· 2023/2
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Planejamento de capacidade Prof. Dr. Antônio Carlos Pacagnella Júnior Planejamento Agregado • Planejamento agregado é o processo de planejar e controlar os vários aspectos da produção com o objetivo de atingir as necessidades dos clientes da empresa. • O planejamento agregado visa planejar a produção no médio prazo (12 a 18 meses), com a finalidade de alinhar a taxa de produção com a taxa de demanda. Planejamento Agregado • O planejamento agregado proporciona coerência entre as decisões das funções da empresa e entre estas e os objetivos da organização. • Alguns autores chamam o planejamento agregado de Sales and Operations Planning (S&OP) Planejamento Agregado • S&OP é um processo de planejamento caracterizado por revisões mensais e contínuos ajustes de acordo com as flutuações da demanda, da disponibilidade de recursos e do suprimento. • O principal objetivo do S&OP é gerar planos de vendas, produção, financeiro e introdução de novos produtos que sejam realistas, viáveis e coerentes uns com os outros e coerentes com os objetivos estratégicos da organização. Planejamento Agregado • O foco do planejamento agregado é um grupo ou família de produtos similares. • Similaridade: Processo, forma, característica de demanda, volume. • O planejamento agregado envolve alcançar um plano de produção para cada família de produtos de forma que a demanda prevista seja atendida e que os custos sejam minimizados. Planejamento Agregado • Custos envolvidos no planejamento agregado: • Custos básicos de produção • Custos de manter estoques • Custo de falta • Custo de contratação. • Custo de demissão. • Custo de horas extras. • Custo de subcontratação (terceirização). Planejamento Agregado • Decisões do planejamento agregado: • Volume a ser produzido por unidade de tempo (mês). • Níveis de estoque necessários em cada período. • Número de pessoas necessárias em cada período. • Níveis de pedidos pendentes. • Necessidade de horas extras. • Utilização de banco de horas. • Necessidade de subcontratação. Ambiente Competitivo Capacidade externa (subcontratação) Disponibilidade de fornecimento Demanda Condições Econômicas Capacidade física atual Força de trabalho atual Atividades requeridas para a produção Níveis de estoque Planejamento Agregado O que é Capacidade ? • O termo capacidade, mencionado isoladamente, está associado à idéia de competência, volume máximo ou quantidade máxima de “alguma coisa”. O que significa capacidade produtiva? • O termo capacidade produtiva, considera o volume ou a quantidade máxima em condições fixas dos ativos ou instalações. Embora estas medidas possam ser úteis, e freqüentemente utilizadas pelos gestores de produção, é necessário também se conhecer a capacidade sob seu aspecto dinâmico. Para isto, deve ser adicionada a dimensão tempo a esta medida. EXEMPLO Um cinema tem capacidade para 400 lugares, como cada seção de cinema dura cerca de duas horas, se for considerado o intervalo entre uma sessão e outra, verifica-se que o cinema pode “processar” 1.200 espectadores por dia de oito horas (realização de três sessões). CAPACIDADE DE PRODUÇÃO • Moreira(1998) chama de capacidade a quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos numa unidade produtiva, num dado intervalo de tempo. • Stevenson (2001) considera que a capacidade se refere a um limite superior ou teto de carga que uma unidade operacional pode suportar. A unidade operacional pode ser uma fábrica, um departamento, uma loja ou um funcionário. • Slack et al. (2002) definem capacidade de produção como sendo o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais de operação. • Os pontos convergentes das definições são representados: pela quantidade máxima que pode ser produzida por unidade produtiva (que pode ser a empresa toda ou uma única máquina ou funcionário) em um intervalo de tempo fixo. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO MEDIDAS DE CAPACIDADE Organização “Capacidade Estática” Capacidade de Produção Faculdade Quantidade de salas, carteiras, enfim, número de vagas disponíveis Quantidade de alunos formados por ano. Teatro ou cinema Quantidade de assentos na sala de espetáculo ou na sala de exibição. Número de freqüentadores por semana. Supermercado Área de vendas em m2 Faturamento mensal por m2 Transportadora rodoviária de cargas Soma da capacidade em quilos ou m3 dos caminhões disponíveis. Volume ou peso transportado por mês. Hospital Número de leitos disponíveis. Quantidade de pacientes atendidos por mês. Hidroelétrica “Tamanho” do gerador. Megawatts gerados por mês. Confecções de roupas Número de costureiras e de máquinas de costura Produtos produzidos por semana. Fábrica de fogões Número de homens e de máquinas. Fogões produzidos por mês. Fazenda Área cultivada Toneladas de grãos por safra. EXEMPLO • Uma empresa do ramo alimentício tem capacidade de produzir, em um forno contínuo, duas toneladas de biscoito por hora. Qual é a capacidade mensal desta empresa ? • Resposta: Capacidade instalada = 30 dias x 24 horas x 2 toneladas por hora = 1.440 toneladas de biscoitos por mês. • Neste caso, a unidade de medida da capacidade pode ser em tempo horas de forno disponíveis) ou em quantidade (toneladas de biscoito produzidas). Por que planejar a capacidade? • O nível de capacidade influenciará os custos e as receitas; • O nível de capacidade influenciará o nível de serviço; • O capital de giro será afetado; • A velocidade poderá ser afetada; • A flexibilidade poderá ser afetada; • A confiabilidade será afetada; • A competitividade da empresa será afetada. Capacidade de projeto É a capacidade ideal, ou especificada para a fábrica, linha ou máquina durante seu projeto (antes da instalação) e não considera perdas. É útil para o projeto de fábrica quando são compradas máquinas cuja capacidade foi informada pelo fornecedor. Também é uma medida útil quando não há uma noção exata sobre como o sistema produtivo irá se portar ao ser implementado EXEMPLO O fabricante de biscoitos do exemplo anterior, com 720 horas mensais de capacidade instalada, pode trabalhar: • Um turno: um turno diário, com oito horas de duração, cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 8 x 5 x 4 = 160 horas mensais; • Dois turnos: dois turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 2 x (8 x 5 x 4) = 320 horas mensais; • Três turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 3 x (8 x 5 x 4) = 480 horas mensais; EXEMPLO • quatro turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, sete dias por semana (há quatro equipes que se intercalam para garantir o funcionamento ininterrupto, respeitando o descanso semanal de todos os funcionários). Neste caso, a capacidade disponível será de 3 x (8 x 7 x 4) = 672 horas mensais. Observe que o valor não atingiu 720 horas, pois estamos considerando um mês composto por quatro semanas o que representa 28 dias, por facilidade de cálculo; • realização de horas-extras: qualquer hora trabalhada além da jornada normal de trabalho, considera hora extra e é somada à capacidade disponível. Capacidade efetiva É a capacidade instalada considerando as chamadas “perdas planejadas”: • Manutenção preventiva; • Setup; • Período não trabalhado (programado); • Amostragens para qualidade; Capacidade real ou carga disponível É a capacidade útil realmente disponível descontando- se da capacidade efetiva as perdas não planejadas Perdas não planejadas: são perdas que não se consegue antever, como por exemplo: • Falta de matéria-prima; • Falta de energia elétrica; • Falta de funcionários; • Paradas para manutenção corretiva; • Investigações de problemas da qualidade, etc. Grau de utilização A capacidade de projeto e a capacidade efetiva permitem a informação de um índice, denominado grau de utilização. Que representa, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva está utilizando sua capacidade disponível, conforme a fórmula abaixo: Grau de utilização = de projeto Capacidade Capacidade real Índice de eficiência A capacidade real, quando comparada à capacidade efetiva, fornece a porcentagem de eficiência da unidade produtora em realizar o trabalho programado, conforme a formula abaixo: Índice de eficiência = efetiva Capacidade Capacidade real Grau de disponibilidade A capacidade instalada e a capacidade disponível permitem a formação de um índice, denominado grau de disponibilidade. Que indica, em percentual, quanto uma unidade produtiva está disponível, conforme a fórmula abaixo: Grau de disponibilidade = de projeto Capacidade Capacidade efetiva Grau de disponibilidade = Capacidade e indicadores Eficiência = (volume de produção real) / (capacidade efetiva) Capacidade de projeto Perdas planejadas Capacidade efetiva Perdas que podem ser evitadas Produção real Utilização = (volume de produção real) / (capacidade de projeto) Exercício • O setor de tingimento de uma tecelagem tem uma “barca de tingimento” (nome dado ao equipamento para tingir tecidos através de um processo de imersão em substância corante) com capacidade de 300 quilos de determinado tecido por hora. O setor trabalha em dois turnos de oito horas, cinco dias por semana. Durante a última semana, os registros de produção apresentaram os seguintes apontamentos de tempos perdidos: Exercício Nº Ocorrência Tempo parado 1 Mudança de cor (set- up) 4,5 horas 2 Amostragem de qualidade 3 horas 3 Falta de pessoal 4 horas 4 Tempos de troca de turnos 50 minutos 5 Falta de tecido 2 horas 6 Manutenção preventiva regular 4 horas 7 Nenhum trabalho programado 2 horas 8 Investigações de falha de qualidade 40 minutos 9 Acidente de trabalho 25 minutos 10 Falta de energia elétrica 2,15 horas Overall Equipment Effectiveness (OEE) O OEE – Overall Equipment Effectiveness (Medição da capacidade) OEE (Rendimento Global dos Equipamentos) é um método cada vez mais popular de julgar a eficácia dos itens individuais de equipamento de operações produtivas. É baseada em três aspectos de desempenho: • Tempo que está disponível para operar. • Velocidade, ou taxa de atravessamento do equipamento (seu tempo de ciclo); • Qualidade do produto; OEE = Disponibilidade x Performance x Qualidade Overall Equipment Effectiveness (OEE) Disponibilidade (%) = \( \frac{TRD}{TC} \) x 100 Tempo de Carga (TC) = Tempo teórico disponível - paradas programadas (horas) Tempo Real Disponível (TRD) = Tempo de carga - paradas não programadas (horas) Performance (%) = \( \frac{Peças Produzidas (pcs)}{Tempo Standard (pcs/h) x Tempo Real Disponível (h)} \) x 100 Qualidade (%) = \( \frac{Peças Produzidas - Peças Refugadas - Peças Retrabalhadas}{Peças Produzidas} \) x 100 Perdas Produção Ideal Produção Efetuada Disponibilidade Quebras Setup e Ajustes de parâmetro Performance Pequenas paradas Velocidade Reduzida Qualidade Rejeito de Startup Rejeito Produtivas Gestão da capacidade no longo prazo • Exemplo: – Nova fábrica = 1 a 10 anos – Grande supermercado= 1 ano – Hospital = 1 a 2 anos • Decisões – O momento de realizar modificações na capacidade; – Quanto aumentar e aonde aumentar a capacidade; – Exige previsões de longo prazo; – Investimentos antecipados em recursos de transformação; – Erros nas previsões de demanda e lucratividade são pouco reversíveis; – Tamanho ideal da nova instalação; – Aumentar antes ou após a demanda. Gestão da capacidade no curto/médio prazos • Equilibrar a demanda em períodos de tempo menores • Os recursos de transformação normalmente não podem ser modificados • Decisões: – Número de horas de trabalho – Subcontratação de operação – Estoques – etc. Economias de escala • Custo total = custo fixo + custo variável • Custo fixo = independe das quantidades produzidas • Custo variável= dependem das quantidades produzidas pela operação • Custo fixo unitário= custo fixo / quantidade de operação – Maior a quantidade menor custo fixo unitário = economia de escala DESECONOMIAS DE ESCALA • Excesso de operação • Turbulência nas operações • Horas adicionais de trabalho • Congestionamento de espaços • Aumento de quebras de equipamentos • Aumento de transportes, etc... – AUMENTO DOS CUSTOS FIXOS UNITÁRIOS = DESECONOMIA DE ESCALA Políticas de gestão de capacidade POLÍTICA DE CAPACIDADE CONSTANTE: Adota uma capacidade constante durante todo o planejamento do período de forma a adequar a demanda conhecida POLITICA DE ACOMPANHAMENTO DA DEMANDA: A capacidade varia de acordo com a demanda agregada durante os diversos períodos do planejamento. POLÍTICA DE MODIFICAÇÃO DA DEMANDA AGREGADA: Altera a demanda de forma a adequá-la à capacidade existente. Capacidade constante • Mantem-se constante a capacidade através da constância nos recursos de operação durante o tempo de planejamento. • A variação de demanda será compensada pela variação de estoques. • Implicações desta política: – Aplicável quando possível manter-se estoques; – Difícil para produtos perecíveis; – Os custos de manutenção de estoques precisam também ser calculados. – Difícil aplicação em serviços; – Adequado à produtos sazonais. Capacidade constante DEMANDA POLÍTICA DE CAPACIDADE CONSTANTE QUANTIDADE / MES MESES ESTOQUE ESTOQUE USO DO ESTOQUE Acompanhamento da demanda • Ajusta a capacidade à demanda a cada período do planejamento. • A capacidade é ajustada pela variação dos recursos envolvidas na operação. • Implicações desta política – Mais adequada em operações de serviços. – Limitada às restrições internas e externas às variações dos recursos , sobretudo referentes à M.O. – Pouco usada por empresas com ponto de equilíbrio próximo à capacidade: químicas, siderúrgicas Acompanhamento da demanda Tempo Volume de operação Demanda Acompanhamento da demanda Ajuste da capacidade • Tempo de uso das instalações: horários de trabalho – Horas extras e tempo ocioso • Tamanho da força de trabalho ou quantidade de m.O. – Contratação e demissão de pessoal – Horas extras e tempo parcial – Trabalho de M.O. temporária – Obs: restrições legais; sindicais; éticas; fadiga; aprendizagem • Estoques quando possível • Subcontratação à outras empresas – Obs: disponibilidade no mercado; conflitos mercadológicos; conflitos técnicos e de qualidade. Sazonalidade da demanda Climáticas Festas Comportamentais Políticos Financeiros Sociais Alguns produtos e serviços sazonais Materiais de construção Bebidas (cerveja, refrigerantes) Alimentos (sorvetes, bolos de natal) Vestuário (maiôs, sapato) Itens de jardinagem Fogo de artifícios Serviços de viagem Férias Processamento de impostos Médico de saúde pública Serviços de esporte Serviços de educação Sazonalidade da demanda Flutuações agregadas de demanda para 4 organizações Hotel Férias Quartos vendidos J F M A M J J A S O N D Clima Confecção Unidades por mês J F M A M J J A S O N D Produtor de alumínio Toneladas por mês J F M A M J J A S O N D De Natal Picos pré-férias Loja varejista Receita mensal J F M A M J J A S O N D • Trata-se de encontrar alternativas que variem a demanda ou que utilizem os recursos de capacidade de forma a minimizar os custos operacionais no período de planejamento agregado. – Promoção de preços diferenciados – Propaganda dirigida • Promoção na baixa de demanda – Produtos complementares ou alternativos • Sorvetes x chocolates • Panetone x colomba • Ofertas de outros atrativos Alteração da demanda FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS Obrigado!
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Planejamento de capacidade Prof. Dr. Antônio Carlos Pacagnella Júnior Planejamento Agregado • Planejamento agregado é o processo de planejar e controlar os vários aspectos da produção com o objetivo de atingir as necessidades dos clientes da empresa. • O planejamento agregado visa planejar a produção no médio prazo (12 a 18 meses), com a finalidade de alinhar a taxa de produção com a taxa de demanda. Planejamento Agregado • O planejamento agregado proporciona coerência entre as decisões das funções da empresa e entre estas e os objetivos da organização. • Alguns autores chamam o planejamento agregado de Sales and Operations Planning (S&OP) Planejamento Agregado • S&OP é um processo de planejamento caracterizado por revisões mensais e contínuos ajustes de acordo com as flutuações da demanda, da disponibilidade de recursos e do suprimento. • O principal objetivo do S&OP é gerar planos de vendas, produção, financeiro e introdução de novos produtos que sejam realistas, viáveis e coerentes uns com os outros e coerentes com os objetivos estratégicos da organização. Planejamento Agregado • O foco do planejamento agregado é um grupo ou família de produtos similares. • Similaridade: Processo, forma, característica de demanda, volume. • O planejamento agregado envolve alcançar um plano de produção para cada família de produtos de forma que a demanda prevista seja atendida e que os custos sejam minimizados. Planejamento Agregado • Custos envolvidos no planejamento agregado: • Custos básicos de produção • Custos de manter estoques • Custo de falta • Custo de contratação. • Custo de demissão. • Custo de horas extras. • Custo de subcontratação (terceirização). Planejamento Agregado • Decisões do planejamento agregado: • Volume a ser produzido por unidade de tempo (mês). • Níveis de estoque necessários em cada período. • Número de pessoas necessárias em cada período. • Níveis de pedidos pendentes. • Necessidade de horas extras. • Utilização de banco de horas. • Necessidade de subcontratação. Ambiente Competitivo Capacidade externa (subcontratação) Disponibilidade de fornecimento Demanda Condições Econômicas Capacidade física atual Força de trabalho atual Atividades requeridas para a produção Níveis de estoque Planejamento Agregado O que é Capacidade ? • O termo capacidade, mencionado isoladamente, está associado à idéia de competência, volume máximo ou quantidade máxima de “alguma coisa”. O que significa capacidade produtiva? • O termo capacidade produtiva, considera o volume ou a quantidade máxima em condições fixas dos ativos ou instalações. Embora estas medidas possam ser úteis, e freqüentemente utilizadas pelos gestores de produção, é necessário também se conhecer a capacidade sob seu aspecto dinâmico. Para isto, deve ser adicionada a dimensão tempo a esta medida. EXEMPLO Um cinema tem capacidade para 400 lugares, como cada seção de cinema dura cerca de duas horas, se for considerado o intervalo entre uma sessão e outra, verifica-se que o cinema pode “processar” 1.200 espectadores por dia de oito horas (realização de três sessões). CAPACIDADE DE PRODUÇÃO • Moreira(1998) chama de capacidade a quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos numa unidade produtiva, num dado intervalo de tempo. • Stevenson (2001) considera que a capacidade se refere a um limite superior ou teto de carga que uma unidade operacional pode suportar. A unidade operacional pode ser uma fábrica, um departamento, uma loja ou um funcionário. • Slack et al. (2002) definem capacidade de produção como sendo o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais de operação. • Os pontos convergentes das definições são representados: pela quantidade máxima que pode ser produzida por unidade produtiva (que pode ser a empresa toda ou uma única máquina ou funcionário) em um intervalo de tempo fixo. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO MEDIDAS DE CAPACIDADE Organização “Capacidade Estática” Capacidade de Produção Faculdade Quantidade de salas, carteiras, enfim, número de vagas disponíveis Quantidade de alunos formados por ano. Teatro ou cinema Quantidade de assentos na sala de espetáculo ou na sala de exibição. Número de freqüentadores por semana. Supermercado Área de vendas em m2 Faturamento mensal por m2 Transportadora rodoviária de cargas Soma da capacidade em quilos ou m3 dos caminhões disponíveis. Volume ou peso transportado por mês. Hospital Número de leitos disponíveis. Quantidade de pacientes atendidos por mês. Hidroelétrica “Tamanho” do gerador. Megawatts gerados por mês. Confecções de roupas Número de costureiras e de máquinas de costura Produtos produzidos por semana. Fábrica de fogões Número de homens e de máquinas. Fogões produzidos por mês. Fazenda Área cultivada Toneladas de grãos por safra. EXEMPLO • Uma empresa do ramo alimentício tem capacidade de produzir, em um forno contínuo, duas toneladas de biscoito por hora. Qual é a capacidade mensal desta empresa ? • Resposta: Capacidade instalada = 30 dias x 24 horas x 2 toneladas por hora = 1.440 toneladas de biscoitos por mês. • Neste caso, a unidade de medida da capacidade pode ser em tempo horas de forno disponíveis) ou em quantidade (toneladas de biscoito produzidas). Por que planejar a capacidade? • O nível de capacidade influenciará os custos e as receitas; • O nível de capacidade influenciará o nível de serviço; • O capital de giro será afetado; • A velocidade poderá ser afetada; • A flexibilidade poderá ser afetada; • A confiabilidade será afetada; • A competitividade da empresa será afetada. Capacidade de projeto É a capacidade ideal, ou especificada para a fábrica, linha ou máquina durante seu projeto (antes da instalação) e não considera perdas. É útil para o projeto de fábrica quando são compradas máquinas cuja capacidade foi informada pelo fornecedor. Também é uma medida útil quando não há uma noção exata sobre como o sistema produtivo irá se portar ao ser implementado EXEMPLO O fabricante de biscoitos do exemplo anterior, com 720 horas mensais de capacidade instalada, pode trabalhar: • Um turno: um turno diário, com oito horas de duração, cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 8 x 5 x 4 = 160 horas mensais; • Dois turnos: dois turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 2 x (8 x 5 x 4) = 320 horas mensais; • Três turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 3 x (8 x 5 x 4) = 480 horas mensais; EXEMPLO • quatro turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, sete dias por semana (há quatro equipes que se intercalam para garantir o funcionamento ininterrupto, respeitando o descanso semanal de todos os funcionários). Neste caso, a capacidade disponível será de 3 x (8 x 7 x 4) = 672 horas mensais. Observe que o valor não atingiu 720 horas, pois estamos considerando um mês composto por quatro semanas o que representa 28 dias, por facilidade de cálculo; • realização de horas-extras: qualquer hora trabalhada além da jornada normal de trabalho, considera hora extra e é somada à capacidade disponível. Capacidade efetiva É a capacidade instalada considerando as chamadas “perdas planejadas”: • Manutenção preventiva; • Setup; • Período não trabalhado (programado); • Amostragens para qualidade; Capacidade real ou carga disponível É a capacidade útil realmente disponível descontando- se da capacidade efetiva as perdas não planejadas Perdas não planejadas: são perdas que não se consegue antever, como por exemplo: • Falta de matéria-prima; • Falta de energia elétrica; • Falta de funcionários; • Paradas para manutenção corretiva; • Investigações de problemas da qualidade, etc. Grau de utilização A capacidade de projeto e a capacidade efetiva permitem a informação de um índice, denominado grau de utilização. Que representa, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva está utilizando sua capacidade disponível, conforme a fórmula abaixo: Grau de utilização = de projeto Capacidade Capacidade real Índice de eficiência A capacidade real, quando comparada à capacidade efetiva, fornece a porcentagem de eficiência da unidade produtora em realizar o trabalho programado, conforme a formula abaixo: Índice de eficiência = efetiva Capacidade Capacidade real Grau de disponibilidade A capacidade instalada e a capacidade disponível permitem a formação de um índice, denominado grau de disponibilidade. Que indica, em percentual, quanto uma unidade produtiva está disponível, conforme a fórmula abaixo: Grau de disponibilidade = de projeto Capacidade Capacidade efetiva Grau de disponibilidade = Capacidade e indicadores Eficiência = (volume de produção real) / (capacidade efetiva) Capacidade de projeto Perdas planejadas Capacidade efetiva Perdas que podem ser evitadas Produção real Utilização = (volume de produção real) / (capacidade de projeto) Exercício • O setor de tingimento de uma tecelagem tem uma “barca de tingimento” (nome dado ao equipamento para tingir tecidos através de um processo de imersão em substância corante) com capacidade de 300 quilos de determinado tecido por hora. O setor trabalha em dois turnos de oito horas, cinco dias por semana. Durante a última semana, os registros de produção apresentaram os seguintes apontamentos de tempos perdidos: Exercício Nº Ocorrência Tempo parado 1 Mudança de cor (set- up) 4,5 horas 2 Amostragem de qualidade 3 horas 3 Falta de pessoal 4 horas 4 Tempos de troca de turnos 50 minutos 5 Falta de tecido 2 horas 6 Manutenção preventiva regular 4 horas 7 Nenhum trabalho programado 2 horas 8 Investigações de falha de qualidade 40 minutos 9 Acidente de trabalho 25 minutos 10 Falta de energia elétrica 2,15 horas Overall Equipment Effectiveness (OEE) O OEE – Overall Equipment Effectiveness (Medição da capacidade) OEE (Rendimento Global dos Equipamentos) é um método cada vez mais popular de julgar a eficácia dos itens individuais de equipamento de operações produtivas. É baseada em três aspectos de desempenho: • Tempo que está disponível para operar. • Velocidade, ou taxa de atravessamento do equipamento (seu tempo de ciclo); • Qualidade do produto; OEE = Disponibilidade x Performance x Qualidade Overall Equipment Effectiveness (OEE) Disponibilidade (%) = \( \frac{TRD}{TC} \) x 100 Tempo de Carga (TC) = Tempo teórico disponível - paradas programadas (horas) Tempo Real Disponível (TRD) = Tempo de carga - paradas não programadas (horas) Performance (%) = \( \frac{Peças Produzidas (pcs)}{Tempo Standard (pcs/h) x Tempo Real Disponível (h)} \) x 100 Qualidade (%) = \( \frac{Peças Produzidas - Peças Refugadas - Peças Retrabalhadas}{Peças Produzidas} \) x 100 Perdas Produção Ideal Produção Efetuada Disponibilidade Quebras Setup e Ajustes de parâmetro Performance Pequenas paradas Velocidade Reduzida Qualidade Rejeito de Startup Rejeito Produtivas Gestão da capacidade no longo prazo • Exemplo: – Nova fábrica = 1 a 10 anos – Grande supermercado= 1 ano – Hospital = 1 a 2 anos • Decisões – O momento de realizar modificações na capacidade; – Quanto aumentar e aonde aumentar a capacidade; – Exige previsões de longo prazo; – Investimentos antecipados em recursos de transformação; – Erros nas previsões de demanda e lucratividade são pouco reversíveis; – Tamanho ideal da nova instalação; – Aumentar antes ou após a demanda. Gestão da capacidade no curto/médio prazos • Equilibrar a demanda em períodos de tempo menores • Os recursos de transformação normalmente não podem ser modificados • Decisões: – Número de horas de trabalho – Subcontratação de operação – Estoques – etc. Economias de escala • Custo total = custo fixo + custo variável • Custo fixo = independe das quantidades produzidas • Custo variável= dependem das quantidades produzidas pela operação • Custo fixo unitário= custo fixo / quantidade de operação – Maior a quantidade menor custo fixo unitário = economia de escala DESECONOMIAS DE ESCALA • Excesso de operação • Turbulência nas operações • Horas adicionais de trabalho • Congestionamento de espaços • Aumento de quebras de equipamentos • Aumento de transportes, etc... – AUMENTO DOS CUSTOS FIXOS UNITÁRIOS = DESECONOMIA DE ESCALA Políticas de gestão de capacidade POLÍTICA DE CAPACIDADE CONSTANTE: Adota uma capacidade constante durante todo o planejamento do período de forma a adequar a demanda conhecida POLITICA DE ACOMPANHAMENTO DA DEMANDA: A capacidade varia de acordo com a demanda agregada durante os diversos períodos do planejamento. POLÍTICA DE MODIFICAÇÃO DA DEMANDA AGREGADA: Altera a demanda de forma a adequá-la à capacidade existente. Capacidade constante • Mantem-se constante a capacidade através da constância nos recursos de operação durante o tempo de planejamento. • A variação de demanda será compensada pela variação de estoques. • Implicações desta política: – Aplicável quando possível manter-se estoques; – Difícil para produtos perecíveis; – Os custos de manutenção de estoques precisam também ser calculados. – Difícil aplicação em serviços; – Adequado à produtos sazonais. Capacidade constante DEMANDA POLÍTICA DE CAPACIDADE CONSTANTE QUANTIDADE / MES MESES ESTOQUE ESTOQUE USO DO ESTOQUE Acompanhamento da demanda • Ajusta a capacidade à demanda a cada período do planejamento. • A capacidade é ajustada pela variação dos recursos envolvidas na operação. • Implicações desta política – Mais adequada em operações de serviços. – Limitada às restrições internas e externas às variações dos recursos , sobretudo referentes à M.O. – Pouco usada por empresas com ponto de equilíbrio próximo à capacidade: químicas, siderúrgicas Acompanhamento da demanda Tempo Volume de operação Demanda Acompanhamento da demanda Ajuste da capacidade • Tempo de uso das instalações: horários de trabalho – Horas extras e tempo ocioso • Tamanho da força de trabalho ou quantidade de m.O. – Contratação e demissão de pessoal – Horas extras e tempo parcial – Trabalho de M.O. temporária – Obs: restrições legais; sindicais; éticas; fadiga; aprendizagem • Estoques quando possível • Subcontratação à outras empresas – Obs: disponibilidade no mercado; conflitos mercadológicos; conflitos técnicos e de qualidade. 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