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Psicologia ·

Psicologia Social

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Relatos para resolução das análises Relato nº1 Neste dia a paciente chegou dizendo que estava muito triste desanimada desesperançosa e pensou em não continuar a terapia Perguntei o que tinha acontecido e ela seguiu explicando primeiramente disse que o encontro com as suas amigas precisou ser desmarcado porque o pai de uma delas passou mal e nesse acontecimento ela já ficou um pouco triste porque estava animada e criou expectativas para ir já que fazia muito tempo que isso não acontecia Porém apesar da decepção ela conseguiu continuar suas atividades tranquilamente Já no sábado seu marido a chamou para ir ao parque Ibirapuera no domingo com o seu filho e sua nora e ela topou Ficou animada com o convite e viu uma oportunidade de passear com eles e sair um pouco de casa Mas chegou no domingo seu marido foi fazer uma entrega na casa de sua mãe e acabou ficando para jogar sinuca com os primos que estavam lá e acabou passando do horário combinado com a paciente Durante esse tempo seu filho foi chamar o pai na casa da avó porém ele falava que já ia e demorou quase 3h para voltar mesmo assim A paciente com a demora dele ficou muito abalada desmotivada porque ele mesmo teria feito o convite não cumpriu o horário e ainda chegou muito depois eles iriam de manhã e o marido chegou 15h da tarde Seu filho percebeu o erro do pai e tentou chamála para ir mesmo assim mas Renata não aceita devido a tristeza Quando seu marido chegou em casa ela conta que não quis falar comigo de tanto estar magoada com a situação Quando Renata diz que seu filho a chamou para ir ela se sentiu impotente fraca parecia que não consegui nem andar e se cobra muito pelo fato de não ter ido a vontade era minha e meu filho me convidou por que eu não fui com ele sabe Eu poderia ter ido mas fiquei paralisada sem força e eu estou me culpando até agora disso Eu deveria ter ido com ele Aliás você acha que isso pode ser uma dependência do meu marido diz Renata A minha atitude foi conduzir a paciente a que ela pensasse no sentimento que ela teve naquele momento ou seja ela teria criado expectativas para esse passeio estava pronta para sair de casa o seu marido é uma pessoa super importante para ela e foi desmarcado em cima da hora será que ela não estaria se cobrando demais em tentar ir com o filho tendo uma decepção tão grande sendo que há duas semanas ela não sairia nem do sofá Nesse momento a paciente concorda comigo e diz foi um avanço muito grande ela querer ir ao parque porque há muito tempo isso não acontece Ainda eu disse que se talvez o marido dela tivesse avisado antes por exemplo 1 dia antes que não iria ela poderia ter se programado melhor e ido com o filho não causaria tanta decepção Ela novamente concorda comigo e disse que está se esforçando para fazer as coisas sozinhas mas se cobra demais Renata diz a frase eu mesma me machuco eu sou muito cruel comigo Devido a situação a paciente chegou dizendo que não tinha falado com seu marido apenas coisas básicas do dia a dia porque ainda estava muito chateada Durante a sessão também comentou que sua mãe veio falar com você em relação ao marido Segundo ela ele tinha ficado muito mal depois de não ter ido e disse que não sabia que era tão importante assim e por isso não foi trabalhar na segunda de tão chateado Com essa frase eu induzo a conversa para que ela também se coloque no lugar dele ou seja talvez ele nem saiba da importância que era pra ela ir ao parque no domingo porque em todas as sessões passadas Renata fala muito bem de seu marido que ele é seu maior apoiador em tudo então acredito que ele não deva saber a real importância e o quanto isso a magoou Renata sai da sessão decidida que vai falar com o marido que sempre se mostrou disposto em toda a situação Além disso Renata me agradece muito e diz que todas as vezes que ela não quiser vir a terapia ela vai pensar nessa sessão o quanto fez bem a ela ter vindo RELATO 6 Nessa sessão Renata chegou dizendo que tinha conversado com o seu marido e estava tudo resolvido e que eles iam tentar no próximo final de semana ir ao parque Porém ela estava muito brava e chateada com uma situação que ocorreu com a sua tia A paciente conta que foi aniversário de sua tia de 91 anos e ela é vizinha Como era uma data muito especial ela foi a casa dessa tia para um almoço feito por ela mesma já que gosta de cozinhar e ainda é muito ativa Outras pessoas da família também foram mas em um momento da festa começaram a reclamar da comida dessa tia dizendo que estava sem sal suco aguado e etc e ela estava na roda Renata diz que começou a suar frio e queria muito ter retrucado porque achou uma injustiça com a tia essa tia criou Renata na infância e ficou extremamente irritada com essas primas que fizeram o comentário Como Renata não conseguiu ter nenhuma reação diante da situação achou melhor voltar a para casa dela Se despediu da tia que já ficou muito feliz que ela tinha conseguido sair de casa e foi embora O que ela traz em sessão é que depois do ocorrido ela começou a se cobrar muito de não ter falado algo e segundo ela palavras que doem que machucam e isso não saia da cabeça dela tinha 2 dias A minha fala nesse momento foi mostrar a ela alguns passos importantes que ela conseguiu dar como ir até a casa dessa tia sem muito esforço e sobre a situação dela ter dito algo a essas primas eu disse O quão próxima você é dessas primas Você estava confortável de estar ali com elas Se você tivesse retrucado a fala delas você acha que elas iriam retrucar E como você reagiria a isso As respostas foram que não estava confortável ali que não tinha proximidade nenhuma com elas que com certeza iriam retrucar e ela sairia muito pior do que ficou Renata diz que não tinha parado para pensar por esse lado que ela iria se magoar muito mais falando do que ter deixado de falar A resposta delas poderia ser muito pior e com certeza nessa discussão a sua tia poderia perceber e também ficar triste com a situação e ela não merecia isso naquele dia Outro assunto comentado pelo paciente foi que a situação financeira estava cada dia mais difícil na sua casa e que ela precisa voltar a trabalhar Quando Renata trabalhava diz que nem olhava os preços das coisas ela poderia comprar o que quisesse e agora ela sabe até o preço do sal Comenta que esses dias pensou em chamar uma amiga para fazer o seu currículo novamente mas ficou triste por ter que pedir ajuda e ela desdenhar de sua situação Pergunto a Renata se alguém já desdenhou da situação dela ou se só seria uma suposição e ela diz que apenas suposição porque existe problemas muito maiores que o dela por exemplo uma doença Digo a ela que nenhum problema exclui o outro e por isso tudo que sentimos é válido Nisso ela diz que essa amiga já passou pela mesma situação que a sua inclusive na mesma empresa Ela demorou 4 anos para sair da depressão mas conseguiu trabalhar nesse tempo Essa fala foi uma oportunidade para incentivar a fala com essa mulher já que ela poderia te ajuda com o currículo e ainda contar a experiencia dela em voltar ao mercado de trabalho depois de tanta pressão Renata diz que só de ler os prérequisitos de uma vaga ela chega a passar mal e não se vê mais trabalhando na área Com isso eu pergunto se ela já pensou em alguma outra coisa que ela poderia trabalhar mas priorizando sua vontade seus gostos e ela disse que não Nunca chegou a pensar em outros empregos a não ser em empresa e que iria pensar melhor nesse período do recesso para ver se ela encontra algo de seu interesse Ao final da sessão me agradece demais por esses direcionamentos e que estão fazendo muita diferença na vida dela ANÁLISE dos relatos Relato nº1 Neste dia a paciente chegou dizendo que estava muito triste desanimada desesperançosa e pensou em não continuar a terapia Perguntei o que tinha acontecido e ela seguiu explicando primeiramente disse que o encontro com as suas amigas precisou ser desmarcado porque o pai de uma delas passou mal e nesse acontecimento ela já ficou um pouco triste porque estava animada e criou expectativas para ir já que fazia muito tempo que isso não acontecia Porém apesar da decepção ela conseguiu continuar suas atividades tranquilamente Já no sábado seu marido a chamou para ir ao parque Ibirapuera no domingo com o seu filho e sua nora e ela topou Ficou animada com o convite e viu uma oportunidade de passear com eles e sair um pouco de casa Mas chegou no domingo seu marido foi fazer uma entrega na casa de sua mãe e acabou ficando para jogar sinuca com os primos que estavam lá e acabou passando do horário combinado com a paciente Durante esse tempo seu filho foi chamar o pai na casa da avó porém ele falava que já ia e demorou quase 3h para voltar mesmo assim A paciente com a demora dele ficou muito abalada desmotivada porque ele mesmo teria feito o convite não cumpriu o horário e ainda chegou muito depois eles iriam de manhã e o marido chegou 15h da tarde Seu filho percebeu o erro do pai e tentou chamála para ir mesmo assim mas Renata não aceita devido a tristeza Quando seu marido chegou em casa ela conta que não quis falar comigo de tanto estar magoada com a situação Quando Renata diz que seu filho a chamou para ir ela se sentiu impotente fraca parecia que não conseguir nem andar e se cobra muito pelo fato de não ter ido a vontade era minha e meu filho me convidou por que eu não fui com ele sabe Eu poderia ter ido mas fiquei paralisada sem força e eu estou me culpando até agora disso Eu deveria ter ido com ele Aliás você acha que isso pode ser uma dependência do meu marido diz Renata A minha atitude foi conduzir a paciente a que ela pensasse no sentimento que ela teve naquele momento ou seja ela teria criado expectativas para esse passeio estava pronta para sair de casa o seu marido é uma pessoa super importante para ela e foi desmarcado em cima da hora será que ela não estaria se cobrando demais em tentar ir com o filho tendo uma decepção tão grande sendo que há duas semanas ela não sairia nem do sofá Nesse momento a paciente concorda comigo e diz foi um avanço muito grande ela querer ir ao parque porque há muito tempo isso não acontece Ainda eu disse que se talvez o marido dela tivesse avisado antes por exemplo 1 dia antes que não iria ela poderia ter se programado melhor e ido com o filho não causaria tanta decepção Ela novamente concorda comigo e disse que está se esforçando para fazer as coisas sozinhas mas se cobra demais Renata diz a frase eu mesma me machuco eu sou muito cruel comigo Devido a situação a paciente chegou dizendo que não tinha falado com seu marido apenas coisas básicas do dia a dia porque ainda estava muito chateada Durante a sessão também comentou que sua mãe veio falar com você em relação ao marido Segundo ela ele tinha ficado muito mal depois de não ter ido e disse que não sabia que era tão importante assim e por isso não foi trabalhar na segunda de tão chateado Com essa frase eu induzo a conversa para que ela também se coloque no lugar dele ou seja talvez ele nem saiba da importância que era pra ela ir ao parque no domingo porque em todas as sessões passadas Renata fala muito bem de seu marido que ele é seu maior apoiador em tudo então acredito que ele não deva saber a real importância e o quanto isso a magoou Renata sai da sessão decidida que vai falar com o marido que sempre se mostrou disposto em toda a situação Além disso Renata me agradece muito e diz que todas as vezes que ela não quiser vir a terapia ela vai pensar nessa sessão o quanto fez bem a ela ter vindo RELATO 6 Nessa sessão Renata chegou dizendo que tinha conversado com o seu marido e estava tudo resolvido e que eles iam tentar no próximo final de semana ir ao parque Porém ela estava muito brava e chateada com uma situação que ocorreu com a sua tia A paciente conta que foi aniversário de sua tia de 91 anos e ela é vizinha Como era uma data muito especial ela foi a casa dessa tia para um almoço feito por ela mesma já que gosta de cozinhar e ainda é muito ativa Outras pessoas da família também foram mas em um momento da festa começaram a reclamar da comida dessa tia dizendo que estava sem sal suco aguado e etc e ela estava na roda Renata diz que começou a suar frio e queria muito ter retrucado porque achou uma injustiça com a tia essa tia criou Renata na infância e ficou extremamente irritada com essas primas que fizeram o comentário Como Renata não conseguiu ter nenhuma reação diante da situação achou melhor voltar a para casa dela Se despediu da tia que já ficou muito feliz que ela tinha conseguido sair de casa e foi embora O que ela traz em sessão é que depois do ocorrido ela começou a se cobrar muito de não ter falado algo e segundo ela palavras que doem que machucam e isso não saia da cabeça dela tinha 2 dias A minha fala nesse momento foi mostrar a ela alguns passos importantes que ela conseguiu dar como ir até a casa dessa tia sem muito esforço e sobre a situação dela ter dito algo a essas primas eu disse A quão próxima você é dessas primas Você estava confortável de estar ali com elas Se você tivesse retrucado a fala delas você acha que elas iriam retrucar E como você reagiria a isso As respostas foram que não estava confortável ali que não tinha proximidade nenhuma com elas que com certeza iriam retrucar e ela sairia muito pior do que ficou Renata diz que não tinha parado para pensar por esse lado que ela iria se magoar muito mais falando do que ter deixado de falar A resposta delas poderia ser muito pior e com certeza nessa discussão a sua tia poderia perceber e também ficar triste com a situação e ela não merecia isso naquele dia Outro assunto comentado pelo paciente foi que a situação financeira estava cada dia mais difícil na sua casa e que ela precisa voltar a trabalhar Quando Renata trabalhava diz que nem olhava os preços das coisas ela poderia comprar o que quisesse e agora ela sabe até o preço do sal Comenta que esses dias pensou em chamar uma amiga para fazer o seu currículo novamente mas ficou triste por ter que pedir ajuda e ela desdenhar de sua situação Pergunto a Renata se alguém já desdenhou da situação dela ou se só seria uma suposição e ela diz que apenas suposição porque existe problemas muito maiores que o dela por exemplo uma doença Digo a ela que nenhum problema exclui o outro e por isso tudo que sentimos é válido Nisso ela diz que essa amiga já passou pela mesma situação que a sua inclusive na mesma empresa Ela demorou 4 anos para sair da depressão mas conseguiu trabalhar nesse tempo Essa fala foi uma oportunidade para incentivar a fala com essa mulher já que ela poderia te ajuda com o currículo e ainda contar a experiencia dela em voltar ao mercado de trabalho depois de tanta pressão Renata diz que só de ler os prérequisitos de uma vaga ela chega a passar mal e não se vê mais trabalhando na área Com isso eu pergunto se ela já pensou em alguma outra coisa que ela poderia trabalhar mas priorizando sua vontade seus gostos e ela disse que não Nunca chegou a pensar em outros empregos a não ser em empresa e que iria pensar melhor nesse período do recesso para ver se ela encontra algo de seu interesse Ao final da sessão me agradece demais por esses direcionamentos e que estão fazendo muita diferença na vida dela ANÁLISE dos relatos O relato da paciente Renata traz à tona uma série de emoções e sentimentos que podem ser analisados sob a perspectiva fenomenológica A paciente descreve sua tristeza e desesperança após ter criado expectativas para um encontro com suas amigas e para um passeio com seu marido e filho no parque Ela também se culpa por não ter ido ao passeio com o filho e se questiona se isso pode ser uma dependência do marido A análise fenomenológica pode ser baseada em autores como Husserl 1970 p 9 que diz A coisa em si mesma o objeto em sua independência em relação a toda consciência é uma abstração vazia e MerleauPonty 1962 p 4 A percepção é uma experiência de mundo não uma tomada de consciência de objetos Os autores enfatizam a importância da experiência subjetiva na compreensão da realidade A paciente Renata está vivenciando esses eventos a partir de sua própria perspectiva e sua tristeza e desesperança são reações naturais a essas experiências Além disso podemos destacar a importância da empatia e da compreensão mútua na terapia Ao colocarse no lugar do marido da paciente Renata pode compreender que ele talvez não tenha percebido a importância do passeio para ela o que pode ajudar a melhorar a comunicação entre eles Por fim é importante destacar que a terapia foi benéfica para Renata que saiu da sessão decidida a falar com seu marido e agradecida pela ajuda recebida Isso mostra que a abordagem fenomenológica pode ser eficaz na compreensão das experiências subjetivas dos pacientes e no apoio ao seu bemestar emocional Com base na perspectiva fenomenológica o segundo relato pode ser analisado a partir da compreensão de sua experiência subjetiva em relação aos eventos que ela descreveu A paciente relata sentirse irritada e chateada com uma situação envolvendo sua tia e suas primas durante um almoço de aniversário Ela se cobra por não ter falado nada na hora e remói as palavras que não foram ditas MerleauPonty 1962 enfatiza a importância da corporeidade e da percepção na compreensão da realidade A partir dessa perspectiva é possível entender que a paciente Renata está vivenciando esses eventos a partir de sua própria perspectiva e que suas emoções e sentimentos são reações naturais a essas experiências Além disso a abordagem fenomenológica pode destacar a importância da intersubjetividade e da empatia na terapia Nesse sentido a terapeuta encoraja Renata a pensar em como ela se sentiria caso tivesse retrucado as primas e como isso poderia afetar sua tia Isso ajuda a melhorar a comunicação entre elas e a desenvolver uma compreensão mais profunda da situação Notase um comportamento depressivo nas atitudes de Renata nas duas situações descritas assim como nas sessões anteriores Binswanger 2011 enfatiza a importância da compreensão da experiência subjetiva do paciente na terapia buscando entender as razões e significados da depressão a partir da perspectiva do próprio paciente A partir dessa compreensão é possível desenvolver uma relação terapêutica mais empática e colaborativa que ajude o paciente a encontrar novas formas de lidar com seus desafios emocionais e a recuperar o sentido e a conexão com o mundo ao seu redor REFERÊNCIAS BINSWANGER L Melancolia e Mania Tradução de Maria Helena Franco Martins São Paulo Editora Perspectiva 2011 HUSSERL E The crisis of European sciences and transcendental phenomenology An introduction to phenomenological philosophy Northwestern University Press 1970 MERLEAUPONTY M Phenomenology of perception Routledge 1962