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Ciências Econômicas ·
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TEORIA MACROECONÔMICA I São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP TEORIA GERAL DO EMPREGO DO JURO E DA MOEDA JOHN MAYNARD KEYNES EDITORA SARAIVA 2012 CAPÍTULO 8 9 E 10 A PROPENSÃO AO CONSUMO FATORES OBJETIVOS SUBJETIVOS E MARGINAL 5 Propensão a consumir Até aqui estabelecemos a conclusão preliminar de que o volume de emprego é determinado pelo ponto de interseção da função de oferta agregada com a função de procura agregada A FUNÇÃO DE OFERTA AGREGADA contudo que depende principalmente das condições físicas da oferta envolve poucas considerações que ainda não nos são familiares A forma pode ser pouco conhecida mas os fatores nela subjacentes não são novos considerações sobre a função de oferta agregada são apresentadas no capítulo 20 quando se examina a sua inversa sob o nome de função de emprego Em termos gerais porém o que se tem descuidado é da parte correspondente à FUNÇÃO DE DEMANDA AGREGADA e é à função da demanda agregada que se estuda nos Livros Terceiro e Quarto 6 Propensão a consumir A FUNÇÃO DE DEMANDA AGREGADA relaciona determinado volume de emprego com o produto das vendas que se espera realizar desse volume de emprego O produto das vendas formase pela soma de duas quantidades a soma que será despendida em CONSUMO quando o emprego está em certo nível e a soma que se destinará ao INVESTIMENTO Os fatores que determinam estas duas quantidades são bastante diferentes No Livro III são estudados os primeiros a saber quais os fatores que determinam a soma que se gastará em CONSUMO quando o emprego se acha em determinado nível no Livro IV são estudados os fatores que fixam a soma a ser empregada no INVESTIMENTO 7 Propensão a consumir Considerando que aqui nos interessa a determinação da SOMA QUE DEVE SER GASTA EM CONSUMO quando o emprego está em certo nível devemos estritamente falando tratar da função que liga o montante de C ao nível de N Todavia é mais conveniente operar com uma função ligeiramente diferente ou seja a que relaciona o consumo medido em unidades de salário Cw com a renda medida em unidades de salário Yw correspondente a certo volume de emprego N 8 Propensão a consumir Este método está sujeito à restrição de que Yw não é uma função unívoca de N o qual é idêntico em todas as circunstâncias Com efeito a relação entre Yw e N pode depender embora provavelmente em grau muito limitado da natureza precisa do emprego Em outras palavras duas distribuições desiguais de um emprego agregado N entre ocupações diferentes em virtude da forma diferente das funções do emprego individual questão que será tratada no capítulo 20 podem conduzir a valores diferentes de Yw Em certos casos poderia ser necessário dar especial atenção a este fator Em geral porém constitui uma boa aproximação considerar Yw como determinado por N de maneira unívoca Definiremos portanto aquilo a que chamaremos PROPENSÃO A CONSUMIR como a relação funcional χ entre Yw determinado nível de renda medida em unidades de salário e Cw o gasto que para o consumo se toma do dito nível de rendimento 9 Propensão a consumir O montante que a comunidade GASTA EM CONSUMO depende evidentemente i em parte do montante da sua RENDA ii em parte de outras circunstâncias OBJETIVAS que o acompanham iii em parte das necessidades SUBJETIVAS propensões psicológicas e hábitos dos indivíduos que o compõem bem como dos princípios que governam a distribuição da renda entre eles que são passíveis de modificações à medida que aumenta a produção 10 Propensão a consumir Os principais fatores OBJETIVOS que influenciam na propensão ao consumo são 1 Variação da unidade de salário 2 Uma variação da diferença entre rendimento e rendimento líquido 3 Variações imprevistas nos valores de capital não considerados no cálculo da renda líquida 4 Variações na taxa intertemporal de desconto isto é na relação de troca entre os bens presentes e os bens futuros 5 Variações na política fiscal 6 Modificações das expectativas acerca da relação entre os níveis presentes e futuros da renda 11 Propensão a consumir Há em geral OITO MOTIVOS ou fins principais de caráter SUBJETIVO em virtude dos quais os indivíduos se abstêm de gastar sua renda i PRECAUÇÃO constituir uma reserva para fazer face a contingências imprevistas ii PREVIDÊNCIA prepararse para uma relação futura prevista entre a renda e as necessidades do indivíduo e sua família diferente da que existe no momento como por exemplo no que diz respeito à velhice à educação dos filhos ou ao sustento das pessoas dependentes iii CÁLCULO beneficiarse do juro e da valorização isto é porque um consumo real maior em data futura é preferível a um consumo imediato mais reduzido 12 Propensão a consumir iv MELHORIA desfrutar de um gasto progressivamente crescente satisfazendo assim um instinto normal que leva os homens a encarar a perspectiva de um nível de vida que melhore gradualmente de preferência ao contrário mesmo que a capacidade de satisfação tenda a diminuir v INDEPENDÊNCIA desfrutar de uma sensação de independência ou do poder de fazer algo mesmo sem ideia clara ou intenção definida da ação específica vi INICIATIVA garantir uma masse de manoeuvre para realizar projetos especulativos ou econômicos vii ORGULHO legar uma fortuna viii AVAREZA satisfazer a pura avareza isto é inibirse de modo irracional mas persistente de realizar qualquer ato de despesa como tal 13 Propensão a consumir Além das poupanças acumuladas pelos indivíduos há também uma grande proporção de rendas variável talvez numa comunidade industrial moderna que é retida pelos Governos centrais ou locais por instituições e por empresas comerciais por motivos muito semelhantes mas não idênticos aos que animam os indivíduos e mais particularmente pelos quatro seguintes tendem a excluir do consumo uma parte da renda i O MOTIVO DE EMPRESA conseguir recursos para realizar um novo investimento de capital sem contrair dívida ou recorrer ao capital do mercado ii O MOTIVO DE LIQUIDEZ garantir recursos líquidos para enfrentar as emergências dificuldades e crises 14 Propensão a consumir iii O MOTIVO DE MELHORIA assegurar um aumento gradual de renda que incidentalmente isentará os dirigentes da crítica visto que no aumento da renda é difícil distinguir o que resulta da acumulação do que provém da eficiência iv O MOTIVO DA PRUDÊNCIA FINANCEIRA e a preocupação de se sentir seguro pela constituição de uma reserva financeira que exceda o custo de uso e o custo suplementar de modo que liquide os débitos e que amortize o custo do ativo a um ritmo antes superior do que inferior ao ritmo real de desgaste e obsolescência dependendo a força deste motivo sobretudo da quantidade e da natureza do equipamento de capital e da rapidez do progresso técnico 15 Propensão a consumir a força de todos estes motivos varia enormemente segundo as INSTITUIÇÕES e a ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE ECONÔMICA que presumimos segundo os HÁBITOS devidos à RAÇA à EDUCAÇÃO às CONVENÇÕES à RELIGIÃO e às ATITUDES MORAIS correntes segundo as ESPERANÇAS ATUAIS e a EXPERIÊNCIA PASSADA segundo a ESCALA E A TÉCNICA DO EQUIPAMENTO DE CAPITAL segundo a forma prevalecente da DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA e os NÍVEIS DE VIDA estabelecidos Todavia na tese que constitui o objetivo desta obra NÃO nos ocuparemos exceto em digressões ocasionais dos resultados das mudanças sociais de longo prazo nem dos lentos efeitos do progresso secular Isso significa que daremos por aceita a base dos motivos subjetivos que levam respectivamente a poupar e a consumir 16 Propensão a consumir Considerando portanto que a base principal das forças subjetivas e sociais muda lentamente enquanto por outro lado a influência a curto prazo nas alterações da taxa de juros e outros fatores subjetivos é no mais das vezes de importância secundária somos levados a CONCLUIR QUE AS VARIAÇÕES DE CURTO PRAZO NO CONSUMO DEPENDEM EM GRANDE PARTE DAS ALTERAÇÕES DO RITMO COM QUE SE GANHAM AS RENDAS medidas em unidades de salário e não das variações na propensão a consumir uma parte de determinada renda 17 Propensão a consumir Propensão marginal a consumir e o multiplicador Nas palavras de Keynes A nossa lei psicológica normal de que no caso de aumentos e diminuições da renda real da comunidade o CONSUMO aumenta e diminui mas não tão depressa pode portanto traduzirse pelas proposições de que ΔCW e ΔYW têm o mesmo sinal mas ΔYW ΔCW em que CW representa o consumo medido em unidades de salário Definamos portanto ΔCWΔYW como a PROPENSÃO MARGINAL A CONSUMIR 18 Propensão a consumir Esta quantidade é de considerável importância por nos dizer como se dividirá o próximo incremento da produção entre o consumo e o investimento Isso porque ΔYW ΔCW ΔIW em que ΔCW e ΔIW são respectivamente os incrementos do consumo e do investimento Podemos escrever ΔYW kΔIW em que 1 1k é igual à propensão marginal a consumir Chamemos a k o multiplicador de investimento Ele nos indica que quando se produz um acréscimo no investimento agregado a renda sobe num montante igual a k vezes o acréscimo do investimento Depois dessas definições as próximas seções do Capítulo 10 estão voltadas à comparação do multiplicador apresentado por Keynes com o multiplicador do emprego elaborado por Richard Kahn em seu artigo de 1931 TEORIA MACROECONÔMICA I São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP
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medida em unidades de salário e Cw o gasto que para o consumo se toma do dito nível de rendimento 9 Propensão a consumir O montante que a comunidade GASTA EM CONSUMO depende evidentemente i em parte do montante da sua RENDA ii em parte de outras circunstâncias OBJETIVAS que o acompanham iii em parte das necessidades SUBJETIVAS propensões psicológicas e hábitos dos indivíduos que o compõem bem como dos princípios que governam a distribuição da renda entre eles que são passíveis de modificações à medida que aumenta a produção 10 Propensão a consumir Os principais fatores OBJETIVOS que influenciam na propensão ao consumo são 1 Variação da unidade de salário 2 Uma variação da diferença entre rendimento e rendimento líquido 3 Variações imprevistas nos valores de capital não considerados no cálculo da renda líquida 4 Variações na taxa intertemporal de desconto isto é na relação de troca entre os bens presentes e os bens futuros 5 Variações na política fiscal 6 Modificações das expectativas 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