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verbo + objeto ou predicativo, em contraposição ao uso da língua clássica. Aconteceu que, com essa ordem seguida, quase invariavelmente, acabou por mudar a função das palavras na frase. Assim não se justificava mais a manutenção dos dois casos" 8 . A explicação dada por Coutinho pode, dentro da perspectiva teórica que assumimos neste manual, ser respondida de várias maneiras. Vejamos: em primeiro lugar, nada nos impede de conjecturarmos que a mudança come­ çou como um processo fonológico, afetando somente e exclusivamente, a prin­ cípio, as palavras da primeira declinação, mudança essa que seria, posterior­ mente, estendida às duas outras declinações. Além disso, a evidência apontai­ da por Coutinho em relação à segunda e à terceira declinações não deveria ser levada em consideração, uma vez que o /s/ garantia, dentro de um siste­ ma já morfologicamente empobrecido, a presença do acusativo plural. E um terceiro ponto que deveríamos mencionar é a evidência sintática em si: nós poderíamos ver a explicação de Coutinho pelo avesso e dizer, muito opos­ tamente, conforme argumentaremos no capítulo dedicado à nossa viagem ao mundo sintático, que essa ordem instaurada no latim falado e no no português (sujeito/verbo e predicativo) é consequência (e não causa) das muda.n­ ças fonológicas pelas quais os sistemas em questão passaram. Assim, pode­ se afirmar que a alteração no ordem dos constituintes básicos da sentença foi, na realidade, um reflexo (um eco) de uma mudança (ou um processo) fonético-morfológico que já tinha falado e as línguas românicas, em geral, in­ astalada em seus sistemas 5 . E uma maneira possível de se decidir entre uma expansão fonética é um aplicante para sobreviência do acusativo no português ou no espanhol é-nos dada pelas perspectivas teórica que assumimos neste manual: ou seja, o princi­ pio da uniformidade da mudança lingüística e a possibilidade de utilizar da· dos do presente para se explicar o passado. Vejamos. A perda do /s/ no português e espanhol contemporâneos Na verdade, ao tratarmos de questões como a neutralização entre o acu­ sativo e o nominativo, e a explicamos foneticamente, fica sempre a grande pergunta em lingüística: a neutralização entre o acusativo e o nominativo na forma corresponde, em mesmo peso e medida, à eliminação da distinção fun· cional que, originalmente, era garantida pela diferenciação de marcas for­ mais? Isto é: o espanhol e o português, ao terem perdido a distinção formal entre acustivo e nominativo, também perderam a diferenciação funcional? É óbvio que não: o sistema deve ter sido rearranjado de forma a preservar a distinção funcional. Estamos tratando, pois, da relação entre forma e função. Poplack (1979) 7 , ao examinar os principais fatores que condicionam a manutenção e/ou o can­ celamento do /s/ plural no espanhol porto-riquenho moderno, elencou três hipóteses que poderiam explicar a evolução de marcas formais e de suas res­ pectivas funções. São elas: "1. Processos de redução fonológica podem ser aplicados independen­ temente do estatuto gramatical do segmento em questão, desconfirmando-se assim a hipótese funcionalista. 2. Segmentos morfológicos podem resistir a processos de enfraquecimento fônológico e permanecer intactos, confirmando-se a hipótese funcionalista. 3. A função morfológica pode interagir sistematicamente com os pro­ cessos fonológicos de tal forma que os últimos são mais frequentemente apli­ cados quando não há nenhuma possibilidade de se dissiparem a primeira. Esse resultado, que permite tanto o apagamento como a preservação da mar­ ca, confirmaria uma versão fraca da hipótese funcionalista" 8 . A primeira situação rejeita a hipótese funcionalista, isto é: no caso da perda do /s/ final de palavras em português e espanhol, todas as palavras se­ riam igualmente afetadas, tanto aquelas em que o /s/ não marca pluralidade (número) como aquelas em que o /s/ é morfema de plural (casos). No caso espe­ cífico da neutralização entre o acusativo e o nominativo, seguindo-se os des­ meira situada, teríamos que forçosamente admitir que, "independentemen­ te do estatuto gramatical do segmento em questão", o processo de neutraliza­ ção fonológica está ocorrendo. A segunda situação apresenta um ponto de vista radicalmente oposto ao da primeira: a confirmação total e absoluta da hipótese funcionalista. Ou seja: o obscurecimento das consoantes finais em latim, essa situação é refreamen­ tária a sua queda, dada a ordem das palavra nas sentença, o processo fonológico de queda do /s/ final ficará assim bloqueado, a fim de garantir um distino funcional entre nominativo e acusativo. A terceira e última situação ameniza os dois pontos de vista opostos, expressos nas duas primeiras situações. Aqui, assume-se uma interseção en­ tre os processos fonológico em marcha dentro de um sistema e a função gra­ matical (morfológica) dos segmentos envolvidos. Assim, o /s/ plural também é perdido foneticamente, mas a pluralidade é mantida através de outros recursos que o sistema organiza. É exatamente esse situação no espanhol e no português contemporâneos. O espanhol preserva um sistema de determinantes, distinguindo gê­ nero e número: | | Singular | Plural | |-----------|----------|------------------| | Masculino | el | los unos | | Feminino | la | las unas | Observe-se que a perda do /s/ plural no determinante feminino coincide com a forma singular; a perda do /s/resta em los e unos, entretanto, ainda retém a pluralida· de, dada a diferença fonica com as formas singulares correspondentes: el e un. (o romano, o italiano, o provençal e o francês antigos) enquanto outras, co­ mo o espanhol e o português, deram vida somente ao acusativo. Duas explicações poderiam ser aqui colocadas para a sobrevivência do acusativo no espanhol e no português. Em primeiríssimo lugar, observe-se o acusativo plural em /s/ presente nos dois sistemas modernos: evidência ca­ bal de que foi o acusativo, e não o nominativo, que sobreviveu nesses dois sistemas. No caso do singular, podemos dizer que a neutralização entre o nominativo e o acusativo começou com o obscurecimento do /m/ final, indi­ cador do acusativo singular no latim clássico. Assim, com a neutralização entre os dois casos no singular, a predominância do acustivo plural em /s/ nas três declinações testimoniarias, pois, o acustivo no caso lexicogio/cico neo dos sistemas. Assim, Coutinho (1969, p. 228) afirma ser do acusativo "que procedem as palavras de nossa língua. Comprovam as inscrições e o em­ preço do acusativo como sujeito, em lugar do nominativo: filius maria fuen­ rum. giuceuant religiosa. Um ligeiro corte de formas latinas com as portu­ guês nas correspondenes logo vos convencerá disso, Primeira declinação acusativo singular acustivo plural mentr > mesa, vita > vida. rosa > roas mensas > mesas, vitae > vidas. rosas > rosas Segunda declinação acusativo singular acustivo plural luput > Iôbo, horl1s> horto, Iibrur > livro lupos > lobos, hortos > hortos, libror > livros Terceira declinação acustivo singular acustivo plural alleS > vala, ponte> ponta, labore )ta:cor val/es > vales, ponte> pontes, labores> labores" Essa primeira explicação para a sobrevivência do acustivo em potugués, das três declinações, tem, portanto, uma caráter fonético que se inter· Scciona com o inventário morfológico de sistema em envelocido: a mudança fonológica, perdas de consoantes finais, prejudicam gratuitamente, na realidade, uma reor­ :ganização morfológica no sistema, perdurando tao-somente um caso (dos seis originais no latim clássico) e três declinações (das cinco existentes no latim escrito) em português. E, entretanto, o próprio Coutinho quem dá urna se­ gunda explicação para a sobrevivência do acustivo em português, esta de natureza sintática: "A redução dos dois casos à um justifica-se mais como urn fenômeno sintá­ tico do que fonético. Se o fato fonético da queda do -m do acustivo singular podia favorecer a identificação do acustivo com o nominativo na primeira declinação (cf. hora e herant), o mesmo já não acontece com a segunda e a terceira declinação, em que os dois caso permaneciam diferentes (cf. horius e horlrnl~n, avia e avet)m). As palavras se dissipavam na frase, em léUm vul­ gar, segundo a ordem natural da elaboração do pensamento, ou seja. sujeito + 126 Dado o quadro acima, uma hipótese, em conformidade com a terceira situação exposta por Poplack, poderia ser levantada: há uma interseção que reconfigura a morfologia do espanhol na medida em que se confirme que o processo fonológico de enfraquecimento e cancelamento do /s/ se encontra mais avançado no masculino do que no feminino, tanto para os substantivos quanto para os determinantes. Com essa hipótese em mente e dentro da pers­ pectiva teórica que temos avançado neste manual, Flores, Myhill e Tarallo (1983³) empreenderam uma análise da perda do /s/ plural no espanhol porto­ rioquenho, tendo chegado a resultados que confirmam a interseção de faça- res fonológicos e morfológicos na mudança linguística. A tabela 3 ³ a seguir apresenta os resultados para o cancelamento de /s/ em determinantes; a tabe­ la 4 ' ¹ ¹, os resultados para os substantivos. Tabela 3: Freqüência de apagamento de /s/ em determinantes Masculino Feminino Total Presença de /s/ 216 167 383 Ausência de /s/ 53 24 77 Total 269 191 460 % de ausência 19,7% 12,5% 16,7% Tabela 4: Freqüência de apagamento de /s/ em substantivos Masculino Feminino Total Presença de /s/ 149 169 318 Ausência de /s/ 452 217 669 Total 601 386 987 % de ausência 75,2% 56,2% 67,8% As tabelas 3 e 4 acima demonstram, pois, que a percentagem de apagamento de /s/ marcador de plural é mais alta para os determinantes e substantivos masculinos: 19,7% contra 12,5% nos determinantes, e 75,2% contra 56,2% nos substantivos. Esses resultados evidenciam que o sistema, tomado de um processo fonológico violento que lhe compromete, entre outras coisas, a mar­ cação da pluralidade, permite o avanço da mudança, com maior velocidade, precisamente nos casos de menor neutralização entre o singular e o plural. No sistema moderno do português, entretanto, tal não é a divisão entre determinantes masculinos e femininos. Nesse sistema a perda do /s/ marca­ dor de plural igualmente compromete a função (pluralidade) no masculino e no feminino. Além da distinção entre os determinantes no espanhol, os es­ tudos já realizados haviam demonstrado que a primeira posição dentro do sintagma nominal começava a ser eleita como a posição solitária e única para

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E um terceiro ponto que deveríamos mencionar é a evidência sintática em si: nós poderíamos ver a explicação de Coutinho pelo avesso e dizer, muito opos­ tamente, conforme argumentaremos no capítulo dedicado à nossa viagem ao mundo sintático, que essa ordem instaurada no latim falado e no no português (sujeito/verbo e predicativo) é consequência (e não causa) das muda.n­ ças fonológicas pelas quais os sistemas em questão passaram. Assim, pode­ se afirmar que a alteração no ordem dos constituintes básicos da sentença foi, na realidade, um reflexo (um eco) de uma mudança (ou um processo) fonético-morfológico que já tinha falado e as línguas românicas, em geral, in­ astalada em seus sistemas 5 . E uma maneira possível de se decidir entre uma expansão fonética é um aplicante para sobreviência do acusativo no português ou no espanhol é-nos dada pelas perspectivas teórica que assumimos neste manual: ou seja, o princi­ pio da uniformidade da mudança lingüística e a possibilidade de utilizar da· dos do presente para se explicar o passado. Vejamos. A perda do /s/ no português e espanhol contemporâneos Na verdade, ao tratarmos de questões como a neutralização entre o acu­ sativo e o nominativo, e a explicamos foneticamente, fica sempre a grande pergunta em lingüística: a neutralização entre o acusativo e o nominativo na forma corresponde, em mesmo peso e medida, à eliminação da distinção fun· cional que, originalmente, era garantida pela diferenciação de marcas for­ mais? Isto é: o espanhol e o português, ao terem perdido a distinção formal entre acustivo e nominativo, também perderam a diferenciação funcional? É óbvio que não: o sistema deve ter sido rearranjado de forma a preservar a distinção funcional. Estamos tratando, pois, da relação entre forma e função. Poplack (1979) 7 , ao examinar os principais fatores que condicionam a manutenção e/ou o can­ celamento do /s/ plural no espanhol porto-riquenho moderno, elencou três hipóteses que poderiam explicar a evolução de marcas formais e de suas res­ pectivas funções. São elas: "1. Processos de redução fonológica podem ser aplicados independen­ temente do estatuto gramatical do segmento em questão, desconfirmando-se assim a hipótese funcionalista. 2. Segmentos morfológicos podem resistir a processos de enfraquecimento fônológico e permanecer intactos, confirmando-se a hipótese funcionalista. 3. A função morfológica pode interagir sistematicamente com os pro­ cessos fonológicos de tal forma que os últimos são mais frequentemente apli­ cados quando não há nenhuma possibilidade de se dissiparem a primeira. Esse resultado, que permite tanto o apagamento como a preservação da mar­ ca, confirmaria uma versão fraca da hipótese funcionalista" 8 . A primeira situação rejeita a hipótese funcionalista, isto é: no caso da perda do /s/ final de palavras em português e espanhol, todas as palavras se­ riam igualmente afetadas, tanto aquelas em que o /s/ não marca pluralidade (número) como aquelas em que o /s/ é morfema de plural (casos). No caso espe­ cífico da neutralização entre o acusativo e o nominativo, seguindo-se os des­ meira situada, teríamos que forçosamente admitir que, "independentemen­ te do estatuto gramatical do segmento em questão", o processo de neutraliza­ ção fonológica está ocorrendo. A segunda situação apresenta um ponto de vista radicalmente oposto ao da primeira: a confirmação total e absoluta da hipótese funcionalista. Ou seja: o obscurecimento das consoantes finais em latim, essa situação é refreamen­ tária a sua queda, dada a ordem das palavra nas sentença, o processo fonológico de queda do /s/ final ficará assim bloqueado, a fim de garantir um distino funcional entre nominativo e acusativo. A terceira e última situação ameniza os dois pontos de vista opostos, expressos nas duas primeiras situações. Aqui, assume-se uma interseção en­ tre os processos fonológico em marcha dentro de um sistema e a função gra­ matical (morfológica) dos segmentos envolvidos. Assim, o /s/ plural também é perdido foneticamente, mas a pluralidade é mantida através de outros recursos que o sistema organiza. É exatamente esse situação no espanhol e no português contemporâneos. O espanhol preserva um sistema de determinantes, distinguindo gê­ nero e número: | | Singular | Plural | |-----------|----------|------------------| | Masculino | el | los unos | | Feminino | la | las unas | Observe-se que a perda do /s/ plural no determinante feminino coincide com a forma singular; a perda do /s/resta em los e unos, entretanto, ainda retém a pluralida· de, dada a diferença fonica com as formas singulares correspondentes: el e un. (o romano, o italiano, o provençal e o francês antigos) enquanto outras, co­ mo o espanhol e o português, deram vida somente ao acusativo. Duas explicações poderiam ser aqui colocadas para a sobrevivência do acusativo no espanhol e no português. Em primeiríssimo lugar, observe-se o acusativo plural em /s/ presente nos dois sistemas modernos: evidência ca­ bal de que foi o acusativo, e não o nominativo, que sobreviveu nesses dois sistemas. No caso do singular, podemos dizer que a neutralização entre o nominativo e o acusativo começou com o obscurecimento do /m/ final, indi­ cador do acusativo singular no latim clássico. Assim, com a neutralização entre os dois casos no singular, a predominância do acustivo plural em /s/ nas três declinações testimoniarias, pois, o acustivo no caso lexicogio/cico neo dos sistemas. Assim, Coutinho (1969, p. 228) afirma ser do acusativo "que procedem as palavras de nossa língua. Comprovam as inscrições e o em­ preço do acusativo como sujeito, em lugar do nominativo: filius maria fuen­ rum. giuceuant religiosa. Um ligeiro corte de formas latinas com as portu­ guês nas correspondenes logo vos convencerá disso, Primeira declinação acusativo singular acustivo plural mentr > mesa, vita > vida. rosa > roas mensas > mesas, vitae > vidas. rosas > rosas Segunda declinação acusativo singular acustivo plural luput > Iôbo, horl1s> horto, Iibrur > livro lupos > lobos, hortos > hortos, libror > livros Terceira declinação acustivo singular acustivo plural alleS > vala, ponte> ponta, labore )ta:cor val/es > vales, ponte> pontes, labores> labores" Essa primeira explicação para a sobrevivência do acustivo em potugués, das três declinações, tem, portanto, uma caráter fonético que se inter· Scciona com o inventário morfológico de sistema em envelocido: a mudança fonológica, perdas de consoantes finais, prejudicam gratuitamente, na realidade, uma reor­ :ganização morfológica no sistema, perdurando tao-somente um caso (dos seis originais no latim clássico) e três declinações (das cinco existentes no latim escrito) em português. E, entretanto, o próprio Coutinho quem dá urna se­ gunda explicação para a sobrevivência do acustivo em português, esta de natureza sintática: "A redução dos dois casos à um justifica-se mais como urn fenômeno sintá­ tico do que fonético. Se o fato fonético da queda do -m do acustivo singular podia favorecer a identificação do acustivo com o nominativo na primeira declinação (cf. hora e herant), o mesmo já não acontece com a segunda e a terceira declinação, em que os dois caso permaneciam diferentes (cf. horius e horlrnl~n, avia e avet)m). As palavras se dissipavam na frase, em léUm vul­ gar, segundo a ordem natural da elaboração do pensamento, ou seja. sujeito + 126 Dado o quadro acima, uma hipótese, em conformidade com a terceira situação exposta por Poplack, poderia ser levantada: há uma interseção que reconfigura a morfologia do espanhol na medida em que se confirme que o processo fonológico de enfraquecimento e cancelamento do /s/ se encontra mais avançado no masculino do que no feminino, tanto para os substantivos quanto para os determinantes. Com essa hipótese em mente e dentro da pers­ pectiva teórica que temos avançado neste manual, Flores, Myhill e Tarallo (1983³) empreenderam uma análise da perda do /s/ plural no espanhol porto­ rioquenho, tendo chegado a resultados que confirmam a interseção de faça- res fonológicos e morfológicos na mudança linguística. A tabela 3 ³ a seguir apresenta os resultados para o cancelamento de /s/ em determinantes; a tabe­ la 4 ' ¹ ¹, os resultados para os substantivos. Tabela 3: Freqüência de apagamento de /s/ em determinantes Masculino Feminino Total Presença de /s/ 216 167 383 Ausência de /s/ 53 24 77 Total 269 191 460 % de ausência 19,7% 12,5% 16,7% Tabela 4: Freqüência de apagamento de /s/ em substantivos Masculino Feminino Total Presença de /s/ 149 169 318 Ausência de /s/ 452 217 669 Total 601 386 987 % de ausência 75,2% 56,2% 67,8% As tabelas 3 e 4 acima demonstram, pois, que a percentagem de apagamento de /s/ marcador de plural é mais alta para os determinantes e substantivos masculinos: 19,7% contra 12,5% nos determinantes, e 75,2% contra 56,2% nos substantivos. Esses resultados evidenciam que o sistema, tomado de um processo fonológico violento que lhe compromete, entre outras coisas, a mar­ cação da pluralidade, permite o avanço da mudança, com maior velocidade, precisamente nos casos de menor neutralização entre o singular e o plural. 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