consumilas não se pode deixar de pontuar o aspecto histórico da representação coletiva da homossexualidade Nem sempre ela foi concebida como algo negativo mas o estigma foi estabelecido com maior ênfase a partir da conquista do poder pela igreja católica e a difusão do catolicismo nas mais diferentes sociedades Com isso a sexualidade de gays e lésbicas passou a ser concebida como um desvio pois agiria contra a lei natural divina que associa sexo a reprodução No período da idade moderna com a medicina ocupando lugar de destaque na sociedade determinouse que a homossexualidade seria uma espécie de transtorno da ordem biológica carente de tratamento Atualmente muito se tem avançado sobre os direitos dos grupos LGBTs porém ainda coexistem as representações supracitadas Concordase com Miskolci 2007 p118 apesar dos avanços na percepção social sobre os parceiros do mesmo sexo não há duvida de que suas vidas amorosas ainda são reduzidas à sexualidade e sob a necessidade de controle Todos estes saberes propalados sobre a homossexualidade favorece a formação de RS que não a compreende em seu aspecto multideterminado colaborando para a consolidação de práticas violentas em relação a este grupo de pessoas Outros fatores também estimulam atitudes violentas e preconceituosas em relação às pessoas homossexuais Para Silva 2004 os preconceitos são falsos juízos de valores hierarquizados normalmente tem a função de classificar fenômenos em determinada ordem e qualidade os quais têm sua raiz em apropriações de conteúdos compartilhados nas e pelas relações sociais calcadas em elementos que de fato não o compreendem em sua totalidade apenas na sua aparência gerando a reprodução de um conhecimento parcial o qual colabora para atitudes preconceituosas A lógica capitalista tem a finalidade de manter o status quo de quem está no poder por meio da gestão das condições da materialidade sendo assim desdobrase na implementação e consolidação das politicas públicas econômicas educacionais de serviços etc Neste direcionamento não permite a todos a apropriação das máximas produções humanas relegando ao indivíduo apenas a reprodução de seu cotidiano que não proporciona a superação de formas cristalizadas de pensar sentir e agir a vida como um todo Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 105 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles Os participantes vivenciam o empobrecimento de sua individualidade devido a diversos fatores pois são adolescentes em situação de risco em uma comunidade periférica com altos índices de violência desprovida de recursos adequados tais como moradia saúde saneamento básico Justamente por isso o CRAS constituise como um centro de referência para todo o bairro fornece subsídios para a vida cotidiana promove processos educativos com vista à humanização dos atendidos Este panorama coadunase com o que MartimBaró 1997 explica sobre o contexto possibilitador de violência De acordo com o autor existe um fundo ideológico e de valores responsáveis pelo o aviltamento dos direitos dos cidadãos que os deixam à margem dos processos de desenvolvimento social em condições subumanas facilitando atos violentos Este contexto facilitador também impede a apropriação pelas pessoas de elementos culturais colaborando para a formação de RS não fundamentadas em conhecimentos científicos pois é negada a elas a possibilidade de uma educação baseada em Direitos Humanos formadora de subjetividades para o convívio respeitoso com a diversidade É possível notar esta questão quando os participantes mencionam que em suas escolas o fenômeno sexualidade é abordado apenas em sua dimensão biológica Excluindo a formação para a convivência com a diversidade Advogase os jovens uma educação voltada para o respeito aos direitos humanos para a superação das relações que prescindam do uso da violência de forma a construir representações sobre a sexualidade humana embasada em elementos científicos que rompam com mitos estereótipos e preconceitos relacionados a ela para sair de um contexto possibilitador da violência para uma realidade possibilitadora da reflexão crítica por parte desses adolescentes contribuindo com a diminuição de práticas sociais violentas Com o conhecimento das concepções dos adolescentes sobre homossexualidade mediada pelas RS elaborouse e implementouse algumas discussões e atividades educativas que visaram reconstruir novas RS desprovidas de preconceito Para tanto organizouse quatro encontros o primeiro abordou o conceito de sexualidade humana o segundo em formato de oficina treinou habilidades de expressão de sentimentos o terceiro refletiu sobre o convívio com a diversidade e o quarto sobre comportamentos de risco na adolescência Para o desenvolvimento do primeiro encontro recorreuse à representação gráfica de uma linha do tempo segmentada em períodos históricos a saber pré história grecoromano idade média moderna e contemporânea Cada período era ilustrado com imagens representando seus costumes e as formas de se relacionar afetivosexualmente Projetouse as ilustrações no quadro e na sequência discutia se mediando o diálogo de forma a favorecer a compreensão de que a cada período histórico existem diferentes valores e formas de se relacionar além de discursos e ideologias que legitimam estas práticas nas sociedades 106 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R No segundo encontro foi realizada a oficina de expressão de emoções e sentimentos Primeiramente apresentouse os conceitos de amor empatia raiva ódio tristeza alegria e saudade depois solicitouse aos jovens que desenhassem ou encenassem cada um mediando seus comportamentos de forma a aprender a expressar sentimentos sem ferir a autoestima do interlocutor A empatia foi o conceito que mais gerou dúvidas entre os jovens Aproveitouse deste contexto para discutir a importância do respeito às pessoas independente de suas diferenças pois somente assim seria possível o desenvolvimento de relações empáticas O terceiro encontro foi denominado de localizando a nossa diferença Solicitouse ao grupo a organização de uma roda entregouse uma caixa com um espelho colado ao fundo e orientouse que os adolescentes olhassem para o objeto e relatassem uma qualidade ou característica considerada única e particular Após o relato de todos os participantes discutiuse sobre as diferenças e gostos individuais mediando a discussão e estimulando a tomada de consciência de que a diversidade não é motivo de desigualdade No quarto encontro com embasamento nas orientações contidas na Cartilha do Adolescente BRASIL 2012 abordouse sobre comportamentos de risco e proteção à saúde do adolescente Para tanto debateuse sobre o uso de álcool e outras drogas ilícitas abuso sexual Doenças Sexualmente Transmissíveis DSTs gravidez na adolescência métodos contraceptivos e relações afetivosexuais Ao longo das ações desenvolvidas notouse que a intervenção mediada pela psicologia social e a categoria de análise das RS forneceram subsídios teóricopráticos para o desenvolvimento de intervenções com vistas à reformulação de RS pautadas em princípios que legitimam e respeitam a diversidade humana Considerações finais A execução do projeto de extensão Direitos Humanos ética e educação para promoção de relações sociais que prescindam do uso da violência especificamente as ações desenvolvidas e relatadas neste artigo permitiu o desenvolvimento de processos grupais com adolescentes cujas RS indicaram atitudes preconceituosas em relação às pessoas homossexuais Estes preconceitos assumiram diversas formas desde as mais sutis até aquelas representadas por chacotas nojo e desinteresse em se vincular com estes indivíduos Mediante este contexto elaborouse intervenções embasadas nos princípios da Educação em Direitos Humanos com o intuito de que os jovens participantes compreendessem a diversidade como característica permanente da humanidade as diferenças não motivam a desigualdade e os valores sociais transformamse ao longo da produção da existência humana A base teórica escolhida psicologia social e a categoria de análise das Representações Sociais auxilia a conhecer o grupo participante e fornece subsídios para Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 107 Contribuições da Psicologia Social à formação de representações sociais ArtigosArticles a intervenção embasada em processos educativos Esta articulação RS e intervenção psicológica de base educativa é uma possibilidade para o enfrentamento de relações permeadas pela violência em outras palavras se conhece as RS dos indivíduos para reformulálas no sentido de reorientar o pensar sentir e agir de forma a prescindir de preconceito Destarte finalizase este artigo reiterando a importância de ações extensionistas à comunidade O Capitalismo tem propalado uma ideologia perversa e meritocrática a dificultar o acesso aos serviços que seriam de direito de todos os cidadãos principalmente à população das comunidades periféricas neste sentido a extensão ganha um caráter duplo de denúncia das condições subumanas de existência e de instrumentalização dos indivíduos para lutar por seus direitos como partícipes do processo de desenvolvimento social Portanto a extensão universitária pode configurarse como movimento de resistência e luta por uma sociedade justa ACUNA J T SILVA N R Contributions of social psychology to the formation of social representations that surrender of prejudice an a experience report Educação em Revista Marília v 21 n 1 p 95108 2020 Abstract It is reported in this Article actions undertaken during an experience of university extension mediated by social psychology and the category of analysis of the Social Representations The practice has happened in a Reference Center for Social Assistance with six adolescents whose themes of the meetings was human sexuality with a focus on homosexuality During the discussions with participants were identified prejudice in their way of relating with homosexual persons expressed in feelings such as disgust and attitudes of detachment In this direction it has four meetings of psychoeducational guidance to be built new social representations that disclaim of prejudice It has concluded from this work stating that university extension favor the humanization of historically marginalized groups which are inserted into contexts of violence however only that is not enough are necessary initiatives that aim to transformation in the mode of social production in order to manage equitable and equal conditions of access to goods and services socially established Keywords Social Psychology Homosexuality Human Rights Education referênCias BRASIL Ministério da Saúde Cartilha do Adolescente Brasília DF 2012 Politica Nacional de Extensão Universitária 2015 Disponível em httpproexufscbr files201604PolC3AdticaNacionaldeExtensC3A3oUniversitC3A1riaebook pdf Acesso em 13 set2018 Ministério dos Direitos Humanos Disque 100 registra aumento de 127 nas denúncias de homicídios de pessoas 2018 Disponível em httpwwwmdhgovbrtodasasnoticias2018maio disque100registraaumentode127nasdenunciasdehomicidiosdepessoaslgbt1 Acesso em 30 de jul 2018 108 Educação em Revista Marília v21 n 01 p 95108 2020 ACUNA J T SILVA N R CFP Conselho Federal de Psicologia Código de ética profissional do psicólogo 2014 CHAUÍ M Ensaio ética e violência Revista Teoria e Debate São Paulo nº 39 p 3 1998 Disponível em httpwww fpaorgbrconteudoensaioeticaeviolencia Acesso em 01 set 2018 COLARES A F V SILVA L O FREITAS A F O cinema nacional é preconceituoso Reflexões sobre o poder da mídia representações sociais e homossexualidade REBELARevista Brasileira de Estudos LatinoAmericanos Florianópolis v 5 n 1 2015 FREIRE P Direitos Humanos e Educação Libertadora In FREIRE A M A org Pedagogia dos sonhos possíveis São Paulo UNESP 2001 GUARESCHI P A Ética Justiça e Direitos Humanos In Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia Psicologia Ética e Direitos Humanos Brasília CFP 1998 JODELET D Representações sociais um domínio em expansão In As representações sociais Rio de Janeiro EdUERJ 2001 p 1744 LACERDA M PEREIRA C CAMINO L Um estudo sobre as formas de preconceito contra homossexuais na perspectiva das representações sociais Psicologia reflexão e crítica Porto Alegre v 15 n 1 2002 p165178 LANE S T M O que é psicologia social São Paulo Brasiliense 2017 MARINHO G Educar em direitos humanos e formar para a cidadania no ensino fundamental Coleção Educação para direitos humanos São Paulo Cortez 2012 MARTIMBARÓ I Ação e Ideologia 8 ed San Salvador UCA Editores 1997 MISKOLCI R Machos e Brothers uma etnografia sobre o armário em relações homoeróticas masculinas criadas online Estudos Feministas Florianópolis v 21 n 1 janabr 2013 OMS Saúde Sexual Genebra 2017 Disponível em httpwwwwhointtopicssexualhealthen 2 PINHO F A NASCIMENTO F A História memória e esquecimento no cinema brasileiro a contribuição da organização da informação na reconstrução da imagem social do personagem homossexual Logeion Filosofia da Informação v 3 n 1 2016 p 4263 ROCHA V L B RANGEL M A diversidade sexual permeada pela teoria das representações sociais uma revisão narrativa Revista IberoAmericana de Estudos em Educação Araraquara SP v 11 n 2 2016 p 783794 SILVA N R da Relações sociais para superação da violência no cotidiano escolar e processos formativos de professores 297f 2006 Tese Doutorado em Educação Psicologia da Educação Pontifícia Universidade Católica de São Paulo São Paulo 2006 SPINK M J P O conceito de representação social na abordagem psicossocial Cad Saúde Pública Rio de Janeiro v 9 n 3 1993 p 300308 VÁZQUEZ A S Filosofia da Práxis 4 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1990 3 Recebido em 11052019 Aprovado em 16032020 3