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Economia ·

Análise Econômica

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REESTRUTURAÇÃO ECONÔMICA E IMPACTO REGIONAL O NOVO MAPA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA Cláudio Campolina Diniz¹ Marco Aurélio Crocco² 1 INTRODUÇÃO A análise do desenvolvimento regional da indústria no Brasil tem sido feita como comprova uma ampla literatura através do recorte de grandes regiões geoeconômicas Norte Nordeste CentroOeste Leste e Sul ou através da divisão pelos Estados da Federação Esta sistemática de regionalizações apresenta várias difusões pela dimensão territorial do país pela sua diversidade natural econômica e social dentro de Estados e regiões Nos últimos anos a mesma tem se tornado mais problemático resultado da ampliação destas diferenças dentro de cada região do Estado associado especialmente ao processo de reversão da polarização regional que se acentuou dentro do Estado de São Paulo e a natureza às vezes excludente do crescimento industrial dentro dos Estados de Minas Gerais do Paraná e do Rio Grande do Sul onde existem áreas de crescimento industrial assoladas por gargalos insustentáveis ² Este trabalho foi elaborado com recursos financeiros da FAPEMIG Agradecemos as críticas e contribuições de Fabiana Borges Teixeira e dos colegas integrantes do grupo de pesquisa De forma semelhante agradecemos aos estagiários Leiliane Segantin Gomes Lina Calvo Lott Picket Mário Sérgio Carago Teixeira e Mauro Sayar Ferreira pelo trabalho de coleta e tabulação dos dados aqui apresentados Nova Economia Belo Horizonte v 6 n 1 jul 1996 77 2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E CONCEITUAIS Ao longo das três últimas décadas os padrões localizados da indústria encontramse fortemente alterados Em primeiro lugar as velhas regiões industriais do Nordeste dos Estados Unidos e do Norte da Inglaterra apresentaram eras críticas inaugurando o chamado processo de desindustrialização Bluestone Harris 1982 Massey Megginson 1982 seguido pela emergência de novas áreas industriais no Oeste Montanhas e Sul dos Estados Unidos Markusen 1985 e no Sul da Inglaterra Em segundo lugar passou a ocorrer mudanças na divisão internacional do trabalho com emergência dos NICs Newly Industrialized Countries e de zonas de processamento de produtos não industrializados Frobel et al 1977 Balassa 1981 Lipietz Laborde 1984 Em terceiro lugar a crise de chamamento de produção de produtos as mudanças nas organizações dos processos de trabalho e as alterações tecnológicas liderança pela microeletrônica e pela tecnologia da informação levaram à interpretação de que estas transformações implicam novos requisitos localizados e novas formas de organização espacial da indústria estendidas composições distritais e do industrialização flexível Scott 1988 Piore Sabel 1984 Castells 1989 Em quanto lugar a partir deste novo cenário emerge a tendência à globalização quanto a sua relação através de crescente integração interbloqueios se seu efeito econômico internacional sobre a problemática locacional Krugman 1991 Nova Economia Belo Horizonte v 6 n 1 jul 1996 78 Dada a incapacidade do instrumental teórico convencional tanto de localização quanto de desenvolvimento regional tais como modelos que explicam a maioria dos fenômenos antes descritos novas tentativas teóricas e metodológicas vêm sendo esboçadas predominando um certo empiricismo na matéria das análises Diniz 1991 Entre estas cabe mencionar os conceitos de novos distritos como instâncias analíticas para interpretar os processos de desconcentração industrial e as mudanças nos padrões regionais da indústria com a emergência de regiões ou áreas de rápido crescimento industrial Por sua vez a partir do conceito de distrito industrial ou novos distritos industriais é ainda fortemente controversa na literatura A linha teórica adaptada à concepção de industrialização flexível como resposta à crise do fordismo enfatiza a importância das economias externas complementandose às transfências entre plantas com aumento da divisão de trabalho e da tecnologia Essas características levariam a dominância da pequena e média empresa tendendo a fortalecer a proximidade locacional dos conhecimentos pela necessidade de contato direto troca de informações e gerenciamentos à lógica de fluxos de mercadorias e de trabalho referindo ao aglomerado dos distritos industriais com especialização flexível e sustentadas em formas endógenas Piore Sabel 1984 Scott 1988 Storper 1989 Nova Economia Belo Horizonte v 6 n 1 jul 1996 79 fornecedores criando uma especialização regional Neste caso firmas dominantes em geral com grandes economias de escala estabelecem relações para fora da região p plataforma softlift baseada em filiais de multinacionais ou grandes empresas em regiões de baixa salários e subsídios tributários com fracas vinculações locais reportando às matrizes as decisões básicas d suportados pelo governo ou por importantes institucionais a exemplo de facilidades militantes centros de pesquisa universidades os quais criam as condições para a localização industrial inclusive pela garagido de spinoffs A partir da década de 1980 ocorreu o enfraquecimento do papel do Estado em termos de investimento direto e de políticas regionais e uma forte queda do investimento em função diretas de economia geral reduzindo o impacto das alterações regionais na indústria Mais recentemente as mudanças tecnológicas e a reestruturação produtiva aumentaram seu impacto sobre a criação regionalização e o dinamismo das novas áreas industriais Além disso não se pode deixar de considerar o forte impacto na década de 1990 da decisão de abertura extrema da economia brasileira e em especial da criação do MERCOSUL na dinâmica regional Tabela 1 BRASIL DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA ÁREA GEOGRÁFICA PIB E POPULAÇÃO 19701990 Região Estado Área PIB População Rondonia 28 1970 01 1990 10 1991 025 Acre 18 01 02 02 02 Amazonas 184 07 17 04 04 Arará 77 01 01 00 01 Pará 145 12 23 23 35 Amapé 16 01 05 01 05 Maranhão 38 09 12 32 34 Piauí 30 04 05 18 17 Ceará 15 18 47 43 R G do Norte 06 02 03 02 02 Paraíba 07 07 25 26 26 Pernambuco 07 03 02 55 46 Alagoas 06 03 08 17 17 Sergipe 05 12 10 10 10 Bahia 53 121 158 303 289 Navarete 65 10 30 11 15 Minas Gerais 69 23 100 123 107 Espiritos Santos 16 19 17 17 18 Rio de Janeiro 161 114 97 87 São Paulo 364 588 561 815 Sul 185 158 68 73 88 Paraná 24 25 41 62 69 Santa Catarina 11 12 11 31 81 R G do Sul 32 37 76 72 61 Est 68 170 167 115 115 M do Sul 42 04 09 10 12 Mato Grosso 10 10 12 10 14 Goiás 10 03 06 03 03 Distrito Federal 10 21 17 18 17 CentroOeste 22 147 59 66 109 Brasil 823019k 1000 1000 1000 1000 A partir do final da década de 1960 com o início de um novo ciclo expansivo da economia brasileira conhecido como período do Milagre Econômico assistese a um intenso processo de crescimento industrial com desconcentração geográfica Entre 1970 e 1980 o emprego industrial no Brasil que subindo de 27 para 51 milhões de trabalhadores e o número de áreas industriais com mais de 10000 pessoas ocupadas subiu de 33 para 76 representando 84 do emprego industrial e 90 do valor da transformação industrial do país Na década de 1980 o ritmo de crescimento será reduzido porém o emprego industrial aleatoriamente 63 milhões de pessoas em 1991 e o número de áreas industriais cresceu para 90 mas o processo de desconcentração está enfraquecido Em segundo lugar o crescimento da infraestrutura econômica contribuiu fortemente para processos de desconcentração industrial Transportes energia e telecomunicações alicerçaram a unificação o mercado brasileiro facilitando a localização industrial em novas áreas rurais ou regionais mais distantes do poder A malha rodoviária aumentou federal e estadual de 127000 km em 1960 subindo para 480000 km em 1990 e para aproximadamente 130000 km em 1991 Não obstante excluindose a frota de veículos de aproximadamente 1 milhão em 1960 para 31 milhões em 1976 e 16 milhões em 1990 Neste último ano o número de veículos de carga superou os 3 milhões com um crescimento da frota aumentando ao longo do período Em 1991 a participação no transporte caiu ligeiramente para 55 A perda de importância do Rio de Janeiro está relacionada com a incapacidade de indústrias locais em sustentar seu crescimento no mesmo ritmo das outras regiões do país especialmente pelo ambiente desfavorável para os negócios naquela cidade que veio a se acentuar em períodos mais recentes em função da profunda crise política e social que arremediava a cidade Tabela 2 BRASIL DISTRIBUIÇÃO DO VALOR DA TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL E DO EMPREGO SEGUNDO GRANDES REGIÕES E PRINCIPAIS ESTADOS Regiões e Estados selecionados VTI Emprego VTI Emprego VTI Emprego 1970 1985 1990 Amazonas 04 04 17 11 20 11 Pará 04 09 06 11 09 11 Demais estados RO AC RR AP TO 1991 02 02 04 04 02 04 Norte 08 15 25 27 31 26 Pernambuco 22 33 38 27 18 38 Bahia 16 21 38 26 40 21 Demais estados MA PI CE RN PB AL SE 20 47 28 26 59 Nordeste 527 102 86 108 84 118 São Paulo 5841 480 519 451 493 449 Região Metropolitana de São Paulo 436 336 294 279 263 221 Minas Gerais 1577 75 95 85 90 81 Rio de Janeiro 121 133 77 94 09 95 Região Metropolitana do Rio de Janeiro 63 89 38 76 81 61 Espírito Santo 05 05 12 12 13 11 Sudeste 8863 7709 642 6303 631 33 Os limites da desconcentração Em primeiro lugar apesar dos efeitos da fronteira agrícola do CentroOeste e da fronteira mineral do Norte e dos incentivos fiscais para as Regiões Norte e Nordeste os quais ajudam a explicar o crescimento de várias áreas industriais o processo de desconcentração industrial foi relativamente contido dentro da Região CentroSul em um grande polígono que vai da Região Central de Minas Gerais ao Norte do Rio Grande do Sul Diniz 1993 Esta região compreende mais de 70 das áreas industriais com mais de 10000 pessoas ocupadas e mais de 75 do emprego industrial sem considerar a área do Estado do Rio de Janeiro Este fenômeno está relacionado com a forte aglomeração do setor industrial na Região Metropolitana de São Paulo principalmente no processo de desconcentração relativa da Área Metropolitana de São Paulo em conjunto com a expansão de cidades de porte médio no território interior de São Paulo especialmente dentro de um raio de aproximadamente 200 km da cidade de porto médio do estado de São Paulo Nennrich 1994 Além do interior do próprio Estado de São Paulo o processo de desconcentração industrial da sua Área Metropolitana vem seguindo dois grandes eixos Neste no sentido dos Estados do Sul os quais se beneficiaram do crescimento industrial das distintas localidades em função do atrativo econômico ou por conta da região do comércio além dos serviços urbanos Neste momento esta região vê este potencial aumentado com a criação do MERCOSUL e seu efeito no comércio internacional e nos investimentos cruzados entre empresas dos países membros deste mercado Um outro eixo vem em direção da Região Central de Minas Gerais onde está localizado importante parcela da indústria metalúrgica com ten dência recente de integração do segmento metalmecânico especialmente da indústria automobilística e de suas partes e componentes com perspectivas ainda maiores quando do término da duplicação da Rodovia Fernão Dias ligadas às cidades de São Paulo e de Belo Horizonte com indicando vários projetos para esse implanto que definirá para esta região Assim as várias indústrias dispersas no restante do território nacional que fazem parte de antigas áreas industriais vinculadas a uma grande concentração populacional em regiões de ocupação antiga a exemplo de Salvador Recife Fortaleza Belém ou nasceram e se desenvolveram nas últimas décadas graças à busca de recursos naturais inclusive agrícola ou aos sistemas de incentivos fiscais presentes na legislação Elas se demonstram fora para uma alteração macroespacial da localização industrial no Brasil embora o crescimento da fronteira agroindustrial continue acelerado e o sistema de incentivos fiscais tenha sido mantido e até ampliado Em segundo lugar o processo de reestruturação relacionado com as novas tecnologias organizacionais e a consequente emergência de novos setores industriais tende a restringir o processo de desconcentração macroespacial retendo o crescimento em cidades de porte médio próximas das grandes capitais do CentroSul ao mesmo em áreas metropolitanas de menor domínio dentro desta região A este respeito vem surgindo no Brasil apesar da atração relativa de sua indústria e da sua tecnologia em relação à fronteira internacional um conjunto de experiências de incubadoras polos e parques tecnológicos entre os quais se pode mencionar as maiores ações destacadas em localizados em Campinas São Carlos São José dos Campos Piracicaba Santa Rita do Sapucaí Curitiba Porto Alegre Medeiros 1990 Diniz Mohamad 1995 Estas cidades situadas na Região CentroSul onde está maior base universitária de pesquisa infraestrutura de transportes e integração de ações do país prérequisitos para a implantação da inovação e da tecnologia Marucchi et al 1986 A DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DAS AGLOMERAÇÕES INDUSTRIAIS RELEVANTES AIRS 41 A Seleção das AIRs e sua localização O trabalho tomou como unidade básica de estudo as microrregiões homogêneas MRH definidas pelo IBGE e constantes dos censos O trabalho tomou como unidade básica de estudo as microrregiões homogêneas MRH definidas pelo IBGE e constantes dos censos industriais brasileiros os quais foram reordenados segundo a cidade mais importante de cada microrregião a fim de facilitar sua visualização Isto permitiu arguir mais de um município abrindo a possibilidade de incorporar à análise o conjunto de cada aglomeração industrial e todas as possíveis relações industriais locais que ultrapassam as fronteiras de um município específico Mapa 1 Mapa 2 TABELA 3 TAXA DE CRESCIMENTO DO PESSOAL OCUPADO 19701991 PARTICIPAÇÃO RELATIVA NO VTI 1985 E VARIAÇÃO PERCENTUAL 19701985 DAS AGLOMERAÇÕES INDUSTRIAIS RELEVANTES SEGUNDO ESTRATOS SELECIONADOS ALLM Empr edor industrial Variação Part rel Var da part Brasil 2699969 5648637 35 1000 Análise do Média Brasileira 711119 13673 10 06 251 Cons LafiteCyro Branco 221437 35721 16 86 466 Nota do Amparo 223008 31606 11 07 426 Percepções 224607 36183 17 01 426 São Paulo 908492 1108109 20 201 426 Vitória de Santo Antão 996907 1013144 21 01 295 Niterói 165154 106493 23 01 107 Rio de Janeiro 627964 83685 13 13 168 Presidente Prudente 3766 88089 23 01 185 PelotasRio Grande 9880 13320 23 02 135 Viçosa 13440 12571 18 04 413 Portão Grato 10058 14071 20 04 311 Santo André 21073 22053 22 07 86 TimbúmbusoBolivarde 14785 o 13167 03 12 174 Casimiro de Ipaña 3758 1019 02 06 430 Carangola 1972 3195 04 01 245 Campos 10195 27285 34 11 80 Jui 120827 129441 34 22 661 Volta Redonda 73891 121741 31 11 364 Entre a Média Brasileira é 95 acima da Média Brasileira 736740 35060 36 05 164 Mesmas 11349 36361 36 02 250 Manuel 1564 13125 26 02 399 São João dos Campos 100004 33577 35 08 1027 Charadas de Itapeva 67458 19447 25 07 03 São Paulo 734310 110109 23 01 117 São JerônimoTrinidad 4793 16893 30 08 394 Betim 1064 43866 59 01 421 Teresópolis 540136 885156 52 01 1001 Três Rios 4534 109906 10 01 256 Mocoa 5897 31092 43 01 125 Cambuí Grande 1694 11392 44 01 204 Fonte IBGE Censo Industrial 1970 BAIS 1991 92 Nova Economia Belo Horizonte v 6 n 1 jul 1996 TABELA 4 Este 95 Acima da Média Brasil 4310677 Varição Part rel Var da part Brasil 2699969 5648637 36 1000 12 15 474 Cron Correcêm Pásamo Turístico 31442 156602 45 15 316 Divinópolis 60239 20679 46 04 429 Eletrobrás 35698 7942 46 63 386 EsteLagos 27567 24180 48 23 208 Santa 1258924 22 06 03 282 Rio Preto 1025362 11872 45 07 389 Rio de Janeiro 14265073 13490 38 31 21 1189 241488 66188 394 686 01 57 3663 29019 48 01 03 350 532819 42519 75 44 6 12 82 116 82 40 0 42 Desempenho das AIRs no período 197091 Feita a seleção das AIRs passouse a analisar o desempenho destas considerando o pessoal ocupado 19701991 e o valor da transformação industrial Tabela 3 Incluindo pelo pessoal ocupado podese observar a evolução desta variável ativada pela Tabela 4 Esta permite a definição daquelas AIRs dinâmicas necessários em estudo Tendo como critério o parâmetro a variação média anual do ocupação industrial para o Brasil 35 para o período 19701991 classificouse as AIRs em 4 grupos a saber i AIRs que apresentaram taxas anuais médias de crescimento do emprego industrial abaixo da média brasileira caracterizando regiões estagnadas ii AIRs com médias de crescimento entre a média brasileira e 25 acima da média brasileira caracterizando regiões de crescimento moderado iii AIRs que cresceram entre 25 acima da média nacional e 50 acima da mesma caracterizando regiões de rápido crescimento iv AIRs com crescimento acima de 50 da média nacional caracterizando regiões de crescimento acelerado a AIRs estagnadas ou de baixo dinamismo A partir deste critério foram encontradas 22 AIRs com taxa de crescimento do pessoal ocupado abaixo da média brasileira Tabela 3 Co rentamento em 16 dessas áreas ocorreram também perda de participação relativa no Valor da transformação industrial Nestas estão incluídas as 5 AIRs do Estado do Rio de Janeiro conformando a estagnação industrial e sua Área Metropolitana e algumas áreas de industrialização a ligada à Área Metropolitana em exemplo de Santos e Jundiaí Além disso esses também do era só processo de desconcentração industrial ocorrendo no Brasil após a década de 1970 Com este processo a longo transfering da capital federal para o Brasil as regiões polarizadas pelo Rio de Janeiro e pelo São Paulo sofreram o impacto desta perda de importância relativa 94 Nova Economia Belo Horizonte v 6 n 1 jul 1996 Tabela 4 AGLOMERAÇÕES INDUSTRIAIS RELEVANTES ESPECIAIS EXTRATIVADA PELA TAXA DE CRESCIMENTO DO EMPREGO INDUSTRIAL AlRs Emprego industrial Taxa de crescimento annual média Part rel total no total 1985 Part rel total no total 19801985 1970 1985 1991 197091 198091 Manaus 9908 49514 61186 67 03 11 254 Curitiba 37888 57037 127543 60 35 23 117 Joinville 21825 25790 72847 59 25 10 44 Fortaleza 24800 30715 80464 67 43 06 26 Cascio do Sul 24831 37367 75602 57 02 10 57 Belo Horizonte 61351 130169 173860 59 24 50 34 Campinas 71201 150190 130460 49 18 50 65 Salvador 27560 61500 70668 45 13 29 153 Blumenau 29064 65865 74427 45 10 69 Sorocaba 34951 77525 87882 45 11 47 São José dos CamposTaubaté 46844 92330 100183 37 04 38 103 Abano de renda brasileira Jundiaí 29693 61145 69994 34 02 11 9 Porto Alegre 102497 70695 221845 34 07 33 6 Recife 53734 34390 92482 28 12 20 Niterói 56964 34593 91443 23 03 21 21 São Paulo 96907 1463766 1410433 21 02 260 33 Rio de Janeiro 224665 373906 312823 16 12 56 41 Fonte Censo Industrial 19701985 IBGE RAIS 1991 Ministério do Trabalho For su vez das 5 AIRs menos dinâmicas de Minas Gerais 3 encontramse ao longo da BR040 no trecho que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro Nota l isso assim que mais uma vez é a categoria econômica desta última que levou à perda de dinamismo das AIRs por ela polarizadas Nova Economia Belo Horizonte v 6 n 1 jul 1996 95 mesmo regiões localizadas em outros estados como é o caso das AIRs mineiras Com a localização da unidade industrial da Mercedes Benz em Juiz de Fora esperase que estas AIRs venham a ser dinâmicas As demais AIRs com taxa de crescimento abaixo da média nacional estão distribuídas pelas Regiões Sul Nordeste e CentroOeste com 8 4 e 1 AIR respectivamente O que é interessante notar aqui é que este resultado em relação ao Nordeste representa 3675 das AIRs Nordestinas7 sendo que detalhe estas situadas no Estado de Pernambuco Notese portanto que durante a década de 1970 e início dos anos 80 observouse uma prática da importância relativa deste Estado como polo de desenvolvimento para a região Como era mostrado acima o Ceará e a Bahia passaram a assumir um papel mais preponderante na economia da região Alguns dados confirmam esta avaliação O Ceará por exemplo aumentou sua participação relativa no incentivo fiscal destinado à região em maneira significativa Dados relativos ao FINOR mostram que no período entre agosto de 197074 o Estado recebeu 985 dos incentivos deste fundo ao passo que entre 198589 este percentual subiu para 224 Lima 1993 Por sua vez o centro de Polo Petroquímico da Bahia é responsável por cerca de 68000 empregos diretos e indiretos b AIRs dinâmicas Das 68 AIRs dinâmicas segundo o comportamento do emprego 85 tiveram sua participação relativa no voltar da transformação industrial do Brasil aumentando Por sua vez 62 entre as 68 AIRs estão localizadas na Região CentroSul Março 3 referindo a este de desenvolvimento da indústria brasileira tendo se concentrar dentro do polígono definido pelos vértices Belo Horizonte Uberlândia Maringá Porto Alegre Floríanópolis São José dos Campos e Belo Horizonte Diniz 1993 Como os efeitos da abrandar externa e em especial do MERCOSUL são verticais do polígono polarizador abrigou os anos os consideráveis pontos associados ao crescimento no entorno de referindo relatório Nova Economia Belo Horizonte v 6 n 1 jul 1996 96 BRASIL AGLOMERAÇÕES INDUSTRIAIS DE CRESCIMENTO ACELERADO Na Região Sul por exemplo 64 das AIRs apresentaram taxas de crescimento do pessoal ocupado acima da média brasileira sendo que todas estão localizadas dentro do polígono acima referido Os dados para a Região Sudeste também referem essa condição Mais de 77 das AIRs de São Paulo apresentaram o mesmo desempenho bem como 50 das AIRs de Minas Gerais todas estas dentro do polígono A exceção neste caso foi para conta da AIR de Vitória no Espírito Santo cujo crescimento vem sendo estimulado por incentivos fiscais pelo setor do corredor ferroviário CentroLeste do sistema portuário de Vitória Tomadas as áreas de crescimento acelerado do emprego acima de 50 na área beneficiada composta de 37 AIRs mais uma vez os resultados confirmam a tendência à concentração industrial ao sul de Belo Horizonte Mapa 3 A Região Sudeste possui neste grupo 17 AIRs e a Região Sul quatro AIRs Ou seja em conjunto nestas duas regiões estão concentradas 70 das AIRs de crescimento acelerado As restantes podem ser consideradas como consolidadas não possuindo nenhuma adequados de ponto de vista de acenhamento regional É o caso da AIR de Madinante que como pode ser observado no trabalho de Diniz Borges 1994 se desenvolveu em função da microanálise de regiões associados à sua Zona Franca e a SUDMA De forma semelhante o crescimento da Naval Aracruz e do Pólo Pesque e está relacionado com os incentivos fiscais do Nordeste e mesmo assim está expressando áreas regionais apresentando grande magnitude A exceção fica para a os dados da Federal estão diretamente relacionados com o crescimento urbano de Brasil e em termos com indústrias diversificadas porém pouco representativas em termos absolutos Por último Goiânia pelas orlas eféticas do fronteiriço na região do CentroOeste Sorocaba Campinas Belo Horizonte Curitiba Joinville e Caxias do Sul caracterizando a tendência marcoconjuntural da desconcentração industrial das Áreas Metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro As outras 3 Salvador Fortaleza e Manaus são exemplos do crescimento vinculado a incentivos fiscais ou a decisões políticas de localização de grandes complexos Em primeiro lugar referese a especialização regional concretamente com as variações comparativas acumuladas e com a unificação do mercado brasileiro em Manaus a especialização foi liderada pelas indústrias eletrônicas Curitiba até então especializada em indústrias de madeira navios e alimentos transitando para indústrias eletroeletrônicas Joinville continuou sua especialização mais mecanometalúrgica Fortaleza na indústria têxtilvestec Caxias do Sul na metalmecânica Belo Horizonte na mecanometalúrgica Campinas na eletroeletrônico medindo a transportes Sorocaba na indústria têxtil para metalurgia e mecânica e São José dos Campos um material de transportes Houve em segundo lugar articulação com as especializações regionais envolvendo um grau crescente da indústria de bens de capital e duráveis de consumo alterado e contemplado à estrutura industrial brasileira Na década de 1970 o crescimento foi mais quantitativo em função de grande expansão da demanda Com a crise econômica da década de 1980 os efeitos posteriores dos competidores externos decorrentes da abertura da economia brasileira e com a acumulação tecnológica mundial observarse nos últimos anos um esforço acelerado de reestruturação produtiva com modernização tecnológica e organizacional Observações qualitativas obtidas através de decisões diretas externas reforçam a tendência de expansão industrial dos centros localizados na Região CentroSul em função das vantagens comparativas que vem sendo acumulada da melhor disponibilidade de mão de obra de integração internacional e em pesquisa da maior falta de MERCOSUL A atividade industrial verticalizouse historicamente concentrandose na Região Sudeste principalmente no Estado de São Paulo e em sua Área Metropolitana A partir do final da década de 1960 teve início um processo de reversão do polarização industrial na Área Metropolitana de São Paulo com relativa dispersão geográfica para a maioria das Regiões e Estados brasileiros No entanto as alterações estruturais em curso especialmente as mudanças tecnológicas a abertura externa a criação do MERCOSUL a mudança no papel do Estado e a diminuição da importâncias dos recursos naturais apostam no sentido de uma reestruturação geográfica na região que vai do Centro de Minas Gerais ao Nordeste do Rio Grande do Sul Nesta ampla região estaria emergindo um conjunto de novas áreas industriais a melhorar em condições de médio porte e com forte integrado produtiva e comercializar entre regional Ocurre por outro lado que comportamentos dentro dos Estados não é uniforme havendo casos de áreas industriais em declínio ou sem dinamismo a exemplo da Área Metropolitana de São Paulo ao lado de áreas dinâmicas em ascendimento Assim a nova configuração regional da indústria no Brasil não pode ser analisada através do recorte estadual ou macroregional razão pela qual se optou pela seleção de áreas industriais com mais de 10000 pessoas ocupadas na indústria O aprofundamento desta análise deve ser feito a partir da seleção das AIRs de maior magnitude e dinamismo observando suas características estruturais e tecnológicas à luz do movimento de unificação do mercado brasileiro da abertura comercial com ênfase para os efeitos do MERCOSUL BIBLIOGRAFIA BAER W W et al Dimensões do desenvolvimento brasileiro Rio de Janeiro Campus 1978 BALASSA B The newly industrializing countries in the world economy New York Pergamon 1981 BLUETTONE B HARRISON B The desindustrialization of America plant closing community abandonment and the dismantling of basic industry New York Basic Book 1982 CANO W Razões da concentração industrial em São Paulo São Paulo 1977 CAVALCANTI C et al Nordeste do Brasil um desenvolvimento conturbado Recife FJNMangangsang 1981 DINIZ C C Capitalismo recursos naturais e espaço Campinas Instituto de EconomiaUNICAMP 1987 Tese de doutorado Nova Economia v 6 n 1 jul 1996 101 LIPETZ A LEBRONNE D O PósFordismo e seu espaço Espaço e Debates n 25 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