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Psicologia ·

Psicologia Social

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA Campus Norte Centro de Psicologia Aplicada Norte 1 IDENTIFICAÇÃO RELATÓRIO PSICOLÓGICO ÁREA Práticas Psicológicas Plantão Psicológico PRONT Nº 5195 1 PESSOA ATENDIDA VPS 55 ANOS FEMININO 2 SOLICITANTE VPS 55 ANOS FEMININO 3 FINALIDADE Relatório Psicológico dos atendimentos em Plantão Psicológico com VPS realizado entre os dias 30032023 à 20042023 para fins de registro e arquivamento no CPA Norte UNIP 2 RELATORES ESTAGIÁRIA O RA José Ricardo Severino Leonardo RA F006CC1 ESTAGIÁRIA O RA Adalberto Eliseu de Jesus RA F050181 SUPERVISOR André Prado Nunes CRP 0671982 3 DESCRIÇÃO DA DEMANDA VPS buscou o Plantão psicológico inicialmente para tratar de uma queixa relacionada a dificuldades de relacionamento e os desafios entre ela e a filha JPS segundo ela tem afetado muito em todas as áreas da sua vida pois esperava uma cumplicidade entre ambas que se perdeu desde quando a filha tomou a decisão de ir morar só Relata que não há diálogo entre elas e que a aproximação junto a filha está difícil 4 PROCEDIMENTO Três sessões de atendimento em Plantão Psicológico na abordagem Fenomenológica Existencial com objetivo de atender a demanda psicológica imediata e emergente a partir de intervenções coerentes com o referencial teórico e com a população atendida 5 ANÁLISE No primeiro atendimento ficou aparentemente perceptível que a mãe carrega a culpa do que aconteceu no passado quando ela teve que deixar a filha com a avó para trabalhar pois era separada do pai da JPS e ela precisava ajudar no sustento da casa e na época ela presenteava a filha para suprir a sua ausência notase também que ela não aceitou ainda a decisão da filha de ir morar só não está sabendo lidar com essa nova fase da filha e tem enfrentado dificuldades para a aceitação é perceptível também que existe muitas cobranças da parte da mãe pois deixou claro que quer falar com a filha todos os dias e quando a filha não responde ou demora para responder cobra a filha por isso mesmo a filha tendo 33 anos de idade e morando só tem questionado as vestimentas da filha e as tatuagens que a filha fez aparentemente ela quer controlar a filha que não mora mais no mesmo lar No segundo atendimento aparentemente a cliente VPS está começando a entender que a filha precisa de seu espaço viver a sua vida e que a ligação entre elas está estremecida não só por causa da filha Ela entendeu que sua maneira de falar e que sua negativa as opções de escolha de JPS está distanciando as duas e prejudicando o diálogo Carrega o jugo dos anos que perderá no desenvolvimento de JPS e ainda quer continuar compensandoos só ainda não entendeu que não são presentes que sua filha quer e sim uma relação saudável com sua mãe No terceiro atendimento mãe continua trazendo em sua narrativa que sente a falta da filha mas quando estão juntas ela não busca o contato e o diálogo parece uma briga de ego e isso resulta no distanciamento entre elas justo no momento que era para se tornar de aproximação entre as duas ela carrega a culpa de não colocar as palavras corretas nos momentos certos e se culpa de não saber conversar com sua filha perguntamos por que ela se sente culpada e ela diz que não sabe dizer POMPEIA 2013 não é fácil lidar com a culpa é difícil até mesmo dizer o que é culpa embora todos nós saibamos do que se trata ela não é estranha e pensamos nela como uma coisa negativa perigosa VPS sente essa culpa sempre dizendo do perigo de não conseguir se aproximar da filha Nos três atendimentos realizados no CPA ficaram evidenciados o quanto VPS necessitava de um espaço de escuta apurada no qual ela se sentisse confortável e segura para falar No primeiro atendimento ela ressalta o quanto é difícil ver sua filha JPS de 33 anos partindo de casa para morar em outro lugar que sente a falta da cumplicidade dos passeios de estarem sempre juntas e compartilham tudo na vida aparentemente nos remete a um quadro de síndrome do ninho vazio Ela pondera que a ausência nos primeiros estágios de desenvolvimento de sua filha foi compensada por presentes passeios e toda e qualquer espécie de mimos possíveis e que em sua visão isso não está relacionado com o que ela está vivenciando no presente Aparentemente a relação parental entre elas é muito complicada VPS não apoia e não quer que sua filha evolua quer que ela seja depende para sempre ao ponto de querer a infelicidade da filha VPS no segundo encontro fica muito emocionada relata que se sente culpada por toda essa situação que tem medo da postura de JPS e que não sabe como dialogar com sua filha POMPEIA 2013 fala que o medo é inespecífico que ele é outro sentimento que com frequência acompanha a culpa Pelo relato de VPS sua filha não retorna mensagens e nem as ligações e está por volta de trinta dias sem ir em sua casa Sugerimos a reflexão para VPS se colocar no lugar de sua filha ter empatia pela situação dela No terceiro encontro a narrativa de VPS de que começara a entender que partida de sua filha se fazia necessária pois tinha que viver sua vida e que sua postura de superprotetora e de cobrar demasiadamente ocasionou a ruptura Ela entendeu que a figura materna é eterna que JPS em um momento difícil sem pestanejar procurou o acolhimento dela isso nos faz pensarmos na questão que há tempo para todas coisas A partir desse último encontro o horizonte de reflexão começou a se abrir para VPS Segundo DORNELAS e GARCIA 2006 o relacionamento entre mãe e filha é fundamental para o desenvolvimento da identidade feminina de ambas Tal identidade por sua vez também interfere e modula o relacionamento entre elas 6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS HEIDDEGER Martin Ser e tempo Capa comum 10ª Edição Ed Atlas 1 janeiro 2015 Cooper KL Gutmann DL Identidade de gênero e estilo de domínio do ego em mulheres de meiaidade pré e pósninho vazio O Gerontológico Sociedade da América 1987 POMPEIA J A e SAPIENZA S T NA PRESENÇA DO SENTIDO Uma aproximação fenomenológica a questões existenciais básicas 2013 Teixeira MAP e Lopes Franciella Texto Relações entre estilos parentais e valores humanos um estudo exploratório com estudantes universitários Aletheia n22 p 5162 juldez 2005 Kirlla Cristhine Almeida Dornelas e Agnaldo Garcia O relacionamento entre mãe e filha adulta um estudo descritivo Interação em Psicologia 2006 102 p 333344 7 CONCLUSÃO É perceptível que a mãe carrega a culpa do que aconteceu no passado quando ela teve que deixar a filha com a avó para trabalhar pois era separada do pai da JPS e ela precisava ajudar no sustento da casa na época ela presenteava a filha para suprir a sua ausência Nota se também que o relato de questionar as vestimentas da filha as tatuagens que ela fez e a cobrança de querer falar com a filha todos os dias aparentemente ela quer controlar a filha que não mora mais no mesmo lar Após os atendimentos ela está começando a entender a decisão da filha de ir morar só que o exercício de se comunicar de vez em quando é mais saudável para relação das duas gera mais assunto para os próximos encontros e menos cobrança Em suma encaminhamos para a psicoterapia porque VPS ainda se sente muito fragilizada em como se comunicar com sua filha e se faz necessário um acompanhamento para que ela lide com este contexto São Paulo 30 de maio de 2023 Estagiário RA Estagiário RA André Prado Nunes CRP 0671982 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA Campus Norte Centro de Psicologia Aplicada Norte 1 IDENTIFICAÇÃO RELATÓRIO PSICOLÓGICO ÁREA Práticas Psicológicas Plantão Psicológico PRONT Nº 5261 1 PESSOA ATENDIDA ABCS 16 anos feminino 2 SOLICITANTE ABC 42 anos Feminino 3 FINALIDADE Relatório Psicológico dos atendimentos em Plantão Psicológico com A B C S realizado entre os dias 04052023 e 18052023 para fins de registro e arquivamento no CPA Norte UNIP 2 RELATORES ESTAGIÁRIA O RA José Ricardo Severino Leonardo RA F006CC1 ESTAGIÁRIA O RA Adalberto Eliseu de Jesus RA F050181 SUPERVISOR André Prado Nunes CRP 0671982 3 DESCRIÇÃO DA DEMANDA ABC mulher de 42 Anos buscou o Plantão Psicológico para sua filha ABCS uma jovem de 16 anos que sentese sobrecarregada por uma sensação de culpa e autocrítica e busca encontrar um sentido para sua existência Além disso ABCS está enfrentando dificuldades para lidar com as pressões sociais expectativas pessoais e emocionais o que contribui para seu estado de conflito Diante desse contexto a demanda principal dessa adolescente é a necessidade de trabalhar sua autoestima 4 PROCEDIMENTO Três sessões de atendimento em Plantão Psicológico na abordagem Fenomenológica Existencial com objetivo de atender a demanda psicológica imediata e emergente a partir de intervenções coerentes com o referencial teórico e com a população atendida 5 ANÁLISE No primeiro atendimento tivemos a oportunidade de ouvir atentamente a mãe da cliente que compartilhou informações valiosas sobre o histórico e contexto familiar Ela ressaltou a importância de compreender a dinâmica familiar e como isso pode influenciar a maneira como sua filha a cliente percebe a si mesma e suas relações Logo em seguida foi a vez da cliente expressar suas emoções e experiências Ela revelou de maneira sincera uma profunda aversão em relação à sua própria existência mencionando que não gosta de ter nascido essa dor refletese também em seu relacionamento familiar e social que não corresponde às suas expectativas e desejos A Cliente compartilhou que sente uma forte desconexão emocional com a sua família e percebese distante dos demais membros Ela expressou um desejo genuíno de ter um relacionamento familiar e social mais satisfatório onde haja compreensão apoio mútuo e uma sensação de pertencimento Observamos que a crise da adolescência e o desagrado com as relações sociais podem estar relacionados a uma dificuldade em encontrar um sentido para a vida e em construir uma identidade própria A Falta de diálogo e de conexão com a mãe por exemplo pode levar a uma sensação de isolamento e de desamparo o que pode gerar uma crise existencial A esse respeito é fundamental o diálogo nas mais diversas fases que um relacionamento entre mãe e filha podem passar Binswanger 2016 descreve a experiência da crise da adolescência com a busca por uma identidade própria e com a necessidade de construir um projeto de vida significativo Nesse sentido buscamos entender a perspectiva da paciente para poder ajudála a encontrar sentido e significado em sua vida e em suas relações sociais Durante o segundo atendimento optamos por realizar uma atividade lúdica com o objetivo de explorar e compreender para melhor a dinâmica familiar entre mãe e filha Nessa atividade a mãe assumiu o papel de coordenadora e orientou a filha ao longo de todo o processo demonstrando uma certa dominância sobre a dinâmica A atividade consistiu em um desenho de como era a sua casa que envolvia situações de tomada de decisão Durante a atividade observamos que a mãe sempre tomava a frente tomando as decisões e direcionando as ações da filha Ela parecia ter uma postura mais dominante exercendo controle sobre as escolhas da filha e direcionando o desenvolvimento do desenho Essa dinâmica de dominância por parte da mãe levanta questões interessantes para análise Podemos questionar como essa postura influencia o relacionamento entre mãe e filha e como isso afeta a autonomia e autoestima da filha diante dessa dinâmica durante a atividade bem como compreender como isso se reflete em outros aspectos da vida familiar Lacan 1998 descreve o processo de construção da identidade como uma busca por uma imagem idealizada de si mesmo que é influenciada pela imagem que os outros têm de nós Nesse sentido a figura dos pais pode ter um papel importante na formação dessa imagem e na construção da identidade do filho No entanto podemos observar que a imposição de um modelo idealizado pelos pais pode ser vista como uma forma de controle e de restrição da liberdade e da autonomia do filho o que pode gerar conflitos e dificuldades no processo de construção da identidade No terceiro encontro a paciente relatou que falta diálogo com a sua mãe e que quando vai conversar com a mesma sobre algumas situações a mãe diz que essa geração de hoje é muito fraca e fresca diferente da geração dela Tal dado mostrase preocupante pois é de extrema importância que a família participe desse processo de tratamento o envolvimento da família é crucial em todas as fases da intervenção A comorbidade deve ser avaliada abuso de drogas perturbações ansiosas doença bipolar doença física abuso físico sexual ou outro trauma BRITO 2011 Durante as sessões realizadas pudemos observar que a mãe demonstra uma preocupação genuína com o bemestar da filha no entanto percebemos que ela exerce certo controle sobre a adolescente o que ficou mais evidente na segunda sessão Essa dinâmica de controle pode afetar a autonomia e a liberdade de expressão da cliente Em relação á adolescente identificamos que ela apresenta um sentimento de descontentamento em relação à sua vida social e o relacionamento com a mãe Ela expressa a sensação de ser incompreendida e atribui esse sentimento ao desejo de não ter nascido atribuindo o sentimento de ser incompreendida com a vontade de não ter nascido Essa visão negativa sobre si mesma e sobre sua vida pode gerar um impacto significativo em seu bem estar emocional e na qualidade de seus relacionamentos Diante dessas questões levantadas discutimos possíveis estratégias para melhorar a situação Abordamos a importância de promover um diálogo aberto e empático entre mãe e filha incentivando a escuta ativa e o respeito mútuo Também enfatizamos a necessidade de estabelecer limites saudáveis no relacionamento permitindo que a adolescente desenvolva sua autonomia e tome suas próprias decisões dentro de um ambiente seguro Além disso destacamos a importância de fortalecer a autoestima e o autoconceito da cliente ajudandoa a reconhecer seus pontos fortes e a desenvolver habilidades para lidar com os desafios emocionais e sociais Outro ponto abordado foi a busca por atividades e contextos sociais que possam proporcionar á cliente oportunidades de interação e conexão com outras pessoas que compartilhem de interesses e valores semelhantes sugerimos a participação em grupos ou clubes relacionados a seus interesses bem como a busca por apoio em amizades saudáveis e significativas Por fim ressaltamos a importância do processo terapêutico considerando as necessidades e demandas específicas da cliente A colaboração e o engajamento tanto da mãe quanto da adolescente serão fundamentais para promover mudanças positivas e construir um relacionamento mais saudável e equilibrado 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BINSWANGER Ludwig Sobre o Fenômeno da Mania São Paulo Perspectiva 2016 BRITO Isabel Ansiedade e depressão na adolescência Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v 27 n 2 p 20814 2011 DORNELAS Kirlla Cristhine Almeida GARCIA Agnaldo O relacionamento entre mãe e filha adulta um estudo descritivo Iteração em Psicologia v 10 n 2 2006 LACAN Jacques O Estádio do Espelho como Formador da Função do Eu In LACAN Jacques Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998 MERLEAUPONTY Maurice Fenomenologia da percepção Tradução de Carlos Alberto Ribeiro de Moura São Paulo Martins Fontes 1999 7 CONCLUSÃO Observase que tanto a mãe quanto a filha necessitam trabalhar mais o diálogo e a compreensão em vista que o conflito de gerações e seus ideais têm sido influentes para os desacordos e falta de conversas produtivas entre as duas A psicoterapia pode ser útil para ajudar a compreensão do sentimento e visão de mundo da mãe e da filha fortalecendo o laço entre as duas e podendo reduzir os problemas enfrentados e apontados como motivo para a busca do acompanhamento psicológico São Paulo 30 de maio de 2023 Estagiário RA Estagiário RA André Prado Nunes CRP 0671982 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA Campus Norte Centro de Psicologia Aplicada Norte 1 IDENTIFICAÇÃO RELATÓRIO PSICOLÓGICO ÁREA Práticas Psicológicas Plantão Psicológico PRONT Nº 5261 1 PESSOA ATENDIDA ABCS 16 anos feminino 2 SOLICITANTE ABC 42 anos Feminino 3 FINALIDADE Relatório Psicológico dos atendimentos em Plantão Psicológico com A B C S realizado entre os dias 04052023 e 18052023 para fins de registro e arquivamento no CPA Norte UNIP 2 RELATORES ESTAGIÁRIA O RA José Ricardo Severino Leonardo RA F006CC1 ESTAGIÁRIA O RA Adalberto Eliseu de Jesus RA F050181 SUPERVISOR André Prado Nunes CRP 0671982 3 DESCRIÇÃO DA DEMANDA ABC mulher de 42 anos buscou o Plantão Psicológico para sua filha ABCS uma jovem de 16 anos que sentese sobrecarregada por uma sensação de culpa e autocrítica e busca encontrar um sentido para sua existência Além disso ABCS está enfrentando dificuldades para lidar com as pressões sociais expectativas pessoais e emocionais o que contribui para seu estado de conflito Diante desse contexto a demanda principal dessa adolescente é a necessidade de trabalhar sua autoestima 4 PROCEDIMENTO Três sessões de atendimento em Plantão Psicológico na abordagem Fenomenológica Existencial com objetivo de atender a demanda psicológica imediata e emergente a partir de intervenções coerentes com o referencial teórico e com a população atendida 5 ANÁLISE No primeiro atendimento tivemos a oportunidade de ouvir atentamente a mãe da cliente que compartilhou informações valiosas sobre o histórico e contexto familiar Durante este momento a referida verbalizou sobre um acontecimento traumático e de grande impacto para ambas De acordo com a genitora o fato ocorreu na cidade de Praia Grande São Paulo durante um passeio da família em que estes a cliente sua mãe e seu pai foram passar um final de semana na cidade a lazer Em um destes dias o pai da referida cliente a trancou em um dos quartos e começou a agredir sua mãe ABCS presenciando o ato de violência passou a bater desesperadamente na porta do quarto em que estava e assim que seu pai foi até o local e abriu a porta a adolescente na época com apenas 08 anos correu para a via pública gritando por socorro Já na rua um dos vizinhos identificouse como policial e rapidamente foi até o local com a supracitada e conteve o agressor Posto isso a mãe de ABCS citou em seu relato que a atitude da filha teria sido fundamental visto que sem sua busca por socorro seu companheiro possivelmente teria tirado sua vida com as agressões Assim a mãe de ABCS a enxerga como uma salvadora A partir deste primeiro relato foi denotada preocupação com o trauma vivenciado pela cliente De todo modo a genitora ainda ressaltou a importância de compreender a dinâmica familiar e como isso pode influenciar a maneira como sua filha a cliente percebe a si mesma e suas relações a partir de suas experiências de vida Logo em seguida foi a vez da cliente expressar suas emoções e experiências Ela revelou de maneira sincera uma profunda aversão em relação à sua própria existência mencionando que não gosta de ter nascido essa dor refletese também em seu relacionamento familiar e social que não corresponde às suas expectativas e desejos pois expressa que gostaria de sentirse ouvida e melhor compreendida por sua mãe Assim a Cliente compartilhou que sente uma forte desconexão emocional com a sua família e percebe se distante dos demais membros Ela expressou ainda um desejo genuíno de ter um relacionamento familiar e social mais satisfatório onde haja compreensão apoio mútuo e uma sensação de pertencimento Observamos que as marcas deixadas pelas experiências traumáticas de sua infância e o desagrado com as relações sociais podem estar relacionados a uma dificuldade em encontrar um sentido para a vida e em construir uma identidade própria dada a incompreensão dos acontecimentos de seu passado e das violências profundas perpassadas em sua experiência De acordo com Souza et al 2016 crianças que vivenciam como vítimas ou presenciam atos de violência em casa possuem diferentes repercussões e apresentam fatores de risco em seu quadro psicológico porém comumente apresentam como trauma quadros depressivos e de ansiedade e comportamentos agressivos No caso de ABCS seu descontentamento para com suas relações e sua aversão com a própria existência possivelmente podem estar ligados à este processo traumático A falta de diálogo e de conexão com a mãe por exemplo pode levar a uma sensação de isolamento e de desamparo o que pode gerar uma crise existencial A esse respeito é fundamental o diálogo nas mais diversas fases que um relacionamento entre mãe e filha podem passar Ora de acordo com Chodorow apud Dornelas K Garcia A 19792002 o relacionamento entre mãe e filha é essencial para a construção da identidade feminina Tal identidade interfere diretamente no modo como se dá o relacionamento entre mãe e filha visto que as mulheres mantêm a identificação com a mãe ao longo de suas vidas e a partir deste vínculo constroem sua percepção do que é ser mulher Assim a busca por uma identidade própria no decorrer da adolescência BINSWANGER 2016 percorre também a busca por um estabelecimento de vínculos com a figura materna Nesse sentido buscamos entender a perspectiva da paciente para poder ajudála a encontrar sentido e significado em sua vida e em suas relações sociais Durante o segundo atendimento optamos por realizar uma atividade lúdica com o objetivo de explorar e compreender para melhor a dinâmica familiar entre mãe e filha Nessa atividade a mãe assumiu o papel de coordenadora e orientou a filha ao longo de todo o processo demonstrando uma certa dominância sobre a dinâmica A atividade consistiu em um desenho de como era a sua casa que envolvia situações de tomada de decisão Durante a atividade observamos que a mãe sempre tomava a frente tomando as decisões e direcionando as ações da filha Ela parecia ter uma postura mais dominante exercendo controle sobre as escolhas da filha e direcionando o desenvolvimento do desenho Essa dinâmica de dominância por parte da mãe levanta questões interessantes para análise Diante da atividade realizada é possível partir da perspectiva de influência social Dornelas K Garcia A 2006 exercida pela mãe sobre o comportamento da filha ao notar que as orientações da mãe sobre o desenho da filha afetaram e modificaram todo o desenho à maneira que a mãe gostaria Ademais podemos questionar como essa postura influencia o relacionamento entre mãe e filha e como isso afeta a autonomia e autoestima da filha diante dessa dinâmica durante a atividade bem como compreender como isso se reflete em outros aspectos da vida familiar Lacan 1998 descreve o processo de construção da identidade como uma busca por uma imagem idealizada de si mesmo que é influenciada pela imagem que os outros têm de nós Nesse sentido a figura dos pais pode ter um papel importante na formação dessa imagem e na construção da identidade do filho No entanto podemos observar que a imposição de um modelo idealizado pelos pais pode ser vista como uma forma de controle e de restrição da liberdade e da autonomia do filho o que pode gerar conflitos e dificuldades no processo de construção da identidade No terceiro encontro a paciente relatou que falta diálogo com a sua mãe e que quando ocorrem tentativas de efetivamente conversar com a referida sobre algumas situações que lhe afetam sua mãe lhe diz que essa geração da qual a filha faz parte é muito fraca e fresca diferente da geração dela Nesse sentido Dornelas K Garcia A 2006 pautam a comunicação como eixo essencial para a modulação do relacionamento entre mãe e filha de modo que tais conflitos geracionais poderiam ser fontes proveitosas de diálogo caso partissem de uma busca compreensiva por similaridades e diferenças no relacionamento HINDE 1997 Ora no que se refere ao conflito interpessoal Dornelas K Garcia A 2006 abordam o modo como estas ocorrências são inevitáveis porém mães tendem a minimizar possíveis atritos visando o bemestar da relação sem notar como ao realizar comparativos que diminuem as vivências e demandas da filha esta acaba sendo silenciada por tais julgamentos influenciando não só em seu relacionamento familiar mas também em seu comportamento social Durante as sessões realizadas pudemos observar que a mãe demonstra uma preocupação genuína com o bemestar da filha no entanto percebemos que ela exerce certo controle sobre a adolescente o que ficou mais evidente na segunda sessão Essa dinâmica de controle pode afetar a autonomia e a liberdade de expressão da cliente Em relação à adolescente identificamos que ela apresenta um sentimento de descontentamento em relação à sua vida social e o relacionamento com a mãe Ela expressa a sensação de ser incompreendida e atribui esse sentimento ao desejo de não ter nascido Essa visão negativa sobre si mesma e sobre sua vida pode gerar um impacto significativo em seu bemestar emocional e na qualidade de seus relacionamentos Diante dessas questões levantadas discutimos possíveis estratégias para melhorar a situação Abordamos a importância de promover um diálogo aberto e empático entre mãe e filha incentivando a escuta ativa e o respeito mútuo Também enfatizamos a necessidade de estabelecer limites saudáveis no relacionamento permitindo que a adolescente desenvolva sua autonomia e tome suas próprias decisões dentro de um ambiente seguro Além disso destacamos a importância de fortalecer a autoestima e o autoconceito da cliente ajudandoa a reconhecer seus pontos fortes e a desenvolver habilidades para lidar com os desafios emocionais e sociais Outro ponto abordado foi a busca por atividades e contextos sociais que possam proporcionar à paciente oportunidades de interação e conexão com outras pessoas que compartilhem de interesses e valores semelhantes Sugerimos a participação em grupos ou clubes relacionados a seus interesses bem como a busca pelo fortalecimento de uma rede de apoio saudável com amizades saudáveis e significativas Por fim ressaltamos a importância do processo terapêutico considerando as necessidades e demandas específicas da cliente A colaboração e o engajamento tanto da mãe quanto da adolescente serão fundamentais para promover mudanças positivas e construir um relacionamento mais saudável e equilibrado 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BINSWANGER Ludwig Sobre o Fenômeno da Mania São Paulo Perspectiva 2016 BRITO Isabel Ansiedade e depressão na adolescência Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v 27 n 2 p 20814 2011 DORNELAS Kirlla Cristhine Almeida GARCIA Agnaldo O relacionamento entre mãe e filha adulta um estudo descritivo Iteração em Psicologia v 10 n 2 2006 HINDE R A 1997 Relationships a dialectical perspective Hove UK Psychology Press Publishers LACAN Jacques O Estádio do Espelho como Formador da Função do Eu In LACAN Jacques Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998 MERLEAUPONTY Maurice Fenomenologia da percepção Tradução de Carlos Alberto Ribeiro de Moura São Paulo Martins Fontes 1999 SOUZA Luís Paulo et al Violência de gênero o silêncio e enfrentamento vivido pelas mulheres à luz da fenomenologia social Revista de Enfermagem 2016 7 CONCLUSÃO Observase que tanto a mãe quanto a filha necessitam trabalhar mais o diálogo e a compreensão em vista que o conflito de gerações e seus ideais têm sido influentes para os desacordos e falta de conversas produtivas entre as duas A psicoterapia pode ser útil para ajudar a compreensão do sentimento e visão de mundo da mãe e da filha fortalecendo o laço entre as duas e podendo reduzir os problemas enfrentados e apontados como motivo para a busca do acompanhamento psicológico São Paulo 30 de maio de 2023 Estagiário RA Estagiário RA André Prado Nunes CRP 0671982 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA Campus Norte Centro de Psicologia Aplicada Norte 1 IDENTIFICAÇÃO RELATÓRIO PSICOLÓGICO ÁREA Práticas Psicológicas Plantão Psicológico PRONT Nº 5195 1 PESSOA ATENDIDA VPS 55 ANOS FEMININO 2 SOLICITANTE VPS 55 ANOS FEMININO 3 FINALIDADE Relatório Psicológico dos atendimentos em Plantão Psicológico com VPS realizado entre os dias 30032023 à 20042023 para fins de registro e arquivamento no CPA Norte UNIP 2 RELATORES ESTAGIÁRIA O RA José Ricardo Severino Leonardo RA F006CC1 ESTAGIÁRIA O RA Adalberto Eliseu de Jesus RA F050181 SUPERVISOR André Prado Nunes CRP 0671982 3 DESCRIÇÃO DA DEMANDA VPS buscou o Plantão psicológico inicialmente para tratar de uma queixa relacionada a dificuldades de relacionamento e os desafios entre ela e a filha JPS segundo ela tem afetado muito em todas as áreas da sua vida pois esperava uma cumplicidade entre ambas que se perdeu desde quando a filha tomou a decisão de ir morar só Relata que não há diálogo entre elas e que a aproximação junto a filha está difícil 4 PROCEDIMENTO Três sessões de atendimento em Plantão Psicológico na abordagem Fenomenológica Existencial com objetivo de atender a demanda psicológica imediata e emergente a partir de intervenções coerentes com o referencial teórico e com a população atendida 5 ANÁLISE No primeiro atendimento ficou aparentemente perceptível que a mãe carrega a culpa do que aconteceu no passado quando ela teve que deixar a filha com a avó para trabalhar pois era separada do pai da JPS e ela precisava ajudar no sustento da casa e na época ela presenteava a filha para suprir a sua ausência notase também que ela não aceitou ainda a decisão da filha de ir morar só não está sabendo lidar com essa nova fase da filha e tem enfrentado dificuldades para a aceitação é perceptível também que existe muitas cobranças da parte da mãe pois deixou claro que quer falar com a filha todos os dias e quando a filha não responde ou demora para responder cobra a filha por isso mesmo a filha tendo 33 anos de idade e morando só tem questionado as vestimentas da filha e as tatuagens que a filha fez aparentemente ela quer controlar a filha que não mora mais no mesmo lar No segundo atendimento aparentemente a cliente VPS está começando a entender que a filha precisa de seu espaço viver a sua vida e que a ligação entre elas está estremecida não só por causa da filha Ela entendeu que sua maneira de falar e que sua negativa as opções de escolha de JPS está distanciando as duas e prejudicando o diálogo Carrega o jugo dos anos que perderá no desenvolvimento de JPS e ainda quer continuar compensandoos só ainda não entendeu que não são presentes que sua filha quer e sim uma relação saudável com sua mãe No terceiro atendimento mãe continua trazendo em sua narrativa que sente a falta da filha mas quando estão juntas ela não busca o contato e o diálogo parece uma briga de ego e isso resulta no distanciamento entre elas justo no momento que era para se tornar de aproximação entre as duas ela carrega a culpa de não colocar as palavras corretas nos momentos certos e se culpa de não saber conversar com sua filha perguntamos por que ela se sente culpada e ela diz que não sabe dizer POMPEIA 2013 não é fácil lidar com a culpa é difícil até mesmo dizer o que é culpa embora todos nós saibamos do que se trata ela não é estranha e pensamos nela como uma coisa negativa perigosa VPS sente essa culpa sempre dizendo do perigo de não conseguir se aproximar da filha Nos três atendimentos realizados no CPA ficaram evidenciados o quanto VPS necessitava de um espaço de escuta apurada no qual ela se sentisse confortável e segura para falar No primeiro atendimento ela ressalta o quanto é difícil ver sua filha JPS de 33 anos partindo de casa para morar em outro lugar que sente a falta da cumplicidade dos passeios de estarem sempre juntas e compartilham tudo na vida aparentemente nos remete a um quadro de síndrome do ninho vazio Ela pondera que a ausência nos primeiros estágios de desenvolvimento de sua filha foi compensada por presentes passeios e toda e qualquer espécie de mimos possíveis e que em sua visão isso não está relacionado com o que ela está vivenciando no presente Nesse sentido Dornelas K Garcia A 2006 pautam a interferência do contexto em que a relação entre mãe e filha foi construída e se insere na vida adulta como influentes na percepção sobre o relacionamento Aparentemente a relação parental entre elas é muito complexa tendo em vista que a VPS não apoia e não quer que sua filha evolua pois expressa o sentimento de que ela seja dependente para sempre ao ponto de querer a infelicidade da filha Teixeira M A P de Melo Lopes F M 2005 ao tratarem sobre estilos parentais apontam o estilo autoritário enquanto pais com altas exigências e baixa responsividade o que aparenta ser o caso de VPS Ademais dada a ausência e distanciamento na relação de ambas durante a infância vêse um processo de dependência por parte da mãe onde esta quer permanecer como a principal fonte de apoio emocional da filha na tentativa de suprir as carências anteriores Dornelas K Garcia A 2006 VPS no segundo encontro fica muito emocionada relata que se sente culpada por toda essa situação que tem medo da postura de JPS e que não sabe como dialogar com sua filha POMPEIA 2013 fala que o medo é inespecífico que ele é outro sentimento que com frequência acompanha a culpa Pelo relato de VPS sua filha não retorna mensagens e nem as ligações e está por volta de trinta dias sem ir em sua casa Sugerimos a reflexão para VPS se colocar no lugar de sua filha ter empatia pela situação dela Dornelas K Garcia A 2006 centralizam a comunicação como fundamental para a manutenção do relacionamento entre mãe e filha durante a fase adulta porém o estabelecimento do diálogo necessita partir de uma compreensão mútua das mudanças ocorridas na relação No terceiro encontro a narrativa de VPS de que começara a entender que partida de sua filha se fazia necessária pois tinha que viver sua vida e que sua postura de superprotetora e de cobrar demasiadamente ocasionou a ruptura Ela entendeu que a figura materna é eterna que JPS em um momento difícil sem pestanejar procurou o acolhimento dela isso nos faz pensarmos na questão que há tempo para todas coisas A partir desse último encontro o horizonte de reflexão começou a se abrir para VPS 6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS HEIDDEGER Martin Ser e tempo Capa comum 10ª Edição Ed Atlas 1 janeiro 2015 Cooper KL Gutmann DL Identidade de gênero e estilo de domínio do ego em mulheres de meiaidade pré e pósninho vazio O Gerontológico Sociedade da América 1987 POMPEIA J A e SAPIENZA S T NA PRESENÇA DO SENTIDO Uma aproximação fenomenológica a questões existenciais básicas 2013 Teixeira MAP e Lopes Franciella Texto Relações entre estilos parentais e valores humanos um estudo exploratório com estudantes universitários Aletheia n22 p 5162 juldez 2005 Kirlla Cristhine Almeida Dornelas e Agnaldo Garcia O relacionamento entre mãe e filha adulta um estudo descritivo Interação em Psicologia 2006 102 p 333344 7 CONCLUSÃO É perceptível que a mãe carrega a culpa do que aconteceu no passado quando ela teve que deixar a filha com a avó para trabalhar pois era separada do pai da JPS e ela precisava ajudar no sustento da casa na época ela presenteava a filha para suprir a sua ausência Nota se também que o relato de questionar as vestimentas da filha as tatuagens que ela fez e a cobrança de querer falar com a filha todos os dias aparentemente ela quer controlar a filha que não mora mais no mesmo lar Após os atendimentos ela está começando a entender a decisão da filha de ir morar só que o exercício de se comunicar de vez em quando é mais saudável para relação das duas gera mais assunto para os próximos encontros e menos cobrança Em suma encaminhamos para a psicoterapia porque VPS ainda se sente muito fragilizada em como se comunicar com sua filha e se faz necessário um acompanhamento para que ela lide com este contexto São Paulo 30 de maio de 2023 Estagiário RA Estagiário RA André Prado Nunes CRP 0671982