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1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima Em política admitimos que cada homem dispõe de um voto e cada voto tem o mesmo valor Na nossa vida econômica e social por nossa estrutura econômica e social continuamos a negar o princípio de que cada pessoa possui o mesmo valor Por quanto tempo continuaremos a levar essa vida contraditória BR Ambedkar 18911956 In Democracia 1 Introdução Esta reflexão de AMBEDKAR líder da comunidade dos intocáveis e arquiteto maior da Constituição Indiana político reformista que lutou contra o sistema de castas reforça uma das contradições substantivas da democracia burguesa e nos ajuda a abrir este trabalho que tem como objetivo central analisar o desenvolvimento de dois países do Sul a Índia e o Brasil que após mais de um quarto de século têm vivido políticas econômicas e sociais bastante distintas com resultados também diferenciados Liberta do domínio britânico em 1947 a Índia aproximouse da União Soviética e adotou a princípio políticas industriais nacionalistas1 sobretudo com a intenção de construir uma indústria pesada2 articulada ao planejamento econômico3 como condição para garantir a independência econômica Optou ainda por uma democracia liberal herdada dos ingleses mas que sob a liderança de Jawaharlal Nehru tinha uma meta programática de transição para o socialismo Contudo a visão de Nehru e de Malahanobis mais próximos à planificação soviética teve que ser ajustada a uma concepção literalmente diferente de Gandhi o Mahatma que centrava sua opção na pequena indústria artesanal e que na sua luta pela libertação conclamava o povo indiano a evitar produtos importados sobretudo 1 Já em 1877 podese verificar o crescimento das idéias nacionalistas que progressivamente vão se fortalecendo com o lema Svadeshi Mills instituído em 1886 Svadeshi em sânscrito quer dizer o que é do próprio país SEN Amartya 2005 p 337 2 Em Amartya SEN 2005 encontramos um breve e saboroso relato da saga da família Tata e de Jamsetji Tata que lutaram para estabelecer a primeira usina de produção em larga escala de aço e ferro em na virada do século XIX para o XX o que só foi alcançado em 1908 No relato o desinteresse dos ingleses que governavam a Índia de então em apoiar o projeto pensado pelos Tata Quando parte da elite indiana e mesmo da população pobre percebem que os investimentos ingleses não serão liberados iniciam um movimento que em três semanas levantou fundos para a construção da siderurgia Para SEN 2005 o fato ilustra não apenas o sentido de identidade do povo indiano mas também sua motivação individual sua capacidade de jogar um papel decisivo na determinação do comportamento inclusive econômico 3 O 1 Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento foi estabelecido em 1951 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 2 ingleses e optar pela produção familiar artesanal4 Este modelo em grande medida foi mantido durante o governo de Indira Gandhi 19661977 e 19801984 sendo acentuada a baixa intensidade de participação com amplas e majoritárias massas rurais subordinadas ao processo político sob a forma clientelística onde pesavam os laços de casta parentesco e de dependência semifeudais A elite indiana sempre foi cautelosa com os investimentos externos e tinha uma acentuada preocupação com a geopolítica por seus conflitos com a China e o Paquistão Rajiv Ghandi 19841989 abandonou a vertente socializante e próxima à URSS de sua mãe Indira ao se aproximar dos EUA implementando uma política de modernização sobretudo com relação à indústria de telecomunicações mas também aquelas de base tecnológica computadores5 aviação e defesa Em seu mandato a Índia teve um crescimento médio de 56 do PIB mas apresentava descontrole dos gastos públicos que terminou na crise fiscal no início dos anos 90 quando a Índia inicia suas reformas pró globalização O Brasil por sua vez sobretudo na segunda fase de Vargas implanta uma política nacionalista com a construção da indústria de base siderurgia petróleo energia Mas logo a seguir com Juscelino Kubitschek mantém e amplia a política de substituição de importações mas já absorvendo os capitais internacionais que se implantam no Brasil com a indústria automotora dos bens de consumos duráveis que irão puxar todo um conjunto de empresas nacionais e internacionais como fornecedoras complementares pneus vidro metalmecânica autopeças De meados dos anos 60 até 1985 a ditadura militar dilata a participação das empresas multinacionais no país e endividase para consolidar grandes obras de infraestrutura energia estradas telecomunicações A partir de 1983 iniciase o pagamento do serviço da dívida externa contraída pelos militares período que ficou conhecido como a Década Perdida Nos anos 1990 os capitais internacionais retornam ao país então orientados pela política do Consenso de Washington que define toda uma estratégia de liberalização econômica de venda dos ativos do Estado e de 4 Há uma esclarecedora discussão a respeito em Sebastião C VELASCO E CRUZ 2005 5 De 1985 a 1991 a dívida externa indiana mais que dobrou 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 3 desregulamentação financeira Nos anos 1990 o país apresenta um quadro macroeconômico perverso a saber taxas de juros elevadas e taxas de câmbio sobre valorizadas COUTINHO 2005 destaca quatro traços principais a caracterizar este contexto i vulnerabilidade financeira persistente das empresas nacionais ii contração significativa da base de financiamento doméstico de longo prazo e de mercado de capitais iii fraco desempenho competitivo em todos os setores de alto conteúdo tecnológico e competitividade apenas em commodities e iv transferência patrimonial para capitais estrangeiros em muitos setores estratégicos A intenção aqui é menos de historiar a história políticoeconômica desses dois países e muito mais estabelecer as diferenças entre eles no período que vai do pósguerra aos dias de hoje E já podemos assinalar algumas diferenças substantivas que se inicia pela manutenção do planejamento da vertente nacionalista da reserva às empresas estatais para que exercessem um papel estratégico6 da estrita observância da liderança do capital nacional e de seu incentivo por parte do Estado Finalmente da não absorção de dívida externa cujo fluxo de investimento externo continua reduzido mesmo após as reformas liberalizantes7 Diferentemente a Índia mantém hoje em mãos nacionais a sua siderurgia a indústria química e de fármacos a indústria automobilística a indústria de defesa as telecomunicações e mesmo o setor de software E mesmo se considerarmos as profundas reformas havidas depois de 1990 que implicaram em abertura comercial quebra do monopólio estatal em 55 produtos etc a Índia continua a exibir níveis de proteção tarifária ainda muito altos comparados a outros países 192 na média No tocante à liberalização financeira não transferiram ao setor privado seja nacional seja estrangeiro nenhum banco estatal e segundo VELASCO E CRUZ 2005 p 55 mesmo após 10 anos 6 A Hindustan Machine Tools é um dos casos exemplares A maior indústria de máquinas ferramentas da Índia pertencia ao estado e se beneficiava de acesso privilegiado ao mercado do setor público A indústria estava submetida a um sistema de licenças industriais que servia para criar e manter uma rede de monopólio de produtos Esses monopólios eram sustentados pelo controle das importações de tecnologia sobre o qual se apoiavam as grandes empresas indianas In ASHOK V DESAI e al 1999 p 72 7 Em fins dos anos 1960 e início dos 70 o governo indiano adota uma série de dispositivos legais importantes a exemplo da lei do Monopólio e das Práticas Comerciais Restritivas 1969 a Lei de Patentes de 1970 e a lei de regulação Cambial de 1973 Pela Lei de Patentes aboliu as para os setores de alimentos remédios e produtos químicos além de reduzir o prazo de vigência de patentes de 10 para 5 anos reduzindo as vantagens das multinacionais garantindo o apoio às empresas locais nos fármacos e no setor químico Com relação a Lei de regulação Cambial estabelecia um teto de 40 para a participação acionária estrangeira Cf VELASCO E CRUZ 2005 p 23 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 4 de iniciadas as reformas o governo ainda assim controlava 80 dos ativos dos bancos comerciais E embora tenha facilitado a atração do capital estrangeiro para a modernização da economia em alguns setores sobretudo de infraestrutura geração de energia elétrica construção de estradas e portos exploração de petróleo e gás o governo indiano não cedeu à tentação dos capitais de curto prazo o que não foi o caso do Brasil Vale ainda fazer alusão a um último aspecto relacionado à especificidade do modelo indiano que é a defesa das pequenas empresas Neste setor o Estado indiano estabeleceu a reserva de certos produtos fato que teve início desde 1948 e fruto das idéias de Gandhi O fato é que a lista de produtos reservados para o setor chegou ao pico de 836 produtos em 1989 e ainda em 2004 605 itens se mantinham com exclusividade para a pequena indústria VELASCO E CRUZ 2005 p 57 Estas diferenças terminaram por favorecer a Índia na comparação com o Brasil o que foi sobejamente alertado nos trabalhos de Celso FURTADO 1999 pelo fato dos países da América Latina e o Brasil em particular terem realizado uma adoção acrítica de uma política econômica que privilegia as empresas transnacionais cuja racionalidade somente pode ser captada no quadro de um sistema de forças que transcende os interesses específicos dos países que o integram p 18 Portanto aqui procuro aprofundar o conhecimento sobre as características dos modelos indiano e brasileiro a partir do início dos anos 90 quando os dois países foram impactados pela aceleração do processo de mundialização Do ponto de vista específico significa analisar os respectivos sistemas nacionais de inovação reconhecendo que se trata de um setor fundamental e decisivo para os países do Sul na medida que as tecnologias da inovação e da comunicação ganham importância e são consideradas como elementoschave para uma inserção diferenciada no comércio mundial e na sociedade de bem estar Os países que hoje detêm a hegemonia mundial da inovação científica e tecnológica caminham na direção de uma sociedade do conhecimento e este processo não apenas tem aprofundado a divergência entre países centrais e periféricos mas estabelece restrições aos que chegam depois 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 5 A linha de argumentação foca justamente as fragilidades inerentes aos dois países bem como suas tentativas e alternativas para digamos entrar na alta modernidade Problematiza ainda os modelos adotados e pretende analisar a viabilidade de um re direcionamento de suas condições de países emergentes no conjunto do sistema Para que isso venha a ocorrer algumas précondições se fazem necessárias Não basta apenas adotar as políticas econômicas do mainstream de forma mimética tampouco seguir os parâmetros de um modelo baseado em alta tecnologia quando os aspectos de infraestrutura de recursos humanos e tantas outras précondições estão mal equacionados É uma ilusão acreditar que basta buscar informação sem ter capacidade para aprender e dominar seu conteúdo e de transformálo no sentido da melhoria social e técnica da sociedade como um todo É necessário entre outras medidas entender que o desenvolvimento não significa apenas incorporar tecnologias de ponta dar prioridade aos investimentos intangíveis à Pesquisa Desenvolvimento à Educação e Aprendizado É urgente priorizar a ciência e a criatividade bem como as tecnologias que sejam adequadas e sustentáveis em relação ao ambiente mas sobretudo estabelecer um modelo que não seja excludente que difunda e distribua os esforços da ciência na totalidade e especificidade de suas regiões O trabalho está assim dividido i apresentar o vertiginoso crescimento econômico dos principais países que conformam a região da ÁsiaPacífico situando a Índia neste contexto ii caracterizar a importância das Tecnologias de Informação e Comunicação TICs no sistema global iii apresentar em suas linhas centrais o setor da indústria de software na Índia e iv no Brasil e v algumas conclusões que acentuem as diferenças entre os dois modelos Por certo na argumentação estarão discutidos o papel do estado nacional em relação ao desenvolvimento e aos dois sistemas nacionais de inovação os fatores que facilitam ou dificultam a geração endógena de CT no Brasil e na Índia a forma pela qual o desenvolvimento endógeno das TICs destes países participa no fortalecimento da base tecnológica da economia doméstica e estimula os ganhos de competitividade no comércio internacional e em que medida esses sistemas são sustentáveis 2 O Dragão e o Elefante 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 6 São diversos os motivos que permitiram a grande emergência da Ásia na economia global a começar com a política dos Estados Unidos na GuerraFria para estabelecer suas bases e alianças contra a ameaça vermelha até o sucesso do Japão da Coréia de Taiwan e Cingapura e Hong Kong nos anos 80 e os impressionantes desempenhos da China sobretudo mas também da Índia expressos em taxas médias anuais de crescimento do Produto Interno Bruto PIB percapita de 9 ao longo de um quarto de século na China e de quase 4 desde 1981 na Índia Segundo CHAUDURY e RAVALLION 2006 este crescimento foi acompanhado de substancial para não dizer dramática redução na incidência agregada da pobreza absoluta medida em termos de renda ou de consumo p 2 Tomando a linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial como um parâmetro de US 3274 por mês como poder de paridade de compra em 1993 a China iniciou 1981 com quase 68 de sua população vivendo com renda abaixo deste valor e chegou a 2003 com apenas 10 nestas condições A Índia em 1981 tinha 58 de sua população vivendo abaixo deste padrão e chega a 2003 com 35 Muito embora sejam mudanças espetaculares para os técnicos do Banco Mundial os estudos sobre os impactos distributivos deste processo de crescimento deixam muito a desejar pois é amplamente observado que os ganhos do crescimento têm se espalhado de forma muito desigual com alguns segmentos da população nos dois países deixados de lado tanto em termos absolutos quanto relativos Os autores chegam à conclusão de que o crescimento tem sido desigual geograficamente setorialmente e ao nível das famílias CHAUDURY e RAVALLION 2006 afirmam que as performances de crescimento da China e da Índia mascaram consideravelmente as desigualdades nos níveis subnacionais a exemplo da China quando a taxas provincial de crescimento em Quinghai está abaixo dos 59 e em Zhejiang alcança 133 para o período 19782004 Na Índia entre os 16 maiores estados Bihar atingiu a mais baixa taxa de 22 quando Karnataka a mais alta ou 72 Ainda segundo os autores a desigualdade espacial tem contribuído para o desigual combate à pobreza porque o crescimento da renda dos domicílios está claramente associado com a redução da pobreza ao nível subnacional Na China as regiões costeiras estão em muito melhor condição do que as regiões do interior A tendência de declínio na 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 7 taxa de pobreza entre 1981 e 2001 foi de 8 ao ano para o interior contra 17 nas áreas costeiras Também há desigualdades setoriais ou seja nos dois países as taxas do setor primário agricultura têm sido muito inferiores àquelas do secundário indústria e do terciário serviços Na China entre 19801985 a agricultura crescia a 7 no período caindo para menos de 4 entre 20002005 ao passo que na Índia a agricultura apresentava taxas médias de 6 no 1 período caindo para 2 no último período8 O abismo entre as rendas rurais e urbanas se aprofundou de forma substantiva nos dois países e ainda mais na China que tinha o Indicador de Gini de desigualdade de renda de 28 em 1981 que saltou para 41 em 2003 As reformas estabelecidas nos dois países não foram particularmente pró pobreza nos dois países as desigualdades persistem seja com relação ao desenvolvimento dos recursos humanos educação e saúde para os pobres seja no acesso à infraestrutura principalmente no meio rural As tabelas a seguir apontam os indicadores para as transformações vividas em alguns dos países centrais da ÁsiaPacífico considerando a tabela nº 1 que indica a distribuição percentual do produto mundial por regiões que passou de US 428 trilhões em 1995 para US 613 trilhões em 2005 Tabela 1 Distribuição Percentual do Produto Mundial por Regiões em 1995 e 2005 Regiões 1995 2005 Países Ricos 60 54 Ásia do leste e Pacífico 13 19 América Latina e Caribe 8 8 Europa e Ásia Central 7 7 Ásia do Sul 6 8 Oriente Médio e Norte da África 3 3 África SubSahariana 2 2 A tabela 1 mostra que o crescimento do produto ocorre principalmente na Ásia do Leste e Pacífico permanecendo a América latina o Oriente Médio e a África sem nenhuma alteração A tabela 2 informa o total da população urbana como percentual da população total em cinco países da ÁsiaPacífico a China a Coréia o Japão a Rússia e a Índia Destacase na tabela o vertiginoso crescimento da população urbana na China entre 1990 8 Fonte China Statistical Yearbook vários anos Central Survey Orgnization Government of India 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 8 2005 e a lenta evolução do processo migratório campocidade na Índia Os demais países com maioria populacional cosmopolita Tabela 2 População Total e População Urbana como da Pop Total População Total milhão População Urbana Países 1990 2000 2005 1990 2000 2005 China 1115 1273 1315 274 358 404 Coréia 43 47 48 732 796 808 Rússia 148 146 143 754 734 730 Índia 849 1021 1103 255 277 287 Japão 123 127 128 631 652 658 Fonte UNESCAP Economic and Social Survey 2007 A Tabela 3 revela as taxas de crescimento do PIB destes mesmos cinco países sendo novamente impressionantes o ritmo da China e em seguida aquele da Índia As taxas coreanas forma significativas até o ano 200 salvo a crise de 1997 reduzindo o ritmo após 2003 mas já numa tendência de retomada A Rússia retoma o crescimento após o ano 2000 e tem mantido taxas elevadas desde então e finalmente o Japão evidenciando o seu processo de estagnação que vem desde o início dos 90 Tabela 3 Taxa de Crescimento Real do PIB t 11999955 11999966 11999977 11999988 11999999 22000000 22000011 22000022 22000033 22000044 22000055 22000066 CChhiinnaa 110099 110000 9933 7788 7766 8844 8833 9911 110000 110011 110044 110077 CCoorrééiiaa 9922 7700 4477 7788 9955 8855 3388 7700 3311 4477 4400 5522 RRúússssiiaa 4411 3366 1144 6699 6644 110000 5511 4477 7733 7722 6644 6677 IInnddiiaa 7733 7788 4488 5533 6611 4444 5588 8833 8855 7755 9900 9922 JJaappããoo 2200 2277 1166 6655 0011 2299 0022 0033 1144 2277 1199 2222 Fonte ESCAP based on national sources International Monetary Fund International Financial Statistics CDROM Washington DC IMFDecember 2006 and IMF Country Reports Asian Development Bank Key Indicators of Developing Asian and Pacific Countries 2006 Manila ADB2006 and website of the Interstate Statistical Committee of the Commonwealth Independent State available at httpwwwcisstat 26 February2007 and ESCAP estimates A tabela nº 4 indica a expectativa de vida entre os cinco países selecionados e verificase um gradual melhora do indicador em quatro dos cinco países à exceção da Rússia O Japão atinge a partir dos anos 2000 uma expectativa de vida que supera os 80 anos de idade 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 9 Tabela 4 Expectativa de Vida Anos PPaaíísseess 119999009955 1199995522000000 2200000022000055 CChhiinnaa 668811 669977 771155 CCoorrééiiaa 772222 774466 776688 RRúússssiiaa 666688 666600 665544 IInnddiiaa 559955 661155 663311 JJaappããoo 779955 880055 881199 Fonte UNESCAP Economic and Social Survey 2007 A tabela 5 apresenta os indicadores de mortalidade infantil com uma queda significativa na China e com a Coréia e o Japão apresentando indicadores de países altamente desenvolvidos Na Índia mesmo considerando a substantiva queda nos quinze anos chama a atenção os altos indicadores de mortalidade infantil Tabela 5 Mortalidade Infantil Por mil nascidos vivos PPaaíísseess 119999009955 1199995522000000 2200000022000055 CChhiinnaa 3388 3333 2266 CCoorrééiiaa 88 55 55 RRúússssiiaa 2233 2200 1177 IInnddiiaa 8844 6666 6622 JJaappããoo 55 33 33 Fonte UNESCAP Economic and Social Survey 2007 A tabela 6 finalmente apresenta indicadores que nos interessam aqui especialmente ou seja o uso de computadores e de internet e telefone que evidenciam a presença das tecnologias de base informacional Assim a China muito embora tenha feito esforços sobretudo no uso da Internet e na posse de telefones fixos e móveis ainda está muito aquém dos indicadores similares apresentados pela Coréia e o JapãoA Índia em que pese toda a sua revolução nos serviços de software ainda tem indicadores muito inferiores com relação às comunicações o que sem dúvida afeta o desempenho global de sua economia A Rússia apresenta uma posição intermediária entre os cinco países à exceção da telefonia móvel onde atinge patamares semelhantes àqueles dos países desenvolvidos como a Coréia e o Japão sendo o primeiro o país melhor situado no conjunto das tecnologias de comunicação e informação Tabela 6 Telecomunicações 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 10 Telefones CCoom mppuuttaaddoorreess ppoorr 110000 ppeessssooaass IInntteerrnneett ppoorr 110000 ppeessssooaass FFiixxoo M Móóvveell 11999900 22000000 22000055 11999955 22000000 22000055 11999900 22000000 22000055 11999955 22000000 22000055 CChhiinnaa 1166 4411 1177 8844 0066 111122 226666 0033 6666 229999 CCoorrééiiaa 3377 440055 554455 0088 441144 668844 330066 556622 449922 3377 558833 779944 RRúússssiiaa 0033 6633 112211 0022 2200 115522 114400 221199 227799 0011 2222 883366 IInnddiiaa 0055 1155 0055 5544 0066 3322 4455 0044 8822 JJaappããoo 335588 448822 4499 339933 558899 443344 447755 445511 110011 440000 887766 Fonte UNESCAP Economic and Social Survey 2007 3 O lugar das tecnologias de Informação e Comunicação na Produção Global As tecnologias de Informação e Comunicação TICs contribuíram decisivamente para o expressivo crescimento registrado pela ampla maioria dos países da OECD em 1990 estimularam a inovação nos serviços aumentaram a eficiência da produção e dos processos facilitando também o gerenciamento dos estoques e dos custos administrativos das firmas Segundo estudo da OCDE 2005 elas foram catalisadoras das mudanças nas empresas ao alterar a organização do trabalho reduzindo custos de transações e racionalizar suas cadeias de suprimento Por certo todo este movimento foi apoiado por uma mudança no papel do sistema financeiro na economia mundial provocou um aumento da instabilidade sistêmica do capitalismo ao estabelecer um regime de acumulação à dominância financeira CHESNAIS 2004 que provocou por exemplo a bolha da Internet e das novas tecnologias que culminou a grande crise de 2001 e a recessão na economia dos Estados Unidos A parcela de investimentos em TICs em todos os setores da economia vem crescendo seja pelo rápido declínio dos preços seja pelo aumento da demanda de aplicativos para estas mesmas tecnologias O mesmo estudo indica que em nove países da OECD G7 Austrália e Finlândia os investimentos em TICs que representavam menos de 15 em média do total de investimentos nãoresidenciais no setor empresarial do início dos anos 1980 passou por exemplo para 30 nos Estados Unidos 28 na Finlândia 22 no Canadá 17 na Alemanha OCDE 2005 p 31 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 11 Em 2006 o setor das TICs continuam a crescer fortemente e com uma dinâmica intensa em algumas regiões fora da área da OECD Este movimento é considerado muito mais balanceado do que em 2004 quando ainda se fazia sentir o efeito da crise de 2001 e da Nasdaq Alguns segmentos deste setor são mais fortes que outros pex a Internet os portáveis e os itens de reposição associados As atividades de fusão e aquisição no setor relacionadas às atividades financeiras foram altas muito embora as perspectivas de continuidade de um crescimento mais balanceado e sustentável com taxas de 20 a 30 como nos anos 1990 não sejam prováveis A indústria de TICs contribui com 9 do total dos negócios de alto valor agregado e emprega cerca de 145 milhões de pessoas diretamente nos países da OECD 2006 p 11 15 E como muitos produtos TIC têm se transformado em commodities seu crescimento está restrito aos nichos para novos bens e serviços e para mercados emergentes A Ásia emergiu como um grande produtor de eletrônica e as firmas chinesas e indianas têm jogado um papel crescente tanto na produção de bens TIC quanto nos serviços de IT respectivamente Os semicondutores são um insumo intermediário chave fundamental para os equipamentos de TIC Nas TICs a pesquisa e o desenvolvimento são definidores do crescimento e da mudança no setor e cresceram sobretudo nos componentes eletrônicos software e serviços de IT As principais firmas de TICs se tornam intensivas em PD com fortes dispêndios em eletrônica componentes e equipamentos de comunicação Na Europa a Irlanda é de longe o país líder exportador das TICs e bens softwares com um valor de US 20 bilhões em 2004 Segundo o citado relatório da OCDE existe uma nova onda de globalização das ICTs em curso à medida que os Investimentos Externos Diretos para a manufatura e os serviços mudam fortemente para os países em desenvolvimento A expansão da produção mundial continuou em 2005 e em 2006 se esperava um crescimento do PIB mundial equivalente a 36 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 12 Entre os países desenvolvidos a expectativa para 2006 é de que crescessem entre 25 a 30 apesar das altas do petróleo e das matérias primas industriais bem como das tendências a políticas monetárias mais restritivas A turbulência no mercado financeiro não chegou a afetar o crescimento global mas havia riscos de redução das taxas de crescimento Os países em desenvolvimento pelo aumento da demanda e dos preços das commodities foram os responsáveis por um aumento maior do crescimento com forte dinâmica dos investimentos o que resultou numa taxa de 6 para o grupo como um todo A China e a Índia novamente são os países que mais contribuíram para este resultado Mas segundo a UNCTAD 2006 mesmo os países subsaharianos cresceram a taxas de 6 o que para o organismo das Nações unidas representou uma excelente performance Com relação aos Investimentos Externos Diretos IED para os países em desenvolvimento após a forte e sustentada expansão dos anos 90 esses fluxos se tornaram menos estáveis desde a virada do milênio Enquanto a China emergiu como o maior receptor mundial de IED entre os países em desenvolvimento houve também o retorno desses fluxos para a África e para a América Latina sobretudo direcionados para indústrias extrativistas O produto mundial cresceu entre 2001 e 2006 de 15 para 36 mas foi muito mais intenso entre os desenvolvimentos compelidos graças ao desempenho chinês Não obstante estes resultados o excedente tecnológico dos países da OCDE 2006 que são os países ricos cresceu de US 96 bilhões para US 304 bilhões em 2003 p 173 Além disso a transferência tecnológica ocorreu sobremaneira no interior das firmas multinacionais o que reduz as possibilidades de países em desenvolvimento de terem acesso a novas tecnologias Observando a Tabela 7 é possível verificar que a participação mundial na produção de manufaturas de valor agregado é destacadamente concentrada nos países ricos o que revela a manutenção da alta concentração da produção dos bens intensivos em tecnologias por parte dos países desenvolvidos Vêse ainda que tanto a América latina quanto o Brasil 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 13 perdem posição nesta participação E são quedas substantivas Entre os países em desenvolvimento é a China que tem destaque dando um salto de 33 da produção de manufaturas intensivas em tecnologia de ponta para 85 em 2003 A Índia também cresce no setor mas com uma participação bem mais modesta Agora olhando a participação nas exportações mundiais de manufaturados é possível verificar que os países desenvolvidos têm deslocado suas empresas para os países em desenvolvimento e novamente a América Latina e a África perdem posição e o Brasil mantém a sua pequena participação no setor A China primeiramente e a Coréia se destacam quando a Índia avança mais lentamente Tabela 7 Participação de países e regiões na produção mundial de Manufaturas de Valor Agregado e na exportação de manufaturas 19802003 Participação Percentual Participação mundial nas manufaturas de Valor Agregado Participação nas Exportações Mundiais de manufaturas 1980 1990 2000 2003 1980 1990 2000 2003 Países desenvolvidos b 645 741 749 733 741 779 673 654 Países em desenvolvimento 166 170 220 237 189 183 289 297 América Latina e Caribe 71 56 54 44 43 24 47 41 Brasil 29 22 11 09 08 08 08 08 México 19 11 20 17 08 05 27 22 Coréia 07 14 22 23 11 22 31 30 China 33 26 66 85 10 17 43 65 Índia 11 11 12 14 03 05 07 09 África 09 09 08 08 54 26 18 20 Fonte UNCTAD secretariat calculations based on UNIDO Handbook of Industrial Statistics 1996 UNIDO International Yearbook of Industrial Statistics 2006 World Bank World Development Indicators online UN COMTRADE and UNCTAD estimates Note Calculations in current dollars a To ensure data comparability the definition of this product category follows industrial statistics It therefore includes processed primary products in addition to manufactures as defined in trade statistics For further discussion of this statistical issue see Wood and Mayer 1998 Para dar uma medida de grandeza do setor de equipamentos de TICs excluindo os softwares apenas na área da OECD 2005 o valor das exportações desses produtos passou de USD US 154 bilhões em 1990 para US 558 bilhões em 2000 e as importações de US 162 bilhões para 601 bilhões no mesmo período p 420 A grandeza desses números demonstra que estas tecnologias vieram para ficar e que qualquer país em desenvolvimento que pretender um melhor posicionamento no comércio mundial terá que estabelecer um esforço decisivo no desenvolvimento destas novas tecnologias 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 14 4 A Industria de Software na Índia As Tecnologias de Informação TI oferecem enormes oportunidades para o avanço da produtividade e crescimento em todas as esferas da atividade humana Os frutos destas tecnologias ainda são desigualmente distribuídos entre os países A Índia tem acompanhado este processo a partir de um conjunto de iniciativas políticas e institucionais que foram implementadas visando acelerar a difusão de TI em diferentes setores da economia bem como para promovêlas como facilitadoras do comércio exterior Conforme K JOSEPH 2001 a gênese do desenvolvimento do software na Índia pode ser traçado desde os inícios dos anos 70 mas só chegou a receber a atenção dos políticos a partir de meados dos anos 80 p 79 Na 1ª fase a participação do software no custo total de um sistema de computador foi negligenciada se comparada ao hardware Sempre se entendeu que softwares e hardwares eram complementares e portanto que iniciativas específicas não seriam necessárias Assim até meados dos anos 1980 enquanto se estruturava políticas para a promoção da indústria de computadores em geral raramente havia políticas específicas para o software Esta compreensão também se refletia sobre a limitada difusão das tecnologias microeletrônicas e de computadores O uso dos PCs era restrito a poucos órgãos do governo unidades do setor industrial privado e algumas organizações educacionais Em geral o software não foi considerado como um produto viável para o comércio Em 1984 pela primeira vez no país uma política para computadores explicitava a importância do desenvolvimento do software e sublinhava a necessidade de apoio institucional e político para o setor Esta política acabou por implementar a Software Development Promotion Agency SPDA sob a hierarquia do Departamento de Eletrônica DOE do Governo central A importação de peças e inputs necessária para o desenvolvimento de software tornouse mais liberal o que estimulou a demanda doméstica 1 Encontro Nacional da ABRI Economia Politica Internacional india e Brasil entre o sono e o despertar Sera o crescimento desigual a unica via Marcos Costa Lima Em 1986 uma politica de software foi anunciada e o software foi reconhecido como um dos setores da agenda indiana para promocao das importagées A politica sublinhou a importancia do desenvolvimento integrado de software para o mercado interno e externo Para facilitar os objetivos estatais as politicas enfatizaram a necessidade de simplificar os procedimentos existentes e previu varios incentivos como isengao de taxas sobre a renda de exportacao de softwares subsidios e liberagdo alfandegaria na importaga4o de hardware e software Além disso 0 governo também fez certas intervengOes institucionais criando os Software Technological Parks STP para suprir a necessaria infraestrutura para exportaao de software Embora a idéia de criar os STPs tenha sido posta em pratica em 1987 s6 em 1990 é que se estabeleceu 0 primeiro parque tecnolégico do pais pelo governo indiano sendo implantados em ordem cronolégica nas cidades de Pune Bangalore e Bhubaneswar Um Parque Tecnolégico STP em quase todos os aspectos é semelhante a uma zona franca exclusiva para software e seus objetivos sao Estabelecer e gerenciar os recursos de infraestrutura tais como facilidades de comunicagao de dados equipamentos de computacao centrais espaco prdéprio Prover servicos certificagéo de importagaoavaliagao de software aprovacao de projetos para usuarios que realizam desenvolvimento de software com proposito de exportaao Promover o desenvolvimento e a exportagao de software e servicos de software através de avaliacgdo de tecnol6égica e analise de mercado apoio de mercado etc Treinar pessoal e engajalos no desenho e desenvolvimento no campo da tecnologia e engenharia de software Em 1991 mais quatro STPs foram criados pelo DOE nas cidades de Noida Gandhinagar Trivandrium e Hyderabad Em 2001 j4 se contavam 18 STPs em todo o pais que passaram a desempenhar um grande papel na exportagao de software Government of India 1986 Policy on Computer Software Exports Software Development and Training Dept of Eletronics New Delhi Governo da india 1998 15 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 16 Os equipamentos e dispositivos existentes nos STPs incluem entre outros computadores de ponta e redes de comunicação que estavam além das possibilidades de firmas individuais Enquanto as medidas adotadas levaram a um crescimento substancial no capital alocado para exportação de softwares a oferta de mãodeobra técnica apareceu como sendo uma restrição maior Tradicionalmente as principais fontes de profissionais de software eram os Institutos de educação do setor público a exemplo do Instituto Indiano de tecnologia os Institutos Industriais de Treinamento e as Escolas de Engenharia Para ampliar a oferta o Dept de Eletrônica do Governo iniciou uma acreditação de instituições privadas para facilitar o treinamento de pessoal estabelecendo um certo número de critérios Negesh KUMAR 2004 informa que nos anos iniciais do desenvolvimento de software na Índia o grosso da atividade de exportação consistia em emprestar seus profissionais de software aos clientes para prestação de serviços o que se chama na literatura como serviços on site in loco A estrutura do comércio de software é realizada sob três formas i serviços no local on site ii serviços offshore e iii serviços produzidos e empacotados offshore Os serviços on site também conhecidos como body shopping ocorre quando o técnico se desloca para o país que receberá o serviço Em geral acontece quando a mãodeobra é exportada para ajudar os usuários em problemas relacionados Os ganhos de exportação desta modalidade são menores porque uma parte do valor terá de ser gasta no país importador Os serviços Offshore envolvem movimento limitado O software é desenvolvido conforme requerimentos específicos e é exportado para o usuário É mais interessante para quem produz mas exige investimentos locais em hardware e redes de comunicação Os pacotes Offshore ou desenvolvimento de produtos de software não demanda movimento É capital e trabalho intensivo O valor da exportação será maior do que as outras modalidades 11 Neste ano houve uma mudança no gerenciamento dos STPs que de sociedade autônoma passaram a chamarse STPI organismo que passou a gerir todos os STPs no país 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 17 A Tabela 8 permite a percepção de que gradualmente os serviços offshore vão ganhando prevalência com relação ao bodyshopping que representava 90 do total em 1988 caindo para 56 em 2000 Tabela 8 Divisão do Trabalho segundo Localização no Desenvolvimento do Software Indiano Localização do Trabalho 1988 1995 19989 200001 Onsite nas instalações do cliente em país estrangeiro 90 66 544 56 Offshore nas instalações do vendedor na Índia 10 33 444 44 Fontes baseado em Nasscom Heeks 1996 Dataquest vários números Ashok DESAI 2005 assinala que as firmas norteamericanas contratavam um grande número de programadores na Índia na década de 80 e chega a quantificar esta migração por dois meios a remessa de dólares para a Índia e o número de Visa expedidos a indianos pelo Serviço de Imigração e naturalização dos Estados Unidos Estes Visas de tipo H1B eram expedidos para trabalhadores estrangeiros vindo temporariamente ao país por um prazo não maior que seis anos Pois bem em 1996 1998 e 1999 foram expedidos 179000 Visas para cidadãos indianos Em 2000 e 2001 respectivamente 51000 e 136000 O fato é que o autor calcula que haveria 1 355000 indianos trabalhando no setor de IT nos Estados Unidos Em termos de remessas de dólares para a Índia estes valores cresceram de US 208 bilhões em 19901991 para US 124 bilhão em 199697 e flutuaram entre US 10 bilhões e US 16 bilhões entre 20022003 O offshore tornouse possível pela melhoria nos elos de comunicação possibilitados pelos Parques Tecnológicos de Software STPs instalados pelo governo o que permitiu às equipes profissionais na ponta da cadeia vendedores e clientes manter contato constante em tempo real Também as crescentes restrições à obtenção de Visas para os EUA e União Europa estimulou a prática Segundo KUMAR a especialização indiana até então tida como de baixo valor agregado passou por uma mudança caminhando para um foco crescente em consultoria de alto valor e em pacotes de software Grandes empresas nacionais surgiram como a Infosys a Satyam a TCS a Wipro que estão fornecendo soluções em programação com maior valor agregado Um grande número de empresas vem conseguindo desenvolver e lançar uma série de produtos de software próprios com nichos de mercado para as áreas bancária financeirade contabilidade de cuidados médicos e alcançando outros segmentos 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 18 industriais como cimento aço produtos químicos e refinariasEm que pesem estes esforços a fatia de produtos e pacotes nas exportações indianas de software ainda é baixa não mais que 79 segundo a NASSCOM 2000a No entanto se considerarmos as altas barreiras de entrada nos mercados de pacotes de software esta entrada indiana pode ser tida como significativa Nagesh KUMAR é otimista quanto às perspectivas indianas no setor pois entende que a índia adquiriu uma imagem positiva como um fornecedor confiável e à medida que estas empresas aumentem sua escala de operações o alcance global e o poder financeiro das mesmas permitirão maior entrada no mercado global O número de empresas filiadas a NASSCOM que é a Associação Nacional das Companhias de Software e Serviços informa um número de 980 membros dos quais 58 são grandes empresas 81 são médias e 81 são pequenas12 Entre as afiliadas da NASSCOM 226 estão na cidade de Bangalore 231 em Delhi e arredores 175 em Mumbai 104 em Chennai 97 em Hyderabad 6 em Pune 29 em Kalkata e 78 no restante do país Embora o número de empresas afiliadas seja grande se tomarmos o indicador da renda da indústria de software 38 empresas concentram 65 do total do valor da produção NASSCOM 20052006 Agora observado o padrão de aglomeração das 600 maiores empresas indianas de software o resultado é o que mostra a Tabela 9 Tabela 9 Padrões de Aglomeração das 600 maiores empresas de software na Índia Cidades Nº de Companhias com sede Percentual de Participação Mumbai 131 2183 Bangalore 122 2033 Delhi e arredores 111 1850 Hyderabad 64 1067 Chennai 55 916 Kalkata 25 416 Pune 23 383 Thiravanathapuram 14 233 Outros 55 91 Fonte Adaptado de Nasscom 2000 12 As empresas são classificadas a partir do faturamento bruto anual sendo de mais de 200 crore as grandes de 50 a 200 crore as médias e pequenas aquelas de até 50 crore 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 19 O papel das empresas multinacionais no desenvolvimento de software na Índia é bastante limitado apesar de toda as principais companhias de software terem estabelecido bases na Índia Sua fatia no total das exportações do país é muito pequena Entre as 20 maiores empresas de software na índia não mais que 6 são afiliadas multinacionais ou são empreendimentos conjuntos Das 850 associadas a NASSCOM 75 são estrangeiras e algumas delas são companhias criadas por indianos não residentes Tabela 10 Participação das Subsidiárias Estrangeiras na Indústria Indiana de Software Fatia das 79 subsidiárias estrangeiras em 19978 19989 Receita Total 1227 137 Total de Exportações 1677 1866 Fonte KUMAR 2000b As companhias indianas de software estão sendo globalizadas e 212 entre elas estabeleceram em torno de 509 escritórios no exterior ou subsidiárias sendo 266 nos EUA 122 na Europa 59 na Ásia e 25 na Austrália e Nova Zelândia 25 na África e 12 na América latina O setor das ITs cresceu na Índia a uma taxa anual em torno de 50 ao ano na década de 90 e contribuiu com 8 do total dos ganhos com exportação do país NASSCOM 2000 E continua crescendo ao longo dos primeiros cinco anos do século XXI Tabela 11 Produção de Eletrônicos em Crore ITEM 2000 2001 2002 2003 2004 2005 1Eletrônica de Consumo 11880 12300 13580 14850 16500 18000 2Eletrônica Industrial 3970 4480 5400 5980 8300 9000 3Computadores 3350 3520 4180 6600 8680 10000 4Comunicação e EquipRadio difusão 4450 4450 4800 5150 4770 5200 5Eletrônica Estratégica 1730 1750 2330 2670 2850 3000 6Componentes 5500 5650 6510 7450 8700 8800 7Subtotal 30880 32150 36800 42700 49800 54000 8Software para Exportação 27000 34000 44000 55000 75000 96000 9Software doméstico 8800 10600 12000 15500 20500 25000 Total 66680 76750 92800 113200 145300 175000 Fonte Information Technology Annual Report 20052006 p106 estimado 1 US dólar 4168 rúpias 1 Crore 10000000 rúpias 1 Crore USD 239923 Total 66680 76750 92800 113200 145300 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 20 Para finalizar esta parte do trabalho é importante dizer que nem tudo são flores no setor a começar pelo baixo nível de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento PD das firmas indianas que estão em torno de 4 dos gastos totais quando empresas como a Microsoft Adobe etc gastam entre 14 e 19 em PD Ao mesmo tempo a caracterização do setor com o perfil de um enclave de exportação tem gerado poucas conexões com o restante da economia Um outro ponto de fragilidade é a grande absorção de mãodeobra qualificada pelo setor sobretudo de engenheiros o que tem afetado outras indústrias de engenharia Poderíamos ainda indicar três outros pontos fracos a saber io aumento do custo da mãodeobra13 a medida em que a indústria de software na Índia se consolida o que vai ampliar as vantagens de outros países competidores sobretudo na Ásia ii a pouca propagação do uso das ITs no interior do país pois a produção é basicamente direcionada para exportação14 e iii as firmas indianas continuam trabalhando na baixa cadeia de valor de software o que faz de sua complementaridade com a indústria de software dos Estados Unidos uma faca de dois gumes15 5 A Indústria de Software no Brasil Como afirmado em um trabalho anterior COSTA Lima SAHA 2005 o processo de desenvolvimento científico e tecnológico nacional tem uma trajetória de forte instabilidade com irregularidades de financiamento do setor com obstáculos institucionais seja de natureza organizacional legal ou de recursos humanos p 18 Muito embora tenha consolidado um sistema nacional sofisticado e sem paralelo na América Latina apresenta inúmeras debilidades Os anos 90 não diferem do padrão que se estabeleceu desde os anos 50 quando da criação do CNPq que se comportou com altos e 13 O número total de profissionais de IT e ITESBPO Business Process Outsourcing está estimado em 1287000 em 20052006 quando eram apenas 284000 em 19992000 CF Govof Índia Information Technology Annual Report 14 A índia é um país eminentemente rural com quase dois terços de sua população vivendo em vilarejos no meio rural O governo indiano formulou o propósito de estabelecer 100000 Centros Comuns de Serviços CSCs em áreas rurais que servirão não apenas como um ponto avançado do governo mas também como um meio de conectar os cidadãos da Índia rural à rede mundial Web Mas a meu ver o desafio central está nos baixos indicadores educacionais que impedem esta grande população rural de aceder aos benefícios da sociedade informatizada 15 As exportações de software da Índia para os Estados Unidos superam 60 do total 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 21 baixos em termos de investimentos e sem maiores continuidades dos projetos e sabemos que os recursos financeiros para o setor aumentaram entre 1993 e 1996 reduziramse entre 1997 e 1998 estabilizandose em 1999 e desde então tem sofrido novas quedas em que pese a entrada em vigor dos Fundos Setoriais e uma certa maturação das Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa sem esquecer que a própria natureza das crises e as instabilidades políticoeconômicas estavam na raiz do problema estabeleci uma síntese em quatorze pontos considerados as razões do atraso brasileiro no setor científico e tecnológico brasileiro COSTA LIMA 2004 São eles i Ausência de uma Política Industrial coerente e autônoma capaz de nortear e dar rumo aos investimentos no setor ii Débil relação com as necessidades de desenvolvimento sobretudo pelo longo projeto da ISI Industrialização por Substituição de Importações mais importadora do que criadora iii Falta de convergência dos planos em CT com as estratégias de desenvolvimento econômico social e político iv Modelo errático de CT privilegiando o curto prazo sem continuidade e desarticulado v A Ciência e a Tecnologia não efetivamente consideradas como atividades estratégicas e prioritárias para o desenvolvimento nacionalvi Pequena participação do setor privado na produção de CT demonstrada pelo número de pesquisadores e engenheiros atuando em empresas localizadas no País vii Extrema dependência dos pacotes tecnológicos exógenos viii Baixo nível de apoio em CT às pequenas e médias empresas ix A capacidade em recursos humanos contraditoriamente formada pelo Estado sem os recursos suficientes para um melhor desempenho x Concentração regional dos Investimentos no setor xi Isolamento da Comunidade Científica apesar do papel que exerce de protagonista centra às demandas do setor industrial xii Forma autoritária de condução das políticas de CT com reduzida participação da comunidade científica nas decisões das propostas e alocações de recursos xiii Inexistência ou controle laxista do Estado com relação às importações realizadas por grandes corporações multinacionais xiv Ausência de responsabilização do grande capital internacional na relação entre lucratividade e desenvolvimento sustentável no País A indústria de software não poderia estar imune a estas fragilidades Segundo Luis Cláudio KUBOTA 2006 a indústria brasileira de software enfrenta dificuldades nos âmbitos 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 22 internos e externos p 7 No setor externo há uma baixo nível de internacionalização dessas empresas e o autor dá relevo a ausência de emissões de ações no mercado norte americano o que é amplamente praticado pelas firmas indianas irlandesas e israelenses Do ponto de vista interno aponta a dificuldade para se obter novos investimentos de capital de giro pois segundo ele o custo do mercado de ações no Brasil são proibitivos para as pequenas empresas que são a maioria no setor Boa parte da expansão das exportações brasileiras continua se dando em commodities mais intensivas em recursos naturais energia e trabalho do que em tecnologias de ponta Em certas áreas como automobilística produtos elétricos e equipamentos de telecomunicações houve saltos notáveis o que não se reproduziu nas exportações de software Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Ciência e da tecnologia em 2001 com apoio da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro SOFTEX16 mostrava que esta indústria ocupava a 7ª posição no ranking mundial com valor de produção equivalente a US 72 bilhões não obstante o baixo valor exportado não foi superior a US 100 milhões o que caracterizava um setor amplamente voltado para o seu mercado interno Em novembro de 2003 o Governo Federal elaborou uma Política Industrial de Tecnologia e de Comércio Exterior PITCE onde o software era priorizado com o objetivo de ampliar as exportações e chegar ao ano de 2007 com um valor de exportações equivalente a US 2000 bilhões Não chegamos sequer a um quarto desta meta A Unicamp realizou um survey DPCTUNICAMPSOFTEX 2005 chegando a pesquisar 30 empresas de software que apresentavam valores significativos de exportação Dessas 22 eram controladas por capital nacional e 8 subsidiárias de empresas estrangeiras Dentre as estrangeiras 3 eram dos Estados Unidos e quatro da União Européia As exportações dessas 30 empresas foram estimadas em US 307 milhões em 2004 valor que correspondia a 97 do valor total estimado das exportações brasileiras de software E muito embora o número de empresas estrangeiras fosse muito menor elas representavam 16 O Programa SOFTEX foi criado no inicio dos anos 90 para estimular a indústria de software a realizar negócios no exterior Na primeira fase 19931996 gerenciado pelo CNPq suas ações estiveram voltadas para a implantação de bases 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 23 63 da receita total das vendas Do ponto de vista da mãodeobra estas empresas representavam apenas 28 do emprego total ou 5845 pessoas quando as nacionais entre as 30 empresas investigadas contratavam 72 ou 15031 pessoas de um total de 20876 Se tomarmos a totalidade das empresas de software no Brasil o emprego total representa 183633 pessoas O total de empregados com nível superior entre as empresas pesquisadas quando da pesquisa era de 9052 pessoas sendo 6709 nas firmas brasileiras e 2343 nas firmas multinacionais número muito alto se comparado à indústria de software com o resto das indústrias do país As empresas subsidiárias das multinacionais do setor de TIC com destaque para os bens de informática e equipamentos de telecomunicações têm ampliado suas atividades de serviços de desenvolvimento de software por encomenda de suas matrizes e são elas a Ericsson Motorola Siemens HP Dell Nortel Em termos de destino das exportações brasileiras o setor de software exporta 30 para os EUA 20 para a União Européia e 18 para o Mercosul Para a América do Sul exceto Mercosul chega a 13 em 2004 quer dizer se somarmos as exportações para a América do Sul como um todo estas chegam a superar as exportações para os centros desenvolvidos Um outro aspecto a ressaltar é o baixo valor gasto por estas empresas em matéria de pesquisa e desenvolvimento O mercado mundial de software é amplamente dominado por países desenvolvidos com destaque para os Estados Unidos sede das maiores empresas de informática do mundo Contudo 3 países emergentes destacamse no mercado internacional de TICs a Índia Israel e a Irlanda Estudo de ARORA GAMBARDELLA 2004 afirma que para cada dólar gasto por uma empresa Estadounidense ao transferir serviços para a Índia elas economizam 58 cents de dólar e muitas vezes recebem um serviço de melhor qualidade e produtividade Ao realizarem outsourcing estas empresas ganham significativas vantagens em relação a empresas européias e japonesas em termos de custo flexibilidade ciclos de desenvolvimento do produto mais curtos Estes autores apóiam a idéia de que existe uma 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 24 divisão internacional do trabalho no setor de software com as firmas dos EUA concentradas nas atividades de maior valor agregado na alta cadeia da inovação e portanto mais avançados tecnologicamente e externalizando exercendo o outsourcingoffshoring nas atividades que requerem menor intensidade tecnológica Para concluir valhome do trabalho de KUBOTA 2006 sobre a indústria de software no Brasil e de três de suas tabelas que revelam o número de empresas do setor o seu tamanho sua receita operacional líquida e o pessoal ocupado por regiões brasileiras A Tabela 12 estabelece um conjunto de indicadores entre empresas de software dos países em desenvolvimento e desenvolvidos As demais tabelas estão relacionadas a uma distribuição espacial destas indústrias não constando a região Norte e têm como parâmetro a faixa de pessoal ocupado médio das empresas com três níveis a faixa de empresas com entre 20 a 49 empregados a faixa com entre 50 a 99 empregados e finalmente a faixa das grandes empresas do setor com mais de 100 empregados Tabela 12 A Indústria de Software no Brasil China Índia Irlanda em comparação com os US o Japão e a Alemanha 2002 Países Vendas US bilhões Empregos 000 Vendas Empregos Vendas de Software PIB Índice Desenvolvim Software Brazil 77 160 455 15 022 China 133 190 376 11 023 India 125 250 500 25 096 IrelandMNE 123 153 8039 101 034 IrelandDomestic 16 126 1270 13 004 Israel 41 15 2733 37 017 US 200 1024 1953 20 005 Japan 85 534 1592 20 008 Alemanha 398 300 1327 22 009 Fontes in Arora A 2001 2000 O Índice de Desenvolvimento de Software é a razão entre Vendas de Software Sales sobre o PIB in e GDP per capita do país em 000 US Cf Também BOTELHO et al 2005 A primeira das tabelas revela a princípio a grande disparidade de empresas localizadas no Sudeste com relação às demais regiões do país No Sudeste estão respectivamente 642 das empresas de software com mais de 100 empregados 677 das empresas com entre 50 a 99 empregados e 697 nas pequenas com entre 20 a 49 empregados Também 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 25 reveladora é a informação de que 951 ou 9573 empresas de software brasileiras possuem até 19 empregados Tabela 13 Número de empresas por tamanho e região da unidade da Federação UF da sedea 2002 Região Faixa de pessoal ocupado médio das empresas Cnae 7220 0 a 19 20 a 49 50 a 99 100 Total Brasilb Sudeste c 230 65 54 Sul c 55 15 13 CentroOeste c 11 6 10 Nordeste c 17 7 7 Total 9573 313 93 84 10063 Fonte Luis Carlos Kubota Elaboração do autor a partir de informações da base de dados da PAS IBGE Notas a No caso de filiais a empresa está computada uma única vez na unidade da Federação da sede b Não foram consideradas as empresas do estrato certo mais de 20 pessoas ocupadas na Região Norte que não podem ser discriminadas nas faixas mencionadas anteriormente por questões de confidencialidade devido a seu número reduzido c O desenho da amostra não permite a abertura dessa Cnae por região Obs a Os dados referemse às empresas classificadas pelo IBGE na Classificação Nacional de Atividades Econômicas Cnae 72206 desenvolvimento e edição de software incluindo consultoria em software b Na Região Norte a amostra da PAS considera apenas as empresas com sede nas capitais Na tabela seguinte temos o número de pessoas empregadas Aqui também os Estados da região Sudeste se destacam como as que mais empregam nas duas faixas de empresas com 20 a 49 empregados e naquela entre 50 a 99 A única exceção se dá no setor das grandes empresas onde a região Centro Oeste que embora tenha apenas 10 empresas nesta faixa emprega mais do que as 54 localizadas no Sudeste Ainda se observa que as grandes empresas embora em muito menor número empregam 533 dos empregados no total do setor Tabela 13 Pessoal ocupado médio por tamanho de empresa e região da UF da sedea 2002 Região Faixa de pessoal ocupado médio das empresas Cnae 7220 0 a 19 20 a 49 50 a 99 100 Total Brasilb Sudeste c 7091 4350 17823 Sul c 1644 1056 2656 Centro Oeste c 334 495 21262 Nordeste c 524 503 3841 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 26 Total 23576 9593 6404 45222 84795 Fonte Luis Carlos Kubota Elaboração do autor a partir de informações da base de dados da PAS IBGE Notas a No caso de filiais a empresa está computada uma única vez na unidade da Federação da sede b Não foram consideradas as empresas do estrato certo mais de 20 pessoas ocupadas na Região Norte que não podem ser discriminadas nas faixas mencionadas anteriormente por questões de confidencialidade devido a seu número reduzido c O desenho da amostra não permite a abertura dessa Cnae por região Obs a Os dados referemse às empresas classificadas pelo IBGE na Classificação Nacional de Atividades Econômicas Cnae 72206 desenvolvimento e edição de software incluindo consultoria em software b Na Região Norte a amostra da PAS considera apenas as empresas com sede nas capitais E por último a receita operacional líquida destas empresas Novamente aqui é muito assimétrica a posição das empresas do Sudeste que nas três faixas de empresas realizam mais que 70 do valor produzido no setor As empresas grandes realizam mais de 60 do total do valor das receitas totais e as grandes empresas do Sudeste por sua vez abocanham 401 das receitas totais As microempresas 0 a 19 empregados em que pesem serem maior em número ou 957 faturam apenas 121 da receita líquida total Tabela Receita operacional líquida por tamanho de empresa e região da UF da sede a 2002 Em R ano Região 0 a 19 20 a 49 50 a 99 100 Total Brasilb Sudeste c 1117741270 614145403 3212916474 Sul c 126385590 69102405 281042468 Centro Oeste c 27591939 45353209 874392628 Nordeste c 33919938 36473654 101627540 Total 906541431 1305638737 765074671 4469979110 7447233949 Fonte Luis Carlos Kubota Elaboração do autor a partir de informações da base de dados da PAS IBGE Notas a No caso de filiais a empresa está computada uma única vez na unidade da Federação da sede b Não foram consideradas as empresas do estrato certo mais de 20 pessoas ocupadas na Região Norte que não podem ser discriminadas nas faixas mencionadas anteriormente por questões de confidencialidade devido a seu número reduzido c O desenho da amostra não permite a abertura dessa Cnae por região Obs a Os dados referemse às empresas classificadas pelo IBGE na Classificação Nacional de Ativida des Econômicas Cnae 72206 desenvolvimento e edição de software incluindo consultoria em software b Na Região Norte a amostra da PAS considera apenas as empresas com sede nas capitais Algumas conclusões 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 27 Muito embora a Índia venha se destacando internacionalmente como um dos grandes centros mundiais de serviços de software e de offshoring contando com decisivo apoio governamental ao setor não apenas pelos subsídios de toda a natureza mas também pela implantação dos Parques Tecnológicos pela atenção dedicada à formação de engenheiros em informática o setor de softwares neste país também apresenta fragilidades As antigas vantagens dos baixos salários estão caindo quando novos competidores surgem no mercado internacional Muitos dos países asiáticos praticaram desvalorizaçãoes de suas moedas em 1998 após a crise do bath que a Índia não acompanhou A DESAI 2004 entende que a Índia deve encontrar novas fontes de vantagens competitivas que não os baixos salários a exemplo da adoção de novos processos de inovação endógenos desenvolvendo ferramentas para aumentar a produtividade e o controle de qualidade Outro relevante problema é que os analistas e engenheiros indianos têm trabalhado muito mais para o exterior e se aplicando na baixa cadeia de software O reduzido mercado interno para o software indiano é uma grande restrição para o futuro Além destas restrições específicas ao setor a Índia apresenta problemas substantivos na sua infraestrutura Interrupções freqüentes no fornecimento de energia que reduzem até 85 do produto anual da indústria indiana cortes no Abastecimento de água fazem com que nenhuma cidade tenha fornecimento contínuo a capital tecnológica da Índia Bangalore tem água disponível apenas duas horas e meia por dia as deficientes estradas e o atraso no desembaraço nos portos são também pontos fracos do país Com relação ao preço da mãodeobra um engenheiro com 3 anos de formado ganha cerca de USD 300 mensais o que gerou a criação de empresas especializadas em exportar à vizinhança esse tipo de mãodeobra qualificada LEO 2007 No que diz respeito à cobrança de impostos há enormes dificuldades em fazer a cobrança para pessoas físicas porque não existem documentos o governo não localiza os contribuintes De todo modo o capitalismo mundial vem apostando na Índia pois o país recebeu USD 389 bilhões entre agosto de 1991 a março de 2006 e registrou só no último ano fiscal que fechou em março de 2007 USD 150 bilhões um aumento de 184 em relação ao ano anterior No primeiro trimestre de 2007 os investimentos externos diretos 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 28 IEDs chegaram a USD 67 bilhões Fontes do governo informam que os setores que recebem as maiores parcelas dos IEDs foram o setor de equipamentos eletrônicos computadores inclusive com quase 19 do total e o setor de serviços com cerca de 18 do total A UNCTAD informa que a Índia tem sido o segundo melhor destino dos investimentos diretos e o terceiro maior atrás dos Estados Unidos e da China Os serviços têm sido o setor que apresenta o melhor desempenho do país e nos quatro últimos anos tem crescido a uma taxa média superior a 85 Um estudo realizado em 2002 a partir de um projeto realizado em conjunto pela SOFTEX 2002 e o Massachussets Institute of Technology detectou uma série de pontos fortes e fracos na indústria de software brasileira Entre os pontos fortes indentificados estão a criatividade e a flexibilidade das indústrias do país Outro ponto é que vários setores do mercado brasileiros são grandes consumidores de software a exemplo do setor bancário mas também o de telecomunicações a infraestrutura energética e o governo eletrônico o sistemas de Pagamentos Brasileiros ou a automação da Receita Federal que têm exigido soluções de elevada complexidade p 5759 Algumas empresas brasileiras têm se posicionado de forma clara no mercado de produtos customizados de componentes de software ou software embarcado e já encontrando um nível de maturidade tecnológica A rápida expansão das telecomunicações e o crescimento do uso da Internet que já chegou a 2007 com 33 milhões de usuários Entre os pontos fracos está o fato de que os grandes mercados são ainda cativos ou seja os grandes bancos privados desenvolvem internamente uma grande parcela de seu software e o governo federal compra relativamente pouco software o que impede o crescimento do mercado nacional de softwareOutra fragilidade apontada diz respeito à própria estrutura industrial de software brasileira que tem baixa experiência no mercado internacional e que só se iniciou no mercado aberto após o fim da reserva de mercado nos anos 90 dez anos após a Índia A maioria das empresas brasileiras de software é pequena se comparada às gigantes internacionais e entre aquelas que exportam têm uma escala de venda entre US 50 a 100 milhões Outro ponto é que a cooperação entre empresas ainda é muito baixa havendo poucas parcerias e acordos Mas os autores do estudo revelam que um dos fatores 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 29 mais críticos é a ausência de um modelo ou imagem a que se possa associar a capacidade do software brasileiro Afora os aspectos diretamente relacionados ao setor são restrições a baixa taxa de crescimento do país que se associa a altas taxas de juros Além disso o baixo nível de escolaridade da população em geral e a concentração de renda que impedem uma proliferação dos computadores e equipamentos TICs entre as camadas populares A exclusão digital ainda é uma forte realidade no país Concluindo muito embora os setores indiano e brasileiro de software apresentem grandes assimetrias o modelo de desenvolvimento dos dois países ainda não conseguiu transformar o avanço que conseguiram em suas indústrias de software numa ferramenta amplamente utilizada pela maioria de suas populações portanto com crescimento da exclusão digital Outro aspecto substantivo na Índia é fazer com que a grande entrada de divisas propiciada pelo setor de software seja capaz de apoiar a resolução das grandes restrições do país De todo modo por mais dinâmico que seja o setor nos dois países eles embora paguem melhores salários e exigem empregados com mais alta escolaridade não são grandes absorvedores de mãodeobra portanto sendo de reduzida capacidade para enfrentar o grande excedente de mãodeobra dos dois países A índia apesar da ampla abertura realizada no início dos anos 90 ainda preserva uma economia muito regulada pelo Estado o que não é o caso do Brasil que seguiu ao péda letra o Consenso de Washington Pensando no entendimento de Karl POLANYI 2000 sobre o duplo movimento que caracterizou a dinâmica da sociedade moderna ou seja por um lado a expansão do mercado liberalismo econômico e por outro a proteção da sociedade é possível dizer que no que pese o imenso déficit social da Índia que o país desde a sua independência em 1947 vem se saindo melhor que o Brasil no sentido da proteção social cuja finalidade era preservar o homem e a natureza além da organização produtiva e que dependia do apoio daqueles mais imediatamente afetados pela ação deletéria do mercado básica mas não exclusivamente as classes trabalhadoras e fundiárias e que utilizavam uma legislação protetora 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 30 associações restritivas e outros instrumentos de intervenção como seus métodos p 165167 Referências Bibliográficas ARORA A GAMBARDELLA A 2004 The globalization of the software industryperspectives and opportunities for developed and developing countries NBER Working Paper n 10538 Cambridge june httpwwwnberorgpapersw10538 acessado em 280607 BOILLOT JeanJoseph 2006 Les futurs possibles de léconomie indienne In Futuribles octobre n323pp524 BEHRENS Alfredo 2004 Brazil In Simon COMMANDER Ed The software industry in Emerging Markets Cheltenham Edward Elgar p 159218 CHAUDHURI Shubham RAVAILLON Martin 2006 Partially awakened giants uneven growth in China and India World Bank Policy research Working Paper 4069 November CHESNAIS François 2004 Org La Finance mondialisée Racines sociales et politiques configurations conséquences Paris éditions la découverte COSTA LIMA Marcos 2006 Mundialização Hegemônica e Modernização Periférica dilemas do desenvolvimento Brasil Índia Trabalho apresentado no GT 05 Dilemas da modernização periférica da ANPOCS Caxambu ANPOCS outubro COSTA LIMA Marcos SAHA Suranjit Kumar 2005 Elementos para a Construção de uma Cooperação BrasilÍndia Inovação Tecnológica e Comércio Internacional Rumo a uma estratégia de desenvolvimento para superar os efeitos assimétricos da Globalização Projeto IBSA financiado pelo IuperjFord Foundation Trabalho apresentado no Encontro da ANPOCS Caxambu outubro COSTA LIMA Marcos 2004 Atraso Tecnológico nos Anos 90 América Latina Brasil e Mercosul Cadernos de Estudos Sociais n20 janjun 2004 Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais COUTINHO Luciano G 2005 Regimes Macroeconômicos e estratégias de negócios uma política industrial alternativa para o Brasil no século XXI In Helena MM LASTRES José 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 31 E CASSIOLATO Ana ARROIO org Conhecimento Sistemas de Inovação e Desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJContraponto 429448 DPCTUNICAMPSOFTEX 2005 Perfil das empresas Brasileiras Exportadoras de Software Survey coordenado por Giancarlo N STEFANUTO e Ruy Quadros CARVALHO DESAI Ashok 2004 India In Simon COMMANDER Ed The software industry in Emerging Markets Cheltenham Edward Elgar Pp3272 DESAI Ashok V LAUTIRE M CHARYA H 1999 Les industries de la machineoutil em Inde et au Taipei chinoiscomparaison In Lynn KMYTELKA Concurrence Innovation et competitivité dans les pays en développementParis OCDE FURTADO Celso 1999 O Longo Amanhecer Reflexões sobre a Formação do Brasil Rio de Janeiro Paz e Terra GOVERNMENT OF INDIA 2007 Information Technology Annual Repoport 20052006 Delhi Ministry of Communication Information Technology JOSEPH K J 2004 Transforming Digital Divide into Digital Dividend The Role of South South Cooperation in ICTs RISDP 762004 JOSEPH K J HARLILAL K N 2001 Indias IT export boom challenges ahead RIS Working Paper n317 july KUBOTA Luis Claúdio 2006 Desafios para a Indústria de Software Texto para Discussão n 1150 janeiro IPEA KUMAR Nagesh 2001 Indian software Industry development international and national perspective RIS Discussion Papers august KUMAR Nagesh PRADHAM Jay Prakash 2003 Export Performance of India enterprises in knowledgebased industries recent trends and implications RIS Discussion Papers n 42 LEO Sergio 2007Índia Cresce com InfraEstrutura Precária Valor 4 de junho A 7 OECD 2006 OECD Information Technology Outlook ParisOECD OECD 2005 Perspectivas da Tecnologia da Informação São Paulo EditoraSenac 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 32 Ray Amint Shovon 2006 Rumo à globalização aspirações e apreensões econômicas da Índia no novo milênio In Fábio VILLARES org Índia Brasil e África do Sul Perspectivas e Alianças Pp61144 São Paulo Editora Unesp POLANYI Karl 2000 A Grande Transformação As origens de nossa época Rio de Janeiro Editora Campus RODRIK Dani ARVIND Subramanian 2004 Why India can Grow at 7 percent a year or More projections and reflections IMF Working Paper WP04118 july SEN Amartya 2005 The Argumentative IndiaWritings on India Culture History and Identity New Delhi Penguin Books VELASCO E CRUZ Sebastião C2005 Reformas econômicas em perspectiva comparada Cadernos CEDEC n 78 setembro SOFTEX 2002 A Indústria de software no Brasil 2002 fortalecendo a economia do conhecimento Campinas SoftexMIT UNCTAD 2006 Trade and Development Report Geneve ONU VILLARES Fábio 2006 Vulnerabilidades e impasses do novo padrão de acumulação brasileiro In Fábio VILLARES org Índia Brasil e África do Sul Perspectivas e Alianças Pp2360 São Paulo Editora Unesp VIRMANI Arunhati 2001 LInde une puissance en mutation In Problèmes Politiques et Sociaux n866 novembre Paris La documentation française ANEXO 1 Tabela salários na área de informática Brasil Cargo Mínimo R Médio R Máximo R Administrador de banco de dados pleno 4665 4772 4877 Administrador de banco de dados sênior 6137 7808 8871 Analista de produção pl 3607 3746 3834 Analista de produção sr 4310 4373 4942 Analista de projetos de sistemas pl 4354 4746 5106 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 33 Analista de sistemas de internet 6242 8161 8283 Analista de sistemas júnior 3762 4016 5192 Analista de sistemas pleno 4405 5159 7552 Analista de sistemas sênior 5719 7170 7868 Analista de suporte técnico 3517 4136 5106 Analista de suporte técnico jr 2037 3130 4531 Analista de suporte técnico pl 4697 5029 5645 Analista de suporte técnico sr 6038 6567 8283 Analista de telecomunicações pl 5059 5246 5291 Analista de telecomunicações sr 6612 7257 7901 Analista progr sistemas júnior 2962 3450 5978 Analista progr sistemas pleno 4963 5509 7395 Analista progr sistemas sênior 6194 7215 8969 Analista programador jr clienteserv 3734 3799 4021 Analista programador pl clienteserv 4183 4454 4906 Analista programador pl micro 4091 4259 4428 Analista programador sr micro 4563 4612 4629 Analista segurança de sistemas jr 3470 4000 4531 Analista segurança de sistemas sr 5790 5892 5992 Chefe de sistemas 6612 7793 9873 Chefe de telecomunicações 6242 10217 11652 Coordenador de projetos de sistemas 6764 9305 11329 Engenheiro de sistemas software 5031 5039 5050 Engenheiro de telecomunicações jr 3697 3884 4636 Engenheiro de telecomunicações pl 4309 5380 7803 Engenheiro de telecomunicações sr 5631 6859 10300 Gerente de ecommerce 12107 13760 18724 Gerente de projetos de sistemas 11798 12596 14160 Gerente de sistemas 14160 16423 20454 Gerente de suporte técnico 10765 10889 11014 Gerente de telecomunicações 15143 17753 22027 Operador de computador jr 1602 1733 1989 Operador de computador pl 1865 2086 2536 Operador de computador sr 2318 2555 3117 Técnico de telecomunicações jr 2066 2444 3861 1º Encontro Nacional da ABRI Economia Política Internacional Índia e Brasil entre o sono e o despertar Será o crescimento desigual a única via Marcos Costa Lima 34 Técnico de telecomunicações pl 2930 3421 5426 Técnico de telecomunicações sr 2742 4100 6654 Webdesigner 3463 4188 4955 Fonte Manager Assessoria em Recursos Humanos março2006 Tabela disponível em httppcgasparblogspotcom200609salariosecarreirasnosetordehtml Blog Espaço Informática e httpwwwsosdesignerscomcolunas111html Site SOS 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