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Capítulo Sete O Nacionalismo Todo povo tem sua missão especial que ajudará no cumprimento da missão geral da humanidade Esta missão constitui a sua nacionalidade A nacionalidade é sagrada Ato de Fraternidade da Jovem Europa 1834 Chegará o dia Em que a sublime Germânia estará no pedestal de bronze da liberdade e da justiça segurando em uma das mãos a tocha do esclarecimento que lançará a luz da civilização aos mais remotos cantos da terra e na outra a balança da justiça Os povos lhe pedirão que julgue as suas disputas estes mesmos povos que agora nos mostram que o poder é o direito e nos chutam com a botina do escárnio e do desprezo Discurso de Siebenpfeiffer no Festival de Hambach 1832 I Depois de 1830 como vimos o movimento geral em favor da revolução se dividiu Um dos resultados desta divisão merece atenção especial os movimentos nacionalistas conscientes Os movimentos que melhor simbolizam esta evolução são os movimentos jovens fundados ou inspirados por Giuseppe Mazzini logo depois da revolução de 1830 Jovem Itália Jovem Polónia Jovem Suíça Jovem Alemanha Jovem França em 18316 e o análogo Jovem Irlanda da década de 1840 ancestral da única organização revolucionária bemsucedida e duradoura baseada no modelo das irmandades conspiradoras do princípio do século XIX os fenianos ou Fraternidade Republicana Irlandesa melhor conhecia através de seu braço executivo o Exército Republicano Irlandês Em si mesmos estes movimentos não foram de grande importância a simples presença de Mazzini teria sido suficiente para assegurar sua ineficiência Simbolicamente todavia são de extrema importância como indica a adoção pelos movimentos nacionalistas subsequentes de rótulos como Jovens Tchecos ou Jovens Turcos Eles são o marco da desintegração do movimento revolucionário europeu em segmentos nacionais Sem dúvida todos estes segmentos tinham uma tática uma estratégia e um programa político muito semelhantes até mesmo uma bandeira semelhante quase invariavelmente tricolor de algum tipo Seus membros não viam qualquer contradição entre suas próprias exigências e as dos movimentos de outras nações e de fato pretendiam uma fraternidade de todos libertandose simultaneamente Por outro lado cada um deles tendia agora a justificar sua preocupação primordial com sua própria nação através da adoção do papel de Messias de todos Através da Itália segundo Mazzini através da Polónia segundo Mickiewicz os sofridos povos do mundo seriam conduzidos à liberdade uma atitude que era prontamente adaptável às políticas conservadoras ou mesmo imperialistas como testemunham os eslavófilos russos com sua defesa da Sagrada Rússia a Terceira Roma e os alemães que posteriormente iriam proclamar ao mundo dentro de uma relativa distância que ele seria curado pelo espírito alemão Reconhecidamente esta ambiguidade do nacionalismo vinha desde a Revolução Francesa Mas naquela época tinha havido apenas uma grande nação revolucionária e era lógico considerála então como ainda mesmo depois o quartelgeneral e todas as revoluções e o necessário primeiro motor da libertação do mundo Confiar em Paris era racional confiar em uma vaga Itália Polónia ou Alemanha representadas na prática por um punhado de conspiradores e de emigrantes só era lógico para os italianos os poloneses e os alemães Se o novo nacionalismo tivesse se limitado apenas aos membros das fraternidades revolucionárias nacionais não valeria a pena darlhe muita atenção Entretanto ele também refletia forças muito mais poderosas que estavamse tornando politicamente conscientes na década de 1830 como resultado da revolução dupla A mais imediatamente poderosa destas forças era o descontentamento dos proprietários menores ou pequena nobreza inferior e o surgimento de uma classe média e até de uma classe média inferior em inúmeros países sendo seus portavozes em grande parte intelectuais profissionais O papel revolucionário da baixa pequena nobreza talvez seja melhor ilustrado na Polónia é na Hungria Lá de uma maneira geral os grandes magnatas proprietários de terras haviam descoberto há muito tempo que era possível e desejável entrar em acordo com o absolutismo e a dominação estrangeira Os magnatas húngaros eram em geral católicos e de há muito tinham sido aceitos como os pilares da sociedade da corte vienense muito poucos deles iriamse unir à revolução de 1848 A memória da velha Rzeczpospolita fazia com que até mesmo os magnatas poloneses tivessem uma mentalidade nacionalista mas o mais influente dos seus partidos seminacionais a união Czartoryski que agora operava a partir do luxuoso ambiente de emigração do Hotel Lambert em Paris sempre fora a favor da aliança com a Rússia e continuava a preferir a diplomacia à revolta Economicamente eles eram suficientemente abastados para obter o que precisassem sem gastos vultuosíssimos e até mesmo para investir na benfeitoria de suas propriedades o bastante para poder usufruir da expansão econômica da época se assim o quisessem O Conde Széchenyi um dos poucos liberais moderados desta classe e paladino da melhoria econômica deu um ano de seus rendimentos para a nova Academia Húngara de Ciências cerca de 60 mil florins Não há prova de que seu padrão de vida tenha sofrido com esta generosidade desinteressada Por outro lado os muitos cavalheiros que pouco tinham exceto o seu nascimento para distinguilos dos outros fazendeiros pobres umoitavo da população húngara reivindicava o status de cavalheiro não tinham nem o dinheiro para tornar suas propriedades lucrativas nem a inclinação para competir com os alemães e judeus pela riqueza da classe média Se não podiam viver decentemente das suas rendas e uma época degenerada privavaos de suas chances como soldados então poderiam se não fossem muito ignorantes tentar o direito a administração ou alguma posição intelectual mas não uma atividade burguesa que desconsideravam Estes cavalheiros eram de há muito a fortaleza de oposição ao absolutismo e à dominação dos magnatas e estrangeiros protegendose como na Hungria por trás do escudo duplo do calvinismo e da administração dos condados Era natural que sua oposição descontentamento e aspiração a mais empregos para os cavalheiros locais se fundissem agora com o nacionalismo As classes empresariais que surgiram neste período foram paradoxalmente um elemento bem menos nacionalista Reconhecidamente na Alemanha e na Itália desunidas as vantagens de um grande mercado nacional unificado eram lógicas O autor do Deutschland über Alles declarou Presunto e tesouras botas e ligas Lã sabão fios e cerveja porque tinham conseguido coisa que o espírito nacional fora incapaz de fazer um genuíno senso de unidade nacional por meio da União Aduaneira Entretanto há pouca prova de que digamos os armadores de Génova que mais tarde iriam fornecer a maior parte do apoio financeiro a Garibaldi preferissem as possibilidades de um mercado italiano nacional à maior prosperidade de comércio por todo o Mediterrâneo E nos grandes impérios multinacionais os núcleos comerciais e industrias que cresceram em determinadas províncias podiam rosnar contra a discriminação mas no fundo claramente preferiam os grandes mercados abertos a eles agora do que os pequenos mercados de futura independência nacional Os industriais poloneses com toda a Rússia a seus pés ainda tinham pouca participação no nacionalismo polonês Quando Palacky reivindicou a favor dos tchecos que se a Áustria não existisse teria que ser inventada ele não estava só pedindo o apoio da monarquia contra os alemães mas também expressando o perfeito raciocínio econômico do setor economicamente mais avançado do grande e de outra forma atrasado império Os interesses empresariais eram às vezes o carrochefe do nacionalismo como na Bélgica onde uma pioneira comunidade industrial consideravase duvidosamente desafortunada sob o domínio da poderosa comunidade mercantil holandesa à qual tinha sido presa em 1815 Mas este era um caso excepcional Os grandes proponentes do nacionalismo de classe média neste estágio foram as camadas média e inferior das categorias profissionais administrativas e intelectuais ou sejam as classes educadas É claro que estas não são distintas das classes empresariais especialmente em países atrasados onde os administradores das propriedades os tabeliões e os advogados se encontram entre os principais acumuladores da riqueza rural Para sermos precisos a guarda avançada do nacionalismo de classe média fez sua guerra ao longo da linha que demarcava o progresso educacional de um grande número de homens novos em áreas até então ocupadas por uma pequena elite O progresso das escolas e das universidades dava a dimensão do nacionalismo na mesma medida em que as escolas e especialmente as universidades se tornavam seus defensores mais conscientes o conflito entre a Alemanha e a Dinamarca sobre o Schleswig Holstein em 1848 foi previsto pelo conflito entre as universidades de Kiel e Copenhagem sobre o mesmo problema na metade da década de 1840 O progresso foi surpreendente embora o número total de pessoas instruídas continuasse pequeno O número de alunos nos liceus estatais franceses duplicou entre 1809 e 1842 e aumentou com particular rapidez durante a Monarquia de Julho mas ainda assim em 1842 este número era inferior a 19 mil alunos O total de crianças que recebiam educação secundária naquela época era de cerca de 70 mil A Rússia por volta de 1850 tinha perto de 20 mil alunos secundaristas em uma população total de 68 milhões de habitantes O número de estudantes universitários era ainda menor naturalmente embora estivesse subindo É difícil imaginar que a juventude académica prussiana que foi tão inflamada pelo ideal de liberdade depois de 1806 consistisse em 1805 de pouco mais que 1500 jovens e que a Escola Politécnica de Paris a peste que atormentou os Bourbon restaurados em 1815 acolhesse um total de 1581 jovens em todo o período entre 1815 e 1830 ou seja uma admissão anual de cerca de cemalunos A proeminência revolucionária dos estudantes no período de 1848 faznos esquecer que em todo o continente europeu incluindose as anti revolucionárias Ilhas Britânicas não havia mais que 40 mil estudantes universitários ao todo Ainda assim estes números aumentavam Na Rússia subiu de 1700 em 1825 para 4600 em 1848 E mesmo se eles não aumentassem a transformação da sociedade e das universidades ver capítulo 15 davalhes uma nova consciência de si mesmos como um grupo social Ninguém se recorda que em 1789 havia cerca de 6 mil estudantes na Universidade de Paris já que eles não desempenharam qualquer papel independente na Revolução Mas por volta de 1830 ninguém poderia subestimar uma tamanha quantidade de jovens académicos As pequenas elites podem operar com línguas estrangeiras mas a língua nacional se impõe uma vez que o quadro de pessoas instruídas tenhase tornado suficientemente grande como testemunha a luta por um reconhecimento linguistico nos Estados indianos desde a década de 1940 Daí o momento em que livros didácticos e jornais são impressos pela primeira vez na língua nacional ou quando essa língua é usada pela primeira vez para algum fim oficial marca um passo importantíssimo na evolução nacional A década de 1830 viu este passo ser dado em grandes áreas da Europa Assim as primeiras obras tcheques importantes sobre astronomia química antropologia mineralogia e botânica foram escritas ou terminadas nesta década quando também apareceram na Roménia os primeiros livros didácticos escritos em romeno em substituição ao grego habitual O húngaro em vez do latim foi adoptado como a língua oficial da Dieta Húngara em 1840 embora a Universidade de Budapeste controlada por Viena não tivesse abandonado as palestras dadas em latim até o ano de 1844 Entretanto a luta em favor do uso do húngaro como língua oficial já estava sendo travada desde 1790 Em Zagreb Gai publicou a sua Gazeta Croata mais tarde Gazeta Nacional Ilírica a partir de 1835 na primeira versão literária do que até então fora simplesmente um complexo de dialetos Nos países que possuíam há muito tempo uma língua nacional oficial a mudança não pode ser tão facilmente avaliada embora seja interessante notar que depois de 1830 o número de livros em alemão publicados na Alemanha em comparação com os títulos em latim e francês ultrapassou pela primeira vez os 90 sendo que o número de livros escritos em francês caiu depois de 1820 para menos de 4 De maneira mais genérica a expansão editorial nos fornece uma indicação semelhante Assim na Alemanha o número de livros publicados em 1821 foi quase o mesmo que em 1800 cerca de 4 mil títulos por ano mas em 1841 tinha subido para 12 mil títulos É claro que a imensa maioria dos europeus e não europeus continuava sem instrução De fato com exceção dos alemães dos holandeses dos escandinavos dos suíços e dos norteamericanos não se pode dizer que qualquer outro povo fosse alfabetizado em 1840 Podese dizer que vários povos eram totalmente analfabetos como os eslavos do sul que contavam menos de 05 de pessoas alfabetizadas em 1827 mesmo muito mais tarde somente 1 dos recrutas dálmatas do exército austríaco sabiam ler e escrever ou os russos que tinham 2 em 1840 e que muitos outros eram quase analfabetos como os espanhóis os portugueses que parece tinham somente cerca de 8 mil crianças ao todo na escola após a Guerra Peninsular e com exceção dos lombardos e piemonteses os italianos Até mesmo a GrãBretanha a França e a Bélgica tinham cerca de 40 a 50 de analfabetos na década de 1840 O analfabetismo não se constitui em um obstáculo à consciência política mas não há de fato qualquer prova de que o nacionalismo do tipo moderno fosse uma poderosa força de massa exceto em países já transformados pela revolução dupla na França na GrãBretanha nos Estados Unidos e por ser um país dependente política e economicamente da GrãBretanha na Irlanda Equacionar o nacionalismo com a alfabetização não significa que a maioria digamos dos russos não se considerasse russa quando confrontada com alguém ou alguma coisa que não o fosse Contudo para as massas em geral o teste de nacionalidade ainda era a religião o espanhol era definido por ser católico o russo por ser ortodoxo Entretanto embora tais confrontações estivessem se tornando bem mais frequentes ainda eram raras e certos tipos de sentimento nacional tal como o italiano ainda eram totalmente estranhos à grande massa do povo que nem mesmo falava a língua literária nacional e sim dialetos quase mutuamente incompreensíveis Mesmo na Alemanha a mitologia patriótica exagerou em muito o grau de sentimento nacional contra Napoleão A França era extremamente popular na Alemanha Ocidental especialmente entre os soldados a quem empregava livremente As populações muito ligadas ao Papa ou ao Imperador podiam expressar ressentimento contra os inimigos da Igreja e da coroa que por acaso eram os franceses mas isto dificilmente implicava qualquer sentimento de consciência nacional quanto mais um desejo em favor de um Estado nacional Além do mais o próprio fato de que o nacionalismo era representado pela classe média e pela pequena nobreza era suficiente para fazer o pobre ficar desconfiado Os revolucionários poloneses radicaldemocratas tentaram arduamente como também o fizeram os mais avançados carbonários do sul da Itália e outros conspiradores mobilizar o campesinato até mesmo a ponto de oferecer uma reforma agrária Seu fracasso foi quase total Os camponeses da Galícia em 1846 se opuseram aos revolucionários poloneses embora estes tenham efetivamente proclamado o fim da servidão preferindo massacrar os cavalheiros e confiar nos agentes do Imperador O desenraizamento dos povos que é talvez o mais importante fenómeno do século XIX destruiria este profundo e antigo tradicionalismo local Ainda assim na maior parte do mundo até a década de 1820 quase ninguém ainda migrava ou emigrava exceto quando forçado pelos exércitos e a fome ou então nos grupos migratórios tradicionais como os camponeses do centro da França que em determinada estação iam trabalhar em construções no norte ou como os artesãos ambulantes alemães O desenraizamento ainda significava não a suave forma de saudade de casa que se tornaria a doença psicológica característica do século XIX refletida em inúmeras canções populares sentimentais mas o agudo e mortal mal de pays ou mal de coeur que foi descrito clinicamente pela primeira vez pelos médicos entre os velhos mercenários suíços em terras estrangeiras O recrutamento para as guerras revolucionárias revelou o mesmo especialmente entre os bretões A atração das remotas florestas do nordeste era tão forte que pôde levar uma empregada estoniana a deixar seus excelentes patrões os Kügelgens na Saxônia onde era livre e voltar para a servidão em casa A migração e a emigração cujo índice mais conveniente é a migração para os EUA aumentou notavelmente a partir da década de 1820 embora não tivesse alcançado maiores proporções até a década de 1840 quando 1750000 pessoas cruzaram o Atlântico Norte quase o triplo da década de 1830 Assim mesmo a única grande nação migratória fora das Ilhas Britânicas ainda era a Alemanha de há muito acostumada a enviar seus filhos como colonos rurais para a Europa Oriental e a América assim como artesãos por todo o continente e mercenários a todas as partes do mundo Na verdade podemos falar apenas de um movimento nacional no Ocidente organizado de forma coerente antes de 1848 que foi genuinamente baseado nas massas e até mesmo este movimento gozava da enorme vantagem da identificação com o mais forte portador da tradição a Igreja Foi o movimento irlandês de revogação sob a liderança de Daniel OConnell 1785 1847 advogado demagogo e eloquente de origem camponesa e o primeiro até 1848 o único dos líderes populares carismáticos que marcam o despertar da consciência política das massas até então atrasadas As únicas figuras comparáveis antes de 1848 foram Feargus OConnor 17941855 outro irlandês que simbolizou o cartismo na GrãBretanha e talvez Luís Kossuth 18021894 que deve ter adquirido um pouco do seu posterior prestígio entre as massas antes da revolução de 1848 embora sua reputação na década de 1840 fosse na verdade a de um paladino da pequena nobreza o fato de ter sido canonizado mais tarde pelos historiadores nacionalistas torna difícil entender com clareza sua carreira inicial A Associação Católica de OConnell que adquiriu o apoio das massas e a confiança não totalmente justificada do clero na vitoriosa luta pela Emancipação Católica 1829 não estava absolutamente ligada à pequena nobreza que era de qualquer forma protestante e angloirlandesa Foi um movimento de camponeses e da classe média baixa irlandesa ou melhor dos elementos dessas camadas que podiam existir na empobrecida ilha O Libertador foi levado à liderança por sucessivas ondas de um movimento de massa de revolta agrária a principal força motivadora da política irlandesa nesse século espantoso Foi organizado em sociedades secretas terroristas que ajudaram a destruir o paroquianismo da vida irlandesa Entretanto o objetivo de OConnell não era nem a revolução nem a independência nacional mas sim uma moderada autonomia para a classe média irlandesa através de acordo ou negociação com os liberais britânicos Efetivamente ele não foi um nacionalista e menos ainda um revolucionário camponês mas sim um autonomista moderado da classe média E de fato a principal crítica que foi feita não injustificadamente contra ele pelos nacionalistas irlandeses posteriores semelhante à dos nacionalistas radicais indianos em relação a Gandhi que ocupou uma posição análoga na história de seu país foi a de que poderia ter incitado toda a Irlanda contra os britânicos mas deliberadamente recusouse a fazêlo Isto não altera o fato de que o movimento que ele liderou foi genuinamente apoiado pela massa da nação irlandesa II Fora do moderno mundo burguês houve entretanto movimentos de revolta popular contra o domínio estrangeiro ie normalmente entendido como significando o domínio de uma religião diferente em vez de uma nacionalidade diferente que às vezes parecem antecipar os movimentos nacionais posteriores Assim foram as rebeliões contra o Império Turco contra os russos no Cáucaso e a luta contra o usurpador domínio britânico nos confins da índia Seria insensato interpretar esses movimentos como tendo muito a ver com o nacionalismo moderno embora em áreas atrasadas habitadas por camponeses e pastores armados combativos organizados em clãs e inspirados por chefes tribais heróis bandoleiros e profetas a resistência ao governante ou infiel estrangeiro pudesse tomar a forma de autênticas guerras do povo bem diferentes dos movimentos nacionalistas de elite em países menos homéricos Na verdade entretanto a resistência dos maratas um grupo militar feudal hindu e dos sikhs uma seita religiosa militante aos britânicos respectivamente em 180318 e 184549 tem pouca ligação com o nacionalismo indiano posterior nem produziu algum que lhe fosse peculiar As tribos caucasianas selvagens heróicas e feudais encontraram na puritana seita islâmica do muridismo um laço temporário de união contra os invasores russos e em Shamyl 17971871 um líder de grande estatura mas não existe até a presente data uma nação caucasiana mas sim meramente um agregado de pequenos povos montanheses em pequenas repúblicas soviéticas Os georgianos e os arménios que formaram nações no sentido moderno não estavam envolvidos no movimento de Shamyl Os beduínos varridos pelas seitas religiosas puritanas como a wahhabita na Arábia e a sanusi no que é hoje a Líbia lutaram pela simples fé em Alá e a vida simples do pastor e do assaltante contra a corrupção dos impostos os paxás e as cidades mas ò que hoje conhecemos como nacionalismo árabe um produto do século XX nasceu das cidades e não dos acampamentos nómades Até mesmo as rebeliões contra os turcos nos Bálcans especialmente entre os povos montanheses raramente subjugados do sul e do oeste não devem ser muito prontamente interpretadas em lermos nacionalistas modernos embora os bardos e os bravos os dois eram frequentemente os mesmos como no caso dos bisposguerreirospoetas de Montenegro relembrassem as glórias de heróis seminacionais como o albanês Skanderbeg e as tragédias como a derrota dos sérvios em Kossovo nas remotas batalhas contra os turcos Nada era mais natural do que se revoltar onde fosse necessário e desejável contra uma administração local ou um enfraquecido Império Turco Entretanto pouco mais do que um subdesenvolvimento econômico unia o que hoje conhecemos como iugoslavos mesmo os do Império Turco e a própria concepção de Iugoslávia foi produto de intelectuais na AustroHungria e não dos que realmente lutaram pela liberdade Os montenegrinos ortodoxos jamais subjugados lutaram contra os turcos mas com igual vontade contra os infiéis albaneses católicos e os infiéis porém solidamente eslavos bósnios muçulmanos Os bósnios revoltaramse contra os turcos de cuja religião muitos deles partilhavam com tanta presteza quanto os ortodoxos sérvios da planície coberta de bosques do Danúbio e com mais vontade do que os velhos sérvios ortodoxos da fronteira com a Albânia Os primeiros dos povos balcânicos a se insurgirem no século XIX foram os sérvios sob o comando do heróico bandoleiro e comerciante de porcos Jorge o Negro 17601817 mas a fase inicial de sua revolta 18047 não era sequer contra o domínio turco e sim pelo contrário justamente a favor do sultão contra os abusos dos governantes locais Pouco há na história inicial das rebeliões montanhesas dos Bálcans ocidentais que sugira que os sérvios os albaneses os gregos e outros não teriam no século XIX ficado satisfeitos com um tipo de principado autónomo não nacional como o que o poderoso sátrapa Ali Paxá o Leão de Janina 17411822 estabeleceu por certo tempo no Épiro Num e somente num caso a perene luta dos pastores de ovelhas e dos heróisbandoleiros contra qualquer governo efetivo se fundiu com as ideias do nacionalismo da classe média e da Revolução Francesa na lula grega pela independência 182130 Portanto não foi por acaso que a Grécia se tornou o mito inspirador dos nacionalistas e liberais de todo o mundo Pois somente na Grécia todo um povo se insurgiu contra o opressor de uma maneira que poderia ser identificada de forma plausível com a causa da esquerda europeia e por sua vez o apoio da esquerda europeia encabeçada pelo poeta Byron que lá morreu foi uma considerável ajuda para a conquista da independência grega A maioria dos gregos era muito semelhante aos outros esquecidos camponesesguerreiros e clãs da península balcânica Entretanto uma parte formava uma classe administrativa e mercantil internacional também estabelecida em colónias ou em comunidades de minoria espalhadas por todo o Império Turco e fora dele e a língua e os mais altos escalões da Igreja Ortodoxa à qual pertencia a maioria dos povos balcânicos eram gregos a começar pelo Patriarca Grego de Constantinopla Funcionários públicos gregos transformados em príncipes vassalos governavam os principados do Danúbio a atual Roménia Em certo sentido todas as classes mercantis e instruídas dos Bálcans da região do Mar Negro e do Levante quaisquer que fossem suas origens nacionais foram helenizadas pela própria natureza de suas atividades Durante o século XVIII essa helenização ocorreu mais poderosamente do que antes em grande parte devido à marcante expansão econômica que também estendeu o alcance e os contatos da diáspora grega O novo e próspero comércio de cereais do Mar Negro levoua até os centros de negócios italianos franceses e britânicos e fortaleceu seus laços com a Rússia a expansão do comércio balcânico trouxe os comerciantes gregos ou helenizados para a Europa Central Os primeiros jornais em língua grega foram publicados em Viena 17841812 A emigração e os deslocamentos periódicos dos camponeses rebeldes reforçaram ainda mais as comunidades de exilados Foi entre esta diáspora cosmopolitana que as ideias da Revolução Francesa o liberalismo o nacionalismo e os métodos de organização política através das sociedades secretas maçónicas lançaram raízes Rhigas 17608 o líder de um primeiro e obscuro movimento revolucionário possivelmente panbalcânico falava francês e adaptou a Marselhesa às situações helénicas A Philiké Hetairía a sociedade secreta patriótica que foi a principal responsável pela revolta de 1821 foi fundada em Odessa grande e novo porto russo exportador de cereais em 1814 O nacionalismo grego foi até certo ponto comparável aos movimentos de elite ocidentais É o que explica o projeto de se fazer uma rebelião pela independência grega nos principados do Danúbio sob a liderança de magnatas gregos locais pois as únicas pessoas que podiam ser consideradas gregas nestas miseráveis terras de servos eram lordes bispos comerciantes e intelectuais É claro que o levante fracassou miseravelmente 1821 Por sorte entretanto a Hetairía se pusera também a arregimentar nas montanhas o anárquico mundo de heróisbandoleiros proscritos e chefes de clãs especialmente no Peloponeso e com um sucesso consideravelmente maior pelo menos depois de 1818 do que os cavalheiros carbonários do sul da Itália que tentaram um proselitismo semelhante com seus bandoleiros locais os banditi É duvidoso que algo parecido com o nacionalismo moderno tenha significado grande coisa para esses bandoleiros gregos embora muitos tivessem os seus escreventes o respeito e o interesse pelo estuco de livros era uma relíquia sobrevivente do antigo helenismo que compunham manifestos na terminologia jacobina Se havia alguma coisa pela qual eles lutavam esta coisa era o antigo gênio da península em que o papel do homem era o de tornarse um herói e o proscrito que fugia para as montanhas para resistir a qualquer governo e para consertar os erros dos camponeses era o ideal político geral Os nacionalistas do tipo ocidental deram liderança e um alcance panhelênico em vez de meramente local às rebeliões de homens como Kolokotrones bandoleiro e comerciante de gado Por seu turno os bandoleiros produziram esta coisa única e terrível a insurreição em massa de um povo armado O novo nacionalismo grego foi suficiente para conquistar a independência embora a combinação da liderança de classe média com a desorganização dos bandoleiros e com a intervenção de uma grande potência produzisse uma destas pobres caricaturas do ideal ocidental de liberdade que viriam a se tornar tão familiares em áreas como a América Latina Mas teve também o resultado paradoxal de confinar o helenismo à Hellas criando ou intensificando assim o nacionalismo latente de outros povos balcânicos Enquanto o fato de ser grego fora apenas pouco mais do que a habilitação profissional do cristão ortodoxo balcânico alfabetizado a helenização progrediu Quando passou a significar o apoio político à Hellas ela retrocedeu mesmo entre as classes alfabetizadas balcânicas assimiladas Neste sentido a independência grega foi a condição preliminar essencial para a evolução de outros nacionalismos balcânicos Fora da Europa é difícil falar de nacionalismo As muitas repúblicas latinoamericanas que substituíram os velhos impérios espanhol e português para sermos exatos o Brasil se tornou uma monarquia independente e assim permaneceu de 1816a 1889 com suas fronteiras frequentemente refletindo pouco mais do que a distribuição das propriedades dos nobres que tinham apoiado essa ou aquela rebelião local começaram a adquirir interesses políticos estáveis e aspirações territoriais O ideal panamericano original de Simon Bolívar 1783 1830 na Venezuela e San Martin 17781850 na Argentina foi impossível de realizar embora persistisse como uma poderosa corrente revolucionária em todas as regiões unidas pela língua espanhola exatamente como o panbalcanismo o herdeiro da unidade ortodoxa contra a islâmica persistiu e pode ainda persistir hoje em dia A grande extensão e variedade do continente a existência de focos de rebelião independentes no México que deram origem à América Central na Venezuela e em Buenos Aires e o especial problema do centro do colonialismo espanhol no Peru que foi libertado a partir de fora impunham uma fragmentação automática Mas as revoluções latinoamericanas foram obra de pequenos grupos de aristocratas soldados e elites afrancesadas evoluídas deixando a massa da passiva população branca católica e pobre e dos índios indiferente ou hostil Só no México a independência foi conquistada pela iniciativa de um movimento de massa agrário isto é indígena que marchou sob a bandeira da Virgem de Guadalupe e por isso o México trilhou desde então um caminho diferente e politicamente mais avançado que o resto da América Latina continental Entretanto mesmo entre a minúscula camada dos latino americanos politicamente decisivos seria anacrónico falarmos nesse período de algo mais que o embrião da consciência naciona colombiana venezuelana equatoriana etc Mas algo parecido com um protonacionalismo existia em vários países da Europa Oriental embora paradoxalmente tenha tomado o rumo do conservadorismo ao invés da rebelião nacional Os eslavos se achavam oprimidos em toda parte exceto na Rússia e em algumas fortalezas selvagens dos Bálcans mas na sua perspectiva imediata os opressores eram como vimos não os monarcas absolutos mas os proprietários de terras alemães e magiares e os exploradores urbanos E o seu nacionalismo não dava nenhuma margem para a existência nacional eslava mesmo um programa tão radical como o dos Estados Unidos Alemães proposto pelos republicanos e democratas de Baden sudoeste da Alemanha previa a inclusão de uma república ilíria ie croata e eslovena com capital na italiana Trieste uma república morávia com capital em Olomuc e uma república boémia com sede em Praga Logo a esperança imediata dos nacionalistas eslavos estava nos imperadores da Áustria e da Rússia Várias versões da solidariedade eslava expressavam a orientação russa e atraíam os rebeldes eslavos até mesmo os poloneses antirussos especialmente em tempos de derrota e de desesperança como depois do fracasso dos levantes em 1846 O ilirianismo na Croácia e um nacionalismo tcheco moderado expressavam a tendência austríaca e ambos recebiam apoio deliberado dos Habsburgo de quem dois dos mais importantes ministros Kolowrat e o chefe do sistema policial Sedlnitzky eram tchecos As aspirações culturais croatas foram protegidas na década de 1830 e em 1840 Kolowrat chegou a propor o que mais tarde viria a ser tão útil na revolução de 1848 a designação de um interventor militar croata ban como chefe da Croácia e com controle sobre a fronteira militar com a Hungria como um contrapeso aos exaltados magiares Portanto ser um revolucionário em 1848 equivalia virtualmente a se opor às aspirações nacionais eslavas e o tácito conflito entre as nações progressistas e reacionárias contribuiu em muito para condenar as revoluções de 1848 ao fracasso Nada que se pareça com nacionalismo pode ser descoberto em outras regiões pois não existiam as condições sociais para isto De fato quando muito as forças que mais tarde viriam a produzir o nacionalismo estavam neste estágio em oposição à aliança da tradição da religião e da pobreza das massas que produziu a mais poderosa resistência ao abuso dos conquistadores e exploradores ocidentais Os elementos de uma burguesia local que surgiram em países asiáticos o fizeram à sombra dos exploradores estrangeiros de quem dependiam e eram em grande parte agentes ou intermediários a comunidade parse de Bombaim é um exemplo Mesmo que o asiático instruído e esclarecido não fosse um comprador ou um funcionário de menor importância de algum governo ou firma estrangeira uma situação não diferente daquela da diáspora grega na Turquia sua primeira tarefa política era a de se ocidentalizar ie introduzir as ideias da revolução francesa e da modernização técnica e científica contra a resistência unida de governantes e governados tradicionais situação não diferente daquela dos cavalheiros jacobinos do sul da Itália Portanto ele estava duplamente afastado de seu povo A mitologia nacionalista tem frequentemente obscurecido este divórcio em parte pela supressão do elo entre o colonialismo e as primeiras classes médias nativas e em parte por atribuir às mais antigas resistências contra o estrangeiro as cores de um movimento nacionalista posterior Mas na Ásia nos países islâmicos e mais ainda na África a união entre as elites evoluídas e o nacionalismo e entre ambos e as massas só viria a ocorrer no século XX O nacionalismo no Oriente foi portanto um produto enfim da influência e da conquista ocidental Este elo é talvez mais evidente no país plenamente oriental em que foram implantados os princípios do que viria a se tornar o primeiro movimento nacionalista moderno das colónias o Egito A conquista de Napoleão introduziu as ideias os métodos e as técnicas ocidentais cujos valores foram logo reconhecidos por um hábil e ambicioso soldado local Mohammed Ali Mehemet Ali Tendo conseguido o poder e a virtual independência da Turquia no confuso período que se seguiu à retirada dos franceses e com o apoio francês Mohammed Ali partiu para estabelecer um despotismo eficiente e ocidentalizante com ajuda técnica estrangeira principalmente francesa Nas décadas de 1820e 1830 os esquerdistas europeus exaltaram esse autocrata esclarecido e colocaram seus serviços à sua disposição quando a reação em seus próprios países parecia por demais desanimadora A extraordinária seita dos saintsimonianos oscilando entre a defesa do socialismo e do desenvolvimento industrial promovido por engenheiros e investimentos bancários deulhe temporariamente um auxílio coletivo e elaborou os seus planos de desenvolvimento econômico sobre esses planos ver cap 13 11 Assim foram eles também que lançaram a dotação para o Canal de Suez construído pelo saintsimonianó Lesseps iniciando a dependência fatal dos governantes egípcios de grandes empréstimos negociados por grupos competidores de trapaceiros europeus que transformaram o Egito em um centro de rivalidade imperialista e mais tarde de rebelião antimperialista Mas Mohammed Ali não era mais nacionalista do que qualquer outro déspota oriental Sua ocidentalização não as suas aspirações ou as de seu povo foi que lançou as bases para o nacionalismo posterior Se o Egito teve o primeiro movimento nacionalista do mundo islâmico e Marrocos um dos últimos foi porque Mohammed Ali por razões geopolíticas perfeitamente compreensíveis estava enquadrado nos principais caminhos da ocidentalização enquanto o isolado império muçulmano do leste da África um xerifado como se autointitulava não estava nem fez qualquer tentativa para estar O nacionalismo como tantas outras características do mundo moderno é filho da revolução dupla RESENHA CRÍTICA Redigido por Eric John Ernest Hobsbawm 19172012 um dos maiores historiadores do século XX o capítulo sete O Nacionalismo trabalha com as perspectivas da era das revoluções principalmente no tangível ao ano de 1830 no ideário popular frente ao desenvolvimento das temáticas dos movimentos nacionalistas Pregavase para as populações principalmente europeias a exaltação da pátria renovação das estruturas autoafirmação e união como nação Deste modo o autor utiliza como exemplo para defender sua abordagem o movimento inspirado por Giuseppe Mazzini onde se idealizava a formação de uma jovem Europa constituída de italianos poloneses suíços alemães franceses irlandeses tchecos turcos no período de 1830 e 1840 que buscavam mostrar sua autoafirmação frente aos seus ideais governamentais Assim sendo O autor afirma que a importância não está no ocorrido e sim na ideologia que carregam ou seja a defesa e garantia do nacionalismo Todavia o nacionalismo também foi responsável por grandes conflitos como o estopim da Primeira Guerra Mundial 1914 1918 devido q competição de dominação territorial e politica que o Império Austro Húngaro tinha em outras nações como a Sérvia Podese destacar a questão da noção de EstadoNação de proteção do mercado interno da população constituinte fronteiras e soberania em forte ascensão na Europa ou seja movimentos de revolta popular contra o domínio estrangeiro Desse modo o autor ressalta com bastante pontualidade as questões envolvendo as tratativas do nacionalismo como um período de nascimento Europeu estando envolvido em conflitos entre religiões e territórios diferentes Quanto a América Latina a Igreja Católica Romana tinha total domínio sendo nações muito jovens que apenas passavam pelo processo de delimitação de fronteiras ou pequenos conflitos com disputas pelo poder constantes Assim sendo o capítulo aborda a evolução dos movimentos na Europa e os resultados para conectalos nos importantes acontecimentos do período Portanto é uma leitura essencial e completa onde o leitor poderá compreender a totalidade do nacionalismo desde sua parte inicial sobretudo frente a detalhes e aprofundamentos Contudo o tema não deixa de ser complexo por mostrar tendências e influências nos séculos XIX e XX que impactaram fortemente a humanidade A partir desta leitura podese compreender a Europa frente ao pensamento das corridas imperialistas e a dominação sobre outros povos
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Capítulo Sete O Nacionalismo Todo povo tem sua missão especial que ajudará no cumprimento da missão geral da humanidade Esta missão constitui a sua nacionalidade A nacionalidade é sagrada Ato de Fraternidade da Jovem Europa 1834 Chegará o dia Em que a sublime Germânia estará no pedestal de bronze da liberdade e da justiça segurando em uma das mãos a tocha do esclarecimento que lançará a luz da civilização aos mais remotos cantos da terra e na outra a balança da justiça Os povos lhe pedirão que julgue as suas disputas estes mesmos povos que agora nos mostram que o poder é o direito e nos chutam com a botina do escárnio e do desprezo Discurso de Siebenpfeiffer no Festival de Hambach 1832 I Depois de 1830 como vimos o movimento geral em favor da revolução se dividiu Um dos resultados desta divisão merece atenção especial os movimentos nacionalistas conscientes Os movimentos que melhor simbolizam esta evolução são os movimentos jovens fundados ou inspirados por Giuseppe Mazzini logo depois da revolução de 1830 Jovem Itália Jovem Polónia Jovem Suíça Jovem Alemanha Jovem França em 18316 e o análogo Jovem Irlanda da década de 1840 ancestral da única organização revolucionária bemsucedida e duradoura baseada no modelo das irmandades conspiradoras do princípio do século XIX os fenianos ou Fraternidade Republicana Irlandesa melhor conhecia através de seu braço executivo o Exército Republicano Irlandês Em si mesmos estes movimentos não foram de grande importância a simples presença de Mazzini teria sido suficiente para assegurar sua ineficiência Simbolicamente todavia são de extrema importância como indica a adoção pelos movimentos nacionalistas subsequentes de rótulos como Jovens Tchecos ou Jovens Turcos Eles são o marco da desintegração do movimento revolucionário europeu em segmentos nacionais Sem dúvida todos estes segmentos tinham uma tática uma estratégia e um programa político muito semelhantes até mesmo uma bandeira semelhante quase invariavelmente tricolor de algum tipo Seus membros não viam qualquer contradição entre suas próprias exigências e as dos movimentos de outras nações e de fato pretendiam uma fraternidade de todos libertandose simultaneamente Por outro lado cada um deles tendia agora a justificar sua preocupação primordial com sua própria nação através da adoção do papel de Messias de todos Através da Itália segundo Mazzini através da Polónia segundo Mickiewicz os sofridos povos do mundo seriam conduzidos à liberdade uma atitude que era prontamente adaptável às políticas conservadoras ou mesmo imperialistas como testemunham os eslavófilos russos com sua defesa da Sagrada Rússia a Terceira Roma e os alemães que posteriormente iriam proclamar ao mundo dentro de uma relativa distância que ele seria curado pelo espírito alemão Reconhecidamente esta ambiguidade do nacionalismo vinha desde a Revolução Francesa Mas naquela época tinha havido apenas uma grande nação revolucionária e era lógico considerála então como ainda mesmo depois o quartelgeneral e todas as revoluções e o necessário primeiro motor da libertação do mundo Confiar em Paris era racional confiar em uma vaga Itália Polónia ou Alemanha representadas na prática por um punhado de conspiradores e de emigrantes só era lógico para os italianos os poloneses e os alemães Se o novo nacionalismo tivesse se limitado apenas aos membros das fraternidades revolucionárias nacionais não valeria a pena darlhe muita atenção Entretanto ele também refletia forças muito mais poderosas que estavamse tornando politicamente conscientes na década de 1830 como resultado da revolução dupla A mais imediatamente poderosa destas forças era o descontentamento dos proprietários menores ou pequena nobreza inferior e o surgimento de uma classe média e até de uma classe média inferior em inúmeros países sendo seus portavozes em grande parte intelectuais profissionais O papel revolucionário da baixa pequena nobreza talvez seja melhor ilustrado na Polónia é na Hungria Lá de uma maneira geral os grandes magnatas proprietários de terras haviam descoberto há muito tempo que era possível e desejável entrar em acordo com o absolutismo e a dominação estrangeira Os magnatas húngaros eram em geral católicos e de há muito tinham sido aceitos como os pilares da sociedade da corte vienense muito poucos deles iriamse unir à revolução de 1848 A memória da velha Rzeczpospolita fazia com que até mesmo os magnatas poloneses tivessem uma mentalidade nacionalista mas o mais influente dos seus partidos seminacionais a união Czartoryski que agora operava a partir do luxuoso ambiente de emigração do Hotel Lambert em Paris sempre fora a favor da aliança com a Rússia e continuava a preferir a diplomacia à revolta Economicamente eles eram suficientemente abastados para obter o que precisassem sem gastos vultuosíssimos e até mesmo para investir na benfeitoria de suas propriedades o bastante para poder usufruir da expansão econômica da época se assim o quisessem O Conde Széchenyi um dos poucos liberais moderados desta classe e paladino da melhoria econômica deu um ano de seus rendimentos para a nova Academia Húngara de Ciências cerca de 60 mil florins Não há prova de que seu padrão de vida tenha sofrido com esta generosidade desinteressada Por outro lado os muitos cavalheiros que pouco tinham exceto o seu nascimento para distinguilos dos outros fazendeiros pobres umoitavo da população húngara reivindicava o status de cavalheiro não tinham nem o dinheiro para tornar suas propriedades lucrativas nem a inclinação para competir com os alemães e judeus pela riqueza da classe média Se não podiam viver decentemente das suas rendas e uma época degenerada privavaos de suas chances como soldados então poderiam se não fossem muito ignorantes tentar o direito a administração ou alguma posição intelectual mas não uma atividade burguesa que desconsideravam Estes cavalheiros eram de há muito a fortaleza de oposição ao absolutismo e à dominação dos magnatas e estrangeiros protegendose como na Hungria por trás do escudo duplo do calvinismo e da administração dos condados Era natural que sua oposição descontentamento e aspiração a mais empregos para os cavalheiros locais se fundissem agora com o nacionalismo As classes empresariais que surgiram neste período foram paradoxalmente um elemento bem menos nacionalista Reconhecidamente na Alemanha e na Itália desunidas as vantagens de um grande mercado nacional unificado eram lógicas O autor do Deutschland über Alles declarou Presunto e tesouras botas e ligas Lã sabão fios e cerveja porque tinham conseguido coisa que o espírito nacional fora incapaz de fazer um genuíno senso de unidade nacional por meio da União Aduaneira Entretanto há pouca prova de que digamos os armadores de Génova que mais tarde iriam fornecer a maior parte do apoio financeiro a Garibaldi preferissem as possibilidades de um mercado italiano nacional à maior prosperidade de comércio por todo o Mediterrâneo E nos grandes impérios multinacionais os núcleos comerciais e industrias que cresceram em determinadas províncias podiam rosnar contra a discriminação mas no fundo claramente preferiam os grandes mercados abertos a eles agora do que os pequenos mercados de futura independência nacional Os industriais poloneses com toda a Rússia a seus pés ainda tinham pouca participação no nacionalismo polonês Quando Palacky reivindicou a favor dos tchecos que se a Áustria não existisse teria que ser inventada ele não estava só pedindo o apoio da monarquia contra os alemães mas também expressando o perfeito raciocínio econômico do setor economicamente mais avançado do grande e de outra forma atrasado império Os interesses empresariais eram às vezes o carrochefe do nacionalismo como na Bélgica onde uma pioneira comunidade industrial consideravase duvidosamente desafortunada sob o domínio da poderosa comunidade mercantil holandesa à qual tinha sido presa em 1815 Mas este era um caso excepcional Os grandes proponentes do nacionalismo de classe média neste estágio foram as camadas média e inferior das categorias profissionais administrativas e intelectuais ou sejam as classes educadas É claro que estas não são distintas das classes empresariais especialmente em países atrasados onde os administradores das propriedades os tabeliões e os advogados se encontram entre os principais acumuladores da riqueza rural Para sermos precisos a guarda avançada do nacionalismo de classe média fez sua guerra ao longo da linha que demarcava o progresso educacional de um grande número de homens novos em áreas até então ocupadas por uma pequena elite O progresso das escolas e das universidades dava a dimensão do nacionalismo na mesma medida em que as escolas e especialmente as universidades se tornavam seus defensores mais conscientes o conflito entre a Alemanha e a Dinamarca sobre o Schleswig Holstein em 1848 foi previsto pelo conflito entre as universidades de Kiel e Copenhagem sobre o mesmo problema na metade da década de 1840 O progresso foi surpreendente embora o número total de pessoas instruídas continuasse pequeno O número de alunos nos liceus estatais franceses duplicou entre 1809 e 1842 e aumentou com particular rapidez durante a Monarquia de Julho mas ainda assim em 1842 este número era inferior a 19 mil alunos O total de crianças que recebiam educação secundária naquela época era de cerca de 70 mil A Rússia por volta de 1850 tinha perto de 20 mil alunos secundaristas em uma população total de 68 milhões de habitantes O número de estudantes universitários era ainda menor naturalmente embora estivesse subindo É difícil imaginar que a juventude académica prussiana que foi tão inflamada pelo ideal de liberdade depois de 1806 consistisse em 1805 de pouco mais que 1500 jovens e que a Escola Politécnica de Paris a peste que atormentou os Bourbon restaurados em 1815 acolhesse um total de 1581 jovens em todo o período entre 1815 e 1830 ou seja uma admissão anual de cerca de cemalunos A proeminência revolucionária dos estudantes no período de 1848 faznos esquecer que em todo o continente europeu incluindose as anti revolucionárias Ilhas Britânicas não havia mais que 40 mil estudantes universitários ao todo Ainda assim estes números aumentavam Na Rússia subiu de 1700 em 1825 para 4600 em 1848 E mesmo se eles não aumentassem a transformação da sociedade e das universidades ver capítulo 15 davalhes uma nova consciência de si mesmos como um grupo social Ninguém se recorda que em 1789 havia cerca de 6 mil estudantes na Universidade de Paris já que eles não desempenharam qualquer papel independente na Revolução Mas por volta de 1830 ninguém poderia subestimar uma tamanha quantidade de jovens académicos As pequenas elites podem operar com línguas estrangeiras mas a língua nacional se impõe uma vez que o quadro de pessoas instruídas tenhase tornado suficientemente grande como testemunha a luta por um reconhecimento linguistico nos Estados indianos desde a década de 1940 Daí o momento em que livros didácticos e jornais são impressos pela primeira vez na língua nacional ou quando essa língua é usada pela primeira vez para algum fim oficial marca um passo importantíssimo na evolução nacional A década de 1830 viu este passo ser dado em grandes áreas da Europa Assim as primeiras obras tcheques importantes sobre astronomia química antropologia mineralogia e botânica foram escritas ou terminadas nesta década quando também apareceram na Roménia os primeiros livros didácticos escritos em romeno em substituição ao grego habitual O húngaro em vez do latim foi adoptado como a língua oficial da Dieta Húngara em 1840 embora a Universidade de Budapeste controlada por Viena não tivesse abandonado as palestras dadas em latim até o ano de 1844 Entretanto a luta em favor do uso do húngaro como língua oficial já estava sendo travada desde 1790 Em Zagreb Gai publicou a sua Gazeta Croata mais tarde Gazeta Nacional Ilírica a partir de 1835 na primeira versão literária do que até então fora simplesmente um complexo de dialetos Nos países que possuíam há muito tempo uma língua nacional oficial a mudança não pode ser tão facilmente avaliada embora seja interessante notar que depois de 1830 o número de livros em alemão publicados na Alemanha em comparação com os títulos em latim e francês ultrapassou pela primeira vez os 90 sendo que o número de livros escritos em francês caiu depois de 1820 para menos de 4 De maneira mais genérica a expansão editorial nos fornece uma indicação semelhante Assim na Alemanha o número de livros publicados em 1821 foi quase o mesmo que em 1800 cerca de 4 mil títulos por ano mas em 1841 tinha subido para 12 mil títulos É claro que a imensa maioria dos europeus e não europeus continuava sem instrução De fato com exceção dos alemães dos holandeses dos escandinavos dos suíços e dos norteamericanos não se pode dizer que qualquer outro povo fosse alfabetizado em 1840 Podese dizer que vários povos eram totalmente analfabetos como os eslavos do sul que contavam menos de 05 de pessoas alfabetizadas em 1827 mesmo muito mais tarde somente 1 dos recrutas dálmatas do exército austríaco sabiam ler e escrever ou os russos que tinham 2 em 1840 e que muitos outros eram quase analfabetos como os espanhóis os portugueses que parece tinham somente cerca de 8 mil crianças ao todo na escola após a Guerra Peninsular e com exceção dos lombardos e piemonteses os italianos Até mesmo a GrãBretanha a França e a Bélgica tinham cerca de 40 a 50 de analfabetos na década de 1840 O analfabetismo não se constitui em um obstáculo à consciência política mas não há de fato qualquer prova de que o nacionalismo do tipo moderno fosse uma poderosa força de massa exceto em países já transformados pela revolução dupla na França na GrãBretanha nos Estados Unidos e por ser um país dependente política e economicamente da GrãBretanha na Irlanda Equacionar o nacionalismo com a alfabetização não significa que a maioria digamos dos russos não se considerasse russa quando confrontada com alguém ou alguma coisa que não o fosse Contudo para as massas em geral o teste de nacionalidade ainda era a religião o espanhol era definido por ser católico o russo por ser ortodoxo Entretanto embora tais confrontações estivessem se tornando bem mais frequentes ainda eram raras e certos tipos de sentimento nacional tal como o italiano ainda eram totalmente estranhos à grande massa do povo que nem mesmo falava a língua literária nacional e sim dialetos quase mutuamente incompreensíveis Mesmo na Alemanha a mitologia patriótica exagerou em muito o grau de sentimento nacional contra Napoleão A França era extremamente popular na Alemanha Ocidental especialmente entre os soldados a quem empregava livremente As populações muito ligadas ao Papa ou ao Imperador podiam expressar ressentimento contra os inimigos da Igreja e da coroa que por acaso eram os franceses mas isto dificilmente implicava qualquer sentimento de consciência nacional quanto mais um desejo em favor de um Estado nacional Além do mais o próprio fato de que o nacionalismo era representado pela classe média e pela pequena nobreza era suficiente para fazer o pobre ficar desconfiado Os revolucionários poloneses radicaldemocratas tentaram arduamente como também o fizeram os mais avançados carbonários do sul da Itália e outros conspiradores mobilizar o campesinato até mesmo a ponto de oferecer uma reforma agrária Seu fracasso foi quase total Os camponeses da Galícia em 1846 se opuseram aos revolucionários poloneses embora estes tenham efetivamente proclamado o fim da servidão preferindo massacrar os cavalheiros e confiar nos agentes do Imperador O desenraizamento dos povos que é talvez o mais importante fenómeno do século XIX destruiria este profundo e antigo tradicionalismo local Ainda assim na maior parte do mundo até a década de 1820 quase ninguém ainda migrava ou emigrava exceto quando forçado pelos exércitos e a fome ou então nos grupos migratórios tradicionais como os camponeses do centro da França que em determinada estação iam trabalhar em construções no norte ou como os artesãos ambulantes alemães O desenraizamento ainda significava não a suave forma de saudade de casa que se tornaria a doença psicológica característica do século XIX refletida em inúmeras canções populares sentimentais mas o agudo e mortal mal de pays ou mal de coeur que foi descrito clinicamente pela primeira vez pelos médicos entre os velhos mercenários suíços em terras estrangeiras O recrutamento para as guerras revolucionárias revelou o mesmo especialmente entre os bretões A atração das remotas florestas do nordeste era tão forte que pôde levar uma empregada estoniana a deixar seus excelentes patrões os Kügelgens na Saxônia onde era livre e voltar para a servidão em casa A migração e a emigração cujo índice mais conveniente é a migração para os EUA aumentou notavelmente a partir da década de 1820 embora não tivesse alcançado maiores proporções até a década de 1840 quando 1750000 pessoas cruzaram o Atlântico Norte quase o triplo da década de 1830 Assim mesmo a única grande nação migratória fora das Ilhas Britânicas ainda era a Alemanha de há muito acostumada a enviar seus filhos como colonos rurais para a Europa Oriental e a América assim como artesãos por todo o continente e mercenários a todas as partes do mundo Na verdade podemos falar apenas de um movimento nacional no Ocidente organizado de forma coerente antes de 1848 que foi genuinamente baseado nas massas e até mesmo este movimento gozava da enorme vantagem da identificação com o mais forte portador da tradição a Igreja Foi o movimento irlandês de revogação sob a liderança de Daniel OConnell 1785 1847 advogado demagogo e eloquente de origem camponesa e o primeiro até 1848 o único dos líderes populares carismáticos que marcam o despertar da consciência política das massas até então atrasadas As únicas figuras comparáveis antes de 1848 foram Feargus OConnor 17941855 outro irlandês que simbolizou o cartismo na GrãBretanha e talvez Luís Kossuth 18021894 que deve ter adquirido um pouco do seu posterior prestígio entre as massas antes da revolução de 1848 embora sua reputação na década de 1840 fosse na verdade a de um paladino da pequena nobreza o fato de ter sido canonizado mais tarde pelos historiadores nacionalistas torna difícil entender com clareza sua carreira inicial A Associação Católica de OConnell que adquiriu o apoio das massas e a confiança não totalmente justificada do clero na vitoriosa luta pela Emancipação Católica 1829 não estava absolutamente ligada à pequena nobreza que era de qualquer forma protestante e angloirlandesa Foi um movimento de camponeses e da classe média baixa irlandesa ou melhor dos elementos dessas camadas que podiam existir na empobrecida ilha O Libertador foi levado à liderança por sucessivas ondas de um movimento de massa de revolta agrária a principal força motivadora da política irlandesa nesse século espantoso Foi organizado em sociedades secretas terroristas que ajudaram a destruir o paroquianismo da vida irlandesa Entretanto o objetivo de OConnell não era nem a revolução nem a independência nacional mas sim uma moderada autonomia para a classe média irlandesa através de acordo ou negociação com os liberais britânicos Efetivamente ele não foi um nacionalista e menos ainda um revolucionário camponês mas sim um autonomista moderado da classe média E de fato a principal crítica que foi feita não injustificadamente contra ele pelos nacionalistas irlandeses posteriores semelhante à dos nacionalistas radicais indianos em relação a Gandhi que ocupou uma posição análoga na história de seu país foi a de que poderia ter incitado toda a Irlanda contra os britânicos mas deliberadamente recusouse a fazêlo Isto não altera o fato de que o movimento que ele liderou foi genuinamente apoiado pela massa da nação irlandesa II Fora do moderno mundo burguês houve entretanto movimentos de revolta popular contra o domínio estrangeiro ie normalmente entendido como significando o domínio de uma religião diferente em vez de uma nacionalidade diferente que às vezes parecem antecipar os movimentos nacionais posteriores Assim foram as rebeliões contra o Império Turco contra os russos no Cáucaso e a luta contra o usurpador domínio britânico nos confins da índia Seria insensato interpretar esses movimentos como tendo muito a ver com o nacionalismo moderno embora em áreas atrasadas habitadas por camponeses e pastores armados combativos organizados em clãs e inspirados por chefes tribais heróis bandoleiros e profetas a resistência ao governante ou infiel estrangeiro pudesse tomar a forma de autênticas guerras do povo bem diferentes dos movimentos nacionalistas de elite em países menos homéricos Na verdade entretanto a resistência dos maratas um grupo militar feudal hindu e dos sikhs uma seita religiosa militante aos britânicos respectivamente em 180318 e 184549 tem pouca ligação com o nacionalismo indiano posterior nem produziu algum que lhe fosse peculiar As tribos caucasianas selvagens heróicas e feudais encontraram na puritana seita islâmica do muridismo um laço temporário de união contra os invasores russos e em Shamyl 17971871 um líder de grande estatura mas não existe até a presente data uma nação caucasiana mas sim meramente um agregado de pequenos povos montanheses em pequenas repúblicas soviéticas Os georgianos e os arménios que formaram nações no sentido moderno não estavam envolvidos no movimento de Shamyl Os beduínos varridos pelas seitas religiosas puritanas como a wahhabita na Arábia e a sanusi no que é hoje a Líbia lutaram pela simples fé em Alá e a vida simples do pastor e do assaltante contra a corrupção dos impostos os paxás e as cidades mas ò que hoje conhecemos como nacionalismo árabe um produto do século XX nasceu das cidades e não dos acampamentos nómades Até mesmo as rebeliões contra os turcos nos Bálcans especialmente entre os povos montanheses raramente subjugados do sul e do oeste não devem ser muito prontamente interpretadas em lermos nacionalistas modernos embora os bardos e os bravos os dois eram frequentemente os mesmos como no caso dos bisposguerreirospoetas de Montenegro relembrassem as glórias de heróis seminacionais como o albanês Skanderbeg e as tragédias como a derrota dos sérvios em Kossovo nas remotas batalhas contra os turcos Nada era mais natural do que se revoltar onde fosse necessário e desejável contra uma administração local ou um enfraquecido Império Turco Entretanto pouco mais do que um subdesenvolvimento econômico unia o que hoje conhecemos como iugoslavos mesmo os do Império Turco e a própria concepção de Iugoslávia foi produto de intelectuais na AustroHungria e não dos que realmente lutaram pela liberdade Os montenegrinos ortodoxos jamais subjugados lutaram contra os turcos mas com igual vontade contra os infiéis albaneses católicos e os infiéis porém solidamente eslavos bósnios muçulmanos Os bósnios revoltaramse contra os turcos de cuja religião muitos deles partilhavam com tanta presteza quanto os ortodoxos sérvios da planície coberta de bosques do Danúbio e com mais vontade do que os velhos sérvios ortodoxos da fronteira com a Albânia Os primeiros dos povos balcânicos a se insurgirem no século XIX foram os sérvios sob o comando do heróico bandoleiro e comerciante de porcos Jorge o Negro 17601817 mas a fase inicial de sua revolta 18047 não era sequer contra o domínio turco e sim pelo contrário justamente a favor do sultão contra os abusos dos governantes locais Pouco há na história inicial das rebeliões montanhesas dos Bálcans ocidentais que sugira que os sérvios os albaneses os gregos e outros não teriam no século XIX ficado satisfeitos com um tipo de principado autónomo não nacional como o que o poderoso sátrapa Ali Paxá o Leão de Janina 17411822 estabeleceu por certo tempo no Épiro Num e somente num caso a perene luta dos pastores de ovelhas e dos heróisbandoleiros contra qualquer governo efetivo se fundiu com as ideias do nacionalismo da classe média e da Revolução Francesa na lula grega pela independência 182130 Portanto não foi por acaso que a Grécia se tornou o mito inspirador dos nacionalistas e liberais de todo o mundo Pois somente na Grécia todo um povo se insurgiu contra o opressor de uma maneira que poderia ser identificada de forma plausível com a causa da esquerda europeia e por sua vez o apoio da esquerda europeia encabeçada pelo poeta Byron que lá morreu foi uma considerável ajuda para a conquista da independência grega A maioria dos gregos era muito semelhante aos outros esquecidos camponesesguerreiros e clãs da península balcânica Entretanto uma parte formava uma classe administrativa e mercantil internacional também estabelecida em colónias ou em comunidades de minoria espalhadas por todo o Império Turco e fora dele e a língua e os mais altos escalões da Igreja Ortodoxa à qual pertencia a maioria dos povos balcânicos eram gregos a começar pelo Patriarca Grego de Constantinopla Funcionários públicos gregos transformados em príncipes vassalos governavam os principados do Danúbio a atual Roménia Em certo sentido todas as classes mercantis e instruídas dos Bálcans da região do Mar Negro e do Levante quaisquer que fossem suas origens nacionais foram helenizadas pela própria natureza de suas atividades Durante o século XVIII essa helenização ocorreu mais poderosamente do que antes em grande parte devido à marcante expansão econômica que também estendeu o alcance e os contatos da diáspora grega O novo e próspero comércio de cereais do Mar Negro levoua até os centros de negócios italianos franceses e britânicos e fortaleceu seus laços com a Rússia a expansão do comércio balcânico trouxe os comerciantes gregos ou helenizados para a Europa Central Os primeiros jornais em língua grega foram publicados em Viena 17841812 A emigração e os deslocamentos periódicos dos camponeses rebeldes reforçaram ainda mais as comunidades de exilados Foi entre esta diáspora cosmopolitana que as ideias da Revolução Francesa o liberalismo o nacionalismo e os métodos de organização política através das sociedades secretas maçónicas lançaram raízes Rhigas 17608 o líder de um primeiro e obscuro movimento revolucionário possivelmente panbalcânico falava francês e adaptou a Marselhesa às situações helénicas A Philiké Hetairía a sociedade secreta patriótica que foi a principal responsável pela revolta de 1821 foi fundada em Odessa grande e novo porto russo exportador de cereais em 1814 O nacionalismo grego foi até certo ponto comparável aos movimentos de elite ocidentais É o que explica o projeto de se fazer uma rebelião pela independência grega nos principados do Danúbio sob a liderança de magnatas gregos locais pois as únicas pessoas que podiam ser consideradas gregas nestas miseráveis terras de servos eram lordes bispos comerciantes e intelectuais É claro que o levante fracassou miseravelmente 1821 Por sorte entretanto a Hetairía se pusera também a arregimentar nas montanhas o anárquico mundo de heróisbandoleiros proscritos e chefes de clãs especialmente no Peloponeso e com um sucesso consideravelmente maior pelo menos depois de 1818 do que os cavalheiros carbonários do sul da Itália que tentaram um proselitismo semelhante com seus bandoleiros locais os banditi É duvidoso que algo parecido com o nacionalismo moderno tenha significado grande coisa para esses bandoleiros gregos embora muitos tivessem os seus escreventes o respeito e o interesse pelo estuco de livros era uma relíquia sobrevivente do antigo helenismo que compunham manifestos na terminologia jacobina Se havia alguma coisa pela qual eles lutavam esta coisa era o antigo gênio da península em que o papel do homem era o de tornarse um herói e o proscrito que fugia para as montanhas para resistir a qualquer governo e para consertar os erros dos camponeses era o ideal político geral Os nacionalistas do tipo ocidental deram liderança e um alcance panhelênico em vez de meramente local às rebeliões de homens como Kolokotrones bandoleiro e comerciante de gado Por seu turno os bandoleiros produziram esta coisa única e terrível a insurreição em massa de um povo armado O novo nacionalismo grego foi suficiente para conquistar a independência embora a combinação da liderança de classe média com a desorganização dos bandoleiros e com a intervenção de uma grande potência produzisse uma destas pobres caricaturas do ideal ocidental de liberdade que viriam a se tornar tão familiares em áreas como a América Latina Mas teve também o resultado paradoxal de confinar o helenismo à Hellas criando ou intensificando assim o nacionalismo latente de outros povos balcânicos Enquanto o fato de ser grego fora apenas pouco mais do que a habilitação profissional do cristão ortodoxo balcânico alfabetizado a helenização progrediu Quando passou a significar o apoio político à Hellas ela retrocedeu mesmo entre as classes alfabetizadas balcânicas assimiladas Neste sentido a independência grega foi a condição preliminar essencial para a evolução de outros nacionalismos balcânicos Fora da Europa é difícil falar de nacionalismo As muitas repúblicas latinoamericanas que substituíram os velhos impérios espanhol e português para sermos exatos o Brasil se tornou uma monarquia independente e assim permaneceu de 1816a 1889 com suas fronteiras frequentemente refletindo pouco mais do que a distribuição das propriedades dos nobres que tinham apoiado essa ou aquela rebelião local começaram a adquirir interesses políticos estáveis e aspirações territoriais O ideal panamericano original de Simon Bolívar 1783 1830 na Venezuela e San Martin 17781850 na Argentina foi impossível de realizar embora persistisse como uma poderosa corrente revolucionária em todas as regiões unidas pela língua espanhola exatamente como o panbalcanismo o herdeiro da unidade ortodoxa contra a islâmica persistiu e pode ainda persistir hoje em dia A grande extensão e variedade do continente a existência de focos de rebelião independentes no México que deram origem à América Central na Venezuela e em Buenos Aires e o especial problema do centro do colonialismo espanhol no Peru que foi libertado a partir de fora impunham uma fragmentação automática Mas as revoluções latinoamericanas foram obra de pequenos grupos de aristocratas soldados e elites afrancesadas evoluídas deixando a massa da passiva população branca católica e pobre e dos índios indiferente ou hostil Só no México a independência foi conquistada pela iniciativa de um movimento de massa agrário isto é indígena que marchou sob a bandeira da Virgem de Guadalupe e por isso o México trilhou desde então um caminho diferente e politicamente mais avançado que o resto da América Latina continental Entretanto mesmo entre a minúscula camada dos latino americanos politicamente decisivos seria anacrónico falarmos nesse período de algo mais que o embrião da consciência naciona colombiana venezuelana equatoriana etc Mas algo parecido com um protonacionalismo existia em vários países da Europa Oriental embora paradoxalmente tenha tomado o rumo do conservadorismo ao invés da rebelião nacional Os eslavos se achavam oprimidos em toda parte exceto na Rússia e em algumas fortalezas selvagens dos Bálcans mas na sua perspectiva imediata os opressores eram como vimos não os monarcas absolutos mas os proprietários de terras alemães e magiares e os exploradores urbanos E o seu nacionalismo não dava nenhuma margem para a existência nacional eslava mesmo um programa tão radical como o dos Estados Unidos Alemães proposto pelos republicanos e democratas de Baden sudoeste da Alemanha previa a inclusão de uma república ilíria ie croata e eslovena com capital na italiana Trieste uma república morávia com capital em Olomuc e uma república boémia com sede em Praga Logo a esperança imediata dos nacionalistas eslavos estava nos imperadores da Áustria e da Rússia Várias versões da solidariedade eslava expressavam a orientação russa e atraíam os rebeldes eslavos até mesmo os poloneses antirussos especialmente em tempos de derrota e de desesperança como depois do fracasso dos levantes em 1846 O ilirianismo na Croácia e um nacionalismo tcheco moderado expressavam a tendência austríaca e ambos recebiam apoio deliberado dos Habsburgo de quem dois dos mais importantes ministros Kolowrat e o chefe do sistema policial Sedlnitzky eram tchecos As aspirações culturais croatas foram protegidas na década de 1830 e em 1840 Kolowrat chegou a propor o que mais tarde viria a ser tão útil na revolução de 1848 a designação de um interventor militar croata ban como chefe da Croácia e com controle sobre a fronteira militar com a Hungria como um contrapeso aos exaltados magiares Portanto ser um revolucionário em 1848 equivalia virtualmente a se opor às aspirações nacionais eslavas e o tácito conflito entre as nações progressistas e reacionárias contribuiu em muito para condenar as revoluções de 1848 ao fracasso Nada que se pareça com nacionalismo pode ser descoberto em outras regiões pois não existiam as condições sociais para isto De fato quando muito as forças que mais tarde viriam a produzir o nacionalismo estavam neste estágio em oposição à aliança da tradição da religião e da pobreza das massas que produziu a mais poderosa resistência ao abuso dos conquistadores e exploradores ocidentais Os elementos de uma burguesia local que surgiram em países asiáticos o fizeram à sombra dos exploradores estrangeiros de quem dependiam e eram em grande parte agentes ou intermediários a comunidade parse de Bombaim é um exemplo Mesmo que o asiático instruído e esclarecido não fosse um comprador ou um funcionário de menor importância de algum governo ou firma estrangeira uma situação não diferente daquela da diáspora grega na Turquia sua primeira tarefa política era a de se ocidentalizar ie introduzir as ideias da revolução francesa e da modernização técnica e científica contra a resistência unida de governantes e governados tradicionais situação não diferente daquela dos cavalheiros jacobinos do sul da Itália Portanto ele estava duplamente afastado de seu povo A mitologia nacionalista tem frequentemente obscurecido este divórcio em parte pela supressão do elo entre o colonialismo e as primeiras classes médias nativas e em parte por atribuir às mais antigas resistências contra o estrangeiro as cores de um movimento nacionalista posterior Mas na Ásia nos países islâmicos e mais ainda na África a união entre as elites evoluídas e o nacionalismo e entre ambos e as massas só viria a ocorrer no século XX O nacionalismo no Oriente foi portanto um produto enfim da influência e da conquista ocidental Este elo é talvez mais evidente no país plenamente oriental em que foram implantados os princípios do que viria a se tornar o primeiro movimento nacionalista moderno das colónias o Egito A conquista de Napoleão introduziu as ideias os métodos e as técnicas ocidentais cujos valores foram logo reconhecidos por um hábil e ambicioso soldado local Mohammed Ali Mehemet Ali Tendo conseguido o poder e a virtual independência da Turquia no confuso período que se seguiu à retirada dos franceses e com o apoio francês Mohammed Ali partiu para estabelecer um despotismo eficiente e ocidentalizante com ajuda técnica estrangeira principalmente francesa Nas décadas de 1820e 1830 os esquerdistas europeus exaltaram esse autocrata esclarecido e colocaram seus serviços à sua disposição quando a reação em seus próprios países parecia por demais desanimadora A extraordinária seita dos saintsimonianos oscilando entre a defesa do socialismo e do desenvolvimento industrial promovido por engenheiros e investimentos bancários deulhe temporariamente um auxílio coletivo e elaborou os seus planos de desenvolvimento econômico sobre esses planos ver cap 13 11 Assim foram eles também que lançaram a dotação para o Canal de Suez construído pelo saintsimonianó Lesseps iniciando a dependência fatal dos governantes egípcios de grandes empréstimos negociados por grupos competidores de trapaceiros europeus que transformaram o Egito em um centro de rivalidade imperialista e mais tarde de rebelião antimperialista Mas Mohammed Ali não era mais nacionalista do que qualquer outro déspota oriental Sua ocidentalização não as suas aspirações ou as de seu povo foi que lançou as bases para o nacionalismo posterior Se o Egito teve o primeiro movimento nacionalista do mundo islâmico e Marrocos um dos últimos foi porque Mohammed Ali por razões geopolíticas perfeitamente compreensíveis estava enquadrado nos principais caminhos da ocidentalização enquanto o isolado império muçulmano do leste da África um xerifado como se autointitulava não estava nem fez qualquer tentativa para estar O nacionalismo como tantas outras características do mundo moderno é filho da revolução dupla RESENHA CRÍTICA Redigido por Eric John Ernest Hobsbawm 19172012 um dos maiores historiadores do século XX o capítulo sete O Nacionalismo trabalha com as perspectivas da era das revoluções principalmente no tangível ao ano de 1830 no ideário popular frente ao desenvolvimento das temáticas dos movimentos nacionalistas Pregavase para as populações principalmente europeias a exaltação da pátria renovação das estruturas autoafirmação e união como nação Deste modo o autor utiliza como exemplo para defender sua abordagem o movimento inspirado por Giuseppe Mazzini onde se idealizava a formação de uma jovem Europa constituída de italianos poloneses suíços alemães franceses irlandeses tchecos turcos no período de 1830 e 1840 que buscavam mostrar sua autoafirmação frente aos seus ideais governamentais Assim sendo O autor afirma que a importância não está no ocorrido e sim na ideologia que carregam ou seja a defesa e garantia do nacionalismo Todavia o nacionalismo também foi responsável por grandes conflitos como o estopim da Primeira Guerra Mundial 1914 1918 devido q competição de dominação territorial e politica que o Império Austro Húngaro tinha em outras nações como a Sérvia Podese destacar a questão da noção de EstadoNação de proteção do mercado interno da população constituinte fronteiras e soberania em forte ascensão na Europa ou seja movimentos de revolta popular contra o domínio estrangeiro Desse modo o autor ressalta com bastante pontualidade as questões envolvendo as tratativas do nacionalismo como um período de nascimento Europeu estando envolvido em conflitos entre religiões e territórios diferentes Quanto a América Latina a Igreja Católica Romana tinha total domínio sendo nações muito jovens que apenas passavam pelo processo de delimitação de fronteiras ou pequenos conflitos com disputas pelo poder constantes Assim sendo o capítulo aborda a evolução dos movimentos na Europa e os resultados para conectalos nos importantes acontecimentos do período Portanto é uma leitura essencial e completa onde o leitor poderá compreender a totalidade do nacionalismo desde sua parte inicial sobretudo frente a detalhes e aprofundamentos Contudo o tema não deixa de ser complexo por mostrar tendências e influências nos séculos XIX e XX que impactaram fortemente a humanidade A partir desta leitura podese compreender a Europa frente ao pensamento das corridas imperialistas e a dominação sobre outros povos