·

Ciências Contábeis ·

Contabilidade Gerencial

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Preview text

ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 O MODELO DE FLEURIET E OS EFEITOS DA PANDEMIA DO COVID19 THE FLEURIET MODEL AND THE EFFECTS OF THE COVID19 PANDEMIC AMANDA SAMYLLI DA SILVA Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Email jocykleberlivecom YAN CARLOS DA SILVA COSTA Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN Email jocykleberlivecom JOCYKLEBER MEIRELES DE SOUZA Universidade Federal Rural do SemiÀrido UFRSA Email jocykleberlivecom JOSÉ MAURO MADEIROS VELOSO SOARES Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN Email jocykleberlivecom SÉRGIO LUÍZ PEDROSA SILVA Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN Email jocykleberlivecom Resumo O presente estudo tem por objetivo investigar o impacto da pandemia da COVID19 na estrutura financeira das empresas brasileiras de capital aberto listadas no IBrx100 por meio da análise dos Balanços Patrimoniais Gerenciais BPG e aplicando o Modelo dinâmico de Fleuriet de análise do capital de giro Para tanto a tipologia da pesquisa é descritiva e documental pois utilizou como fonte de dados os Balanços Patrimoniais Consolidados Os dados foram obtidos por meio do banco de dados Economática e do formulário de Referência disponível no sítio eletrônico da Brasil Bolsa Balcão B3 assim a amostra final foi composta por 76 empresas ao longo de 10 trimestres correspondendo do 1 trimestre de 2019 ao 2 trimestre de 2021 Como técnica de análise adotou se uma abordagem qualitativa e quantitativa utilizandose da análise descritiva aplicada ao modelo Fleriet Os resultados da pesquisa demonstram que ao longo dos 10 trimestres analisados as variáveis saldo de tesouraria ST necessidade de capital de giro NCG e capital de giro CDG foram respectivamente negativas em 4396 1220 e 1207 da amostra Além disso constatou se a predominância de BPG do tipo 2 com 4501 da amostra seguido pelo tipo 3 com 3241 Bem como destacase a redução no número dos BPG com o perfil de tipo 3 e o aumento no tipo 2 ao longo dos períodos Deste modo com base nos resultados expostos neste estudo identificouse que uma tendência de alteração na tipologia das empresas após o início da Pandemia de COVID19 aumentando os perfis considerados sólidos Palavraschave Pandemia do COVID19 Modelo Fleuriet Estrutura Financeira Abstract The present study aims to investigate the impact of the COVID19 pandemic on the financial structure of publicly traded Brazilian companies listed on the IBrx100 through the analysis of the Management Balance Sheets BPG and applying the dynamic Fleuriet model of analysis of working capital Therefore the research typology is descriptive and documentary as it used the Consolidated Balance Sheets as a data source The data were obtained through the Economática database and the Reference form available SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 53 on the website of Brasil Bolsa Balcão B3 thus the final sample consisted of 76 companies over 10 quarters corresponding to the 1st quarter of 2019 to 2nd quarter of 2021 As an analysis technique a qualitative and quantitative approach was adopted using descriptive analysis applied to the Fleriet model The survey results show that over the 10 quarters analyzed the variables cash balance ST working capital need NCG and working capital CDG were respectively negative by 4396 1220 and 1207 of the sample In addition there was a predominance of type 2 BPG with 4501 of the sample followed by type 3 with 3241 As well as the reduction in the number of BPG with the type 3 profile and the increase in type 2 over the periods Thus based on the results exposed in this study it was identified that a trend of change in the typology of companies after the beginning of the COVID19 Pandemic increasing the profiles considered solid Keywords COVID19 pandemic Fleuriet model Financial Structure 1 INTRODUÇÃO Os primeiros casos notificados do novo coronavírus SARSCoV2 causador da COVID19 aconteceram em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan na China Com alta taxa de transmissibilidade alastrouse rapidamente por todo o globo e em 11 de março de 2020 a Organização Mundial de Saúde OMS declarou que a doença infecciosa atingiu o patamar de pandemia DUARTE 2020 GICOVATE MARTINS GICOVATE NETO SHIMODA 2020 Em 10 de agosto de 2021 o número de casos registrados ultrapassaram os 200 milhões com mais de 42 milhões de mortes sendo o Brasil o segundo País com mais óbitos relacionados a doença com mais de 562 mil vítimas ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE OMS 2021 A pandemia impactou a economia mundial e entre os reflexos na economia brasileira o Produto Interno Bruto PIB fechou 2020 com um recuo de 41 o pior resultado da série histórica iniciada em 1996 AGÊNCIA INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE 2021 Para Silber 2020 ao se analisar as crises geradas por pandemias como a crise espanhola entre 1918 e 1920 os Países que adotaram as medidas mais radicais de isolamento tiveram uma recuperação mais rápida de suas economias Entretanto o isolamento social realizado para diminuir o ritmo de contágio simultaneamente gera uma crise por falta da produção de bens e serviços queda na demanda e colapso do crédito o que só foi visto anteriormente na Grande Depressão dos anos 1930 Nesse contexto a administração do capital de giro recebe uma atenção nas empresas pois este pode representar um termômetro da saúde financeira da entidade NUNES VISOTO SILVA 2019 A gestão do capital de giro tende a ser fundamental para a continuidade dos negócios pois em momentos de crise podese fazer necessário a reestruturação da composição do financiamento das atividades operacionais ASSAF NETO 2010 Dessa forma a má administração do capital de giro é um dos principais fatores de mortalidade dos negócios pois uma empresa que não faz uma boa gestão está sujeita a interrupção do seu ciclo operacional ocorrendo a insolvência e ao risco de falência A partir desse ponto as análises que utilizam apenas a aplicação dos medidores tradicionais do capital de giro como análise horizontal vertical e índices de liquidez endividamento e rentabilidade vem sendo criticados temporalmente por desconsiderarem os ciclos da organização MOREL SANTOS SANTOS FRANCISCO PARANAIBA 2019 Diante dessa realidade a construção deste estudo baseiase na visão gerencial de reorganização das contas do Balanço Patrimonial baseado no Modelo de Fleuriet também conhecido como modelo dinâmico que se propõe a reclassificar as contas consoante o ciclo operacional da empresa Esse modelo é caracterizado por empregar três variáveis Necessidade de Capital de Giro NCG Capital de Giro CDG e Saldo em Tesouraria ST As relações desses indicadores são classificadas em uma tipologia composta por seis tipos de estruturas financeiras que se rotulam como excelente sólida insatisfatória péssima muito ruim e alto risco CORDEIRO TELES BATISTA 2020 SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 54 Assim ante ao exposto temse o seguinte problema de pesquisa quais os efeitos da pandemia de Covid19 na estrutura financeira das empresas listadas no IBrX100 Dessa forma o presente estudo tem por objetivo investigar o impacto da pandemia da COVID19 na estrutura financeira das empresas brasileiras de capital aberto e listadas no IBrx100 por meio da análise dos Balanços Patrimoniais Gerenciais BPG e aplicando o Modelo dinâmico de Fleuriet de análise do capital de giro A relevância deste estudo justificase sob diversas perspectivas tais como a relevância do aprofundamento teórico da análise de capital de giro nos estudos acadêmicos e por ser relevante para o ramo empresarial Ressaltase a carência de estudos com foco de investigar os efeitos da Pandemia da COVID19 com a estrutura financeira das empresas e de que os efeitos encontrados podem ter relação e contribuir com uma preparação organizacional em crises futuras assim como o mapeamento das estruturas financeiras identificando o perfil e alterações que possam ter ocorrido através da tipologia de Fleuriet Salientase que o presente estudo toma como base o entendimento apresentado por Braga 1991 Marques e Braga 1995 Fleuriet Kehdy e Blanc 2003 Braga Nossa e Marques 2004 e busca relacionar esta pesquisa com o estudo de Nascimento Espejo Voese e Pfitscher 2012 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 PANDEMIA DA COVID19 E SEUS EFEITOS Ao longo da história a humanidade enfrentou diversas crises tais como a Peste Negra no século XIV a gripe espanhola em 1918 os períodos pósguerra e os colapsos financeiros Essas crises trouxeram consequências catastróficas como o número expressivo de mortos eou forte impacto na sociedade nos aspectos políticos econômicos e estilo de vida dos indivíduos EIGENSTUHLER PACASSA KRUGER MAZZIONI 2021 Antes da pandemia da COVID19 a última grande crise global foi em 2008 de origem financeira nos Estados Unidos e concentrouse em países desenvolvidos A Crise de 2020 tem origem sanitária e atingiu todo o mundo Os primeiros casos da COVID19 notificados ocorreram em dezembro de 2019 em Whuan na China e em 11 de março de 2020 a OMS já declarava que o patamar de pandemia DUARTE 2020 GICOVATE et al 2020 Medidas de enfrentamento a propagação do vírus foram tomadas em todo o mundo as orientações para o isolamento social tinham o intuito de reduzir a exposição das pessoas ao contágio e disseminação da COVID19 No Brasil em 6 de fevereiro de 2020 foi decretado a Lei 139192020 estabelecendo medidas de proteção a coletividade dentre elas 1 Isolamento que consiste na separação de pessoas doentes ou objetosmeios contaminadas para evitar a contaminação e propagação 2 Quarentena que consiste na restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas das que não estejam doentes assim como qualquer bem suspeito de contaminação AGÊNCIA IBGE 2020 O isolamento social necessário para diminuir a taxa de transmissão do vírus gera dentre outros eventos associados a pandemia a diminuição de bens e serviços disponíveis acarretando problemas sociais e econômicos fazendose necessário aos governos rearranjarem suas estruturas e recursos para a saúde a manutenção de empresas e empregos para que posteriormente o desenvolvimento possa ser retomado o mais rápido possível SILBER 2020 O mundo caminha para o segundo ano após o primeiro caso da COVID19 e os impactos são sentidos em diversas nações ao redor do planeta expondo a fragilidade dos sistemas de saúde da economia e políticas públicas adotadas No Brasil o impacto da pandemia é desastroso COELHO 2021 Apesar das medidas para minimizar os efeitos da pandemia na economia como a concessão de linhas de créditos e desoneração de impostos para o setor privado complementação financeira para trabalhadores com redução de salários para reduzir o desemprego auxílio financeiro aos informais autônomos e baixa renda o cenário brasileiro passa por agravantes como a recente recessão econômica nos anos de 2015 e 2016 onde o PIB recuou em 83 somado os dois anos e posteriormente aumentou a informalidade para 48 da população em 2020 além do Brasil ter a quinta pior distribuição de renda do mundo SILBER 2020 SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 55 Os efeitos impactantes aconteceram no 1 semestre de 2020 quando o IBGE 2020 apontou que 4 em cada 10 empresas foram fechadas devido aos efeitos da Pandemia Em novembro de 2020 cerca de 20 da população declarou receber menos do que o normal e a taxa de pessoas desocupadas aumentou sendo de 105 em março de 2020 e 144 em 20 de setembro de 2021 No geral o PIB fechou o ano com um recuo de 41 Destacase que em 2020 houve um recorde de abertura de negócios no Brasil foram fechadas 1044 milhão de empresas número menor do que em 2019 e foram abertos 3359 milhões de empresas entretanto 793 foram de Microempreendedores Individuais MEIs predominantemente no setor de comércio e serviços Esse recorde de aberturas pode estar relacionado ao aumento das concessões de créditos assim como os efeitos da pandemia e aumento do desemprego contribuam para que as pessoas busquem condições de trabalho e renda compatíveis através do empreendedorismo AGÊNCIA IBGE 2021 Nas empresas de capital aberto a pandemia provocou a suspensão de projeções de atividades as previsões de resultados e os investimentos BARBOSA SILVA BONFIM SOARES 2021 No 1 semestre da pandemia em março de 2020 ocorreu a redução do valor IBOVESPA no início de 2020 em mais de 315 refletindo o pessimismo e preocupação dos investidores As perdas chegaram a mais de R 800 bilhões entretanto os reflexos não foram sentidos igualmente seja por setores ou por empresas Os principais efeitos destacados pelas empresas foram a incerteza nas previsões a queda da demanda e a inadimplência Diante das circunstâncias verificouse aumento significativo na quantidade de captação de empréstimos e financiamentos AVELAR FERREIRA SILVA FERREIRA 2021 22 MODELO FLEURIET O modelo dinâmico de Fleuriet propõe que as análises de solvência dos Balanços Patrimoniais sejam realizadas a partir de uma base dinâmica da contabilidade onde se destacam os aspectos financeiros de liquidez priorizando desse modo o equilíbrio dos fluxos monetários em contraponto das análises baseadas em indicadores de liquidez seca corrente e geral FLEURIET KEHDY BLANC 2003 sendo as informações apresentadas consideradas insuficientes em relação à necessidade de capital de giro FLEURIET ZEIDAN 2015 Nesse sentido são utilizados no modelo a combinação de três variáveis Necessidade de Capital de Giro NCG capital de giro CDG e saldo de tesouraria ST cujas aplicações possuem seis classificações distintas nas quais se observa o desempenho econômico e operacional das entidades NASCIMENTO et al 2012 Segundo Fleuriet Kehdy e Blanc 2003 a variável Necessidade de Capital de Giro é representada pela diferença entre o ativo circulante operacional e o passivo circulante operacional em que sendo o resultado positivo apresenta uma insuficiência de recursos para o giro enquanto o resultado negativo observase uma fonte de recursos destináveis a aplicação As variáveis Capital de Giro é o produto obtido da diferença entre o passivo não circulante mais as contas do patrimônio líquido e o ativo não circulante mais as contas do ativo permanente para integrar fontes de recursos para a NCG Ainda segundo os autores o saldo em tesouraria é a diferença entre ativo circulante financeiro e o passivo circulante financeiro na ótica em que o CDG positivo e maior que a NCG o ST é positivo e a empresa possui liquidez entretanto o CDG positivo e menor que a NCG o ST é negativo sendo observando por tanto a utilização de recursos de curto prazo para financiamento de necessidade de capital de giro para quando as variáveis CDG e ST são ambas negativas visualizase o uso de recursos de curto prazo para financiamento de ativos permanentes logo a empresa aproximase da inocorrência do risco de insolvência Para a aplicação do Modelo Dinâmico fazse necessário uma reclassificação das contas patrimoniais cujo objetivo é adaptalas a realidade dinâmica da empresa onde os ciclos das contas correspondem ao seu tempo efetivo de realização de resultado NASCIMENTO et al 2012 Deste modo as contas do circulante são fragmentadas em ativo circulante financeiro ACF e operacional ACO passivo circulante financeiro PCF e operacional PCO enquanto as contas do permanente são reclassificadas como investimento fixo ou ativo permanente AP e os direitos a receber da empresa a longo prazo e o ativo permanente propriamente dito e passivo permanente PP cuja composição são as fontes de financiamento a longo prazo próprias e de terceiros patrimônio líquido e exigibilidades ASSAF NETO SILVA 2010 Dito isso apresentase na Figura 1 os tipos e estruturas financeiras identificáveis após a reclassificação do Modelo Dinâmico onde pode se visualizar a o modelo de representatividade consistente em cada estrutura SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 56 Figura 1 Tipos de estrutura financeira do Balanço Patrimonial Gerencial BPG Tipo 1 BPG Tipo 2 BPG Tipo 3 ACF PCF ACF PCF ACF PCF PCO PCO ACO ACO ACO PCO PP PP AP AP PP AP BPG Tipo 4 BPG Tipo 5 BPG Tipo 6 ACF PCF ACF PCF ACF PCF ACO ACO PCO PCO PCO ACO AP AP AP PP PP PP Fonte Nascimento et al 2012 Mediante aplicação do modelo de Fleuriet é possível identificar padrões e estratégias de investimento e financiamento conforme os estudos de Brasil e Brasil 2002 e Fleuriet Kehdy e Blanc 2003 estão estruturados em quatro tipos distintos de Balanços Patrimoniais Gerenciais BPG Nos estudos de Braga 1991 Marques e Braga 1995 Braga Nossa e Marques 2004 Vieira 2008 Nascimento et al 2008 outros dois tipos são identificáveis permitindo avaliação de liquidez e consequentemente as práticas adotadas em relação ao capital de giro NASCIMENTO et al 2012 Nas quais podemos estabelecer as correlações apresentadas no Quadro 1 Quadro 1 Variáveis do Modelo Fleuriet como fontes de aplicações de recursos Tipologia Variável Significado Tipo 1 ST Positivo ACF PCF representando uma aplicação de recursos NCG Negativo ACO PCO representando uma fonte de recursos CDG Positivo PP AP representando uma fonte de recursos Tipo 2 ST Positivo ACF PCF representando uma aplicação de recursos NCG Positivo ACO PCO representando uma aplicação de recursos CDG Positivo PP AP representando uma fonte de recursos Tipo 3 ST Negativo ACF PCF representando uma fonte de recursos NCG Positivo ACO PCO representando uma aplicação de recursos CDG Positivo PP AP representando uma fonte de recursos Tipo 4 ST Negativo ACF PCF representando uma fonte de recursos NCG Positivo ACO PCO representando uma aplicação de recursos CDG Negativo PP AP representando uma aplicação de recursos Tipo 5 ST Negativo ACF PCF representando uma fonte de recursos NCG Negativo ACO PCO representando uma fonte de recursos CDG Negativo PP AP representando uma aplicação de recursos Tipo 6 ST Positivo ACF PCF representando uma aplicação de recursos NCG Negativo ACO PCO representando uma fonte de recursos CDG Negativo PP AP representando uma aplicação de recursos Fonte Nascimento et al 2018 No Balanço Patrimonial Gerencial Tipo 1 identificase uma excelente liquidez atrelada ao fato da entidade possuir recursos permanentes aplicados ao ativo circulante gerando sobra de recursos para atividades operacionais na tipologia 2 a situação financeira é considerada sólida evidenciadas pelas contas de o passivo circulante operacional serem suficientes para o financiamento do ativo circulante operacional SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 57 O perfil de estrutura tipo 3 constitui situação financeira insatisfatória pelo fato de o Capital de Giro ser inferior à Necessidade de Capital de Giro potencializando a vulnerabilidade financeira com um ST negativo e a utilização de financiamento para o curto prazo Empresas com perfil tipo 5 são consideradas em situação financeira ruim dado que a NCG é negativa utilizado os recursos de curto prazo para suprir a causa da NCG negativa e por consequência tornando o ST negativo Por fim o BPG tipo 6 apresenta o perfil de empresa que desvia recursos do curto prazo para financiamento de ativos não circulantes mantendo o saldo em tesouraria positivo porém em uma situação de considerável risco pois esta ação baseiase no montante de vendas que está diretamente sujeito a oscilações de mercado BRAGA NOSSA MARQUES 2004 Uma boa organização econômicofinanceiro se dar pelo equilíbrio entre liquidez e rentabilidade analisado o ambiente em que o negócio atua tornandose dessa forma primordial determinar parâmetros para diferir e identificar a qualidade da situação financeira das entidades NASCIMENTO et al 2012 23 ESTUDOS CORRELATOS AO TEMA Quanto às pesquisas anteriores com objetivos correlacionados a essa pesquisa observase uma tendência nos resultados que apontam a estrutura de tipo 2 e 3 conforme o Modelo de Fleuriet como o perfil predominante nas empresas listadas na B3 Ressaltase que em geral as empresas que possuem estrutura de tipo 2 são mais sólidas enquanto o tipo 3 estão mais vulneráveis visto que ela consegue cobrir a sua necessidade de capital de giro utilizando do financiamento para o curto prazo Por isso a estrutura de tipo 3 é rotulada como Insatisfatória Nascimento et al 2012 investigaram possíveis alterações e consequências no perfil dos Balanços Patrimoniais Gerenciais de empresas brasileiras em face ao período de crise financeira de 2008 empregando a tipologia proposta pelo Modelo de Fleuriet A amostra conteve 87 empresas destacadas na Revista Exame Melhores e Maiores de 2009 e listadas na BMFBOVESPA A partir dos Balanços Patrimoniais extraídos da base de dados Economática foram identificadas as variáveis dinâmicas comuns ao BPG Reclassificado como o saldo de tesouraria ST necessidade de capital de giro NCG e capital de giro CG e depois utilizou o software Microsoft Office Excel para o cálculo Foi constatado que durante o período de 2008 e 2009 as empresas com estruturas de tipo 2 e 3 era a maioria entretanto ocorreu um aumento nos tipos 3 e 4 nos trimestres relacionados a ocorrência da crise financeira demonstrando que embora o lapso temporal de um ano entre o anúncio da crise nos Estados Unidos em 2007 a partir do início dos efeitos no chegarem ao ambiente macroeconômico brasileiro houve uma tendência ao aumento de empresas sujeitas a diminuição nos recursos aplicados na gestão do capital de giro e assim alterações na sua estrutura financeira Os indicadores do modelo de dinâmico foram comparados com os Indicadores tradicionais de liquidez e rentabilidade como os índices como Liquidez Imediata LI Seca LS e Corrente LC Morel et al 2019 utilizaram a amostra de 9 entidades da B3 e estavam classificadas entre as 20 melhores segundo a Revista Exame Melhores e Maiores empresas no ano de 2017 O estudo analisou o período de 2009 a 2016 e as informações foram obtidas a partir dos Balanços Patrimoniais no site da B3 reorganizados em planilhas no software Microsoft Office Excel procedido de atualização dos valores com base no Índice Geral de Preços do Mercado IGPM calcularamse os indicadores dinâmicos e buscou fazer correlação entre os resultados empregando o software R para a Correlação de Pearson Os resultados apresentaram uma divisão 4 empresas com estrutura do tipo 2 rotulada como sólida enquanto 1 no tipo 3 e as demais variaram no período entre tipo sólido até péssimo Quanto aos indicadores constatouse que houve correlação entre os índices do Modelo de Fleuriet e os indicadores de liquidez tradicionais porém não se verificou o mesmo em relação aos indicadores de Rentabilidade tradicionais Para Vale Cruz e Piccoli 2020 a aplicação do modelo de Fleuriet na análise de balanços financeiros fornecem ao gestor uma noção adequada da situação financeira atual de modo que as análises tradicionais não permitiriam Em seu estudo foi aplicado o modelo de Fleuriet nos Balanços Financeiros em 5 empresas brasileiras que atuam no comércio varejista e inseridas no Ranking das 50 maiores faturamento ano de 2018 a partir das informações recolhidas nos sites das respectivas empresas e no site da CVM analisando o período de 2014 a 2018 O objetivo foi analisar a gestão do capital de giro e os resultados apontaram variações durante o período no ano de 2014 todas as empresas possuíam estrutura financeira de tipo 1 cenário de risco baixo e ótima liquidez vista como a melhor Enquanto em 2016 40 da amostra tinham estruturas do tipo 4 e 6 mais vulneráveis As empresas Magazine Luiza e Pão de açúcar estiveram nos tipos mais estáveis durante todo o período e as Lojas Americanas inserida entre os tipos de maior risco Em outro estudo buscando identificar o perfil financeiro das empresas brasileiras de capital aberto Cordeiro Teles e Batista 2020 analisaram o período de 2014 e 2017 de 253 empresas a partir dos SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 58 balanços anuais extraídos da base de dados Economatica e tabulados os dados no software Microsoft Office Excel Os resultados apontaram o tipo 3 onde se utiliza de capital de terceiros para financiamento no curto prazo como o tipo mais comum dentre a amostra Ainda identificouse uma alta rotatividade das entidades dentro dos seis tipos de estruturas financeiras propostas pelo modelo dinâmico ao longo do período analisado Ao se avaliar os dados por setores o tipo 3 ainda foi predominante entretanto o setor de Petróleo e Gás tiveram tipologia 6 e 4 respectivamente e o setor mais estável com tipologias 1 e 2 foram do setor de consumo cíclico e utilidade pública Aplicando o Modelo dinâmico Jacques e Rech 2020 também estudaram as empresas de capital aberto classificando as empresas com evidências de Big Bath conforme as estruturas patrimoniais das contas ligadas ao capital de giro A amostra foi formada por 52 empresas sendo 40 casos de baixo nível e 12 com alto nível de Big Bath no período de 2012 a 2016 a partir dos Balanços Patrimoniais extraídos da base de dados Economática Os resultados apontaram uma predominância de correlação entre alta evidência de Big Bath e estrutura de tipo 5 muito ruim As empresas que apresentaram um menor nível de gerenciamento menor lançamento de accruals negativos ficaram inseridas no tipo 2 sólido 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Com a finalidade de responder ao problema proposto neste estudo realizouse uma pesquisa de natureza descritiva pois buscouse analisar e descrever os perfis e possíveis mudanças ocorridas na perspectiva econômicofinanceira das empresas brasileiras listadas na B3 e no IBrx100 e os efeitos da pandemia da COVID19 d o ponto de vista estabelecido no modelo de Fleuriet Significa ser um estudo ex post facto uma pesquisa onde o autor não tem controle sobre as variáveis de modo que não as possa manipular cabendo apenas relatar o que aconteceu ou está acontecendo COOPER SCHINDLER 2003 Em relação à abordagem o estudo foi classificado como qualitativo e quantitativo O aspecto qualitativo foi empregado com a finalidade de analisar a classificação das empresas segundo o Modelo Dinâmico e o aspecto quantitativo foram abordados a partir da visualização dos dados e mensuração dos resultados encontrados A análise quantitativa a princípio garante a precisão dos resultados evitando distorções na interpretação RICHARDSON 1999 Quanto aos procedimentos a pesquisa é documental pois se utilizou de demonstrações contábeis de balanços patrimoniais que não receberam tratamento analítico sendo essa a fonte primária do estudo os dados coletados na plataforma Economática e da Brasil Bolsa Balcão B3 A dimensão temporal tem característica longitudinal onde é possível acompanhar as mudanças COOPER SCHINDLER 2003 O que condiz ao proposto por este estudo que utilizou desde o 1º trimestre de 2019 período anterior a pandemia da COVID19 que teve seus primeiros casos notificados em dezembro de 2019 até o 2º trimestre de 2021 onde a maioria dos Países está retomando o crescimento da economia e diminuindo as medidas de isolamento social ao passo que a imunização da população avança com a vacinação A população deste estudo é composta por todas as empresas brasileiras de capital aberto sendo a amostra selecionada por conveniência compreendendo as empresas listadas na B3 e no IBrx100 um indicador da B3 que aponta os 100 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro Deste modo os dados foram coletados por meio do Economática Software excluindo 11 empresas do setor financeiro 3 ações duplicadas resultando em 76 empresas Com os dados coletados procedeuse o mapeamento das informações empregando o software Microsoft Office Excel para a elaboração de planilhas com o cálculo dos indicadores para encontrar as variáveis dinâmicas ST NCG e CDG a partir do Balanço Reclassificado conforme os pressupostos do Modelo de Fleuriet conforme demonstrado no Quadro 2 SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 59 Quadro 2 Balanço Patrimonial reclassificadas para fins de cálculo das variáveis dinâmicas Contas Ativo Passivo Contas do Circulante Contas Erráticas Ativo Circulante Financeiro ACF Numerários em Caixa Bancos Aplicação Financeira Passivo Circulante Financeiro PCF Duplicatas Descontadas Emprestimos a pagar a Curto Prazo Dividendos a pagar a Curto Prazo Contas Cíclicas Ativo Circulante Operacional ACO Duplicatas a Receber a Curto Prazo Estoques a Curto Prazo Adiantamento a Fornecedores Despesas Antecipadas Passivo Circulante Operacional PCO Fornecedores a Curto Prazo Salários a Pagar a Curto Prazo Encargos Sociais a Curto Prazo Impostos e Taxas a Curto Prazo Contas do Não Circulante Ativo Não Circulante ou Ativo Permanente AP Realizável à Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Passivo Não Circulante ou Passivo Permanente PP Passivo Não Circulante Exigível a Longo prazo Patrimônio Líquido Capital Social Reservas Prejuízos Acumulados Fonte Adaptado de Silva 2002 e Fleuriet Kehdy e Blanc 2003 Em conformidade com os resultados encontrados identificouse o perfil da estrutura financeira de cada BPG das empresas da amostra dentre os 6 tipos estabelecidos por Braga 1991 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Como apresentado nos procedimentos metodológicos a análise do capital de giro a partir do modelo dinâmico permite mensurar a liquidez e a composição financeira das entidades Isto se deve a reclassificação das contas dispostas no BPG em financeiras operacionais e permanentes Logo após identificamse as variáveis geradas pelo modelo Saldo de Tesouraria necessidade de capital de giro e capital de giro Com essas três variáveis é possível visualizar a estrutura financeira dentre as 6 combinações propostas por Braga 1991 sendo essas estruturas a tipologia de Fleuriet Nesse sentido apresentamos os resultados encontrados na pesquisa a Tabela 1 demonstra o mapeamento das variáveis identificadas na amostra composta por 76 empresas avaliadas no período de 10 trimestres dos quais ao final somam 762 BPG reclassificados Tabela 1 Variáveis dinâmicas negativas por empresa ao longo dos oito trimestres Resultados N Períodos Total 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ST BP com ST negativo 762 39 43 36 45 40 27 24 26 27 28 335 de BP com ST negativo 512 564 472 591 525 354 315 341 354 367 4396 NCG BP com NCG negativo 762 8 8 8 10 8 11 11 13 8 8 93 de BP com NCG negativo 105 105 105 131 105 144 144 171 105 105 1220 CDG BP com CDG negativo 762 9 11 7 12 11 9 6 10 7 10 92 BP com CDG negativo 118 144 092 157 144 118 079 131 092 131 1207 Fonte Dados da pesquisa Conforme a Tabela 1 é possível identificar a presença de resultados negativos por variável Verificou se que na primeira variável dinâmica ST o resultado foi negativo ao longo dos 10 trimestres para 4396 dos BPG Conforme Nascimento et al 2012 o ST negativo pode ser encontrado nas estruturas de tipo 3 4 e 5 e nessa mesma ordem aumentam os riscos pois nos tipos 4 e 5 o ST é utilizado como fonte de recursos SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 60 e combinado com a situação do CDG e NCG significa uma condição de difícil recondução das contas patrimoniais Para a variável dinâmica NCG conforme a Tabela 1 1220 das BPG apresentaram saldo negativo Nascimento et al 2012 ressaltam que a NCG negativa é favorável nas estruturas de tipo 1 porém nos tipos 5 e 6 o nível de risco é tão alto que pode comprometer a manutenção das atividades da empresa Por último na Tabela 1 a variável dinâmica CDG foi negativo para 1270 da amostra Braga Nossa e Marques 2004 classificam as tipologias com CDG negativo como Insatisfatória ruim e péssima sendo estes os tipos 4 5 e 6 respectivamente Com o objetivo de facilitar a visualização dos resultados identificados apresentamse na Tabela 2 a quantidade de empresas por trimestre classificadas de acordo com as estrturas propostas pelo o modelo dinâmico de capital de giro Tabela 2 Quantidade de empresas por trimestre classificadas de acordo com as estruturas propostas pelo modelo dinâmico de capital de giro Trimestres Tr Tipologia de Fleuriet Total Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 Tipo 6 Tr12019 580 3478 4638 870 145 290 100 Tr22019 571 2857 5000 1000 143 429 100 Tr32019 1000 4000 4000 857 143 000 100 Tr42019 676 4189 3514 946 270 405 100 Tr12020 533 4000 4000 933 400 133 100 Tr22020 800 5333 2667 533 400 267 100 Tr32020 933 5867 2400 267 533 000 100 Tr42020 921 5263 2500 526 395 395 100 Tr12021 526 5789 2763 395 395 132 100 Tr22021 789 5526 2368 1053 263 000 100 Média 733 4630 3385 738 309 205 100 Fonte Dados da pesquisa Por meio da Tabela é possível visualizar que a estrutura financeira de tipo 2 foi a mais comum dentre as empresas da amostra durante o período analisado com 4630 da amostra Ressaltase que o tipo 2 predominante no estudo indica uma estrutura financeira sólida é composta pelos 3 indicadores ST NCG e CDG positivos Na prática a empresa utiliza o ativo permanente para financiar o ativo não circulante a NCG é o bastante para suprir as operações da empresa e ainda gerar saldo em tesouraria MARQUE BRAGA 1995 O segundo tipo mais predominante foi o tipo 3 com 3385 conforme Braga Nossa e Marques 2004 a tipologia 3 constitui uma situação insatisfatória divido ao Capital de Giro ser inferior à NCG potencializando a vulneratbilidade financeira da entidade com um ST negativo e a utilização de financiamentos para curto prazo Nesse contexto os resultados do estudo corroboram com a pesquisa realizada por Nascimento et al 2012 as tipologias predominantes foram a 2 e a 3 com 403 e 254 respectivamente Observase que ao comparar as médias temporalmente o ano de 2019 anterior a pandemia assim como o 1 trimestre de 2020 com o início da pandemia permaneceram sem muitas alterações e posteriormente no restante do período analisado ocorreu uma mudança na composição das empresas aumentou a presença dos tipos 1 e 2 enquanto o tipo 3 diminuiu e as estruturas de tipo 4 5 e 6 permaneceram praticamente inalteradas Esse resultado é o contrário do encontrado por Nascimento et al 2012 sobre o efeito da crise financeira de 2008 onde ocorreu a diminuição da representatividade dos tipos predominantes 2 e 3 e aumentou os tipos 3 e 4 no período analisado Conforme a Tabela 3 o mapeamento da tipologia dos BPG permite acompanhar o comportamento da composição proveniente dos indicadores ST CDG e NCG por empresa ao longo de todo o período analisado Ressaltase que as empresas ASSAI GRUPO SOMA MELIUZ e PETZ entraram na B3 durante o intervalo de tempo investigado SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 61 Tabela 3 Mapeamento da Tipologia baseada no Modelo Fleurit por trimestre Tr EMPRESA Tr1 2019 Tr2 2019 Tr3 2019 Tr4 2019 Tr1 2020 Tr2 2020 Tr3 2020 Tr4 2020 Tr1 2021 Tr2 2021 ABEV3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ALPA4 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 AMAR3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 AMER3 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 ASAI3 0 0 0 6 5 6 5 6 6 1 AZUL4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 BEEF3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 BRAP4 1 2 1 3 3 3 1 2 2 2 BRFS3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 BRKM5 4 4 4 2 2 2 2 1 2 2 CASH3 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 CCRO3 2 4 3 3 4 2 2 2 2 2 CESP6 0 0 0 0 3 2 2 3 3 2 CMIG4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 CMIN3 0 0 0 3 3 2 2 2 2 2 COGN3 2 3 3 3 2 2 2 2 4 2 CPFE3 3 2 3 3 3 3 3 4 4 4 CPLE6 4 3 3 2 2 2 2 3 3 3 CRFB3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 CSAN3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 CSNA3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 CVCB3 3 3 3 4 4 4 4 4 3 4 CYRE3 2 3 3 3 3 3 2 2 2 2 DXCO3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 ECOR3 1 5 5 5 5 5 1 5 5 3 EGIE3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 ELET3 3 3 3 3 3 2 2 3 3 2 EMBR3 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 ENBR3 3 3 2 3 3 3 3 4 3 3 ENEV3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 ENGI11 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 EQTL3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 EZTC3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 FLRY3 2 3 2 2 2 2 2 2 2 4 GGBR4 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 GOAU4 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 GOLL4 5 4 4 4 4 5 5 5 5 5 HAPV3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 HYPE3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 JBSS3 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 KLBN11 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 LCAM3 6 6 1 1 2 1 1 1 1 1 LIGT3 3 4 3 3 3 3 3 3 2 2 LREN3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 2 LWSA3 4 4 4 5 1 1 1 1 2 2 MGLU3 3 3 3 2 2 3 3 3 3 3 MOVI3 6 6 1 6 6 1 1 6 1 1 MRFG3 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 MRVE3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 NTCO3 3 3 2 2 3 2 2 2 2 2 PCAR3 3 6 2 6 4 6 5 6 4 4 PETR3 3 3 3 4 2 2 3 3 3 3 POSI3 3 3 3 3 3 3 3 3 2 3 PRIO3 4 3 3 4 4 4 4 4 2 2 QUAL3 2 3 2 2 2 2 2 2 2 4 RADL3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 RAIL3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 62 RDOR3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 RENT3 1 1 1 1 1 2 2 1 2 2 RRRP3 0 0 0 2 3 2 2 2 2 2 SBSP3 3 3 3 4 4 4 3 3 3 4 SLCE3 3 3 3 3 3 3 3 2 3 3 SOMA3 0 0 0 3 3 4 2 2 2 2 STBP3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 SUZB3 3 2 2 2 3 2 2 2 2 2 TAEE11 3 3 3 3 3 2 2 2 2 3 TIMS3 3 3 4 3 3 2 0 2 2 2 TOTS3 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 UGPA3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 USIM5 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 VALE3 2 1 1 1 2 2 2 1 2 1 VBBR3 2 3 3 3 3 2 2 3 2 3 VIIA3 4 4 4 4 4 3 3 3 3 4 VIVT3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 WEGE3 3 3 2 2 3 3 2 2 3 3 YDUQ3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Fonte Dados da pesquisa Consoante a Tabela 3 dos 736 BPG analisados 54 BPG eram do tipo 1 representando 709 do total Apenas 2 empresas tiveram segundo os BPG analisados o tipo 1 durante todos os trimestres sendo essas AMBEV SA e HAPVIDA Não é possível verificar a predominância de um setor visto que as empresas são de áreas diferentes As empresas de tipo 1 conforme Braga Nossa e Marques 2004 é classificada como de situação Excelente caracterizada por empresas de boa situação financeira e obtém recursos quando desempenha sua operação tendo assim uma NCG negativa O tipo 2 foi a composição financeira predominante na amostra e identificada em 343 BPG representando 4501 do total Ao longo dos 10 trimestres das 76 empresas da amostra 10 permaneceram com seus BPG inalterados no tipo 2 A tipologia 2 é vista como sólida caracterizado pelos 3 indicadores dinâmicos positivos Ao contrário das empresas do tipo 1 as empresas do tipo 2 necessitam de recursos para cobrir seu desempenho operacional possuindo assim a NCG positiva mas como possui o ST positivo possui um conforto em ter recursos financeiros de curto prazo suficiente para honrar com suas obrigações MOREL et al 2019 O tipo 3 foi o 2 perfil mais encontrado na amostra entretanto em estudos anteriores como Cordeiro Teles e Batista 2020 que analisaram o período de 2014 e 2017 de 253 empresas brasileiras de capital aberto este foi o tipo mais encontrado No presente estudo foram identificados 247 BPG com o perfil do tipo 3 3241 do total Em todos os trimestres 6 empresas permaneceram com perfil inalterado no tipo 3 CEMIG ENERGISA MARISA MRV RAIA DROGASIL e TELEFONICA BRASIL A sua composição das empresas com esse perfil é caracterizada por ter capital de giro menor do que a sua necessidade de capital de giro Desse modo os gestores precisam estar atentos para que essa diferença não aumente sem controle elevando o risco de insolvência NASCIMENTO et al 2012 O tipo 4 é um perfil classificado como péssimo para Braga Nossa e Marques 2004 isso é devido ao emprego do capital de terceiros obtidos por empréstimos de curto prazo para sustentar investimentos de longo prazo no ativo permanente e como utilização de capital de giro Neste estudo 54 BPG eram do tipo 1 representando 709 do total O perfil de tipo 5 é classificado como muito ruim este tipo de empresa apresenta insolvência e todos os 3 indicadores dinâmicos negativos Estas empresas carecem de recursos para aplicação imediata em suas operações e financiar os ativos a longo prazo Entretanto essa estrutura pode ser superior que a do tipo 4 por apresentar NCG é negativa MOREL et al 2019 Neste presente estudo apenas 23 BPG apresentaram o tipo 5 sendo todos da empresa GOL a partir do primeiro 1 trimestre de 2020 A tipologia 6 foi identificada 10 vezes nos BPG representando 131 do total Este perfil apresenta ST positivo enquanto possui CDG e NCG negativa Para Braga 1991 as empresas deste tipo não consegue manterse neste tipo de estrutura pois enquanto o ST é positivo a empresa consegue aplicar as sobras do curto prazo no ativo permanente porém é uma situação de extrema vulnerabilidade ao comportamento do mercado onde uma redução nas vendas é o suficiente para definir a situação de insolvência Diante do exposto ressaltase que o mapeamento da tipologia de Fleuriet evidenciado na Tabela 4 fez possível a demonstração da disposição dos perfis financeiros das empresas por trimestre detalhadamente de modo que é possível ver SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 63 a composição dos indicadores dinâmicos a capacidade de liquidez e analisar as alterações da composição geral das tipologias ao longo do período analisado 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo buscou investigar a ocorrência de alterações na estrutura financeira das empresas brasileiras no período relacionado aos efeitos da Pandemia da COVID19 A resposta foi obtida através da análise dos dados demonstrados em Tabelas que permitem visualizar a ocorrência de alterações no perfil dos Balanços Patrimoniais Gerenciais divulgados através da aplicação do modelo dinâmico e a tipologia de Fleuriet Ao todo foram analisados 762 BPG a partir de 76 empresas Constatouse que 4396 dos BPG apresentaram resultado negativo para a variável ST 1220 indicaram resultado negativo para a variável NCG e 1270 corresponderam ao resultado negativo na variável CDG Além disso identificouse a predominância de BPG do tipo 2 com 4501 da amostra seguido pelo tipo 3 com 3241 referente ao período do 1 trimestre de 2019 ao 2 trimestre de 2021 Destacase a redução no número dos BPG com o perfil de tipo 3 e o aumento no tipo 2 resultado inverso ao encontrado por Nascimento et al 2012 que identificou uma redução primeiramente das tipologias 2 e 3 e o aumento do tipo 4 e depois um aumento do tipo 3 Deste modo com base nos resultados expostos neste estudo identificouse que uma tendência de alteração na tipologia das empresas após o início da Pandemia de COVID19 aumentando os perfis considerados excelentessólidos Dessa forma o estudo contribui para a compreensão acerca dos efeitos da crise provocada pela Pandemia da COVID19 nas empresas brasileiras servindo de base para o entendimento acerca das empresas de capital aberto para os setores ligados as áreas envolvidas tanto a sociedade e a área acadêmica atual Entretanto entendese como limitação do estudo o tamanho da amostra de modo que não se deve generalizar os resultados obtidos e desta forma sugerese em estudos futuros a ampliação da quantidade de empresas estudadas como também investigar o gerenciamento do capital de giro por setores da economia Sugerese ainda o prosseguimento do monitoramento dos efeitos econômicos decorrentes da Pandemia da COVID19 REFERÊNCIAS ASSAF NETO A SILVA C A T Administração do Capital de Giro 3 ed São Paulo Atlas 2010 AVELAR E A et al Efeitos da pandemia de covid19 sobre a sustentabilidade econômico financeira de empresas brasileiras Revista Gestão Organizacional Sl v 14 n 1 p 131152 2021 Disponível em httpdxdoiorg1022277rgov14i1 BARBOSA M B et al Projeções nos fatos relevantes das empresas de capital aberto da b3 impactos da COVID19 Revista Gestão Organizacional Sl v 14 n 1 p 153171 2021 Disponível em httpdxdoiorg1022277rgov14i1 BRAGA R Análise avançada do capital de giro Caderno de Estudos São Paulo FIPECAFI n 3 p 120 set 1991 BRAGA A NOSSA V MARQUES J A V C Uma proposta para a análise integrada da liquidez e rentabilidade das empresas Revista Contabilidade Finanças São Paulo ed Esp p 5164 jun 2004 Disponível em httpdxdoiorg101590S151970772004000400004 BRASIL H V BRASIL H G Gestão financeira de empresas um modelo dinâmico 4 ed Rio de Janeiro Qualitymark 2002 SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 64 BRASIL Agência Brasil Empresa Brasil de Comunicação Aumenta número de empresas abertas no país mapa foi divulgado hoje pelo ministério da economia Mapa foi divulgado hoje pelo Ministério da Economia 2021 Disponível em httpsagenciabrasilebccombreconomianoticia202102aumentanumerodeempresas abertasnopais Acesso em 04 set 2021 BRASIL Agência IBGE Notícias Pandemia foi responsável pelo fechamento de 4 em cada 10 empresas com atividades encerradas 2020 Disponível em httpsagenciadenoticiasibgegovbragencianoticias2012agenciadenoticiasnoticias28295 pandemiafoiresponsavelpelofechamentode4emcada10empresascomatividadesencerradas Acesso em 3 set 2021 BRASIL Agência IBGE Notícias PIB cai 41 em 2020 e fecha o ano em R 74 trilhões 2021 Disponível em httpsagenciadenoticiasibgegovbragenciasaladeimprensa2013 agenciadenoticiasreleases30165pibcai41em2020efechaoanoemr74trilhoes Acesso em 30 ago 2021 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Trabalho desocupação renda afastamentos trabalho remoto e outros efeitos da pandemia no trabalho 2021 Disponível em httpscovid19ibgegovbrpnadcovidtrabalhophp Acesso em 4 set 2021 BRASIL Lei nº 13979 de 06 de fevereiro de 2020 Brasil Disponível em httpswwwingovbrenwebdoulein13979de6defevereirode2020242078735 Acesso em 30 out 2021 COELHO M A F Pandemia e recuperação de empresas a crise sob enfoque do micro e pequeno empresário Revista Brasileira de Direito Empresarial SL v 7 n 1 p 1 12 ago 2021 Conselho Nacional de Pesquisa e Pósgraduação em Direito CONPEDI Disponível em httpdxdoiorg1026668indexlawjournals252602352021v7i17646 COOPER D R SCHINDLER P S Métodos de Pesquisa em Administração 7 ed Porto Alegre Bookman 2003 CORDEIRO J T R O TELES M C BATISTA A T N Análise do Perfil Financeiro das Empresas de Capital Aberto de Acordo com o Modelo Fleuriet 2014 a 2017 Revista de Auditoria Governança e Contabilidade RAGC s l v 8 n 33 p 117132 2020 Disponível em httpwwwfucampedubreditoraindexphpragcarticleview20231257 Acesso em 29 ago 2021 DUARTE P M COVID19 origem do novo coronavírus Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 3 n 2 p 35853590 2020 EIGENSTUHLER Dyeniffer Packer et al Influência das características dos países na disseminação da COVID19 Revista Gestão Organizacional Sl v 14 n 1 p 172191 2021 Disponível em httpdxdoiorg1022277rgov14i1 FLEURIET M KEHDY R BLANC G O modelo Fleuriet a dinâmica financeira das empresas brasileiras 7 ed Rio de Janeiro Elsevier 2003 FLEURIET M ZEIDAN R O modelo dinâmico de Gestão Financeira Rio de Janeiro editora Alta Books 2015 SILVA A S et al O modelo de Fleuriet e os efeitos da pandemia de covid19 ConTexto Porto Alegre v 23 n 53 p 5265 janabr 2023 ISSN Online 21758751 65 GICOVATE A G P et al Indicadores bibliométricos dos artigos sobre Revista Científica da Faculdade de Medicina de Campos SL v 15 n 2 p 1521 2020 Disponível em httpdxdoiorg102918419807813rcfmc383vol15n22020 MARQUES J A V C BRAGA R A análise dinâmica do capital de giro o modelo Fleuriet Revista de Administração de Empresas São Paulo v 35 n 3 p 4963 maiojun 1995 MOREL C H G S et al Análise da correlação entre o modelo Fleuriet e os indicadores de rentabilidade e liquidez para as maiores e melhores empresas de capital aberto segundo a revista exame Brazilian Journal Of Development Curitiba v 5 n 2 p 13991421 2019 Disponível em httpswwwbrazilianjournalscomindexphpBRJDarticleview1117965 Acesso em 29 ago 2021 NASCIMENTO C et al Typology of fleuriet and the financial crisis of 2008 Revista Universo Contábil Sl v 16 n 3 p 4059 2012 Disponível em httpdxdoiorg104270ruc2012430 NUNES A VISOTO M C R SILVA M C O capital de giro na decisão de financiamento das empresas uma revisão Pensar Contábil Conselho Regional de Contabilidade do RJ Rio de Janeiro v 21 n 75 p 42 49 2019 Disponível em httpwwwatenaorgbrrevistaojs223 06indexphppensarcontabilarticleview3501 Acesso em 27 ago 2021 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS ONU Nações Unidas Mundo registra mais de 200 milhões de casos de Covid19 2021 Disponível em httpsnewsunorgptstory2021081759492 Acesso em 18 ago 2021 RICHARDSON R J Pesquisa social métodos e técnicas 3 ed São Paulo Atlas 1999 SILBER S D A fragilidade econômica e financeira na pandemia do SarsCovid19 Estudos Avançados S l v 34 n 100 p 107116 2020 Disponível em httpsDOI101590s01034014202034100008