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Economia ·

Análise Econômica

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Assine o DeepL Pro para poder editar este documento Visite wwwDeepLcompro para mais informações Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Cambridge Journal of Economics 2014 38 215237 doi101093cjebet020 Publicação de acesso antecipado 12 de junho de 2013 Tecnologia mudança estrutural e crescimento limitado pelo BOP uma caixa de ferramentas estruturalista Mario Cimoli e Gabriel Porcile O estruturalismo latinoamericano ELA é uma parte significativa do comércio heterodoxo na teoria do crescimento a longo prazo com foco nos problemas das economias em desenvolvimento que iniciaram seu processo de industrialização quando outras regiões já tinham acumulado capacidades tecnológicas substanciais O surgimento de um sistema cen treperiferia colocou problemas específicos ao crescimento e distribuição em economias atrasadas que o ELA discute de forma sistemática Neste documento apresentamos um modelo que em primeiro lugar capta insights chave da escola LAS como a persistência de assimetrias tecnológicas e heterogeneidade estrutural em segundo lugar pode ser usado para analisar os impactos de choques e políticas com base em como eles afetam os parâmetros do lado da oferta e da demanda do modelo em terceiro lugar ele liga mais estreitamente pós macroeconomia keynesiana baseada na restrição BOP com a microeconomia evolutiva preocupada com a dinâmica de aprendizagem por último ele pode ser usado como uma caixa de ferramentas e um modelo ensinável na análise das interações entre mudança estrutural recuperação tecnológica e crescimento a longo prazo Palavraschave Modelos estruturalistas crescimento limitado pelo BOP Classificações JEL O33 O40 O41 Introdução Este documento apresenta um modelo simples que pretende transmitir muitas das idéias chave do estruturalismo latinoamericano ELA na teoria do desenvolvimento O modelo pode ser visto como uma caixa de ferramentas estruturalista que permite discutir políticas e choques e também é suficientemente simples para ser usado como um modelo ensinável Qual é a tradição do ELA Como acontece com outras escolas de pensamento não há uma definição consensual do que significa exatamente o ELA Vamos retomar aqui algumas características distintas desta escola que no entanto não são exaustivas 1 Definimos as idéias do ELA com base na percepção de que o sistema internacional é formado por dois pólos o Norte centro e o Sul periferia cujas economias são estruturalmente diferentes Manuscrito recebido em 19 de setembro de 2011 versão final recebida em 16 de novembro de 2012 Endereço para correspondência Gabriel Porcile División de Desarrollo Productivo y Empresarial CEPAL Av Dag Hammarskjöld 3477 Vitacura Santiago Chile email joseporcilecepalorg porcileufprbr CEPAL e Universidade de Veneza MC CEPAL e UFPR GP 1 As contribuições pioneiras clássicas são Prebisch 1949 e ECLAC 1955 Rodriguez 2007 e Bielschowsky 2009 revisitam e discutem as diferentes fases na evolução das idéias do ELA O Autor 2013 Publicado pela Oxford University Press em nome da Sociedade de Economia Política de Cambridge Todos os direitos reservados Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Enquanto o Norte é diversificado e mostra níveis de produtividade de mãodeobra relativamente homogêneos entre os setores o Sul se especializa em um conjunto restrito de commodities com grandes diferenças na produtividade de mãodeobra dentro e entre os setores A existência de tais diferenças na produtividade e o fato de uma parte significativa da força de trabalho no Sul ser alocada no setor de subsistência eou no mercado de trabalho informal é chamada de heterogeneidade estrutural 2 Por que uma caixa de ferramentas LAS pode ser de interesse Três razões são as motivações do papel Primeiro o domínio da economia dominante na maioria dos departamentos econômicos significou que o ELA não é muito conhecido pela maioria dos estudantes de desenvolvimento econômico Esperamos que nossa caixa de ferramentas possa ser útil para levar as idéias do ELA a um público mais amplo de estudantes e pesquisadores interessados na teoria e na política do desenvolvimento econômico Em segundo lugar nosso objetivo é integrar o ELA mais estreitamente com outras tensões de pensamento na teoria do crescimento particularmente com as escolas pósKeynesianas e Schumpeterianas Vale lembrar que a abordagem do ELA compartilha com essas escolas a preocupação com a restrição da Balança de Pagamentos e sua relação com o padrão de especialização Rodríguez 1977 A equação de fechamento dos modelos do ELA é precisamente a lei Thirlwall Thirlwall 1979 Portanto o ELA deve ser visto como parte de uma corrente mais ampla de pensamento econômico para a qual faz contribuições específicas e acreditamos que valiosas 3 Finalmente a caixa de ferramentas pode ser aplicada à análise dos efeitos de diferentes choques tais como choques na demanda internacional e termos de troca e políticas tais como políticas industriais tecnológicas e comerciais sobre as economias em desenvolvimento Oferecemos no documento alguns exemplos de como esses choques podem ser tratados dentro do conjunto simples de equações e gráficos que compõem a caixa de ferramentas O documento está organizado em três seções mais a introdução e as observações finais A Seção 2 apresenta o modelo enquanto a Seção 3 discute o impacto de choques e políticas no crescimento heterogeneidade e mudança estrutural Mantemos a análise formal irmã nas Seções 2 e 3 o mais simples possível enquanto o Anexo matemático oferece uma discussão mais rigorosa das propriedades dinâmicas do modelo O modelo de longo prazo do ELA A lacuna tecnológica A origem do ELA é a idéia de que a difusão internacional da tecnologia é lenta e irregular Prebisch 1949 O Norte assume a liderança em inovação enquanto o Sul fica para trás Como a mudança técnica está intimamente associada à mudança estrutural e ao surgimento de novos setores bens e competências a estrutura produtiva do centro se diversifica passando por grandes transformações Mas estas transformações e mudanças tecno nológicas alcançam apenas as áreas localizadas da estrutura produtiva do Sul Como resultado o Sul permanece altamente especializado em poucos setores menos intensivos em tecnologia 2 As diferenças na produtividade do trabalho dentro e entre setores são naturalmente uma característica inerente ao aprendizado tecnológico e à concorrência em todos os tipos de economias Dosi et al 2010 O que é específico das economias em desenvolvimento em geral e da América Latina em particular é a grande magnitude dessas diferenças ences ver Pinto 1976 Infante e Sunkel 2009 3 Botta 2009 explora algumas das complementaridades entre a tradição latinoamericana e os modelos de crescimento heterodox ver também Rada 2007 Ciarli et al 2010 e mantém uma grande parte de seus trabalhadores em atividades de baixa produtividade e subsistência As duas estruturas diversificadas e homogêneas centroNorte versus especializadas e heterogêneas periferiaSul emergem do limite da dinâmica assimétrica curadas pelo conceito de lacuna tecnológica Começamos portanto com a dinâmica da brecha tecnológica definida como G Tn Ts na qual Tn representa a capacidade tecnológica no Norte e Ts a capacidade tecnológica no Sul e retornos crescentes ao crescimento relativo SulNorte ys yn decorrente da lei KaldorVerdoorn como sugerido na seguinte equação diferencial G u vG gy 1 Todos os parâmetros u v e g são positivos e G é obrigado a ser superior à unidade ou seja o Norte está na fronteira tecnológica enquanto o Sul é um atrasado tecnológico Esta equação afirma em primeiro lugar que o crescimento da lacuna cai quando a lacuna aumenta Isto acontece porque quanto maior a brecha tecnológica maiores as oportunidades de aprendizagem relacionadas à imitação aos versos tecnológicos internacionais e à recuperação no Sul Ou seja a brecha tecnológica oferece a possibilidade de utilizar a tecnologia estrangeira existente para construir capacidades indígenas 4 Em segundo lugar uma maior taxa relativa de crescimento SulNorte y melhora os vários mecanismos de aprendizado fazendo no Sul e portanto retarda a taxa de crescimento da brecha tecnológica 5 Em equilíbrio a lacuna tecnológica será estável e portanto G 0 Usando a equação 1 isto implica que em equilíbrio a lacuna será dada por G u gy v 2 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 A equação 2 dá todas as combinações de G e y que mantêm estável a lacuna tecnológica Se o aprendizado tecnológico aumenta no Sul a partir de um aumento no crescimento relativo então a brecha tecnológica tem que diminuir para reduzir as repercussões internacionais de tecnologia mantendo G 0 Trabalharemos daqui em diante com a tecnologia de equilíbrio o hiato de energia indicado na equação 2 e deixar para o apêndice matemático a análise da dinâmica do modelo em particular como o hiato interage com o crescimento e a mudança estrutural Produtividade relativa e salários relativos Para discutir a mudança estrutural precisamos de um modelo multissetorial Esta não é evidentemente uma nova preocupação na teoria do crescimento e já existem várias contribuições que têm procurado analisar o crescimento com restrições do BOP dentro de uma estrutura multissetorial Araujo e Lima 2007 Vamos nos basear na tensão dos modelos baseados no modelo Ricardiano 4 Este pode não ser sempre o caso e mais tarde discutiremos o que acontece com as assimetrias tecnológicas internacionais quando v 0 A relação entre o nível da lacuna e sua dinâmica é abordada por Verspagen 1993 que usa uma especificação não linear para capturar os casos em que a lacuna é tão alta que a imitação da tecnologia não é mais possível ver também Narula 2004 5 A lei KaldorVerdoorn é uma parte importante dos modelos de crescimento endógeno ver LeónLedesma 2002 Rada 2007 Porcile e Lima 2010 Pérez 2011 abordagem inicialmente proposta por Dornbusch et al 1977 e posteriormente por Cimoli 1988 e Dosi et al 1990 entre outros No modelo Ricardiano a produção utiliza mãodeobra e tecnologia homogênea Modificaremos o modelo para incluir as características específicas enfatizadas pelo ELA a saber assimetrias tecnológicas mudanças estruturais e as ligações que existem entre a especialização e a restrição do BOP Um bom i será produzido no Sul se os custos unitários de produção forem mais baixos do que no Norte 6 Formalmente s n Ws i Wne i s n onde W s são salários nominais no Sul W n são salários nominais no Norte em unidades da moeda do Norte e é a taxa de câmbio nominal unidades da moeda do Sul por unidade da moeda do Norte i é a produtividade do trabalho na produção de i no Sul e i é a produtividade do trabalho na produção de i no Norte Esta condição é equivalente ao seguinte i W s i W s 3 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 n i Wn e Isto é se a produtividade relativa definida como s n for superior aos salários relativos Ws Wne então o bem será produzido no Sul Usando um def nição da taxa de câmbio real RER q W N e então eu serei produzido no Sul W S somente se q 1 i ou seja o Sul produzirá aqueles bens para os quais o RER é suficientemente alto para compensar as assimetrias internacionais de produtividade Quais são os fatores determinantes da produtividade relativa do trabalho SulNorte O primeiro determinante é a lacuna tecnológica as diferenças na produtividade do trabalho dependem das diferenças nas capacidades tecnológicas Portanto quanto maior for a brecha tecnológica cal NorteSul menor será a produtividade relativa do Sul respeitando a do Norte para todos os bens A segunda variável que dá forma à função π é a intensidade tecnológica do bem Os bens não são todos iguais em termos da complexidade tecnológica do processo de produção Quanto maior a intensidade tecnológica do bem maior será a brecha de produtividade NorteSul para uma determinada brecha tecnológica O Norte e o Sul se distinguem com base em suas capacidades tecnológicas assimétricas Tais assimetrias se manifestam mais fortemente nos bens de alta tecnologia 7 É então possível classificar todos os bens produzidos no Sul começando pelo bem com a maior produtividade relativa do trabalho no Sul N 1 o bem com a menor intensidade tecnológica até o bem com a menor produtividade relativa do trabalho N N S o bem com a maior intensidade tecnológica Portanto por construção 6 Para manter o modelo simples assumimos que a majoração aplicada pelas empresas nos custos unitários de mãodeobra é a mesma no no Norte e no Sul e não tem efeito sobre a competitividade internacional 7 A produtividade da mãodeobra não só depende da tecnologia mas também da disponibilidade de recursos naturais e de capital Para manter o modelo simples e enfatizar o papel desempenhado pela tecnologia na competitividade internacional consideramos apenas trabalho e tecnologia homogêneos obtemos uma curva negativamente inclinada S N que mostra como a produtividade relativa do trabalho cai à medida que a intensidade tecnológica dos bens aumenta de N 1 para N N π a bN kG 4 Todos os parâmetros a b e k são positivos e N é limitado a ser positivo Finalmente os salários relativos são uma função da taxa relativa de crescimento SulNorte W W W y 5 Os salários relativos estão relacionados ao crescimento relativo uma vez que taxas mais altas de crescimento relativo implicam um aumento da demanda de mão de obra inclinando o processo de barganha em favor do mercado de trabalho dos trabalhadores Uma discussão formal da relação entre salários relativos e crescimento relativo pode ser encontrada no Apêndice no qual a equação 3 é derivada como uma condição de estado estacionário Em uma economia em desenvolvimento na qual uma grande parte da força de trabalho é alocada no setor de subsistência uma reação muito lenta dos salários ao crescimento deve ser esperada 8 É mesmo possível que a inclinação da curva W y seja zero para um grande conjunto de valores de crescimento relativo e se torne positiva somente após um valor crítico yc ser alcançado Especialização e crescimento Para a equação 4 sabemos que a curva N é negativamente inclinada e para a equação 3 que o último bom N para o qual o Sul será competitivo no mercado internacional economia satisfaz a seguinte igualdade N W 6 Para todos os N N então W os custos unitários serão mais altos no Sul e estes bens serão produzidos somente no Norte Portanto o padrão de especialização do Sul é definido pelo número N de mercadorias que satisfazem a equação 6 Sob a hipótese de que a classificação dos bens de acordo com uma produtividade relativa SulNorte em declínio é também uma classificação em termos de intensidade tecnológica crescente então N é o índice de intensidade tecnológica da estrutura produtiva do Sul em uma economia aberta A taxa relativa de crescimento na lei do Thirlwall 9 ys n y y é a taxa de crescimento limitada do BOP y X M 7 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Na equação 7 X é a elasticidade da renda da demanda para exportação e M é a elasticidade da renda da demanda para importação do Sul enquanto é a renda 8 Uma discussão sobre as forças que regem os salários em uma economia com grande excedente de mãodeobra pode ser encontrada em Ros 2000 A referência clássica é Lewis 1954 9 Para uma discussão sobre o modelo de crescimento limitado do BOP e uma comparação com os modelos Kaldorianos ver Blecker 2011 ver também Dutt 2002 Uma reavaliação recente pode ser encontrada em Thirlwall 2011 relação de elasticidade Duas razões justificam o uso da lei Thirlwall como equação de fechamento do sistema A primeira é sua raiz estruturalista esta equação pode ser encontrada na sistematização da teoria da periferia central estabelecida por Rodriguez 1977 A segunda é que exercícios empíricos mostraram que a lei de Thirlwall prevê muito bem as taxas de crescimento efetivo ao ponto de Krugman 1989 ter chamado esta forte regularidade empírica de regra dos 45 Existem no entanto algumas advertências importantes Para que esta equação seja válida é necessário essencial assumir um conjunto de suposições em particular que os gastos autônomos privados e públicos sempre se expandem ou contratam de forma a evitar a acumulação de reservas ou um déficit explosivo na conta corrente respectivamente 10 Ou seja as mudanças nos gastos autônomos sempre permitem que a economia se ajuste à taxa de crescimento limitada do BOP Isto por sua vez implica que o montante total do investimento público e privado é endógeno às oportunidades de crescimento associadas a um aumento da competitividade Da mesma forma mudanças no espírito animal ou nas taxas de poupança só afetariam o crescimento se alterassem os parâmetros tecnológicos e do mercado de trabalho que definem a competitividade internacional Essas mudanças podem dar origem a interações complexas entre a dinâmica de curto prazo e a taxa de equilíbrio de crescimento de longo prazo que são potencialmente muito importantes mas que vão além dos objetivos deste artigo A taxa de elasticidade de renda é uma função da estrutura de produção do Sul Descrevemos esta estrutura pelo número N um índice de complexidade tecnológica que também representa o número de bens nos quais o Sul é competitivo As evidências empíricas sugerem que os bens de alta tecnologia são mais propensos a exibir uma maior elasticidade de renda da demanda Dosi et al 1990 CEPAL 2007 2012 Gouvea e Lima 2010 Cimoli et al 2010 Portanto quanto maior o N maior é a taxa de elasticidade de renda ε É claro que existem exceções a esta regra como a boa sorte de um país na loteria de mercadorias Países que possuem recursos naturais em alta demanda na economia internacional crescerão mais rapidamente pelo menos por algum tempo apesar do atraso nas capacidades tecnológicas No entanto quando consideramos tendências de longo prazo as evidências da história econômica são bastante conclusivas ao sugerir que existe uma clara associação entre capacidades tecnológicas padrões de especialização e crescimento econômico Reinert 1995 Bértola e Ocampo 2012 O crescimento a longo prazo não pode ser compreendido sem um lado da oferta Schumpeteriana baseado em mudanças qualitativas e chumbo e atraso na inovação e difusão 11 Formalmente podemos reescrever a equação 7 como y N 8 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Em resumo a produtividade relativa e os salários relativos definem o padrão de especialização do Sul representado por um índice de complexidade tecnológica da estrutura produtiva do Sul Tal índice tem uma associação positiva com a taxa de elasticidade da renda e portanto com a taxa de crescimento econômico limitada do BOP A renda 10 Uma discussão sobre os mecanismos que ajustam os gastos autônomos ao equilíbrio externo pode ser encontrada em em Blecker 2011 Carlin e Soskice 2006 pp 3668 e Cimoli e Porcile 2011A 11 As entradas de capital podem afastar a taxa efetiva de crescimento do índice de equilíbrio dado pela versão mais simples da lei do Thirlwall Ainda assim McCombie e Thirlwall 1994 1997 e Thirlwall 2011 p 28 mostram que mesmo grandes fluxos de capital têm pouco impacto quantitativo na taxa de equilíbrio do crescimento com uma relação déficitPIB sustentável Não consideramos tais fluxos neste documento sobre isto ver MorenoBrid 2003 Vera 2006 A relação de elasticidade é definida por variáveis tecnológicas e salariais que moldam a competitividade interna tional Equilíbrio e implicações As equações 2 e 48 permitem a determinação dos valores de equilíbrio de cinco variáveis endógenas a diferença tecnológica G a produtividade relativa SulNorte π a taxa de elasticidade de renda ε o crescimento relativo y e os salários relativos W Usamos a equação 2 na equação 4 para reescrever a produtividade relativa como bN N 9 Para encontrar soluções explícitas para o sys tem especificamos N como uma função linear de N e usamos a equação 8 para obter y hN 10 onde h é estritamente positivo Também especificamos W y como uma função linear de y W jy 11 onde j 0 Usando a equação 10 nas equações 9 e 11 obtemos respectivamente b h N 12 W jhN 13 Em equilíbrio N jhN que permite encontrar N e com ele a taxa relativa de equilíbrio de crescimento os salários relativos a brecha tecnológica e a produtividade N b h j y h b h j W j h b h j G u gh h 14 15 16 17 v v b h j b h j a b h h 18 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Para uma solução significativa as variáveis endógenas são limitadas a ser positivas é necessário que b h j 0 Esta condição também é necessária para ter uma solução estável para Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 o sistema dinâmico ver anexo matemático O parâmetro j tende a ser bastante baixo de modo que se pode esperar que j 0 No caso extremo em que j 0 e os salários relativos não respondem ao crescimento a condição de estabilidade se reduz a b h ie o salário marginal queda na taxa de produtividade do trabalho quando o Sul entra num novo setor deve ser maior do que o aumento marginal da produtividade decorrente do aumento do retorno à diversificação A Tabela 1 apresenta os sinais dos derivados parciais de N ε y W e G respeito alguns dos parâmetros exógenos do modelo A partir da análise das soluções de equilíbrio e das derivadas parciais na Tabela 1 é possível extrair algumas implicações do modelo Em primeiro lugar o crescimento é liderado pela demanda no sentido de que qualquer efeito das variáveis do lado da oferta sobre o crescimento é necessariamente mediado por seu efeito específico sobre a taxa de elasticidade Da mesma forma qualquer aumento na taxa de crescimento exógeno do Norte aumentará a demanda por exportações no Sul e portanto o crescimento econômico no Sul mesmo que o crescimento relativo SulNorte não mude Em segundo lugar choques puros do lado da demanda que aumentam o h tais como uma mudança nas políticas internacionais de promoção de exportação no Sul podem produzir um crescimento relativo persistentemente maior juntamente com salários relativos mais altos no Sul 12 Além disso um aumento do h reduz a lacuna tecnológica G como resultado dos efeitos de aprendizagem do crescimento mais rápido Entretanto se o aumento da demanda provocar um forte processo de valorização da moeda nacional um forte aumento dos salários relativos esse efeito positivo será amortecido e em alguns casos até mesmo comprometido Este ponto será tratado com mais detalhes na seção 32 Em terceiro lugar as políticas industriais e tecnológicas destinadas a reduzir a brecha tecnológica e fomentar a mudança estrutural aumentam a taxa de elasticidade Como resultado elas também aumentam a taxa relativa de crescimento junto com os salários relativos no Sul Ainda assim é muito importante notar que os parâmetros do lado da oferta são vistos neste documento sob uma perspectiva evolutiva As respostas do lado da oferta não estão relacionadas à flexibilidade de preços ou à rápida realocação de fatores de produção mas a sistemas de aprendizagem e inovação baseados na interação entre instituições políticas e a estrutura de produção Freeman 1995 Embora este ponto não seja explorado aqui devese lembrar que a micro que explica as assimetrias tecnológicas NorteSul e a heterogeneidade é muito diferente de uma micro baseada na otimização e em agentes representativos assim como suas implicações políticas 13 Tabela 1 Sinais de derivados parciais Variávelparâmetro β h b J N ε y W G 12 Ver Setterfield 2009 para uma discussão sobre o papel do lado da oferta e da demanda na formação de um gro a longo prazo com modelos de crescimento tanto ortodoxos como heterodoxos 13 Cf Dosi 1988 e Metcalfe 2001 A competição em mercados oligopolísticos baseada em assimetrias tecnológicas e os leads e lags nas capacidades tecnológicas é precisamente o tipo de micro que é consistente com a tradição do ELA ver Cimoli e Porcile 2011B Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Quarto se j 0 um aumento em h ou dos parâmetros tecnológicos sempre levará tanto a um crescimento maior quanto a salários relativos mais altos Por outro lado um aumento em j devido a um aumento no poder de barganha dos trabalhadores pode dar origem a um tradeoff entre crescimento e salários relativos Ceteris paribus um aumento em j sempre reduz o grau de diversificação do Sul mas seu efeito sobre os salários relativos é ambíguo se b αh os salários relativos aumentam quando j aumenta Em uma economia na qual os retornos crescentes representados pelo parâmetro α são baixos ligando crescimento econômico e crescimento produtivo ou na qual a economia não consegue traduzir a diversificação em um impulso na demanda efetiva como representado por h então um poder de barganha mais forte dos sindicatos reduz o crescimento relativo enquanto aumenta os salários relativos Mas se α e h são altos então um aumento em j leva tanto a um crescimento menor quanto a salários relativos mais baixos Como corolário uma economia cuja competitividade depende de salários relativos mais baixos deve dar alta prioridade a um esforço paralelo para fortalecer o aprendizado e o crescimento da demanda Caso contrário o resultado seria salários relativos mais baixos a longo prazo com apenas um modesto aumento na diversificação Finalmente o modelo é útil para ilustrar não apenas porque a América Latina ficou para trás mas também porque alguns países particularmente na Ásia conseguiram se recuperar A ascensão da Ásia deve ser interpretada em termos de transformação qualitativa mudança estrutural em larga escala ao longo do tempo com taxas mais elevadas de acumulação de capital A mudança estrutural é o motor schumpeteriano e keynesiano que realoca a mãodeobra da subsistência para atividades e empregos de maior produtividade ao mesmo tempo em que alivia a restrição exter nal ao crescimento A mudança nos parâmetros tecnológicos de muitos países asiáticos particularmente a Coréia Taiwan e mais recentemente a China e as mudanças interrelacionadas na competitividade internacional e na diversificação redefiniram o cenário inter nacional A literatura aponta que estes países têm confiado em políticas industriais e tecnológicas ativas para reduzir sua distância em relação à fronteira técnicológica internacional para estudos clássicos sobre políticas nestes países ver Amsden 1989 Wade 1990 Inversamente no caso da América Latina as políticas industriais foram aplicadas de forma bastante inconsistente com falhas generalizadas de implementação e abandonadas completamente após as reformas prómercado do final dos anos 80início dos anos 90 Stalling e Peres 2000 Palma 2011 com a isenção do Brasil um país que se juntou ao grupo das grandes economias emergentes conhecidas como BRICs A importância da política industrial tem sido cada vez mais reconhecida nos últimos anos mesmo em círculos de tradição aliada relutante em apoiar a intervenção do Estado Por exemplo Lin 2012 do Banco Mundial argumentou a favor de políticas industriais para construir vantagens comparativas dinâmicas ao longo das linhas de opinião de que o que você exporta importa como sugerido por Hausman et al 2007 Se interpretarmos os salários relativos como um proxy para o RER os resultados do modelo se aproximam dos resultados da literatura McMillan e Rodrik 2011 demonstraram que o RER afeta positivamente a mudança estrutural a diversificação e a absorção de mãodeobra em setores de maior produtividade O efeito de crescimento de um RER competitivo tem sido destacado na literatura Assim por exemplo Freund e Pierola 2008A 2008B confirmam o papelchave de uma RER competitiva alta e estável na abertura de novas linhas de e novos destinos para exportações de economias em desenvolvimento ver também Bernard e Jensen 2004 Estes autores descobriram que as desvalorizações foram importantes para explicar os surtos de exportação o que por sua vez contribuiu para acelerar o crescimento Sua visão é compatível com a descoberta de Berg et al 2008 que observam que a abertura comercial Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 está associado a um crescimento maior somente se ao mesmo tempo o RER for competitivo Eichengreen 2008 p23 também salienta a ligação entre o RER e a diversificação afirmando que o RER pode ajudar a impulsionar o crescimento incentivando a redistribuição de recursos para a fabricação e colhendo ganhos imediatos de produtividade Em resumo o modelo por estar subjacente ao papel ou à tecnologia e à competitividade internacional é compatível com as evidências relativas à divergência na América Latina e à convergência e recuperação da tecnologia na Ásia Na seção seguinte usamos o modelo como uma caixa de ferramentas para lidar com os efeitos de diferentes tipos de choques exógenos seja em políticas ou na economia internacional Produzimos um conjunto de gráficos derivados das equações da seção anterior que são bastante intuitivos e podem ser usados como um dispositivo didático de análise do ELA Choques e políticas Crescimento e mudanças estruturais estão sujeitos a três tipos de choques i choques do lado da demanda negativos e positivos que afetam a taxa de elasticidade da renda ii choques do lado da oferta relacionados às políticas tecnológicas que afetam os coeficientes de aprendizagem e iii mudanças nas políticas industriais e comerciais que afetam tanto os parâmetros do lado da oferta quanto os da demanda A análise é baseada no modelo de cinco equações apresentado acima resumido em quatro gráficos Figuras 1AD 14 Para simplificar a análise gráfica usamos a equação 9 que combina as equações 2 e 4 assumimos que a curva salarial relativa é plana para o intervalo relevante de mudanças em y ou seja W é constante e representa apenas mudanças em N ε y e W mudanças em G não são representadas mas podem ser obtidas facilmente da equação 2 A dinâmica é tratada no apêndice matemático no final do artigo Um choque de demanda negativo Primeiramente discutiremos os impactos de um choque negativo de demanda que reduz h e portanto a elasticidade da renda seja pela redução da elasticidade da demanda de exportação eou pelo aumento da elasticidade da renda da demanda de importação para um determinado N Vários fatores podem produzir tal efeito uma mudança nos padrões de demanda internacional decorrente de mudanças tecnológicas novos substitutos de commodities produzidas no Sul eou uma mudança nas preferências dos consumidores A Figura 1A mostra como o padrão de especialização é definido pela combinação das curvas de produtividade relativa e salários relativos equações 9 e 11 respe tivamente A Figura 1B representa a taxa de elasticidade de renda em função da intensidade tecnológica da estrutura produtiva N equação 8 A linha de 45 na Figura 1C traduz a taxa de elasticidade de renda em crescimento relativo como sugerido pelo modelo de crescimento limitado pelo BOP equação 10 e Figura 1C O crescimento econômico com binômio com a taxa de crescimento da produtividade no Sul dá a taxa na qual o excedente de mãodeobra é absorvido no Sul Como mencionado assumimos que a economia está na faixa de crescimento relativo na qual a oferta de mão de obra é perfeitamente elástica j 0 e os salários relativos são constantes Figura 1D 14 Nosso principal foco está nas posições de longo prazo em estado estável isto implica que ignoraremos as turbinas ou políticas de curto prazo que são adotadas por um período de tempo tão curto que não tenham efeitos significativos em nenhum dos parâmetros estruturais do modelo Por outro lado o modelo pode captar o efeito de uma política que visa basicamente estabilizar a economia no curto prazo mas que se durar um período de tempo suficiente afeta os parâmetros estruturais do modelo Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Fig 1 Um choque negativo da demanda externa O impacto de um choque negativo na relação de elasticidade de renda do Sul é descrito em números de 1A a 1D Tal choque irá baixar h e isto implica que a curva y hN se desloca para a esquerda na Figura 1B Inicialmente N não muda e portanto apenas a taxa de crescimento relativo induzida pela demanda varia refletindo o fato de que a demanda efetiva por bens periféricos caiu Isto é representado pela mudança do ponto X para Z na Figura 1B elasticidade relativa e 1C crescimento relativo Ainda assim a mudança em h também produz uma mudança na inclinação da curva das produtividades relativas na Figura 1A devido ao efeito KaldorVerdoorn sobre a brecha tecnológica A nova curva de produtividades relativas dá origem a um N mais baixo o que representa o novo equilíbrio no ponto Y Portanto o choque negativo na demanda traz um processo de mudança estrutural regressiva e tural que causa um menor crescimento relativo em equilíbrio Um choque de demanda positivo teoria dos grampos e doença holandesa Agora abordamos o choque oposto ao considerado acima um choque positivo que impulsiona a demanda internacional e o preço dos bens produzidos pelo Sul Um primeiro cenário é aquele definido pela teoria dos grampos no qual um ambiente internacional mais favorável um aumento em h implica uma resposta mais forte das exportações do Sul ao crescimento global mudança do ponto X para Z 1 na Figura 2B Isto por sua vez fomenta o crescimento econômico relativo no Sul que aumenta para Z 1 na Figura 2C acelerando o aprendizado e movendo a curva π para a direita De tal processo virtuoso emerge um maior nível de diversificação da estrutura produtiva N3 em Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Fig 2 Um choque positivo da demanda externa Figura 2A e maior crescimento relativo em equilíbrio Como antes assumimos que ao longo deste processo os salários relativos permanecem constantes Figura 2D Todo o processo até agora espelha os efeitos do choque negativo discutido na seção 31 Em particu lar uma economia especializada em recursos naturais pode ser capaz de diversificar sua estrutura de exportação após um choque positivo na demanda de recursos naturais com base nos efeitos virtuosos do crescimento sobre o aprendizado Mas um cenário diferente emerge se os preços experimentarem um rápido crescimento no Sul inflação mais alta do que no Norte para uma determinada taxa de câmbio nominal como resposta ao boom ou se a taxa de câmbio nominal cair para as mesmas taxas de inflação no Norte e no Sul a partir da abundante oferta de divisas estrangeiras Assumindo uma queda em e a curva W W W P W C e mudará para cima na Figura 2D de W 1 para W 2 A valorização da moeda nacional do Sul comprometerá a competitividade internacional de um amplo conjunto de setores precisamente aqueles em que a brecha de produtividade é maior dando origem ao caso da doença holandesa um choque positivo nas exportações de commodities produz uma queda no RER o que expulsa outros bens comercializáveis No novo equilíbrio com diversificação N 2 no ponto Z 2 em vez de N 1 em Z 1 o Sul apresenta menor crescimento relativo e menos emprego no setor moderno Qual dos dois cenários emerge depende de políticas e tecnologia A doença holandesa poderia ser evitada se i o Sul utilizasse as rendas derivadas de preços mais altos de commodities para mudar os parâmetros tecnológicos do sistema a b e α veja também Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Seção 33 ii o Sul utiliza as políticas monetária e fiscal para evitar a apreciação da taxa de câmbio 15 e iii o Sul utiliza qualquer combinação das duas políticas anteriores aos nossos para sustentar o nível de diversificação produtiva evitar mudança estrutural regressiva de N1 para N2 Por outro lado se a dependência do caminho e a histerese fenomenal emergem de uma forte rigidez tecnológica ou sistêmica na economia o resultado da doença holandesa prevalecerá comprometendo o crescimento a longo prazo Choques no lado da oferta Vamos agora assumir que o Sul adota uma política tecnológica ativa que aumenta a eou reduz b Neste caso o processo dinâmico começa na Figura 3A a curva de produtividade relativa se desloca para a direita isto por sua vez muda a elasticidade relativa Figura 3B e o crescimento relativo Figura 3C no Sul Embora os salários relativos não mudem na Figura 3D uma parcela crescente da força de trabalho total no Sul será real localizada para o setor moderno reduzindo assim a heterogeneidade O novo equilíbrio apresenta um maior nível de diversificação industrial e maior crescimento relativo mudança de N1 para N2 e do ponto X para Z apesar de uma queda nos termos de troca veja o Apêndice Fig 3 Política tecnológica 15 Os problemas trazidos pela apreciação do RER na América Latina têm sido uma preocupação crucial para os formuladores de políticas sobre isto ver Ocampo et al 2009 Frenkel e Rapetti 2011 Bresser Pereira 2008 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Políticas industriais e comerciais promoção das exportações e substituição das importações A política industrial definida como uma política que visa setores específicos da economia pode adotar diferentes formas Uma forma é fornecer subsídios a indústrias específicas que são mais intensivas em tecnologia ou aprendizagem do que outras indústrias com maior N Na medida em que isto produz externalidades que aumentam a produtividade em todo o sistema econômico tal política leva a um aumento em α ou a uma queda em b A análise é portanto semelhante à do caso anterior Outras formas de política industrial afetam os fluxos comerciais Por exemplo os subsídios às exportações de bens considerados mais intensivos tecnologicamente afetarão positivamente tanto os parâmetros do lado da oferta como α quanto os parâmetros do lado da demanda como h Um choque ascendente suficientemente forte nestes dois parâmetros α e h pode alterar de forma substancial a dinâmica do sistema NorteSul veja o apêndice matemático Com efeito para valores altos destes parâmetros o sistema se tornará instável e o Sul será capaz de elevar sem limites sua taxa relativa de crescimento Tal resultado naturalmente não pode continuar para sempre haverá uma inversão de posições no modelo NorteSul com o antigo Sul se tornando um novo Norte mais diversificado e com maior capacidade tecnológica do que os países que representavam a fronteira tecnológica no passado O modelo NorteSul pode continuar a ser útil mas agora um conjunto diferente de países compõe os dois pólos do sistema As tarifas de importação também têm efeitos sobre h e α mas neste caso os efeitos finais da política de indus trial são mais ambíguos As tarifas criam uma cunha entre a fronteira do bom Nx exportado e a fronteira do bom Nm importado O conjunto de mercadorias no intervalo N X N m não será comercializado ver a metade superior da Figura 4 Uma vez que primeiro assumimos que a taxa de elasticidade de renda é uma função do número de mercadorias exportadas e importados pelo Sul segundo as tarifas não afetam o número de mercadorias exportadas Fig 4 Tar iffs diversificação e crescimento Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 e portanto não afetam a elasticidade de renda das exportações este nem sempre é o caso como será discutido no próximo parágrafo e em terceiro lugar as tarifas reduzem o número de bens importados e portanto a elasticidade de renda das importações então podese concluir que as tarifas aumentam a taxa de elasticidade de renda Isto é representado na metade inferior da Figura 4 através de uma curva de elasticidade mais acentuada h mais alta ao contrário da curva pontuada que representa o cenário sem tarifas Taxas de crescimento mais altas são obtidas no cenário póstarifário ponto B do que no cenário prétarifário ponto A Mas este efeito inicial positivo deve ser avaliado à luz de outros efeitos associados a longos períodos de proteção Com efeito um período limitado de proteção pode incentivar a diversificação o crescimento e o aprendizado como sugere o tradicional argumento da indústria infantil Mas ao contrário dos subsídios à exportação longos períodos de proteção reduzem a taxa de aprendizado na economia menor α ou maior b seja porque a concorrência se torna menos intensa o tamanho dos mercados menores ou alguns dos bens anteriormente importados são insumos significativos no processo de produção de outros setores Embora a promoção das exportações promova tanto a diversificação quanto o aprendizado a substituição de importações pode produzir efeitos ambíguos no aprendizado se as tarifas não forem um dispositivo transitório na busca da competitividade internacional Os países do Leste Asiático representam um exemplo interessante de acumulação de capacidades tecno nológicas que combinaram um período de industrializaçãosubstituindo a importação com um impulso posterior decisivo em direção às exportações mundiais Embora ambas as regiões América Latina e Leste Asiático sejam exemplos do que pode ser considerado crescimento estatal ver Bértola e Ocampo 2012 no qual as políticas industriais e diversas formas de intervenção estatal desempenharam um papel crucial os países do Leste Asiático foram como mencionado muito mais bem sucedidos do que os latinoamericanos na promoção de mudanças estruturais e na gestão de um sistema de incentivos favorável ao processo de aprendizagem Bell 2006 Peres 2010 Liberalização do comércio As políticas comerciais afetam tanto o lado da oferta quanto o lado da demanda do sistema de salários relativos de produçãoelásticaelásticacrescimento Discutimos as tarifas na seção anterior agora nos concentramos na liberalização do comércio cujos efeitos são simétricos A primeira grande onda de liberalização comercial e financeira na América Latina aconteceu nos anos 70 no cone sul principalmente na Argentina Chile e Uruguai Estas políticas de liberalização acabaram nas grandes crises dos anos 80 quando elas foram temporariamente revertidas 16 A década de 1990 testemunhou um novo movimento político na mesma direção que desta vez não foi revertido Stalling e Peres 2000 A liberalização do comércio nos anos 90 produziu dois tipos de efeitos Uma delas está relacionada com o lado da demanda A abertura comercial impulsionou a demanda por bens estrangeiros que haviam sido reprimidos por muitos anos e portanto aumentou amorteceu a elasticidade da renda da demanda por importações a taxa de elasticidade 17 O outro efeito está relacionado com o lado da oferta As empresas nacionais foram rapidamente expostas 16 A rápida liberalização comercial e financeira combinada com uma abundante oferta de capital privado estrangeiro próaumento da valorização do RER que provou ser insustentável Experiências semelhantes na região podem ser encontradas em nos anos 90 particularmente nos casos do Brasil Argentina e Uruguai ver FfrenchDavis 2002 17 As evidências empíricas confirmam a forte resposta da elasticidade de renda das importações à liberalização do comércio na América Latina ver Jayme 2003 Holland et al 2004 PachecoLópez e Thirlwall 2006 Cimoli et al 2010 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 à concorrência com empresas estrangeiras à medida que as barreiras comerciais eram levantadas em muitos casos em meio a um processo de valorização da moeda nacional o que colocava mais pressão competitiva sobre a produção local Katz 1997 Algumas empresas nacionais tiveram que sair do mercado enquanto aquelas que permaneceram principalmente em atividades de baixa tecnologia fizeram investimentos defensivos que reduziram tanto a brecha de produtividade quanto os níveis de emprego no setor moderno O processo começa com uma queda em h que desloca a curva de elasticidadediversificação para baixo do ponto X para Y Figura 5B Ao mesmo tempo as empresas têm que racionalizar e reduzir suas atividades num contexto de menor crescimento Figura 5C a partir do qual a curva de produtividade relativa sobe e se torna mais acentuada Figura 5A Os eventuais resultados são mudanças estruturais regressivas menor N menor crescimento e maior heterogeneidade Como no caso da doença holandesa tal saída não é inevitável A economia pode voltar ao nível de diversificação X por uma combinação de políticas tecnológicas deslocando a curva de produtividade mais para a direita como mostrado na linha destacada que passa por X na Figura 4A e desvalorização da curva 18 A combinação específica adotada não será naturalmente neutra em termos de distribuição de renda Há também uma questão de tempo na escolha de Fig 5 Liberalização do comércio 18 A combinação específica adotada não será naturalmente neutra em termos de distribuição de renda Há também uma questão de tempo na escolha das políticas a desvalorização funciona mais rapidamente do que as políticas tecnológicas É razoável supor que a política tecnológica se tornaria mais importante com o tempo enquanto a necessidade de depreciação da moeda perde peso na combinação de políticas Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 políticas a desvalorização funciona mais rapidamente do que as políticas tecnológicas A política tecnológica se tornaria mais importante com o tempo enquanto a necessidade de desvalorização da moeda perderia peso na combinação de políticas Recuperar o antigo nível de crescimento relativo requer mais do que recuperar o antigo nível de diversificação Na medida em que os padrões de demanda se moveram em favor das mercadorias importadas e h é agora menor então para ter o mesmo nível de crescimento relativo seria necessário diversificar ainda mais as estruturas produtivas e de exportação Um crescimento maior só ocorreria se a demanda efetiva internacional crescesse a taxas mais altas o que em nosso exemplo exige compensar a queda em h por um aumento em N Um aspecto importante do cenário de liberalização póscomércio é a crescente heterogenidade e desigualdade CEPAL 2010 cap 3 Correa 2011 Duas razões concorrem para produzir tal resultado A primeira é que o crescimento agora é mais lento e ceteris paribus haverá menos absorção de trabalhadores no setor moderno Uma proporção maior de trabalhadores subsaídas no emprego total aumenta a desigualdade A segunda razão é que as diferenças de produtividade entre as atividades do setor moderno são agora maiores do que antes da liberalização curva mais acentuada da produtividade relativa É possível que grandes diferenças nos níveis de produtividade incentivem diferenças salariais entre trabalhadores de setores no topo e trabalhadores de setores na base da curva de produtividade relativa Observações finais Este é um momento particularmente bom para avançar as propostas estruturalistas nas agendas aca demic e política Primeiro a Grande Recessão revigorou as idéias keynesianas que vieram para resgatar a economia global dos destroços provocados por agentes supostamente altamente racionais Em segundo lugar a economia internacional foi transformada pelas correntes subjacentes da mudança estrutural e da recuperação liderada por um grupo de economias principalmente asiáticas em desenvolvimento A compreensão do novo papel que desempenham e dos padrões emergentes de comércio e crescimento que produziram exige modelos que coloquem o acúmulo de capacidades tecnológicas o crescimento das exportações e a mudança estrutural no centro da análise Temos argumentado que o ELA oferece uma contribuição valiosa para explicar a macrodinâmica por trás dessas transformações O modelo apresentado neste documento em primeiro lugar tem como objetivo captar insightschave da escola LAS tais como a persistência de assimetrias tecnológicas e heterogeneidade estrutural em segundo lugar pode ser usado para analisar os impactos de choques e políticas com base em como eles afetam os parâmetros do lado da oferta e da demanda do modelo terceiro ele liga mais estreitamente a macroeconomia póskeynesiana com a microeconomia evolutiva do aprendizado e por último mas não menos importante ele pode ser usado como uma caixa de ferramentas na análise das interações entre a mudança estrutural a recuperação tecnológica e o crescimento a longo prazo Claramente há uma longa lista de tópicos não abordados no documento que são importantes tanto para a teoria do crescimento em geral quanto para o ELA em particular incluindo i os problemas de construção de instituições e da economia política da política industrial e ii a evolução da distribuição de renda que em todo o modelo permaneceu implícita na resposta dos salários relativos ao crescimento Outro desafiochave é incluir uma função de investimento autônomo em conformidade com a tradição Kaleckian Parafraseando Steindl 1952 no modelo o investimento segue como uma sombra as oportunidades de produção Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 criado pela competitividade internacional esta última decorrente de mudanças na nologia técnica eou nos salários relativos Sempre que existir uma oportunidade de produzir um bem em uma base competitiva o investimento surgirá reconhecemos que esta visão é limitada Seria um importante passo teórico em frente ter um modelo no qual uma função de investimento independente dá origem a mudanças nas elasticidades e na competitividade Uma análise mais detalhada das interações entre as decisões de investimento o crescimento da demanda e a tecnologia permitiria ligar de forma rigorosa a dinâmica de curto e longo prazo Entretanto como mencionado tal modelo está muito além do escopo deste artigo e é deixado como parte de uma agenda para pesquisas futuras Além disso o objetivo não tem sido oferecer uma visão abrangente do SGL Pelo contrário o nosso objetivo é apresentar alguns de seus contri buições de uma forma que conduza a novas extensões e cumulatividade no heterodoxo tradição de crescimento Bibliografia Amsden A 1989 O Próximo Gigante da 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perspectiva estruturalista Cambridge Journal of Economics vol 35 no 2 383400 Cimoli M e Porcile G 2011B Learning technological capabilities and structural dynam ics pp 5467 in Ocampo J A and Ros J eds The Oxford Handbook of Latin American Economics Oxford and New York Oxford University Press Cimoli M Porcile G e Rovira S 2010 Mudança estrutural e a restrição do BOP por que a América Latina não conseguiu convergir Cambridge Journal of Economics vol 34 no 2 389411 Correa N 2011 O atraso tecnológico e a informalidade generalizada as restrições latinoamericanas para uma abertura comercial mais eficaz tese de doutorado Escola de Estudos Avançados de SantAnna Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 Dornbusch R Fischer S e Samuelson P 1977 Comparative advantage trade and payments in a Ricardian model with a continuum of goods American Economic Review vol 67 no 5 82339 Dosi G 1988 Sources procedures 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trabalhadores do Sul para o Norte l l l W s n s n W A3 A combinação de equações A1A3 renderiza w y ˆs ˆ n W A4 onde w Wˆ Wˆ y y y e W Ws No estado estável crescimento da produtividade s n s n n W no Norte e no Sul são iguais ˆs ˆn e os salários relativos são constantes w 0 A equação A4 tornase então 0 y W A5 e portanto W 1 y W y A6 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 que é o resultado mostrado na equação 3 Esperase que o derivativo W y seja pequeno em países com um grande setor de subsistência eou onde as instituições do mercado de trabalho restringem severamente o poder de barganha dos sindicatos A2 Termos de troca Os termos de troca entre o Sul e o Norte são definidos da seguinte forma TT P x Pm A7 onde P x e Pm são respectivamente índices de preços de exportação e importação Assumindo por simplicidade que todos os bens têm partes iguais no consumo total no Norte e no Sul e que a margem sobre os custos unitários de mãodeobra é a mesma em ambas as regiões o equa tion A7 pode ser reescrito como 1 Ns Ns 1 s TT W i 1 i i Ns i 1 N n NT 1 n A8 Os termos de troca aumentam com o salário relativo e diminuem com o número de bens Ns produzidos no Sul O número de bens produzidos no Norte é Nn NT Ns onde NT é o número total de bens Portanto os termos de troca em equilíbrio são TT W T N A9 Na equação A9 temos TN 0 Um aumento em W estará relacionado a uma queda em N e ambos os fatores levam a um aumento nos termos de troca Uma aceleração da mudança técnica no Sul produzirá efeitos mais ambíguos nos termos de troca já que aumenta W e N ao mesmo tempo Entretanto como se espera que a reação dos salários ao maior crescimento seja fraca no Sul é mais provável que tenhamos o velho resultado estruturalista no final do dia o progresso técnico mais rápido no Sul traz uma queda nos termos de troca o Sul é incapaz de guardar para si mesmo todos os frutos de seu próprio progresso técnico cal As implicações sociais de uma mudança técnica mais rápida são inequivocamente positivas Como aumenta o crescimento relativo também aumenta o crescimento real da renda no Sul e melhora a distribuição da renda através da absorção do excedente de mãodeobra no setor informal A3 O sistema dinâmico Esta seção discute com mais detalhes a dinâmica da lacuna tecnológica e da especiali sação Passamos da análise estática comparativa das seções anteriores para a dinâmica completa o que permite que a transição entre os equilíbrios seja discutida A equação 1 dá a dinâmica da brecha tecnológica G u vG gy 1 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 A diversificação da economia do Sul aumenta quando a produtividade relativa é maior do que os salários relativos como se afirma abaixo onde está a velocidade com que a estrutura produtiva responde às novas oportunidades nos mercados interno e externo N W A10 Usando as equações 4 5 e 11 a equação 19 pode ser escrita como N a kG b jh N A11 As soluções de equilíbrio são as discutidas na seção 2 A análise de estabilidade requer o cálculo do jacobiano do sistema dinâmico formado pelas equações 1 e A11 v J k gh b jh A12 Baixar do site httpsacademicoupcomcjearticle3812151690100 por usuário da Universidade Federal de Mato Grosso em 07 de agosto de 2020 O traço é v b jh 0 e portanto sempre negativo enquanto o determinante é v b jh kgh A estabilidade requer v b jh kgh caso contrário temos uma sela caminho Lembrando que kg v podese ver que a condição de estabilidade implica b h j 0 Observe também que para ter uma solução positiva para N W e y tal condição deve ser satisfeita como se vê nas equações 1416 Uma política de promoção de bens de alta tecnologia elevará tanto a h e α levando a um maior crescimento e a uma estrutura econômica tecnologicamente mais intensiva Se tal política for adotada por um longo período o sistema pode se tornar instável pois a condição de estabilidade não mais se manterá O resultado final será uma mudança de posição do Norte e do Sul já que o Sul desenvolve uma vantagem tecnológica em relação ao Norte Um resultado oposto emerge quando os esforços de um país para recuperar o atraso são muito fracos e portanto não há espaço para repercussões internacionais de tecnologia Nesse caso o parâmetro v na equação 1 é negativo ou seja não há vantagem em ser um seguidor já que a cumulatividade no centro supera qualquer esforço de imitação no Sul A inovação no Norte sempre excede a difusão para o Sul A solução de eqüiliberdade é então um ponto de sela e as economias divergem em termos de capacidade tecnológica salários e crescimento dando origem a um cenário de crescente desigualdade internacional 216 M Cimoli e G Porcile Modelo de estruturalismo latinoamericano 217