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A competição exacerbada na realização do esporte pode ser minimizado se prevalecer a atividade como lazer e inclusão social e de fomento para a união de grupos de participantes de jogos Realize uma redação com argumentos a favor e contra a jogos de competição no ambiente de lazer mínimo 20 linhas PROCESSO DE INCLUSÃO SOCIAL POR MEIO DOS JOGOS COMPETITIVOS SOCIAL INCLUSION PROCESS BY THE COMPETITIVE GAMES Artur Fonseca Melchiades1 Mario Sérgio Vaz da Silva2 RESUMO Nos projetos sociais de inclusão os esportes são estratégias privilegiadas Mas quase sempre os esportes são jogos competitivos Porém mesmo tendose o fator da competição na realização do esporte este pode ser minimizado se prevalecer a atividade como lazer e inclusão social e de fomento para a união de grupos de participantes de jogos Neste artigo pretendese descrever sobre os conceitos presentes nos termos jogo esporte e competição visando a atuação como via para a inclusão social Tendose como objetivo geral descrever sobre a função do esporte como suporte para a socialização e a integração Tratase de um estudo cuja metodologia valese da análise descritiva e de revisão literária sobre a temática Foram pesquisados autores como Kunz 2001 Rubio 2002 Orlick 2004 Darido e Martins 2007 e outros que constatam que os esportes modernos são institucionalizados o que permite a seus jogadores praticálos como ocupações estáveis Em conclusão destacase que competições esportivas institucionalizadas e disciplinadas resultam em arranjos de soma positiva e essas permitem que o esporte possa tornarse uma escolha de vida favorecendo portanto a inclusão Palavraschave Esporte Lazer Competição ABSTRACT In social inclusion projects sports are the privileged strategies But almost always sports are competitive games However even having the competitive action in the realization of the sport it can be minimized its dispute action prevailing the activity as leisure and social inclusion and the fomentation to the union groups of games participants In this article it is intended to describe the concepts presented in the terms Game Sport and competition aiming at the performance as a way to the social conclusion Having as general objective of this study to describe about the role of sport as support for socialization and integration It is a study which methodology valley of the descriptive analysis and the literary review about the topic Were surveyed authors like Kunz 2001 Rubio 2002 Orlick 2004 Darido Martins Junior 2007 and others which realized that modern sports are institutionalized and it allows its players to practice them as stable occupations In conclusion it is emphasized that sports competitions institutionalized and disciplined result in positivesum arrangements and these allow that the sport can become a life choice favoring therefore the inclusion Keywords Sport Recreation Competition INTRODUÇÃO A partir dos diferentes discursos sobre a ação da Educação Física e da prática de esporte como processo de inclusão social este artigo está organizado de forma a demonstrar as possibilidades da competitividade na formação dos alunos 1 Acadêmico do Curso de Educação Física da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Grande Dourados FAEDUFGD 2 Professor Doutor Universidade Federal da Grande Dourados UFGD Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 154 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 Brohm 1993 apud RUBIO 2002 p 2 considera ser o esporte uma instituição resultante do modo capitalista de produção em que a classe social dominante o percebia como um ócio por sua vez os trabalhadores o tem como um meio para recuperação de suas forças para a continuidade do trabalho Nessa perceptiva o esporte é uma forma comparativa de desenvolvimento de forças do sistema produtivo capitalista pois do mesmo modo que reivindicavam a redução da jornada de trabalho solicitavam espaço para a prática de esportes Por outro lado a atual versão de esporte profissional é uma forma de trabalho em que o atleta vende a sua habilidade em algum esporte para o seu patrão Para Brohm 1993 apud RUBIO 2002 p 3 o esporte apresenta semelhanças com o meio de produção trabalhista por ser uma atividade que exige muito esforço e concentração por parte do atleta E que considera o esforço realizado pelo praticante de esporte como os princípios tayloristas devido a filosofia de esforço presente no modo de exploração do atleta para que ofereça o rendimento esperado para o esporte em que ele tenha se especializado Aliás o próprio processo de especialização em uma determinada prática esportiva já é uma apropriação da força de trabalho do indivíduo Mas a história coloca como grandes feitos as apresentações de atletas em diferentes modalidades de esporte nas quais tenham se destacado em que o imaginário esportivo encobre as reais ações presentes em sua prática como da competitividade excessiva e o sonhado dia de glória e reconhecimento pelos seus feitos que poderão colocálo em destaque para a posteridade Outra abordagem os jogos cooperativos contribui com as aulas de Educação Física por oportunizar situações que favorecem ações cooperativas e levam os envolvidos a perceberem a sua importância para a sua formação social enquanto integrante de uma sociedade SOLER 2006 Nessa mesma linha de raciocínio Silva et al 2012 colocam que no decorrer das práticas de atividades físicas de jogos cooperativos constroemse valores relacionados ao processo de motivação promovendo atitudes e diante dos resultados obtidos no jogo levam a valorização de resultados Dessa forma o aluno vivencia o verdadeiro sentido dos jogos cooperativos na prática Desse modo possíveis rixas disputas podem ser colocadas em segundo plano e depois esquecidas por estarem envolvidos nas atividades cooperativas3 e favorecendo 3 São dinâmicas de grupo que têm por objetivo despertar a consciência de cooperação e promover efetivamente a ajuda entre as pessoas Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 155 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 dessa forma a prevalência do respeito mútuo entre o grupo tendo como resultado a diminuição de atos agressivos e ampliação da ajuda mútua SOUZA 2014 Podese ainda visualizar nos esportes outra abordagem uma possibilidade de práticas voltadas apenas para o bem estar das pessoas como a sua socialização e o lazer Mesmo que a competitividade esteja presente em sua ação essa pode ser deslocada do eixo central da atividade e ser apenas parte do processo para a sua realização coletiva em que todos tenham o direito de participar e não apenas os que apresentem maior capacidade de competição Destacase a importância da prática do esporte para o corpo humano e da sua relação com a formação de ambientes sociais sadios e participativos que podem agregar valor para a vida de jovens e crianças retirandoos de ambientes hostis e mostrar bons hábitos sociais e familiares Desse modo buscouse oportunizar o conhecimento de benefícios que o esporte possa proporcionar ao aluno participativo e que resulte na formação do cidadão Tendose como objetivo geral desse estudo descrever sobre a função do esporte como suporte para a socialização e a integração Para tanto a metodologia utilizase da análise descritiva de revisão literária sobre a temática O esporte no contexto das aulas de Educação Física O esporte como conteúdo das aulas de Educação Física tem grande importância social A partir do contexto da escola percebese ser mesmo um ambiente de uma construção históricosocial Tendo dentre os seus objetivos o de formar cidadãos críticos participativos e constituintes do contexto social Assim deixa de ter sua real função se visar a competitividade a busca por heróis do esporte levando a divisão a valorização do material em desfavor da cooperação e da inclusão social de todos os participantes do ambiente educacional Observase portanto que a escola possui os meios para que a prática de esportes no seu local seja voltada para a inclusão e não apenas para a competitividade e a busca pelo estrelato social e financeiro STIGGER 2009 Darido e Martins Junior 2007 ressaltam que a competitividade somente se exalta quando a escola não busca a valorização do esporte pelo esporte e passa a incentivar seus alunos para a competição para a busca de troféus para a unidade escolar O que leva a manutenção da relação venda de força de trabalho por um prêmio que no caso enquanto aluno e jovem se restringe a apenas um troféu Porém os resultados para a vida adulta do Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 156 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 jovem pode colocálo como um eterno competidor que sempre precisa ganhar em sua trajetória de vida Isso acontece quando se identificam os aspectos negativos da simples reprodução na realidade escolar do esporte de rendimento Contrário a esse propósito coloca Parâmetros Curriculares Nacionais Educação Física PCNsEF BRASIL 1998 visa levar à educação escolar estratégias de ação que promovam o lúdico o aprendizado sadio e também um aprendizado com características de uma prática multicultural no qual todos possam participar O esporte passa a ser acessível a todos o que é possível quando são realizadas práticas alternativas que oferecem um conhecimento significativo para o aluno optando o professor por trabalhar com a cultura corporal de movimento como referência nas atividades da Educação Física escolar Assim proporcionaremos aos alunos garantir o acesso com possibilidade de conhecêla reproduzila reconstruíla e transformála Essas práticas devem ser uma via de mão dupla com a sociedade aproveitando o conhecimento empírico dos alunos e através de uma mediação de conhecimentos com os professores Esta cultura se desenvolveria pelo processo de escolarização dos conhecimentos que circulam na sociedade o que não ocorreria pela negação destes últimos mas pela tensão permanente com eles numa perspectiva tanto de complementaridade como de contradição STIGGER 2009 p125 Para Paes 1996 o entendimento do esporte como meio para o processo de educação formal somente será percebido quando for visto como uma das áreas do conhecimento em que o seu conteúdo seja fundamentado por objetivos expressos da educação que seja realizado por meio de planejamentos de ensino Deste modo o esporte passa a ser entendido como constituição de um saber de um conhecimento para o qual a escola promova o seu espaço para a socialização dos conteúdos deste saber Conforme se observa nos PCNsEF BRASIL 1998 para que o saber seja trabalhado na escola e cumprir com os interesses sociais deverá ter como objetivo do esporte escolar a proposta de valorizar as atitudes de respeito mútuo solidariedade e dignidade entre os educandos atuando como alternativa para que os alunos possam ocupar o seu tempo livre fora do âmbito escolar com a prática de atividades saudáveis É necessário conscientizar o alunado que por meio da prática do esporte eles poderão aprender conceitos sociais valores humanos e ainda conhecer do seu corpo percebendo as mudanças que ocorrem em sua vida o seu funcionamento sua história de movimentos compreendendo a qualidade de vida que o esporte pode lhe proporcionar Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 157 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 No entanto acreditase que Não se trata de propor que a Educação Física na escola se transforme num discurso sobre a cultura corporal porém possa sugerir que haja uma ação pedagógica com ela BETTI apud DARIDO MARTINS JUNIOR 2007 p 17 A Educação Física como parte integrante da Educação tem uma função social positiva e importante e o educador na sua prática tornase um veiculador de valores Segundo Acedo 2012 o processo de inclusão dos esportes nos programas escolares deve ser baseado na crença comum de que a prática do esporte possa ser o elemento fortalecedor da socialização o qual favorece o desenvolvimento mental e social do indivíduo Nesse sentido quando se reconhece que um campeonato possui determinadas regras o aluno está sendo educado para que forme sentimento de responsabilidade coletividade e sinceridade e estará imbuído de responsabilidade para o ato de trabalhar com o próximo Sendo assim o autor entende que compete ao educador a obtenção de conhecimentos adequados para desenvolver conhecimentos sobre os três eixos conceitual procedimental e atitudinal Na dimensão conceitual verificase que o educador deve obter conhecimentos sobre as transformações pelas quais a sociedade ao longo de sua evolução vem passando e quais as contribuições que oferece em relação aos hábitos de vida e precisa relacionálos com as necessidades atuais próprias da área da educação física É importante ao educador conhecer quais as mudanças pelas quais vem passando os esportes citando como exemplo as mudanças de regras dos esportes devido à atuação da televisão Na dimensão procedimental visase a descrição e experimentação do ato de vivenciar os movimentos básicos presentes nos conteúdos da Educação Física Na dimensão atitudinal objetivase descrever os fatores que indicam a necessidade da valorização dos conteúdos da Educação Física em seu contexto histórico Como dos atos de respeito perante os colegas E de promover meios para se resolver os problemas sempre com o diálogo Na participação de brincadeiras em grupo deve visar a cooperação e saber reconhecer a ação do outro assim como não praticar ações de bullying e valorizar atitudes não preconceituosas Ressaltase que juntamente com a área de Educação Física o respeito deve ser prática primordial para que as relações de práticas esportivas sejam realizadas uma vez que a sua falta poderá colocar em risco todo o processo de socialização que se propõe que seja orquestrado pela área de educação física ACEDO 2009 Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 158 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 Dessa forma mais do que ensinar a fazer devese acentuar o objetivo do professor que é de levar os alunos a obterem uma contextualização das informações e que aprendam a se relacionar com os colegas diante do reconhecimento de valores que estarão contidos nessas práticas DARIDO MARTINS JUNIOR 2007 Conforme consta nos PCNsEF BRASIL 1998 o universo de valores atitudes conceitos e procedimentos da cultura corporal de movimento atua de maneira extremamente significativa como referência para o jovem e o adolescente criando uma multiplicidade de interesses uma enorme variedade de possibilidades de identificações com estilos e aparentemente inúmeras formas de buscar prazer e satisfação Essa diversidade pode ser vivida de forma proveitosa se for objeto de experimentação e reflexão simultâneas e se efetivamente for tratada como objeto sociocultural sobre o qual se exerce um papel ativo de produção de participação real É muito prejudicial se tratada com omissão restringindo a experiência do aluno à passividade consumista Observase nos PCNsEF BRASIL 1998 p 30 que a concepção de cultura corporal de movimento amplia a contribuição da Educação Física escolar para o pleno exercício da cidadania na medida em que tomando seus conteúdos e as capacidades que se propõe a desenvolver como produtos socioculturais afirma como direito de todos os acessos e a participação no processo de aprendizagem Nesse sentido visase também modificar o histórico da área que não busca apenas a formação física e sim um processo de ensino e aprendizagem que não esteja centralizado no desempenho físico e técnico mas que possa resultar em diversos e múltiplos momentos de cooperação e de harmonia na prática saudável do esporte Uma vez que segundo os PCNsEF BRASIL 1998 p 30 o princípio da inclusão do aluno é o eixo fundamental que norteia a concepção e a ação pedagógica da Educação Física escolar considerando todos os aspectos ou elementos o professor deve prover conteúdos e objetivos no processo de ensino e aprendizagem que evitem a exclusão ou ainda a alienação na relação do esporte com a cultura corporal de movimento Com essa premissa a Educação Física deve ser a responsável pela abertura do espaço de produção de conhecimento no ambiente escolar Observase que os mesmos PCNs BRASIL 1998 oferecem um direcionamento sobre o processo de ensino e aprendizagem para os ciclos finais do ensino básico em que devem ser considerados três elementos de forma simultânea a diversidade a autonomia e as aprendizagens específicas Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 159 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 Para Almeida et al 2011 a Educação Física se constitui em uma importante área do ensino por promover a formação social e fomentar o desenvolvimento da criança O seu papel consiste em um compromisso do ato de educar e contribui significativamente para transformar o aluno em um ser em constante evolução Desse modo busca favorecer no aluno o aprimoramento e a promoção de novos conhecimentos de modo que esses possam efetivamente contribuir para o desenvolvimento da educação no sentido consciente de promover condições de uma visão da realidade social do momento histórico E principalmente de disponibilizar meios para que o futuro jovem e adulto tenha argumentos com base cultural atualizada para discutir analisar e reconhecer possíveis desafios a serem ultrapassados em direção a uma vida harmoniosa Kunz 2001 afirma que está na atuação do professor de Educação Física a maior parte da responsabilidade de oferecer por meio do esporte essa visão social que se projeta segundo os PCNsEF BRASIL 1998 em que a escola deve ser configurada como um dos principais espaços de organização social em que se podem realizar as práticas esportivas Portanto cabe ao professor da Educação Física promover pela prática do seu conteúdo específico a compreensão crítica presente nas práticas esportivas E dessa forma oferecer condições para potencializar o desenvolvimento integral do aluno estabelecendo vínculos com o seu contexto sociocultural Observase assim a necessidade do professor de Educação Física estar continuamente promovendo diálogos com seus alunos orientando na escolha de valores para suas vidas e principalmente por meio da prática de atividades físicas leválos a percepção da cooperação e inclusão social da ação esportiva e não a competitividade apenas dessa ação Conforme Carmo 1985 p 39 cabe ao professor engajado na luta mais ampla que excede o âmbito da escola e do sistema de ensino escolher entre fazer de sua ação pedagógica um instrumento que apenas reproduz as violências educacionais desigualdades discriminação preconceitos etc ou torná la uma poderosa arma de negação desta caótica situação Para reforçar a relevância do papel do professor no processo de ensino e aprendizagem do esporte cabe considerar as tensões implícitas no esporte e trabalhálas tendo em vista o desenvolvimento humano independentemente da manifestação ou dimensão esportiva priorizada Cabe destacar que o Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 160 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 esporte traz consigo na sua origem a cultura do povo modificada e transformada em produto de consumo portanto traz também possibilidades contraditórias estabelecidas em sua própria dinâmica de forma que é possível enfatizar situações que privilegiam a solidariedade sobre a rivalidade o coletivo sobre o individual a autonomia sobre a submissão a cooperação sobre a disputa a distribuição sobre a apropriação à abundância sobre a escassez a confiança mútua sobre a suspeita a descontração sobre a tensão a perseverança sobre a desistência e além de tudo a vontade de continuar jogando em contraposição à pressa para terminar o jogo e configurar resultados BRASIL 2009 p 93 Uma possibilidade de jogo não competitivo que pode também desenvolver no aluno todos os aspectos citados anteriormente é o jogo cooperativo De acordo com Abrahão 2004 a vivência e a aprendizagem do Jogo Cooperativo na formação inicial possibilitam aos futuros professores uma melhor percepção e cuidado com as práticas excludentes e discriminatórias Por meio de uma formação acadêmica de qualidade podemos levar às escolas novos conceitos valores e concepções humanas os quais possam estimular a convivência pacífica e o equilíbrio pessoal Percebese que os Jogos Cooperativos são importantes para a construção dessa relação pedagógica e que os mesmos devem ser incluídos na formação dos novos professores de Educação Física Brotto 1999 apud Silva et al 2012 p199 diz que é necessário que o ser humano aprenda a conviver em sociedade para aperfeiçoamento de suas habilidades Desta forma utilizamse os jogos cooperativos como exercício de convivência fazendo do jogo um meio extremamente rico para o desenvolvimento pessoal e social do indivíduo A partir da análise da maneira com que os professores elaboram e ministram as aulas de Educação Física influenciados pelo esporte de rendimento e incorporando a ideia da competição percebeuse a importância de uma avaliação para verificar quais estratégias eles deveriam utilizar para incentivar a participação dos alunos nas suas atividades propostas De acordo com Orlick 2004 os jogos competitivos estimulam o aumento da tensão entre os competidores e pode levar a frustração diante dos resultados o que favorece o desenvolvimento de comportamento agressivo porém quando em situações competitivas seja promovido o comportamento amistoso serão menos prováveis de serem retribuídos em igual intensidade Tal explicação também pode ser atribuída a outras atividades que tem por base a competição que valorizam a busca de resultados em relação ao oponente e que prevalece a rivalidade e a superação do outro Assim podese definir cooperação como um ato da ação em conjunto com o outro para resolver um problema ou alcançar um objetivo comum Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 161 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 Significa o oposto de competição onde cada indivíduo tenta atingir o objetivo pessoal para dar o melhor de si Nas brincadeirasjogos cooperativos sempre é feita uma discussão pelos professores e alunos afim de que se possa analisar e refletir sobre a concepção e utilização da cooperação nas atividades escolares promovendo de maneira prazerosa e lúdica o desenvolvimento global do aluno Isto contribui para que os participantes aprendam a cooperar e possam transferir essa concepção para o seu cotidiano desenvolvendo todo o potencial de serem eles mesmos de aprender a cooperar desenvolver a criticidade e a criatividade Assim quando adultos poderão utilizar desses elementos para serem sujeitos atuante em nossa sociedade ANTUNES FILHO 2014 Para Oliveira 2001 p 91 o esporte não é mais aquele em que a ideologia do mais vale competir do que ganhar deixou de refletir o interesse geral É preciso vencer sim a qualquer custo As massas desejam recordes que igualam os esportistas aos super heróis patrocinados por grandes empresas Percebese que a cultura esportiva por estar predeterminada na classificação e categorização provindas de uma cultura dominante burguesa que segrega exclui e aparta os mais fracos incorpora também os valores da exclusão Parece que se falo de jogo tenho que falar de competição criando erroneamente uma relação de sinonímia entre as palavras SOLER 2002 p 20 Oliveira 2001 destaca que o professor deve realizar uma crítica pessoal de sua proposta de aula e a qualquer momento dialogar com os alunos possibilitando uma abertura às suas necessidades deve sustentar seu trabalho a partir de valores humanos Para ministrar uma aula de Educação Física é necessário muito mais do que entregar a bola e assistir os alunos brincando ou seja tendo uma aula recreativa Como também não deve ser aquele que incentiva a competição a todo custo destacando que o importante é só ganhar Singer e Dick 1985 exemplificam os objetivos de ensino para todos os domínios do comportamento Social O aluno demonstrará boa conduta em suas respostas aos chamados do professor sobre o seu comportamento em relação ao time oponente Afetivo Dada uma possibilidade de escolha o aluno se engajará em uma atividade física ao invés de uma sedentária Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 162 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 Cognitivo Dada uma lista de violações de regra o aluno identificará corretamente de uma segunda lista o esporte de equipe associado com cada uma delas Psicomotor O aluno fará com êxito a maioria das atividades propostas Devese ter a consciência do papel do professor de Educação Física para o desenvolvimento e a formação dos alunos Sendo um professor bem capacitado este poderá levar para as suas aulas novos conceitos de relações humanas visando resgatar valores por meio de instrumentos que oportunizem aos alunos conviverem pacificamente e buscar o equilíbrio pessoal cognitivo e afetivo necessário para o seu aprendizado através da não violência Jogos cooperativos Desde muito tempo os Jogos Cooperativos se fizeram presentes nas práticas da vida em comunidade Como pelos relatos históricos das comunidades tribais que se uniam para celebrar a vida ORLICK 1982 apud SOUZA 2014 Quando utilizavam rituais próprios de jogos cooperativos para expressarem suas relações com antepassados agradecimentos por colheitas e outros ritos próprios de cada cultura Para Marinho et al 2007 os jogos cooperativos tem como característica a possibilidade de oferecer ações integrativas com participantes diante da necessidade de se cumprir determinado objetivo utilizando a cooperação É prática comum no Brasil as atividades físicas e desportivas com jogos cooperativos pois se entende que tratase de possibilidades de ação que favorecem as relações humanas entre adultos crianças adolescentes e idosos Para Souza 2014 os jogos cooperativos são as atividades em que todos participam juntos o seu objetivo principal é a diversão não tendo como meta prioritária a comparação dos resultados marcas ou habilidades Além disso é um meio para se aprender a trabalhar em grupo uma vez que no decorrer do jogo os seus participantes jogam com e não contra o outro O que leva ao entendimento de que os jogos cooperativos contribuem para a melhoria das relações da convivência social e faz com que o indivíduo consiga interagir com maior empenho e dinamismo em seu grupo social No jogo cooperativo a busca está em superar desafios e não derrotar alguém a pessoa que esta envolvida no jogo toma consciência de seus próprios sentimentos colocandose no lugar do outro priorizando o trabalho em equipe onde se procura jogar Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 163 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 com um parceiro e não com um adversário jogar por gostar e pelo prazer de estar com os demais Por meio destes jogos o individuo consegue perceber que todos são importantes para alcançar determinados objetivos não priorizando habilidades ou performances anteriores THOMAZ SILVA 2006 Os jogos cooperativos segundo Plats 1997 p 9 podem ser classificados quanto a sua finalidade Jogos de quebragelo e integração São jogos curtos de abertura para unir o grupo despertar a energia e motivação e descarregar as tensões físicas dos participantes Jogos de toque e confiança Para despertar a confiança entre os participantes devem ser usados após os jogos quebragelo Jogos de criatividade sintonia e meditação Jogos para estimular a expressão da imaginação intuição e criatividade Jogos de fechamento servem para dar às pessoas a chance de se posicionarem em relação ao grupo e a si mesmas transferindo o que fizeram no treinamento ou vivência para o seu dia a dia Os jogos cooperativos é uma proposta coerente com as perspectivas de mudança e a necessidade de ser aperfeiçoada e mais estudada mas mesmo sendo um processo mais demorado ele é amplamente viável e possível de realizar se na escola Considerando as discussões e comparações entre os jogos cooperativos e competitivos Lovisolo 2001 afirma que o esporte não pode ser negado à escola nem aos alunos porque é representante e componente da nossa cultura e com ele a competição considero que a competição que se expressa em ganhar e perder é a alma do esporte p 108 e creio portanto que se há atividade esportiva na escola algum grau de competição estará presente p 109 Nesse contexto Freire 1997 também acredita que negar a competição é o mesmo que eliminar o esporte da Educação Física e considera ser mais educativo reconhecer a importância do vencido e do vencedor do que nunca competir p 150 Sendo assim concluise que os jogos cooperativos por promoverem um tipo de relação baseada na capacidade de cooperar ao invés de competir são um valioso instrumento para a formação das pessoas por ajudar a desenvolver uma interação positiva com os demais baseada no respeito e no agir coletivo em busca de um objetivo comum Devese atentar que durante a aplicação dos jogos cooperativos a mudança é lenta pois os envolvidos não estão acostumados a cooperar uns com os outros A partir daí o aluno se vê com possibilidade de sentirse humano e atuar na sua totalidade dinâmica composta de múltiplas dimensões que conectam com o que ele tem de melhor Portanto Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 164 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 este conteúdo é importante mas não sobrepõe ou minimiza a vivência do aluno de outros conteúdos da Educação Física na discussão em questão o esporte A inclusão social por meio do esporte Um dos maiores desafios da escola no nosso presente é a educação básica de qualidade por meio da inclusão escolar em que o respeito pelas diferenças de gênero orientação sexual raça etnia entre outros deve ser garantido e colocado em prática Santos 2003 p 22 ressalta que o termo inclusão muitas vezes relacionado apenas as ações no espaço da educação especial ou confundido com a integração de pessoas com deficiência se encontra inserido em um contexto mais amplo e deve ser compreendido como um processo reiterando princípios democráticos de participação social plena e visto como uma luta em todas as áreas da vida humana O autor esclarece o conceito de inclusão da seguinte forma discutir inclusão significa automaticamente discutir também a exclusão A afetividade surge como o elemento principal no processo de inclusão social deixando em segundo plano a possibilidade de inclusão por meio da construção de conhecimentos e habilidades necessários à inclusão via profissionalização Para Bourdieu 1998 a escola por ser parte de um contexto social não é uma ilha na sociedade ainda que utilize de meios próprios para direcionar a sua prática administrativa e por isso diferente da empresarial Não está portanto totalmente determinada pela sociedade mas ao mesmo tempo não está totalmente livre dela Não se pode ter a ingênua percepção de que se tratam de âmbitos distintos e sem relação ao contrário a sociedade passa pela escola para receber os conhecimentos necessários para a sua sequência de vida Por isso deve ser autônoma e promotora dos ensinamentos que são importantes para a formação social do adulto que se espera que a mesma forme Segundo Oliveira 2004 p 63 Pela via dos esportes a masculinidade se estendia por todo o corpo social enquanto valor e símbolo consagrado ultrapassando barreiras de classe religião e todas as outras diferenças que poderiam limitar a hegemonia e homogeneidade de sua valorização aguentar as provações da vida diária e se manter firme era um lema presente em muitos manuais de ginástica e em narrativas do período que serviam de forma direta para estimular o exercício e o treinamento físico Na escola pensando nas maiores dificuldades de participação daqueles menos capacitados para a prática do esporte orientado pelo seu modelo de alto rendimento e Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 165 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 especialmente da maioria das meninas Daolio 2003 explica que parece haver em sociedade um processo que transforma as meninas em competentes atletas e por outro lado os meninos em superatletas Para o autor há o peso de uma sociedade e de uma cultura que em muitos casos os marginaliza e influencia o comportamento humano porém são os próprios homens que a produzem e a transformam cotidianamente levando as crianças na maioria das vezes a cumprirem alguns ditames sociais para serem mais valorizadas Na sociedade ainda segundo Daolio 2003 se uma menina gostar ou assumir determinados comportamentos vistos como masculinos ou se um menino tiver uma postura mais delicada mais afetiva e mais contida ambos sofrerão bulliyng dos colegas recebendo denominações pejorativas sobre o seu comportamento o professor de Educação Física deve encontrar formas de adaptar os esportes para que todos os alunos consigam participar das aulas de maneira descontraída e sem se sentirem antas burros baleias cavalos ou quaisquer outros animais ninguém deve sair da aula portando um suposto fracasso por ter tido um resultado numericamente negativo e isso não significa responsabilizar os próprios alunos por esse sentimento mas assumir como tarefa do professor a transformação dos resultados dos jogos que na aula de Educação Física podem e devem ser diferentes de vitória derrota ou empate MONTEIRO 2004 p 9 Ressaltase que a responsabilidade do professor de Educação Física para a construção de formas operacionais de práticas e reflexões sobre valores deve ser realizado a partir de ações que promovam a reflexão e a análise sobre o comportamento de cada um dos alunos Tendo a Educação Física espaço para esse diálogo pois quase sempre o professor esta diante dos alunos em momentos de relaxamento e descontração os quais promovem um espaço de diálogo para uma reflexão sobre seus comportamentos sociais ALVES 2004 Deste modo o respeito mútuo a justiça a dignidade e a solidariedade podem ser exercitados e incorporados como se observa nos PCNsEF BRASIL 1998 p 34 podem ser exercidos dentro de contextos significativos estabelecidos em muitos casos de maneira autônoma pelos próprios participantes E podem para além de valores éticos tomados como referência de conduta e relacionamento tornaremse procedimentos concretos a serem exercidos e cultivados nas práticas da cultura corporal Portanto quando ocorre uma falta em relação ao que foi combinado no jogo o fato pode resultar no estabelecimento de uma relação de responsabilidade pela consequência Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 166 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 das atitudes intrínsecas à própria atividade Essa situação pode ser pano de fundo para uma interessante discussão pois apesar das possíveis vantagens resultantes da simulação o participante do jogo segue sendo responsável por um ato que sabe ser desonesto Uma equipe esportiva entendida como uma forma de agrupamento humano não caracteriza apenas um conjunto de ações técnicas e táticas representa uma das mais expressivas manifestações interativas e operacionais em busca do sucesso coletivo Em seus diferentes aspectos as equipes representam em seu contexto social um modelo de realidade que propaga valores de participação que ratificam a pertinência das preocupações das instituições clubes para com o mesmo cenário esportivo Exigem que os indivíduos se tornem inteiramente conscientes do fato de pertencerem às suas equipes e de bem viver e produzir dentro delas Dessa forma as equipes esportivas se encontram quase sempre submetidas aos valores normas e regras estabelecidos pelas instituições clubes como elementos do poder do maior em relação ao menor ALVES 2004 A figura do técnico potencializa essa situação na medida em que contribui para que os jogadores demonstrem a responsabilidade moral para o árbitro e se incorpora a figura do técnico ao jogo sendo esse apenas mais um dos elementos que podem ser manipulados Dessa forma toda simulação não percebida pelo juiz tornase legítima e em alguns contextos essa capacidade de simulação é tão valorizada como as habilidades técnicas Conforme Simões et al 1999 a ideologia de liderança Ideal próprio dos técnicos e a percepção desse comportamento pelo Real equipe dos atletas se apoiam num intercâmbio de comportamento que demanda a manutenção de um difícil equilíbrio entre os valores determinantes das condutas humanas e as forças de natureza macro social que toda equipe recebe com o fim de poder responder aos imperativos das diferentes competições nacionais e internacionais Observase que relatamos o campo das práticas coletivas da cultura corporal ou seja um amplo espaço para a vivência de expressão de emoções sentimentos e sensações uma vez que os vínculos de amizade e companheirismo entre os grupos podem resultar na formação de regras próprias de atitudes de defesa do grupo sempre que algum dos seus componentes possa estar sendo ameaçado Nesse ponto o conceito de equipe esportiva permite afirmar que os técnicos e atletas têm liberdade de expressão para manter por inúmeras circunstâncias a imagem das equipes perante a sociedade oferecendo portanto uma dimensão configurada de análises sobre os fenômenos psicossociais sociodinâmicos e institucionais que norteiam a vida Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 167 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 coletiva das equipes Devese pensar que as equipes se encontram montadas por dois elementos que se conjugam técnicoprofessor e atletas A presença dos técnicos frente às equipes deve ser vista conforme Simões et al 1999 como necessária para a superação dos limites individuais ou como um obstáculo para as manifestações de poder dos atletas enquanto as equipes devem ser observadas como modelos necessários à execução de projetos expressão de afetividade ou então como obstáculo para a liberdade individual dos atletas Isso ressalta que as ações interativas e funcionais estabelecidas por técnicos e atletas tendem a incorporar ou rejeitar valores logo podendo ou não unificar afetiva e moralmente os indivíduosmembros com a equipe clube e com a sociedade esportiva de uma maneira geral O argumento é que a vida das equipes representa um enigma mesmo quando tudo parece estar muito natural e sem problemas aparentes Diante desses referenciais considerase que a atuação do técnico diante das modalidades coletivas deve ser funcional envolvente e participante pois depende muito do seu perfil profissional o êxito e a formação cidadã de seus educandos ALVES 2004 Os conceitos incorporados sobre a conduta pessoal dos técnicos têm sido utilizados para determinar o comportamento ideológico de liderança Ideal próprio implementado em relação aos padrões definidos de organização canais de comunicação tipo de procedimentos e comportamento indicativo de amizade confiança mútua e respeito humano Eles sabem perfeitamente o quão difícil é conseguir que seus atletas cumpram suas determinações já que devem realizar seus objetivos a partir dos seus liderados sem desequilibrar a estrutura social e funcional de suas equipes TIBOLA 2001 Para Silva 2004 quando em competição ou definição de aprendizagem no esporte o êxito e o fracasso mesmo tendo a sua dimensão especifica não devem ser a referência para a prática esportiva do grupo Mas sim de busca por superação das dificuldades pois essas sempre se farão presentes nesse ambiente de atividades lúdicas e de processo de aprendizagem e não pode ser vista como uma expectativa de desempenho predeterminada Vilani 2008 ressalta que as teorias da aprendizagem social propostas por Rappaport de que as experiências desde as vivenciadas diretas pelo sujeito e as observadas em outras pessoas contribuem para a determinação do seu comportamento competitivo ou socialmente cooperativo Pois é o seu ambiente que em parte contribui e determina o seu comportamento Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 168 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 Dessa forma na aula de Educação Física ou mesmo em treinos esportivos verifica se a existência de um microssistema de emoções em que se percebem variáveis de ordem psicossociais próprias do desenvolvimento afetivosocial e por isso quase sempre de grande complexidade para a percepção do modo de agir do ser humano E compete ao educador de Educação Física direcionar o agir de seus alunos para a solidariedade e a inclusão de todos os competentes do grupo de jogos CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos diferentes discursos sobre a ação da Educação Física e da prática de esporte como processo de inclusão compete ao professor dessa área promover meios para que seja minimizada a ação competitiva do esporte Observando que certamente não se trata de uma ação de fácil resolução uma vez que de certa forma é inerente ao ser humano a competitividade A qual se faz presente tanto no contexto social como de trabalho e por isso não poderia não estar presente nos esportes principalmente quando se vivencia uma época em que todo atleta busca a sua consagração por meio da mídia por medalhas ou a sua incorporação a algum time de renome internacional preferencialmente Percebese que o esporte pode ser um excelente instrumento de inclusão social porém o compromisso do professor e a forma como ele trabalhará os conflitos que surgirem poderá definir a maneira como os alunos percebem a competição Dessa forma entendese que a função do professor de Educação Física exige grande responsabilidade para que suas aulas sejam o campo apropriado para a cooperação e a formação de adultos participativos e socialmente conscientes das limitações que cada ser humano tem diante dos demais membros da sociedade REFERÊNCIAS ABRAHÃO R S A Relevância dos Jogos Cooperativos na Formação dos Professores de Educação Física Uma Possibilidade de Mudança Paradigmática Dissertação Mestrado em Educação Física Universidade Federal do Paraná Curitiba 2004 ACEDO L M Valores e atitudes na prática pedagógica do professor de Educação Física Rio Claro sn 2009 114 f Dissertação Mestrado Universidade Estadual Paulista Instituto de Biociências de Rio Claro 2009 ALMEIDA A D TONIOLO M G CASTRO R M P Educação Física Escolar ensino vivência e aprendizagem do esporte nos 6 e 7 anos do ensino fundamental 11 2011 49f Trabalho de Conclusão de Curso Especialização em Educação Física Escolar Faculdade de Educação Física Universidade Estadual de Campinas 2011 Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 169 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 ALVES G S A Educação Física na primeira fase do Ensino Fundamental 2004 57 f Monografia Licenciatura em Educação Física Fundação Unirg Gurupi 2004 ANTUNES FILHO O O esporte como conteúdo da educação física escolar em Buritis realidade e desafios Monografia Licenciatura em Educação Física Universidade de Brasília Faculdade de Educação Física Buritis MG 2014 BORGES C M F A Educação Física na Vida das Crianças significados Revista da Educação Física UEM v 3 n I 1992 BOURDIEU Pierre O poder simbólico 2 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1998 BRASIL Ministério da Educação Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros Curriculares Nacionais 3º e 4º ciclos do ensino fundamental Educação Física Brasília SEFMEC 1998 BRASIL Ministério do Esporte Construindo o Sistema Nacional de Esporte e Lazer Brasília Ministério do Esporte 2009 Coletânea esporte e lazer políticas de Estado caderno 2 CARMO A A Educação Física Competência Técnica e Consciência Política em busca de um movimento simétrico Uberlândia UFU 1985 DAOLIO J A construção cultural do corpo feminino ou o risco de transformar meninas em antas In Cultura Educação física e futebol 2 ed Campinas 2003 Editora da UNICAMP p 10722 DARIDO S C SOUZA JUNIOR O M Para ensinar educação física possibilidades de intervenção na escola Papirus editoraCampinasSP 2007 FREIRE J B Educação de corpo inteiro São Paulo Scipione 1997 KUNZ E Transformação didáticopedagógica do esporte Ijuí Unijuí 2001 LOVISOLO H Mediação Esporte rendimento e esporte da escola Revista Movimento Porto Alegre Ano VII n 15 p107117 2001 MARINHO H R B et al Pedagogia do movimento o universo da ludicidade e psicomotricidade 2 ed Curitiba Ibex 2007 MONTEIRO Mariângela da Silva Ressignificando a educação a educação inclusiva para seres humanos especiais Disponível em httpsprojetoinclusaofileswordpresscom201009ressignificandoaeducacaodoc 2004Acesso em 13 nov 2016 MOREIRA As M Pedagogia do esporte e o karatêdô considerações acerca da iniciação e da especialização esportiva precoce 2004 233 f Dissertação Mestrado em Educação Física Faculdade de Educação Física Universidade Estadual de Campinas Campinas 2004 OLIVEIRA S A A reinvenção do esporte Campinas Autores Associados Chancela Editorial CBCE 2001 Coleção educação física e esportes OLIVEIRA P P A construção social da masculinidade Belo Horizonte UFMG 2004 ORLICK T Vencendo a competição São Paulo Círculo do Livro 2004 PAES R R Educação física escolar o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental Campinas 1996 Tese Doutorado Faculdade de Educação Física Universidade Estadual de Campinas Campinas 1996 Artur Fonseca Melchiades Mario Sérgio Vaz da Silva 170 Horizontes Revista de Educação Dourados MS v4 n8 julho a dezembro 2016 PIAGET J Seis estudos de psicologia Rio de Janeiro Forense Universitária 1980 PLATTS D E Auto descoberta divertida uma abordagem da Fundação Findhorn para desenvolver autoconfiança nos grupos Triom 1997 ROCHA S S Efeitos dos Jogos Cooperativos nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental DHE Departamento de Humanidades e Educação Curso de Educação Física Ijuí RS 2013 RUBIO K O trabalho do atleta e o espetáculo esportivo Revista Eletrônica de Geografia y Ciencias Sociales Barcelona v VI n119 2002 SANTOS M D Compromisso a proteção do eu representação dos professores de educação física Dissertação Mestrado em Educação Física Universidade Gama Filho 2003 SILVA J K F DOHMS F C CRUZ L M TIMOSSI LS Jogos Cooperativos contribuição na escola como meio socializador entre crianças do ensino fundamental Motrivivência Florianópolis SC Ano XXIV nº 39 p 195205 Dez2012 Disponível emhttpsperiodicosufscbrindexphpmotrivivenciaarticleview2175 80422012v24n39p19523405 Acesso em 25 março 2016 SILVA S P S Estágios curriculares na formação de professores de educação física o ideal o real e o possível In Simpósio sobre Ensino de Graduação em Educação Física Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana 10 anos do curso de educação física da UFSCar Disponível em CD São Carlos 2004 SIMÕES A C BÖHME M T S LUCATO S A participação dos pais na vida esportiva dos filhos Revista Paulista de Educação Física São Paulo v 13 n1 p 3445 Janeiro junho 1999 SINGER R DICK W Ensinando Educação Física uma abordagem sistêmica Porto Alegre Globo 1985 SOLER Reinaldo Jogos Cooperativos 3 ed Rio de Janeiro Sprint 2006 SOUZA D C O legado dos jogos cooperativos como meio socializador nos alunos do 5º ano do ensino fundamental e de escola pública em UmbuzeiroMundo NovoBA Curso de Licenciatura em Educação Física a Distância da Universidade de Brasília FEF EADUNB PIRITIBABA editora UNB 2014 SOLER R Jogos cooperativos Rio de Janeiro Sprint 2002 STIGGER M P Esporte de rendimento e esporte na escola São Paulo Autores Associados 2009 THOMAZ Flávia A SILVA Jogos cooperativos a cooperação como eixo na construção do saber In I Seminário de Estudos em Educação Física Escolar São Carlos 2006 TIBOLA I M Org Educação Física Desporto e Lazer proposta orientadora das ações educacionais Brasília Federação Nacional das APAEs 2001 VILANI L H P A sistematização do processo de ensinoaprendizagemtreinamento dos fundamentos técnicos dos esportes de raquete uma proposta de iniciação desportiva para o tênis tênis de mesa badminton e squash 1998 187 f Monografia Licenciatura em Educação Física Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte UFMG 1998 TAREFA Para início de discussão é fundamental compreender alguns conceitos nesse caso será descrito em seguida o conceito de jogo competição e lazer Jogo é considerada uma prática que pode ou não estimular aspectos cooperativos isto é a partir da dinâmica elencada é possível transitar entre algo cooperativo ou competitivo Ainda remete a um cenário de diversão e entretenimento entre os participantes abrange regras e também punições específicas Competição remete a um cenário em que há disputas relacionadas a mérito nesse sentido o entusiasmo envolve o desempenho e a busca pela vitória Para tal abrange perspectivas competitivas e que viabilizam caminhos a partir de características voltadas a operação eou aptidão Lazer por sua vez envolve dinâmicas realizadas em prol da descontração e bem estar podendo ser elencados então qualquer tipo de atividade que preze por tais objetivos Nesse sentido é incorporada sem envolver obrigações muito pelo contrário preza por algo sutil e que seja do agrado de quem participa A partir do exposto jogos de competição implementados no ambiente de lazer podem ser ou não interessantes Uma das justificativas é a linha tênue voltada a sua aplicação e interpretação durante sua prática Em outras palavras cada indivíduo possui características virtuosas e também limitantes e quando uma prática corporal ou atividade específica é incrementada em uma aula ou evento esportivo pode promover discórdia e também conflitos de interesse principalmente porque nem todos os participantes conseguirão realizar com entusiasmo e bem estar a atividade estabelecida Nesse caso a atividade perde sua essência principalmente porque ao invés de gerar entusiasmo e bem estar gera insatisfação e descontentamento Por outro lado o desafio é algo que motiva e gera novas percepções Sendo assim a competição pode ser um instrumento que estimula o aluno a participar de dada dinâmica mesmo que o mesmo se veja em desvantagem ou dificuldade para realização Para tal é preciso compreender que o desafio deve ser incorporado entretanto precisa levar em consideração o objetivo da atividade e também seu sentido principal A partir dos pontos positivos e negativos demonstrados acima é plausível considerar que o Professor deve ser mediador durante a aplicação das atividades Deve compreender a importância de práticas desafiadoras como aspecto estimulante mas também implementar atividades que estimulem a cooperação e a interação entre todos levando em consideração a especificidade da prática e a característica individual e grupal de todos