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Filosofia

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Ética e Espiritualidade Aula 10 Unidade 1 Diálogo Inter religioso Habitabilidade e Convivência Ecologia Integral e Amizade Social Ética e Espiritualidade Diálogo Interreligioso DIÁLOGO INTERRELIGIOSO Há ensinamentos preciosos legados pelas Tradições Religiosas O Hinduísmo indaga o que queremos O que realmente queremos Transitando entre bens provisórios ocupando tarefas alcançamos realização mas insuficiente Por quê Há em nós um desejo do divino O que realmente queremos Unir Atman à Brahman O divino que há em cada um de nós deseja integrarse ao Absoluto O Budismo nos ensina que em meio impermanência há sofrimento mas que a causa do sofrimento se encontra na ilusão dos desejos vinculado ao engano da existência de um eu O despertar consiste em descobrindo a natureza da mente ser capaz de acolher as coisas o mundo as pessoas como se apresentam com abertura e sem preconceitos A meditação que conduz à Sunyata vacuidade liberta a mente das flutuações e permite via compreensão acolher o outro exercendo a compaixão ou práxis do amor A Senda Óctupla é exigente caminho ao despertar O Confucionismo propondo a Tradição deliberada convidando ao cultivo do Jen insiste no valor e capacidade da Educação apta à condução da Paz e ao governo correto das coisas públicas O Taoísmo ao descrever o TAO anunciando que Yin e Yang são oposições aparentes convida ao Wu Wen a não ação que é ação no tempo oportuno que respeita o Curso que não é invasiva Os ensinamentos das Filosofias de Confúcio e Lao Tsé nos convidam a pensar a vida acelerada vivida em tempos de aceleração eletrônica Há ensinamentos preciosos legados pelas Tradições Religiosas O Judaísmo nos ensina que Javé viu a miséria do seu Povo e desceu para libertálo ou seja Deus é próximo dos frágeis no caso dos hebreus escravizados no Egito mas igualmente é próximo dos excluídos nos presentes dias econômicapolítica ou até religiosamente Os Profetas seguindo Moisés anunciam fostes escravos na Terra do Egito portanto em linguagem bíblica é preciso acolher e cuidar do órfão da viúva e do estrangeiro A Torá une os judeus hoje continuadores da tradição dos Hebreus última tribo de Israel a sobreviver E há mais de dois mil anos testemunham que o ensinamento de Javé é Justiça e Justiça é vida liberta e digna O Cristianismo desde os ensinamentos de Jesus de Nazaré o Cristo ensina que os que seguem as palavras do Nazareno tornamse sinal de contradição sobretudo em um mundo no qual à tanta indiferença para com o outro Jesus de Nazaré o Cristo nos ensina as bemaventuranças e a proximidade Quem é atento ao Nazareno vê no rosto do outro principalmente nos frágeis o rosto de Jesus o Filho de Deus Pai Quem acolhe o outro exerce a proximidade quem dá água a quem tem sede comida a quem tem fome quem visita os doentes quem visita os presos segue os passos de Jesus Quem cuida do homem caído à beira da estrada como fez o Samaritano segue Jesus Jesus de Nazaré nos convida a acolher a todos as principalmente os frágeis e excluídos Por isso sem pertencer a partidos políticos ou facções religiosas Jesus de Nazaré foi condenado tanto pelo Sinédrio quanto pelos romanos à morte de Cruz Mas porque fiel ao Projeto do Reino de vida em abundancia para todos as no terceiro dia o Pai o Ressuscitou Somos seguidores de Jesus quando acolhemos o outro construímos pontes denunciamos violências recusamos apologia às guerras e às armas quando vivemos a compaixão e a misericórdia exercendo a solidariedade vivendo a práxis do amor Acolhemos a cada um a e a todo as sem distinções Com Jesus devemos indagar quem é meu próximo Com o Islamismo descobrimos nos cinco Pilares que Alá é nosso Deus misericordioso e que Maomé é seu profeta Na organização da vida através dos cinco momentos de oração com o Ramadão verificamos a simplicidade e capacidade de reunir pessoas comunitariamente no Islamismo Destacamos a caridade para com os frágeis como um dever de cada islâmico A última das religiões abraâmicas destaquemos reúne ensinamentos do antigo e novo testamentos Se Maomé é o último dos profetas entretanto Abraão une as três Tradições Moisés é presente no Alcorão bem como Jesus de Nazaré profeta e sua Mãe Maria Há elementos ao diálogo no Alcorão tanto com o judaísmo quanto com o Cristianismo três tradições abraâmicas que privilegiam a visitação ou seja a acolhida do outro No mosaico religioso que é o Brasil aprendemos tanto com as religiões afrobrasileiras como com as Tradições dos Povos Originários que o divino é presente na natureza pois as tradições de nossos indígenas afirmam que pertencemos à Casa Planetária e as tradições vinculadas à mitologia Ioruba cultuam os Orixás entidades da natureza divinizadas Eis um pequeno resumo incompleto que nos introduz ao diálogo interrelioso O que é Quais são as condições à realização Quais são as atitudes e estratégias que propõem É o que brevemente veremos Há ensinamentos preciosos legados pelas Tradições Religiosas Condições para o Ecumenismo e Diálogo InterReligioso O diálogo ecumênico e interreligioso solicita conversão ao outro desarmamento interior reconhecimento de que a diversidade é riqueza a partir da qual é possível descobrir a comum responsabilidade pela edificação de um mundo melhor de uma Terra compartilhada habitável e assinalada pela benção que é a Paz Seguem a seguir alguns pressupostos ao diálogo a Mútua Abertura acolher o distinto é ser pessoa b Conhecimento profunda da Tradição a qual pertenço e decisão de ouvir o outro Dialogar não consiste em concordar para agradar É preciso conhecer e testemunhar valores convicções cosmovisão compreensões de fé que animam minha existência Mas sempre respeitando e acolhendo o distinto pois além das diferenças há muito em comum a ser compartilhado e descoberto c Reconhecimento das Diferenças teológicos culturais e outras d Descoberta e Reconhecimento dos Elementos Comuns teológicos éticos culturais e outros e Respeito às diferenças Consciência de que as diferenças podem e devem nos enriquecer f Alegria pelas descobertas que unem g Compreensão de que Unidade não é Uniformidade h Descoberta gradativa e celebrativa de que Unidade é KOINONIA Unidade na Pluralidade Comunhão nas Diferenças DIÁLOGO INTERRELIGIOSO HANS KÜNG E O PROJETO DE ÉTICA MUNDIAL a Se as Religiões estão nos corações das culturas o diálogo interreligioso é fundamental para o estabelecimento de Princípios Éticos fundamentais à convivência em sociedades plurais KÜNG Hans Projeto de Ética Mundial São Paulo Edições Paulinas 1992 Nessa direção seguem algumas indagações que Hans Küng propõe para todos nós KÜNG 1992 p4564 Por que devo dizer a verdade e não devo enganar os outros Por que devo ser correto no exercício de minha profissão Por que não devo cometer homicídio Por que devo condenar a guerra e promover a paz Por que devo defender a vida e promover a integridade da criação Segundo Küng 1992 p5758 há convicção de que a Não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões b Não haverá paz entre as religiões sem diálogo entre as religiões c Não haverá diálogo entre as religiões sem investigação dos fundamentos das religiões Por quê As religiões encontramse no coração das culturas Desde suas diferenças via diálogo há um consenso acerca de um mínimo ético incondicionado do qual em consequência resulta compromisso com cultura de não violência e respeito à vida comprometimento com uma cultura da solidariedade e com a edificação de uma ordem econômica justa pacto com uma cultura de tolerância e uma vida baseada na verdade compromisso com uma cultura da igualdade de direitos e associação de homens e mulheres na direção da afirmação desses valores vitais HANS KÜNG E O PROJETO DE ÉTICA MUNDIAL a Indaga o teólogo alemão Por que não devo ser violento isto sim promotor da paz Por que devo educarme para o consumo responsável e não predatório São perguntas que nascem no contexto plural de um mundo em processo de globalização e mundialização Perguntas fundamentais e decisivas Por que são decisivas O que está em jogo A sobrevivência da humanidade a existências dos que ainda não nasceram a integridade da vida no planeta Urbano Zilles analisando a proposta de Hans Küng destaca que as Tradições religiosas precisam refletir sobre o patrimônio comum que compartilham necessitam colaborar à elaboração de consenso mínimo sobre um agir responsável b O Projeto de Ética Mundial pensado por Hans Küng proposto por autoridades religiosas teólogos ativistas e pensadores presente na Declaração do Parlamento das Religiões Chicago 1993 cf KENDALL Religiões em Diálogo São Paulo Edições Salesianas 1997 p 132134 supõe e conclama a todos os seres humanos de diversas tradições culturais e religiosas crentes e não crentes homens e mulheres de boavontade a uniremse desde a pluralidade que constitui a humanidade em defesa da paz da justiça via efetivação de direitos fundamentais na condenação à violência à defesa da vida planetária visando a continuidade da existência sobre a Terra c A proposta de Hans Küng baseada no diálogo convencimento e consenso constatando que as Religiões localizamse no coração das culturas não é impositiva e tampouco confundese com ordenamentos jurídicos É proposta propositiva que se acolhida e vivida por lideranças e fiéis das diferentes Tradições abraçando crentes e não crentes é luz em um mundo dividido por muros intolerâncias violências e guerras O acordo interreligioso nessa direção livremente assumido e vivido contribuirá à solidariedade e paz entre os povos DIÁLOGO INTERRELIGIOSO DALAI LAMA ÉTICA E MUNDIALIZAÇÃO a Para Dalai Lama a Religião em um mundo pluralista e tecnicista respeitadas as singulares pertenças culturais e temporais é relevante Segundo Dalai Lama é admissível que no passado o valor da religião fosse mais evidente Se o sofrimento mental e emocional ainda existe constatando que a religião além da proclamação de uma verdade salvadora alega ser capaz de ajudarnos à superação do sofrimento logo certamente continua relevante Em O Papel das Religiões na Sociedade Moderna b Se as religiões são importantes como então conseguir a harmonia necessária para solucionar conflitos religiosos A resposta é a mesma oferecida às pessoas que desejam aprender a controlar suas reações aos pensamentos negativos e cultivar qualidades espirituais desenvolver a capacidade da compreensão i Primeiro temos que identificar os fatores que a obstruem ii Depois encontrar os meios para superálos Um dos fatores impeditivos à harmonia interreligiosa é provavelmente a incapacidade de perceber o valor das Tradições de fé dos outros A globalização acrescentamos deveria permitir autêntica mundialização trocas interculturais profundas baseadas no respeito ao distinto capazes de inaugurar a convivências entre os povos DALAI LAMA ÉTICA E MUNDIALIZAÇÃO a Encontros interreligiosos como o contacto entre Dalai Lama e o monge trapista ocidental Thomas Merton resultaram em enriquecimento mútuo e portanto deveriam ser estimulados Dalai Lama acredita nessa perspectiva a que o conhecimento das bases éticas comuns das diferentes tradições b que o estudo da vida dos seus fundadores c que o estudo das diferentes doutrinas d que a prática diária dos ensinamentos da própria religião são fatores decisivos à harmonia individual e social b Destaca que o conhecimento da própria Tradição é indispensável ao diálogo interreligioso Salienta a importância da prática pois a vivência religiosa implica muito mais do que dizer i Eu Creio ou Eu me abrigo ii Solicita muito mais do que visitar Templos e Igrejas supõe viver os ensinamentos que conduzam ao amor altruísta à compaixão c Estudar a Religião ler seus livros não traz grande proveito se o aprendido não penetrar no coração vida e se manter apenas no plano intelectual d Contar somente com a fé sem a compreensão e a prática é insuficiente Segundo o líder tibetano o esforço que fazemos com sinceridade para nos transformarmos espiritualmente é o que nos torna verdadeiros praticantes de uma crença Desenvolver a disciplina ética e a compaixão acolhendo e promovendo o outro é valioso e transforma vidas é decisivo à edificação da habitabilidade sobre a Terra DIÁLOGO INTERRELIGIOSO Claudio Monge e a Teologia da Hospitalidade Claudio Monge teólogo dominicano que vive em Istambul Turquia testemunha pela inserção de um cristão em um país majoritariamente islâmico a hospitalidade A Teologia da Hospitalidade inspirase na visitação das três personagens divinas a Abraão No relato da acolhida dos estrangeiros sob a sombra do Carvalho de Mambré Gn 20 117 lemos significativo testemunho da hospitalidade Abraão vê as três personagens divinas e prontamente prostrase na frente da Tenda em reverência aos visitantes Suplica graça diante dos olhos dos três estrangeiros Ingressa na Tenda e ordena que preparem lauda refeição para eles Os convida irem à sombra da Árvore de Mambré Atravessa a tenda e os acolhe Partilha com os três a refeição Os três dão a saber que Sara esposa em idade avançada seria mãe de um menino o filho Isaac O que aprendemos com Abraão na acolhida aos estrangeiros ou seres divinos a Somente atravessando a tenda e ultrapassando da pertença cultural é possível acolher o distinto b Não é possível acolher invadindo impondo sendo invasivo c Somente é possível acolher superando distâncias e realizando a proximidade abrindo se à novidade do outro d A hospitalidade realiza a proximidade a proximidade é a base da vida em comum e Na proximidade é possível dialogar Dialogar Revelando o que sou acolhendo a novidade do outro vencendo medos descontruindo barreiras derrubando muros realizamos encontros Claudio Monge e a Teologia da Hospitalidade Abraão cumpriu o mandato de Javé pois de algum modo todos somos estrangeiros e acolher o estrangeiro é acolher a Javé Amao como a ti mesmo por que fostes estrangeiros no Egito Lev 19 2334 Abraão antecipou mododeser ecumênico pois vós todos quer fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo Já não há judeu nem grego nem escravo nem livre nem homem nem mulher pois todos vós sois um em Cristo Gl 3 2728 No diálogo portanto não abandonamos a identidade mas abrindonos ao distinto ao outro nos enriquecemos Dialogar não é diluir a identidade mas dinamicamente enriquecêla Viver a dinâmica da hospitalidade seguir os passos de Abraão dos Profetas e de Jesus de Nazaré é caminho à construção da Paz na Casa Comum Claudio Monge Diálogo e Hospitalidade para a Revista Humanitas da UNISINOS Ao assumirmos nossa própria identidade e sermos capazes de tomar a sério a identidade do outro compreenderemos que o encontro permitirá que saiamos diferentes dele Neste encontro ao fazer um pedaço do caminho juntos que não é neutro porque nossa identidade entra no jogo o lugar deixa de ser caracterizado por uma única identidade mas um espaço de encontro de identidades Um lugar em que o outro não é totalmente capturável por nossa racionalidade porque há algo que escapa à nossa compreensão e este outro que não conseguimos compreender se torna um caminho mestre para Deus que só é possível de ser acolhido no momento em que ele se dá a nós Acesso em 09112017 httpwwwihuunisinosbr159noticiasentrevistas550863umocidenteanestesiadonasuacapacidadede hospitalidadeentrevistaespecialcomclaudiomonge O campo multidisciplinar que examina o território do religioso e práticas supõe cooperação visando o esclarecimento Darse conta do que somos ou nos tornamos examinando criteriosamente o fenômeno religioso é indispensável Salientamos contudo que a disposição ao diálogo pelo qual acolhemos o distinto é a atitude existencial e metodológica sem a qual não seremos capazes de compreender o mosaico religioso do qual implícita ou cientemente somos parte O diálogo intercultural em sociedades plurais é prementeurgente e supõe o diálogo interreligioso Nessa direção se despidos de préconceitos ou préjulgamentos somos capazes de aprender uns com os outros superando a indiferença e abrindonos à acolhida do distinto a Se Hans Küng afirma que as religiões se encontram no coração das culturas e portanto podemos através do diálogo descobrindo o legado ético comum das diversas Tradições assumindo propositivamente esse legado aprender a conviver com o outro na sua distinção cultural e religiosa nos tornando pessoas melhores realizando a convivencialidade b Dalai Lama aponta que o desconhecimento da própria Tradição e não valorização da Tradição dos outros ligado a um CREIO ou CONFIO formal impede o convívio intercultural e interreligioso Ao contrário encontros reflexão conhecimento da própria tradição conhecimento das outras Tradições nos ajudam a sermos melhores e a convivermos respeitosa e solidariamente com outras pessoas que possuam outras formações culturais e religiosas c Claudio Monge ao relatar a acolhida dos seres divinos por Abraão nos recorda que somente poderemos acolher o distinto se não formos invasivos se pormos entre parênteses nossa formação se atravessarmos a tenda como Abraão se acolhermos o outro sob a sombra do Carvalho de Mambré ou seja em um lugar no qual a hospitalidade aconteça Dialogar não é fácil mas nos transforma Que autenticamente caminha com o outro dialoga sai transformado O diálogo é o caminho que constrói pontes e une pessoas É práxis de espiritualidade Precisamos aprender a dialogar Entrevista com Zygmunt Bauman no Encontro de Assis Como nos integrarmos sem aumentar a hostilidade sem separar os povos Reportagem de Stefania Falasca publicada no jornal Avvenire 20092016 A tradução é de Moisés Sbardelotto para Revista Humanitas da Unisinos Por que na sua opinião o papa está convencido de que essa é a palavra que não devemos nos cansar de repetir Afinal o que é o diálogo Ensinar a aprender O oposto das conversas comuns que dividem as pessoas umas certas outras erradas Entrar em diálogo significa superar o limiar do espelho ensinar a aprender a se enriquecer com a diversidade do outro Ao contrário dos seminários acadêmicos dos debates públicos ou das discussões partidárias no diálogo não há perdedores mas apenas vencedores Tratase de uma revolução cultural em relação ao mundo em que se envelhece e se morre antes de crescer É a verdadeira revolução cultural em relação àquilo que estamos acostumados a fazer e é o que permite repensar a nossa época A aquisição dessa cultura não permite receitas ou escapatórias fáceis ela exige e passa pela educação que requer investimentos de longo prazo Nós devemos nos concentrar nos objetivos de longo prazo E esse é o pensamento do Papa Francisco O diálogo não é um café instantâneo não dá efeitos imediatos porque é a paciência a perseverança a profundidade Ao caminho que ele indica eu acrescentaria uma única palavra assim seja amém PARA SABER MAIS Segunda conferência em preparação ao XI Congresso Internacional em Ciências da Religião da PUC Goiás com o tema Religião Arte e Cultura Multiplicidades Convergentes As palestras ocorrerão sempre na segunda terça feira de cada mês com convidados de diferentes partes do Brasil e do exterior Acompanhe ao vivo ou a partir da gravação pelo link httpswwwyoutubecomwatchvoBw3ooKQWE ARTIGO HINRICHSEN LE RELIGIÃO E HERMENÊTICA DIÁLOGO ESCLARECIMENTO E CULTURA DA PAZ EM SOCIEDADES PLURAIS DESAFIADAS PELA NEGAÇÃO DO LOGOS In Revista Caminhos da PUC Goiás 2023 Ética e Espiritualidade Aula 10 Unidade 2 Existir é tornar a Terra Habitável O que você vai aprender nessa aula Unidade 02 Existir é tornar a Terra Habitável Se construir já é um modo de habitar nessa direção qual é a relação entre pensar construir e habitar Podemos afirmar sou habito E codivido o habitar com outras pessoas e expressões de vida Habitar a morada a cidade a Casa Planetária supõe cuidála Construo penso habito Habitar é práxis de espiritualidade EXISTIR É TORNAR A TERRA HABITÁVEL Construir Habitar Pensar Cf Martin Heidegger Construir Pensar Habitar In Ensaios e Conferências Petrópolis Vozes USF 2002p125p141 O Dasein seraínomundo segundo Martin Heidegger é Clareira pois habita a Linguagem morada do ser Habitamos o mundo e somos seres humanos porque todas as coisas revelam significado via linguagem O Dasein é Lichtung clareira ou lugar da luz onde o ser sabese a si mesmo no desvelarse das coisas Linguagem e Significados o que significa habitar É preciso perguntar realmente habitamos As residências projetadas pela indústria da construção populares ou sofisticadas foram pensadas e construídas na direção do habitar As cidades foram construídas para habitar e conviver Apesar do engenho de nossos tempos comumente não é o que percebemos Conjuntos populares usualmente situamse em regiões distantes e muitas vezes desprovidas de serviços Casas em condomínios costumeiramente são padronizadas Os apartamentos das edificações contemporâneas são reduzidos e planejados segundo maximização de ganhos financeiros Não vizinhamos e quando caminhamos nos arredores parques ou ruas o fazemos com pressa É preciso pensar e o fazemos via linguagem Devemos indagar o que é habitar Habito logo sou Na minha morada na cidade e na Casa Planetária Sou Habito Existo torno o mundo habitável Sou Habito Bauen construir originariamente em sua amplitude e vigor essencial alcança o habitar Quais são as consequências da descoberta Poderemos religar ser e habitar O que diz então eu sou A antiga palavra alemã bauen construir pertence e relacionase com bin sou Examinado com atenção ich bin du bist eu sou tu és desocultamos o significado original eu habito tu habitas Eu sou Eu habito Tu és Tu habitas Ampliando Nós somos nós habitamos Habitamos Uma casa uma cabana o espaço do entorno Habitamos a Terra a Casa Comum Em português afirmamos moro Morar é habitar Supõe cultivar e tornar habitável o lugar que nos acolhe Implica em compartilhar Morar expressa Eu sou Eu habito No Rio Grande do Sul proferimos e ouvimos a palavra Querência lugar do bem querer Edifico para morar e portanto cuido Habitocom familiares vizinhos na cidade ou no campo codividindo o espaço habitado Em tempos de individualismo e sequestro do habitar pela instrumentalidade técnica a serviço dos interesses financeiros ainda habito Conheço o entorno da morada espaço do residir Preocupome com a sanidade do ar da terra e das águas Conheço meus vizinhos Silêncio escuta acolhida desvelamento do sentido a O modo segundo o qual somos seres humanos sobre a terra é o habitar tu és eu sou nós habitamos A linguagem desafiada precisa recuperar o significado próprio da bauen construir Bauen ou construir testemunha o caráter originário do habitar b Por quê Esquecemos com muita facilidade o que as palavras essenciais revelam O que habitualmente se diz com muita facilidade tornase banal e perde o significado originário Nas palavras essenciais da linguagem em resumo o que nelas se diz propriamente cai facilmente no esquecimento em favor de acomodamento em plano superficial As palavras perdem sua eficácia não mais significam Se vencemos a superficialidade redescobrimos o sentido das palavras e o mundo com seus horizontes abrirseá para cada um de nós É preciso portanto ultrapassar a superficialidade e redescobrir o sentido essencial das palavras c Nessa direção o apelo inicial evocado pelas palavras como Eu sou Eu habito Tu és Tu habitas reivindica o silêncio O barulho cotidiano causa do esquecimento do significado originário das palavras essenciais é vencido pelo silêncio O apelo do ser via silêncio permite reabitar o mundo cultivandoo O apelo gera o silêncio o silêncio conduz à escuta é preciso exercêlo Ao prestar atenção via silêncio as palavras evocam e ressignificam o existir no mundo O ser humano mortal existindo sobre a Terra precisa habitála A antiga palavra alemã bauen construir afirma em resumo que o homem é à medida em que com cuidado habita Sernomundo Habitar e resguardar Não habitamos porque construímos Ao contrário construímos e chegamos a construir à medida em que habitamos Habitar Demorarse permanecer Habitar encontrar guarida resguardarse Resguardarse Somos mortais precisamos de abrigo conforto proteção e para tanto trabalhamos a terra cultivamos e produzimos No poema Elegias de Hölderlin lemos que os mortais cultivam a vinha Prepararam a terra Dependem do Sol e da água das chuvas No tempo propício colhem as uvas fazem o vinho e celebram A celebração une terra mortais e céus lugar do sagrado do divino O seraí logo é mortal habita a Terra é formador de mundo A onipotência tecnocrática a ambição desenfreada da indústria e do comércio entretanto elude a mortalidade e já não mais cuidamos da Terra A pesca predatória globalizada a emissão de gazes em escala geométrica a poluição das águas o consumo predatório revelam esquecemos a mortalidade e olvidamos que construir é habitar Tornar a Terra Habitável Habitar é Existir construindo pontes tornarmos o mundo habitável O que é uma coisa construída por exemplo uma ponte A ponte pende com leveza e força sobre o rio A ponte não apenas liga margens previamente existentes O que a ponte propicia A ponte põe em vizinhança recíproca as duas margens que se estendem sobre terrenos distintos A ponte reúne integrando a terra como paisagem em torno do rio A ponte conduz assim o rio pelos campos A Ponte suprime distâncias aproxima porque não viola respeita A ponte de Pedra da infância de Heidegger em Messkirch permite o habitar possibilita a constituição do mundo Nessa direção a A Ponte de Pedra da Infância de Heidegger reúne distancia aproxima b A Ponte de Pedra não viola o rio c A Ponte sobre o rio respeitao d A Ponte indica um modo dos mortais habitarem construírem e cultivarem O que determina o ser coisa da ponte logo não é o cálculo ou a previsão tecnocientífica que esparsa em todos os confins do planeta domina e transforma as coisas em descartáveis consumíveis objetos a serviço da indústria e do comércio O que determina o construir orientado pelo cálculo e obedecendo a procedimentos técnicos contudo é o habitar A Cabana é um lugar habitado pelos mortais A Cabana ancestral na Floresta Negra permite o habitar é moradia pensada segundo o habitar Abriga acolhe aconchega singulariza A Casa Haus é uma moradia em sentido estrito quando abriga quando a habitamos Construir casas contudo não é necessariamente habitar Produzir é construir O cálculo preditivo que representa extensões entretanto não edifica moradia A Técnica permite construir com método ciência Mas construir não é algo meramente técnico Os mortais não habitam espaços geométricos mas permanecem no mundo que cultivam e edificam Edificar não é desvincularse da casa planetária Não moramos ou existimos no mundo porque simplesmente construímos nossas casas não moramos também porque construímos nossas cidades E essa tem sido a ilusão da civilização a ilusão da arquitetura e do urbanismo ao nos afastarmos da natureza e da simplicidade mortais cultivam a Terra e dependem dos céus que doam calor e água não mais construímos autenticamente Quando já não nos damos conta do esquecimento construir visa o habitar sucede a submissão ou domesticação do ser humano ao projeto tecnocrático Já não mais ainda que ocorram manifestações esparsas no cotidiano assumimos autêntica e determinadamente a tarefa de destinar a existência via cultivo e habitação do mundo Habitar e Construir A essência de construir é deixarhabitar A essência é o edificar lugares mediante a articulação de seus espaços Somente em sendo capazes de habitar é que podemos construir Pensemos por um momento em uma casa camponesa típica da Floresta Negra construída por um camponês há duzentos anos atrás O que edificou a morada ancestral foi a insistência do mortais que habitam a terra com tenacidade e sagacidade a construíram Os mortais que construíram a Cabana ancestral sabiam que dependiam dos céus do Sol e da Chuvas e na simplicidade das coisas edificaram a cabana multissecular A capacidade de pensar construir e habitar situou a casa camponesa na encosta da montanha protegida contra os ventos e contra o sol do meiodia entre as esteiras dos prados na proximidade da fonte A capacidade e sabedoria construtiva permitiu o habitar Vemos o telhado de madeira o amplo vão a inclinação íngreme das asas do telhado a fim de suportar o peso da neve e de proteger suficientemente os cômodos contra as longas tormentas das noites de inverno A capacidade construtiva não esqueceu o oratório atrás da mesa comensal Pensar e Construir já é Habitar Construir e pensar são cada um a seu modo indispensáveis para o habitar Ambos são entretanto insuficientes para o habitar se cada um se mantiver isolado cuidando do que é seu ao invés de escutar um ao outro A escuta só acontece se ambos construir e pensar pertencem ao habitar Pensar e construir permanecem em seus limites e sabem que tanto um como outro provém de uma longa experiência e de um exercício incessante Quando projetos são planejados e posteriormente executados sem a efetiva relação entre pensar e construir não acontece o habitar Um arquiteto pode projetar um engenheiro calcular mas se não visitarem a obra em construção não acontecerá o habitar O divórcio entre planejar e construir frequente no edificar contemporâneo impossibilita o habitar O pensar orienta o construir o construir solicita e nutre o pensar Pensar e construir enfim constituemse no habitar Habitar que reconhecendo a mortalidade abriga acolhe faz a morada acontecer Um dos grandes desafios para urbanistas contemporâneos é devolver o habitar para os cidadãos Tornar a Cidade e a Casa Comum habitáveis Reflexão A crise da Habitação e o desenraizamento do homem Por mais difícil e angustiante por mais avassaladora e ameaçadora que seja a falta de habitação a crise propriamente dita do habitar não se encontra apenas e primordialmente na falta de habitações A crise da habitação é além disso mais antiga do que as guerras mundiais e as destruições mais antiga também do que o crescimento populacional na Terra e a situação do trabalhador industrial ou da era das tecnologias digitais A crise propriamente dita do habitar consiste em que os mortais precisam sempre de novo buscar a essência do habitar implica em que os mortais devem primeiro aprender a habitar O desenraizamento do ser humano do mundo e da terra não encontrará origem precisamente no fato de não pensar com propriedade a crise habitacional como crise do habitar Tão logo porém o ser humano pensa o desenraizamento percebese deslocado na paisagem que o envolve gradativamente supera o desenraizamento reencontra o habitar codividindo espaços bairros cidades campo a Casa Planetária Rigorosamente pensado e bem resguardado o desenraizamento desorientação é o único apelo que convoca os mortais para um habitar integral A crise da habitação atualizando o alerta de Martin Heidegger é crise da habitação da Casa Planetária agredida e destruída pela irracionalidade tecnoburocrática que desvincula o ser humano do planeta que habita Manifestase através das diversas violências perpetradas contra atmosfera águas continentais e oceânicas terras e campos florestas e rios sacrifício cruel de populações originárias e animais e sobretudo nas guerras que persistem matando e exilando pessoas O desenraizamento que leva a pensar as relações entre construir e habitar traduzido contemporaneamente pela ocupação e exploração irracional dos espaço geográficos pelo consumo predatório pela destruição e pela exclusão enfim revela a indiferença dos seres humanos para com a Casa Comum e para com as multiformes expressões do milagre da vida É preciso portanto pensar tanto a ocupação predatória que nos afasta do habitar quanto a indiferença que também destrói e impede o habitar Aplicação é urgente pensar a habitabilidade do mundo via edificação e cultivo Como as considerações sobre construir habitar e pensar incidem sobre reflexão e prática De que modos afetam a existência profissão e relacionamentos O desenraizamento decorrente da transferência à Técnica da tarefa de tornar o mundo habitável não é um dos vetores a considerar no processo de existir via cuidado com outras pessoas sobre o Planeta que codividimos O desenraizamento não é uma das causas da crise identitária desencadeadora de inúmeros problemas e conflitos em diversos âmbitos da existência humana sobre a Terra O que significa tornar a Terra Habitável Por que o pensar é decisivo no enfrentamento de importante e incontornável questão Pensamos suficientemente as relações entre construir e habitar Sabemos as consequências da desvinculação entre pensar construir e habitar a Casa Planetária Se habitar é existir HABITAR A CASA COMUM ECOLOGIA INTEGRAL E AMIZADE SOCIAL Nas próximas unidades pensaremos as relações entre habitar e cuidar da Casa Planetária construindo as condições da convivialidade através da solidariedade ou amizade social Se habitar é ser somoscom outras pessoas outros seres vivos na e com a Casa Planetária logo é premente uma espiritualidade ecologicamente responsável e socialmente inclusiva capaz de promover a vida e acolher o outro Ser e habitar supõe portanto exercício do cuidado para com a Casa Comum edificando as condições da sobrevivência da humanidade na Casa Planetária valorizando promovendo e defendendo todas as expressões de vida Cuidar da Casa Comum acolhendo os outros e promovendo a vida é espiritualidade A espiritualidade apresenta portanto dimensões ecológicas e sociais Viver é conviver na Casa Comum respeitada defendida e cuidada Ainda que para tanto precisemos repensar nosso modo de ser e existir Ética e Espiritualidade Aula 10 Unidade 3 Ecologia Integral O que você vai aprender nessa aula Unidade 03 ECOLOGIA INTEGRAL Uma Espiritualidade Ecológica Habitar a Casa Comum é cuidála compartilhandoa com miríades de expressões da vida Pertencemos à Casa Comum somos parte da Casa Planetária não estamos frente à Casa Planetária mas a constituímos Uma Espiritualidade integral supõe cuidar de todas as expressões de vida estar atentos à preservação de Biomas e das Populações Originárias compreendendo que a biodiversidade ambiental e humana são essenciais à vida na Casa Comum Ecologia Integral frente os desafios ambientais será o tema da terceira unidade de estudos ECOLOGIA INTEGRAL E AMIZADE SOCIAL Convidoo a a percorrer caminhos de encontros que conduzem ao Cuidado para com a Casa Comum e tecem os passos da Amizade Social Passos geradores de encontro inspirados pelo diálogo e traduzidos através de gestos de acolhida e inclusão transformações culturais mentais e atitudinais Para além do consumo predatório pelo qual procuramos inutilmente significados à existência possamos viver a solidariedade acolher e ser acolhidos vivendo com simplicidade e serenidade Somos cada um a e todos as responsáveis pela continuidade da vida sobre a Terra É belo e verdadeiro assegurar as condições para os que ainda não nasceram exercendo gratuitamente a responsabilidade não esperando retribuição Cuidar via solidariedade é cultivar a convivialidade realizar a proximidade Lc 10 25 37 tornar a Terra habitável Inspirado por Assis Papa Francisco nas Cartas Laudato Si e Fratelli Tuttis nos convida à tarefa de preservar a Casa Comum e contribuir à amizade social pela criativa construção de economia inclusiva criativa e solidária Cuidar é defender e promover a vida via edificação da convivialidade e habitabilidade da Casa Planetária a O consumo predatório e o vazio existencial consequente as guerras que afetam significativa parcela da humanidade a crescente indiferença para com os deserdados do mundo o não reconhecimento da pessoa o próximo sinalizam que vivemos inédita crise de imensurável proporção que atinge todos os recantos da Casa Planetária b A exclusão a violência entre os seres humanos reflete o descaso para com a Casa Comum Os desafios sociais e humanos são portanto inseparáveis das questões ambientais Atos de violência perpetrados contra animais florestas atmosfera rios e oceanos retroalimentam a violência exclusão e intolerância que seres humanos cometem contra seus semelhantes c A incansável e continua defesa e promoção da criação manifesta bela e multiplamente é pressuposto à edificação convivialidade intencionando a tarefa de tornar habitável a Casa Planetária A solicitude para com a criação o respeito para com todas as criaturas portanto reivindica mudança de mentalidade transformação de hábitos reeducação novas práticas Somos parte da vida planetária ou como anunciou São Francisco de Assis integrantes da Criação Participamos da Vida Planetária denominada por Agostinho de Hipona pela expressão canção inacabada de Deus Canção que prossegue na tensão do tempo e da história Podemos como notas dessa canção acrescentarlhe cor sonoridade e beleza Depende de cada um de nós acrescentar beleza e bondade à criação contribuir à continuidade da vida na Casa Comum Pensando globalmente somos convocados a agir localmente Nesse contexto convém indagar quem é meu próximo A indagação bíblica no contexto de violências cotidianamente perpetradas contra a integridade das pessoas e demais criaturas precisa ser corajosamente realizada e respondida via solidariedade e prática do bem Hans Jonas e o Princípio da Responsabilidade Ser pessoa indivíduo responsável e capaz de cuidar implica pois em comprometerse com a continuidade da vida humana através da defesa da Criação Hans Jonas em Princípio da Responsabilidade convoca os seres humanos à responsabilidade para com a continuidade da vida na Casa Planetária Para Jonas invertendo o paradigma kantiano não é o dever que gera o poder mas nos dias da onipresença da Ciência e da Técnica frente inéditas possibilidades oferecidas à humanidade pelas tecnologias é o poder que gera o dever cf O Princípio da Responsabilidade Ensaio de uma Ética para a civilização tecnológica Rio de Janeiro Contraponto PUCRJ 2011 p9097 Reconhecendo a fragilidade humana renunciando às utopias que alienadamente nos enviam para um futuro idealizado JONAS 2011 p5156 e nos distanciam dos desafios presentes é urgente e necessário agir aqui e agora Como Assumindo perspectiva nãoreciproca que não aguarda retribuição precisamos assegurar a viabilidade da vida planetária É urgente destaca Jonas assegurar a continuidade da vida na Terra para os que ainda não nasceram e que não conheceremos Hans Jonas postula o Princípio da Responsabilidade Um imperativo adequado ao novo tipo de agir humano e voltado para o novo tipo de sujeito atuante deveria ser mais ou menos assim Aja de modo que os efeitos de tua ação sejam compatíveis com a autêntica vida humana sobre a Terra ou expresso negativamente Aja de modo que os efeitos de tua ação não sejam destrutivos para a possibilidade futura de uma vida ou simplesmente Não ponha em perigo as condições necessárias para a conservação indefinida da humanidade sobre a Terra ou em um uso positivo Inclua na tua escolha presente a futura integridade do homem como um dos objetos do teu querer JONAS 2011 p4748 O Princípio da Responsabilidade explicitado nos imperativos formulados por Hans Jonas propõe afirmativa e negativamente que devemos aqui e agora tudo realizar para assegurar a continuidade da vida na terra reitera que devemos renunciar ações e respectivos efeitos que possam ser nocivos à permanência da vida no planeta Sinaliza finalmente que em nossas escolhas presentes incluamos como objeto do querer a sobrevivência da humanidade Hans Jonas 2011 p33 esclarece que contemporaneamente a cidade é toda a Terra As cidades no passado protegiam os humanos das adversidades naturais Se presentemente persistem as catástrofes naturais ainda assim ocorreu inversão pois não mais vivemos sob o domínio cósmico Ao contrário via predição científica exploração econômica e controle militar o domínio humano ampliouse à totalidade do planeta Ser Pessoa é Cuidar responsavelmente acolher o próximo e defender a Criação a O individualismo exacerbado estimulado pelas tecnocracias governantes expresso no consumo irresponsável predatório e catastrófico alimentase e nutrese da indiferença Em cenário que banaliza a violência estimula o fechamento a pessoa nega a si mesma aliena a existência não realiza demandas espirituais que poderão doar sentido à vida b Ser pessoa é existircom edificando a habitabilidade através da solicitude ou solidariedade A pessoa conhece a si mesma pelo reconhecimento do outro e consequente afirmação de sua inalienável dignidade através da afirmação de direitos inalienáveis e decorrente respeito Ser pessoa finalmente é reconhecer igualmente a alteridade da Criação presente nas singulares expressões da vida sabendose inserida Casa Comum transformando poder e domínio em serviço Ser pessoa enfim é cuidar identificando urgências decidindo segundo reflexão ética pautada por princípios que promovam a vida Ser pessoa é educarse à responsabilidade para consigo para com o outro para com as criaturas de Deus e para com o futuro da vida na Casa Comum O Cântico do Irmão Sol é cuidado em forma de louvor O Cântico do Irmão Sol de Francisco de Assis Laudato sie misignore cum tucte le tue creature Louvado sejas meu Senhor por Todas as Tuas Criaturas é resposta ao apelo do outro convoca ao exercício do cuidado pelo louvor e intransigente defesa da criação pela aceitação da finitude pela prática do perdão pelo anúncio da paz e pela edificação da casa comum Nessa direção afirma o Papa Francisco Laudato Si 13 O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral pois sabemos que as coisas podem mudar O Criador não nos abandona nunca recua no seu projeto de amor nem se arrepende de nos ter criado A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da casa comum Criação e História e a metáfora da Canção Inacabada Se a fonte da vida o Infinito amor que põe a todos as na existência não nos abandona todavia a construção da Casa Comum depende de cada um a e de todos as Nessa ótica se a criação Casa Comum é a canção inacabada de Deus cf Livro XI de As Confissões de Santo Agostinho sejamos notas que acrescentem cor melodiosidade intensidade à magnífica obra do divino Maestro Obra da qual somos tãosomente administradores Exerçamos portanto como testemunhou São Francisco de Assis o cuidado Contribuamos à multiplicação da luz que surge da solidariedade espalhase pelo mundo viabiliza a convivialidade e edifica a Casa Comum Laudato Si Conclamação ao Cuidado da Casa Comum Na Carta Encíclica Laudato Si Sobre o Cuidado da Casa Comum escrita pelo Papa Francisco cumpre a bela e complexa tarefa de apresentála O faremos com atenção e brevidade Percorremos sinteticamente orientados por Ms Fr Gilmar Zampieri Laudato Si Sobre o Cuidado da Casa Comum Um Guia de Leitura Cadernos da ESTEF Porto Alegre n55 2015 p523 os seis Capítulos compostos de 200 páginas escritos segundo o método do Ver Julgar e Agir a O primeiro capítulo apresenta a situação da Casa Comum degradada pela ambição e exploração irracional b Os capítulos segundo e terceiro momento do julgar lançam luzes à compreensão do quadro descrito c O quarto Capítulo segundo Gilmar Zampieri 2015 p12 é o coração da Encíclica pois propõe concepção de Ecologia Integral d Os dois últimos capítulos Zampieri 2015 p 15 enumeram linhas de ação para revertemos a degradação que fere a Casa Planetária convidando à defesa e promoção da vida Lembremos que o Papa Francisco atualiza o projeto de São Francisco de Assis 1182 1226 para o qual Deus Uno e Trino através de Jesus Nazaré o Cristo acolhe e emancipa os frágeis os pobres e excluídos da vida social mas crendo na bondade onipresente na Criação louvaa por exemplo no Cântico do Irmão Sol ou Cântico das Criaturas Laudato Si O também denominado Cântico da Fraternidade Universal que inspira o Papa Francisco convida perceber as dores da Casa Comum conclama interpretar as complexas causas da desordem ambiental e humana e finalmente convoca à ação As agressões à vida na Casa Comum podem ser revertidas se assim decidirmos No Capítulos I FRANCISCO Papa Laudato Si Sobre o Cuidado da Casa Comum São Paulo Paulinas 2015 descreve a situação da Casa Comum a O que está acontecendo com nossa Casa Comum A Casa Comum degradada solicita cuidado cura revalorização da vida Vemos nos diversos biomas agressão e descaso A biodiversidade agredida implica consequente deterioração da vida humana expressa através de crescente desigualdade que fere os mais pobres Milhares de espécies não mais darão glória a Deus pois pela ambição humana foram ou se encontram em extinção Se a pluralidade dos biomas atmosfera águas oceânicas terras continentais com florestas planícies montanhas rios e lagos que abrigam magnífica vida vegetal e animal são agredidos nós humanos perdemos sofremos as consequências das violências cometidas contra a Casa Comum b Laudado Si declara que se todas as coisas estão interligadas portanto se os problemas são complexos logo reivindicam compreensão e respostas sistêmicas planejadas interconectadas O que vemos Cúpulas Internacionais reúnemse discutem questões ambientais assinam acordos mas a implementação das decisões é protelada O mesmo descaso verificamos igualmente no âmbito dos diferentes Estados Para além da tecnocracia Francisco crê esperançosamente que é possível unir os seres humanos se decidirmos e agirmos poderemos reverter a degradação crescente que ameaça multiformes manifestações da vida incluindo o presente e o futuro da família humana parte integrante da vida planetária O ser humano protagonista é responsável pela administração da Casa Comum Nos Capítulo II e III da Laudato Si Papa Francisco lança luzes sobre as causas da crise que vivemos Os seres humanos criados à imagem e semelhança de Deus Triúno deveriam ser os guardiões da criação e não detratores É preciso superar o antropocentrismo que autoriza dominar explorar destruir através de adequada compreensão antropológica O ser humano consciente de sua situação no mundo é convocado à responsabilidade Se os recursos planetários são finitos como sustentar a sanha por lucros ilimitados das megacorporações notadamente do sistema financeiro Não é possível sustentar crescimento infinito se recursos são finitos frente à ânsia pecaminosa por vantagens que ferem a Casa Planetária destruindo matando e agredindo Superando o antropocentrismo desordenado o biocentrismo e consequente relativismo ético cf ZAMPIERI 2015 p 12 recuperando protagonismo responsável é possível reverter o cenário dramático que presenciamos Se orientados por equilibrada antropologia através de mudanças culturais mentais e éticas valendose da técnica a serviço da vida é viável e necessário edificar a habitabilidade e a convivialidade sobre a Casa Planetária Ecologia Integral somos parte da Casa Comum e partícipes da Teia da Vida O Capítulo IV coração da Laudato Si Zampieri 2015 p 1213 propõe Ecologia Integral Se pensarmos sistêmica ou complexamente perceberemos que todos os seres vivos participam da maravilhosa teia da vida que todas as coisas encontramse interligadas ou conectadas Para a Ecologia Integral o todo não resulta da somas das partes mas das ricas e criativas relações que as partes estabelecem entre si Sabemos quão difícil fomos ensinados a pensar setorialmente é reaprender a pensar integrativamente Os desajustes manifestos na degradação ambiental apresentam implicações sobre a vida econômica sobre as culturas e sobre a vida cotidiana Francisco não oferece resposta simples mas convida a pensar e agir na direção da habitabilidade da Casa Comum Recorda que as agressões aos nossos irmãos flora e fauna dos diversos biomas com os quais codividimos a Casa Planetária são agressões contra todos os seres humanos Pertencemos à vida planetária dependemos da manutenção manifestação e expansão da vida para existirmos Precisamos logo urgentemente assumir compromissos intergeracionais que perpetuem a diversidade da vida sobre a Terra Não é possível sustentar em nome do consumo predatório e dos interesses financeiros estilo de vida que destrói a Casa Comum e exclui milhões de seres humanos do acesso aos direitos sociais inalienáveis Ecologia Economia Ética Política e Técnica estão implicadas na manutenção da degradação ou na restauração da plenitude da vida na Casa Planetária Estratégias de Ação na salvaguarda da Casa Planetária Nos Capítulos V e VI da Laudato Si Francisco propõe linhas de ação No atual estágio de interdependência precisamos incentivar internacional e nacionalmente políticas que promovam práticas de agricultura sustentável energias alternativas superação de intervenções predatórias que destroem biomas e vidas urgente suplantação de práticas econômicas baseadas na utilização de insumos e combustíveis fósseis Francisco convoca ao diálogo e transparência nos processos decisórios com prévia avaliação e participação das Comunidades locais Recorda economias bemsucedidas priorizam o bemcomum não banalizam a morte isto sim promovem a vida É preciso um basta à ideia de crescimento infinito priorizando o ciclo verde ou economias circulares baseadas no menor impacto possível sobre biomas É urgente valorizar as economias locais no contexto de um mundo globalizado É premente incluir promover e incentivar práticas econômicas das populações originárias dos pequenos agricultores e dos habitantes das periferias dos centros econômicos Nessa perspectiva ciências e religiões se encontram e podem e devem contribuir à gestação de nova ordem ambiental servindo e promovendo a vida É urgente também reeducação para novo estilo de vida mais simples que priorize a convivência que não aceite imposições irracionais do mercado baseado no consumo irracional mas ao contrário que incentive o consumo responsável ECOLOGIA RASA E ECOLOGIA PROFUNDA É importante distinguir a ecologia rasa da Ecologia profunda O filósofo norueguês Arne Naess nos anos 70 realizou tal diferenciação hoje majoritariamente aceita Os seres humanos para a ecologia rasa estão situados acima e fora do cosmo são o critério e origem de todos os valores Os entes naturais possuem tãosomente valor instrumental O ser humano segundo a Ecologia profunda entrementes é parte integrante do cosmos O mundo na visão ecológica profunda não é um mero agregado de coisas mas rede de fenômenos interdependentes que se encontram fundamentalmente interconectados A Ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de todos os seres vivos e concebe os seres humanos como um elo o particular da Teia da vida Acrescentaríamos capaz de responsabilidade A Ecologia profunda segundo Ness implica em realizar perguntas profundas relativas às questões complexas que nos envolvem Supõe realização de autêntica revolução espiritual pela afirmação da dignidade intrínseca de todos os seres vivos através da ativação de percepção interconexa dos fenômenos planetários e sobretudo na efetivação de mudanças conceituais e comportamentais A crise ambiental portanto resulta de nossa incapacidade de perceber os fenômenos integrativamente e de reativamente justificar práticas predatórias através de conceitos equivocados Pensar integrativamente supõe religar as diversa dimensões da vida humana propondo sistemicamente os problemas que nos afetam Como pensar as questões econômicas ambientais sociais ecológicas e éticas Separadamente Ou Integrativamente Eis um desafio e tanto pois estamos condicionados a trabalhar com áreas e questões estanques e despreparados a pensar complexamente Espiritualidade e Sensibilidade Ecológica Uma espiritualidade integral abrese à integração à Casa Comum percebe os desafios enfrentados para preservála contempla a beleza da criação e comprometese com o cuidado promoção e diversidade de Biomas e Populações compreendendo que as manifestações plurais da vida são um dom presente graça Contemplar e agir ser solidários com as Florestas Águas continentais Terra Atmosfera e com as Populações Originárias e no caso do Brasil ribeirinhas é assegurar a continuidade da vida com suas múltiplas e ricas manifestações Uma Espiritualidade Integral compreende que todas as ações que agridem a vida em consequência agridem cada pessoa e toda humanidade Preservar a biodiversidade ambiental e cultural é condição sem a qual a humanidade não continuará a existir como nos alerta Hans Jonas Possamos como Francisco de Assim e o Papa Francisco perceber a beleza da vida e as interconexões que acontecem na Teia da vida da qual somos parte e não expectadores HINRICHSEN L E Ética Ambiental Breve Introdução à Ecologia Profunda Cadernos da ESTEF Porto Alegre n44 p8594 2010 1 ZAMPIERI Gilmar Laudato Si Sobre o Cuidado da Casa Comum Um guia de Leitura Cadernos da ESTEF Porto Alegre n55 p523 2015 PARA SABER MAIS CULTIVO UMA ESPIRITUALIDADE ECOLÓGICA Ética e Espiritualidade Aula 10 Unidade 4 Encontro e Amizade Social na Carta Todos somos Irmãos O que você vai aprender nessa aula Unidade 05 Encontro e Amizade Social Fratelli Tutti Todos somos Irmãos Constatamos nos presentes dias através das facilidades eletrônicas que gradativamente as pessoas se isolam restringem seus horizontes o mundo não é visitado as relações faceaface são obstaculizadas E desde nosso conforto eletrônico premidos pela aceleração do tempo nos tornamos gradativamente indiferentes ao outro próximo e não percebemos a vida ameaçada pela fome guerras exclusões Somente encontros nutridos pelo diálogo poderão reverter tanto a indiferença quanto exclusões violências e guerras A solidariedade é capaz de gerar economias solidárias fazendo acontecer a Amizade Social Encontro e Amizade Social na Carta Fratelli Tutti Todos somos Irmãos A Carta Encíclica Fratelli Tutti sobre a Amizade e Fraternidade Social publicada no dia do trânsito de São Francisco véspera da Festa do Padroeiro da Ecologia em 03 de Outubro de 2020 pelo Papa Francisco na Basílica Patriarcal de São Francisco em Assis oferece amplo diagnóstico da situação do mundo contemporâneo Consta de oito capítulos que discorrem sobre assunto complexo mas que são claros explicativos realistas e esperançosos Vivendo na era das acelerações tecnológicas constatamos crescente individualismo recusa ao diálogo fechamento e paradoxalmente desinformações que dividem e impedem a convivência e a partilha Novos muros são criados e mantém inúmeras pessoas circunscritas à estreita perspectiva que as envolve alimentadas por conflitos artificiais tornandoas muitas vezes indiferentes aos problemas sociais e ambientais que agridem a Casa Comum Nessa ótica comentaremos brevemente o Capítulo VIII sobre As Religiões a serviço da Fraternidade no Mundo e o Capítulos VI Sobre a Amizade Social As Religiões a serviço da Fraternidade no Mundo Francisco em Fratelli Tutti convida ao diálogo entre culturas saberes e religiões Promove o encontro convoca à desconstrução de muros físicos e psicológicos que destroem pessoas sociedades vidas Convida à reconstrução de laços fraternos que tecem via solidariedade a vida social Não permitamos alerta Francisco o sequestro da mensagem das religiões para fins escusos conquista de poder para fins ilícitos legitimação da violência justificação de guerras A mensagem das religiões ao contrário conclama ao diálogo à superação de divisões artificiais que segregam e excluem à superação de guerras As religiões em sua essência proclamam amor paz e justiça Nessa perspectiva Francisco recorda e reafirma a declaração conjunta proferida com o Grande Imã Ahmad AlTayyeb em Fratelli Tutti Cap VIII 284285 p146147 Nós líderes religiosos somos chamados a ser verdadeiros dialogantes a agir na construção da paz e não como intermediários mas como mediadores autênticos Os intermediários procuram contentar todas as partes com a finalidade de obter um lucro para si mesmos O mediador ao contrário é aquele que nada reserva para si próprio mas que se dedica generosamente até se consumir consciente de que o único lucro é a paz Cada um de nós é chamado a ser um artífice da paz unindo e não dividindo extinguindo o ódio em vez de o conservar abrindo caminhos de diálogo em vez de erguer novos muros Naquele encontro fraterno que recordo jubilosamente com o Grande Imã Ahmad AlTayyeb declaramos firmemente que as religiões nunca incitam à guerra e não solicitam sentimentos de ódio hostilidade extremismo nem convidam à violência ou ao derramamento de sangue Estas calamidades são fruto de desvio dos ensinamentos religiosos do uso político das religiões e das interpretações de grupos de homens de religião que abusaram nalgumas fases da história da influência do sentimento religioso sobre os corações dos homens Por isso quero retomar aqui o apelo à Paz à Justiça e à Fraternidade que fizemos juntos Em nome dos povos que perderam a segurança a paz e a convivência comum tornandose vítimas das destruições das ruínas e das guerras Em nome da Fraternidade Humana dilaceradas pelas políticas de integralismo e divisão pelos sistemas de lucro desmedido e pelas tendências ideológicas odiosas que manipulam ações e destinos dos homens Em nome de Deus e de tudo isso declaramos adotar a cultura do diálogo como caminho a colaboração comum como conduta o conhecimento mútuo como método e critério RELIGIÕES SERVINDO A PAZ A via da fraternidade destacamos apesar das barreiras artificiais geradas por interesses que agridem o bemcomum não obstante ilusória divisão de povos por ideologias nefastas é a única alternativa às violências perpetradas à vida A paz que encontra raízes na justiça segundo necessária relação entre paz individual e social convoca os líderes religiosos à denúncia como afirmávamos do sequestro da mensagem religiosa para fins ilícitos Conclama ao diálogo interreligioso caminho a ser construído e percorrido fundamental ao bemestar da família humana que habita a Terra Crentes e não crentes todos as homens e mulheres de boavontade somos convidados à edificação da convivialidade na Casa Comum Sobre a Amizade Social À irracional economia predatória excludente comandada por interesses exclusivamente financeiros Fratelli Tutti propõe alternativamente a Economia Solidária sugerindo práticas convidando ao exercício da acolhida e do cuidado Se guerras devastam populações e vidas humanas haverá alternativa Sim se desarmarmos corações e mentes lançarmos sementes de uma cultura da paz acolhermos testemunharmos a solidariedade internamente e no contexto internacional entre Estados Guerras pobreza extrema desastres ambientais causam processos migratórios que afetam países desenvolvidos como por exemplo os Estados Membros da União Europeia que adotaram políticas amplas de bemestarsocial Os fenômenos da globalização tecnoeconômica e consequente mundialização trocas culturais revelam inédita interação entre povos e culturas As distâncias foram suprimidas e consequentemente tanto os problemas como as soluções precisam ser pensados integrativamente Os episódios de imigrantes que aportam por exemplo nos países da União Europeia não são fenômenos isolados mas são consequência das exclusões vividas contemporaneamente em diversas regiões da Casa Planetária Se fazemos parte da Casa Comum e da família humana não deveríamos pensar propostas de inclusão Não precisaríamos planejar a economia local regional e mundial segundo demandas amplas e orientados pelo princípio da solidariedade FRATERNIDADE UNE E POSSIBILITA LIBERDADE E IGUALDADE Na construção das sociedades modernas ora a liberdade ora a igualdade cada uma separadamente recebe destaque Esquecemos que o fermento da igualdade acesso aos direitos fundamentais sem os quais a liberdade permanece uma abstração supõe a fraternidade ou solidariedade social Papa Francisco afirma a importância da tecitura solidária da paz social É a fraternidade em síntese o princípio que integra e possibilita tanto a liberdade quanto a igualdade Segundo Fratelli Tutti VI 217 p113 Lemos em Fratelli Tutti A paz social é laboriosa artesanal Seria mais fácil conter as liberdades e as diferenças com um pouco de astúcia e algumas compensações mas essa paz seria superficial e frágil não o fruto de uma cultura do encontro que a sustenta Integrar as realidades diferentes é muito mais difícil e lento embora seja a garantia de uma paz real e sólida Isso não se consegue agrupando só os puros porque até mesmo as pessoas que possam ser críticas por seus erros têm algo a oferecer que não se deve perder EG n236 Nem consiste em uma paz que surja silenciando as reivindicações sociais ou impedindoas de criar confusão pois não é um consenso de escritório ou uma paz efêmera para uma minoria feliz EG n218 O que conta é gerar processos de encontro processos que possam construir um povo capaz de colecionar as diferenças Armemos nossos filhos com as armas do diálogo Vamos ensinarlhes o bom combate do encontro A família humana que habita a Casa Comum nos diversos territórios e sob a legislação de cada estado é unidade na diversidade A paz que aspiramos distanciase de acordos compensatórios da fictícia separação entre cidadãos e excluídos entre os de bem e os criticáveis A paz desejada não suprime reivindicações sociais tampouco cala opositores A paz a ser construída não é resultado de fictícios acordos de escritório A paz que aspiramos se empenharmos coração e mente se nos despirmos de preconceitos é a paz que originase do encontro Encontro para Francisco é sinônimo de diálogo No diálogo acontece mútua acolhida as pessoas escutam umas às outras e constroem consensos exequíveis O bom combate é o combate do encontro As armas do diálogo gestarão a convivialidade A paz social portanto é mediada pelo encontro no qual acontecem diálogos e resulta em frutos de solidariedade e vida O contraditório não é eliminado mas assumido O outro não é inimigo mas parceiro na caminhada da tecitura da paz na sociedade A prática política em sentido maior não é criminalizada mas incentivada A paz social que une via da fraternidade liberdade e igualdade faz acontecer redes de solidariedade A paz social gera a economia solidária incluindo os distintos estamentos sociais nos benefícios do trabalho de todos os homens e mulheres O que são encontros O que é diálogo Como via amizade social podemos construir juntos uma economia solidária O que é uma economia solidária Por que uma economia solidária inclui demandas sociais e ambientais São importante e decisivas perguntas que o Papa Francisco após atenta leitura da Fratelli Tutti nos propõe Estás disposto a pensálas Sim vale e muito empenhar a existência na edificação da habitabilidade da Casa Comum gestandoa através de encontros via diálogo e na direção da amizade social que traduzse na inclusão possibilitada pela criativa e coletiva construção de uma economia solidária QUEM É MEU PRÓXIMO Jesus nos convida a imitar o bom samaritano tomandoo como modelo de ação Esta mesma parábola Lc 10 2532 pode nos ajudar a compreender este serviço ao qual o cristão é chamado a prestar em uma sociedade como a nossa marcada pela violência dos homens contra os homens O homem caído na estrada representa as vítimas de todas as violências O óleo e o vinho sobre as feridas podem evocar a não violência As Igrejas podem ser o albergue que acolhe os homens e mulheres feridos pela violência E o Samaritano é a figura de todos aqueles que superando a indiferença do levita ou do padre manifestam sua solidariedade com as vítimas da violência e dão sua contribuição para a construção de uma sociedade de paz Dom Irineu Rezende Guimarães OSB 1959 2015 Correspondência com Irene UMA ESPIRITUALIDADE DO ENCONTRO DIÁLOGO CUIDADO E CULTIVO DA AMIZADE SOCIAL Tornar a Terra Habitável nos transforma em construtores da paz através da nãoviolência ativa via superação da indiferença e cotidiana reflexão sobre os ensinamentos de Jesus na parábola do Bom Samaritano E quem é meu próximo Quem teve piedade dele Disselhe então Jesus Tu Vai e faz de modo semelhante Lc 10 2537 Após refletirmos sobre o diálogo e contribuição das Tradições Religiosas à edificação de uma Terra habitável dirigimos atenção à compartilhada responsabilidade de cuidarmos a Casa Comum tecendo via proximidade encontros e diálogo construindo amizade social que traduzse através de iniciativas na direção de economia local regional e global solidária e inclusiva Os destaques tanto das Cartas Laudato Si e Fratelli Tutti convidam a repensar convicções e atitudes Compartilhar a Casa Comum defendendo e promovendo a vida constando que a vida planetária e o presente e futuro da família humana estão interligados convidam a novos comportamentos ou mudanças mentais culturais e comportamentais i Vencer a indiferença meditar cotidianamente sobre a proximidade orientados por Jesus de Nazaré importarse acolher o outro superar o fechamento e cultivar o encontro é tarefa intransferível em tempos da onipresença da técnica nas sociedades modernas ii Qual é o sentido que pretendo conferir à existência Por que somente vencendo o isolamento e abrindome ao outro e ao mundo conheço a mim mesmo A vida comprovadamente adquire sabor cores e alegria se compartilhada se nos tornamos irmãos se experimentamos a solidariedade se vivemos segundo a gratuita ordem do amor Ações em favor da Casa Comum e da Amizade Social Listaremos brevemente inciativas que promoveram e promovem encontro defesa da Casa Comum e Amizade Social Celebrando o Ano Laudato Si Pacto Global pela Educação Querida Amazonia Economia de Francisco ide reconstruí casas de Francisco e Clara a Celebrando o Ano Laudatto Si O Serviço do Desenvolvimento Humano Integral convida a promover iniciativas no Ano do Aniversário Especial da Laudato Si para responder ao grito da terra e ao grito dos pobres Em especial a celebração do Tempo da Criação de 1º de setembro a 4 de outubro Solenidade de São Francisco de Assis Linkhttpswwwvaticannewsvaptvaticanonews202005tempocriacaoaniversariolaudatodidicasteriohtml b Pacto global pela Educação Papa Pacto Educativo Globale Missão47 juntos pela civilizaçãodo amor beleza e unidade Linkhttpswwwvaticannewsvaptpapanews202012papafranciscomensagemvideoencontropactoeducativoglobalhtml c Querida Amazônia O quarto sonho de Querida Amazóniaum Sonho Eclesial Linkhttpswwwvaticannewsvaptigrejanews202105oquartosonhodequeridaamazoniaumsonhoeclesialhtml d Economia Solidária Economia de Francisco Ide reconstruí Casas de Francisco e Clara Link httpswwwvaticannewsvaptigrejanews202011economiadefranciscoidereconstruicasasdefranciscoeclarahtml PARA SABER MAIS FRANCISCO Papa Laudato Si Sobre o Cuidado da Casa Comum São Paulo Paulinas 2015 FRANCISCO Papa Fratelli Tutti Sobre a Fraternidade e Amizade Social São Paulo Paulus 2020 ZAMPIERI Gilmar Fratelli Tutti Um Guia de Leitura In Teologia Pública São Leopoldo Humanitas Unisinos 2021 Ética e Espiritualidade Aula 10 Unidade 5 Viva vivida com sentido O que você vai aprender nessa aula Percorremos os caminhos que conduzem à serenidade e à vida vivida com sentido O que é espiritualidade É vida na liberdade do amor que envolve todas as dimensões da existência e nosso cotidiano supõe conhecer a si mesmo tarefa interminável abertura ao mundo e ao outro exercício do diálogo e do cuidado Aprendemos com as Tradições religiosas que a compreensão ou misericórdia gera compaixão ou amor práxico Perguntamos quem é meu próximo Investigamos e descobrimos que o cultivo do ethos via ações prudentes é práxis espiritual Identificamos no diálogo interreligioso abertura ao distinto cultural e religioso Diferenciamos religiosidade de religião supondo que todos as somos portadores de uma história religiosa ainda que não tenhamos plena ciência Verificamos que a crítica das práticas religiosas é fundamental à vida autêntica Que a instrumentalização da mensagem religiosa para fins escusos deve ser denunciada e superada pois nega o significado da própria religião mediação ou religação com o Sagrado Se somos seres em transcendência espiritualidade é resposta à dinâmica de tornarse melhor na direção da acolhida do outro Entendemos que que há uma espiritualidade ecológica bem como que o cultivo da Paz via justiça confere significado à vida pois todos as aspiramos a Paz individual e social que mais do que ausência de violências ou guerras é concórdia harmonia existência em comum baseada no respeito aos direitos fundamentais sem os quais a dignidade humana é ferida Finalmente descobrimos com Papa Francisco que a Amizade Social via encontro e diálogo é a principal estratégia à edificação de sociedades solidárias cooperativas inclusivas superando a indiferença o isolamento e violências que constatamos em várias regiões do Planeta nossa Casa Comum Espiritualidade rejeita violências psicológicas sociais ambientais causadas por desinformação preconceitos conflitos e guerras Espiritualidade assume os caminhos da paz pessoal e social descobrindo na não violênciaativa um modo de ação oportuna pois violência não se combate com violência mas com respostas não violentas como aprendemos com Sidarta Gautama Confúcio Jesus de Nazaré Gandhi Martin Luther King Nelson Mandela e na América Latina por exemplo com Dom Paulo Evaristo Arns Há espiritualidades laicas por isso espiritualidade é para todos as os que creem e praticam uma religião os que não creem e não praticam uma religião e também para os que não creem Espiritualidade é para todos as é vida vivida com serenidade e paz no cuidado da Casa Comum A pergunta antropológica ética e cuidado Quando indagamos o que é o ser humano concomitantemente perguntamos quem sou É pergunta envolvente e autorreferente Ademais considerada a envolvência é pergunta complexa que solicita elaborações complexas As respostas igualmente não resultam da mera soma de informações das diversas áreas nas quais ocorre a interrogação mas da articulação dialógica das constantes descobertas e que são capazes de desvelar ou revelar a existência Se a resposta não é conclusiva constantes da existência que revelam o que somos Sou um seraínomundo em processo de transcendência sou sercom sou ser que mantenhome na existência comosoutros via cuidado Sou pessoa ser que atualiza suas capacidades exercendo o cuidado tornando o mundo habitável Nesse processo lendo Ética a Nicômaco de Aristóteles verifico que a vida boa é alcançada através do cultivo de si mesmo e na abertura ao outro através da tecitura do bem comum alternando vida ativa e vida contemplativa Filosofia e Práxis A disciplina ética portanto supõe empenho A eudaimonia ou felicidade somente é alcançada pelo conhecimento de si mesmo através de amizades gratuitas cultivadas através da Filosofia amor à sabedoria e que edifiquem o bemcomum na cidade polis através da justiça O ser humano é um animal social e racional que atualiza a racionalidade convivendo cultivando a si mesmo e abrindose à vida o máximo plena possível Educar o ethos tarefa de toda uma vida é exercício de espiritualidade pois supõe continua investigação de si mesmo e prática de ações que alcancem o bem individual e social O seraí via cuidado cuidando do outro cuida de si cuidando de si cuida do outro é junto convocado a tornar a Casa Comum habitável A DINÂMICA DA TRANSCENDÊNCIA Ultrapassarse é ser tornarse pessoa melhor viver a dinâmica da espiritualidade no cotidiano O ser humano pessoa seraínomundo é ser em processo de transcendência Transcender é ultrapassarse no amar no criar no estudar no procurar a verdade na realização da fraternidade solidariedade Transcendemos quando desde o mundo a partir das situaçõeslimites acolhemos o outro Transcendemos quando tocamos no Mistério da Vida no divino que se manifesta na sacralidade da existência Transcendemos quando perguntamos quem sou por que estou no mundo qual é o sentido presente e derradeiro da vida A vivência religiosa a criação artística o cuidado para com o outro e para com a Casa Comum por exemplo dáse desde o mundo No transcender amamos construindo o mundo Acolhendo o outro acolhemos o totalmente outro Na abertura que somos pondo entre parênteses nossos préconceitos ao acolher o mundo a vida o outro e o Absoluto somos transformados Como podemos caracterizar Espiritualidade Vida na liberdade do Espírito que é vida no amor Espiritualidade envolve todas as dimensões da vida humana traduzse em reflexão escolhas e ações pelas quais fazemos a vida ganhar sentido é vida na liberdade do amor a Espiritualidade é modo de ser que liberta e abraça o cotidiano nos torna capazes de discernir o que de fato é importante à existência nos faz solidários e próximos Existência privada de espiritualidade é vida sem respiração b Se viver segundo a dinâmica do espírito é ser livre encontrando sentido à vida todavia é tarefa que implica em compromisso e constante renovação É tarefa de toda uma vida c Tomás de Aquino examina na Suma Teológica as virtudes cardeais ou principais prudência sabedoria prática fortaleza temperança e justiça São virtudes conquistadas pelo hábito e que me tornam pessoa racional e moderada Às virtudes cardeais são acrescentadas as virtudes teologais e que superlativizam a virtudes naturais fé esperança e caridade A maior de todas é a Caridade o amor O Valor construtivo do sofrimento a O paleoantropólogo JeanMarie Pierre Teilhard de Chardin SJ oferecenos visão sobre a significação e valor construtivo do sofrimento A vida humana finita é marcada por situações limites como por exemplo a enfermidade Somos humanos seres perfectíveis e portanto marcados pela imperfeição b Quando perdas relacionais fracasso de projetos enfermidades ou outros limites nos tocam comumente indagamos por quê O mundo se constrói e participamos de sua edificação enfrentando desafios e sendo confrontados por n perguntas Vale a pena viver Pe Teilhard nos alerta de que o sofrimento em si mesmo não apresenta sentido Mas podemos resignificálo se percebermos amplamente a existência Participamos da história e contribuímos à evolução da vida e dos seres humanos c Se diante do sofrimento refletirmos e ponderarmos sobre o que realmente é importante reconciliados nos reintegraremos descobriremos significado às dificuldades da vida e enriqueceremos com nosso testemunho a vida das outras pessoas Para tanto é preciso realizar segundo Teilhard movimento de saída de si acolhida do outro retorno a si mesmo e superação de si mesmo via amor Conferir sentido ao sofrimento desenvolver a resiliência A vida compreende situaçõeslimites que não devem ser negligenciadas As situaçõeslimite nos convocam ao Cuidado resposta à finitude fragilidade e temporalidade Se somos frágeis qual é o sentido do sofrimento Em si mesmo não comporta significado contudo podemos aprender com as situações causadoras do sofrimento e nos tornamos pessoas melhores mais solidárias e cuidantes abertas ao outro Para tanto precisamos desenvolver a Fortaleza ou Resiliência positivando as dificuldades inevitáveis que a vida se nos apresenta E o fazemos quando situamos a vida descentrada em perspectiva maior ampla quando conectamos com o amor fonte de sentido e causa de nossas existências percebendo que estamos interligados e somos convocados ao Cuidado UMA ESPIRITUALIDADE DO CUIDADO SER PESSOA É TORNARSE PESSOA O QUE SOMOS VIA CUIDADO ASSUMINDO COM DESTEMOR E PRUDÊNCIA OS DESAFIOS PESSOAIS E SOCIAIS QUE A VIDA NOS PROPÕE O cinco Passos da mente alerta e a disciplina ética a Se para o confucionismo a educação é fundamento da vida pois constrói o caráter dos indivíduos inibe a corrupção e estimula a vida harmoniosa em sociedade para o taoísmo a inação Wu Wei conduz à simplicidade retorno ao curso da vida viver evitando conflitos em paz consigo mesmo no caminho do Tao As duas propostas pensamos são complementares e podem nos ajudar em tempos de individualismo exagerado culto à exterioridade e ativismo caótico b O monge Zen budista Thich Nhat Hanh convida pelo exercício da mente alerta a sermos presentes em nossas ações evitando flutuações mentais apego às ilusões que conduzem ao sofrimento Meditar respirar pensar e agir disciplinadamente é antídoto à dispersão sofrimento retorno à vida plena Propõe 05 passos de conscientização que conduzem à paz ao amor a segurança e a felicidade Cinco Passos respeito à vida compromisso com a justiça no planeta disciplina afetiva ou sexual importância do pensar e do falar ocupação correta consumo responsável Cf Thich Nhat Hahh Jesus e Buda Irmãos Rio de Janeiro Bertrand Brasil p114121 O seguimento de Jesus de Nazaré e a dinâmica do Reino anuncio e vivência das bem aventurança Bemaventurados ou felizes são os que vivem os ensinamentos de Jesus de Nazaré condensados nas bem aventuranças Há uma linda relação entre os a Senda Óctupla do Budismo e as Bemaventuranças pois acentuam compromisso ético com a misericórdia compreensão acolhida do próximo e compaixãopráxis do amor Jesus de Nazaré profeta Filho de Deus Rosto visível do Pai anunciou Vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância Jo 10 10 A dinâmica do Reino de Jesus solicita abertura exercício de acolhida que seus discípulos sejam sinal de contradição lá onde a vida é machucada O Reino anunciado por Jesus de Nazaré é vivido antecipadamente nas Comunidades Cristãs pela meditação de suas palavras e participação na Eucaristia testemunhadas por ações que promovam a paz a reconciliação e a defesa da vida Nas comunidades cristãs os seguidores de Jesus são convidados ao serviço e ao anúncio profético A espiritualidade cristã em seus variados acentos entretanto encaminhanos a proclamação e testemunho das bemaventuranças felizes os pobres os misericordiosos os perseguidos pelo anuncio da justiça os que anunciam a paz Se o Reino já é entre nós recusa a violência e a exclusão emancipa os frágeis proclama que a justiça é condição à Paz solicita que via misericórdia realizemos a proximidade quem é meu próximo Se a Linguagem da Religião é o Mito tecido de símbolos é necessária adequada valorização e compreensão da Linguagem Religiosa a As perguntas formuladas e respondidas pelos Mitos referemse às questões centrais da existência tocam nas situaçõeslimite pois não são respostas a serem superadas pelas explicações científicas Se a Linguagem Mítica procura dar conta do não objetivável respondendo a dimensão da existência humana que toca no Sagrado logo é modo específico do estaraínomundo b Os discursos filosófico e científico são incapazes de abordar os assuntos que a linguagem mítica desvela pois supõem a transformação dos fenômenos em objetos ou esquemas Ora se a linguagem mítica trata do sentido logo os Mitos não são esgotáveis e superáveis pelo discurso científico c Contudo a carência hermenêutica conduz tanto ao literalismo quanto à indiferença e também à manipulação da mensagem religiosa para fins escusos d Nessa perspectiva a compreensão via hermenêutica das narrativas e textos religiosos evita tanto os fundamentalismos quanto à remitologização e A linguagem religiosa enfim não é linguagem científica toca no sentido da existência e supõe adequada interpretação A adequada valorização da Linguagem Religiosa em breve conclusão contribui ao conhecimento sobre si mesmo sobre os outros sobre o kosmos e sobre o Sagrado Em síntese A experiência religiosa é mediada pela linguagem não predicativa do Mito No mito símbolos nos enviam para o que não pode ser fixado em conceitos rígidos definido com exatidão tematizado filosófica ou cientificamente Os Símbolos e os Ritos permitem tocar e sentir o mistério narrado no mito Mitos são sincréticos pois abertos podem incorporar elementos de outras tradições Mitos em resumo acolhem e interpretam o aqui e agora Para quem vive no Mito não é preciso interpretálo Para os que pela Filosofia e pelas Ciências já se encontram para além do Mito é preciso compreendêlo sem esgotálo O Rito é o Símbolo em ação gestos cantos narrativas que ligam a comunidade ao Mistério A espiritualidade para qualquer pessoa creia seja agnóstico não creia participe ou não de uma comunidade religiosa destacamos ao valorizar os mitos constituídos de símbolos e vivenciados nos ritos pode e deve enriquecer através de adequada hermenêutica a vida de cada um a e de todos Para os que já não vivem na dimensão mítica logo ao acolher e interpretar os mitos ao vivenciar os símbolos há enriquecimento da vida com significados sentido Carl Gustava Jung e os Símbolos A ALMA DO HOMEM Aquilo que chamamos de consciência civilizada não tem cessado de afastarse dos nossos instintos básicos Mas nem por isso os instintos desapareceram apenas perderam contato com a consciência sendo obrigados a afirmarse de maneira indireta Podem fazêlo através de sintomas físicos como no caso de uma neurose ou por meio de incidentes de vários tipos como humores inexplicáveis esquecimentos inesperados e lapsos de palavra O homem gosta de acreditarse senhor da sua alma Mas enquanto for incapaz de controlar os seus humores e emoções ou de se tornar consciente das inúmeras maneiras secretas pelas quais os fatores inconscientes se insinuam nos seus projetos e decisões certamente não é seu próprio dono Esses fatores inconscientes devem sua existência à autonomia dos arquétipos O homem moderno para não ver essa cisão do seu ser protegese com um sistema de compartimentos Certos aspectos da sua vida exterior e do seu comportamento são conservados em gavetas separadas e nunca confrontados uns com os outros O Homem e seus símbolos Carl Gustav Jung 3ª edição especial brasileira Jung denuncia a negligência para com a vida interior que precisa ser examinada bem como a separação entre as camadas da psique que denomina consciente e inconsciente e a crescente racionalização e tecnificação da existência que conduz ao mal estar individual e civilizatório Por instintos básicos Jung caracteriza os equipamentos pelos quais podemos nãoapenas sobreviver mas viver bem melhor se escutarmos e trabalharmos os afetos Somos afetos e razão mas usualmente cultivamos apenas a razão isolandonos dos desafios e da totalidade da vida Carl Gustav Jung e a superação da dissintonia A vivência simbólica em tempos de racionalização da vida conduzem à ruptura entre as estruturas da psique e em consequência à crise pessoal e civilizatória Precisamos ultrapassando a remitificação que cultua o progresso pelo progresso e o novo tecnológico pelo culto à tecnociência recuperar a capacidade de observar e viver autênticas vivências simbólicas através da observação da criação ou valorizando e resgatando a mensagem dos símbolos e mitos que a multimilenar tradição nos legou Ciência Religião e a Cosmovisão dos Povos Originários a Precisamos das ciências para cuidar da vida na Casa Planetária para cuidarmos da saúde das pessoas e dos demais seres vivos para assegurarmos responsavelmente a continuidade da vida na Casa Planetária c Mas de uma ciência que examine criticamente a si mesma em diálogo com os demais saberes seja interdisciplinar e integrativa continue rigorosa mas aberta c Igualmente desde a recuperação da mensagem das Tradições Religiosas necessitamos de uma crítica das religiões e das práticas religiosas respeitosa mas efetiva d Evitando o negacionismos e a manipulação das mensagens das Tradições Religiosas para fins escusos e Precisamos pensar a relação entre Ciências Comum legado da mensagem das Tradições Religiosas valorizando a visão dos Povos Originários f Respeito diálogo observância dos âmbitos de cada uma das linguagens pois se religião não é ciência ciência não é religião Mas na fronteira lá aonde surgem as grandes questões da vida são convidadas necessariamente a dialogar Ailton Krenak contribui para revisarmos nossa visão de mundo valores e modo de ser Somos parte da Casa planetária e não locadores ou expectadores Precisamos de nova mentalidade e novas práticas capazes de superar o individualismo e o consumismo predatório Há muito o que aprendermos juntos Desmitologização e a mitificação da Técnica Moderna a Segundo Carl Gustav Jung substituímos o legado da Tradição considerando a racionalização excessiva presente em nossas vidas pelo culto aos resultados da ciência aplicada e que servem à sociedade tecno mercantil b O processo de desmitologização que implica em carência hermenêutica conduz como vimos aos novos mitos remitologização culto ao progresso pelo progresso aos utensílios tecnológicos à compreensão equivocada de uma ciência que nos oferece certezas incontestáveis à racionalização do cotidiano o que conduziria à ruptura entre as dimensões consciente e inconsciente da psique Perdemos os símbolos que em sua originalidade permitem equilíbrio entre afetos e razão c Como responder aos desafio de nossos tempos Vivendo em sociedades nas quais as relações são mediadas por mídias eletrônicas nas quais o tempo do faceaface é sequestrado Se já nem há tempo para pensarmos sobre o tempo Se o tempo da existência kairós tempo oportuno da presença é sequestrado pelas reivindicações do tempo informático Pelo culto ao tecnomercantil Pela eficiência medida em produtividade segundo exigências da tecnoburocracia Pensar a Técnica e valorizar os Símbolos a É preciso segundo Martin Heidegger afastarse da Técnica moderna para pensála Redescobrir o tempo de ser que é o tempo do cuidado prestar atenção em si darse conta da vida vivida no mundo abrirse ao outro b Se a vivência simbólica segundo Jung é vital ao reconhecimento de si mesmo via acolhida e reconhecimento do outro revisitemos a herança das Tradições que através de Mitos e Símbolos nos convidam a pensar c Carl Gustav Jung descrevendo a função transcendente afirma que é possível atualizar os arquetipos herdados no processo de evolução psíquica vivenciados nos símbolos retornando aos símbolos e mitos da Tradição Nessa perspectiva o psiquiatra e fundador da Psicologia analítica estudou extensiva e profundamente a herança das Tradições do Ocidente e Oriente e dos Povos Originários d Há muito o que aprender se exercermos o processo hermenêutico acolhendo o legado das tradições estudandoo interpretandoo atualizandoo O que precisamos nesse contexto cultivar a O exercício hermenêutico pelo qual acolhemos e interpretamos os símbolos e mitos sem os esgotar mas valendose de recursos científicos os atualizamos e vivemos b O diálogo entre pessoas que cultivam as diferentes Tradições portadoras de diferenças mas de um legado ético e existencial comum c Na tarefa de resgate dos símbolos e mitos todos as estão incluídos crentes e não crentes pessoas de todas as formações em diálogo d Podemos pensar em uma espiritualidade secular Creio que sim Exemplo Jean Paul Sartre escreveu o existencialismo é um humanismo bem como refletiu sobre contribuições do judaísmo na humanização das sociedades Erich Fromm igualmente em toda obra de divulgação de sua Filosofia e Psicologia valorizou e analisou o legados das Tradições religiosas Espiritualidade valorizando e atualizando a tradição é em cada um a e para todos as O Dasein é frágil temporal finito a Para Martin Heidegger o Dasein seraínomundo é no aberto não vive em um bioma fechado precisa assumir a responsabilidade de existir ou destinarse O Dasein é finito frágil e temporal Qual é a resposta à Finitude O cuidado b O que é cuidar Cuidar em síntese é administrar a vida em comum Cuidado interessante também é curar no sentido de restabelecer a saúde Lidamos com coisas para prevendo necessidades continuar a existir Vamos ao Supermercado para suprir a casa de insumos Por que Para atender às necessidades da família Se nos ocupamos com as coisas para podermos existir entretanto nos preocupamos com as pessoas as acolhemos A preocupação lidar com as coisas é para que possamos acolher e cuidar das pessoas Lidamos com coisas e cuidamos dos outros Cuidar de si nessa perspectiva é cuidar do outro cuidar do outro é cuidar de si Nunca estamos atrás ou na frente do outro mas junto Estamos juntos na tarefa edificar a existência em comum Educação à Paz Supõe Acolher o distinto Conversão de mente e coração Aceitação das diferenças Compreender que a pluralidade é um dom Acolher e escutar os que nos são próximos Vencer a tentação de impor nossas convicções e crenças Reaprender a dialogar escutar o outro com paciência compaixão ou misericórdia Construir pontes que emancipem os excluídos pessoas sociedades periféricas etc Perceber que o direito à vida supõe o direito ao viver Norberto Bobbio Assumir o Pacifismo como modo de ser desarmarse interior e exteriormente Irene a Paz nos indaga somos mensageiros e testemunhamos a Paz Somos Irineu o que anuncia a Paz por pensamentos palavras e gestos UBUNTU Sou porque somos Desmond Tutu Ubuntu fundamentase na visão de mundo dos povos bantu Compreendem que a existência das pessoas e tudo o que existe no mundo encontrase em interconexão A REABILITAÇÃO DO DIÁLOGO Se a razão para além de nossas singularidades nos une é através do diálogo que compreendemos a nós e ao mundo Sören Kierkegaard Rejeição ao sistema hegeliano Martin Buber Eu e Tu Jaspers dentre outros reabilitaram o diálogo no processo filosófico Mas o que é diálogo Um diálogo acontece quando deixou algo em nós Não basta descobrirmos algo novo num processo de conversação é preciso que algo mude em cada um de nós para que o diálogo aconteça Caminho à reconciliação Inclusivismo e Pluralismo a Encontros para além das diferenças que precisam ser reconhecidas e valoradas modificam vidas pois rompem com isolamentos proporcionam superação de préconceitos e permitem descobrir verdades a serem compartilhadas b É urgente pois romper muros e construir pontes pois pontes ligam e muros separam No processo de encontros diálogos reconhecidos os pressupostos vencidas barreiras quando nos apresentamos e o outro nos acolhe quando acolhemos e o outro se revela nos tornamos autenticamente humanos Em que sentido as religiões são verdadeiras a Se a verdade é descoberta individual e comunitária do sentido ou seja do que as coisas eventos textos ensinamentos das tradições culturais e religiosas oferecem à humanidade através dos seus mestres e milenares tradições logo é processo interminável no qual esclarecimentovelamento perfazem rica dialética que permite o progresso ético de pessoas e da humanidade b Se a verdade é evento da linguagem supõe a capacidade de escuta e acolhimento b sincero desejo de estudo e aprofundamento c capacidade de interpretar a mensagem com sinceridade abertura d decisão de experimentar e compartilhar a mensagem acolhida c Nos frutos verificamos a eficácia das práticas religiosas aproximam Geram fraternidade Nutremse do diálogo No tornam próximos e solidários a A verdade das Tradições Religiosas que situamse em um mundo plural ou multicultural revelamse na humanização que propõem e sobretudo na práxis de diálogo cuidado e promoção da vida que solicitam b Se não há plena autenticidade religiosa o horizonte ético de uma vida espiritual que plenifique a existência supõe a exercício hermenêutico b diálogo c acolhida do outro c afirmação de que Unidade é Pluralidade d compreensão de que as diferenças são um dom e descoberta de um legado éticocultural comum que une as diversas Tradições Critério frutos de vida que é encontro solidariedade partilha e amizade social Condições para o Ecumenismo e Diálogo InterReligioso O diálogo ecumênico e interreligioso solicita conversão ao outro desarmamento interior reconhecimento de que a diversidade é riqueza a partir da qual é possível descobrir a comum responsabilidade pela edificação de um mundo melhor de uma Terra compartilhada habitável e assinalada pela benção que é a Paz Seguem a seguir alguns pressupostos ao diálogo a Mútua Abertura acolher o distinto é ser pessoa b Conhecimento profunda da Tradição a qual pertenço e decisão de ouvir o outro Dialogar não consiste em concordar para agradar É preciso conhecer e testemunhar valores convicções cosmovisão compreensões de fé que animam minha existência Mas sempre respeitando e acolhendo o distinto pois além das diferenças há muito em comum a ser compartilhado e descoberto c Reconhecimento das Diferenças teológicos culturais e outras d Descoberta e Reconhecimento dos Elementos Comuns teológicos éticos culturais e outros e Respeito às diferenças Consciência de que as diferenças podem e devem nos enriquecer f Alegria pelas descobertas que unem g Compreensão de que Unidade não é Uniformidade h Descoberta gradativa e celebrativa de que Unidade é KOINONIA Unidade na Pluralidade Comunhão nas Diferenças HANS KÜNG E O PROJETO DE ÉTICA MUNDIAL a A proposta de Hans Küng baseada no diálogo convencimento e consenso constatando que as Religiões localizam se no coração das culturas não é impositiva e tampouco confundese com ordenamentos jurídicos É proposta propositiva que se acolhida e vivida por lideranças e fiéis das diferentes Tradições abraçando crentes e não crentes é luz em um mundo dividido por muros intolerâncias violências e guerras O acordo interreligioso nessa direção livremente assumido e vivido contribuirá à solidariedade e paz entre os povos DALAI LAMA ÉTICA E MUNDIALIZAÇÃO Segundo o líder tibetano o esforço que fazemos com sinceridade para nos transformarmos espiritualmente é o que nos torna verdadeiros praticantes de uma crença Desenvolver a disciplina ética e a compaixão acolhendo e promovendo o outro é valioso e transforma vidas é decisivo à edificação da habitabilidade sobre a Terra Claudio Monge e a Teologia da Hospitalidade Abraão cumpriu o mandato de Javé pois de algum modo todos somos estrangeiros e acolher o estrangeiro é acolher a Javé Amao como a ti mesmo por que fostes estrangeiros no Egito Lev 19 2334 Abraão antecipou mododeser ecumênico pois vós todos quer fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo Já não há judeu nem grego nem escravo nem livre nem homem nem mulher pois todos vós sois um em Cristo Gl 3 2728 No diálogo portanto não abandonamos a identidade mas abrindonos ao distinto ao outro nos enriquecemos Dialogar não é diluir a identidade mas dinamicamente enriquecêla Viver a dinâmica da hospitalidade seguir os passos de Abraão dos Profetas e de Jesus de Nazaré é caminho à construção da Paz na Casa Comum HABITAR A CASA COMUM ECOLOGIA INTEGRAL E AMIZADE SOCIAL EU SOU LOGO HABITO Nas próximas unidades pensaremos as relações entre habitar e cuidar da Casa Planetária construindo as condições da convivialidade através da solidariedade ou amizade social Se habitar é ser somoscom outras pessoas outros seres vivos na e com a Casa Planetária logo é premente uma espiritualidade ecologicamente responsável e socialmente inclusiva capaz de promover a vida e acolher o outro Ser e habitar supõe portanto exercício do cuidado para com a Casa Comum edificando as condições da sobrevivência da humanidade na Casa Planetária valorizando promovendo e defendendo todas as expressões de vida Cuidar da Casa Comum acolhendo os outros e promovendo a vida é espiritualidade A espiritualidade apresenta portanto dimensões ecológicas e sociais Viver é conviver na Casa Comum respeitada defendida e cuidada Ainda que para tanto precisemos repensar nosso modo de ser e existir Espiritualidade e Sensibilidade Ecológica Uma espiritualidade integral abrese à integração à Casa Comum percebe os desafios enfrentados para preservála contempla a beleza da criação e comprometese com o cuidado promoção e diversidade de Biomas e Populações compreendendo que as manifestações plurais da vida são um dom presente graça Contemplar e agir ser solidários com as Florestas Águas continentais Terra Atmosfera e com as Populações Originárias e no caso do Brasil ribeirinhas é assegurar a continuidade da vida com suas múltiplas e ricas manifestações Uma Espiritualidade Integral compreende que todas as ações que agridem a vida em consequência agridem cada pessoa e toda humanidade Preservar a biodiversidade ambiental e cultural é condição sem a qual a humanidade não continuará a existir como nos alerta Hans Jonas Possamos como Francisco de Assim e o Papa Francisco perceber a beleza da vida e as interconexões que acontecem na Teia da vida da qual somos parte e não expectadores UMA ESPIRITUALIDADE DO ENCONTRO DIÁLOGO CUIDADO E CULTIVO DA AMIZADE SOCIAL Tornar a Terra Habitável nos transforma em construtores da paz através da nãoviolência ativa via superação da indiferença e cotidiana reflexão sobre os ensinamentos de Jesus na parábola do Bom Samaritano E quem é meu próximo Quem teve piedade dele Disselhe então Jesus Tu Vai e faz de modo semelhante Lc 10 2537 Após refletirmos sobre o diálogo e contribuição das Tradições Religiosas à edificação de uma Terra habitável dirigimos atenção à compartilhada responsabilidade de cuidarmos a Casa Comum tecendo via proximidade encontros e diálogo construindo amizade social que traduzse através de iniciativas na direção de economia local regional e global solidária e inclusiva Os destaques tanto das Cartas Laudato Si e Fratelli Tutti convidam a repensar convicções e atitudes Compartilhar a Casa Comum defendendo e promovendo a vida constando que a vida planetária e o presente e futuro da família humana estão interligados convidam a novos comportamentos ou mudanças mentais culturais e comportamentais i Vencer a indiferença meditar cotidianamente sobre a proximidade orientados por Jesus de Nazaré importarse acolher o outro superar o fechamento e cultivar o encontro é tarefa intransferível em tempos da onipresença da técnica nas sociedades modernas ii Qual é o sentido que pretendo conferir à existência Por que somente vencendo o isolamento e abrindome ao outro e ao mundo conheço a mim mesmo A vida comprovadamente adquire sabor cores e alegria se compartilhada se nos tornamos irmãos se experimentamos a solidariedade se vivemos segundo a gratuita ordem do amor ESPIRITUALIDADE A práxis ética é espiritualidade Se espiritualidade é vida cotidiana na liberdade do amor é acolhida é diálogo é permanente questionamento de si mesmo é testemunho de solidariedade justiça e Paz ESPIRITUALIDADE Recusa violências ou guerras realiza crítica das práticas religiosas fechamentos e literalismos exclusões e Intolerância ESPIRITUALIDADE É modo de ser que acolhe deixase acolher enviase no faceaface pela palavra nutrese dos ensinamentos dos grandes mestres como Sidarta Gautama e Jesus de Nazaré acolhe a todos as vencendo preconceitos e prejuízos é misericórdia compaixão amor práxico vivência das bemaventuranças ESPIRITUALIDADE Reconhece a finitude cuida dialoga revisa mentalidade e ações é diálogo intercultural e Interreligioso é cuidado para com a Casa Comum e exercício Solidário edificador da Amizade Social ESPIRITUALIDADE É habitar a Casa Comum com os outros cuidandoa edificando o bemcomum promovendo e defendendo a dignidade da vida é sensibilidade ecológica e social é procura do conhecimento de si via reconhecimento do outro ESPIRITUALIDADE É Habitar a Casa comum com os outros cuidandoa reconhecendo a si como integrante da Casa planetária acolhendo o outro e defendendo e promovendo a vida em todas as múltiplas e belas expressões