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1 6º ano do Ensino Fundamental 1 6º ano do Ensino Fundamental Filosofia 6 VOLUME 2 Organizador 6º ano do Ensino Fundamental volume 2 Filosofia Todos os direitos reservados à CNEC Campanha Nacional de Escolas da Comunidade Impressão e acabamento Editora e Gráfica Cenecista Dr José Ferreira Av Frei Paulino nº 530 Bairro Abadia Uberaba MG CEP 38025180 PABX 34 21030700 0046edigrafcnecbr Diretor editorial Gerente editorial Supervisão Educação Básica Coordenação de área Capa Projeto gráfico Revisão ortogramatical Diagramação Ilustração Autores Filosofia Erlei José de Araújo Wellington Silva Sporck Érica Regina Tomazinho Zanetti Ciências Humanas Matheus Bortoleto Rodrigues Ciências da Natureza Dayana Lacerda Custódio Linguagens e Códigos Thamiris Abrão Borralho Matemática Larissa Sene Araújo Fabiano Morais Fábio Salum Carlos R Moura Fabiano Morais Fábio Salum Equipe do Sistema de Ensino Cnec Andréa de Castro Ralize Capítulo 5 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos Como eu conheço melhor A arte do diálogo Capítulo 6 Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co Linguagem mitológica Linguagem fi losófi ca Capítulo 7 Entendendo o que é um método a escola e a organização do conhecimento 7 26 34 Filosofi a Sumário Dive into the world of footcare with us Enjoy easy effective relief at home Invest in your pedicure kit today Sponsored by Apothecary PR 5 6º ano do Ensino Fundamental 5 6º ano do Ensino Fundamental Your feet work hard give them the care they deserve Tips for footcare wear cozy socks use foot cream trim nails straight across soak and exfoliate regularly wear properfitting shoes and consider professional pedicures 7 6º ano do Ensino Fundamental Filosofi a 5 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 51 Como eu conheço melhor Fig51 C omo vimos anteriormente uma das principais tarefas da fi losofi a desde o seu desabrochar na Grécia Antiga é tentar descobrir como o ser humano é capaz de conhecer como se processa o conhecimento dentro de todos nós de que forma somos capazes de organizar nossas ideias e estabelecer relações entre uma coisa e outra adquirindo assim a capacidade de buscar respostas que satisfaçam a eterna busca pela verdade Vimos também que alguns fi lósofos dizem que o conhecimento é um atributo estritamente oriundo da razão e que outros afi rmam que só se pode conhecer por meio de percepções e sensações provenientes das experiências pelas quais passam os indivíduos É importante antes de tudo refl etir a respeito deste fato o ser humano é sempre movido por perguntas por desafi os na intenção de resolver problemas e está o tempo todo e m busca de respostas que satisfaçam a sua curiosidade ou a sua necessidade E tão logo surja uma resposta Filosofi a 8 Volume 2 aceitável ele imediatamente elabora uma nova pergunta Você já pensou nisso Assim que o ser humano nasce ele já tem curiosidade já abre os olhinhos para o mundo e tudo observa encantandose com todas as cores os sons os movimentos Ao fi car maiorzinho tem vontade de experimentar sabores e texturas novas de pôr a mão em tudo de sentir como as coisas à sua volta funcionam e quando começa a falar chega à fase das perguntas pergunta tudo qualquer coisa quer saber por que o Sol nasce por que a estrela brilha de onde vem a chuva como a fl or cresce onde mora a minhoca Foi dessa forma perguntando e perguntando que o mundo foi se transformando as ciências foram sendo criadas e com elas novas teorias sendo testadas motivando o desenvolvimento do mundo tecnológico a cada dia dando a impressão de que o futuro está aqui neste momento As perguntas terminaram então Não Eis o segredo humano as perguntas nunca terminam No entanto nem todas as perguntas podem ser consideradas fi losófi cas Algumas são apenas perguntas do dia a dia Você sabe identifi car a diferença Saiba mais Thauma palavra grega que deriva de thaumadzein admiração eou espanto diante do que é tal como é é o começo de toda fi losofi a De acordo com Aristóteles fi lósofo nascido em Estagira na Grécia Antiga o desejo de conhecer é inerente à natureza humana e nasce do assombro que sentimos diante do mundo Os homens desde sempre encontram no espanto o motivo para fi losofar No início eles se maravilhavam diante dos fenômenos mais simples para os quais não podiam encontrar respostas e depois aos poucos iam ao encontro de soluções para problemas mais complexos Quem se vê em um estado de incerteza e de espanto acredita ser ignorante e se os homens começam a fi losofar por amor ao saber e não por necessidade prática com certeza encontrarão por meio desse espanto um conhecimento seguro Segundo Aristóteles como a refl exão fi losófi ca é uma atividade desinteressada não imediatamente útil à resolução dos problemas da vida cotidiana é necessário que o homem resolva os problemas de sobrevivência antes de se dedicar a essa prática Fig53 Fig52 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 9 6º ano do Ensino Fundamental Exercícios de sala 1 Analise a letra da canção de Paulo Tatit e nas linhas a seguir relacionea à fi losofi a quanto ao espanto ao assombro que ela nos traz e suas imensas e fantásticas consequências EU PAULO TATIT Perguntei pra minha mãe Mãe onde é que você nasceu Ela então me respondeu Que nasceu em Curitiba Mas que sua mãe que é minha avó Era fi lha de um gaúcho Que gostava de churrasco E andava de bombacha E trabalhava num rancho E um dia bem cedinho Foi caçar atrás do morro Quando ouviu alguém gritando Socorro socorro Era uma voz de mulher Então o meu bisavô Um gaúcho destemido Foi correndo galopando Imaginando o inimigo E chegando no ranchinho Já entrou de supetão Derrubando tudo em volta Com o seu facão na mão Para o alívio da donzela Que apontava estupefata Para um saco de batata Onde havia uma barata E ele então se apaixonou E marcaram casamento Com churrasco e chimarrão E tiveram seus três fi lhos Minha avó e seus irmãos E eu fi co imaginando Fico mesmo intrigado Se não fosse uma barata Ninguém teria gritado Meu bisavô nada ouviria E seguiria na caçada Eu não teria bisavô bisavó avô avó pai mãe Eu não teria nada Nem sequer existiria Perguntei para meu pai Pai onde é que você nasceu Ele então me respondeu Que nasceu lá em Recife Mas seu pai que é meu avô Era fi lho de um baiano Que viajava no sertão E vendia coisas como Roupa panela e sabão E que um dia foi caçado Pelo bando do Lampião Que achava que ele era Da polícia um espião E se fez a confusão E amarraram ele num pau Pra matar depois do almoço E ele então desesperado Gritava Socorro E uma moça apareceu Bem no último instante E gritou para aquele bando Esse rapaz é comerciante E com muita habilidade Ela desfez a confusão E ele então deulhe um presente Um vestido de algodão E ela então se apaixonou Se aquela moça esperta Não tivesse ali passado Ou se não se apaixonasse Por aquele condenado Eu não teria bisavô Nem bisavó nem avô Nem avó nem pai Pra casar com minha mãe Então eu não contaria Esta história familiar Pois eu nem existiria Pra poder cantar Nem pra tocar o violão Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvR7Nfy aAww Acesso em 13 mar 2018 Filosofi a 10 Volume 2 2 Dê três exemplos de perguntas fi losófi cas no espaço a seguir 3 Dê três exemplos de perguntas comuns do dia a dia 4 Após fazer os exercícios anteriores responda Qual é a diferença entre uma pergunta fi losófi ca e uma pergunta não fi losófi ca 52 A arte do diálogo O CONSTANTE DIÁLOGO Há tantos diálogos Diálogo com o ser amado o semelhante o diferente o indiferente o oposto o adversário o surdomudo o possesso o irracional o vegetal o mineral o inominado Diálogo consigo mesmo com a noite os astros os mortos as ideias o sonho o passado o mais que futuro Escolhe teu diálogo e tua melhor palavra ou teu melhor silêncio Mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos Andrade Carlos Drummond de Andrade In Discurso de Primavera e algumas sombras 2014 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 11 6º ano do Ensino Fundamental Quando pensamos em fazer perguntas logo pensamos também nas respostas O diálogo é muito importante para o conhecimento do mundo e de nós mesmos pois apenas quando estamos dispostos a ouvir a opinião do outro é que podemos ampliar nossa visão e construir verdadeiramente o conhecimento A ágora de Atenas uma das mais importantes era onde os cidadãos atenienses se reuniam para debater os problemas da pólis discutir a elaboração de leis dialogar e vivenciar a democracia grega Era o lugar central da reunião pública centro de vida política e econômica de Atenas Foi denominada pelos historiadores como o coração da democracia grega Fig54 IDEIA 1 IDEIA 2 Fig55 1 2 2 1 Fig56 1 2 3 2 1 3 Fig57 Quem participa de um diálogo geralmente tem uma ideia pronta e se estiver disposto a debater poderá somar pontos de vista Veja Antes do diálogo Depois do diálogo a pessoa tem a possibilidade de conhecer outro ponto de vista Caso haja um consenso a pessoa poderá sair do diálogo muito mais rica com outro ponto de vista e com uma possível solução Eis o início de um novo conhecimento Quando juntamos então dois termos estamos na realidade fazendo um caminho com muitas possibilidades podemos seguir por uma ponte que nos liga passar por um muro que nos separa ou por uma nova estrada para percorrermos juntos O diálogo é uma forma humana de nos relacionarmos com o outro Mas para que isso ocorra é preciso primeiramente reconhecer que somos diferentes somos singulares Precisamos reconhecer a dignidade do outro ser humano que dialoga conosco sua liberdade precisamos reconhecêlo em suas características que o fazem diferente de nós Muitas vezes essa diferença pode causar medo pois se o outro for visto por nós somente pelo prisma das diferenças cultura moral religião estética isso pode levar à incompreensão e à intolerância No diálogo é preciso ter em mente que uma pessoa não é mais importante que a outra As únicas coisas que importam de fato em um diálogo é abrirse para a escuta e renunciar aos preconceitos Quando agimos assim é possível olhar o outro com empatia atitude que se alimenta de uma observação participativa Desse modo compreendemos que a verdade do outro tem a mesma legitimidade que a nossa Filosofi a 12 Volume 2 É o diálogo que permite passar não apenas a expressão de identidade e diferença mas também partilhar os valores do outro não para trazêlos para nós mas para compreendê los Dialogar não é anular as diferenças e aceitar as convergências é fazer viver as diferenças ao mesmo tempo das convergências o diálogo não tem como fi m o consenso mas um progresso recíproco um avançar em conjunto Assim o diálogo abre estradas antes desconhecidas Vamos fazer um exercício de dialogar Ele será regido por algumas regras Observe Exercícios de sala SINAIS PARA DIALOGAR Durante um diálogo fi losófi co é preciso se afastar do modelo habitual de conversação em que impera a opinião de cada um que diz o que pensa sem que isso seja verdadeiramente analisado pelos outros É importante saber como participar de uma saudável disputa dialética com refutações contrarrefutações feitas aos argumentos uns dos outros e que estas sejam capazes de aprofundar o diálogo em outras direções É importante compreender que a fi losofi a busca argumentos e não meramente opiniões Na verdade a opinião muitas vezes não está disposta a adaptações Por outro lado o argumento sempre pode ser revisto adaptado e melhorado Cada um dos sinais a seguir corresponde a uma ferramenta básica para dialogar e ao mesmo tempo incentiva todos a participarem do diálogo fi losófi co fazendo possíveis intervenções que possam clarear as ideias e o raciocínio dos participantes tonandoos assim mais conscientes da importância de dialogar I Dedo levantado Quero responder à pergunta II Mão aberta Quero criticar o argumento de um amigo III Mão fechada Tenho uma pergunta IV Dedos em V Quero defender a posição de um amigo com um novo argumento 5 Sugestão para diálogo fi losófi co a No início do diálogo escolher aleatoriamente três perguntas da lista abaixo Queremos saber quem realmente somos Sabemos quem realmente somos Inventar uma história é inventar uma mentira Qual a melhor vida que posso ter É possível fazerse o que não se quer Fig58 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 13 6º ano do Ensino Fundamental Sou mais importante que os outros É bom ter medo Podemos escolher quem somos b Registramse as três perguntas no quadro c Breve diálogo seguido de votação para escolher a pergunta da sessão d Diálogo fi losófi co tendo como ponto de partida essa pergunta Saiba mais Frida Kahlo foi uma das maiores artistas do México nas décadas de 30 e 40 Conhecida por sua vida conturbada e cheia de tragédias Frida não desistiu tão cedo e continuou lutando pelo que ela mais gostava a pintura e seu marido Diego Rivera Com apenas 6 anos de idade Frida contraiu a poliomielite afetando sua perna direita que fi cou atrofi ada impedindoa de se locomover normalmente Por conta disso Frida sempre usava calças vestindose como um menino ou as saias exóticas pelas quais fi cou famosa depois Em 1924 começou a ajudar seu pai Guillermo Kahlo fotógrafo Ele a ensinou a fotografar revelar retocar e colorir fotografi as o que seria de grande valia para ela no futuro Meu pai foi para mim um grande exemplo de ternura de trabalho E acima de tudo de compreensão de todos os meus problemas Em 1925 com apenas 18 anos Frida sofreu um acidente que a deixou à beira da morte Suas costas e pélvis foram perfuradas por um cano do ônibus que se chocou com um bonde Ficou meses de cama e se recuperando do acidente onde sofreu várias cirurgias para praticamente reconstruir o seu corpo todo sofreu fraturas na espinha dorsal clavícula e costelas pélvis ombros e pé Durante todo este tempo fi cou praticamente imobilizada na cama usando coletes ortopédicos Foi então que começou a pintar para fugir do aborrecimento pintava estes coletes e pequenas telas A maioria de suas obras são autorretratos porque na cama olhando para o espelho era a imagem que tinha para suas pinturas Pinto autorretratos porque estoy gran parte de mi tiempo sola porque soy la persona a quien mejor conozco Frida Kahlo Tradução Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor Em 27 de julho de 1953 Frida tem a perna direita amputada até a altura do joelho Em seu diário encontra se o desenho da perna amputada como uma coluna rodeada de espinhos com a legenda Piés para qué los quiero si tengo alas pa volar Tradução Pés para que te quero se tenho asas para voarCarolina D Disponível em httpwwwcentral42combrnovoos105anosdefridakahlo Acesso em 10 fev 2018 Fig59 Autorretrato com colar de espinhos e beijafl or Frida Kahlo 1940 Filosofi a 14 Volume 2 Frida teve uma vida de dores físicas e emocionais bem como histórias incríveis de superação Apesar disso ela sempre foi autoconfi ante e autossufi ciente no que se refere ao seu talento e ao seu trabalho artístico Tudo isso facilitou talvez seu processo de autoconhecimento Mas afi nal o que seria esse autoconhecimento de que tanto se fala por aí E por que isso seria tão importante para o processo de aprendizagem do indivíduo Simples mas nem tanto Como você conseguiria chegar a um lugar sem o endereço ou pelo menos uma referência De que forma seria possível conhecer uma história sem nunca a ter ouvido Há como aprender uma coreografi a sem ensaios Ou participar de um concerto musical sem saber a partitura ou manusear o instrumento escolhido para tocar Pois é Da mesma forma funciona o nosso próprio ser Se não somos capazes de nos conhecer certamente teremos surpresas desagradáveis com nossa própria atuação no mundo É importante conhecer nossos limites para que não sejamos levados por ilusões as quais muitas vezes nos cegam e nos fazem cometer erros que gerarão arrependimentos no futuro Veja um exemplo simples Como posso imaginar que quero ser astronauta quando eu crescer se eu tenho difi culdades de fi car presa por muito tempo em um mesmo lugar e além disso tenho medo de altura Como posso querer ser cantora de uma grande ópera italiana se eu não tenho capacidade vocal que me permita isso sendo inclusive muito desafi nada Como posso querer ser salvavidas numa praia do Nordeste brasileiro se morro de medo de água Para que eu possa traçar os planos do meu futuro dos meus objetivos em primeiro lugar eu preciso me conhecer conhecendo assim meus limites e minhas capacidades Só assim eu serei capaz de brilhar naquilo que eu escolher como meu destino profi ssional Dessa forma se eu quero ser cantor e sou desafi nado preciso trabalhar muito para melhorar minha voz se desejo imensamente ser salvavidas e tenho medo de água terei que me esforçar com afi nco para superar esse medo e conseguir gostar da água entender meu medo e nadar Ou seja se conheço meus limites terei como lutar para superálos caso seja essa a minha vontade Muito bem mas como é possível se autoconhecer Nós passamos mais tempo de nossa vida observando o outro verifi cando as atitudes externas a nós sendo orientados pelos feedbacks que o outro nos dá sobre nós mesmos Talvez o primeiro passo então seja parar um pouco de olhar para o outro e passar a olhar para nós mesmos tentando reconhecer nossas próprias reações em situações diversas conhecendo assim nossos padrões de comportamento E era isso que Sócrates fazia há muito tempo Para ele um diálogo honesto sobre ideias e pensamentos poderia levar ao conhecimento verdadeiro O autoconhecimento e a fi losofi a Sempre entre jovens sempre em discussões Sócrates não deixou nada escrito para a posteridade e quase tudo que se sabe sobre suas ideias e sua personalidade originase das obras de Platão seu principal discípulo e do livro Memorabilia do historiador clássico grego Xenofonte Esses dois autores cerca de 40 anos mais novos que ele só testemunharam mesmo sua última década da vida Nesse período sua atividade consistia em debater temas de fi losofi a com base nos conceitos da moral e da ética Sócrates viveu na época dos sofi stas Protágoras e Górgias e com eles também dialogou muito sobre o ser humano e as coisas humanas Mas ele combatia as ideias dos sofi stas achavaas muito relativistas pois ambos diziam por exemplo que a verdade a bondade e a justiça dependiam de cada pessoa e de como e onde ela vivia Sócrates ao contrário defendia que esses valores deveriam ser iguais para todas as pessoas Além disso os sofi stas na visão de Sócrates estavam mais preocupados com a forma das coisas com a beleza aparente com o discurso bem feito e bem elaborado com argumentações precisas e capazes de convencer a todos Para o fi lósofo ao A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 15 6º ano do Ensino Fundamental contrário o que importava era conhecer a verdade em seu conteúdo profundamente sua essência real e única que fosse capaz de ser transformadora de almas Sócrates pregava a necessidade de o homem manter uma sensação de propósito e progresso em sua vida Todos os seus pensamentos e ações dirigiamse a essa meta Indiretamente ele chamava a atenção para que o indivíduo fi casse atento a si mesmo capacitandose para ajudar o mundo Para ele apenas através do autoconhecimento surge uma possibilidade de haver um grande entendimento O mundo dá muitas voltas E o homem contemporâneo passa a se inspirar cada vez mais na base fi losófica de Sócrates Após ter atingido o apogeu da revolução tecnocientífi ca e se sentir mais solitário angustiado ansioso e infeliz do que nunca só lhe resta buscar o conhecimento capaz de assegurar algo tão complexo e tão simples ao mesmo tempo a conquista da serenidade O homem precisa de muita sabedoria para enfrentar o futuro Sócrates eternizouse com a sua verdade sobre o que é essencial à natureza humana Para ele a refl exão profunda poderia transformar um indivíduo Ele até tinha um método ou uma forma de dialogar Diganos oráculo de Apolo qual é o homem mais sábio da Grécia Entre os gregos assim como no resto do mundo respondeu o oráculo não existiu mortal mais sábio do que Sócrates pois Sócrates era apaixonado pela verdade Sócrates incentivava os homens a conhecerem a si mesmos Andava pelas ruas de Atenas interpelando quem encontrava pelo caminho Salve ó melhor dos homens cidadão de Atenas a maior das cidadesEstado Preocupase com as honras a reputação os prazeres e a fortuna Mas pensa também em procurar a verdade em tornar sua alma mais sábia em suma em praticar a fi losofi a Quando seus interlocutores se julgavam grandes sabichões Sócrates divertiase fazendolhes tantas perguntas que eles terminavam por admitir sua ignorância Quando esbarrava com ignorantes Sócrates colocavaos na trilha da sabedoria O próprio Sócrates afi rmava saber apenas uma coisa que nada sabia MONGIN Jean Paul Le BRAS Yann A morte do divino Sócrates São Paulo Martins Fontes 2010 p 4 7 O método socrático Esse método iniciavase com perguntas que Sócrates fazia a seu interlocutor a fi m de rever suas ideias fazendoo perceber que na verdade ele não tinha clareza do conceito como antes acreditava ter ou que suas conclusões eram baseadas em preconceitos É a chamada ironia socrática ou seja a parte irônica do diálogo em que se busca mostrar que as conclusões sem refl exão podem levar ao engano ou ao erro Essas conclusões aparentemente podem parecer corretas mas se forem investigadas se mostrarão falsas Depois disso ainda por meio do diálogo Sócrates ajudava seu interlocutor a pensar mais calma e claramente sobre suas ideias a fi m de trazer à luz verdades antes não percebidas Ele se dizia uma espécie de parteiro de ideias pois assim como uma parteira ajuda a dar à luz um bebê Sócrates ajudava a trazer à vida ideias verdadeiras antes desconhecidas pelos seus interlocutores Essa segunda parte do diálogo socrático é conhecida como maiêutica ou seja a arte de realizar partos Para Sócrates por meio do diálogo era possível investigar raciocinar e refl etir sobre todos os conceitos ponderando sobre possíveis contradições e aos poucos clarifi cavamse as ideias e os pensamentos Filosofi a 16 Volume 2 Cada conceito corta o acontecimento o recorta a sua maneira A grandeza de uma fi losofi a avaliase pela natureza dos acontecimentos aos quais seus conceitos nos convocam ou que ela nos torna capazes de depurar em conceitos Portanto é necessário experimentar em seus mínimos detalhes o vínculo único exclusivo dos conceitos com a fi losofi a como disciplina criadora O conceito pertence à fi losofi a e só a ela pertence DELEUZE GUATTARI O que é a Filosofi a p 43 Fig510 Exercícios de sala 6 Uma das formas de relaxamento que se conhece bem e que pode nos ajudar a nos aproximar de nós mesmos é a arte Vamos colorir uma tela de Frida Kahlo em silêncio e tentar entrar em contato com a pessoa que mora dentro de cada um de nós Fig511 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 17 6º ano do Ensino Fundamental 7 Analise esta frase e expliquea Autoconhecimento um caminho que ninguém pode fazer por você 8 De que forma a conquista da serenidade pode ser ao mesmo tempo tão complexa e tão simples 9 Marque as afi rmativas corretas a Para sofi stas como Protágoras e Górgias a verdade deveria ser defendida em qualquer situação b Tanto Sócrates como os sofi stas mudaram o foco da atenção da fi losofi a para os seres humanos e não mais sobre a natureza c Para Sócrates convencer as pessoas de seu ponto de vista era o correto a se fazer assim elas seriam felizes d Os sofi stas preocupavamse com o conteúdo da verdade com a essência dos conceitos e Para Sócrates o ser humano deveria se ater a buscar as verdades universais 10 Assim como Frida que sempre fazia autorretratos no espaço a seguir você fará o seu e além de desenhar a si próprio completará o texto Capriche pois você estará falando da pessoa mais importante da sua vida Meu autorretrato desenho Meu autorretrato texto Nasci em Altura Número do meu calçado Amo Tenho preferência por Não gosto de Amo música Minha leitura predileta é A vida é como Mesmo tendo apenas anos já sei que sou capaz de Meu nome é Filosofi a 18 Volume 2 Sócrates a fi losofi a como conhecimento de si mesmo Por Michel Aires de Souza Fig512 Sócrates viveu em Atenas no século V aC É considerado o pai do racionalismo ocidental Nada escreveu em vida Tudo o que sabemos dele foi graças a seu discípulo Platão Ao contrário dos primeiros fi lósofos gregos que se preocupavam com os problemas da natureza Sócrates rendeu homenagem aos problemas morais Apesar disso suas ideias foram assimiladas pelas ciências do mundo ocidental Foi com ele que a civilização ocidental aprendeu que a ciência episteme só tem sentido se é fundamentada em verdades universais A verdade deve ter validade em qualquer lugar em qualquer tempo e para qualquer indivíduo Graças a ele que a civilização ocidental começou a valorizar a razão a verdade e o conceito Sócrates era filho de uma parteira e ensinava filosofia em praça pública Ele usava uma túnica costumava caminhar descalço e não tinha o hábito de tomar banho Ficava às vezes horas parado imóvel filosofando sobre algum problema Ao questionar valores modos de ser e pensar Sócrates encontrou muitos inimigos Por isso foi condenado à morte Foi acusado de corromper os jovens de Atenas e de questionar os deuses da cidade A história de sua condenação foi contada por seu discípulo Platão no famoso livro A apologia de Sócrates Este livro descreve a defesa de Sócrates diante do tribunal de Atenas Por meio de perguntas Sócrates interpelava os transeuntes em praça pública e ali discutia os mais diversos assuntos O que é o bem O que é a justiça O que é a virtude Toda sua fi losofi a estava a serviço do conhecimento do homem e de sua vida moral Uma frase que fazia parte de sua fi losofi a era conhece te a ti mesmo que estava escrita na entrada do templo de Apolo O conhecimento de si mesmo implicava o conhecimento de nossas ações de nossos desejos e de nossa vida moral Para ele a sabedoria consistia em vencer a si mesmo e a ignorância em ser vencido por si mesmo Sua indagação principal era sobre a justa vida e o viver bem Uma vez lhe perguntaram qual lhe parecia a melhor tarefa para o homem Ele sem rodeios respondeu viver bem Mas viver bem para Sócrates não era viver dos prazeres e da ociosidade mas viver da contemplação do conhecimento e do cuidado de si Por toda parte Sócrates ia persuadindo a todos jovens e velhos a não se preocuparem exclusivamente e nem tão ardentemente com o corpo a beleza e a riqueza Dizia que devemos nos preocupar mais com a alma para que ela seja quanto possível melhor Ele identifi cava a virtude com o conhecimento Afi rmava que ninguém faz o mal porque quer mas por ignorância Ninguém erra voluntariamente Somente o ignorante não é virtuoso Todo homem que conhece o bem é virtuoso Ser virtuoso para Sócrates é conhecer as causas e o fi m das ações permitindo uma vida moral e virtuosa em direção à ideia de bem Por isso ele defendia a ideia de que a melhor forma de se viver era cultivando o próprio desenvolvimento ao invés de buscar os prazeres e os bens materiais Quando nos conhecemos difi cilmente agimos por impulso difi cilmente somos dominados por nossas paixões mais resolvidos e determinados somos em nossos objetivos Conhecer a si mesmo signifi ca em resumo que devemos nos ocupar menos com riquezas fama e poder e nos preocupar mais com o cultivo de si do conhecimento do bem do belo e da verdade Somente assim é possível conseguir um pouco de verdadeira felicidade Disponível em httpsfi losofonetwordpresscom20110714socratesafi losofi acomoconhecimentodesimesmo Adaptado Acesso em 05 fev 2018 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 19 6º ano do Ensino Fundamental Exercícios de sala 11 Nós falamos de método de diálogo de sistematização Vamos utilizar tudo isso num exercício divertido O professor dividirá a turma em grupos os quais deverão seguir estas instruções 1 A primeira casa tem parede verde PISTAS Qual das casas tem janela azul DESCUBRA DINÂMICA DAS CASINHAS Qual das casas tem porta laranja 2 A casa do meio tem janela vermelha 3 A casa de chaminé verde tem janela vermelha 7 A casa de telhado laranja tem chaminé amarela 8 A casa de parede laranja tem telhado amarelo 9 A casa vizinha à de porta verde tem chaminé amarela 10 A casa de telhado verde tem janela laranja 11 A casa de parede vermelha tem janela amarela 12 A casa de parede amarela que também tem chaminé azul não tem janela laranja 14 A casa de chaminé laranja é vizinha da que tem porta vermelha 13 A casa de parede azul cuja chaminé é vermelha possui porta amarela 6 A casa de telhado vermelho a qual tem janela verde fica à esquerda da que tem telhado verde 5 A casa de chaminé verde tem porta azul 4 A casa de parede verde fica ao lado da casa de telhado azul Exercícios propostos 12 Esta atividade será feita em duplas em horário extraturno Vocês percorrerão o Colégio com o intuito de entrevistarem funcionários alunos e professores utilizando o método socrático para descobrir se todos têm uma resposta rápida e pronta para as perguntas indicadas a seguir A sugestão é que sejam entrevistadas pelo menos cinco pessoas e que tudo seja anotado nome do entrevistado idade resposta Depois da entrevista pronta faça um relatório no caderno a fi m de mostrálo ao professor na data marcada por ele Bom trabalho Sugestões de perguntas O que é justiça O que é bondade O que é verdade O que é beleza Filosofi a 20 Volume 2 O autoconhecimento saber de si para cuidar de si Viu só A questão do autoconhecimento já é vista como de extrema importância desde a época de Sócrates A ação de buscar se conhecer é imensa por se tratar da única maneira de o homem ser capaz de verdadeiramente compreender suas emoções e sentimentos como são e assim buscar uma forma de modifi car o que trava o seu progresso íntimo Ser capaz de ter domínio sobre suas ações é uma característica básica para conquistar uma vida tranquila e feliz Esse grande fi lósofo caro aluno jamais afi rmou que era sábio Ao contrário ele dizia nada saber ou seja ele tinha consciência de que sempre havia o que aprender que nunca se sabe o bastante Além disso com seu método ele tinha consciência de que não ensinava nada a ninguém ele apenas ajudava como uma parteira a dar à luz ideias das pessoas que conversavam com ele Seus interlocutores descobriam ideias novas descobriam a verdade por si mesmos apenas com o estímulo desse grande professor Sócrates por meio do diálogo convidava as pessoas a olharem para si próprias para refl etirem com profundidade sobre suas atitudes ou seja convidava seus interlocutores para iniciarem um processo de autoconhecimento Exercícios de sala 13 Por que Sócrates mesmo afi rmando que nada sabia era considerado o mais sábio dentre os sábios de sua época 14 Leia este diálogo de duas amigas que se encontram depois das férias Olá Maria tudo bem Tudo Paula e você Quantas compras O que você tem aí Ah acabo de chegar do shopping e comprei uma calça linda na promoção paguei R 50000 Comprei também uma bolsa maravilhosa foi apenas R 35000 acredita Nossa Mesmo E pensar que ontem meu pai me fez comprar um livro de História e dois de Filosofi a Os dois custaram R 15000 Olha que absurdo Que horror Que livros caros Imagine que Sócrates estivesse presente nessa conversa Como você acha que ele reagiria Explique A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 21 6º ano do Ensino Fundamental O autoconhecimento reconhecer de forma sincera suas ações individuais diante de processos de ensinoaprendizagem Primeiramente devemos estar dispostos a nos conhecer mas isso nem sempre será um processo fácil Se quisermos por exemplo nos livrar de um mau hábito como o de falar palavrões teremos que nos policiar o tempo todo Precisamos ter a humildade de compreender que devemos ter paciência conosco mesmos ter autodisciplina e muito esforço Nada se modifi ca sem que se tenha um tempo para que a modifi cação aconteça Leia este texto com atenção e em seguida responda às questões de 15 a 18 1 Ando pela rua Há um buraco fundo na calçada Eu caio Estou perdido Sem esperança Não é culpa minha Levo uma eternidade para encontrar a saída 2 Ando pela mesma rua Há um buraco fundo na calçada Mas fi njo não vêlo Caio nele de novo Não posso acreditar que estou no mesmo lugar Mas não é culpa minha Ainda assim levo um tempão para sair 3 Ando pela mesma rua Há um buraco fundo na calçada Vejo que ele ali está Ainda assim caio É um hábito Meus olhos se abrem Sei onde estou É minha culpa Saio imediatamente 4 Ando pela mesma rua Há um buraco fundo na calçada Dou a volta 5 Ando por outra rua RINPOCHE SOGYAL O Livro Tibetano do Viver e do Morrer Ribeirão Preto Sp Talento 1999 São Paulo Palas Athena 2015 Filosofi a 22 Volume 2 Exercícios de sala 15 Como podemos relacionar esse texto à questão do autoconhecimento 16 Podemos afi rmar que ao fi nal do texto a pessoa se conhecia melhor Justifi que sua resposta 17 De que forma por não nos conhecermos podemos difi cultar a nossa vida Dê um exemplo 18 O fato de conviver com outras pessoas pode nos ajudar no processo de autoconhecimento Justifi que sua resposta 19 Observe esta imagem e faça o que se pede a O que esse gatinho pode ter percebido sobre si mesmo ao olhar para a sua imagem refl etida no espelho b De que forma se pode relacionar essa imagem à frase Conhecete a ti mesmo Fig513 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 23 6º ano do Ensino Fundamental O fortalecimento do ser humano a partir do conhecimento do seu interior O autoconhecimento segundo a psicologia signifi ca o conhecimento de um indivíduo sobre si mesmo A prática de se conhecer melhor faz com que uma pessoa tenha controle sobre suas emoções independentemente de serem positivas ou não Tal controle emocional provocado pelo autoconhecimento pode evitar sentimentos de baixa autoestima inquietude frustração ansiedade instabilidade emocional e outros atuando como importante exercício de bemestar e ocasionando resoluções produtivas e conscientes acerca de seus variados problemas Toda pessoa possui o refúgio dos seus recursos pessoais mas esse pode ser acionado de forma a não se desgastar se houver o controle das emoções ou ainda ser utilizado de forma a obter futura recomposição Ela também consegue permanecer equilibrada em casos de fatores externos como críticas perda de emprego término de relacionamento e outros que enfraquecem o emocional O conhecimento de si próprio estimula a detectar fatores negativos a fi m de modifi cálos favoravelmente Podese buscar o autoconhecimento a partir da detecção dos defeitos e qualidades sendo esses externos corporais e internos emocionais O equilíbrio entre os fatores internos e externos deve ser buscado para que não haja espaço para manipulação e fragilidade Também pode haver refl exão de vida analisando o comportamento obtido até então e as atitudes tomadas para que se consiga detectar maus atos e comportamentos a fi m de que não mais ocorram Por Gabriela Cabral Disponível em httpbrasilescolauolcombrpsicologiaautoconhecimentohtm Adaptado Acesso em 12 fev 2018 Fig514 Pensando sobre mim mesmo sinceridade dedicação e autodisciplina Vamos fazer duas atividades bem interessantes agora Mas é necessário que você seja bem sincero ok Vamos lá 20 Você vai preencher o quadro a seguir com algumas informações relacionadas ao seu cotidiano Na primeira parte do quadro escreva sobre as coisas que você mais gosta de fazer e consegue realizá las na segunda parte escreva sobre as coisas que você mais gostaria de fazer e que por algum motivo não as realiza na terceira coisas que você não gosta de fazer mas as faz assim mesmo e por fi m na quarta parte coisas que você não gosta de fazer e realmente não as faz CURTOGRAMA 1 Curto e faço 2 Curto e não faço 3 Não curto e faço 4 Não curto e não faço Filosofi a 24 Volume 2 21 Escolha uma mãozinha para escrever em cada um dos dedos os seus pontos fortes qualidades Nos dedos da outra mão escreva os seus pontos fracos defeitos Há três grandes obstáculos internos que devem ser enfrentados a fim de se chegar ao autoconhecimento Vamos ver um pouco sobre cada um deles Sinceridade A sinceridade é uma atitude importante em que as pessoas para conseguirem enfrentar seus problemas precisam ser honestas e verdadeiras em todas as áreas da vida cotidiana A sinceridade é um dos valores mais importantes e mais louváveis de uma pessoa pois se baseia em ser e agir sentir ou pensar deixando de lado qualquer tipo de fi ngimento ou hipocrisia As pessoas que não são sinceras muitas vezes também sofrem Em muitos casos a falta de sinceridade é dada a partir da timidez ou do medo de dizer algo que se acredita que não vai ser aceito em seus grupos Em outros casos a hipocrisia ou a falta de sinceridade são especifi camente procuradas para obter certos resultados mas em ambos os casos gera algum confl ito na pessoa que não pode mostrar e assumir como é Enquanto na maioria dos casos a sinceridade é uma atitude positiva se não for dosada pode também signifi car algo negativo pois o excesso de sinceridade pode ser visto como agressão ou em alguns casos falta de educação Disponível em httpqueconceitocombrsinceridade Adaptado Acesso em 20 fev 2018 Fig515 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 25 6º ano do Ensino Fundamental Propósito É necessário ter muita vontade de realizar qualquer coisa que nos propomos sem propósito nada será plenamente realizado Nada poderá ser concluído se não houver dedicação esforço e empenho e tudo isso está relacionado à ideia de se ter um propósito Veja imagine que se queira muito aprender a tocar um instrumento Se não houver um propósito íntimo muito forte de realmente se dedicar às aulas às horas intermináveis de treino em casa aos possíveis fracassos jamais se chegará ao objetivo O mesmo ocorre com qualquer situação de nossa vida como também quando nos propomos a nos conhecer intimamente Autodisciplina A autodisciplina é a habilidade de se posicionar para agir independentemente de seu estado emocional é quando se toma uma decisão consciente e é praticamente garantido que dará continuidade a ela É como um músculo do corpo de um ser humano quanto mais você o treina mais ele se desenvolve e quanto menos você treina mais vai fi cando fraca Dessa forma não se pode exigir de todos o mesmo grau de autodisciplina mas é necessário que se crie esse hábito se o desejo for realmente ter sucesso na vida A forma de se conquistar autodisciplina é progressiva vai aumentando aos poucos de acordo com o aumento da capacidade interna adquirida com o hábito de se olhar com sinceridade e propósito O autoconhecimento e as ferramentas da razão propósito interesse e disposição para o conhecimento A partir do momento em que o ser humano se sente capaz de começar a se autoconhecer imediatamente ele se abre também para o interesse pelo conhecimento verdadeiro passando a ter mais disposição para desvendar o oculto descobrir novos caminhos e novas possibilidades O ser humano quando se vê livre de preconceitos e não tem medo de enxergar a sua própria história tem uma consciência livre e tranquila O autoconhecimento passa a ser não mais um desejo de encontrar uma felicidade duradoura e eterna mas a constatação de que a felicidade é ser quem se é é aceitar todos os sentimentos humanos tanto os considerados bons quanto os considerados ruins Aprendese assim a buscar o equilíbrio Anotações Filosofi a 26 Volume 2 6 Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co O que é a fi losofi a pensando sobre a realidade de forma profunda Saiba mais Verdade Penso logo existo Acredito logo estou certo Pósverdade Fig61 A era da pósverdade é na realidade a era do engano e da mentira mas a novidade associada a esse neologismo consiste na popularização das crenças falsas das fake news e na facilidade para fazer com que os boatos prosperem A mentira dever ter uma alta porcentagem de verdade para ser mais crível E terá ainda maior efi cácia a mentira composta totalmente por uma verdade Parece uma contradição mas não é Hoje em dia tudo é verifi cável e portanto não é fácil mentir Mas essa difi culdade pode ser superada com dois elementos básicos a insistência na afi rmação falsa apesar dos desmentidos confi áveis e a desqualifi cação de quem a contradiz E a isso se soma um terceiro fator milhões de pessoas acreditam em fontes manipuladoras páginas de Internet relacionadas a determinados perfi s nas redes sociais e não se informam pelos veículos de comunicação rigorosos A pósverdade A mentira sempre é arriscada e requer formas muito potentes para sustentarse Por isso as técnicas de silêncio costumam ser mais efi cazes emitese uma parte comprovável da mensagem mas se omite outra igualmente verdadeira Aqui estão alguns exemplos A insinuação Não é preciso usar dados falsos Basta sugerilos A pressuposição e o subentendido Possuem traços em comum e se baseiam em dar algo como certo sem questionálo A falta de contexto A não existência de contexto adequado manipula os fatos Inversão da relevância Os benefi ciários desta era da pósverdade nem sempre dispõem de fatos relevantes pelos quais atacar seus adversários Por isso com frequência recorrem a aspectos secundários que transformam em relevantes os costumes pessoais a vestimenta o penteado o caráter de uma pessoa em seu entorno particular um detalhe menor de um livro ou de um artigo ou de uma obra adquirem um valor muito importante na comunicação pública em oposição ao conjunto e às atividades de verdadeiro interesse geral ou social Álex Grijelmo é autor de La Información del Silencio Cómo se Miente Contando Hechos Verdaderos A Informação do Silêncio Como se Mente Contando Fatos Verdadeiros Disponível em httpsbrasilelpaiscombrasil20170822opinion1503395946889112html Adaptado Acesso em 20 fev 2018 Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co 27 6º ano do Ensino Fundamental Em fi losofi a e mesmo no dia a dia muitas vezes duas ideias opostas ou antagônicas sobre uma questão são colocadas em debate Já vimos antes que um bom diálogo deve ser o caminho para que todas as pessoas aprendam e não apenas para que alguém ganhe o debate Chamamos de debate fi losófi co não somente o diálogo direto entre duas pessoas frente a frente mas também a análise a que as ideias de um fi lósofo ou de uma escola fi losófi ca são submetidas ou a análise de outros fi lósofos da mesma escola ou de escolas que se oponham a essas ideias É importante ressaltar que o pensamento fi losófi co precisa ser baseado em análises de fatos e argumentos de forma independente mesmo que isso contrarie as convicções de quem faz essas análises Ou seja uma análise honesta admite ouvir todos os fatos opiniões e versões de uma questão e chegar a uma conclusão mesmo que ela seja diferente do que se pensava antes É necessário olhar todos os pontos de vista sem criar uma visão tendenciosa pois isso pode ser usado para manipular e fazer com que outras pessoas adotem o ponto de vista de quem fala baseado apenas em sua retórica e não em fatos Honestidade intelectual é conseguir pensar criticar analisar interpretar com lógica e admitir que o opositor pode ter razão Um debate honesto é aquele em que todos aceitam a possibilidade de descobrir uma nova forma de ver a questão e até mudar de ideia Se uma pessoa entra em um debate certa de que sua posição é a única verdadeira e que nada do que seja dito a fará mudar de ideia essa pessoa não participará do debate de forma honesta Um argumento fi losófi co deve sempre partir de fatos e premissas conhecidas e verdadeiras e usar lógica coerente de modo a chegar a conclusões sólidas O uso de fatos falsos de lógica incorreta ou de fatores alheios ao debate para ganhar a discussão chamase falácia Uma falácia quando não detectada pode parecer um bom argumento mas em geral é um argumento fácil de desmontar por se basear em fundações frágeis Falácia é entendida como qualquer erro de raciocínio seguido de uma argumentação inconsistente Considerando que um raciocínio pode falhar de inúmeras maneiras as falácias foram classifi cadas em formais tentativa de um raciocínio dedutivo válido sem o ser e informais outro erro qualquer Há um número enorme de falácias ou erros lógicos conhecidos Abaixo alguns exemplos muito comuns e que às vezes usamos mesmo sem perceber Falsa dicotomia também conhecida como falácia do branco e preto do falso dilema ou do terceiro excluído Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas quando de fato outras alternativas existem ou podem existir Exemplo Se o sapato não é preto ele é branco O sapato não é preto Logo ele é branco É uma falácia pois sapatos podem ser de outras cores além de preto e branco Apelo à autoridade Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa Exemplo Se Aristóteles disse que o Sol gira ao redor da Terra em uma das esferas celestes então é certamente verdade Ataque pessoal ou argumento ad hominem Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado ele ataca a pessoa que fez o enunciado Exemplo Se foi um torcedor do outro time quem disse isso certamente é mentira Em vez de discutir a validade do argumento a pessoa tenta dizer que a pessoa é mentirosa Isso evita pensar em uma boa refutação para o argumento além de ser uma forma preconceituosa de pensar Disponível em httpswwwinfoescolacomfi losofi afalacia Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpscriticanaredecomfalaciashtml Adptado Acesso em 12 mar 2018 Algumas falácias são fáceis de detectar como o uso de generalizações o apelo à autoridade e argumentos que atacam o debatedor e não sua ideia No entanto há muitas falácias sutis em sua forma ou que parecem corretas a princípio principalmente aquelas que decorrem de falhas na interpretação dos fatos levando a premissas falsas Nesses casos mesmo que a lógica esteja correta a conclusão não será uma vez que decorre de premissas falsas Filosofi a 28 Volume 2 Muitas vezes utilizamos falácias em nosso discurso sem perceber Na argumentação de boafé um dos lados irá apontar as falhas do raciocínio do outro lado e ambos chegarão a um acordo a respeito da nova forma de pensar Na verdade a maior parte do trabalho de um fi lósofo é encontrar falhas na lógica de seus predecessores e aperfeiçoar ou refutar essa lógica ver dialética mais adiante Quando se utiliza uma falácia como uma forma de vencer o debate em geral isso demonstra um uso de máfé e isso é a mais grave falta que alguém pode cometer em uma argumentação fi losófi ca científi ca ou mesmo na vida diária A máfé enfraquece quem a utiliza pois é uma demonstração de que ele não possui bons argumentos para sustentar sua tese Na linguagem popular Apelou perdeu Exercícios de sala 1 METÁFORA Uma lata existe para conter algo Mas quando o poeta diz Lata Pode estar querendo dizer o incontível Uma meta existe para ser um alvo Mas quando o poeta diz Meta Pode estar querendo dizer o inatingível Por isso não se meta a exigir do poeta Que determine o conteúdo em sua lata Na lata do poeta tudonada cabe Pois ao poeta cabe fazer Com que na lata venha caber O incabível Deixe a meta do poeta não discuta Deixe a sua meta fora da disputa Meta dentro e fora lata absoluta Deixea simplesmente metáfora Gege Edições Preta Music EUA Canadá f icha técnica da faixa voz e violão Gilberto Gil Disponível em httpwwwgilbertogilcombrsecdiscoinfophpid585letra Acesso em 05 fev 2018 Analise a letra dessa canção de Gilberto Gil e tente refl etir nas linhas a seguir sobre o que você entendeu da mensagem dela Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co 29 6º ano do Ensino Fundamental 2 Analise este poema de Cecília Meireles e relacioneo ao conceito de falácia Ai palavras ai palavras que estranha potência a vossa A liberdade das almas ai com letras se elabora E dos venenos humanos sois a mais fi na retorta frágil frágil como o vidro e mais que o aço poderosa Reis impérios povos tempos pelo vosso impulso rodam MEIRELES Cecília Romanceiro da Incofi dência Retorta vaso bojuda estreito próprio para expriências químicas 3 Cuidado com as palavras Cuidado com o que você ouve lê ou escreve Você não deve acreditar em tudo o que ouve ou lê Você deve ter habilidade para lidar com discursos com textos com o que lhe dizem com argumentos que lhe apresentam nos debates do dia a dia Deve ter critérios para aceitar ou rejeitar enunciados argumentos declarações feitas Como você reagiria por exemplo aos enunciados abaixo Você os aceitaria Como você argumentaria para rejeitar os que devem ser rejeitados a A professora chamou a atenção de Joãozinho na semana passada duas vezes e nesta segunda quarta e sextafeira Não adianta mais chamar a atenção dele Vamos suspendêlo 4 É perigoso viajar em carro dirigido por mulher 5 a Os índices de analfabetismo têm aumentado muito depois do advento da televisão Obviamente ela compromete a aprendizagem b Dez milhões de pessoas não podem estar erradas Juntese a nós você também 6 Você certamente já aprendeu nas aulas de Língua Portuguesa o signifi cado de linguagem fi gurada e linguagem metafórica e percebeu que há muitas possibilidades de se dizer uma coisa querendo na verdade dizer outra bem diferente Observe Filosofi a 30 Volume 2 Seus olhos são dois oceanos O que o emissor dessa frase pode ter querido dizer com essas palavras Saiba mais EU ODEIO ESTES PNEUS EU ADORO ESSES PNEUS Fig62 Denotação Uma palavra é usada no sentido denotativo próprio ou literal quando apresenta seu signifi cado original independentemente do contexto em que aparece quando se refere ao seu signifi cado mais objetivo e comum aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro signifi cado que aparece nos dicionários sendo o signifi cado mais literal da palavra A denotação tem como fi nalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva assumindo assim um caráter prático É utilizada em textos informativos como jornais regulamentos manuais de instrução bulas de medicamentos textos científi cos entre outros Exemplos O elefante é um mamífero Já li esta página do livro A empregada limpou a casa Conotação Uma palavra é usada no sentido conotativo fi gurado quando apresenta diferentes signifi cados sujeitos a diferentes interpretações dependendo do contexto em que aparece quando se refere a sentidos associações e ideias que vão além do sentido original da palavra ampliando sua signifi cação mediante a circunstância em que é utilizada assumindo um sentido fi gurado e simbólico A conotação tem como fi nalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem através da expressividade e afetividade que transmite É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura mas também ocorre em conversas cotidianas em letras de música em anúncios publicitários entre outros Exemplos Você é o meu sol Minha vida é um mar de tristezas Você tem um coração de pedra Disponível em httpswwwnormacultacombrconotacaoedenotacao Adptado Acesso em 05 fev 2018 Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co 31 6º ano do Ensino Fundamental 7 Você sabe o que é uma metáfora Explique e dê dois exemplos Apesar de na linguagem fi gurada ou metafórica ser possível brincar com os sentidos das palavras possibilitando um grande número de interpretações para elas no discurso fi losófi co e também no científi co um dos primeiros passos é tentar eliminar as ambiguidades e dubiedades de interpretação A metáfora na fi losofi a e também na linguagem científi ca pode ser encontrada como exemplo apenas mas não como uma afi rmação real de busca da verdade O discurso fi losófi co começa por estabelecer a linguagem as defi nições e termos comuns de entendimento para o conceito que será apresentado criando até um vocabulário específi co para garantir que o que vai ser dito seja entendido igualmente por todas as pessoas Podemos exemplifi car isso com os termos ego superego e id que são utilizados por todos os estudiosos de psicologia Essas palavras garantem que quando são ditas estão sendo utilizadas no conceito psicanalítico e não como se falaria no dia a dia das pessoas Isso é criar um vocabulário específi co e que será geral e sempre utilizado pelos estudiosos do assunto em questão A criação de neologismos por parte dos fi lósofos e cientistas é livre a fi m de que o conceito que eles querem dizer seja muito bem compreendido para não causar ambiguidade na hora da interpretação caso se usasse uma palavra já existente Sigmund Freud 18561939 foi um médico neurologista e importante psicólogo austríaco Foi considerado o pai da psicanálise que infl uiu consideravelmente sobre a Psicologia Social contemporânea Desde pequeno mostrouse brilhante aluno Aos 17 anos ingressou na Universidade de Viena no curso de Medicina Durante os anos de faculdade deixou se fascinar pelas pesquisas realizadas no laboratório fi siológico dirigido pelo Dr E W von Brucke De 1876 a 1882 trabalhou com esse especialista e depois no Instituto de Anatomia sob a orientação de H Maynert Concluiu o curso em 1881 e resolveu tornarse um clínico especializado em neurologia Durante vários anos trabalhou em uma clínica neurológica para crianças onde se destacou por ter descoberto um tipo de paralisia cerebral que mais tarde passou a ser conhecida pelo seu nome Em 1884 entrou em contato com o médico Josef Breuer que havia curado sintomas graves de histeria através do sono hipnótico onde o paciente conseguia se recordar das circunstâncias que deram origem à sua moléstia Chamado de método catártico constituíram o ponto de partida da psicanálise Em pouco tempo Freud conseguiu dar um passo decisivo e original que abriu perspectivas para o desenvolvimento da psicanálise ao abandonar a hipnose substituindoa pelo método das livres associações passando então a penetrar nas regiões mais obscuras do inconsciente sendo o primeiro a descobrir o instrumento capaz de atingilo e explorálo em sua essência Durante dez anos Freud trabalhou sozinho no desenvolvimento da psicanálise Em 1906 a ele juntouse Adler Jung Jones e Stekel que em 1908 se reuniram no primeiro Congresso Internacional de Psicanálise Dois anos mais tarde o grupo fundou a Associação Internacional Psicanalítica com sucursais em vários países Disponível em httpswwwebiografi acomsigmundfreud Fragmento Acesso em 05 fev 2018 Fig63 Filosofi a 32 Volume 2 Exercícios de sala 8 Como seria na sua opinião se fosse permitido a todos os fi lósofos e também a todos os cientistas utilizar linguagem fi gurada em suas análises e descobertas 9 Caso uma receita de bolo ou uma bula de remédio fossem ambíguas quais seriam os riscos possíveis 10 Leia esta frase e faça o que se pede a seguir Cuidado As paredes têm ouvidos a Represente com um desenho a linguagem conotativa dessa frase b Transforme a linguagem dessa frase em denotativa Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co 33 6º ano do Ensino Fundamental Conhecendo o conhecer pensamento e concentração são as bases de todo sistema fi losófi co Características do pensamento fi losófi co racional lógico e rigoroso Como vimos no Volume I do Material Didático de Filosofi a o senso comum não precisa ser rigoroso pode ser metafórico isso é normal O que importa para ele é a experiência pessoal Veja o exemplo deste ditado popular Deus ajuda quem cedo madruga Essa frase pode signifi car muitas coisas que Deus realmente ajuda quem acorda cedo segundo a crença de algumas pessoas ou que acordar cedo faz bem à saúde logo é importante levantarse cedo da cama Imagine no entanto uma pessoa que trabalhou a noite toda num plantão noturno em um hospital e chega a casa às 7h da manhã Essa pessoa não será ajudada porque foi dormir cedo Percebe como é possível haver ambiguidade nessa fala No discurso fi losófi co isso não pode acontecer ele precisa ter rigor A fi losofi a procura a resolução de problemas com a apresentação de teorias as quais são defendidas pelos fi lósofos com a utilização de argumentos As teorias podem ser consideradas melhores ou piores de acordo com os argumentos apresentados Caso não se dominem os elementos básicos da lógica não é possível saber se uma teoria fi losófi ca é ou não verdadeira Se o objetivo do estudo da fi losofi a é utilizar um pensamento crítico então não há como estudar fi losofi a sem lógica O estudo fi losófi co deve ser obrigatoriamente regido por um pensamento rigoroso Discutir ideias é conseguir argumentar a favor delas ou criar argumentos que podem ser levantados contra elas Isso exige um pensamento lógico e rigoroso O pensamento racional contribui para que o homem diferencie o certo do errado para que seja capaz de criar e articular as palavras e os pensamentos por isso o homem é um animal racional por isso ele pensa fala e tem ideias Pensar racionalmente é tentar organizar e esclarecer ter certeza do que se está fazendo sem contradições nem grandes emoções Anotações Filosofi a 34 Volume 2 7 Entendendo o que é um método a escola e a organização do conhecimento O método dialético frequentemente referido apenas como dialética é uma forma de discurso entre duas ou mais pessoas que possuem diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto mas que pretendem estabelecer a verdade através de argumentos fundamentados e não simplesmente vencer um debate ou persuadir o opositor Embora o ato em si seja fundamental na formação da fi losofi a o termo foi popularizado apenas com o advento dos diálogos socráticos de Platão Para estabelecer a dialética Sócrates encontrou na verdade o maior valor propondo que ela poderia ser descoberta através da razão e da lógica em uma discussão Dessa forma Sócrates se opôs à retórica como uma forma de arte que visa a agradar os ouvintes e também à oratória que convence por vias emocionais não requerendo lógica ou prova O propósito do método dialético é resolver os desacordos através de discussões racionais e em última análise buscar a verdade A forma herdada de Sócrates para proceder tal discussão mostra que uma hipótese pode levar a contradições forçando então retirar a hipótese que era candidata à verdade Dessa forma teríamos de encontrar outro candidato à verdade para verifi car se este também estaria comprometido com uma contradição de tal forma que pudesse ser eliminado Aquele candidato à verdade que por todos os meios não pudesse ser refutado seria então considerado como verdadeiro Esse procedimento socrático levou Aristóteles a afi rmar que a dialética é a lógica do provável daquilo que parece aceitável a todos ou à maioria mesmo quando não se pode demonstrar já que exige apenas que não seja possível eliminar o candidato à verdade A forma mais comum atualmente utilizada é a adotada por Georg Wilhelm Friedrich Hegel que consiste em abordar a questão a ser discutida na forma de tese e antítese com o objetivo de chegarse à transcendência de ambas na síntese que seria uma terceira tese Segundo esse autor o objetivo da dialética não seria interpretar a realidade mas refl etila DIALÉTICA A dialética demonstra uma progressão na qual cada movimento sucessivo surge como solução das contradições encontradas no movimento anterior A dialética de Hegel geralmente aparece fragmentada em três momentos tese por exemplo a chegada dos portugueses ao Brasil antítese o terror subsequente para os índios a sua exploração e a síntese a criação da república federativa do Brasil em que esse terror fosse minimizado Não funcional então essa síntese nova dará início a uma nova antítese criação da Funai por exemplo que nos leva à síntese de defesa dos interesses dos índios Mas Entendendo o que é um método a escola e a organização do conhecimento 35 6º ano do Ensino Fundamental Saiba mais Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um importante fi lósofo alemão do fi nal do século XVIII e começo do século XIX Foi o fundador do hegelianismo que se baseava na ideia principal de que a realidade é capaz de ser expressa em categorias reais Hegel dizia que as concepções fi losófi cas do passado eram sem vida não históricas e tendenciosas Por isso defendeu a forte ligação entre história e fi losofi a Ele nasceu em 27 de agosto de 1770 em Stuttgard Alemanha e faleceu na cidade de Berlim Alemanha em 14 de novembro de 1831 Disponível em httpswwwsuapesquisacomquemfoihegelhtm Acesso em 19 fev 2018 Fig71 Para que haja um conhecimento científi co também é necessário seguir um método que se divide em algumas etapas criação de uma hipótese criação de uma metodologia de testes realização de testes que confi rmam ou não a hipótese consolidação dessa hipótese como uma lei científi ca consolidação do conjunto de fatos premissas hipóteses e leis científicas em um conjunto único a teoria científi ca Fig72 36 Volume 2 Filosofi a Exercícios de sala 1 Analise a frase a seguir e relacionea ao que vimos no texto anterior Escreva um parágrafo de no mínimo quatro linhas Fig73 2 Segundo Hegel como é construído o conhecimento dialético Anotações 37 6º ano do Ensino Fundamental telhado chaminé janela porta muro Pedi Perfect KEY PRODUCTS TO TRY Scrub to soften Callus Removers Massage to soothe Moisturizers Oil Balm exfoliates calluses dry skin hydrates and soothes revitalises and heals Callus Eliminator by Nair Foot Scrub by The Body Shop Therapeutic Cream by Neutrogena Foot Relief Balm by Burts Bees Creamy Care Rich Crème by Crabtree Evelyn Gel Foot Mask by Dr Teals 39 6º ano do Ensino Fundamental Créditos das ilustrações Figura 51 Disponível em httpwwwacecabanacomendlesstunnelofbooks4photos Acesso em 20 fev 2018 Figura 52 Disponível em httpsptfreeimagescomsearchbabyboy Acesso em 20 fev 2018 Figura 53 Disponível em httpsbrpinterestcompin506866133033924092lptrue Acesso em 13 mar 2018 Figura 54 Disponível em httpsptslidesharenetladonordesteomundohelniconoscv ac Acesso em 13 mar 2018 Figuras de 55 a 57 Acervo CNEC Figura 58 Disponível em httpwwwsnpculturaorgobjetivododialogoavancarjuntos html Acesso em 12 fev 2018 Figura 59 Disponível em httpssaiacomartecomobraautorretrato2 Acesso em 1 fev 2018 Figura 510 Disponível em httpwwwproduzindoeventoscombrtendencias10novas ideiasparainspirarumconceitodeumeventodesucesso Acesso em 11 fev 2018 Figura 511 Disponível em httpswwwpinterestcoukaniyu666frida Acesso em 10 fev 2018 Figura 512 Disponível em httpsfi losofonetwordpresscom20110714socratesafi losofi a comoconhecimentodesimesmo Acesso em 15 fev 2018 Figura 513 Disponível em httpswwwar25orgarticlesyndromsamozvancyaabochomu nevsimshchastytistoriyavlasnogodosviduhtml Acesso em 12 fev 2018 Figura 514 Disponível em httpfi losofi auolcombrcomofuncionaoatoda autodescoberta Acesso em 12 fev 2018 Figura 515 Disponível em httpbloginformameacomconsidercareerclimbingwall Acesso em 20 fev 2018 Figura 61 Disponível em httpsonsizzlecomiverdadeposverdadepensologoacredito logoexistoestoucerto9788983 Acesso em 20 fev 2018 Figura 62 Disponível em httpvidadeadolescente22blogspotcombr201211charge alertandosobrepoluicaodoshtml Acesso em 20 fev 2018 Figura 63 Disponível em httpssuperabrilcombrculturacomoavidadefreudpode inspirarasua Acesso em 05 fev 2018 Figura 71 Disponível em httpwwwcitadorpttextosageorghegel Acesso em 19 fev 2018 Figura 72 Disponível em httpsestudantecontabilwordpresscom20121213 conhecimentocientifi coxsensocomum Acesso em 20 fev 2018 Figura 73 Disponível em httpswwwpensadorcomfraseMTMwMjY Acesso em 19 fev 2018 Referências ABBAGNANO Nicola Dicionário de Filosofi a São Paulo Martins Fontes 2000 CABRAL Gabriela DELEUZE GUATTARI O que é a Filosofi a p 43 COTRIM Gilberto FERNANDES Mirta Fundamentos de Filosofi a São Paulo Saraiva 2010 GARCIA José Roberto VELOSO Valdecir da Conceição Eureka construíndo cidadãos refl exivos Florianópolis Sophos 2011 NICOLA Ubaldo Antologia ilustrada de Filosofi a Das origens à idade moderna São Paulo Globo 2005 Referências Filosofi a 40 Volume 2 SIMON Blackburn Dicionários Oxfort de Filosofi a Rio de Janeiro Jorge Zahar 1997 Disponível em httpaartedodialogoblogspotcombr201411sinaisparadialogarhtml Acesso em 11 fev 2018 Disponível em httpbrasilescolauolcombrpsicologiaautoconhecimentohtm Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpwwwcontagorgbrimagensf303opapeldapergunta20na20 construcao20do20Conhecimentopdf Acesso em 11 fev 2018 Disponível em httpwwwpucrsbrgptfalaciasphp Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpwwwtomsimoescom201703socratesefi losofi adoautoconhecime ntohtml Acesso em 10 fev 2018 Disponível em httpscriticanaredecomfalaciashtml Acesso em 12 mar 2018 Disponível em httpsfi losofi acriticawordpresscom8perguntasfi losofi cas Acesso em 11 fev 2018 Disponível em httpswwwinfoescolacomfi losofi adialetica Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpswwwinfoescolacomfi losofi afalacia Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpswwwnexojornalcombrexpresso20161116OqueC3A9E28 098pC3B3sverdadeE28099apalavradoanosegundoaUniversidadede Oxford Acesso em 20 fev 2018
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1 6º ano do Ensino Fundamental 1 6º ano do Ensino Fundamental Filosofia 6 VOLUME 2 Organizador 6º ano do Ensino Fundamental volume 2 Filosofia Todos os direitos reservados à CNEC Campanha Nacional de Escolas da Comunidade Impressão e acabamento Editora e Gráfica Cenecista Dr José Ferreira Av Frei Paulino nº 530 Bairro Abadia Uberaba MG CEP 38025180 PABX 34 21030700 0046edigrafcnecbr Diretor editorial Gerente editorial Supervisão Educação Básica Coordenação de área Capa Projeto gráfico Revisão ortogramatical Diagramação Ilustração Autores Filosofia Erlei José de Araújo Wellington Silva Sporck Érica Regina Tomazinho Zanetti Ciências Humanas Matheus Bortoleto Rodrigues Ciências da Natureza Dayana Lacerda Custódio Linguagens e Códigos Thamiris Abrão Borralho Matemática Larissa Sene Araújo Fabiano Morais Fábio Salum Carlos R Moura Fabiano Morais Fábio Salum Equipe do Sistema de Ensino Cnec Andréa de Castro Ralize Capítulo 5 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos Como eu conheço melhor A arte do diálogo Capítulo 6 Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co Linguagem mitológica Linguagem fi losófi ca Capítulo 7 Entendendo o que é um método a escola e a organização do conhecimento 7 26 34 Filosofi a Sumário Dive into the world of footcare with us Enjoy easy effective relief at home Invest in your pedicure kit today Sponsored by Apothecary PR 5 6º ano do Ensino Fundamental 5 6º ano do Ensino Fundamental Your feet work hard give them the care they deserve Tips for footcare wear cozy socks use foot cream trim nails straight across soak and exfoliate regularly wear properfitting shoes and consider professional pedicures 7 6º ano do Ensino Fundamental Filosofi a 5 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 51 Como eu conheço melhor Fig51 C omo vimos anteriormente uma das principais tarefas da fi losofi a desde o seu desabrochar na Grécia Antiga é tentar descobrir como o ser humano é capaz de conhecer como se processa o conhecimento dentro de todos nós de que forma somos capazes de organizar nossas ideias e estabelecer relações entre uma coisa e outra adquirindo assim a capacidade de buscar respostas que satisfaçam a eterna busca pela verdade Vimos também que alguns fi lósofos dizem que o conhecimento é um atributo estritamente oriundo da razão e que outros afi rmam que só se pode conhecer por meio de percepções e sensações provenientes das experiências pelas quais passam os indivíduos É importante antes de tudo refl etir a respeito deste fato o ser humano é sempre movido por perguntas por desafi os na intenção de resolver problemas e está o tempo todo e m busca de respostas que satisfaçam a sua curiosidade ou a sua necessidade E tão logo surja uma resposta Filosofi a 8 Volume 2 aceitável ele imediatamente elabora uma nova pergunta Você já pensou nisso Assim que o ser humano nasce ele já tem curiosidade já abre os olhinhos para o mundo e tudo observa encantandose com todas as cores os sons os movimentos Ao fi car maiorzinho tem vontade de experimentar sabores e texturas novas de pôr a mão em tudo de sentir como as coisas à sua volta funcionam e quando começa a falar chega à fase das perguntas pergunta tudo qualquer coisa quer saber por que o Sol nasce por que a estrela brilha de onde vem a chuva como a fl or cresce onde mora a minhoca Foi dessa forma perguntando e perguntando que o mundo foi se transformando as ciências foram sendo criadas e com elas novas teorias sendo testadas motivando o desenvolvimento do mundo tecnológico a cada dia dando a impressão de que o futuro está aqui neste momento As perguntas terminaram então Não Eis o segredo humano as perguntas nunca terminam No entanto nem todas as perguntas podem ser consideradas fi losófi cas Algumas são apenas perguntas do dia a dia Você sabe identifi car a diferença Saiba mais Thauma palavra grega que deriva de thaumadzein admiração eou espanto diante do que é tal como é é o começo de toda fi losofi a De acordo com Aristóteles fi lósofo nascido em Estagira na Grécia Antiga o desejo de conhecer é inerente à natureza humana e nasce do assombro que sentimos diante do mundo Os homens desde sempre encontram no espanto o motivo para fi losofar No início eles se maravilhavam diante dos fenômenos mais simples para os quais não podiam encontrar respostas e depois aos poucos iam ao encontro de soluções para problemas mais complexos Quem se vê em um estado de incerteza e de espanto acredita ser ignorante e se os homens começam a fi losofar por amor ao saber e não por necessidade prática com certeza encontrarão por meio desse espanto um conhecimento seguro Segundo Aristóteles como a refl exão fi losófi ca é uma atividade desinteressada não imediatamente útil à resolução dos problemas da vida cotidiana é necessário que o homem resolva os problemas de sobrevivência antes de se dedicar a essa prática Fig53 Fig52 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 9 6º ano do Ensino Fundamental Exercícios de sala 1 Analise a letra da canção de Paulo Tatit e nas linhas a seguir relacionea à fi losofi a quanto ao espanto ao assombro que ela nos traz e suas imensas e fantásticas consequências EU PAULO TATIT Perguntei pra minha mãe Mãe onde é que você nasceu Ela então me respondeu Que nasceu em Curitiba Mas que sua mãe que é minha avó Era fi lha de um gaúcho Que gostava de churrasco E andava de bombacha E trabalhava num rancho E um dia bem cedinho Foi caçar atrás do morro Quando ouviu alguém gritando Socorro socorro Era uma voz de mulher Então o meu bisavô Um gaúcho destemido Foi correndo galopando Imaginando o inimigo E chegando no ranchinho Já entrou de supetão Derrubando tudo em volta Com o seu facão na mão Para o alívio da donzela Que apontava estupefata Para um saco de batata Onde havia uma barata E ele então se apaixonou E marcaram casamento Com churrasco e chimarrão E tiveram seus três fi lhos Minha avó e seus irmãos E eu fi co imaginando Fico mesmo intrigado Se não fosse uma barata Ninguém teria gritado Meu bisavô nada ouviria E seguiria na caçada Eu não teria bisavô bisavó avô avó pai mãe Eu não teria nada Nem sequer existiria Perguntei para meu pai Pai onde é que você nasceu Ele então me respondeu Que nasceu lá em Recife Mas seu pai que é meu avô Era fi lho de um baiano Que viajava no sertão E vendia coisas como Roupa panela e sabão E que um dia foi caçado Pelo bando do Lampião Que achava que ele era Da polícia um espião E se fez a confusão E amarraram ele num pau Pra matar depois do almoço E ele então desesperado Gritava Socorro E uma moça apareceu Bem no último instante E gritou para aquele bando Esse rapaz é comerciante E com muita habilidade Ela desfez a confusão E ele então deulhe um presente Um vestido de algodão E ela então se apaixonou Se aquela moça esperta Não tivesse ali passado Ou se não se apaixonasse Por aquele condenado Eu não teria bisavô Nem bisavó nem avô Nem avó nem pai Pra casar com minha mãe Então eu não contaria Esta história familiar Pois eu nem existiria Pra poder cantar Nem pra tocar o violão Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvR7Nfy aAww Acesso em 13 mar 2018 Filosofi a 10 Volume 2 2 Dê três exemplos de perguntas fi losófi cas no espaço a seguir 3 Dê três exemplos de perguntas comuns do dia a dia 4 Após fazer os exercícios anteriores responda Qual é a diferença entre uma pergunta fi losófi ca e uma pergunta não fi losófi ca 52 A arte do diálogo O CONSTANTE DIÁLOGO Há tantos diálogos Diálogo com o ser amado o semelhante o diferente o indiferente o oposto o adversário o surdomudo o possesso o irracional o vegetal o mineral o inominado Diálogo consigo mesmo com a noite os astros os mortos as ideias o sonho o passado o mais que futuro Escolhe teu diálogo e tua melhor palavra ou teu melhor silêncio Mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos Andrade Carlos Drummond de Andrade In Discurso de Primavera e algumas sombras 2014 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 11 6º ano do Ensino Fundamental Quando pensamos em fazer perguntas logo pensamos também nas respostas O diálogo é muito importante para o conhecimento do mundo e de nós mesmos pois apenas quando estamos dispostos a ouvir a opinião do outro é que podemos ampliar nossa visão e construir verdadeiramente o conhecimento A ágora de Atenas uma das mais importantes era onde os cidadãos atenienses se reuniam para debater os problemas da pólis discutir a elaboração de leis dialogar e vivenciar a democracia grega Era o lugar central da reunião pública centro de vida política e econômica de Atenas Foi denominada pelos historiadores como o coração da democracia grega Fig54 IDEIA 1 IDEIA 2 Fig55 1 2 2 1 Fig56 1 2 3 2 1 3 Fig57 Quem participa de um diálogo geralmente tem uma ideia pronta e se estiver disposto a debater poderá somar pontos de vista Veja Antes do diálogo Depois do diálogo a pessoa tem a possibilidade de conhecer outro ponto de vista Caso haja um consenso a pessoa poderá sair do diálogo muito mais rica com outro ponto de vista e com uma possível solução Eis o início de um novo conhecimento Quando juntamos então dois termos estamos na realidade fazendo um caminho com muitas possibilidades podemos seguir por uma ponte que nos liga passar por um muro que nos separa ou por uma nova estrada para percorrermos juntos O diálogo é uma forma humana de nos relacionarmos com o outro Mas para que isso ocorra é preciso primeiramente reconhecer que somos diferentes somos singulares Precisamos reconhecer a dignidade do outro ser humano que dialoga conosco sua liberdade precisamos reconhecêlo em suas características que o fazem diferente de nós Muitas vezes essa diferença pode causar medo pois se o outro for visto por nós somente pelo prisma das diferenças cultura moral religião estética isso pode levar à incompreensão e à intolerância No diálogo é preciso ter em mente que uma pessoa não é mais importante que a outra As únicas coisas que importam de fato em um diálogo é abrirse para a escuta e renunciar aos preconceitos Quando agimos assim é possível olhar o outro com empatia atitude que se alimenta de uma observação participativa Desse modo compreendemos que a verdade do outro tem a mesma legitimidade que a nossa Filosofi a 12 Volume 2 É o diálogo que permite passar não apenas a expressão de identidade e diferença mas também partilhar os valores do outro não para trazêlos para nós mas para compreendê los Dialogar não é anular as diferenças e aceitar as convergências é fazer viver as diferenças ao mesmo tempo das convergências o diálogo não tem como fi m o consenso mas um progresso recíproco um avançar em conjunto Assim o diálogo abre estradas antes desconhecidas Vamos fazer um exercício de dialogar Ele será regido por algumas regras Observe Exercícios de sala SINAIS PARA DIALOGAR Durante um diálogo fi losófi co é preciso se afastar do modelo habitual de conversação em que impera a opinião de cada um que diz o que pensa sem que isso seja verdadeiramente analisado pelos outros É importante saber como participar de uma saudável disputa dialética com refutações contrarrefutações feitas aos argumentos uns dos outros e que estas sejam capazes de aprofundar o diálogo em outras direções É importante compreender que a fi losofi a busca argumentos e não meramente opiniões Na verdade a opinião muitas vezes não está disposta a adaptações Por outro lado o argumento sempre pode ser revisto adaptado e melhorado Cada um dos sinais a seguir corresponde a uma ferramenta básica para dialogar e ao mesmo tempo incentiva todos a participarem do diálogo fi losófi co fazendo possíveis intervenções que possam clarear as ideias e o raciocínio dos participantes tonandoos assim mais conscientes da importância de dialogar I Dedo levantado Quero responder à pergunta II Mão aberta Quero criticar o argumento de um amigo III Mão fechada Tenho uma pergunta IV Dedos em V Quero defender a posição de um amigo com um novo argumento 5 Sugestão para diálogo fi losófi co a No início do diálogo escolher aleatoriamente três perguntas da lista abaixo Queremos saber quem realmente somos Sabemos quem realmente somos Inventar uma história é inventar uma mentira Qual a melhor vida que posso ter É possível fazerse o que não se quer Fig58 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 13 6º ano do Ensino Fundamental Sou mais importante que os outros É bom ter medo Podemos escolher quem somos b Registramse as três perguntas no quadro c Breve diálogo seguido de votação para escolher a pergunta da sessão d Diálogo fi losófi co tendo como ponto de partida essa pergunta Saiba mais Frida Kahlo foi uma das maiores artistas do México nas décadas de 30 e 40 Conhecida por sua vida conturbada e cheia de tragédias Frida não desistiu tão cedo e continuou lutando pelo que ela mais gostava a pintura e seu marido Diego Rivera Com apenas 6 anos de idade Frida contraiu a poliomielite afetando sua perna direita que fi cou atrofi ada impedindoa de se locomover normalmente Por conta disso Frida sempre usava calças vestindose como um menino ou as saias exóticas pelas quais fi cou famosa depois Em 1924 começou a ajudar seu pai Guillermo Kahlo fotógrafo Ele a ensinou a fotografar revelar retocar e colorir fotografi as o que seria de grande valia para ela no futuro Meu pai foi para mim um grande exemplo de ternura de trabalho E acima de tudo de compreensão de todos os meus problemas Em 1925 com apenas 18 anos Frida sofreu um acidente que a deixou à beira da morte Suas costas e pélvis foram perfuradas por um cano do ônibus que se chocou com um bonde Ficou meses de cama e se recuperando do acidente onde sofreu várias cirurgias para praticamente reconstruir o seu corpo todo sofreu fraturas na espinha dorsal clavícula e costelas pélvis ombros e pé Durante todo este tempo fi cou praticamente imobilizada na cama usando coletes ortopédicos Foi então que começou a pintar para fugir do aborrecimento pintava estes coletes e pequenas telas A maioria de suas obras são autorretratos porque na cama olhando para o espelho era a imagem que tinha para suas pinturas Pinto autorretratos porque estoy gran parte de mi tiempo sola porque soy la persona a quien mejor conozco Frida Kahlo Tradução Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor Em 27 de julho de 1953 Frida tem a perna direita amputada até a altura do joelho Em seu diário encontra se o desenho da perna amputada como uma coluna rodeada de espinhos com a legenda Piés para qué los quiero si tengo alas pa volar Tradução Pés para que te quero se tenho asas para voarCarolina D Disponível em httpwwwcentral42combrnovoos105anosdefridakahlo Acesso em 10 fev 2018 Fig59 Autorretrato com colar de espinhos e beijafl or Frida Kahlo 1940 Filosofi a 14 Volume 2 Frida teve uma vida de dores físicas e emocionais bem como histórias incríveis de superação Apesar disso ela sempre foi autoconfi ante e autossufi ciente no que se refere ao seu talento e ao seu trabalho artístico Tudo isso facilitou talvez seu processo de autoconhecimento Mas afi nal o que seria esse autoconhecimento de que tanto se fala por aí E por que isso seria tão importante para o processo de aprendizagem do indivíduo Simples mas nem tanto Como você conseguiria chegar a um lugar sem o endereço ou pelo menos uma referência De que forma seria possível conhecer uma história sem nunca a ter ouvido Há como aprender uma coreografi a sem ensaios Ou participar de um concerto musical sem saber a partitura ou manusear o instrumento escolhido para tocar Pois é Da mesma forma funciona o nosso próprio ser Se não somos capazes de nos conhecer certamente teremos surpresas desagradáveis com nossa própria atuação no mundo É importante conhecer nossos limites para que não sejamos levados por ilusões as quais muitas vezes nos cegam e nos fazem cometer erros que gerarão arrependimentos no futuro Veja um exemplo simples Como posso imaginar que quero ser astronauta quando eu crescer se eu tenho difi culdades de fi car presa por muito tempo em um mesmo lugar e além disso tenho medo de altura Como posso querer ser cantora de uma grande ópera italiana se eu não tenho capacidade vocal que me permita isso sendo inclusive muito desafi nada Como posso querer ser salvavidas numa praia do Nordeste brasileiro se morro de medo de água Para que eu possa traçar os planos do meu futuro dos meus objetivos em primeiro lugar eu preciso me conhecer conhecendo assim meus limites e minhas capacidades Só assim eu serei capaz de brilhar naquilo que eu escolher como meu destino profi ssional Dessa forma se eu quero ser cantor e sou desafi nado preciso trabalhar muito para melhorar minha voz se desejo imensamente ser salvavidas e tenho medo de água terei que me esforçar com afi nco para superar esse medo e conseguir gostar da água entender meu medo e nadar Ou seja se conheço meus limites terei como lutar para superálos caso seja essa a minha vontade Muito bem mas como é possível se autoconhecer Nós passamos mais tempo de nossa vida observando o outro verifi cando as atitudes externas a nós sendo orientados pelos feedbacks que o outro nos dá sobre nós mesmos Talvez o primeiro passo então seja parar um pouco de olhar para o outro e passar a olhar para nós mesmos tentando reconhecer nossas próprias reações em situações diversas conhecendo assim nossos padrões de comportamento E era isso que Sócrates fazia há muito tempo Para ele um diálogo honesto sobre ideias e pensamentos poderia levar ao conhecimento verdadeiro O autoconhecimento e a fi losofi a Sempre entre jovens sempre em discussões Sócrates não deixou nada escrito para a posteridade e quase tudo que se sabe sobre suas ideias e sua personalidade originase das obras de Platão seu principal discípulo e do livro Memorabilia do historiador clássico grego Xenofonte Esses dois autores cerca de 40 anos mais novos que ele só testemunharam mesmo sua última década da vida Nesse período sua atividade consistia em debater temas de fi losofi a com base nos conceitos da moral e da ética Sócrates viveu na época dos sofi stas Protágoras e Górgias e com eles também dialogou muito sobre o ser humano e as coisas humanas Mas ele combatia as ideias dos sofi stas achavaas muito relativistas pois ambos diziam por exemplo que a verdade a bondade e a justiça dependiam de cada pessoa e de como e onde ela vivia Sócrates ao contrário defendia que esses valores deveriam ser iguais para todas as pessoas Além disso os sofi stas na visão de Sócrates estavam mais preocupados com a forma das coisas com a beleza aparente com o discurso bem feito e bem elaborado com argumentações precisas e capazes de convencer a todos Para o fi lósofo ao A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 15 6º ano do Ensino Fundamental contrário o que importava era conhecer a verdade em seu conteúdo profundamente sua essência real e única que fosse capaz de ser transformadora de almas Sócrates pregava a necessidade de o homem manter uma sensação de propósito e progresso em sua vida Todos os seus pensamentos e ações dirigiamse a essa meta Indiretamente ele chamava a atenção para que o indivíduo fi casse atento a si mesmo capacitandose para ajudar o mundo Para ele apenas através do autoconhecimento surge uma possibilidade de haver um grande entendimento O mundo dá muitas voltas E o homem contemporâneo passa a se inspirar cada vez mais na base fi losófica de Sócrates Após ter atingido o apogeu da revolução tecnocientífi ca e se sentir mais solitário angustiado ansioso e infeliz do que nunca só lhe resta buscar o conhecimento capaz de assegurar algo tão complexo e tão simples ao mesmo tempo a conquista da serenidade O homem precisa de muita sabedoria para enfrentar o futuro Sócrates eternizouse com a sua verdade sobre o que é essencial à natureza humana Para ele a refl exão profunda poderia transformar um indivíduo Ele até tinha um método ou uma forma de dialogar Diganos oráculo de Apolo qual é o homem mais sábio da Grécia Entre os gregos assim como no resto do mundo respondeu o oráculo não existiu mortal mais sábio do que Sócrates pois Sócrates era apaixonado pela verdade Sócrates incentivava os homens a conhecerem a si mesmos Andava pelas ruas de Atenas interpelando quem encontrava pelo caminho Salve ó melhor dos homens cidadão de Atenas a maior das cidadesEstado Preocupase com as honras a reputação os prazeres e a fortuna Mas pensa também em procurar a verdade em tornar sua alma mais sábia em suma em praticar a fi losofi a Quando seus interlocutores se julgavam grandes sabichões Sócrates divertiase fazendolhes tantas perguntas que eles terminavam por admitir sua ignorância Quando esbarrava com ignorantes Sócrates colocavaos na trilha da sabedoria O próprio Sócrates afi rmava saber apenas uma coisa que nada sabia MONGIN Jean Paul Le BRAS Yann A morte do divino Sócrates São Paulo Martins Fontes 2010 p 4 7 O método socrático Esse método iniciavase com perguntas que Sócrates fazia a seu interlocutor a fi m de rever suas ideias fazendoo perceber que na verdade ele não tinha clareza do conceito como antes acreditava ter ou que suas conclusões eram baseadas em preconceitos É a chamada ironia socrática ou seja a parte irônica do diálogo em que se busca mostrar que as conclusões sem refl exão podem levar ao engano ou ao erro Essas conclusões aparentemente podem parecer corretas mas se forem investigadas se mostrarão falsas Depois disso ainda por meio do diálogo Sócrates ajudava seu interlocutor a pensar mais calma e claramente sobre suas ideias a fi m de trazer à luz verdades antes não percebidas Ele se dizia uma espécie de parteiro de ideias pois assim como uma parteira ajuda a dar à luz um bebê Sócrates ajudava a trazer à vida ideias verdadeiras antes desconhecidas pelos seus interlocutores Essa segunda parte do diálogo socrático é conhecida como maiêutica ou seja a arte de realizar partos Para Sócrates por meio do diálogo era possível investigar raciocinar e refl etir sobre todos os conceitos ponderando sobre possíveis contradições e aos poucos clarifi cavamse as ideias e os pensamentos Filosofi a 16 Volume 2 Cada conceito corta o acontecimento o recorta a sua maneira A grandeza de uma fi losofi a avaliase pela natureza dos acontecimentos aos quais seus conceitos nos convocam ou que ela nos torna capazes de depurar em conceitos Portanto é necessário experimentar em seus mínimos detalhes o vínculo único exclusivo dos conceitos com a fi losofi a como disciplina criadora O conceito pertence à fi losofi a e só a ela pertence DELEUZE GUATTARI O que é a Filosofi a p 43 Fig510 Exercícios de sala 6 Uma das formas de relaxamento que se conhece bem e que pode nos ajudar a nos aproximar de nós mesmos é a arte Vamos colorir uma tela de Frida Kahlo em silêncio e tentar entrar em contato com a pessoa que mora dentro de cada um de nós Fig511 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 17 6º ano do Ensino Fundamental 7 Analise esta frase e expliquea Autoconhecimento um caminho que ninguém pode fazer por você 8 De que forma a conquista da serenidade pode ser ao mesmo tempo tão complexa e tão simples 9 Marque as afi rmativas corretas a Para sofi stas como Protágoras e Górgias a verdade deveria ser defendida em qualquer situação b Tanto Sócrates como os sofi stas mudaram o foco da atenção da fi losofi a para os seres humanos e não mais sobre a natureza c Para Sócrates convencer as pessoas de seu ponto de vista era o correto a se fazer assim elas seriam felizes d Os sofi stas preocupavamse com o conteúdo da verdade com a essência dos conceitos e Para Sócrates o ser humano deveria se ater a buscar as verdades universais 10 Assim como Frida que sempre fazia autorretratos no espaço a seguir você fará o seu e além de desenhar a si próprio completará o texto Capriche pois você estará falando da pessoa mais importante da sua vida Meu autorretrato desenho Meu autorretrato texto Nasci em Altura Número do meu calçado Amo Tenho preferência por Não gosto de Amo música Minha leitura predileta é A vida é como Mesmo tendo apenas anos já sei que sou capaz de Meu nome é Filosofi a 18 Volume 2 Sócrates a fi losofi a como conhecimento de si mesmo Por Michel Aires de Souza Fig512 Sócrates viveu em Atenas no século V aC É considerado o pai do racionalismo ocidental Nada escreveu em vida Tudo o que sabemos dele foi graças a seu discípulo Platão Ao contrário dos primeiros fi lósofos gregos que se preocupavam com os problemas da natureza Sócrates rendeu homenagem aos problemas morais Apesar disso suas ideias foram assimiladas pelas ciências do mundo ocidental Foi com ele que a civilização ocidental aprendeu que a ciência episteme só tem sentido se é fundamentada em verdades universais A verdade deve ter validade em qualquer lugar em qualquer tempo e para qualquer indivíduo Graças a ele que a civilização ocidental começou a valorizar a razão a verdade e o conceito Sócrates era filho de uma parteira e ensinava filosofia em praça pública Ele usava uma túnica costumava caminhar descalço e não tinha o hábito de tomar banho Ficava às vezes horas parado imóvel filosofando sobre algum problema Ao questionar valores modos de ser e pensar Sócrates encontrou muitos inimigos Por isso foi condenado à morte Foi acusado de corromper os jovens de Atenas e de questionar os deuses da cidade A história de sua condenação foi contada por seu discípulo Platão no famoso livro A apologia de Sócrates Este livro descreve a defesa de Sócrates diante do tribunal de Atenas Por meio de perguntas Sócrates interpelava os transeuntes em praça pública e ali discutia os mais diversos assuntos O que é o bem O que é a justiça O que é a virtude Toda sua fi losofi a estava a serviço do conhecimento do homem e de sua vida moral Uma frase que fazia parte de sua fi losofi a era conhece te a ti mesmo que estava escrita na entrada do templo de Apolo O conhecimento de si mesmo implicava o conhecimento de nossas ações de nossos desejos e de nossa vida moral Para ele a sabedoria consistia em vencer a si mesmo e a ignorância em ser vencido por si mesmo Sua indagação principal era sobre a justa vida e o viver bem Uma vez lhe perguntaram qual lhe parecia a melhor tarefa para o homem Ele sem rodeios respondeu viver bem Mas viver bem para Sócrates não era viver dos prazeres e da ociosidade mas viver da contemplação do conhecimento e do cuidado de si Por toda parte Sócrates ia persuadindo a todos jovens e velhos a não se preocuparem exclusivamente e nem tão ardentemente com o corpo a beleza e a riqueza Dizia que devemos nos preocupar mais com a alma para que ela seja quanto possível melhor Ele identifi cava a virtude com o conhecimento Afi rmava que ninguém faz o mal porque quer mas por ignorância Ninguém erra voluntariamente Somente o ignorante não é virtuoso Todo homem que conhece o bem é virtuoso Ser virtuoso para Sócrates é conhecer as causas e o fi m das ações permitindo uma vida moral e virtuosa em direção à ideia de bem Por isso ele defendia a ideia de que a melhor forma de se viver era cultivando o próprio desenvolvimento ao invés de buscar os prazeres e os bens materiais Quando nos conhecemos difi cilmente agimos por impulso difi cilmente somos dominados por nossas paixões mais resolvidos e determinados somos em nossos objetivos Conhecer a si mesmo signifi ca em resumo que devemos nos ocupar menos com riquezas fama e poder e nos preocupar mais com o cultivo de si do conhecimento do bem do belo e da verdade Somente assim é possível conseguir um pouco de verdadeira felicidade Disponível em httpsfi losofonetwordpresscom20110714socratesafi losofi acomoconhecimentodesimesmo Adaptado Acesso em 05 fev 2018 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 19 6º ano do Ensino Fundamental Exercícios de sala 11 Nós falamos de método de diálogo de sistematização Vamos utilizar tudo isso num exercício divertido O professor dividirá a turma em grupos os quais deverão seguir estas instruções 1 A primeira casa tem parede verde PISTAS Qual das casas tem janela azul DESCUBRA DINÂMICA DAS CASINHAS Qual das casas tem porta laranja 2 A casa do meio tem janela vermelha 3 A casa de chaminé verde tem janela vermelha 7 A casa de telhado laranja tem chaminé amarela 8 A casa de parede laranja tem telhado amarelo 9 A casa vizinha à de porta verde tem chaminé amarela 10 A casa de telhado verde tem janela laranja 11 A casa de parede vermelha tem janela amarela 12 A casa de parede amarela que também tem chaminé azul não tem janela laranja 14 A casa de chaminé laranja é vizinha da que tem porta vermelha 13 A casa de parede azul cuja chaminé é vermelha possui porta amarela 6 A casa de telhado vermelho a qual tem janela verde fica à esquerda da que tem telhado verde 5 A casa de chaminé verde tem porta azul 4 A casa de parede verde fica ao lado da casa de telhado azul Exercícios propostos 12 Esta atividade será feita em duplas em horário extraturno Vocês percorrerão o Colégio com o intuito de entrevistarem funcionários alunos e professores utilizando o método socrático para descobrir se todos têm uma resposta rápida e pronta para as perguntas indicadas a seguir A sugestão é que sejam entrevistadas pelo menos cinco pessoas e que tudo seja anotado nome do entrevistado idade resposta Depois da entrevista pronta faça um relatório no caderno a fi m de mostrálo ao professor na data marcada por ele Bom trabalho Sugestões de perguntas O que é justiça O que é bondade O que é verdade O que é beleza Filosofi a 20 Volume 2 O autoconhecimento saber de si para cuidar de si Viu só A questão do autoconhecimento já é vista como de extrema importância desde a época de Sócrates A ação de buscar se conhecer é imensa por se tratar da única maneira de o homem ser capaz de verdadeiramente compreender suas emoções e sentimentos como são e assim buscar uma forma de modifi car o que trava o seu progresso íntimo Ser capaz de ter domínio sobre suas ações é uma característica básica para conquistar uma vida tranquila e feliz Esse grande fi lósofo caro aluno jamais afi rmou que era sábio Ao contrário ele dizia nada saber ou seja ele tinha consciência de que sempre havia o que aprender que nunca se sabe o bastante Além disso com seu método ele tinha consciência de que não ensinava nada a ninguém ele apenas ajudava como uma parteira a dar à luz ideias das pessoas que conversavam com ele Seus interlocutores descobriam ideias novas descobriam a verdade por si mesmos apenas com o estímulo desse grande professor Sócrates por meio do diálogo convidava as pessoas a olharem para si próprias para refl etirem com profundidade sobre suas atitudes ou seja convidava seus interlocutores para iniciarem um processo de autoconhecimento Exercícios de sala 13 Por que Sócrates mesmo afi rmando que nada sabia era considerado o mais sábio dentre os sábios de sua época 14 Leia este diálogo de duas amigas que se encontram depois das férias Olá Maria tudo bem Tudo Paula e você Quantas compras O que você tem aí Ah acabo de chegar do shopping e comprei uma calça linda na promoção paguei R 50000 Comprei também uma bolsa maravilhosa foi apenas R 35000 acredita Nossa Mesmo E pensar que ontem meu pai me fez comprar um livro de História e dois de Filosofi a Os dois custaram R 15000 Olha que absurdo Que horror Que livros caros Imagine que Sócrates estivesse presente nessa conversa Como você acha que ele reagiria Explique A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 21 6º ano do Ensino Fundamental O autoconhecimento reconhecer de forma sincera suas ações individuais diante de processos de ensinoaprendizagem Primeiramente devemos estar dispostos a nos conhecer mas isso nem sempre será um processo fácil Se quisermos por exemplo nos livrar de um mau hábito como o de falar palavrões teremos que nos policiar o tempo todo Precisamos ter a humildade de compreender que devemos ter paciência conosco mesmos ter autodisciplina e muito esforço Nada se modifi ca sem que se tenha um tempo para que a modifi cação aconteça Leia este texto com atenção e em seguida responda às questões de 15 a 18 1 Ando pela rua Há um buraco fundo na calçada Eu caio Estou perdido Sem esperança Não é culpa minha Levo uma eternidade para encontrar a saída 2 Ando pela mesma rua Há um buraco fundo na calçada Mas fi njo não vêlo Caio nele de novo Não posso acreditar que estou no mesmo lugar Mas não é culpa minha Ainda assim levo um tempão para sair 3 Ando pela mesma rua Há um buraco fundo na calçada Vejo que ele ali está Ainda assim caio É um hábito Meus olhos se abrem Sei onde estou É minha culpa Saio imediatamente 4 Ando pela mesma rua Há um buraco fundo na calçada Dou a volta 5 Ando por outra rua RINPOCHE SOGYAL O Livro Tibetano do Viver e do Morrer Ribeirão Preto Sp Talento 1999 São Paulo Palas Athena 2015 Filosofi a 22 Volume 2 Exercícios de sala 15 Como podemos relacionar esse texto à questão do autoconhecimento 16 Podemos afi rmar que ao fi nal do texto a pessoa se conhecia melhor Justifi que sua resposta 17 De que forma por não nos conhecermos podemos difi cultar a nossa vida Dê um exemplo 18 O fato de conviver com outras pessoas pode nos ajudar no processo de autoconhecimento Justifi que sua resposta 19 Observe esta imagem e faça o que se pede a O que esse gatinho pode ter percebido sobre si mesmo ao olhar para a sua imagem refl etida no espelho b De que forma se pode relacionar essa imagem à frase Conhecete a ti mesmo Fig513 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 23 6º ano do Ensino Fundamental O fortalecimento do ser humano a partir do conhecimento do seu interior O autoconhecimento segundo a psicologia signifi ca o conhecimento de um indivíduo sobre si mesmo A prática de se conhecer melhor faz com que uma pessoa tenha controle sobre suas emoções independentemente de serem positivas ou não Tal controle emocional provocado pelo autoconhecimento pode evitar sentimentos de baixa autoestima inquietude frustração ansiedade instabilidade emocional e outros atuando como importante exercício de bemestar e ocasionando resoluções produtivas e conscientes acerca de seus variados problemas Toda pessoa possui o refúgio dos seus recursos pessoais mas esse pode ser acionado de forma a não se desgastar se houver o controle das emoções ou ainda ser utilizado de forma a obter futura recomposição Ela também consegue permanecer equilibrada em casos de fatores externos como críticas perda de emprego término de relacionamento e outros que enfraquecem o emocional O conhecimento de si próprio estimula a detectar fatores negativos a fi m de modifi cálos favoravelmente Podese buscar o autoconhecimento a partir da detecção dos defeitos e qualidades sendo esses externos corporais e internos emocionais O equilíbrio entre os fatores internos e externos deve ser buscado para que não haja espaço para manipulação e fragilidade Também pode haver refl exão de vida analisando o comportamento obtido até então e as atitudes tomadas para que se consiga detectar maus atos e comportamentos a fi m de que não mais ocorram Por Gabriela Cabral Disponível em httpbrasilescolauolcombrpsicologiaautoconhecimentohtm Adaptado Acesso em 12 fev 2018 Fig514 Pensando sobre mim mesmo sinceridade dedicação e autodisciplina Vamos fazer duas atividades bem interessantes agora Mas é necessário que você seja bem sincero ok Vamos lá 20 Você vai preencher o quadro a seguir com algumas informações relacionadas ao seu cotidiano Na primeira parte do quadro escreva sobre as coisas que você mais gosta de fazer e consegue realizá las na segunda parte escreva sobre as coisas que você mais gostaria de fazer e que por algum motivo não as realiza na terceira coisas que você não gosta de fazer mas as faz assim mesmo e por fi m na quarta parte coisas que você não gosta de fazer e realmente não as faz CURTOGRAMA 1 Curto e faço 2 Curto e não faço 3 Não curto e faço 4 Não curto e não faço Filosofi a 24 Volume 2 21 Escolha uma mãozinha para escrever em cada um dos dedos os seus pontos fortes qualidades Nos dedos da outra mão escreva os seus pontos fracos defeitos Há três grandes obstáculos internos que devem ser enfrentados a fim de se chegar ao autoconhecimento Vamos ver um pouco sobre cada um deles Sinceridade A sinceridade é uma atitude importante em que as pessoas para conseguirem enfrentar seus problemas precisam ser honestas e verdadeiras em todas as áreas da vida cotidiana A sinceridade é um dos valores mais importantes e mais louváveis de uma pessoa pois se baseia em ser e agir sentir ou pensar deixando de lado qualquer tipo de fi ngimento ou hipocrisia As pessoas que não são sinceras muitas vezes também sofrem Em muitos casos a falta de sinceridade é dada a partir da timidez ou do medo de dizer algo que se acredita que não vai ser aceito em seus grupos Em outros casos a hipocrisia ou a falta de sinceridade são especifi camente procuradas para obter certos resultados mas em ambos os casos gera algum confl ito na pessoa que não pode mostrar e assumir como é Enquanto na maioria dos casos a sinceridade é uma atitude positiva se não for dosada pode também signifi car algo negativo pois o excesso de sinceridade pode ser visto como agressão ou em alguns casos falta de educação Disponível em httpqueconceitocombrsinceridade Adaptado Acesso em 20 fev 2018 Fig515 A fi losofi a e o autoconhecimento defendendo meus propósitos 25 6º ano do Ensino Fundamental Propósito É necessário ter muita vontade de realizar qualquer coisa que nos propomos sem propósito nada será plenamente realizado Nada poderá ser concluído se não houver dedicação esforço e empenho e tudo isso está relacionado à ideia de se ter um propósito Veja imagine que se queira muito aprender a tocar um instrumento Se não houver um propósito íntimo muito forte de realmente se dedicar às aulas às horas intermináveis de treino em casa aos possíveis fracassos jamais se chegará ao objetivo O mesmo ocorre com qualquer situação de nossa vida como também quando nos propomos a nos conhecer intimamente Autodisciplina A autodisciplina é a habilidade de se posicionar para agir independentemente de seu estado emocional é quando se toma uma decisão consciente e é praticamente garantido que dará continuidade a ela É como um músculo do corpo de um ser humano quanto mais você o treina mais ele se desenvolve e quanto menos você treina mais vai fi cando fraca Dessa forma não se pode exigir de todos o mesmo grau de autodisciplina mas é necessário que se crie esse hábito se o desejo for realmente ter sucesso na vida A forma de se conquistar autodisciplina é progressiva vai aumentando aos poucos de acordo com o aumento da capacidade interna adquirida com o hábito de se olhar com sinceridade e propósito O autoconhecimento e as ferramentas da razão propósito interesse e disposição para o conhecimento A partir do momento em que o ser humano se sente capaz de começar a se autoconhecer imediatamente ele se abre também para o interesse pelo conhecimento verdadeiro passando a ter mais disposição para desvendar o oculto descobrir novos caminhos e novas possibilidades O ser humano quando se vê livre de preconceitos e não tem medo de enxergar a sua própria história tem uma consciência livre e tranquila O autoconhecimento passa a ser não mais um desejo de encontrar uma felicidade duradoura e eterna mas a constatação de que a felicidade é ser quem se é é aceitar todos os sentimentos humanos tanto os considerados bons quanto os considerados ruins Aprendese assim a buscar o equilíbrio Anotações Filosofi a 26 Volume 2 6 Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co O que é a fi losofi a pensando sobre a realidade de forma profunda Saiba mais Verdade Penso logo existo Acredito logo estou certo Pósverdade Fig61 A era da pósverdade é na realidade a era do engano e da mentira mas a novidade associada a esse neologismo consiste na popularização das crenças falsas das fake news e na facilidade para fazer com que os boatos prosperem A mentira dever ter uma alta porcentagem de verdade para ser mais crível E terá ainda maior efi cácia a mentira composta totalmente por uma verdade Parece uma contradição mas não é Hoje em dia tudo é verifi cável e portanto não é fácil mentir Mas essa difi culdade pode ser superada com dois elementos básicos a insistência na afi rmação falsa apesar dos desmentidos confi áveis e a desqualifi cação de quem a contradiz E a isso se soma um terceiro fator milhões de pessoas acreditam em fontes manipuladoras páginas de Internet relacionadas a determinados perfi s nas redes sociais e não se informam pelos veículos de comunicação rigorosos A pósverdade A mentira sempre é arriscada e requer formas muito potentes para sustentarse Por isso as técnicas de silêncio costumam ser mais efi cazes emitese uma parte comprovável da mensagem mas se omite outra igualmente verdadeira Aqui estão alguns exemplos A insinuação Não é preciso usar dados falsos Basta sugerilos A pressuposição e o subentendido Possuem traços em comum e se baseiam em dar algo como certo sem questionálo A falta de contexto A não existência de contexto adequado manipula os fatos Inversão da relevância Os benefi ciários desta era da pósverdade nem sempre dispõem de fatos relevantes pelos quais atacar seus adversários Por isso com frequência recorrem a aspectos secundários que transformam em relevantes os costumes pessoais a vestimenta o penteado o caráter de uma pessoa em seu entorno particular um detalhe menor de um livro ou de um artigo ou de uma obra adquirem um valor muito importante na comunicação pública em oposição ao conjunto e às atividades de verdadeiro interesse geral ou social Álex Grijelmo é autor de La Información del Silencio Cómo se Miente Contando Hechos Verdaderos A Informação do Silêncio Como se Mente Contando Fatos Verdadeiros Disponível em httpsbrasilelpaiscombrasil20170822opinion1503395946889112html Adaptado Acesso em 20 fev 2018 Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co 27 6º ano do Ensino Fundamental Em fi losofi a e mesmo no dia a dia muitas vezes duas ideias opostas ou antagônicas sobre uma questão são colocadas em debate Já vimos antes que um bom diálogo deve ser o caminho para que todas as pessoas aprendam e não apenas para que alguém ganhe o debate Chamamos de debate fi losófi co não somente o diálogo direto entre duas pessoas frente a frente mas também a análise a que as ideias de um fi lósofo ou de uma escola fi losófi ca são submetidas ou a análise de outros fi lósofos da mesma escola ou de escolas que se oponham a essas ideias É importante ressaltar que o pensamento fi losófi co precisa ser baseado em análises de fatos e argumentos de forma independente mesmo que isso contrarie as convicções de quem faz essas análises Ou seja uma análise honesta admite ouvir todos os fatos opiniões e versões de uma questão e chegar a uma conclusão mesmo que ela seja diferente do que se pensava antes É necessário olhar todos os pontos de vista sem criar uma visão tendenciosa pois isso pode ser usado para manipular e fazer com que outras pessoas adotem o ponto de vista de quem fala baseado apenas em sua retórica e não em fatos Honestidade intelectual é conseguir pensar criticar analisar interpretar com lógica e admitir que o opositor pode ter razão Um debate honesto é aquele em que todos aceitam a possibilidade de descobrir uma nova forma de ver a questão e até mudar de ideia Se uma pessoa entra em um debate certa de que sua posição é a única verdadeira e que nada do que seja dito a fará mudar de ideia essa pessoa não participará do debate de forma honesta Um argumento fi losófi co deve sempre partir de fatos e premissas conhecidas e verdadeiras e usar lógica coerente de modo a chegar a conclusões sólidas O uso de fatos falsos de lógica incorreta ou de fatores alheios ao debate para ganhar a discussão chamase falácia Uma falácia quando não detectada pode parecer um bom argumento mas em geral é um argumento fácil de desmontar por se basear em fundações frágeis Falácia é entendida como qualquer erro de raciocínio seguido de uma argumentação inconsistente Considerando que um raciocínio pode falhar de inúmeras maneiras as falácias foram classifi cadas em formais tentativa de um raciocínio dedutivo válido sem o ser e informais outro erro qualquer Há um número enorme de falácias ou erros lógicos conhecidos Abaixo alguns exemplos muito comuns e que às vezes usamos mesmo sem perceber Falsa dicotomia também conhecida como falácia do branco e preto do falso dilema ou do terceiro excluído Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas quando de fato outras alternativas existem ou podem existir Exemplo Se o sapato não é preto ele é branco O sapato não é preto Logo ele é branco É uma falácia pois sapatos podem ser de outras cores além de preto e branco Apelo à autoridade Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa Exemplo Se Aristóteles disse que o Sol gira ao redor da Terra em uma das esferas celestes então é certamente verdade Ataque pessoal ou argumento ad hominem Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado ele ataca a pessoa que fez o enunciado Exemplo Se foi um torcedor do outro time quem disse isso certamente é mentira Em vez de discutir a validade do argumento a pessoa tenta dizer que a pessoa é mentirosa Isso evita pensar em uma boa refutação para o argumento além de ser uma forma preconceituosa de pensar Disponível em httpswwwinfoescolacomfi losofi afalacia Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpscriticanaredecomfalaciashtml Adptado Acesso em 12 mar 2018 Algumas falácias são fáceis de detectar como o uso de generalizações o apelo à autoridade e argumentos que atacam o debatedor e não sua ideia No entanto há muitas falácias sutis em sua forma ou que parecem corretas a princípio principalmente aquelas que decorrem de falhas na interpretação dos fatos levando a premissas falsas Nesses casos mesmo que a lógica esteja correta a conclusão não será uma vez que decorre de premissas falsas Filosofi a 28 Volume 2 Muitas vezes utilizamos falácias em nosso discurso sem perceber Na argumentação de boafé um dos lados irá apontar as falhas do raciocínio do outro lado e ambos chegarão a um acordo a respeito da nova forma de pensar Na verdade a maior parte do trabalho de um fi lósofo é encontrar falhas na lógica de seus predecessores e aperfeiçoar ou refutar essa lógica ver dialética mais adiante Quando se utiliza uma falácia como uma forma de vencer o debate em geral isso demonstra um uso de máfé e isso é a mais grave falta que alguém pode cometer em uma argumentação fi losófi ca científi ca ou mesmo na vida diária A máfé enfraquece quem a utiliza pois é uma demonstração de que ele não possui bons argumentos para sustentar sua tese Na linguagem popular Apelou perdeu Exercícios de sala 1 METÁFORA Uma lata existe para conter algo Mas quando o poeta diz Lata Pode estar querendo dizer o incontível Uma meta existe para ser um alvo Mas quando o poeta diz Meta Pode estar querendo dizer o inatingível Por isso não se meta a exigir do poeta Que determine o conteúdo em sua lata Na lata do poeta tudonada cabe Pois ao poeta cabe fazer Com que na lata venha caber O incabível Deixe a meta do poeta não discuta Deixe a sua meta fora da disputa Meta dentro e fora lata absoluta Deixea simplesmente metáfora Gege Edições Preta Music EUA Canadá f icha técnica da faixa voz e violão Gilberto Gil Disponível em httpwwwgilbertogilcombrsecdiscoinfophpid585letra Acesso em 05 fev 2018 Analise a letra dessa canção de Gilberto Gil e tente refl etir nas linhas a seguir sobre o que você entendeu da mensagem dela Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co 29 6º ano do Ensino Fundamental 2 Analise este poema de Cecília Meireles e relacioneo ao conceito de falácia Ai palavras ai palavras que estranha potência a vossa A liberdade das almas ai com letras se elabora E dos venenos humanos sois a mais fi na retorta frágil frágil como o vidro e mais que o aço poderosa Reis impérios povos tempos pelo vosso impulso rodam MEIRELES Cecília Romanceiro da Incofi dência Retorta vaso bojuda estreito próprio para expriências químicas 3 Cuidado com as palavras Cuidado com o que você ouve lê ou escreve Você não deve acreditar em tudo o que ouve ou lê Você deve ter habilidade para lidar com discursos com textos com o que lhe dizem com argumentos que lhe apresentam nos debates do dia a dia Deve ter critérios para aceitar ou rejeitar enunciados argumentos declarações feitas Como você reagiria por exemplo aos enunciados abaixo Você os aceitaria Como você argumentaria para rejeitar os que devem ser rejeitados a A professora chamou a atenção de Joãozinho na semana passada duas vezes e nesta segunda quarta e sextafeira Não adianta mais chamar a atenção dele Vamos suspendêlo 4 É perigoso viajar em carro dirigido por mulher 5 a Os índices de analfabetismo têm aumentado muito depois do advento da televisão Obviamente ela compromete a aprendizagem b Dez milhões de pessoas não podem estar erradas Juntese a nós você também 6 Você certamente já aprendeu nas aulas de Língua Portuguesa o signifi cado de linguagem fi gurada e linguagem metafórica e percebeu que há muitas possibilidades de se dizer uma coisa querendo na verdade dizer outra bem diferente Observe Filosofi a 30 Volume 2 Seus olhos são dois oceanos O que o emissor dessa frase pode ter querido dizer com essas palavras Saiba mais EU ODEIO ESTES PNEUS EU ADORO ESSES PNEUS Fig62 Denotação Uma palavra é usada no sentido denotativo próprio ou literal quando apresenta seu signifi cado original independentemente do contexto em que aparece quando se refere ao seu signifi cado mais objetivo e comum aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro signifi cado que aparece nos dicionários sendo o signifi cado mais literal da palavra A denotação tem como fi nalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva assumindo assim um caráter prático É utilizada em textos informativos como jornais regulamentos manuais de instrução bulas de medicamentos textos científi cos entre outros Exemplos O elefante é um mamífero Já li esta página do livro A empregada limpou a casa Conotação Uma palavra é usada no sentido conotativo fi gurado quando apresenta diferentes signifi cados sujeitos a diferentes interpretações dependendo do contexto em que aparece quando se refere a sentidos associações e ideias que vão além do sentido original da palavra ampliando sua signifi cação mediante a circunstância em que é utilizada assumindo um sentido fi gurado e simbólico A conotação tem como fi nalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem através da expressividade e afetividade que transmite É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura mas também ocorre em conversas cotidianas em letras de música em anúncios publicitários entre outros Exemplos Você é o meu sol Minha vida é um mar de tristezas Você tem um coração de pedra Disponível em httpswwwnormacultacombrconotacaoedenotacao Adptado Acesso em 05 fev 2018 Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co 31 6º ano do Ensino Fundamental 7 Você sabe o que é uma metáfora Explique e dê dois exemplos Apesar de na linguagem fi gurada ou metafórica ser possível brincar com os sentidos das palavras possibilitando um grande número de interpretações para elas no discurso fi losófi co e também no científi co um dos primeiros passos é tentar eliminar as ambiguidades e dubiedades de interpretação A metáfora na fi losofi a e também na linguagem científi ca pode ser encontrada como exemplo apenas mas não como uma afi rmação real de busca da verdade O discurso fi losófi co começa por estabelecer a linguagem as defi nições e termos comuns de entendimento para o conceito que será apresentado criando até um vocabulário específi co para garantir que o que vai ser dito seja entendido igualmente por todas as pessoas Podemos exemplifi car isso com os termos ego superego e id que são utilizados por todos os estudiosos de psicologia Essas palavras garantem que quando são ditas estão sendo utilizadas no conceito psicanalítico e não como se falaria no dia a dia das pessoas Isso é criar um vocabulário específi co e que será geral e sempre utilizado pelos estudiosos do assunto em questão A criação de neologismos por parte dos fi lósofos e cientistas é livre a fi m de que o conceito que eles querem dizer seja muito bem compreendido para não causar ambiguidade na hora da interpretação caso se usasse uma palavra já existente Sigmund Freud 18561939 foi um médico neurologista e importante psicólogo austríaco Foi considerado o pai da psicanálise que infl uiu consideravelmente sobre a Psicologia Social contemporânea Desde pequeno mostrouse brilhante aluno Aos 17 anos ingressou na Universidade de Viena no curso de Medicina Durante os anos de faculdade deixou se fascinar pelas pesquisas realizadas no laboratório fi siológico dirigido pelo Dr E W von Brucke De 1876 a 1882 trabalhou com esse especialista e depois no Instituto de Anatomia sob a orientação de H Maynert Concluiu o curso em 1881 e resolveu tornarse um clínico especializado em neurologia Durante vários anos trabalhou em uma clínica neurológica para crianças onde se destacou por ter descoberto um tipo de paralisia cerebral que mais tarde passou a ser conhecida pelo seu nome Em 1884 entrou em contato com o médico Josef Breuer que havia curado sintomas graves de histeria através do sono hipnótico onde o paciente conseguia se recordar das circunstâncias que deram origem à sua moléstia Chamado de método catártico constituíram o ponto de partida da psicanálise Em pouco tempo Freud conseguiu dar um passo decisivo e original que abriu perspectivas para o desenvolvimento da psicanálise ao abandonar a hipnose substituindoa pelo método das livres associações passando então a penetrar nas regiões mais obscuras do inconsciente sendo o primeiro a descobrir o instrumento capaz de atingilo e explorálo em sua essência Durante dez anos Freud trabalhou sozinho no desenvolvimento da psicanálise Em 1906 a ele juntouse Adler Jung Jones e Stekel que em 1908 se reuniram no primeiro Congresso Internacional de Psicanálise Dois anos mais tarde o grupo fundou a Associação Internacional Psicanalítica com sucursais em vários países Disponível em httpswwwebiografi acomsigmundfreud Fragmento Acesso em 05 fev 2018 Fig63 Filosofi a 32 Volume 2 Exercícios de sala 8 Como seria na sua opinião se fosse permitido a todos os fi lósofos e também a todos os cientistas utilizar linguagem fi gurada em suas análises e descobertas 9 Caso uma receita de bolo ou uma bula de remédio fossem ambíguas quais seriam os riscos possíveis 10 Leia esta frase e faça o que se pede a seguir Cuidado As paredes têm ouvidos a Represente com um desenho a linguagem conotativa dessa frase b Transforme a linguagem dessa frase em denotativa Autodisciplina e método no pensamento fi losófi co 33 6º ano do Ensino Fundamental Conhecendo o conhecer pensamento e concentração são as bases de todo sistema fi losófi co Características do pensamento fi losófi co racional lógico e rigoroso Como vimos no Volume I do Material Didático de Filosofi a o senso comum não precisa ser rigoroso pode ser metafórico isso é normal O que importa para ele é a experiência pessoal Veja o exemplo deste ditado popular Deus ajuda quem cedo madruga Essa frase pode signifi car muitas coisas que Deus realmente ajuda quem acorda cedo segundo a crença de algumas pessoas ou que acordar cedo faz bem à saúde logo é importante levantarse cedo da cama Imagine no entanto uma pessoa que trabalhou a noite toda num plantão noturno em um hospital e chega a casa às 7h da manhã Essa pessoa não será ajudada porque foi dormir cedo Percebe como é possível haver ambiguidade nessa fala No discurso fi losófi co isso não pode acontecer ele precisa ter rigor A fi losofi a procura a resolução de problemas com a apresentação de teorias as quais são defendidas pelos fi lósofos com a utilização de argumentos As teorias podem ser consideradas melhores ou piores de acordo com os argumentos apresentados Caso não se dominem os elementos básicos da lógica não é possível saber se uma teoria fi losófi ca é ou não verdadeira Se o objetivo do estudo da fi losofi a é utilizar um pensamento crítico então não há como estudar fi losofi a sem lógica O estudo fi losófi co deve ser obrigatoriamente regido por um pensamento rigoroso Discutir ideias é conseguir argumentar a favor delas ou criar argumentos que podem ser levantados contra elas Isso exige um pensamento lógico e rigoroso O pensamento racional contribui para que o homem diferencie o certo do errado para que seja capaz de criar e articular as palavras e os pensamentos por isso o homem é um animal racional por isso ele pensa fala e tem ideias Pensar racionalmente é tentar organizar e esclarecer ter certeza do que se está fazendo sem contradições nem grandes emoções Anotações Filosofi a 34 Volume 2 7 Entendendo o que é um método a escola e a organização do conhecimento O método dialético frequentemente referido apenas como dialética é uma forma de discurso entre duas ou mais pessoas que possuem diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto mas que pretendem estabelecer a verdade através de argumentos fundamentados e não simplesmente vencer um debate ou persuadir o opositor Embora o ato em si seja fundamental na formação da fi losofi a o termo foi popularizado apenas com o advento dos diálogos socráticos de Platão Para estabelecer a dialética Sócrates encontrou na verdade o maior valor propondo que ela poderia ser descoberta através da razão e da lógica em uma discussão Dessa forma Sócrates se opôs à retórica como uma forma de arte que visa a agradar os ouvintes e também à oratória que convence por vias emocionais não requerendo lógica ou prova O propósito do método dialético é resolver os desacordos através de discussões racionais e em última análise buscar a verdade A forma herdada de Sócrates para proceder tal discussão mostra que uma hipótese pode levar a contradições forçando então retirar a hipótese que era candidata à verdade Dessa forma teríamos de encontrar outro candidato à verdade para verifi car se este também estaria comprometido com uma contradição de tal forma que pudesse ser eliminado Aquele candidato à verdade que por todos os meios não pudesse ser refutado seria então considerado como verdadeiro Esse procedimento socrático levou Aristóteles a afi rmar que a dialética é a lógica do provável daquilo que parece aceitável a todos ou à maioria mesmo quando não se pode demonstrar já que exige apenas que não seja possível eliminar o candidato à verdade A forma mais comum atualmente utilizada é a adotada por Georg Wilhelm Friedrich Hegel que consiste em abordar a questão a ser discutida na forma de tese e antítese com o objetivo de chegarse à transcendência de ambas na síntese que seria uma terceira tese Segundo esse autor o objetivo da dialética não seria interpretar a realidade mas refl etila DIALÉTICA A dialética demonstra uma progressão na qual cada movimento sucessivo surge como solução das contradições encontradas no movimento anterior A dialética de Hegel geralmente aparece fragmentada em três momentos tese por exemplo a chegada dos portugueses ao Brasil antítese o terror subsequente para os índios a sua exploração e a síntese a criação da república federativa do Brasil em que esse terror fosse minimizado Não funcional então essa síntese nova dará início a uma nova antítese criação da Funai por exemplo que nos leva à síntese de defesa dos interesses dos índios Mas Entendendo o que é um método a escola e a organização do conhecimento 35 6º ano do Ensino Fundamental Saiba mais Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um importante fi lósofo alemão do fi nal do século XVIII e começo do século XIX Foi o fundador do hegelianismo que se baseava na ideia principal de que a realidade é capaz de ser expressa em categorias reais Hegel dizia que as concepções fi losófi cas do passado eram sem vida não históricas e tendenciosas Por isso defendeu a forte ligação entre história e fi losofi a Ele nasceu em 27 de agosto de 1770 em Stuttgard Alemanha e faleceu na cidade de Berlim Alemanha em 14 de novembro de 1831 Disponível em httpswwwsuapesquisacomquemfoihegelhtm Acesso em 19 fev 2018 Fig71 Para que haja um conhecimento científi co também é necessário seguir um método que se divide em algumas etapas criação de uma hipótese criação de uma metodologia de testes realização de testes que confi rmam ou não a hipótese consolidação dessa hipótese como uma lei científi ca consolidação do conjunto de fatos premissas hipóteses e leis científicas em um conjunto único a teoria científi ca Fig72 36 Volume 2 Filosofi a Exercícios de sala 1 Analise a frase a seguir e relacionea ao que vimos no texto anterior Escreva um parágrafo de no mínimo quatro linhas Fig73 2 Segundo Hegel como é construído o conhecimento dialético Anotações 37 6º ano do Ensino Fundamental telhado chaminé janela porta muro Pedi Perfect KEY PRODUCTS TO TRY Scrub to soften Callus Removers Massage to soothe Moisturizers Oil Balm exfoliates calluses dry skin hydrates and soothes revitalises and heals Callus Eliminator by Nair Foot Scrub by The Body Shop Therapeutic Cream by Neutrogena Foot Relief Balm by Burts Bees Creamy Care Rich Crème by Crabtree Evelyn Gel Foot Mask by Dr Teals 39 6º ano do Ensino Fundamental Créditos das ilustrações Figura 51 Disponível em httpwwwacecabanacomendlesstunnelofbooks4photos Acesso em 20 fev 2018 Figura 52 Disponível em httpsptfreeimagescomsearchbabyboy Acesso em 20 fev 2018 Figura 53 Disponível em httpsbrpinterestcompin506866133033924092lptrue Acesso em 13 mar 2018 Figura 54 Disponível em httpsptslidesharenetladonordesteomundohelniconoscv ac Acesso em 13 mar 2018 Figuras de 55 a 57 Acervo CNEC Figura 58 Disponível em httpwwwsnpculturaorgobjetivododialogoavancarjuntos html Acesso em 12 fev 2018 Figura 59 Disponível em httpssaiacomartecomobraautorretrato2 Acesso em 1 fev 2018 Figura 510 Disponível em httpwwwproduzindoeventoscombrtendencias10novas ideiasparainspirarumconceitodeumeventodesucesso Acesso em 11 fev 2018 Figura 511 Disponível em httpswwwpinterestcoukaniyu666frida Acesso em 10 fev 2018 Figura 512 Disponível em httpsfi losofonetwordpresscom20110714socratesafi losofi a comoconhecimentodesimesmo Acesso em 15 fev 2018 Figura 513 Disponível em httpswwwar25orgarticlesyndromsamozvancyaabochomu nevsimshchastytistoriyavlasnogodosviduhtml Acesso em 12 fev 2018 Figura 514 Disponível em httpfi losofi auolcombrcomofuncionaoatoda autodescoberta Acesso em 12 fev 2018 Figura 515 Disponível em httpbloginformameacomconsidercareerclimbingwall Acesso em 20 fev 2018 Figura 61 Disponível em httpsonsizzlecomiverdadeposverdadepensologoacredito logoexistoestoucerto9788983 Acesso em 20 fev 2018 Figura 62 Disponível em httpvidadeadolescente22blogspotcombr201211charge alertandosobrepoluicaodoshtml Acesso em 20 fev 2018 Figura 63 Disponível em httpssuperabrilcombrculturacomoavidadefreudpode inspirarasua Acesso em 05 fev 2018 Figura 71 Disponível em httpwwwcitadorpttextosageorghegel Acesso em 19 fev 2018 Figura 72 Disponível em httpsestudantecontabilwordpresscom20121213 conhecimentocientifi coxsensocomum Acesso em 20 fev 2018 Figura 73 Disponível em httpswwwpensadorcomfraseMTMwMjY Acesso em 19 fev 2018 Referências ABBAGNANO Nicola Dicionário de Filosofi a São Paulo Martins Fontes 2000 CABRAL Gabriela DELEUZE GUATTARI O que é a Filosofi a p 43 COTRIM Gilberto FERNANDES Mirta Fundamentos de Filosofi a São Paulo Saraiva 2010 GARCIA José Roberto VELOSO Valdecir da Conceição Eureka construíndo cidadãos refl exivos Florianópolis Sophos 2011 NICOLA Ubaldo Antologia ilustrada de Filosofi a Das origens à idade moderna São Paulo Globo 2005 Referências Filosofi a 40 Volume 2 SIMON Blackburn Dicionários Oxfort de Filosofi a Rio de Janeiro Jorge Zahar 1997 Disponível em httpaartedodialogoblogspotcombr201411sinaisparadialogarhtml Acesso em 11 fev 2018 Disponível em httpbrasilescolauolcombrpsicologiaautoconhecimentohtm Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpwwwcontagorgbrimagensf303opapeldapergunta20na20 construcao20do20Conhecimentopdf Acesso em 11 fev 2018 Disponível em httpwwwpucrsbrgptfalaciasphp Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpwwwtomsimoescom201703socratesefi losofi adoautoconhecime ntohtml Acesso em 10 fev 2018 Disponível em httpscriticanaredecomfalaciashtml Acesso em 12 mar 2018 Disponível em httpsfi losofi acriticawordpresscom8perguntasfi losofi cas Acesso em 11 fev 2018 Disponível em httpswwwinfoescolacomfi losofi adialetica Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpswwwinfoescolacomfi losofi afalacia Acesso em 20 fev 2018 Disponível em httpswwwnexojornalcombrexpresso20161116OqueC3A9E28 098pC3B3sverdadeE28099apalavradoanosegundoaUniversidadede Oxford Acesso em 20 fev 2018