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Ciências Contábeis ·

Contabilidade Gerencial

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Pensar Contabil MaiJul 2003 Conselho Regional de Contabilidade do RJ 4 colocado no Prémio Geraldo de La Rocque e AN ENN s rT Fluxos de Caixa Y a e Capital de Giro NN Uma adaptacao do Modelo de Flieuriet 1 INTRODUGAO Q Andréa Alves Silveira Monteiro O objetivo principal de qualquer administrador de empresa OD Bachaslen OO pon i um vad i deve ser o de maximizar a riqueza dos proprietarios que é medida pelo prego da acao Este por sua vez baseiase na ocorréncia dos fluxos de caixa retorno em sua magnitude e seu risco Esta consideragao permitenos afirmar que as in do pode ser aplicada a toda empresa a qual pode ser vista formagées mais relevantes que uma empresa pode gerar sao como um grande e cornplexo equipamento in Paxson aquelas relacionadas ao seu caixa Para qualquer natureza Wood 2007 p 787 de decisao seja operacional de investimento ou de financia Desde 1988 os Estados Unidos reconhece a relevancia da mento conhecer os reflexos de curto e de longo prazo no DFC e formalizou esta posicao ao substituir naquele ano a caixa para cada atitude tomada é o que realmente importa Demonstraao das Origens e Aplicagdes de Recursos DOAR Stancil 1987 p38 considera a capacidade de geracao pela DFC Os critérios de elaboracao e divulgacao foram nor de caixa uma informaao essencial Afinal em sua opiniao matizados pelo Financial Accounting Statement Board FASB uma empresa nao pode pagar contas com lucros apenas com através do Statement Financial Accounting Standard SFAS 95 o caixa O proprio pagamento dos lucros é diretamente de No Brasil estamos na eminéncia de passarmos pela mesma pendente dos saldos de caixa da empresa Para Stancil por substituigao conforme proposta de modificagdes para a Nova tras do interesse sobre a potencialidade de lucros de umaLei das SA Se aprovada a Demonstracao dos Fluxos de Caixa organizacao esta o desejo de saber quanto em caixa ela esta passara ser relatorio obrigatorio para as Sociedades Anénimas gerando sendo acatado o modelo americano como sucintamente deter Contudo casos recentes de fracasso empresatial tém for minou a Normas e Pronunciamento de Contabilidade NPC20 talecido a conviccao de que os enfoques previsivo e preven do IBRACON tivo da anélise dos tluxos de caixa nao sao explorados em A luz do que pesquisamos o Brasil tende a seguir 0 6xodo toda sua potencialidade A Demonstracao dos Fluxos de Ca americano em direao ao uso da DFC como fonte de informa xa DFC resguatda na sua simplicidade capacidades es des No entanto importantes questionamentos ainda aguar sencials pata o sucesso na condugao de qualquer porte ou dam o posicionamento da comunidade contabil Parte rele altividade empresarial que permite como por exemplo a vante das indagacées esta relacionada a taxonomia ao méto apolar o estudo pata a previsao de faléncia b analisar a do de elaboragao do Fluxo de Caixa Operacional e a qualida relacao lucro versus caixa c avaliar os efeitos no caixa das de das informagdes sobre o caixa gerado ou consumido pelos transacoes de investimentos e tinanclamentos e d indicaras trés fluxos A comparabilidade como uma caracteristica infor possibilidades futuras de liquidacao de obrigacdes Estas macional essencial pode ficar comprometida por incongruén entre outras corroboram corn a idéla de que quando a ques cias que se acentuam de acordo com as peculiaridades em Zo 6 o estudo da liquidez a DFC o relatorio mals eficazna presariais gesiao empresarial A DFC adotada como peca importante do conjunto das Além disso dez entre dez analistas utilizam o Fluxo de Demonstracdes Financeitas sera exaustivamente disseca Caixa para saber o verdadeiro valor de uma empresa Ajpe da por usuarios interessados por respostas pata as vatia rowitch 1999 p24 O Modelo do Fluxo de Caixa Desconta des de performance apresentada pelas organizacées A sua do foi considerado por Miller e Modighani como a metodolo natureza dinaémica demanda critérios proprios para sua ana gla mals abrangente para avaliacao de ativos ede empresas ise distintos dos utilizados pata o Balanco Patrimonial Eles afirmaram que a abordagem do fluxo de caixa desconta Os parametros de analise de Balanco foram criticados pelo Conselho Regional de Contabilidade do RJ Pensar Contábil MaiJul 2003 28 Pensar Contábil professor francês Michel Fleuriet principalmente quanto as limi tações dos índices de liquidez Na sua opinião a interpretação da situação financeira de uma empresa quando baseada no balanço tende a ser uma visão estática incompatível com o di namismo do cotidiano empresarial Seu interesse por este assunto veio atender as dificuldades existentes no Brasil já existentes na década de 70 Junto com a Fundação Dom Cabral Fleuriet desenvolveu pesquisas no sen tido de identificar um modelo de análise para as estruturas fi nanceiras brasileiras Seu principal norteador foi a construção de um método que se adaptasse a um cenário sob constante mutação e imprevisibilidade e não uma simples importação de modelos exógenos à nossa realidade O enfoque estático do Balanço foi revisto a partir da reclassi ficação dos elementos patrimoniais em três naturezas a ope racionais b financeiros e c não circulantes Desta segrega ção foram extraídas três variáveis interdependentes as quais representam o fio condutor das pesquisas de Fleuriet a Ne cessidade de Capital de Giro NCG b Saldo de Tesouraria ST e c Capital de Giro CDG Estas a partir de um modelo de combinação resultaram em seis tipos de estruturas financeiras servindo como diagnóstico e parâmetro para decisões operaci onais táticas e estratégicas Nosso trabalho teve como objetivo principal verificar a possibilidade de aplicação dos diagnósticos do Fleuriet so bre a DFC mantido o formato estabelecido pelo SFAS 95 Para tanto estudamos e organizamos as combinações das variáveis propondo uma tabelaresumo dos 6 tipos de es truturas financeiras A seguir desenvolvendo uma demons tração lógica da compatibilidade entre o Balanço Patrimoni al e a DFC provamos que é possível isolar a partir dos Flu xos de Caixa as mesmas variáveis do Modelo Dinâmico de Capital de Giro Com base nos dados publicados por empresas selecionadas do setor de comércio varejista aplicamos o modelo proposto sobre as Demonstrações Financeiras da controladora para o período de 01 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000 Foram escolhidas para base de teste quatro organizações im portantes deste setor que para efeito desta publicação chama remos de empresas A B C e D 2 A DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA SEGUNDO O FASB A DFC é um relatório que evidencia historicamente as entra das e saídas caixa de uma entidade em um determinado perío do O termo caixa deve ser tratado no seu sentido amplo como o somatório de Caixa Bancos e Aplicações Financeiras Para este último caso o SFAS 95 orienta sobre o que considerar como equivalente de caixa Entre as considerações mais relevantes está o prazo de resgate em até 90 dias O FASB determina que a DFC seja segregada em três atividades operacional investi mento e financiamento As atividades operacionais referemse as entradas e saídas de caixa necessárias à manutenção dos negócios da entidade O parágrafo 21 do SFAS 95 determina que neste fluxo estejam representadas todas as transações que envolvam a produção e entrega de bens mercadorias e serviços e que não estejam enquadradas em nenhuma das características de operações de investimentos ou financiamentos preconizadas pelos parágra fos 15 ao 20 O FASB não faz menção a respeito da segregação entre curto e longo prazo O Fluxo Operacional pode ser eviden ciado por dois métodos direto ou indireto O Método Direto con siste na composição dos valores de entradas e saídas que efe tivamente geraram ou consumiram caixa das operações O Mé todo Indireto consiste na conciliação do Resultado Líquido do exercício com a efetiva variação do caixa Para compor esta relação são aplicados os seguintes ajustes a expurgo dos efeitos das transações incluídas na Demonstração do Resulta do do Exercício DRE que não afetaram o Capital Circulante Líquido como por exemplo Depreciação Resultados de Equi valência Patrimonial e Imposto de Renda Diferido e b expurgo das variações dos ativos e passivos por representarem valores relativos às transações de caixa decorridas antes ou após o período de apuração do resultado As atividades de financiamento são tratadas no parágrafo 18 do pronunciamento e incluem a a obtenção de recursos de acionistas e o pagamento de um retorno dividendos sobre seus investimentos e b a obtenção de empréstimos e financiamen tos de curto e longo prazo incluindo os seus respectivos paga mentos Estas atividades estão diretamente relacionadas com a estrutura de capital da empresa e envolvem as modificações que afetaram o caixa nos exigíveis onerosos de curto e longo prazo e no Patrimônio Líquido As atividades de investimentos são vinculadas às mudanças da estrutura de investimento de curto ou longo prazo que afeta ram o caixa porém não de natureza operacional O parágrafo 15 inclui as operações de execução e arrecadação de emprés timos aquisição e disposição de aplicações financeiras e com pra e venda de ativos permanentes A seguir apresentamos um exemplo hipotético de movimen tação de caixa de uma entidade e como deveriam ser evidenci ados segundo a estrutura determinada pelo FASB Considere mos os seguintes dados para X1 a saldo inicial em 1o de janei ro de X1 1000000 b Fluxo Líquido das Atividades Operaci onais 8000000 c Fluxo Líquido das Atividades de Investi mento 10000000 e d Fluxo Líquido das Atividades de Fi nanciamento 6000000 Neste caso a Demonstração dos Flu xos de Caixa fica assim representada Fluxo de Caixa Líquido das Atividades Operacionais 80000 Fluxo de Caixa Líquido das Atividades de Investimento 100000 Fluxo de Caixa Líquido das Atividades de Financiamento 60000 Acréscimo Decréscimo de caixa no período 40000 Saldo inicial de caixa em 1º de janeiro 10000 Saldo final de caixa em 31 de dezembro 50000 Pensar Contábil Conselho Regional de Contabilidade do RJ Pensar Contábil 29 MaiJul 2003 O acréscimo ou decréscimo de caixa no período é determina do pelo somatório dos três fluxos líquidos Chamamos esta vari ação de caixa gerado se positiva ou consumido se negativa O saldo final é determinado acrescentando o saldo inicial àquela variação Este formato permite uma visualização da movimentação dos recursos existentes entre os três fluxos No exemplo dado as atividades operacionais e as atividades de financiamento pro duziram em caixa respectivamente 80000 e 60000 Desse total de 140000 foram utilizados 100000 nas atividades de investimentos da empresa restando 40000 os quais foram adicionados ao caixa inicial de 10000 o que derivou seu mon tante final para 50000 Apesar da simplicidade o critério de classificação quanto às suas atividades é o ponto de maior dis cussão e questionamento sobre o modelo norte americano Pro blemas de taxonomia podem resultar em distorções nos valores demonstrados por cada fluxo de caixa 3 O MODELO DINÂMICO DE CAPITAL DE GIRO A partir da reclassificação do Balanço Patrimonial em opera cional financeiro e não circulante Fleuriet isolou e combinou três variáveis permitindo interpretar as decisões dos gestores identificar suas conseqüências e nortear os rumos para o futuro São estas 1 O Capital de Giro CDG é a diferença entre os Passivos Não Circulantes PNC e os Ativos Não Circulantes ANC Como PNC estão inclusos os Passivos Exigíveis a Longo Prazo e o Patrimônio Líquido já o ANC considera os Ativos Realizáveis a Longo Prazo e o Ativo Permanente O CDG possui o mesmo valor absoluto que o Capital Circulante Líquido CCL apenas seu cálculo é realizado de maneira diferente Fleuriet1978p20 Metaforicamente o CCL é o reflexo no espelho do CPL ima gens iguais para composições diferentes Este termo é entendi do por alguns autores como sinônimo de Capital de Giro Líquido e de Capital Circulante Líquido o que é ratificado por Stickney e Weil 2001 p806 que consideram uma redundância a termi nologia líquido Neste trabalho adotaremos a definição Capi tal Permanente Líquido CPL aceita por alguns autores como Silva 2001 p371 para melhor diferenciar do termo Capital Circulante Líquido utilizado em explanações que seguem Quan do o CPL é positivo significa que as origens de recursos de longo prazo e o capital próprio superam o valor investido em longo prazo destinando esta sobra para o CCL Se o CPL é negativo as aplicações de longo prazo utilizam recursos de cur to prazo 2 A Necessidade de Capital de Giro NCG é a diferença entre Ativos e Passivos Operacionais É positiva quando o ciclo operacional for maior que o prazo médio de pagamento e nega tiva quando o contrário ocorrer A NCG tende a ser positiva e diretamente crescente em relação a evolução das vendas se o volume de negócios cresce a demanda de investimento em giro também aumenta Neste sentido o CPL precisa acompanhar esta evolução fazendo face ao lastro necessário para o cresci mento das operações Quando isto não ocorre a empresa ten de a utilizar capital financeiro de curto prazo e a apresentar Saldo de Tesouraria negativo apesar do crescimento das ven das Este fenômeno conhecido como Efeito Tesoura foi trata do por Fleuriet como evidencia da interdependência das variá veis por ele isoladas 3 O Saldo de Tesouraria T é a diferença entre os Ativos Financeiros AF e Passivos Financeiros PF de Curto Prazo e será positiva quando os AF forem superiores aos PF e negativa quando o contrário ocorrer As decisões operacionais e as polí ticas de autofinanciamento são determinantes de T 4 MODELO PROPOSTO INTEGRAÇÃO FLUXOS DE CAIXA VERSUS CAPITAL DE GIRO A partir da combinação das variáveis CPL NCG e T Fleuriet diagnosticou 6 tipos de situações financeiras Originalmente sua obra demonstrou 4 tipos fazendo apenas menção a mais dois que posteriormente foram estudados por Braga 1999 p17 Nossas pesquisas permitiram construir a tabela abaixo facili tando visualizar os diagnósticos Tipo CPL T NCG Interpretação 1 Situação de Excelente Liquidez 2 Situação Financeira Sólida 3 Situação Financeira Insatisfatória 4 Alto Risco de Insolvência 5 Situação Financeira Muito Ruim 6 Péssimo Conselho Regional de Contabilidade do RJ Pensar Contábil MaiJul 2003 30 Pensar Contábil Estes são os fatores que contribuem para a modificação das variáveis Variável De natureza operacional Quando positiva o ciclo operacio nal é mais longo que o prazo médio de pagamento necessitando de in vestimento em giro operacional Nes te caso uma situação desfavorável Quando negativa o ciclo operacio nal é menor que o prazo médio de pagamento representando recursos financiados por terceiros não one rosos Neste caso uma situação fa vorável NCG Ativos Cíclicos Passivos Cíclicos Crescimento no volume de ven das Esticamento da estocagem Esticamento do processo de pro dução Políticas de crédito agressivas com aumento do prazo de recebi mento Redução do prazo de pagamento Redução das Vendas Velocidade no giro dos estoques Velocidade no processo produtivo Políticas de crédito mais conserva dora Esticamento do prazo com forne cedores De natureza estratégica e operacional Função espelho com o CCL Se au menta o CPL aumenta o CCL Se di minui o CPL diminui o CCL Quando Positivo fonte líquida de re cursos de permanentes dando fôle go ao CCL Neste caso situação fa vorável Quando Negativo aplicação em itens permanentes Incapacidade da em presa de ter giro com capital próprio ou de longo prazo Neste caso situa ção desfavorável CPL Passivos Não Circulantes Ativos Não Circulantes CCL NCG T Geração de Lucros Aporte de Capital Captação de recursos onerosos de longo prazo Diminuição de investimentos em Ativos Não Circulantes Geração de Prejuízo Retirada de Capital Distribuição de Lucros Amortização de financiamentos Aumento de Investimentos em Ativos Não Circulantes De Natureza errática Dependente do NCG e do CPL Quando positiva empresa com so bra de recursos financeiros de curto prazo Neste caso situação favorável Quando negativa empresa depen dente de recursos financeiros de cur to prazo Neste caso situação desfa vorável T Ativos Financeiros Passivos Financeiros CPL NCG Aumento do CCL Redução do NCG Redução do CCL Aumento da NCG Característica Aumenta com Diminui com O acompanhamento do comportamento destas variáveis e a relação entre elas pode representar a diferença entre o fracasso e o sucesso da gestão financeira de uma empresa Para tanto há necessidade que de esta ação seja preventiva e dinâmica como o próprio modelo propõem A tempestividade da DFC utilizada por muitas empresas até diariamente na condução de seus negócios veio ao encontro desta necessidade superan do a estaticidade peculiar do Balanço Patrimonial Este fato foi o principal norte para a proposta de verificarmos a adaptabilida Fonte adaptado de Joanília Cia 1988 p62 de do Modelo Dinâmico de Capital de Giro para a DFC Contudo o modelo adotado para evidenciação dos Fluxos de Caixa tem critérios de evidenciação que dificultam a extração das variáveis para análise dinâmica do Capital de Giro O princi pal obstáculo é a junção de operações de curto com longo prazo em um mesmo fluxo de caixa o que impede a segregação das operações para composição de CPL NCG e T Em decorrência propomos a reclassificação das transações que compõem os fluxos em curto e longo prazo da seguinte forma Pensar Contábil Conselho Regional de Contabilidade do RJ Pensar Contábil 31 MaiJul 2003 Ope ração Eventos Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Resultado Líquido Ajustes Resultado Líquido Ajustado 1 Variações de Ativos Circulantes Operacionais 2 Variações de Passivos Circulantes Operacionais 3 Variação da Necessidade de Capital de Giro 2 3 4 Variações de Ativos Não Circulantes Operacionais 5 Variações de Passivos Não Circulantes Operacionais 6 Geração de Caixa Operacional 1 4 5 6 7 Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento Investimentos Estratégicos 8 9 10 Entradas de Investimento de Longo Prazo 8 Saídas de Investimento de Longo Prazo 9 Investimentos Táticos 11 12 13 Entradas de Investimento de Curto Prazo 11 Saídas de Investimento de Curto Prazo 12 Geração de Caixa de Investimento 10 13 14 Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento Financiamentos Estratégicos 15 16 17 Entradas de Financiamento de Longo Prazo 15 Saídas de Financiamento de Longo Prazo 16 Financiamentos Táticos 18 19 20 Entradas de Financiamento de Curto Prazo 18 Saídas de Financiamento de Curto Prazo 19 Geração de Caixa de Financiamento 17 20 21 Total do Caixa Gerado 7 14 21 Saldo inicial de caixa 23 Saldo final de caixa 21 23 24 Variação do Saldo de Tesouraria 21 13 20 25 Variação do Capital Permanente Líquido 4 25 26 Este modelo não contraria as exigências da NPC 20 que segue as orientações do FASB Mas tão somente consiste em segmentar os fluxos de atividades em curto e longo prazo viabi lizando a extração da variáveis a a NCG como a diferença entre a variação dos Ativos Circulantes e Passivos Circulantes Operacionais item 4 b o ST como somatório do Total do Caixa Gerado acrescido dos Investimentos Táticos e subtraído os Financiamentos Táticos item 25 e c o CPL como o soma tório das variações da NCG e ST item 26 A restrição deste modelo é a falta dos saldos iniciais de NCG e ST já que a DFC permite apenas isolar as variações das mesmas No entanto este fato pode ser contornado a partir do conhecimento dos saldos iniciais destas variáveis os quais são obtidos do Balanço Patrimonial imediatamente an terior ao período da DFC Estas informações podem ser inse ridas em notas de rodapé dos Fluxos de Caixa quando apre sentados isolados do Balanço Patrimonial Estas providênci as tornariam viável a aplicação dos diagnósticos de Fleuriet sobre a DFC conferindo a este relatório a transparência e a consistência informacional suficientes para sustentar a inter pretação por parte dos usuários sejam eles internos ou exter nos Considerando que para o isolamento das variáveis é neces sário acrescentar à variação os saldos iniciais de Balanço é possível aplicarmos as seguintes fórmulas na determinação das variáveis onde NCG NCGi DAocp DPocp T Ti TCG EIt SIt EFt SFt CCL NCG T CPL CCL A aplicação do modelo baseouse nos seguintes procedi mentos a seleção das Demonstrações Financeiras e transcri ção das mesmas para uma planilha eletrônica Excel b reor ganização do Balanço Patrimonial em cíclico financeiro e não circulante c isolamento das variáveis NCG ST e CPL d aplicação da tabela resumo dos diagnósticos sobre o Balanço Patrimonial e elaboração da DFC conforme o modelo adapta do f isolamento das variáveis NCG ST e CCL a partir dos Fluxos de Caixa g aplicação da tabela resumo dos diagnósti cos sobre a DFC h comparação entre os resultados d e g i verificação da consistência do diagnóstico obtido pelo confronto com as informações divulgações sobre a situação da empresa e j conclusões sobre os testes O teste possibilitou o isolamento das variáveis NCG ST e CCL assim como revelou seus valores iguais aos existentes no Balanço Patrimonial Em decorrência verificamos que os diag nósticos de Fleuriet podem ser aplicáveis para análise da DFC Para tanto o analista deve conhecer apenas os saldos iniciais de NCG e T O modelo também permitiu ratificarmos a situação divulgada pelas empresas e ainda conhecermos mais detida mente o comportamento de suas políticas estratégica operacio nal e financeira Como segue 1 Desempenho Geral visualizamos o bom desempenho das empresas A B e D esta última já apresentando um Efeito Tesoura em 2000 A situação da empresa C também transpa receu ratificando uma estrutura financeira que inspira muitos cuidados e revisão das estratégias atuais O gráfico demons tra a performance geral através da aplicação do Diagnóstico combinando as decisões estratégicas CPL operacionais NCG e financeiras ST Neste caso a empresa D foi a mais eficiente apesar do ano de 2000 ter sido desfavorável O desempenho veio seguido das empresas A B e C nesta or dem Conselho Regional de Contabilidade do RJ Pensar Contábil MaiJul 2003 32 Pensar Contábil 2 Decisões Estratégicas a empresa B foi a mais con servadora seguida de D e A Estas mantiveram seu CPL positivo durante todo o período no entanto diminuíram seu CCL a medida que realizaram investimentos não circulan tes O gráfico abaixo mostra o resumo destas decisões através da medida ANCPNC índice de Imobilização do PNC 3 Decisões Operacionais podem ser sintetizadas pelo ín dice PopAop financiamento dos Ativos Operacionais por Pas sivos Operacionais O índice indicou que a empresa A foi a mais eficiente No entanto a empresa D também teve um ótimo com portamento em 1998 com 118 de financiamento de seus Ativos Operacionais por Passivos Operacionais o que não conseguiu manter nos anos seguintes Em terceiro ficou B seguida de C O comportamento destas decisões foi assim demonstrado pelo gráfico 4 Decisões Financeiras foram medidas pela capaci dade de liquidação de Passivos Erráticos com Ativos Errá ticos e foi definido pelo índice AePe Cabe ressaltar que o termo errático é equivalente ao termo financeiro utilizado por Fleuriet A empresa B apresentou a melhor gestão de Tesouraria no período Esta medida deve ficar perto de 1 Valores expressivamente acima disto indica excesso de dinheiro em tesouraria e abaixo sinaliza insuficiência para pagamentos financeiros de curto prazo O índice médio da empresa B no período foi de 173 seguido de 388 da em presa D e 797 de A A empresa C apresentou Saldo de Tesouraria negativo no período e sua média de cobertura de passivos erráticos foi de 026 O desempenho neste item é demonstrado graficamente 5 CONCLUSÃO A Demonstração dos Fluxos de Caixa DFC tem como finali dade evidenciar a geração ou consumo do caixa relativo a três atividades a operação b financiamento e cinvestimento É considerada essencial no estudo da liquidez e da capacidade de continuidade organizacional Em decorrência de sua rique za informacional a DFC faz parte do elenco de mudanças pro postas para a Nova Lei das SA onde está sendo cogitada a inclusão deste relatório em substituição a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos À luz do que pesquisamos o Brasil tende a seguir o êxodo americano em direção ao uso da DFC adotando os critérios preconizados pelo FASB através do SFAS 95 Devido a sua natureza dinâmica a análise da DFC deman dará critérios próprios distintos dos tradicionalmente adota dos para o Balanço Patrimonial O enfoque dinâmico da em presa foi estudado por Michel Fleuriet que criticou a estaticida de dos modelos tradicionais de análise Sua pesquisa foi nor teada pela reclassificação dos elementos patrimoniais de onde foram extraídas três variáveis interdependentes a Necessi dade de Capital de GiroNCG b Saldo de TesourariaT e c Capital Permanente LíquidoCPL A combinação destas re sultaram no Modelo Dinâmico de Capital Giro compondo 6 tipos de diagnósticos sobre a situação financeira de uma em presa Nossa pesquisa teve como objetivo verificar a possibili dade de aplicação dos diagnósticos do Fleuriet sobre a DFC Para tanto foi apresentada uma revisão teórica sobre a DFC e o Capital de Giro seguido de uma demonstração lógica da compatibilidade entre os dois temas Conseguimos desen volver um modelo adaptado que permitiu isolar a partir dos Fluxos de Caixa as mesmas variáveis utilizadas por Fleuri et O modelo foi testado sobre as Demonstrações Financeiras de quatro empresas importantes no setor de varejo o que per mitiu concluir que é possível aplicar os diagnósticos do Modelo Dinâmico de Capital de Giro também sobre o modelo norte ame ricano de Demonstração dos Fluxos de Caixa Para tanto é necessário conhecer os saldos iniciais de Balanço da NCG e ST e segregar nos Fluxos de Caixa as transações de curto prazo das de longo prazo Também podemos concluir que os diag nósticos sobre a situação financeira das empresas concebidos a partir da aplicação do modelo adaptado sinalizaram informa ções equivalentes àquelas divulgadas pelas empresas ao mer cado Pensar Contábil Conselho Regional de Contabilidade do RJ Pensar Contábil 33 MaiJul 2003 6 BIBLIOGRAFIA 4 BAHSON P R MILLER P B BUDGE B P Nonarticulation in Cash Statements and Implications for Education Research and Practice pág 11 citação de MARQUES José Augusto Veiga da Costa Op cit pág 72 5 BARTH Mary E CRAM Donald P NELSON Karen K Accruals and the Prediction of Future Cash Flows The Accounting Review vol 76 no 1 January 2001 6 BASU Sudipta Discussion of Internacional Differences in the Timeliness Conservatims and Classification of Earnings Journal of Accounting Research vol 37 supplement 1999 7 BEAVER William H RYAN Stephen G Biases and Lags in Book Value and Their Effects on the Ability of the BooktoMarket Ratio to Predict Book Return on Equity Journal of Accounting Research vol 38 no 1 2000 8 BLOOMFIELD Robert J WILKS T Jeffrey Disclousere Effects in the Laboratory Liquidity Depth and the Cost of Capital The Accounting Review vol 75 no 1 january 2000 10 BRAGA Roberto Análise Avançada de Capital de Giro Universidade de São Paulo 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Balanços São Paulo n 21 1999 42 Juros e Dividendos Pagos Onde Classificálos na Demonstração do Fluxo de Caixa Boletim IOB Temática Contábil de Balanços São Paulo n39 1999 44 SILVA José Pereira Análise Financeira das Empresas 5ed São Paulo Altas 2001 45 SOFFER Leornard C SFAS n 123 Disclosures and Discounted Cash Flow Valuation Accounting Horizons vol14 no 2 June 2000 46 SOUZA Milanez Silva FAMÁ Rubens Gestão do Capital de Giro na Corporação Virtual Revista Contabilidade Vista Revista Belo Horizonte junho1998 47 STANCILL James McNeil When is there Cash in Cash Flow In Harvard Business Review Boston vol 65 n 34 marabr 1987 48 STICKNEY Clyde P WEIL Roman L Contabilidade Financeira uma introdução aos conceitos métodos e usos São Paulo Atlas 2001 49 SZUSTER Natan Cálculo e Análise Contábil do Lucro Passível de Distribuição Revista Brasileira de Contabilidade Brasília n 58 1986 55 WAHLEN James M BOASTMAN Jams R HERZ Robert H American Accounting Associations Financial Accounting Standards 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