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Ciências Contábeis ·
Análise de Demonstrações Financeiras
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS AULA 6 Prof Liezer Veloso 2 CONVERSA INICIAL Até agora desafiamos você a compreender muitos métodos e formas de analisar qualquer demonstrativo contábil Sabemos que os desafios até este momento não foram fáceis que houve a necessidade de muito empenho e horas de estudo mas é exatamente isso que torna tudo mágico e envolvente É o grau de empenho e comprometimento em que eu e você estamos na busca de analisar o que é essencial aquilo que faz as organizações terem vidas e gerarem novas vidas em meio aos seus processos Esta etapa continua com muito mais informações e muito conhecimento Só que agora chegamos ao momento de fecharmos tudo amarrarmos as informações e por fim mostrarmos alguns indicadores que possam de fato apresentar de forma mais robusta a situação real da empresa Separamos o conteúdo do EBITDA EBIT EVA Falaremos um pouquinho sobre a análise do fluxo de caixa DFC Apresentaremos o Termômetro de Kanitz em função do qual conseguimos avaliar a solvência de uma empresa e prever quais rumos ela pode ter E para encerrar a análise das demonstrações chegamos ao ponto essencial na compreensão de como apresentaremos todas as análises indicadores e cálculos efetuados Para isso estudaremos o relatório da análise das demonstrações No final trouxemos um belo exemplo prático o caso Avipal Portanto sem mais delongas é hora de apertarmos o mosquetão porque a última aventura está recheada de emoções TOP EBITDA EBIT E EVA Com globalização os mercados ficaram abertos e muitas empresas americanas alemãs e francesas têm operações dentro de território brasileiro Acontece que essas multinacionais apresentam não só demonstrações contábeis em seu país de origem mas também em um dos países pelas quais mantêm suas operações Para tanto a contabilidade necessita trazer informações que sejam únicas idôneas e que possam realmente trazer boas referências para a análise do negócio como um todo podendo comparar e aliviar os resultados da organização no país sediado e nos países que mantêm suas filiais 3 Ocorre uma padronização para apresentar os resultados da entidade de forma que se tenha a mesma base de comparabilidade de todos os resultados O EBITDA que corresponde em inglês a Earnings Before Interest Taxes Depreciation and Amortization e o EBIT Earnings Before Interest Taxes nada mais são do que o Lucro Operacional Ajustado No Brasil poderíamos expressálos como LAJIDA Lucro antes de Juros Impostos sobre a Renda incluindo Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Depreciação e Amortização e LAJIR Lucro Antes dos Juros e Impostos sobre a Renda incluindo Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Sua divulgação no Brasil apesar de não obrigatória vem sendo feita pela maioria das empresas de capital aberto Silva 2019 p 78 Como desconsidera as despesas operacionais que não causam movimentação no caixa depreciação e amortização ainda rejeita os valores gastos com custos de financiamentos despesas financeiras e exclui os efeitos da tributação sobre o lucro o EBTDA revela a geração de caixa operacional que pode ser comprada com todas as filiais e unidades da entidade Quadro 1 EBITDA e EBIT EBITDA LAJIDA EBIT LAJIR Resultado Líquido do Período Resultado Líquido do Período Tributos sobre o lucro Tributos sobre o lucro Despesas financeiras líquidas das receitas financeiras Despesas financeiras líquidas das receitas financeiras Depreciações amortizações e exaustões EBIT LAJIR EBITDA LAJIDA Fonte Silva 2019 p 79 Observe que a sistemática não é complexa basta adicionarmos os valores que conhecemos da DRE ao resultado do exercício Considere o Quadro 2 com os dados da Cia Beta SA Quadro 2 EBITDA e EBIT da CIA Beta SA EBIT e EBITDA Ano 1 Ano 2 Ano 3 Resultado Líquido do Período 5000 7500 8500 Tributos sobre o lucro 1500 2250 2550 Despesas financeiras líquidas das receitas financeiras 500 675 950 EBIT LAJIR 7000 10425 12000 Depreciações amortizações e exaustões 250 325 375 EBITDA LAJIDA 7250 10750 12375 Observe que o resultado da empresa é maior pois o objetivo é compreender a capacidade de geração caixa desconsiderando as variações com custo do capital de terceiros a depreciação e os tributos sobre o lucro Isso 4 é importante porque muitos países têm cargas tributárias bem diferentes do Brasil Além disso os valores praticados acerca de empréstimos e financiamentos capital de terceiros poderiam distorcer a análise do resultado Por isso o EBITDA e o EBIT são utilizados como medida de análise do fluxo de caixa operacional Agora podemos comparar tais valores com a receita líquida e analisar a lucratividade operacional da entidade Podemos fazer uma análise horizontal para avaliar o crescimento ou involução do fluxo de caixa operacional Com esses indicadores é possível comparar os ganhos e perdas mesmo em mercados diferentes Assim as unidades sediadas no Brasil podem ser comparadas com unidades de outro país Com isso a multinacional consegue tomar melhores decisões acerca de manter expandir ou cessar suas operações em uma região do globo com base nos resultados da geração do fluxo de caixa 11 Economic Value Added EVA O valor que os sócios e investidores mantêm no patrimônio líquido PL representa os investimentos realizados por eles e o risco assumido com a empresa Como qualquer investimento é necessário que se tenha uma remuneração um rendimento pelo investimento realizado Para isso são computados juros sobre o capital próprio PL como forma de remunerar os investidores Agora precisamos pegar o resultado líquido da entidade e calcular os juros do capital próprio e deduzir do resultado para obter o valor real gerado pela empresa Ou seja o lucro líquido final ocorre somente após remunerar os sócios O custo do capital próprio não é contabilizado mas está sempre presente Ele representa o mínimo que os sócios esperam ganhar com seu investimento se esse mínimo não for esperado eles simplesmente não investem no negócio Notese que esse custo do capital próprio está sempre associado ao risco do negócio Martins Miranda Diniz 2020 p 187 Os juros representam o percentual mínimo em que os sócios desejam obter de ganho Esse percentual é aplicado ao valor do PL e não do resultado auferido 5 Quadro 3 EVA LOLAI CCP PL EVA LOLAI CCP PL LOLAI lucro operacional líquido após os impostos CCP custo do capital próprio em porcentagem PL patrimônio líquido inicial Suponha que a CIA Beta SA tenha conceda uma taxa de juros de 12 aos seus investidores Usando a fórmula acima e considerando os dados a seguir podemos avaliar o valor real gerado pela Beta Quadro 4 EVA Dados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Patrimônio Líquido PL 2000 2500 3000 x Custo do Capital Próprio 12 240 300 360 Resultado Líquido do Período 5000 7500 8500 EVA 4760 7200 8140 Agora podemos analisar que realmente as operações da Beta têm trazido bons resultados Além de pagar todos os financiamentos e empréstimos o seu lucro é suficiente para honrar as obrigações com seus investidores e ainda assim mantém um resultado EVA de valor agregado bom ROLÊ 1 ANÁLISE DOS FLUXOS DE CAIXA A análise do fluxo de caixa permite que a empresa avalie como andam as suas operações Valores relacionados às atividades operacionais compras pagamento de fornecedores salários tributos representam todos os gastos e ganhos relacionado com atividade principal do objeto social A empresa poderá comparar as fontes de investimentos como os rendimentos líquidos auferidos e obter com exatidão a viabilidade de tais valores As atividades de financiamento poderão ser avaliadas com o consumo de caixa pelo pagamento de juros sobre empréstimos e financiamentos A análise do fluxo de caixa é muito importante para verificar se os lucros e as vendas realmente estão sendo convertidos em recebimento dos clientes contribuindo para uma gestão financeira mais assertiva Observe hipoteticamente o fluxo de caixa a seguir 6 Quadro 5 DFC CIA BETA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA MÉTODO DIRETO I FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Ano 1 Ano 2 Ano 3 Recebimento de Vendas 2500 2850 3150 Fornecedores 1250 1500 1650 Salários e encargos sociais 430 500 515 Despesas gerais 190 200 220 Tributos 70 80 90 Fluxo de Caixa gerado das atividades operacionais 560 570 675 II FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Novos empréstimos e financiamentos 200 50 25 Redução dos empréstimos de curto prazo 50 75 65 Aumento de capital em dinheiro 30 0 0 Distribuição de dividendos 15 250 185 Fluxo de Caixa gerado das atividades financiamentos 165 275 225 III FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Aumento de investimentos 0 0 0 Aquisição de imobilizados 410 0 0 Receitas financeiras 50 35 80 Fluxo de Caixa gerado das atividades Investimentos 360 35 80 AUMENTO DE CAIXA DO PERÍODO I II III 365 330 530 Saldo inicial de caixaBancosAplicações financeiras 19 384 714 Saldo final de caixaBancosAplicações financeiras 384 714 1244 Avaliando o fluxo das atividades operacionais percebemos que nos três anos as operações da Beta trouxeram caixa suficientes para manter e pagar todas as contas de sua operação Observe que o ingresso pelo recebimento de vendas cresceu ao longo do tempo em 26 3150 2500 1 x 100 Isso significa que a política de vendas e crédito tem trazido resultados na efetivação do caixa Nas atividades de financiamentos o ano 1 mantevese positivo visto que houve ingresso de financiamento para realizar a aquisição do imobilizado Para os anos seguintes houve consumo do caixa devido ao pagamento das parcelas e juros mas principalmente pela retirada de dividendos pelos sócios De forma geral as atividades de financiamento consumiram muito do caixa das atividades operacionais Para o ano 2 o consumo foi de 4825 275 570 x 100 e de 3333 225 675 x 100 para o ano 3 As atividades de investimentos ficaram negativas no ano 1 porque foi realizada a aquisição do imobilizado oriundo do financiamento Observe que no ano 2 e 3 os investimentos trouxeram caixa para empresa Para o ano 2 o fluxo dos investimentos contribuiu com o aumento geral do caixa em 106 35 330 x 100 e em 151 para o ano 3 80 530 x 100 Isso quer dizer que as atividades de investimento da Beta têm construído para gerar caixa e ganhos financeiros 7 O caixa geral gerado por todas as atividades foi positivo em todos os anos demonstrando que o saldo inicial do caixa não precisou ser consumido e que aumentou ao longo dos anos Dessa forma avaliamos que a Beta tem conseguido gerar caixa ao longo dos anos que há um equilíbrio das atividades operacionais de financiamentos e de investimentos ROLÊ 2 MODELO KANITZ Conforme relata Marion 2019 p 170 Stephen C Kanitz desenvolveu um modelo muito interessante de como prever falências por meio de tratamento estatístico de índices financeiros de algumas empresas que realmente faliram Seu trabalho é conhecido como Termômetro de Kanitz ou Índice de Kanitz O seu modelo foi construído através de uma relação linear múltipla de índices financeiros variáveis independentes padronizadas e a variável dependente fator de insolvência Foram realizados testes de significância estatística análise discriminante para igualdade de médias entre índices financeiros índices do balanço de empresas saudáveis e empresas insolventes identificando cinco variáveis discriminantes quais sejam Lucro LíquidoPatrimônio Líquido Liquidez Geral Liquidez Seca Liquidez Corrente e Exigível TotalPatrimônio Líquido Vale destacar que na busca dos indicadores que deveriam compor o modelo Kanitz aplicou mais de 80 indicadores no universo de empresas analisadas Silva 2019 p 202 Com base no indicador de solvência a empresa consegue avaliar a tendência ou situação de sua empresa É vital compreender quais são os riscos pelos quais a empresa está passando por meio de uma análise combinada dos indicadores de rentabilidade do PL pelos indicadores de liquidez geral seca corrente e pelo grau de endividamento Esses índices aplicados na fórmula de Kanitz resultam em um número compreendido de 7 até 7 conforme se pode observar no Quadro 6 Quadro 6 Termômetro de Kanitz 7 Intervalo de Solvência Reduzidas possibilidades de falência 6 5 4 3 2 0 PENUMBRA Situação indefinida 1 2 3 8 5 INSOLVÊNCIA Propensão à falência 7 Fonte Marion 2019 p 171 A fórmula apresenta em seu escopo os indicadores pelos quais trabalhamos em conteúdos anteriores Observe Quadro 7 Indicadores da fórmula Índice de Kanitz ROE x 005 LG x 165 LS x 355 LC x 106 PCT x 033 Onde ROE Retorno sobre o patrimônio líquido LG Liquidez geral LS Liquidez Seca LC Liquidez Corrente PCT Participação do capital de terceiros Endividamento Consideramos alguns indicadores da Cia Beta para avaliarmos a posição da empresa Usando a fórmula acima chegamos aos valores a seguir Quadro 8 Termômetro de Kanitz Cia Beta Item Ano 1 Ano 2 Ano 3 ROE 400 050 200 Geral 068 015 025 Seca 065 018 060 Corrente 073 010 087 Endividamento PCT 495 1000 340 Indicador de Kanitz 30 23 15 Índice de Kanitzano 1 400 x 005 068 x 165 065 x 355 073 x 106 495 x 033 Índice de Kanitzano 1 20 11 23 08 16 30 Os dados mostram que a empresa no ano 1 estava em uma condição em que não corria riscos de falência fechar as portas porém no ano seguinte a situação mudou completamente chegando à posição de insolvência e no ano 3 houve uma recuperação ficando na situação de penumbra Com isso podemos observar que as decisões da empresa tendo em vista o cenário econômico sofreram mudanças drásticas Observe que o indicador de liquidez caiu muito no ano 2 e que o endividamento foi enorme com o ROE extremamente baixo Com isso os lucros auferidos não foram suficientes para cobrir as operações de caixa o que explica o endividamento É importante as empresas utilizarem esse 9 indicador para monitorar sua estrutura de capital e sua capacidade de pagamento O que mais chama atenção é o poder explicativo dos números os quais apresentam de forma clara a relação direta de cada um e dos dados reportados nas demonstrações como um todo Você gostou desse indicador Viu como ele pode nos ajudar no entendimento combinado dos indicadores Agora que sabemos como fazer algumas análises chegou a hora de falarmos sobre como devemos apresentar nossas observações e convicções acerca daquilo que pudemos apontar inferir e confirmar por meio da análise vertical horizontal e com todos os indicadores estudados Chegamos à fase de elaboração do relatório da análise TRILHA 1 RELATÓRIO DE ANÁLISE De acordo com Ribeiro 2020 p 103 o Relatório de Análise é um documento elaborado pelo analista de Demonstrações Contábeis que contém as conclusões resultados do Desenvolvimento do Processo de Análise Martins Miranda e Diniz 2020 p 218 por sua vez nos explicam que O relatório a ser escrito acerca das demonstrações contábeis da empresa deve explicitar sua posição financeira econômica e operacional com vistas a avaliar seu desempenho passado presente e futuro O relatório é o instrumento de validação de todo o processo é o meio pelo qual o analista evidencia as suas análises e mostra claramente como os números se relacionam com as informações O relatório precisa levar o leitor usuário da informação contábil para uma clareza acerca da situação real da entidade e não simplesmente achismos ou apontamentos aleatórios Por isso até aqui fomos minuciosos nas análises como também fizemos alguns apontamentos comparando com outros indicadores e trazendo a menção que há inúmeras variáveis pelas quais interferem nos processos e ações da empresa como a relação com os clientes com os investidores e o mercado de oferta e demanda ainda aspectos macroeconômicos inflação globalização Quadro 9 Pontos importantes para o Relatório Para elaborar um Relatório de Análise da melhor maneira possível alguns pontos precisam ser considerados O Relatório de Análise deve ser elaborado em linguagem inteligível para leigos ainda que alguns usuários tenham conhecimentos de Contabilidade 10 Ao elaborar um relatório de análise o analista deve procurar relatar suas conclusões visando auxiliar o usuário em suas tomadas de decisão Os Relatórios de Análise de Demonstrações Contábeis poderão conter muitas ou poucas informações conforme as necessidades dos usuários O analista deve apresentar respostas para perguntas previamente elaboradas as quais servirão como guia e suporte para formar uma opinião sobre a análise dos indicadores apurados e demais informações coletadas durante o processo O que faz a empresa Quem são os proprietários Quem tem o poder de mando Quem são os administradores Que padrão de tecnologia apresenta Quais são os planos de investimento É lucrativa e próspera É sólida ou corre o risco de quebrar em pouco tempo Está muito endividada Que tipo de público consome seus produtos Quem são seus principais concorrentes A empresa é tão forte quanto seus concorrentes Qual é a tendência da empresa de potencialidade de geração de lucro Fonte Ribeiro 2020 p 103 Silva 2019 p 209 O formato e os tópicos dos relatórios podem variar bastante A estrutura depende muito da visão do analista de sua experiência do conhecimento e de qual abrangência magnitude ele quer abordar Se você pesquisar nos livros referenciados nesta etapa será possível ver que a forma o formato e os títulos das seções do relatório podem mudar todavia o teor informacional é o mesmo e os autores apresentam as informações essenciais que trabalhamos ao longo de nosso estudo Saiba mais Dentre os autores Silva 2019 p 210 apresenta um resumo com os tópicos que devem conter nos relatórios que são peças importantes e fáceis de serem executados por iniciantes das análises como também por pessoas que já praticam e fazem análises algum tempo Observe comigo Quadro 10 Tópicos que devem conter nos relatórios 1 Análise do cenário Discorrer sobre a empresa sobre o segmento econômico no qual ela está inserida citando também seus maiores concorrentes Mencionar as políticas governamentais que afetam o segmento bem como fazer uma avaliação global da performance da empresa indicando o valor total dos ativos e do Patrimônio Líquido com os percentuais de crescimento do faturamento da empresa comparando este com a média do seu segmento Eventos subsequentes à data de levantamento das demonstrações contábeis que possam afetar positiva ou negativamente nos negócios da empresa devem ser citados nessa parte do relatório 2 Análise econômica Nessa parte o analista deverá abordar a situação do Patrimônio Líquido já que a existência ou não de PL é o ponto de partida para a análise econômica Cabe portanto a exposição dos fatores que determinaram as variações no Patrimônio Líquido da empresa citando inclusive a política dela para distribuição ou retenção de lucros bem como da constituição de reservas Devem ser descritos ainda o grau de imobilização e o seu nível de endividamento citando a origem e o destino dos recursos captados junto a terceiros mencionando ainda as garantias oferecidas aos credores 3 Análise financeira 11 Determinada empresa pode apresentar excelente situação econômica e no entanto não ter dinheiro suficiente para liquidar seus compromissos Portanto o analista deve estar atento à capacidade de pagamento da empresa ou seja à disponibilidade para saldar as obrigações Nessa abordagem financeira uma atenção especial deve ser dedicada para os índices de liquidez rentabilidade ciclo financeiro necessidade de capital de giro NCG eou saldo de tesouraria Ou seja devese estar atendo para a dinâmica do Capital de Giro 4 Conclusão A conclusão deve abranger a situação da empresa no mercado comparando seu desempenho com o das suas principais concorrentes opinando ainda sobre o seu desempenho econômico e financeiro Devem ser emitidas recomendações sobre as possíveis diretrizes que a empresa pode tomar para manter o desempenho verificado ou para reverter a situação atual se esta for desfavorável Mencionar ainda se houve algum tipo de limitação durante os trabalhos quer seja na coleta de dados quer na qualidade dos demonstrativos contábeis e demais informações complementares como por exemplo as possíveis ressalvas emitidas em parecer pelos auditores independentes 5 Anexos Ao final do relatório poderão ser anexados tabelas gráficos ou planilhas não inseridos ao longo dele O uso de gráficos e tabelas pode auxiliar na visualização das tendências dos negócios da empresa ou empresas sob análise além de permitir a redução do elemento textual facilitando a leitura e a compreensão do texto É importante também fazer constar informações quanto à metodologia utilizada para a coleta dos dados o detalhamento dos ajustes e reclassificações de contas efetuadas fórmulas utilizadas outras empresas analisadas para efeito comparativo referência bibliográfica utilizada sites consultados e se julgar necessários os softwares utilizados para os cálculos É importante que o relatório contenha todos os dados e informações como também apresente o teor de cada indicador e os números que o resultaram Aqui para conversar na análise precisamos persuadir e comprovar que tais informações foram testadas e confirmadas por procedimentos de análises de forma minuciosas e obedecendo às técnicas aceitas e práticas pela ciência contábil TRILHA 2 EXEMPLO REAL DE UMA ANÁLISE ELABORADA EM FORMA DE ARTIGO JORNALÍSTICO Saiba mais Avipal lucra R 208 mil em 2003 A gaúcha Avipal voltou ao azul em 2003 e lucrou R 20812 milhões depois de registrar um prejuízo de R 882 mil no ano anterior Conforme balanço consolidado da empresa divulgado ontem a receita bruta da Avipal subiu 205 em 2003 para R 2138 bilhões A receita líquida foi de R 1885 bilhão alta de 19 12 Segundo o diretor de relações com investidores da Avipal Francisco Ávila o aumento das exportações de carne de frango e a desvalorização do dólar ante o real contribuíram para o resultado Ele destacou o avanço de 1165 no faturamento com as vendas externas que somaram R 4405 milhões no ano passado O crescimento é decorrente de aumento das vendas para o Leste Europeu e Oriente Médio O dólar mais fraco também reduziu a dívida da Avipal na moeda americana melhorando o perfil do endividamento da empresa e contribuindo para o resultado positivo explicou Em dezembro de 2003 o endividamento financeiro líquido da empresa era de R 446 milhões ante R 407 milhões em 2002 Nos dois casos o percentual da dívida em dólar era de 33 Ganhamos com a queda do dólar A área de lácteos que através da subsidiária Elegê faturou 65 a mais R 7777 milhões no ano passado também ajudou no resultado Apesar de receber menos leite em 2003 queda de 87 para 6495 mil litros a empresa conseguiu praticar melhores preços no mercado segundo o diretor de relações com investidores da Avipal O resultado positivo não evitou um recuo da margem bruta da Avipal em 2003 e também do EBITDA da empresa No ano passado a margem da Avipal foi de 203 ante 228 em 2002 Já o EBITDA caiu 43 para R 98082 milhões Segundo Ávila a margem bruta foi afetada pelo maior custo dos grãos Enquanto o preço da soja e do milho subiram 75 e 87 respectivamente no ano as carnes tiveram um reajuste médio de 35 A menor geração de caixa pode ser explicada pela redução no lucro operacional da Avipal que caiu 268 em relação a 2002 para R 38338 milhões ano passado AAR Artigo publicado no jornal Valor Econômico Desempenho da AVIPAL no exercício de 2003 Avipal 2016 Está espantado com o relatório de análise da Avipal Você observou como está claro direto objetivo e de fácil entendimento Creio que você compreendeu na integra a situação reportada como também pôde correlacionar outros aspectos que apreendemos ao longo de nosso conteúdo mas ainda pode estar se questionando por que não citaram esse elemento Ao se perguntar isso você está olhando o relatório em outro ângulo tendo uma visão mais profunda e querendo mais argumentos e justificativa para os valores apresentados Isso é bom porque revela que você 13 entendeu como se analisa e quais caminhos podemos trilhar na busca da análise mais profunda e real ELO O autor aqui está muito feliz com o resultado apresentado Muito mais feliz porque tenho certeza de que ao longo de cada palavra você pôde evoluir crescer e aprender Você viu que não é tão complexo assim como imaginamos lá no começo Percebeu que basta apenas aplicarmos método o conhecimento e com um pouquinho de esforço e empenho conseguimos extrair dos mais profundos demonstrativos as mais belas informações aquelas que mudam a decisão aquelas que impulsionam o mundo dos negócios Desejo do fundo do coração que você esteja e permaneça motivado a destemido a pronto para fazer a análise de qualquer organização porque tudo aquilo que trabalhamos e compartilhamos é aplicável é útil e fará sentido se você aplicar e utilizar esse conhecimento para interpretar Agora é possível você dizer se a situação da empresa A ou B apresenta uma rentabilidade de X se a lucratividade dela em relação aos demais é boa e se ela possui uma estrutura de capitais capaz de ampliar qualquer resultado Dessa forma me despeço de você desejando que todo o sucesso no mundo das análises possa encontrálo e que você realize tudo aquilo que for pertinente Tudo que for possível sonhar será possível de analisar e fazer 14 REFERÊNCIAS ALVES A LAFFIN N H F PUGUES L M Análise das demonstrações financeiras Porto Alegre Sagah 2018 AVIPAL lucra R 208 mi em 2003 Valor Econômico 20 abr 2016 Disponível em httpswwwaviculturaindustrialcombrimprensaavipallucrar208miem 2003200402050844040694 Acesso em 29 jul 2022 MARION J C Análise das demonstrações contábeis 8 ed São Paulo Atlas 2019 MARTINS E MIRANDA G J DINIZ J A Análise didática das demonstrações contábeis 3 ed São Paulo Atlas 2020 RIBEIRO O M Noções de análise de demonstrações contábeis São Paulo Érica 2020 v 4 SILVA A A da Estrutura análise e interpretação das demonstrações contábeis 5 ed 2 reimpr São Paulo Atlas 2019 SOUZA A F de etal Análise financeira das demonstrações contábeis na prática São Paulo Trevisan Editora 2015
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solvência de uma empresa e prever quais rumos ela pode ter E para encerrar a análise das demonstrações chegamos ao ponto essencial na compreensão de como apresentaremos todas as análises indicadores e cálculos efetuados Para isso estudaremos o relatório da análise das demonstrações No final trouxemos um belo exemplo prático o caso Avipal Portanto sem mais delongas é hora de apertarmos o mosquetão porque a última aventura está recheada de emoções TOP EBITDA EBIT E EVA Com globalização os mercados ficaram abertos e muitas empresas americanas alemãs e francesas têm operações dentro de território brasileiro Acontece que essas multinacionais apresentam não só demonstrações contábeis em seu país de origem mas também em um dos países pelas quais mantêm suas operações Para tanto a contabilidade necessita trazer informações que sejam únicas idôneas e que possam realmente trazer boas referências para a análise do negócio como um todo podendo comparar e aliviar os resultados da organização no país sediado e nos países que mantêm suas filiais 3 Ocorre uma padronização para apresentar os resultados da entidade de forma que se tenha a mesma base de comparabilidade de todos os resultados O EBITDA que corresponde em inglês a Earnings Before Interest Taxes Depreciation and Amortization e o EBIT Earnings Before Interest Taxes nada mais são do que o Lucro Operacional Ajustado No Brasil poderíamos expressálos como LAJIDA Lucro antes de Juros Impostos sobre a Renda incluindo Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Depreciação e Amortização e LAJIR Lucro Antes dos Juros e Impostos sobre a Renda incluindo Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Sua divulgação no Brasil apesar de não obrigatória vem sendo feita pela maioria das empresas de capital aberto Silva 2019 p 78 Como desconsidera as despesas operacionais que não causam movimentação no caixa depreciação e amortização ainda rejeita os valores gastos com custos de financiamentos despesas financeiras e exclui os efeitos da tributação sobre o lucro o EBTDA revela a geração de caixa operacional que pode ser comprada com todas as filiais e unidades da entidade Quadro 1 EBITDA e EBIT EBITDA LAJIDA EBIT LAJIR Resultado Líquido do Período Resultado Líquido do Período Tributos sobre o lucro Tributos sobre o lucro Despesas financeiras líquidas das receitas financeiras Despesas financeiras líquidas das receitas financeiras Depreciações amortizações e exaustões EBIT LAJIR EBITDA LAJIDA Fonte Silva 2019 p 79 Observe que a sistemática não é complexa basta adicionarmos os valores que conhecemos da DRE ao resultado do exercício Considere o Quadro 2 com os dados da Cia Beta SA Quadro 2 EBITDA e EBIT da CIA Beta SA EBIT e EBITDA Ano 1 Ano 2 Ano 3 Resultado Líquido do Período 5000 7500 8500 Tributos sobre o lucro 1500 2250 2550 Despesas financeiras líquidas das receitas financeiras 500 675 950 EBIT LAJIR 7000 10425 12000 Depreciações amortizações e exaustões 250 325 375 EBITDA LAJIDA 7250 10750 12375 Observe que o resultado da empresa é maior pois o objetivo é compreender a capacidade de geração caixa desconsiderando as variações com custo do capital de terceiros a depreciação e os tributos sobre o lucro Isso 4 é importante porque muitos países têm cargas tributárias bem diferentes do Brasil Além disso os valores praticados acerca de empréstimos e financiamentos capital de terceiros poderiam distorcer a análise do resultado Por isso o EBITDA e o EBIT são utilizados como medida de análise do fluxo de caixa operacional Agora podemos comparar tais valores com a receita líquida e analisar a lucratividade operacional da entidade Podemos fazer uma análise horizontal para avaliar o crescimento ou involução do fluxo de caixa operacional Com esses indicadores é possível comparar os ganhos e perdas mesmo em mercados diferentes Assim as unidades sediadas no Brasil podem ser comparadas com unidades de outro país Com isso a multinacional consegue tomar melhores decisões acerca de manter expandir ou cessar suas operações em uma região do globo com base nos resultados da geração do fluxo de caixa 11 Economic Value Added EVA O valor que os sócios e investidores mantêm no patrimônio líquido PL representa os investimentos realizados por eles e o risco assumido com a empresa Como qualquer investimento é necessário que se tenha uma remuneração um rendimento pelo investimento realizado Para isso são computados juros sobre o capital próprio PL como forma de remunerar os investidores Agora precisamos pegar o resultado líquido da entidade e calcular os juros do capital próprio e deduzir do resultado para obter o valor real gerado pela empresa Ou seja o lucro líquido final ocorre somente após remunerar os sócios O custo do capital próprio não é contabilizado mas está sempre presente Ele representa o mínimo que os sócios esperam ganhar com seu investimento se esse mínimo não for esperado eles simplesmente não investem no negócio Notese que esse custo do capital próprio está sempre associado ao risco do negócio Martins Miranda Diniz 2020 p 187 Os juros representam o percentual mínimo em que os sócios desejam obter de ganho Esse percentual é aplicado ao valor do PL e não do resultado auferido 5 Quadro 3 EVA LOLAI CCP PL EVA LOLAI CCP PL LOLAI lucro operacional líquido após os impostos CCP custo do capital próprio em porcentagem PL patrimônio líquido inicial Suponha que a CIA Beta SA tenha conceda uma taxa de juros de 12 aos seus investidores Usando a fórmula acima e considerando os dados a seguir podemos avaliar o valor real gerado pela Beta Quadro 4 EVA Dados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Patrimônio Líquido PL 2000 2500 3000 x Custo do Capital Próprio 12 240 300 360 Resultado Líquido do Período 5000 7500 8500 EVA 4760 7200 8140 Agora podemos analisar que realmente as operações da Beta têm trazido bons resultados Além de pagar todos os financiamentos e empréstimos o seu lucro é suficiente para honrar as obrigações com seus investidores e ainda assim mantém um resultado EVA de valor agregado bom ROLÊ 1 ANÁLISE DOS FLUXOS DE CAIXA A análise do fluxo de caixa permite que a empresa avalie como andam as suas operações Valores relacionados às atividades operacionais compras pagamento de fornecedores salários tributos representam todos os gastos e ganhos relacionado com atividade principal do objeto social A empresa poderá comparar as fontes de investimentos como os rendimentos líquidos auferidos e obter com exatidão a viabilidade de tais valores As atividades de financiamento poderão ser avaliadas com o consumo de caixa pelo pagamento de juros sobre empréstimos e financiamentos A análise do fluxo de caixa é muito importante para verificar se os lucros e as vendas realmente estão sendo convertidos em recebimento dos clientes contribuindo para uma gestão financeira mais assertiva Observe hipoteticamente o fluxo de caixa a seguir 6 Quadro 5 DFC CIA BETA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA MÉTODO DIRETO I FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Ano 1 Ano 2 Ano 3 Recebimento de Vendas 2500 2850 3150 Fornecedores 1250 1500 1650 Salários e encargos sociais 430 500 515 Despesas gerais 190 200 220 Tributos 70 80 90 Fluxo de Caixa gerado das atividades operacionais 560 570 675 II FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Novos empréstimos e financiamentos 200 50 25 Redução dos empréstimos de curto prazo 50 75 65 Aumento de capital em dinheiro 30 0 0 Distribuição de dividendos 15 250 185 Fluxo de Caixa gerado das atividades financiamentos 165 275 225 III FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Aumento de investimentos 0 0 0 Aquisição de imobilizados 410 0 0 Receitas financeiras 50 35 80 Fluxo de Caixa gerado das atividades Investimentos 360 35 80 AUMENTO DE CAIXA DO PERÍODO I II III 365 330 530 Saldo inicial de caixaBancosAplicações financeiras 19 384 714 Saldo final de caixaBancosAplicações financeiras 384 714 1244 Avaliando o fluxo das atividades operacionais percebemos que nos três anos as operações da Beta trouxeram caixa suficientes para manter e pagar todas as contas de sua operação Observe que o ingresso pelo recebimento de vendas cresceu ao longo do tempo em 26 3150 2500 1 x 100 Isso significa que a política de vendas e crédito tem trazido resultados na efetivação do caixa Nas atividades de financiamentos o ano 1 mantevese positivo visto que houve ingresso de financiamento para realizar a aquisição do imobilizado Para os anos seguintes houve consumo do caixa devido ao pagamento das parcelas e juros mas principalmente pela retirada de dividendos pelos sócios De forma geral as atividades de financiamento consumiram muito do caixa das atividades operacionais Para o ano 2 o consumo foi de 4825 275 570 x 100 e de 3333 225 675 x 100 para o ano 3 As atividades de investimentos ficaram negativas no ano 1 porque foi realizada a aquisição do imobilizado oriundo do financiamento Observe que no ano 2 e 3 os investimentos trouxeram caixa para empresa Para o ano 2 o fluxo dos investimentos contribuiu com o aumento geral do caixa em 106 35 330 x 100 e em 151 para o ano 3 80 530 x 100 Isso quer dizer que as atividades de investimento da Beta têm construído para gerar caixa e ganhos financeiros 7 O caixa geral gerado por todas as atividades foi positivo em todos os anos demonstrando que o saldo inicial do caixa não precisou ser consumido e que aumentou ao longo dos anos Dessa forma avaliamos que a Beta tem conseguido gerar caixa ao longo dos anos que há um equilíbrio das atividades operacionais de financiamentos e de investimentos ROLÊ 2 MODELO KANITZ Conforme relata Marion 2019 p 170 Stephen C Kanitz desenvolveu um modelo muito interessante de como prever falências por meio de tratamento estatístico de índices financeiros de algumas empresas que realmente faliram Seu trabalho é conhecido como Termômetro de Kanitz ou Índice de Kanitz O seu modelo foi construído através de uma relação linear múltipla de índices financeiros variáveis independentes padronizadas e a variável dependente fator de insolvência Foram realizados testes de significância estatística análise discriminante para igualdade de médias entre índices financeiros índices do balanço de empresas saudáveis e empresas insolventes identificando cinco variáveis discriminantes quais sejam Lucro LíquidoPatrimônio Líquido Liquidez Geral Liquidez Seca Liquidez Corrente e Exigível TotalPatrimônio Líquido Vale destacar que na busca dos indicadores que deveriam compor o modelo Kanitz aplicou mais de 80 indicadores no universo de empresas analisadas Silva 2019 p 202 Com base no indicador de solvência a empresa consegue avaliar a tendência ou situação de sua empresa É vital compreender quais são os riscos pelos quais a empresa está passando por meio de uma análise combinada dos indicadores de rentabilidade do PL pelos indicadores de liquidez geral seca corrente e pelo grau de endividamento Esses índices aplicados na fórmula de Kanitz resultam em um número compreendido de 7 até 7 conforme se pode observar no Quadro 6 Quadro 6 Termômetro de Kanitz 7 Intervalo de Solvência Reduzidas possibilidades de falência 6 5 4 3 2 0 PENUMBRA Situação indefinida 1 2 3 8 5 INSOLVÊNCIA Propensão à falência 7 Fonte Marion 2019 p 171 A fórmula apresenta em seu escopo os indicadores pelos quais trabalhamos em conteúdos anteriores Observe Quadro 7 Indicadores da fórmula Índice de Kanitz ROE x 005 LG x 165 LS x 355 LC x 106 PCT x 033 Onde ROE Retorno sobre o patrimônio líquido LG Liquidez geral LS Liquidez Seca LC Liquidez Corrente PCT Participação do capital de terceiros Endividamento Consideramos alguns indicadores da Cia Beta para avaliarmos a posição da empresa Usando a fórmula acima chegamos aos valores a seguir Quadro 8 Termômetro de Kanitz Cia Beta Item Ano 1 Ano 2 Ano 3 ROE 400 050 200 Geral 068 015 025 Seca 065 018 060 Corrente 073 010 087 Endividamento PCT 495 1000 340 Indicador de Kanitz 30 23 15 Índice de Kanitzano 1 400 x 005 068 x 165 065 x 355 073 x 106 495 x 033 Índice de Kanitzano 1 20 11 23 08 16 30 Os dados mostram que a empresa no ano 1 estava em uma condição em que não corria riscos de falência fechar as portas porém no ano seguinte a situação mudou completamente chegando à posição de insolvência e no ano 3 houve uma recuperação ficando na situação de penumbra Com isso podemos observar que as decisões da empresa tendo em vista o cenário econômico sofreram mudanças drásticas Observe que o indicador de liquidez caiu muito no ano 2 e que o endividamento foi enorme com o ROE extremamente baixo Com isso os lucros auferidos não foram suficientes para cobrir as operações de caixa o que explica o endividamento É importante as empresas utilizarem esse 9 indicador para monitorar sua estrutura de capital e sua capacidade de pagamento O que mais chama atenção é o poder explicativo dos números os quais apresentam de forma clara a relação direta de cada um e dos dados reportados nas demonstrações como um todo Você gostou desse indicador Viu como ele pode nos ajudar no entendimento combinado dos indicadores Agora que sabemos como fazer algumas análises chegou a hora de falarmos sobre como devemos apresentar nossas observações e convicções acerca daquilo que pudemos apontar inferir e confirmar por meio da análise vertical horizontal e com todos os indicadores estudados Chegamos à fase de elaboração do relatório da análise TRILHA 1 RELATÓRIO DE ANÁLISE De acordo com Ribeiro 2020 p 103 o Relatório de Análise é um documento elaborado pelo analista de Demonstrações Contábeis que contém as conclusões resultados do Desenvolvimento do Processo de Análise Martins Miranda e Diniz 2020 p 218 por sua vez nos explicam que O relatório a ser escrito acerca das demonstrações contábeis da empresa deve explicitar sua posição financeira econômica e operacional com vistas a avaliar seu desempenho passado presente e futuro O relatório é o instrumento de validação de todo o processo é o meio pelo qual o analista evidencia as suas análises e mostra claramente como os números se relacionam com as informações O relatório precisa levar o leitor usuário da informação contábil para uma clareza acerca da situação real da entidade e não simplesmente achismos ou apontamentos aleatórios Por isso até aqui fomos minuciosos nas análises como também fizemos alguns apontamentos comparando com outros indicadores e trazendo a menção que há inúmeras variáveis pelas quais interferem nos processos e ações da empresa como a relação com os clientes com os investidores e o mercado de oferta e demanda ainda aspectos macroeconômicos inflação globalização Quadro 9 Pontos importantes para o Relatório Para elaborar um Relatório de Análise da melhor maneira possível alguns pontos precisam ser considerados O Relatório de Análise deve ser elaborado em linguagem inteligível para leigos ainda que alguns usuários tenham conhecimentos de Contabilidade 10 Ao elaborar um relatório de análise o analista deve procurar relatar suas conclusões visando auxiliar o usuário em suas tomadas de decisão Os Relatórios de Análise de Demonstrações Contábeis poderão conter muitas ou poucas informações conforme as necessidades dos usuários O analista deve apresentar respostas para perguntas previamente elaboradas as quais servirão como guia e suporte para formar uma opinião sobre a análise dos indicadores apurados e demais informações coletadas durante o processo O que faz a empresa Quem são os proprietários Quem tem o poder de mando Quem são os administradores Que padrão de tecnologia apresenta Quais são os planos de investimento É lucrativa e próspera É sólida ou corre o risco de quebrar em pouco tempo Está muito endividada Que tipo de público consome seus produtos Quem são seus principais concorrentes A empresa é tão forte quanto seus concorrentes Qual é a tendência da empresa de potencialidade de geração de lucro Fonte Ribeiro 2020 p 103 Silva 2019 p 209 O formato e os tópicos dos relatórios podem variar bastante A estrutura depende muito da visão do analista de sua experiência do conhecimento e de qual abrangência magnitude ele quer abordar Se você pesquisar nos livros referenciados nesta etapa será possível ver que a forma o formato e os títulos das seções do relatório podem mudar todavia o teor informacional é o mesmo e os autores apresentam as informações essenciais que trabalhamos ao longo de nosso estudo Saiba mais Dentre os autores Silva 2019 p 210 apresenta um resumo com os tópicos que devem conter nos relatórios que são peças importantes e fáceis de serem executados por iniciantes das análises como também por pessoas que já praticam e fazem análises algum tempo Observe comigo Quadro 10 Tópicos que devem conter nos relatórios 1 Análise do cenário Discorrer sobre a empresa sobre o segmento econômico no qual ela está inserida citando também seus maiores concorrentes Mencionar as políticas governamentais que afetam o segmento bem como fazer uma avaliação global da performance da empresa indicando o valor total dos ativos e do Patrimônio Líquido com os percentuais de crescimento do faturamento da empresa comparando este com a média do seu segmento Eventos subsequentes à data de levantamento das demonstrações contábeis que possam afetar positiva ou negativamente nos negócios da empresa devem ser citados nessa parte do relatório 2 Análise econômica Nessa parte o analista deverá abordar a situação do Patrimônio Líquido já que a existência ou não de PL é o ponto de partida para a análise econômica Cabe portanto a exposição dos fatores que determinaram as variações no Patrimônio Líquido da empresa citando inclusive a política dela para distribuição ou retenção de lucros bem como da constituição de reservas Devem ser descritos ainda o grau de imobilização e o seu nível de endividamento citando a origem e o destino dos recursos captados junto a terceiros mencionando ainda as garantias oferecidas aos credores 3 Análise financeira 11 Determinada empresa pode apresentar excelente situação econômica e no entanto não ter dinheiro suficiente para liquidar seus compromissos Portanto o analista deve estar atento à capacidade de pagamento da empresa ou seja à disponibilidade para saldar as obrigações Nessa abordagem financeira uma atenção especial deve ser dedicada para os índices de liquidez rentabilidade ciclo financeiro necessidade de capital de giro NCG eou saldo de tesouraria Ou seja devese estar atendo para a dinâmica do Capital de Giro 4 Conclusão A conclusão deve abranger a situação da empresa no mercado comparando seu desempenho com o das suas principais concorrentes opinando ainda sobre o seu desempenho econômico e financeiro Devem ser emitidas recomendações sobre as possíveis diretrizes que a empresa pode tomar para manter o desempenho verificado ou para reverter a situação atual se esta for desfavorável Mencionar ainda se houve algum tipo de limitação durante os trabalhos quer seja na coleta de dados quer na qualidade dos demonstrativos contábeis e demais informações complementares como por exemplo as possíveis ressalvas emitidas em parecer pelos auditores independentes 5 Anexos Ao final do relatório poderão ser anexados tabelas gráficos ou planilhas não inseridos ao longo dele O uso de gráficos e tabelas pode auxiliar na visualização das tendências dos negócios da empresa ou empresas sob análise além de permitir a redução do elemento textual facilitando a leitura e a compreensão do texto É importante também fazer constar informações quanto à metodologia utilizada para a coleta dos dados o detalhamento dos ajustes e reclassificações de contas efetuadas fórmulas utilizadas outras empresas analisadas para efeito comparativo referência bibliográfica utilizada sites consultados e se julgar necessários os softwares utilizados para os cálculos É importante que o relatório contenha todos os dados e informações como também apresente o teor de cada indicador e os números que o resultaram Aqui para conversar na análise precisamos persuadir e comprovar que tais informações foram testadas e confirmadas por procedimentos de análises de forma minuciosas e obedecendo às técnicas aceitas e práticas pela ciência contábil TRILHA 2 EXEMPLO REAL DE UMA ANÁLISE ELABORADA EM FORMA DE ARTIGO JORNALÍSTICO Saiba mais Avipal lucra R 208 mil em 2003 A gaúcha Avipal voltou ao azul em 2003 e lucrou R 20812 milhões depois de registrar um prejuízo de R 882 mil no ano anterior Conforme balanço consolidado da empresa divulgado ontem a receita bruta da Avipal subiu 205 em 2003 para R 2138 bilhões A receita líquida foi de R 1885 bilhão alta de 19 12 Segundo o diretor de relações com investidores da Avipal Francisco Ávila o aumento das exportações de carne de frango e a desvalorização do dólar ante o real contribuíram para o resultado Ele destacou o avanço de 1165 no faturamento com as vendas externas que somaram R 4405 milhões no ano passado O crescimento é decorrente de aumento das vendas para o Leste Europeu e Oriente Médio O dólar mais fraco também reduziu a dívida da Avipal na moeda americana melhorando o perfil do endividamento da empresa e contribuindo para o resultado positivo explicou Em dezembro de 2003 o endividamento financeiro líquido da empresa era de R 446 milhões ante R 407 milhões em 2002 Nos dois casos o percentual da dívida em dólar era de 33 Ganhamos com a queda do dólar A área de lácteos que através da subsidiária Elegê faturou 65 a mais R 7777 milhões no ano passado também ajudou no resultado Apesar de receber menos leite em 2003 queda de 87 para 6495 mil litros a empresa conseguiu praticar melhores preços no mercado segundo o diretor de relações com investidores da Avipal O resultado positivo não evitou um recuo da margem bruta da Avipal em 2003 e também do EBITDA da empresa No ano passado a margem da Avipal foi de 203 ante 228 em 2002 Já o EBITDA caiu 43 para R 98082 milhões Segundo Ávila a margem bruta foi afetada pelo maior custo dos grãos Enquanto o preço da soja e do milho subiram 75 e 87 respectivamente no ano as carnes tiveram um reajuste médio de 35 A menor geração de caixa pode ser explicada pela redução no lucro operacional da Avipal que caiu 268 em relação a 2002 para R 38338 milhões ano passado AAR Artigo publicado no jornal Valor Econômico Desempenho da AVIPAL no exercício de 2003 Avipal 2016 Está espantado com o relatório de análise da Avipal Você observou como está claro direto objetivo e de fácil entendimento Creio que você compreendeu na integra a situação reportada como também pôde correlacionar outros aspectos que apreendemos ao longo de nosso conteúdo mas ainda pode estar se questionando por que não citaram esse elemento Ao se perguntar isso você está olhando o relatório em outro ângulo tendo uma visão mais profunda e querendo mais argumentos e justificativa para os valores apresentados Isso é bom porque revela que você 13 entendeu como se analisa e quais caminhos podemos trilhar na busca da análise mais profunda e real ELO O autor aqui está muito feliz com o resultado apresentado Muito mais feliz porque tenho certeza de que ao longo de cada palavra você pôde evoluir crescer e aprender Você viu que não é tão complexo assim como imaginamos lá no começo Percebeu que basta apenas aplicarmos método o conhecimento e com um pouquinho de esforço e empenho conseguimos extrair dos mais profundos demonstrativos as mais belas informações aquelas que mudam a decisão aquelas que impulsionam o mundo dos negócios Desejo do fundo do coração que você esteja e permaneça motivado a destemido a pronto para fazer a análise de qualquer organização porque tudo aquilo que trabalhamos e compartilhamos é aplicável é útil e fará sentido se você aplicar e utilizar esse conhecimento para interpretar Agora é possível você dizer se a situação da empresa A ou B apresenta uma rentabilidade de X se a lucratividade dela em relação aos demais é boa e se ela possui uma estrutura de capitais capaz de ampliar qualquer resultado Dessa forma me despeço de você desejando que todo o sucesso no mundo das análises possa encontrálo e que você realize tudo aquilo que for pertinente Tudo que for possível sonhar será possível de analisar e fazer 14 REFERÊNCIAS ALVES A LAFFIN N H F PUGUES L M Análise das demonstrações financeiras Porto Alegre Sagah 2018 AVIPAL lucra R 208 mi em 2003 Valor Econômico 20 abr 2016 Disponível em httpswwwaviculturaindustrialcombrimprensaavipallucrar208miem 2003200402050844040694 Acesso em 29 jul 2022 MARION J C Análise das demonstrações contábeis 8 ed São Paulo Atlas 2019 MARTINS E MIRANDA G J DINIZ J A Análise didática das demonstrações contábeis 3 ed São Paulo Atlas 2020 RIBEIRO O M Noções de análise de demonstrações contábeis São Paulo Érica 2020 v 4 SILVA A A da Estrutura análise e interpretação das demonstrações contábeis 5 ed 2 reimpr São Paulo Atlas 2019 SOUZA A F de etal Análise financeira das demonstrações contábeis na prática São Paulo Trevisan Editora 2015