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CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL PROFESSORES Me Mirian Aparecida Micarelli Struett Me Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação a Distância STRUETT Mirian Aparecida Mi carelli ALBUQUERQUE Ricardo Azenha Loureiro Conceitos da Administração e Ética Empresarial Mirian Aparecida Micarelli Struett Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque Reimpressão 2020 Maringá PR UniCesumar 2014 192 p Graduação EaD 1 Ética 2 Administração 3 Tomada de decisão EaD I Título FICHA CATALOGRÁFICA NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 Coordenadora de Conteúdo Luciano Santana Pereira Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Lucas Pinna Silveira Lima Design Educacional Fernando Henrique Mendes Rossana Costa Giani Revisão Textual Hellyery Agda Jaquelina Kutsunugi Keren Pardini Maria Fernanda Ilustração Bruno Pardinho Fotos Shutterstock CDD 22 ed 658152 CIP NBR 12899 AACR2 ISBN 9788580847093 Impresso por Bibliotecário João Vivaldo de Souza CRB 91679 Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Pósgraduação Extensão e Formação Acadêmica Bruno Jorge Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão de Projetos Especiais Yasminn Zagonel NEAD NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor Wilson de Matos Silva Filho PróReitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi DIREÇÃO UNICESUMAR BOASVINDAS Neste mundo globalizado e dinâmico nós tra balhamos com princípios éticos e profissiona lismo não somente para oferecer educação de qualidade como acima de tudo gerar a con versão integral das pessoas ao conhecimento Baseamonos em 4 pilares intelectual profis sional emocional e espiritual Assim iniciamos a Unicesumar em 1990 com dois cursos de graduação e 180 alunos Hoje temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil nos quatro campi presenciais Maringá Londrina Curitiba e Ponta Grossa e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e também no exterior com dezenasde cursos de graduação e pósgraduação Por ano pro duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares Somos reconhe cidos pelo MEC como uma instituição de exce lência com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educa cionais do Brasil A rapidez do mundo moderno exige dos edu cadores soluções inteligentes para as neces sidades de todos Para continuar relevante a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes inovação coragem e compromis so com a qualidade Por isso desenvolvemos para os cursos de Engenharia metodologias ati vas as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa mis são que é promover a educação de qua lidade nas diferentes áreas do conheci mento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária P R O F I S S I O N A L T R A J E T Ó R I A Me Mirian Aparecida Micarelli Struett Possui graduação em Administração pela Universidade Estadual de Maringá e mes trado em Administração Em Gestão De Negócios pela Universidade Estadual de Londrina Atualmente é pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais e atua profissionalmente na Assessoria Técnica e Científica do Hospital Universitário Regional de Maringá subunidade da Universidade Estadual de Maringá É professora titular e autora de cursos da Graduação e PósGraduação em EAD na Unicesumar Centro de Ensino Superior de Maringá e da PósGraduação no Instituto Superior de Educação do Paraná Tem experiência na área de Administração Pública e Privada atuando principalmente nos seguintes temas gestão hospitalar empreendedoris mo contabilidade gerencial sustentabilidade e responsabilidade social administra ção pública e privada desenvolvimento sustentável Me Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque Graduado em Administração de Empresas pela UEM e mestrado em Engenharia de Produção pela UFSC Pósgraduado em dinâmica dos grupos pela Sociedade Brasi leira da Dinâmica dos grupos Foi avaliador do Ministério da Educação no período de 2002 a 2006 professor do departamento de administração da Universidade Estadual de Maringá nos anos de 2006 e 2007 Atualmente Coordenador adjunto de curso e professor do Departamento de Administração da Unicesumar A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL Caroa acadêmicoa é com muita satisfação que apresentamos a você o livro que fará parte da disciplina Conceitos da Administração e Ética Empresarial O professor Ricardo e eu ambos apaixonados por Administração selecionamos as melhores referências em Administração para que esta disciplina venha a somar ainda mais conhecimento ao que você notadamente já possui Sou a professora Mirian minha formação é em Administração tanto na graduação quanto no Mestrado na área de Gestão de Negócios e estou finalizando o trabalho de conclusão de curso na pósgraduação em Tecnologias da Educação a Distância Sou funcionária pública docente desta Instituição desde 2009 e pesquisadora nas áreas de gestão e por isso acredito poder contribuir para a discussão sobre esse importante tema O professor Ricardo também assim como eu possui formação em Administração Mestrado em Engenharia de Produção e pósgraduação em Dinâmica dos Grupos e Docência do Ensino Supe rior Tem experiência na área da Administração com ênfase em Gestão de Negócios Atualmente é Assessor da Coordenação dos Cursos de Administração e Gestão e docente nesta Instituição O objetivo principal desta importante disciplina é oportunizar a você as principais Teorias e Conceitos da Administração e Ética Empresarial apresentando sua evolução e aplicabilidade em seu campo de atuação Desta forma o livro foi organizado pensando em você prezadoa estudante e para tanto será necessário também muito empenho da sua parte para que a concretização desse trabalho tenha bons frutos Por isso no decorrer de suas leituras procure interagir com os textos fazer anotações responder às atividades de autoestudo anotar suas dúvidas ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados pois não foi nosso intento esgotar todo o assunto neste livro Na primeira unidade deste livro será abordado o tema Visão Geral da Administração em seguida você acompanhará os passos do Mestre Ricardo nas unidades II III e IV com os temas Perspectiva Clássica e Humanística da Administração Perspectiva Moderna da Administra ção e Perspectiva Contemporânea da Administração Por fim voltamos a nos encontrar novamente para uma importante discussão na última unidade deste livro sobre a Ética Empresarial Uma vez norteado seu caminho discorremos sobre as etapas que você trilhará A leitura da primeira unidade é o ponto de partida no seara do conhecimento em Administração Servirá para familiarizáloa com alguns conceitos básicos relacionados ao tema que possibili D A D I S C I P L I N A A P R E S E N TA Ç Ã O tará a você caroa acadêmicoa compreender as teorias mais importantes da Administração de forma evolutiva e contextualizada historicamente nas próximas unidades deste livro Desta forma prezadoa estudante na Unidade I você desenvolverá um claro entendimento sobre os conceitos fundamentais relacionados a esta área desde o motivo pelo qual devemos estudar Administração seu significado e a importância da organização neste contexto além de conceitos relacionados às atividades organizacionais e seus processos administrativos Para isto destacaremos sob a perspectiva funcional o planejamento a organização a exe cução e o controle e o papel dos administradores nos níveis organizacionais Assim você obterá um real entendimento sobre o nosso papel enquanto administradores ou gerentes compreendendo também a distinção entre a eficiência e a eficácia organizacional bem como quais são as competências habilidades e papéis administrativos necessários para enfrentar os grandes desafios propostos nesta área Na Unidade II você estudará a evolução das Teorias da Administração Compreender a evolução histórica da administração e o contexto social em que as principais teorias começaram a surgir possibilitará a você entender que não há necessidade de reinventar a roda A administração é científica e suas teorias estão disponíveis dentro de um contexto histórico e cronológico Neste contexto esta unidade será o start para as demais unidades que também compreen dem as teorias da Administração Esperamos que você compreenda quais foram essas mu danças por que ocorreram e quais foram os impactos para a humanidade e que motivos levaram os cientistas da Administração a formular novas teorias interrelacionandoas com as antecessoras no intuito de aperfeiçoar cada vez mais a gestão administrativa As teorias iniciamse a partir da Administração Científica de Taylor na época da Revolução Industrial com sua ênfase nas tarefas seguida das teorias Administrativas de Fayol da Buro cracia de Weber com a ênfase na estrutura das Teorias de Transição com outros diversos autores importantes e do estudo referente às Escolas das Relações Humanas e Comporta mentalistas e por fim encerrase esta unidade com a Teoria Estruturalista a qual procurou inovar contradizendo todas as teorias anteriores A Unidade III também agregará a você mais conhecimento sobre novas teorias surgidas sob os aspectos modernos dando continuidade para a resolução das questões administrativas ou seja a busca da eficiência e da eficácia nos processos organizacionais Para tanto você compreenderá a importância da Teoria de Sistemas no contexto organizacional seguida da Teoria Contingencial e da Teoria do Desenvolvimento Organizacional Serão abordadas também a Administração Estratégica e a Administração Participativa tão importantes para o ambiente atual das organizações Esta unidade é muito importante e servirá para somar ainda mais ao seu conhecimento já adquirido porém agora de forma mais abrangente e holística A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A A Unidade IV nossa penúltima unidade proporcionará a você teorias sob os aspectos contem porâneos Como você irá perceber nesta unidade as teorias aqui tratadas são relativamente novas e a sua maioria já é praticada nas organizações atualmente Nesta caminhada até aqui você deve ter percebido que os estudos científicos tiveram início há pouco mais de 100 anos e considerando então este espaço de tempo anterior aos estudos científicos de como organizar empresas pessoas e processos é possível perceber claramente que as teorias administrativas vêm evoluindo consideravelmente junto com a humanidade Um dos pontos a serem estudados será a Administração da Qualidade e o modelo japonês de administrar contrapondo com a cultura americana Outro ponto muito importante a ser discutido é a administração na era digital dada a necessidade de perceber as mudanças so cioeconômicas que estão ocorrendo cada vez mais rápido e como preparar a empresa para esta nova realidade Por fim serão apresentadas algumas ferramentas essenciais para o dia a dia organizacional como Benchmarking Reengenharia Learning Organization e processos de Tomada de Decisão Tratado na Unidade V de maneira especial pois o tema poderia ser apenas um tópico em qualquer outro livro escrito da Administração um paradigma vigente de fundamental impor tância para o sucesso organizacional que trata exclusivamente sobre o que é e como deve ser a relação ética entre a organização e a sociedade Nesta unidade você compreenderá que a ética representada pelos costumes e moral estabelecidos por relações humanas fundamen tais e valores culturalmente diferentes no meio ambiente organizacional é um dos maiores desafios dos administradores na condução dos negócios Para que você compreenda alguns sinais e sugestões de procederes éticos e não éticos serão evidenciados ao longo desta unidade bem como devem os gestores organizacio nais e os colaboradores atuarem em algumas áreas específicas organizacionais Desta forma caroa alunoa acreditamos que você estará aptoa a fazer as melhores escolhas para uma administração empresarial ética Como pôde perceber por esta apresentação prezadoa estudante há um longo caminho para o seu processo de aprendizado Por isso mãos no livro comece a folheálo instigue sua curiosidade exploreo atentamente De agora em diante é com você Lembrando que A persistência é o menor caminho do êxito Charles Chaplin Portanto desejamos a você uma ótima leitura com excelentes intervalos de reflexão Professora Me Mirian Aparecida Micarelli Struett Professor Me Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque ÍCONES Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece Este ele mento ajudará você a conceituálao melhor da maneira mais simples conceituando No fim da unidade o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos quadroresumo Neste elemento você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos explorando Ideias Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento pensando juntos Enquanto estuda você encontrará conteúdos relevantes online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno logia a seu favor conectese Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 05 UNIDADE 04 FECHAMENTO VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO 10 PERSPECTIVA CLÁSSICA E HUMANÍSTICA DA ADMINISTRAÇÃO 46 81 PERSPECTIVA MODERNA DA ADMINISTRAÇÃO 108 PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA DA ADMINISTRAÇÃO 140 ÉTICA EMPRESARIAL 182 CONCLUSÃO GERAL VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Por que estudar Administração Conceitos de Administração Entendendo o que são Organizações As organizações e seus ambien tes Funções da Administração Eficiência e Eficácia Organizacional Os níveis da Administração Competências Habilidades e Papéis do Administrador OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Esclarecer o motivo pelo qual devemos estudar Administração Definir os principais conceitos de Administração Entender o que são organizações e como elas se relacionam em seus ambientes apre sentando sua relevância para a sociedade Analisar as principais funções da Administração de acordo com o processo administrativo Compreender as distinções entre eficiência e eficácia organizacional Relacionar os níveis da Administração e as funções da administração Compreender as competências habilidades e papéis do Administrador no contexto organizacional PROFESSORA Me Mirian Aparecida Micarelli Struett INTRODUÇÃO Caroa alunoa seja bemvindoa Nesta unidade você compreenderá que a administração é uma das áreas mais excitantes e imprescindíveis frente a um ambiente altamente competitivo em que todas as organizações sem exceção precisam garantir a sua sustentabilidade Por isto em face às diversas mudanças ambientais e organizacionais ocorridas de maneira muito rápida nas últimas décadas é relevante desenvolver um claro enten dimento sobre os conceitos fundamentais relacionados a esta área Desta maneira cabe destacar num primeiro momento o motivo pelo qual devemos estudar Administração Iniciaremos com a análise do signi ficado da Administração e a importância da Organização bem como dos conceitos relacionados às atividades organizacionais e seus processos ad ministrativos Para isto destacaremos sob a perspectiva funcional o plane jamento a organização a execução e o controle Por fim interpretaremos o papel dos administradores nos níveis organizacionais nos quais o desempe nho é preponderante no contexto globalizado visando a atender a demanda por qualidade advinda de consumidores que estão cada vez mais exigentes Nesta perspectiva e na busca de um real entendimento sobre o nos so papel enquanto administradores ou gerentes tornase necessário que compreendamos alguns conceitos importantes como a distinção entre a eficiência e a eficácia organizacional bem como quais são as competências habilidades e papéis administrativos necessários para enfrentar os grandes desafios propostos nesta área A leitura desta primeira unidade é o ponto de partida no seara do co nhecimento em Administração Servirá para familiarizáloa com alguns conceitos básicos relacionados e servirá de subsídio para que você possa compreender as teorias mais importantes da Administração de forma evo lutiva e contextualizada historicamente Desejamos uma boa leitura e bons estudos UNIDADE 1 12 POR QUE ESTUDAR administração O que sei sobre Administração Para Henri Fayol apud MAXIMIANO 2004 p 103 um dos personagens mais importantes da História da Administração principal responsável pela sistema tização da função Administrativa todos deveriam estudar Administração Mas por que estudar Administração Simplesmente porque é uma ativi dade comum a todos os empreendimentos humanos ou seja na família no go verno nos negócios individualmente e em todas as nossas atividades cotidianas de maneira que o que estiver relacionado a um objetivo a ser atingido este exige algum grau de planejamento organização coordenação e controle De acordo com Maximiano 2004 a administração é importante em qualquer escala de utilização de recursos para realizar objetivos individual familiar grupal organizacional ou social ou seja a administração não está relacionada apenas aos setores produtivos de bens e serviços ela está presente em todas as áreas de nossa vida Como afirma Kwasnicka 2006 p 19 até mesmo um núcleo familiar requer cer to grau de administração Desta forma são muitas as razões pelas quais precisamos compreender a Administração e principalmente quando se inicia um negócio um projeto de vida e quando há a união com outras pessoas ou com outras organizações Por isto antes mesmo de compreendermos o conceito da palavra em si é ne cessário buscar uma razão para estudar a administração e uma das razões parte UNICESUMAR 13 do pressuposto de que buscamos caminhos e formas diferentes para o alcance de objetivos Porém como aponta Maximiano 2004 p 26 é preciso ir além da interpretação da palavra para compreender o papel que a administração desem penha para as organizações e a sociedade Neste sentido caroa alunoa você conhecerá ao longo desta disciplina for mas de administrar numa perspectiva científica propiciando um conhecimento embasado em renomados autores de maneira que as suas tomadas de decisões e as suas escolhas diante da complexidade de atividades administrativas ao longo de sua jornada organizacional seja mais assertiva De acordo com Maximiano 2004 e Kwasnicka 2006 quanto maior o nível de complexidade das atividades maior a necessidade de aplicar os conhecimen tos da ciência administrativa Para Kwasnicka 2006 p 19 administrar é um processo integrativo da atividade organizacional que permeia nossa vida diária Que caminho seguir Administradores usam teorias administrativas para a tomada de boas deci sões no seu cotidiano e uma teoria administrativa explica e prediz o comporta mento das organizações e de seus membros Para Silva 2008 p 4 uma teoria é um conjunto de conceitos e ideias que explica e prediz fenômenos sociais e físicos Como salienta Kwasnicka 2006 p 19 Embora pesquisadores e profissionais mais experientes tenham produzido um corpo de conhecimento bastante expressivo no campo da Adminis tração um entendimento mais consistente da arte de administrar ainda é limitado Assim um refinamento das teorias técnicas e práticas adminis trativas poderá ser útil para a maioria dos tipos de organização Estudando esse crescente corpo de conhecimento poderemos entender como a Ad ministração contribui também para a evolução do aspecto social É importante frisar que os conceitos aqui apresentados têm base introdutória com o objetivo de permitir a você prezadoa estudante tomar conhecimento dos vá rios temas que envolvem o campo da ciência administrativa Segundo Maximiano 2004 as teorias são explicadas por diferentes termos e neste livro estes serão usados alternativamente portanto é necessário conhecêlos Tabela 1 a seguir UNIDADE 1 14 TERMOS CONCEITOS Teorias São explicações interpretações ou proposições sobre a realidade por exemplo a Teoria da Administração Enfoque É também chamado de Pensamento Abordagem ou Perspectiva onde se estuda o aspecto particular das or ganizações ou do Processo Administrativo por exemplo o Enfoque Comportamental Escola É uma linha de pensamento ou conjunto de autores que usaram o mesmo enfoque escolheram o mesmo aspecto específico para analisar ou adotaram o mesmo raciocínio Modelo de Gestão ou Ad ministração É um conjunto de doutrinas e técnicas do Processo Admi nistrativo muitas vezes está associado a uma base cultural exemplo o modelo japonês de Administração Modelo de Organização É um conjunto de características que definem organi zações e a forma como são organizadas Por exemplo Modelo Burocrático de Organização Doutrina ou Preceito É um princípio de conduta que contém valores implícitos ou explícitos As doutrinas em geral recomendam como agir orientando os julgamentos e as decisões dos adminis tradores Por exemplo o movimento da qualidade tem uma doutrina de satisfação do cliente Técnicas São soluções para problemas Por exemplo os organogra mas metodologias de planejamento estudos de tempos e movimentos e sistemas de controle Tabela 1 Termos da Administração Fonte adaptada de Maximiano 2004 Nesta unidade além dos conceitos já citados nos próximos tópicos serão apresen tados apenas alguns conceitos básicos sobre administração e suas interrelações dando uma ênfase especial ao Processo Administrativo às Organizações e seus ambientes e aos Papéis dos Administradores nos níveis da Administração UNICESUMAR 15 Existem muitos conceitos e livros sobre Administração porém a maioria dos autores compartilha em consenso a ideia básica sobre o conceito de Administração ideia esta relacionada com o alcance de objetivos por meio dos recursos disponíveis ou seja objetivos decisões e recursos são palavraschave na definição de Administração Mas afinal o que é Administração Para Chiavenato 1997 p 9 a palavra Administração vem do latim ad di reção tendência para e minister subordinação ou obediência e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem isto é aquele que presta um serviço a outro No entanto a palavra ao longo do tempo sofreu grandes transformações e atualmente é definida como o processo de planejar organizar dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos Para Silva 2008 p 6 Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais Corroborando com o autor supracitado de maneira sintetizada Maximiano 2004 p 26 diz que significa o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos Entretanto Kwasnicka 2006 p 20 sa CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO UNIDADE 1 16 lienta que o termo Administração pressupõe que ele seja visto como um processo integrativo fundamental buscando a obtenção de resultados específicos A Figura 1 reforça e relaciona alguns elementos do conceito de Administração com as atividades Administrativas Atividades Administrativas Recursos Materiais Recursos Financeiros Recursos Informacionais Recursos Humanos Alcance de Metas Utilização efciente e efcaz dos recursos Figura 1 Caracterização das atividades administrativas Fonte adaptada de Van Fleet e Peterson 1994 apud SILVA 2008 p 7 Existe a necessidade de administrar as diversas variáveis sejam elas os recursos materiais e humanos a tecnologia as restrições ambientais entre outras variá veis que compõem o ambiente interno e externo às organizações Desta forma é preciso buscar o entendimento do modo de administrar e a interação entre os principais recursos representados por pessoas informação e conhecimento es paço tempo dinheiro e instalações para se atingir objetivos pois é fundamental UNICESUMAR 17 para a tomada de decisão seja ela individual pessoal ou organizacional ou seja o processo para a tomada de decisões a fim de obter os resultados esperados Conforme apresentado na Figura 2 de maneira resumida as decisões envol vem planejamento execução e controle De acordo com o autor o planejamento visa a definir objetivos e recursos já a organização visa à disposição de recursos em uma estrutura e a execução visa à realização dos planos Por fim o controle visa à verificação dos resultados Estas funções administrativas serão discutidas e aprofundadas mais adiante A Figura 2 representa este processo RECURSOS Pessoas Informação e Conhecimento Espaço Tempo Dinheiro e Instalações DECISÕES Planejamento Execução Direção e Controle OBJETIVOS Resultados esperados Figura 2 Processo Administrativo Fonte adaptada de Maximiano 2004 p 26 E embora o processo administrativo seja importante em qualquer contexto de utilização de recursos a razão principal para estudálo é o seu impacto sobre o desempenho das organizações Para isto neste primeiro momento importa en tender melhor o que são e representam estas organizações na sociedade UNIDADE 1 18 Há uma grande diversidade de teorias e conceitos sobre a tipologia das orga nizações Entender a teoria organizacional e seus objetivos é fator primordial para uma boa administração De acordo com Kwasnicka 2006 p 20 A teoria das organizações amplia de forma considerável a tipologia das organizações as de transformação fábricas as de serviços hospitais bancos etc as assistenciais Igrejas e ONGs Há objetivos únicos múltiplos coletivos pessoais Há organizações temporais e outras permanentes sem perder de vista a classificação por tamanho e poder econômico intensa em tecnologia em capital humano etc Para Silva 2008 a teoria da Administração e a teoria da Organização são con ceitos proximamente relacionados ou seja um Administrador deve entender os trabalhos de uma organização para ser eficaz em seus papéis administrativos Desta forma o modo de pensar sobre as organizações é baseado em padrões e regularidades no projeto organizacional e no comportamento De acordo com Maximiano 2004 p 28 o principal motivo para a existência das organizações é o fato de que certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada de grupos de pessoas Da mesma forma Silva 2008 p 40 define ENTENDENDO O QUE SÃO organizações UNICESUMAR 19 uma organização como duas ou mais pessoas trabalhando juntas cooperativamente dentro de limites identificáveis para alcançar um objetivo ou meta comum Robbins 2005 p 31 conceitua uma organização como um arranjo sistemático de duas ou mais pessoas que cumprem papéis formais e compartilham propósito co mum Exemplificando a faculdade que você estuda o supermercado o McDonalds são organizações porque possuem características comuns como um propósito distin to são compostas por pessoas e por desenvolveremse em uma estrutura sistemática De acordo com os conceitos apresentados e nas palavras de Silva 2008 está implícito que As organizações são compostas por pessoas o que envolve uma complexidade nos relacionamentos sociais e na variabilidade ou diversidade de seres humanos Quando pessoas trabalham juntas é necessário dividir o trabalho e pro curar pessoas com habilidades ou conhecimento envolvendo ações de coordenação e de controle de forma imperativa As organizações devem ter limites delimitações ou seja os limites se referem ao que as pessoas devem ou podem fazer na organização já a de limitação da organização é determinada por aquelas pessoas oficialmente membro das organizações mas pode também ser estabelecida por pessoal contratado trabalhadores temporários e consultores neste sentido outro fator importante é determinar quais atividades devem ser experimentadas e quais devem ser deixadas para outras organizações externas make or buy decisão de fazer ou comprar As organizações são arranjos com propósitos e procuram alcançar obje tivos existindo para perseguir esses objetivos e metas permanentes As organizações são mais eficientes do que indivíduos agindo independentemen te Primeiro pelo poder de barganha no mercado a partir da alocação eficiente de recursos e da negociação dos preços e segundo por que alocam recursos com base em uma hierarquia ou seja baseado em regras e relação de autoridade Ambos mercado e hierarquia sugerem redução de incerteza e custos para as organizações ROBBINS 2005 As organizações enfrentam grandes desafios para alcançar as suas metas e os administradores do futuro enfrentarão muitos dos problemas que as gerações anteriores já enfrentaram por exemplo flutuações cíclicas na economia das na ções aceleração da taxa de obsolescência dos produtos e processos e o aumento da preocupação com as mudanças organizacionais KWASNICKA 2006 UNIDADE 1 20 Como as organizações estão inseridas em um ambiente que pode ser o bairro de uma cidade de um estado uma nação ou o mundo o conceito de organização inclui o termo sistemas Apesar das diferenças entre as organizações elas estão relacionadas às atividades e métodos de operação das várias formas de organi zação de negócios e também entre organizações do mesmo tipo por exemplo se comparado a tamanho e escala de atividades SILVA 2008 Na unidade III será apresentada a Teoria Geral dos Sistemas aqui neste tó pico sinteticamente explicaremos o conceito de organizações como sistemas abertos Silva 2008 pp 4445 assim exemplifica As organizações como sistemas abertos os quais tomam entradas do am biente saídas de outros sistemas e por meio de uma série de atividades transformam ou convertem estas entradas em saídas entradas em outros sistemas para alcançar algum objetivo Todas as organizações precisam de objetivos claros os quais vão determinar a natureza das entradas a série de atividades para alcançar as saídas e a realização de metas organizacionais O feedback sobre o desempenho do sistema e os efeitos das operações sobre o ambiente são medidos em termos de consecução dos objetivos e intenções Conforme apresentado por Silva 2008 qualquer que seja o tipo ou classificação da organização a transformação e a conversão de entradas e saídas é um aspecto AS ORGANIZAÇÕES E SEUS ambientes UNICESUMAR 21 comum a todas as organizações Desta forma dentro da organização sistema como um todo cada uma das diferentes atividades pode ser vista também como um subsistema separado com seus próprios processos de entradas e saídas rela cionados e interagindo com outros subsistemas ou seja os subsistemas podem ser determinados pelas organizações tais como setores de produção de manu tenção de administração de marketing uma tarefa como planejar etc Apesar de todo o corpo de conhecimento ser peculiar ao estudo da Ad ministração como aponta Kwasnicka 2006 p 20 é preciso ter a clareza que um estudo sistemático do tema auxilia no reconhecimento das habilidades essenciais a todas as organizações No decorrer dos anos certos conceitos têm sido desenvolvidos associados com conceitos derivados de outros campos da ciência assim é um campo técnico evolutivo e mutante O tratamento em áreas de especialização como mar keting finanças produção recursos humanos foi um avanço no entendimento e tratamento do complexo organizacional AMBIENTE Feedback Matérias primas Informações Recursos fnanceiros Recursos humanos Recursos tecnológicos Processo de transformação subsistemas interrelacionados exemplo ENTRADA SAÍDA e Produtos Serviços Figura 3 Organizações como sistemas abertos Fonte adaptada de Silva 2008 p 44 Atualmente as exigências com as organizações são mais requeridas exigindo que atendam de forma rápida com qualidade e responsabilidade às multifacetadas ne cessidades do mercado o que exige um posicionamento diferente da função de Mar keting por exemplo exigindo um relacionamento mais estreito com o consumidor O ambiente organizacional de trabalho é bastante volátil e os administradores precisam buscar soluções de maneira mais ágil e eficiente o que envolve habilidades para enfrentar as forças dentro e fora da organização Estas forças como salienta Silva 2008 p 49 são origi nadas no ambiente geral no ambiente das tarefas e no ambiente interno das organizações UNIDADE 1 22 O Ambiente Geral das Organizações está relacionado aos fatores externos a uma organização e representam restrições Chamado também de macroambiente pode ser visto como constituinte de forças indiretas do ambiente externo porque pode influenciar o clima no qual a organização deve atuar Essas forças são repre sentadas pelo ambiente tecnológico pelo ambiente econômico pelo ambiente polí ticolegal pelo ambiente sociocultural e pelo ambiente internacional SILVA 2008 Tecnológico forças desenvolvidas no ambiente externo impactando e influenciando o uso do conhecimento e das técnicas organizacionais de forma que a organização tenha que se manter à frente dos mais recentes desenvolvimentos e incorporar os avanços para se manter competitiva Econômico mudanças como taxas de inflação desemprego crescimento do produto interno taxas de juros entre outras causam tanto oportu nidades como problemas aos administradores ou seja quando está em crescimento oferece oportunidades porém quando a economia se retrai como em recessões a demanda despenca o desemprego cresce e os lu cros encolhem As organizações devem monitorar de modo a minimizar as fraquezas e capitalizar as oportunidades Políticoslegais diversas leis e autoridades caracterizam as forças políticas legais e regulatórias que exercem de maneira indireta mas forte influência na organização agindo como restritoras e afetando a organização na forma como pagam os salários as taxas e podem influenciar inclusive em respon sabilidades junto aos consumidores Também provocam um aumento nos níveis de qualidade dos produtos e serviços para o mercado no mundo todo Socioculturais são mudanças que afetam as ações de uma organização e a demanda por seus produtos ou serviços Atualmente está em evidência a responsabilidade socioambiental em função de uma conscientização pela melhor qualidade de vida das pessoas Internacionais são forças indiretas que advêm de fornecedores estrangeiros que envolvem competitividade oportunidades e ameaças para as organizações O Ambiente das Tarefas é constituído pelos seguintes elementos clientes com petidores fornecedores reguladores e parceiros estratégicos SILVA 2008 Clientes é representado pelas pessoas que compram produtos ou servi ços de uma organização e diferem em diversas características como edu cação idade renda estilo de vida etc De todas as forças diretas os clientes são talvez as mais vitais para as organizações A pesquisa de clientes é UNICESUMAR 23 uma forma para detectar as mudanças de preferências dos consumidores Porém pode ser bastante onerosa para os resultados organizacionais Competidores são representados por organizações concorrentes Exis tem dois tipos os intratipos ou diretos produtos ou serviços similares e os intertipos ou indiretos podem desviar o interesse do consumidor Fornecedores são organizações que provêm os recursos financeiros energia equipamentos matériaprima por exemplo os quais represen tam as nossas entradas no sistema organizacional Estes recursos podem afetar significativamente a qualidade o custo o prazo de entrega de qual quer produto ou serviço sendo a organização compradora vulnerável a diversos problemas potenciais de fornecimento Reguladores são elementos do ambiente das tarefas que têm o poder de controlar legislar ou influenciar as políticas e práticas das organizações Sendo compostos por agências reguladoras órgãos governamentais criados para um determinado fim ou para proteger as organi zações umas das outras e grupos de interesse uniões dos próprios membros na tentativa de proteger seu negócio Parceiros Estratégicos representado por duas ou mais organizações que traba lham juntas sob a forma de joint ventures ou outras parcerias para facilitarem venda distribuição ou divulgação de produtos ou serviços das organizações em parceria O Ambiente Interno Organizacional os elementos do ambiente interno da organização são representados pelos proprietários empregados administradores e ambiente físico SILVA 2008 Proprietários pessoas com direitos legais de propriedade do negócio É representado por um único indivíduo parceiros investidores individuais que compram ações de uma ou mais organizações Empregados os recursos humanos compõem o principal recurso inter no de uma organização e representam um grande desafio para os admi nistradores devido a uma pluralidade de fatores como raça etnia gênero idade cultura entre outros Administradores corpo governante eleito pelos acionistas ou escolhido pelo proprietário encarregado geral da empresa ou de empresas que visa a garantir o desempenho de funções administrativas e resultados estabelecidos Ambiente Físico representam as instalações das organizações e o traba lho que as mesmas executam Pode envolver diversas configurações que oferecem vantagens e desvantagens UNIDADE 1 24 De maneira bastante ampla para Silva 2008 e Kwasnicka 2006 os principais desafios organizacionais estão representados pelas seguintes condições A administração das organizações num ambiente global o que en volve implicações importantes que podem apresentarse na forma de ins tabilidades econômicas e políticas ameaças e oportunidades Importante ressaltar que nem todas as organizações são afetadas igualmente pelos mesmos fatores pois existem outros fatores que podem afetar positiva mente ou negativamente as organizações O projeto e estruturação ou reestruturação das atividades organi zacionais de maneira que as organizações devem adequarse ou reade quarse no modo como são organizadas A melhoria da qualidade da competitividade e o empowerment descentralizaçãodelegação de poderes de forma que a qualidade e o empowerment são ferramentas organizacionais importantes para atender às exigências do mercado e garantir a competitividade O aumento da complexidade da velocidade e da reação às mudanças ambientais de forma que dada a velocidade como estão ocorrendo essas mudanças principalmente relacionadas à informação e ao avanço tecno lógico exige que as organizações se estruturem de modo a maximizar as habilidades para usar tais informações Vale salientar que velocidade e responsabilidade requerem mais do que computadores rápidos exigem sistemas computacionais que possam acelerar o fluxo de informações A administração ética e moral das organizações são imprescindí veis quando o assunto são decisões com responsabilidade social princi palmente porque envolvem aspectos morais e valores que governam os comportamentos humanos Dada a importância do tema este terá uma ênfase especial na unidade V de nosso livro UNICESUMAR 25 De acordo com diversos autores da Administração para responder à necessidade do aprendizado em Administração exigiuse uma Teoria Geral da Administra ção que pudesse ser ensinada Henri Fayol buscou responder a esta necessidade criando a sua própria teoria a qual começa por dividir a empresa em atividades e funções distintas Na unidade II na Abordagem Clássica da Administração aprofundaremos os conceitos teóricos sobre este importante personagem Neste primeiro momento como já descrevemos anteriormente apresentare mos um panorama geral desta teoria com os conceitos básicos sobre o Processo Administrativo A Tabela 2 representa resumidamente este processo PROCESSO SIGNIFICADO Planejamento Decisões sobre objetivos e recursos necessários para realizálos Organização Decisões sobre a divisão de autoridade responsabili dades e recursos para realizar objetivos Execução Decisões de execução de planos Direção coordena ção e autogestão são estratégias de execução Controle Decisões de assegurar a realização dos objetivos Tabela 2 Processo Administrativo Fonte Maximiano 2004 p 105 FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO UNIDADE 1 26 A seguir detalharemos cada processo conceituando e fazendo as interrelações necessárias à compreensão de cada etapa do Processo Administrativo iniciando pela etapa do Planejamento e em seguida dando sequência às demais etapas Planejamento Dentro do Processo Administrativo a ação Planejar é a ferramenta mais utili zada pelas pessoas e organizações para administrar suas relações com o futuro denominadas Decisões de Planejamento Pode ser definida de várias maneiras segundo Maximiano 2004 p 105 Planejar é definir objetivos ou resultados a serem alcançados É de finir meios para possibilitar a realização de resultados É interferir na realidade para passar de uma situação conhecida a uma situação desejada dentro de um intervalo definido de tempo É tomar no presente decisões que afetam o futuro para reduzir sua incerteza Como se pode perceber é um processo que corrobora com o que já discutimos antes sobre os conceitos de Administração ou seja planejar é uma dimensão do processo de tomar decisões que envolve uma preparação que vai resultar em um plano Este plano é definido pelos resultados deste planejamento Conforme apresentado no tópico Organização como sistemas abertos podemos denomi nar o Ato de Planejar como um subsistema dentro do contexto organizacional E como salienta Robbins 2005 p 33 a função de planejamento Abrange a definição de metas de uma organização o estabeleci mento de uma estratégia global para alcançar essas metas e o de senvolvimento de uma hierarquia completa de planos para integrar e coordenar atividades Da mesma forma num processo sistêmico este processo compreende três ele mentos principais obtenção ou identificação dos dados de entrada o processa mento dos dados representado aqui pelo processo de planejamento e a saída dos dados representado pela elaboração do plano A Figura 4 representa o processo de planejamento UNICESUMAR 27 DADOS DE ENTRADA Informações Modelos e Técnicas de Planejamento Ameaças e Oportunidades Projeções Decisões que afetam o futuro Etc Análise e Interpretação dos dados de Entrada Criação e Análise de Alternativas Decisões PROCESSO DE PLANEJAMENTO Objetivos Recursos Meios de Controle ELABORAÇÃO DE PLANOS Figura 4 Processo de planejamento Fonte Maximiano 2004 p 107 Conforme explicitado na Figura 4 os dados de entrada representam as informações sobre o ambiente externo e os sistemas internos da organização e podem mostrar as ameaças e oportunidades já o processo consiste em fazer análises e tomar deci sões transformando esses dados de entrada por meio das habilidades gerenciais com o propósito da preparação de um plano O plano em essência contém a combi nação de três componentes importantes como os objetivos resultados desejados ou metas os recursos meio da realização dos objetivos e os meios de controle De acordo com Maximiano 2004 os planos podem ser classificados em três níveis principais planos estratégicos planos funcionais e planos operacionais O plano estratégico abrange toda a organização definindo sua relação com o ambiente e nele são estabelecidos a missão os produtos e serviços a serem oferecidos os clientes e mercados a serem atendidos e outros objetivos O plano funcional traduz os planos estratégicos em ações especializadas como marketing operações recursos humanos e finanças Já os planos operacionais definem as atividades e recursos que possi bilitam a realização de objetivos estratégicos ou funcionais Neles são descritos orçamentos e cronogramas por exemplo O planejamento estratégico envolve a visão imagem que se tem da organização no futuro a missão e negócio propósitos ou a razão de existir da organização a análise do ambiente que compreende a análise do ambiente interno representa da pelas forças e fraquezas em relação a clientes mercado produtos e serviços bem como as vantagens competitivas em relação ao mercado e do ambiente externo representada pelas oportunidades e ameaças em relação à concorrência mercado mudanças tecnológicas entre outros os objetivos ou metas estratégicas envolve a formulação de estratégias a implementação da estratégia execução e o acom UNIDADE 1 28 panhamento por meio do feedback e controle de cada etapa MAXIMIANO 2004 ROBBINS 2005 KAWASNICKA 2006 SILVA 2008 VISÃO E MISSÃO A N Á L I S E A M B I E N T A L Oportunidades e Ameaças EXTERNA Forças e Fraquezas INTERNA OBJETIVOS OU METAS ESTRATÉGICAS FEEDBACK OU CONTROLE IMPLEMENTAÇÃO FEEDBACK OU CONTROLE Planejamento Estratégico Figura 5 Planejamento Estratégico Fonte elaborada pela autora Organização De acordo com Maximiano 2004 p 111 Organizar é o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em uma estrutura que facilite a realização dos objetivos Já o processo de organizar Tem como resultado o ordenamento das partes de um todo ou a divisão de um todo em partes ordenadas segundo algum critério ou princípio de classificação Organização é um atributo de qual quer conjunto estruturado ou ordenado segundo algum critério O processo de organizar aplicase a qualquer coleção ou conjunto de recursos MAXIMIANO 2004 p 111 Segundo Robbins 2005 p 33 os gerentes são responsáveis pela concepção da estrutura organizacional Esta função é chamada organização e abrange a deter minação das tarefas que serão realizadas quem irá executálas como agrupálas quem se reportará a quem e quem tomará as decisões UNICESUMAR 29 Ainda de acordo com Maximiano 2004 p 111 o processo de organização é também um processo decisório Figura 6 e seu resultado é uma estrutura or ganizacional Figura 7 A Figura 6 representa o processo de organização Planos Recursos Modelos e Técnicas de Organização Condicionantes da Estrutura recursos humanos ambiente estratégia tecnologia Análise e Interpretação dos dados de Entrada Criação e Análise de Alternativas Escolha da estrutura organizacional PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO Divisão do trabalho Autoridade e Hierarquia Sistema de comunicação ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DADOS DE ENTRADA Figura 6 Processo de organização Fonte Maximiano 2004 p 112 A estrutura organizacional define a autoridade e as responsabilidades das pessoas como indivíduos e como integrantes de grupos e pode ser representada por um organograma contendo as informações como divisão de trabalho autoridade hierarquia e comunicação MAXIMIANO 2004 C A D E I A D E C O M A N D O A U T O R I D A D E Unidades de trabalho cargos e departamentos Divisão horizontal de trabalho LINHAS DE COMUNICAÇÃO Finanças Marketing Produção Diretoria Figura 7 Organograma e seu significado Fonte adaptada de Maximiano 2004 p 113 UNIDADE 1 30 De acordo com Maximiano 2004 em resumo as decisões mais importantes identifi cam as responsabilidades pela execução das tarefas e definição do sistema de autoridade 1 A divisão do trabalho é o processo por meio do qual uma tarefa é dividida em tarefas menores a responsabilidade pela execução das tarefas é atribuída a pessoas sendo o conjunto de tarefas atribuídas a uma pessoa chamado de cargo 2 Um departamento é agregado de cargos e tem responsabilidade em re lação a uma função da organização produção vendas administração financeira A forma de dividir as tarefas depende de princípios chamados critérios de departamentalização O critério mais simples é o que se baseia no critério funcional e pode evoluir para outros mais complexos como os diversos tipos de organização de projeto departamentos temporários territorial critério geográfico onde cada unidade corresponde a um território por produto produto ou serviço por cliente clientes com necessidades distintas lojas departamentos ou de projetos atividades temporárias eventos aeroportos rodovias etc 3 A autoridade é um direito legal que os chefes ou gerentes têm de in fluenciar o comportamento de seus subordinados podendo ser de linha chefes têm o direito de emitir ordens e esperar a obediência ou adesão das pessoas de assessoria baseada no desempenho de atividades de aconselhamento ou funcional é o poder para determinar o que os ou tros devem fazer e independe das relações Execução O processo de execução consiste em realizar atividades planejadas Depende do tipo de organização objetivos atividades que realiza competência das pessoas disponibilidade de recursos entre outros fatores envolvendo um plano explí cito ou implícito Elaborar planos organizar equipe realizar tarefa operacional ministrar uma aula escrever um livro preparar um trabalho escolar fazem parte das atividades de execução Baseiase também no processo de planejamento e de organização que são seus dados de entrada e muitas vezes se sobrepõem de forma que os planos evoluem à medida que a execução avança MAXIMIANO 2004 Segundo Robbins 2005 p 33 em todas as organizações é tarefa gerencial dirigilas e coordenálas Esta função é chamada também de Direção ou Lide rança Desta forma quando os gerentes motivam os funcionários dirigem as UNICESUMAR 31 atividades dos outros selecionam o canal de comunicação mais eficaz ou solu cionam conflitos entre seus membros estão envolvidos na liderança Ainda de acordo com Maximiano 2004 há várias maneiras de fazer com que uma atividade seja executada pessoalmente junto com um grupo em conjunto com outro indivíduo delegando a outra pessoa ou grupo para que faça a atividade enquanto você controla o desempenho e o fornecimento do produto ou serviço Dirigir é apenas uma estratégia para fazer as atividades acontecerem e a direção pode ser complementada por funções como autogestão coordenação e liderança A Figura 8 representa o processo de execução PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO Aquisição e mobilização de recursos Realização de atividades PROCESSO DE EXECUÇÃO Atividades realizadas Fornecimento de produtos serviços e ideias RESULTADOS Figura 8 Processo de execução Fonte Maximiano 2004 p 121 Controle Segundo Robbins 2005 p 33 a função final desempenhada pelos gerentes é o controle ou seja depois que as metas são fixadas os planos formulados os arranjos estruturais definidos e as pessoas contratadas treinadas e motivadas alguma coisa ainda pode não tomar a direção correta Desta forma para garantir que as coisas caminhem como devem a administração precisa monitorar o desempenho da or ganização O desempenho real deve ser comparado às metas previamente fixadas de forma que os gerentes possam trazer a organização novamente para o seu curso Esse processo de monitorar comparar e corrigir se constitui na função controle Para Maximiano 2004 p 123 o processo de controle é o complemento dos processos de planejamento e execução Ele está ligado à consecução de objetivos para isto seu processo deve informar quais objetivos devem ser atingidos apresen tar seu desempenho em comparação com esses objetivos e o que deve ser feito para assegurar a realização desses objetivos Controlar em essência é um processo de tomar decisões e tem por finalidade manter um sistema na direção desse objetivo com base em informações contínuas sobre as atividades do próprio sistema e sobre o objetivo padrão de controle A Figura 9 representa o processo de Controle UNIDADE 1 32 Comparação de resultados com objetivos e Decisão PROCESSO DE CONTROLE Informações sobre objetivos e resultados DADOS DE ENTRADA DE CONTROLE AÇÃO CORRETIVA OU DE REFORÇO Padrões de controle PROCESSO DE PLANEJAMENTO Objetivos RESULTADOS PROCESSO DE EXECUÇÃO Figura 9 Processo de controle Fonte adaptada de Maximiano 2004 Desta forma é preciso saber o que precisa ser controlado e conhecer os padrões de controle Por exemplo atender um cliente em menos de cinco minutos O padrão de controle é o minuto É importante frisar que o controle depende de muitas informações sobre as atividades que estão sendo executadas e seus re sultados por isto é preciso conhecer o andamento das atividades Por exemplo inspeção visual das atividades cartões de ponto e sistema eletrônicos Como afirma Maximiano 2004 a etapa seguinte consiste em comparar a ação para corrigir ou reforçar a atividade ou desempenho Neste sentido podem ser indicadas três situações desempenho real igual ao esperado abaixo do esperado ou acima do esperado Ao final é preciso que a informação produ zida permita tomar decisões sobre novos objetivos e novos padrões de controle 1 Controle estratégico tem como finalidade acompanhar e avaliar o desempe nho da organização na realização de sua missão e acompanhar os fatores externos que influenciam a organização A partir do controle estratégico produzemse tam bém as informações de análise interna pontos fortes e fracos e externa ameaças UNICESUMAR 33 e oportunidades Desta forma a alta administração define a sua relação desejada com o ambiente ou desempenho desejado dentro de um ambiente definido 2 Controles Administrativos têm como foco a área funcional por exemplo marketing e finanças e produzem informações especializadas que possibili tam a tomada de decisão para cada área A organização também pode fazer o benchmarking comparar seu desempenho com o de outras organizações 3 Controle Operacional tem como foco as atividades e o consumo de recursos em qualquer área funcional sendo os cronogramas e orçamen tos suas principais ferramentas de planejamento e controle operacional De maneira geral as funções administrativas têm as seguintes características apresentadas no Quadro 1 1 Planejamento Estabelecer objetivos e missão Examinar as alternativas Determinar as necessidades de recursos Criar estratégias para alcance dos objetivos 3 Direção Conduzir e motivar os empregados na realização das metas organizacionais Estabelecer comunicação com os trabalhadores Apresentar solução dos conflitos Gerenciar mudanças 2 Organização Desenhar cargos e tarefas específicas Criar a estrutura organizacional Definir posições de staff Coordenar as atividades de trabalho Estabelecer políticas e procedimentos Definir a alocação dos recursos 4 Controle Medir o desempenho Estabelecer comparação do desem penho com padrões Tomar as ações necessárias para melhoria do desempenho Quadro 1 Funções e Características Administrativas Fonte adaptado de Silva 2008 p 10 UNIDADE 1 34 Todas as ações administrativas destinam a alcançar um objetivo atingir uma meta ou resultado Essas atividades estão relacionadas com a eficiência a ação e o que se pretende alcançar é a eficácia o resultado Como aponta Silva 2008 p 17 a eficiência é a medida da utilização dos recursos quando se faz alguma coisa referese à relação entre as entradas e saídas num processo e quanto mais saídas são obtidas com essas entradas maior o grau de eficiência encontrada Já a eficácia está relacionada ao alcance dos objetivos e relacionada com a realização das atividades que provoquem o alcance dessas metas Efciência é operar de modo que os recursos sejam mais adequadamente utilizados SILVA 2008 p 17 Efcácia signifca fazer as coisas certas do modo certo no tempo certo SILVA 2008 p 18 Figura 10 Interrelação entre eficiência e eficácia Fonte adaptada de Silva 2008 Porém conforme afirma o autor Silva 2008 p 18 não basta ser eficiente é preciso ser eficaz Só se é eficaz todavia sendo eficiente isto é os resultados só serão alcançados se trabalhar para isto O Quadro 2 representa algumas diferenciações entre eficiência e eficácia EFICIÊNCIA E EFICÁCIA organizacional UNICESUMAR 35 EFICIÊNCIA EFICÁCIA Ênfase nos meios Ênfase nos resultados Realização das tarefas Alcance dos objetivos Resolução de problemas Acerto na solução proposta Treinamento de funcionários Trabalho realizado corretamente Quadro 2 Elementos diferenciais entre eficiência e eficácia Fonte adaptado de Silva 2008 p18 OS NÍVEIS DA ADMINISTRAÇÃO Até a década de 70 era comum empresas com mais de 10 escalões gerenciais diretores vice assessores gerentes vicegerentes gerente de departamento gerente de seção supervisores mestre líderes de turma etc O processo ad ministrativo e a comunicação eram extremamente fragmentados nessas estru turas Nos anos seguintes e com maior velocidade na década de 80 ganhou força o processo de downsizing que provocou a diminuição das hierarquias reduzindo a três ou quatro níveis efetivos e dos anos 90 em diante tornaram UNIDADE 1 36 se comuns pirâmides achatadas com três níveis alta administração gerência intermediária e supervisão de primeira linha MAXIMIANO 2004 Os administradores realizam o mesmo conjunto de funções e essas são reali zadas nos três níveis na organização no topo alta administração no nível inter mediário gerência intermediária e na área operacional supervisão de primeira linha No topo os administradores são classificados como da alta administração no nível médio e intermediário são classificados como sendo gerentes de média complexidade e no nível operacional são classificados como sendo pertencentes da administração operacional por exemplo as supervisões e chefias Todos esses níveis são considerados administrativos ou gerenciais por estarem diretamente ligados às suas atividades outras pessoas das quais dependem para consecução das atividades SILVA 2008 MAXIMIANO 2004 De acordo com Silva 2008 A alta administração encontrase no topo da pirâmide e é representada pela alta direção ou diretoria presidente e diretorias responsável por di recionar desenvolver políticas estratégias e estabelecimento de metas que são repassadas aos níveis hierárquicos Representa a organização perante a comunidade o governo e outras organizações A média administração está no nível médio da pirâmide organizacio nal é conhecida como gerência de departamento ou gerência de setor Estes planejam organizam dirigem e controlam outras atividades de uma unidade ou subunidade coordenando as atividades de outros gerentes de primeiro nível e outras pessoas não gerentes como por exemplo recep cionistas e assistentes administrativos A administração operacional compreende o primeiro nível e é direta mente responsável pela produção de bens e serviços Constituída por gerentes de venda e chefes de seção este nível representa a ligação entre produção ou operações de cada departamento e a maior parte do tempo gasto pela admi nistração operacional é com a supervisão de pessoas na execução das tarefas UNICESUMAR 37 Além desses três níveis tem o pessoal não administrativo representado pelos trabalhadores da linha de frente que não têm posição gerencial Estes se reportam aos gerentes operacionais e são responsáveis pela execução das tarefas básicas decorrentes da divisão de trabalho De acordo com Silva 2008 outra maneira de classificar os níveis administrativos é a Estratégico que também corresponde à alta Administração determi nando objetivos a serem atingidos a longo prazo e a direção para a orga nização como um todo b Tático correspondendo à média administração ou também chamado de gerência intermediária como aponta Maximiano 2004 coordenando e decidindo que produtos ou serviços serão produzidos no médio prazo c Operacional que corresponde à supervisão ou também chamado de supervisão de primeira linha de acordo com Maximiano 2004 coor denando a execução das tarefas de todo o pessoal operacional A Figura 11 representa esses níveis e suas classificações NÍVEIS DA ADMINISTRAÇÃO Estratégico Tático Operacional Alta Administração Diretoria Média Administração Gerência Administração operacional Supervisão Pessoal não administrativo pessoal de operações Estabelecimento de objetivos política e estratégias organizacionais Implementação das tarefas administrativas coordenação e solução de confitos Direção e supervisão do trabalho do pessoal operacional nos processos de produção Uso das habilidades técnicas para a realização das várias tarefas e atividades da organização Figura 11 Níveis da Administração Fonte elaborada pela autora com base em Maximiano 2004 e Silva 2008 UNIDADE 1 38 Papéis são os conjuntos de expectativas de comportamentos de um indivíduo em situa ções específicas SILVA 2008 p15 pensando juntos Historicamente e resumidamente a Administração era vista como a um con junto de funções b uma série de papéis e c a aplicação de certas habilidades específicas Todas essas abordagens focavam o comportamento do administrador mas cada uma definia este comportamento de uma maneira diferente Deveria estar claro que nenhuma dessas abordagens é independente das outras duas mas está se tornando bastante visível que as funções papéis e habilidades requeridas pelos administradores estão mudando SILVA 2008 COMPETÊNCIAS HABILIDADES E PAPÉIS DO administrador Uma das habilidades específicas e requeridas para o mundo moderno é que o Administrador tome a decisão certa no momento certo O que muitas vezes é crucial para a continuidade dos negócios Herbert Simon apud MAXIMIANO 2006 p 53 na década de 60 afirmou que administrar é sinônimo de tomar decisões e toda ação gerencial tem natureza decisória e não é possível apreender toda a complexidade do mundo quando o UNICESUMAR 39 assunto é a decisão a ser tomada e desta forma compartilha com March o conceito de Racionalidade Limitada que exprime essa incapacidade e propõe o modelo de homem administrativo como sendo aquele que procura tomar as decisões satisfa tórias atendendo aos requisitos mínimos desejados MAXIMIANO 2004 p 54 Desta forma de acordo com Simon apud MAXIMIANO 2006 cada fase de um processo decisório envolve a intelecção ou prospecção análise de um problema ou situação que requer solução b concepção criação de alternativas de solução para um problema ou situação e c decisão julgamento e escolha de uma alternativa Ainda distingue dois tipos de decisões as programadas hábito e rotinas e as não programadas que dispõem de soluções automáticas Como afirma Robbins 2006 p 32 pessoas que estudam e escrevem sobre administração há muito discutem sobre o melhor modo de qualificar o cargo do gerente O desempenho de qualquer papel gerencial independente do nível organizacional depende dessas habilidades E o que representam essas Habilidades De acordo com Katz apud MAXIMIANO 2004 existem três habilidades gerenciais importantes a técnica a humana e a conceitual Cada uma delas é descrita a seguir Habilidade Técnica está relacionada com a atividade específica do gerente e compreende conhecimentos métodos e equipamentos necessários para a realiza ção das tarefas que fazem parte de sua especialidade ou de sua habilidade técnica Exemplo um diretor comercial deve conhecer os produtos e suas aplicações o preço de venda os clientes e saber técnicas de venda Habilidade Humana abrange a compreensão das pessoas e suas necessidades e atitudes O gerente deve ter a capacidade de entender liderar e trabalhar com pessoas Habilidade Conceitual envolve a capacidade de compreender e lidar com a com plexidade organizacional e usar o intelecto para formular estratégias O gerente deve ter criatividade saber planejar ter raciocínio abstrato e entendimento do contexto geral Conforme se sobe na hierarquia segundo Katz apud MAXIMIANO 2004 a importância da habilidade técnica diminui e a habilidade conceitual tornase necessária Para um gerente de supervisão de primeira linha o seu trabalho está di retamente ligado ao operacional e neste caso o conhecimento técnico é muito mais importante do que o de um executivo de alta administração A Figura 12 representa os três tipos de habilidades gerenciais e sua relação com a posição na hierarquia UNIDADE 1 40 Presidente Diretor NÍVEL DO GERENTE NA ORGANIZAÇÃO TEMPO Gerente de primeira linha Funções Gerenciais Funções Técnicas 0 100 Figura 12 Habilidades Gerenciais e Posição Hierárquica Fonte elaborada pela autora com base em Maximiano 2004 Robbins 2005 e Silva 2005 Para Mintzberg apud MAXIMIANO 2004 é preciso ir além da transmissão de conhecimentos e oferecer oportunidades para o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades gerenciais Mintzberg identifica maior número de habilidades que Katz e as associa aos papéis gerenciais que criou o Quadro 3 apresenta os papéis gerenciais e propõe oito habilidades a partir de três categorias de papéis gerenciais 1 Relacionamento com colegas capacidade de estabelecer e manter re lações formais e informais negociação comunicação formal e informal rede de contatos política de compreensão e sobrevivência dentro da es trutura de poder especialmente do mesmo nível hierárquico para aten der aos seus objetivos ou servir a interesses recíprocos 2 Liderança essas habilidades são necessárias para a realização das tarefas que envolvam a equipe de subordinados do gerente 3 Resolução de conflitos habilidade interpessoal de arbitrar conflitos entre pessoas e capacidade de tomar decisões para resolver distúrbios Essa habilidade exige tolerância às tensões 4 Processamentos de informações relacionados a aprender a construir redes informais e desenvolver habilidades de comunicação 5 Tomar decisões em condições de ambiguidade representam as situa ções imprevistas que necessitam de um diagnóstico e exigem a capacidade UNICESUMAR 41 de decidir O gerente em muitas situações lida com inúmeros problemas e precisa tomar as decisões certas em curtos períodos Ambiguidade é o que acontece quando se tem poucas informações para lidar com essas situações 6 Alocação de recursos em algumas situações os recursos são limitados e os gerentes devem decidir quais atividades alocar considerando essa limitação de acordo com as prioridades 7 Empreendedor envolvem a busca de problemas e oportunidades e a implementação controlada de mudanças organizacionais 8 Introspecção relacionamse com a capacidade de reflexão e autoanálise de forma que o gerente seja capaz de entender seu cargo e seu impacto sobre a organização aprendendo com a própria experiência De acordo com Robbins 2005 o termo papéis gerenciais diz respeito a ca tegorias específicas de comportamento gerencial e os dez papéis podem ser agrupados em torno de três temas relações interpessoais transferência de informações e tomada de decisões Maximiano 2004 agrupou os 10 papéis gerenciais em três famílias pa péis interpessoais papéis de informação e papéis de decisão Quadro 3 no qual daremos ênfase nos papéis INTERPESSOAIS abrangem as relações interpessoais dentro e fora da or ganização representadas peloa 1 Figura de Proa o gerente age como um símbolo e representante da or ganização ou seja age como relações públicas 2 Líder presente na maioria das atividades interpessoais nas quais há al guma forma de influência por exemplo com os funcionários e clientes 3 Ligação envolve a teia de relacionamentos e manutenção delas realizando intercâmbio de recursos e informações que permitem ao gerente trabalhar INFORMAÇÃO está relacionada com a obtenção e transmissão de informações dentro e fora das organizações e é representada pelo 4 Monitor o gerente recebe ou procura obter informações que lhe per mitem entender o que se passa na sua organização e no meio ambiente 5 Disseminador dissemina as informações externas para dentro da or ganização 6 Portavoz inverso do papel do disseminador transmite a informação interna para o meio ambiente da organização UNIDADE 1 42 DECISÃO envolve a resolução de problemas e tomada de decisões relacionadas a novos empreendimentos distúrbios alocação de recursos e negociações com representantes de organização e é representada pelo 7 Enterpreneur empreendedor o gerente atua como iniciador e planejador de mu danças controladas e desejadas que incluem melhoramentos na organização iden tificação e aproveitamento de oportunidades de negócios entre outras iniciativas 8 Controlador de distúrbios em situações parcialmente fora do controle o gerente atua como controlador dos eventos imprevistos das crises e conflitos 9 Administrador de recursos coração do sistema este papel é inerente à autoridade formal e está presente em qualquer decisão que o gerente tome e compreende três elementos essenciais como a administrar o próprio tempo b programar o trabalho alheio e c autorizar as decisões tomadas por terceiros 10 Negociador envolve negociações com outras organizações ou indiví duos por exemplo clientes e sindicatos Luthans apud MAXIMIANO 2004 também classifica as atividades ou papéis dos gerentes em quatro categorias funções gerenciais tomada de decisões planejar e controlar comunicação troca e processamento de informações e documentação administração de recursos humanos motivação resolução de conflitos treinamentos e relacionamento ou networking relações sociais e interação com pessoas fora da organização bem como fazer política 1 Empreendedor 2 Controlador de Distúrbios 3 Administrador de Recursos 4 Negociador PAPÉIS DE DECISÃO 8 Monitor 9 Disseminador 10 Portavoz PAPÉIS DE INFORMAÇÃO 5 Figura de Proa 6 Líder 7 Ligação PAPÉIS INTERPESSOAIS Quadro 3 Papéis Gerenciais de Mintzberg Fonte adaptado de Maximiano 2004 Considerando que a maior parte das atividades humanas é realizada por equipes e não por indivíduos é importante frisar que os resultados do desempenho do adminis UNICESUMAR 43 trador são resultados de sua equipe Como resume Grove apud MAXIMIANO 2004 p 61 a produtividade elevada do administrador depende da escolha de atividades de alta alavancagem administrativa as atividades que maximizam a produção Isto envolve planejamento envolvimento evitar desperdícios partilhar conhecimentos delegar acompanhar e alocar tempo em atividades que afetarão as atividades CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezadoa estudante esta unidade foi fundamental para leváloa à reflexão sobre a importância da Administração e por que você deveria conhecêla e estudála Como você pôde perceber a Administração está presente em to dos os aspectos de nossa vida e não somente nos aspectos organizacionais e que independente da Arte de Administrar muito presente no cotidiano das pessoas e gerentes o refinamento das teorias técnicas e práticas apresenta das poderá ser útil para a maioria dos tipos de organização no alcance dos objetivos de maneira mais eficiente e eficaz É consenso o fato de que existem vários autores e conceitos ligados à Adminis tração e organização porém seu conceito é geral e amplo e sintetizase como sendo a Administração uma forma de realizar coisas por intermédio de outras pessoas Além disto foi dada a ênfase na importância da interação da organização com os demais sistemas e subsistemas do ambiente e da própria organização principalmente porque o ambiente organizacional é bastante volátil e é preciso este entendimento amplo interna e externamente à organização para lidar melhor com as mudanças O entendimento sobre o Processo Administrativo nas etapas de Planejamento Organização Direção e Controle foi fundamental para o seu entendimento sobre o desempenho do Administrador uma vez que essas funções representam o cerne da função do Administrador e o caminho para a eficiência e eficácia individual e organizacional Processo este dividido em níveis de Administração estratégico tático e operacional em cada qual presentes características de sua representatividade fun cional Aliados às funções dos administradores foram apresentados os conceitos das habilidades competências e papéis do Administrador e demonstrado como essas ha bilidades e suas decisões podem afetar o seu desempenho no alcance dos resultados Como foi nosso intuito caroa alunoa nesta unidade você certamente obteve uma Visão do Geral da Administração na próxima unidade você apro fundará seus conhecimentos acerca da Evolução da Administração no tempo 44 na prática Considere o seguinte caso baseado em Maximiano 2004 uma empresa observa que seus preços estão mais altos que os da concorrência e há tempos vem perdendo clientes A Diretoria então decide aprimorar seus métodos e processos de trabalho na área de projetos Uma em presa de consultoria é contratada e propõe indicar um grupo de funcionários jovens e de alto potencial para atuarem como consultores internos trainees Após revisão da consultoria foram aprovados para implantação alguns processos de desenvolvimento e fabricação de equipamen tos Quando começaram a implantação os integrantes do grupo perceberam que não seria fácil uma vez que já havia a reação negativa dos funcionários engenheiros e técnicos de montagem efetuaram comentários como a qualidade ficará comprometida vocês não conhecem o pro cesso vocês negligenciaram fatores importantes e não dará certo Um ano depois o projeto ainda era impasse e o prazo de contrato com a empresa de consultoria já havia terminado A empresa reclamava que havia comprado um projeto de aprimoramento e o objetivo não havia sido atingido e a empresa de consultoria alegava que sua responsabilidade terminou com o treinamento dos consultores internos e esses é que não conseguiram implantálo Na diretoria discutiram as seguintes ideias não conseguimos entender deveríamos ter conversado mais antes Por que não deu certo Será que sabotaram o trabalho Confiamos demais na Auditoria O grupo começou motivado agora estão frustrados porque não conseguem implantar nada 1 A partir da leitura do texto responda a Quais os principais problemas no que diz respeito ao Processo Administrativo Justifique sua resposta b Qual sua sugestão para resolver o problema agora Esboce um plano 2 De maneira bastante sucinta apresente o conceito de Administração relacionandoo com os conceitos de eficiência e eficácia 3 Considerando os papéis dos gerentes apresentados por Mintzberg responda qualis dos papelis relacionase com as seguintes situações a Um gerente dissemina as informações apreendidas em um curso sobre altas tecnologias em equipamentos aos seus funcionários e Paulo é responsável por passar o balanço patrimonial para a bolsa de valores e explicitar as informações aos acionistas da empresa b O grupo técnico está em conflitos e não chega a um consenso sobre as decisões de compra e venda dos produtos e o chefe não se faz entender perante seu grupo c A organização está com sérios problemas os funcionários ameaçaram paralisar as atividades ainda este mês 45 eu recomendo Administração e Planejamento Estratégico Autor Paulo Sertek Roberto Ari Guindani Tomas Sparano Martins Editora IBPEX Dialógica Sinopse O livro Administração e Planejamento Estratégico dos autores Sertek Guindani e Martins já está em sua terceira edição e dispõe de uma linguagem simples e exemplos práticos para aqueles que desejam se aprofundar nessa temática Disponível também na Bi blioteca Virtual da UniCesumar Os autores buscam traçar uma linha objetiva de raciocínio em relação aos tópicos de Administração Planejamento e Estratégia onde são apresentadas perspectivas da Administração Estratégica com o foco na globalização e nas mudanças organizacionais com a elaboração de cenários modelos de análises de negócios e a aplicação de técnicas para a formulação de estratégias empresariais livro Prezadoa estudante Acesse o link abaixo e conheça um dos grandes autores da Administração Neste vídeo Chiavenato explica passo a passo todo o processo administrativo já explicitado a você nos últimos parágrafos Conceito da visão sistêmica Link httpswwwyoutubecomwatchvYcDtIvLlG0 filme PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Evolução histórica da teoria da administração A Teoria da Administração Científica A Teoria Administrativa A Teoria da Burocracia As Teorias de Transição A Escola das Relações Humanas A Experiência de Hawthorme A Escola Comportamentalista A Teoria Estruturalista OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Discutir a evolução histórica da teoria da administração Conceituar a abordagem clássica da ad ministração Apresentar a abordagem humanística da administração Discutir sobre os elementos essenciais em negociação PERSPECTIVA CLÁSSICA E HUMANÍSTICA da administração PROFESSOR Me Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque INTRODUÇÃO Caroa alunoa nesta unidade você irá estudar a evolução das teorias da administração De tempos em tempos a humanidade sofre mudanças significativas em seu comportamento social e a Revolução Industrial foi um momento que proporcionou mais uma dessas mudanças O fato da atividade econômica migrar de uma condição de subsistência para es truturas organizacionais complexas de produção praticamente obrigou os gerentes das empresas a estudar alternativas que pudessem melhorar a produtividade com eficiência e eficácia Estas condições favoreceram diversos entusiastas a estudar a administração das empresas e conse quentemente formular teorias Para tanto iniciaremos esta unidade entendendo a evolução histórica da administração e compreendendo o contexto social em que as principais teorias começaram a surgir Cronologicamente as teorias estão elaboradas de acordo com sua importância e seu impacto em relação à administração Des tas a teoria da administração científica foi a primeira a surgir e possibilitou a base para o estudo das demais teorias que a sucederam Seu foco principal era a produção Na sequência temos a teoria administrativa que trata da es trutura organizacional e melhores maneiras de agir nas organizações Temos também a teoria da burocracia que se preocupou com as políticas normas e regras para o bom funcionamento das empresas As teorias de transição vieram para complementar as teorias predecessoras sugerindo que poderia haver influência de comportamento humano nos processos administrativos Para complementar estas hipóteses comportamentais surgiram as teorias das relações humanas e na sequência teorias comportamentalistas Por fim encerrando esta unidade trataremos da teoria estruturalista que procurou inovar contradizendo todas as teorias anteriores Espero que possa aproveitar bem esta unidade e que eu consiga con tribuir para o seu desempenho acadêmico Sucesso Prof Me Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque UNIDADE 2 48 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA administração Administração faz parte do cotidiano em toda natureza Entretanto nós seres humanos talvez sejamos aqueles que na natureza têm consciência da necessida de e importância de se administrar Maximiano 2009 p 16 ressalta o fato de a administração ser praticada desde que o ser humano começou a viver em grupo ou seja há cerca de 6000 anos época esta em que surgiram as cidades Silva 2008 p 78 corrobora com o autor anterior quando coloca a origem de alguns concei tos e práticas da administração moderna terem sido utilizadas por Salomão rei bíblico que coordenou e elaborou acordos de comércio no século X aC O mesmo autor nos coloca que os sacerdotes dos templos sumérios admi nistravam grandes somas de bens e valores por meio de um imenso sistema tributário Esses sacerdotes tinham como obrigação a prestação de contas ao sumo sacerdote o que funcionava como uma espécie de fiscalização admi nistrativa Silva 2008 continua afirmando serem os documentos sumérios descrições de seus inventários onde a escrita seria utilizada primeiramente com fins de controle administrativo e não religioso O povo egípcio é outro exemplo de utilização da administração pelas civili zações antigas Conhecidos pelas construções das pirâmides Maximiano 2009 p18 afirma ter sido a necessidade de construir tamanhas estruturas um desafio em termos de solução de problemas gigantescos de administração e engenharia e cita como exemplo os números da construção da pirâmide de Quéops UNICESUMAR 49 Feita de 2300000 blocos de pedra com peso médio de 25 tonela das cada bloco Originalmente tinha 1465 metros de altura e 230 metros de cada um de seus lados Estimase que 100000 pessoas tenham trabalhado em sua construção Em média a construção da pirâmide envolveu a movimentação de cerca de 270 blocos de pedra de 25 toneladas todos os dias durante 23 anos Silva 2008 p 79 reforça a explicação de Maximiano 2009 colocando a neces sidade dos egípcios em planejamento organização e controle necessários para a construção das pirâmides destacando a importância do planejamento de trans porte alojamento e administração durante o empreendimento Os Babilônios e Assírios são outro exemplo de civilizações antigas que se utilizavam de preceitos administrativos O Código de Hamurabi segundo Silva 2008 p 80 representou um pensamento administrativo que vigorou no período de 2000 a 1700 aC Conforme o autor apresenta este código apresenta uma visão administrativa como Salários mínimos se um homem alugar um trabalhador do campo pagarlheá 8 gus de cereal por ano Controle se um homem entregar a outro prata ouro ou qualquer coisa em depósito seja o que for mostráloá a uma testemunha combinará os termos do contrato e fará então o depósito Responsabilidade se um comerciante de vinhos permitir que homens turbulentos se reúnam em sua casa e não os expulsar Será morto O pedreiro que constrói uma casa que desmorona e mata seus residentes será condenado à morte HARPER 1904 apud SILVA 2008 p 80 Há muito tempo conhecidos por sua sabedoria os chineses são outro exemplo de povos antigos que já se utilizavam de alguma forma de planejamento orga nização direção e controle PODC Silva 2008 relata a respeito de antigos documentos de Chow e de Mencius que fazem referência ao PODC Assim conforme Silva 2008 p 81 na China há mais de 3 mil anos foram estabele cidos conceitos com um tom administrativo contemporâneo de organização cooperação funções procedimentos e técnicas de controle Maximiano 2009 resgata a obra A arte da guerra de Sun Tzu como um tratado militar voltado para o planejamento comando doutrina entre outros assuntos os quais sobre viveram e se mantiveram atuais à passagem dos séculos UNIDADE 2 50 O povo grego conhecido pela sua cultura voltada às artes também se destaca como povo antigo que influenciou a administração das organizações Maximiano 2009 des taca alguns dos princípios gregos como democracia estratégia igualdade de todos pe rante a lei ética na administração pública raciocínio metódico e qualidade Silva 2008 lembra o fato do método científico grego ter influenciado Taylor pai da administração moderna Gilberth Fayol e outros estudiosos das teorias administrativas e coloca o fato dos gregos reconhecerem muito cedo o princípio de que a produção máxima se obtém por meio do uso de métodos uniformes com ritmo estipulado e algo mais No auge de seu império Maximiano 2009 nos conta que Roma controlava uma população de 50 milhões de pessoas em um território que compreendia entre a Ingla terra o Oriente próximo e o norte da África Silva 2008 lembra que a ciência da admi nistração muito aprendeu com os êxitos e equívocos de Roma na área da organização o que foi na realidade a primeira experiência mundial de organização de um império verdadeiramente grande Maximiano 2009 p 23 reforça Silva colocando que a capacidade de construir e manter o Império e as instituições mui tas das quais ainda vivem é evidência das habilidades administrati vas dos romanos A má administração no entanto ajudou a destruir Roma no final de seu longo período de glória Os Hebreus também uma civilização da antiguidade nos deixaram exemplos da im portância da administração Para Silva 2008 nenhum outro povo em toda a história da humanidade exerceu tamanha influência sobre a civilização com uma possível exceção dos gregos O autor cita Moisés um grande líder hebreu e um administrador cujas habilidades no governo na legislação e nas relações humanas o tornaram figura de destaque sendo o responsável pela libertação dos escravos do Egito Outro exemplo de organização administrativa vem da Igreja Católica Silva 2008 fala da necessidade de se criar uma organização com mais rigor em seus objetivos doutrinas e conduta das atividades cristãs tendo em vista o franco crescimento dessa organização religiosa e que continua viva até os dias de hoje Durante a Idade Média a cidade de Veneza do século XV contava com uma grande frota mercante privada Silva 2008 pp 8788 diz que foi aberto um estaleiro para fins de defesa O Arsenal tinha um propósito triplo fabricar e montar galeras de guerra armas e equipamentos armazenar materiais e equipamentos UNICESUMAR 51 A TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO científica até quando fosse necessário e consertar e reequipar navios já ma nufaturados Para reduzir os custos e aumentar a eficiência os vene zianos que dirigiam o Arsenal desenvolveram e empregaram uma série de técnicas administrativas que ainda estão em uso atualmente Essas técnicas incluíam uma linha de montagem treinamento de pessoal e sistemas de recompensa padronização controle contábil controle de estoques controle de custos e controle de armazéns Por fim chegamos ao período da Revolução Industrial onde a mecanização da indústria traz profundas transformações socioeconômicas e culturais modifican do para sempre a sociedade obrigando que a administração passe a ser tratada como ciência e suas teorias evoluam para o que conhecemos hoje Como vimos anteriormente a Revolução Industrial trouxe profundas mudanças na sociedade da época A migração da zona rural para as cidades cresceu de ma neira desordenada trazendo caos social na região urbana Tal crescimento também aconteceu com as organizações Indústrias cada vez maiores recrutavam muitos trabalhadores que cumpriam jornadas de trabalho de 14h sem nenhum tipo de benefício social e recebendo salários muito baixos Este cenário representava pro UNIDADE 2 52 blemas sociais muito graves condições de trabalho insalubres e uma produtividade muito irregular sendo agravada por uma alta taxa de rotatividade de pessoal Para tentar reverter esta situação alguns estudiosos começaram a desenvolver metodologias em uma tentativa de diminuir a ineficiência do processo produtivo nas organizações dando início ao que ficou conhecido como a escola da adminis tração científica Silva 2008 p 108 lembra que os princípios da administração científica se basearam na estrutura formal e nos processos das organizações ou seja a preocupação central estava como foi dito anteriormente nos processos e suas maneiras de serem conduzidos buscando sempre aumentar a eficiência e eficácia O principal representante desse período foi Frederick W Taylor que ficou conhe cido como o pai da administração científica Segundo Silva 2008 pp 108109 Frederick Winslow Taylor 18561915 nasceu de uma família Qua ker na Pensilvânia nos Estados Unidos Taylor revolucionou os processos tradicionais dos métodos de trabalho por meio da aplicação de métodos científicos em várias empresas norteamericanas Taylor não possuía treinamento em administração e se baseava somente em suas investigações sobre o que deveria ser feito Além de proporcionar maiores lucros aos patrões e de valorizar o trabalho dos operários isso assegurou a todos uma prosperidade mútua que se refletiu satisfatoriamente na própria riqueza do país Taylor estimou que a produção de cada operário era somente um terço do que poderia ser A essa restrição de produção ele denomi nou vadiagem sistemática Taylor culpou a administração e não os operários porque era fun ção dos gerentes projetar atividades de maneira apropriada e ofere cer incentivos adequados para estimular a produção dos operários Entre as contribuições de Taylor as mais conhecidas são as publicadas no livro Princípios da administração científica onde segundo Maximiano 2009 p 35 1 O objetivo da boa administração era pagar salários altos e ter baixos custos de produção 2 Com esse objetivo a administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas UNICESUMAR 53 3 Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e treinados de maneira que as pessoas e as tarefas fossem compatíveis 4 Deveria haver uma atmosfera de íntima e cordial cooperação entre a ad ministração e os trabalhadores para garantir um ambiente psicológico favorável desses princípios Chiavenato 1993 p 64 reforça o autor anterior citando o que Taylor chamou de organização racional do trabalho ORT 1 Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos 2 Estudo da fadiga humana 3 Divisão do trabalho e especialização do operário 4 Desenho de cargos e tarefas 5 Incentivos salariais e prêmios de produção 6 Conceito de homo economicus 7 Condições ambientais de trabalho 8 Padronização de métodos e de máquinas 9 Supervisão funcional A ORT é a base da ciência administrativa desenvolvida por Taylor e influen ciou todos os demais estudos da administração que surgiram a partir de então pelos seguidores de Taylor Henry Ford foi um dos seguidores de Taylor que talvez tenha conseguido o maior destaque entre todos os demais Maximiano 2009 p 36 lembra o fato do Taylorismo ter se desenvolvido em uma época de notável expansão da indústria e junto com outra inovação revolucionária do início do século a linha de montagem de Henry Ford Entretanto não foi só por sua inova ção na produção que destacamos Ford seu modelo administrativo também chamava a atenção Dividia o trabalho tornandoo repetitivo e contínuo ba seado principalmente nos princípios da produtividade da intensificação e da economicidade onde Silva 2008 p 120 nos explica O princípio da produtividade recomenda o máximo de produção dentro de um período determinado com distribuição do ganho para o empre gador para o empregado e para o consumidor pela redução de custos que se transforma em redução de preços UNIDADE 2 54 O princípio da intensificação consiste em aumentar a velocidade rotatória do capital circulante visando pouca imobilização dele e grande rapidez em sua recuperação o capital de giro é obtido dos próprios consumidores O princípio da economicidade referese a reduzir ao mínimo o volume de ma tériaprima em curso de transformação uma vez que o tempo é a expressão da energia humana e o estoque representa trabalho humano armazenado Utilizandose desses princípios Ford conseguiu otimizar sua eficácia produtiva de maneira significativa Silva 2008 destaca o tempo de diminuição de produção de um automóvel de aproximadamente 12 horas para 84 minutos Com sua filosofia de produção em massa preços baixos altos salários e organização eficiente do trabalho destacandose aí a rapidez de fabrica ção Henry Ford apresentou ao mundo o maior exemplo de administra ção eficiente e individual que a história conhece SILVA 2008 p 121 Apesar dos grandes avanços que os estudos da administração científica implemen tados por Taylor e seus seguidores conseguiram estes também foram alvos de crí ticas principalmente por destacar o fato da administração científica lidar somente com aspectos mecânicos desconsiderando os aspectos humanos da produção Silva 2008 p 122 aponta as críticas ao sistema de Taylor resumido em dois grupos Mecanização desestimula a iniciativa pessoal do operário tornandoo parte da máquina não considerando os seus aspectos psicossociais Esgotamento físico resultado frequente da ânsia do operário em realizar mais do que o previsto para aumentar seu pagamento Como consequência esse sistema tende a Especializar demasiadamente a produção do operário tornandoo apêndice da máquina Destruir a iniciativa própria e de algum modo o relacionamento interpessoal Atomizar o trabalho em demasia minimizando as aptidões dos operários Mesmo com críticas é preciso ressaltar a importância de Taylor como o precursor dos estudos avançados da administração e da transformação organizacional que ele proporcionou possibilitando que outros estudiosos dessem continuidade em seus estudos e aprimorassem pontos em suas teorias de modo a perdurar com o desenvolvimento das teorias administrativas UNICESUMAR 55 A TEORIA ADMINISTRATIVA Henry Fayol ao lado de Taylor foi um dos mais proeminentes estudiosos da ad ministração A maioria de suas propostas são utilizadas ainda hoje por isso ele é considerado o pai da administração moderna Maximiamo 2009 p 38 relata que Fayol chegou a diretorgeral de uma empresa de mineração em 1888 A empresa estava à beira da falência mas quando Fayol se aposentou em 1918 sua situação financeira era sólida Esse resul tado ele atribuiu a seu sistema de administração uma ideia que se dividia em três partes principais A administração é uma função distinta das demais funções como finanças produção e distribuição A administração é um processo de planejamento organização comando coordenação e controle O sistema da administração pode ser ensinado e aprendido Fayol foi o primeiro a dividir a teoria administrativa em elementos ou seja para ele toda organização possui seis funções fundamentais apresentadas por Silva 2008 p 134 1 Atividades técnicas relacionadas com a transformação e produção de bens produtos e serviços UNIDADE 2 56 2 Atividades comerciais relacionadas com as transações de compra venda e permuta 3 Atividades financeiras relacionadas com a captação e bom uso do capital 4 Atividades contábeis relacionadas com os controles e registros das des pesas organizacionais como inventários balanços custos e estatísticas 5 Atividades de segurança relacionadas com a preservação e proteção das pessoas e dos bens 6 Atividades administrativas relacionadas com a integração de todas as opera ções da organização as atividades administrativas coordenam e sincronizam as atividades anteriores tendo portanto interferência influência sobre elas Para Fayol a função administrativa é a mais importante e deve ser dividida em previsão organização comando coordenação e controle detalhadas por Silva 2008 p 135 Previsão tentativa de avaliar o futuro por meio de um plano e fazer pro visões para realizar esse plano essa função deu origem à função de pla nejamento A previsão comporta três aspectos projeção o futuro é uma continuação do passado predição o futuro não é continuação do pas sado por fatores fora do controle da empresa e planejamento o futuro não é continuação do passado mas por fatores sob controle da empresa Organização mobilização dos recursos humanos e materiais para trans formar o plano em ação Comando estabelecimento de orientações para os empregados e obten ção das coisas feitas Coordenação obtenção da unificação e harmonia de todas as atividades e esforços Controle verificação de que as coisas aconteçam em conformidade com as regras estabelecidas e expressas pelo comando Esta função evoluiu e atualmente é conhecida como PODC Planejamento Organização Direção e Controle sendo um dos conceitos teóricos mais importantes da administração A teoria da administração para Fayol também conta com 14 princípios gerais e segundo Silva 2008 são ainda considerados por grande parte dos adminis tradores úteis na prática administrativa contemporânea Escritos em 1916 são apontados por Silva 2008 p 136 UNICESUMAR 57 1 Divisão de trabalho Fayol propôs a especialização do trabalho como a melhor maneira de usar os recursos humanos da organização 2 Autoridade e responsabilidade a autoridade é o direito de dar ordens e o poder para a exata obediência A responsabilidade envolve ser confiável e desse modo está naturalmente associada à autoridade 3 Disciplina significa a necessidade de esforço comum dos trabalha dores de maneira ordenada punições entretanto deveriam se apli cadas criteriosamente 4 Unidade de comando os trabalhadores deveriam receber ordens de um gerente somente 5 Unidade de direção a organização deve se mover em uma direção e um objetivo comum 6 Subordinação do interesse individual ao interesse geral os interesses de uma pessoa ou grupo não deveriam prevalecer sobre os inte resses da organização 7 Remuneração de pessoal o pagamento deveria ser justo não explorativo e recompensar o bom desempenho 8 Centralização os graus de centralizaçãodescentralização adotados depen dem de cada organização específica na qual o gerente está trabalhando 9 Cadeia escalar respeito a autoridade correspondente à posição hierárquica 10 Ordem um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar 11 Equidade todos os empregados deveriam ser tratados o mais igual mente possível 12 Estabilidade do pessoal no cargo a retenção dos trabalhadores mais pro dutivos deveria ser alta prioridade da administração 13 Iniciativa os administradores deveriam encorajar a iniciativa do trabalhador 14 Espírito de equipe os administradores deveriam enfatizar a harmonia e a boa vontade geral entre os empregados Silva 2008 p137 ainda nos lembra nas palavras de Fayol que não existe nada rígido ou absoluto quando se trata de problemas de administração é tudo uma questão de proporção UNIDADE 2 58 Considerada por muitos a grande vilã da organização a burocracia é essencial para a administração das empresas Silva 2008 coloca que a burocracia como forma de organização das atividades humanas é muito antiga entretanto como teoria desenvolvida com objetivos específicos só surgiu com Max Weber O surgimento da teoria da burocracia para a administração se deu por volta dos anos 1940 e conforme Chiavenato 1993 pp 410411 em função princi palmente dos seguintes aspectos a A fragilidade e parcialidade tanto da teoria clássica como da teoria das relações humanas ambas oponentes e contraditórias ente si mas sem pos sibilitarem uma abordagem global integrada e envolvente dos problemas organizacionais Ambas revelam dois pontos de vista extremistas e incom pletos sobre a organização gerando a necessidade de um enfoque mais am plo e completo tanto da estrutura como dos participantes da organização b Tornouse necessário um modelo de organização racional capaz de ca racterizar todas as variáveis envolvidas bem como o comportamento dos membros dela participantes e aplicável nãosomente à fábrica mas a todas as formas de organização humana e principalmente às empresas c O crescente tamanho e complexidade das empresas passou a exigir mo delos organizacionais mais bem definidos Alguns historiadores verifi caram que a indústria em grande escala depende da sua organização da administração e do grande número de pessoas com diferentes habilida A TEORIA DA BUROCRACIA UNICESUMAR 59 des Milhares de homens e mulheres devem ser colocados em diferentes setores de produção e em diferentes níveis hierárquicos os engenheiros e administradores no alto da pirâmide e os operários na base Devem executar tarefas específicas devem ser dirigidos e controlados d O ressurgimento da Sociologia da Burocracia a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber o seu criado Segundo essa teoria um homem pode ser pago para agir e se comportar de certa maneira preestabelecida a qual lhe deve ser explicada com exatidão muito minuciosamente e em hipótese alguma permitindo que suas emoções interfiram no seu desem penho A Sociologia da Burocracia propôs um modelo de organização e os administradores não tardaram em tentar aplicálo na prática em suas empresas A partir daí surge a Teoria da Burocracia na Administração Estudada sistematicamente por Max Weber este criou aquilo que ele julgava ser a burocracia ideal Silva 2008 p 147 lembra que os estudos de Weber procuravam estabelecer estrutura estabilidade e ordem às organizações por meio de uma hie rarquia integrada de atividades especializadas definidas por regras sistemáticas Como concebida originalmente a burocracia tinha as seguintes caracterís ticas SILVA 2008 p 147 1 Divisão de trabalho 2 Hierarquia de autoridade 3 Racionalidade 4 Regras e padrões 5 Compromisso profissional 6 Registros escritos 7 Impessoalidade A burocracia com essas características faz com que a organização responda com consequências previsíveis em seu funcionamento sempre em busca da maior eficiência Entretanto esta previsibilidade burocrática leva à ineficiência O próprio Weber notou a fragilidade da estrutura burocrática que enfrenta um dilema típico de um lado existem pressões constantes de forças exteriores para encorajar o burocrata a seguir outras nor mas diferentes das da organização e de outro lado o compromisso UNIDADE 2 60 dos subordinados com as regras burocráticas tende a se enfraque cer gradativamente A organização para ser eficiente exige um tipo especial de legitimidade racionalidade disciplina e limitação de alcance CHIAVENATO 1993 p 429 Estudando com mais profundidade essas imprevisibilidades Merton 1968 apud CHIAVENATO 1993 p 431 deu o nome de disfunções da burocra cia para designar as anomalias de funcionamento responsáveis pelo sentido pejorativo que o termo burocracia adquiriu junto aos leigos no assunto Ba sicamente as disfunções da burocracia são 1 Internalização das regras e exagerado apego aos regulamentos 2 Excesso de formalismo e de papelório 3 Resistência a mudanças 4 Despersonalização do relacionamento 5 Categorização como base do processo decisorial 6 Superconformidade às rotinas e procedimentos 7 Exibição de sinais de autoridade 8 Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público Mesmo com os problemas que a burocracia pode acarretar em uma organização é preciso que fique claro ser praticamente impossível administrar organizações a partir de um determinado tamanho tendo em vista a complexidade que a estru tura organizacional vai adquirindo com o decorrer do tempo Chiavenato 1993 p 462 conclui que apesar de todas as limitações e restrições a burocracia é talvez uma das melhores alternativas de organização provavelmente muito superior a várias outras alternativas tentadas no decorrer do século XX UNICESUMAR 61 Como você deve ter percebido até este momento os estudiosos da administração têm mantido sua atenção a questões estruturais da organização Taylor e Ford focaram na produção Fayol e Weber se ateram na estrutura organizacional ou seja nenhum deles se aprofundou em questões humanas Dois estudiosos Mary Parker Follet e Chester Barnard foram os primeiros a perceberem a existência de correlação entre a eficiência organizacional e o comportamento humano Silva 2008 p 172 comenta que Follet tentou imple mentar uma filosofia de administração baseada na tese de que qualquer sociedade duradoura produtiva deveria se fundamentar no reconhecimento de desejos motivacionais do indivíduo do grupo O que Mary Parker percebeu antes dos demais estudiosos foi o fato do ser huma no ter necessidade de convívio social e principalmente ser aceito pelo grupo do qual faz parte tanto que em 1920 ainda segundo Silva 2008 ela apresentou a tese de que só poderia encontrar o verdadeiro homem na organização do grupo onde suas poten cialidades individuais permaneçam até que elas sejam liberadas pela vida do grupo Follet também percebeu que os problemas enfrentados pelos gerentes das gran des empresas eram muito parecidos com os dos administradores públicos poder controle participação e conflito Desta forma para ela o objetivo da administração é conseguir integrar as pessoas com a coordenação de suas atividades uma vez que a coordenação era o núcleo central da administração e como Silva 2008 p 173 mostra Mary Parker Follet expõe isso por meio de quatro princípios A TEORIA DA DE TRANSIÇÃO UNIDADE 2 62 1 Coordenação pelo contato direto entre os diversos níveis na organização 2 Coordenação do processo de planejamento que deve envolver os parti cipantes desde o início do processo 3 Coordenação pelos relacionamentos recíprocos em que todas as partes influenciam e são influenciadas por outros 4 Coordenação como um processo contínuo que não deve ter fim como função administrativa nas organizações Outro ponto que merece destaque por seus aspectos originais concebidos por Follet foi a lei da situação Silva 2008 p 173 expõe que para ela a situação con creta é que governa as ordens a serem dadas e a atenção que as pessoas darão a essas ordens ou seja é necessário que se afastem os elementos subjetivos como vontade pessoal do chefe de modo que a própria situação determine o que é certo ou errado Este tipo de controle passa a responsabilidade para o grupo onde de acordo com a teoria de Follet é o grupo que tem o poder de decisão sobre como tratar as ordens recebidas da gerência Esta forma de atuação sugere substituir a coerção pela coação de modo a mudar os conceitos de autoridade e de poder desenvolvendo o poder com em vez do poder sobre Silva 2008 p 174 resume os aspectos relevantes da filosofia de Mary Parker Follet em A redução do conflito por meio de uma integração de interesses A obediência à lei da situação para a integração do trabalho A elaboração de processos psicológicos básicos para a integração dos indivíduos no grupo de trabalho Assim como Mary Parker Follet Chester Barnard também orbitou seus estudos da adminis tração levando em consideração aspectos do comportamento humano Segundo Silva 2008 p 176 Barnard desenvolveu estudos e teorias de organização cujo propósito era estimular o exame da natureza dos sistemas cooperativos Para Barnard conforme Silva 2008 p 176 a organização influencia as pessoas por meio do controle exercido por seus executivos modifi cando seus comportamentos Se a cooperação resultar em processo a meta será alcançada O que Barnard sugere é relacionar eficiênciaeficácia com o alcance de obje tivos pessoaisorganizacionais ou seja Um sistema formal de cooperação requer um objetivo ou um pro pósito se a cooperação resultar em processo a meta será alcançada e o sistema será eficaz O conceito de eficiência é diferente eficiência UNICESUMAR 63 cooperativa é o resultado das eficiências individuais desde que a cooperação seja dirigida somente para satisfazer motivos indivi duais SILVA 2008 p 176 Para que você possa entender melhor quando o indivíduo alcança objetivos pes soais este está sendo eficiente ao passo que o mesmo indivíduo se torna eficaz quando alcança os objetivos organizacionais Finalmente tanto Follet como Barnard buscavam desenvolver os meios para integrar as pessoas e as organizações Follet focalizou mais as pes soas e como elas podiam direcionar seus esforços para os objetivos Barnard estudou tanto a parte formal quanto a informal das orga nizações SILVA 2008 p 179 A ESCOLA DAS RELAÇÕES RELAÇÕES HUMANAS a experiência de Hawthorne Como vimos anteriormente os estudiosos da administração vinham preocu pandose apenas com o processo de produção dentro das organizações Apesar de todos os esforços despendidos os administradores continuavam enfrentan do dificuldades em melhorar a eficiência e eficácia organizacional As teorias existentes não estavam conseguindo sanar todos os problemas Por causa disso UNIDADE 2 64 algumas teorias começaram a relacionar o comportamento humano com a pro dutividade Mary Parker Follet e Chester Barnard foram os primeiros a tentarem essa abordagem É neste mesmo período que surge o que ficou conhecido como a psicologia industrial uma tentativa de suprir as lacunas deixadas por Taylor em suas teorias da administração científica Silva 2008 relata que a psicologia industrial foi desenvolvida por Hugo Munsterberg que procurou combinar as habilidades dos novos empregados com as demandas de trabalho da organização Em resumo a psicologia do trabalho da época se apoiava em dois fatores 1 Análise e adaptação do trabalhador ao trabalho em que os estudos predo minantes eram sobre processo de seleção do pessoal métodos de apren dizagem do trabalho e fadigaacidentes no trabalho 2 Análise e adaptação do trabalho ao trabalhador em que os temas predo minantes eram sobre o estudo da motivação da liderança e os relaciona mentos interpessoais nas empresas SILVA 2008 p 185 Munsterberg se destaca por ter sido o primeiro a pensar a eficiência e eficácia da administração científica com foco no indivíduo e nos benefícios sociais obtidos por meio da aplicação do método científico Depois de Munsterberg muitos outros estudiosos apareceram A Experiência de Hawthorne Nenhuma outra experiência relacionada à administração no início do século XX teve tanto destaque quanto a experiência de Hawthorne Maximiano 2009 p 44 destaca o fato desta experiência ter sido um dos eventos mais importantes na história do enfoque comportamental na administração sendo que esta revelou a importância do grupo sobre o desempenho dos indivíduos e deu a partida para os estudos sistemáticos sobre o sistema social das organizações O mesmo autor continua apontando que a experiência de Hawthorne demonstrou que o princi pal fator determinante da produtividade era o comportamento dos funcionários MAXIMIANO 2009 p 44 Este estudo que aconteceu na empresa Western Eletric em 1923 foi divi dido em 4 fases Confira na sessão Aprimorese as características de cada fase e as conclusões sobre tais apresentadas por Chiavenato 2003 65 aprimorese PRIMEIRA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE Na primeira fase da experiência foram escolhidos dois grupos de operários que faziam o mesmo trabalho e em condições idênticas um grupo de observação trabalhava sob intensidade de luz variável enquanto o grupo de controle tinha intensidade constante Pretendiase conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários Os observadores não encontraram correlação di reta entre ambas as variáveis mas verificaram desapontados a existência de uma variável difícil de ser isolada denominada fator psicológico os operários reagiam à experiência de acordo com suas suposições pessoais ou seja eles se julgavam na obrigação de produzir mais quando a intensidade de iluminação aumentava e o contrário quando diminuía Comprovouse a preponderância do fator psicológico sobre o fator fisiológico a eficiência dos operários é afetada por condições psico lógicas Reconhecendo o fator psicológico apenas quanto à sua influência negativa os pesquisado res pretenderam isolálo ou eliminálo da experiência por considerálo inoportuno SEGUNDA FASE DA EXPERIÊNCIA DA HAWTHORNE A segunda fase da experiência começou em 1927 Foi criado um grupo de observação ou gru po experimental cinco moças montavam os relês enquanto uma sexta operária fornecia as peças para abastecer o trabalho A sala de provas era separada do departamento onde estava o grupo de controle por uma divisão de madeira O equipamento de trabalho era idêntico ao utilizado no departamento apenas incluindo um plano inclinado com um contador de peças que marcava a produção em fita perfurada A produção foi o índice de comparação entre o grupo experimental sujeito a mudanças nas con dições de trabalho e o grupo de controle trabalho em condições constantes O grupo experimental tinha um supervisor como no grupo de controle além de um observador que permanecia na sala e observava o trabalho e assegurava o espírito de cooperação das moças Elas foram convidadas para participar na pesquisa e esclarecidas quanto aos seus objetivos determinar o efeito de certas mudan ças nas condições de trabalho períodos de descanso lanches redução no horário de trabalho etc Eram informadas a respeito dos resultados e as modificações eram antes submetidas a sua aprovação Insistiase para que trabalhassem dentro do normal e que ficassem à vontade no trabalho A pesquisa com o grupo experimental foi dividida em 12 períodos para observar sua produção 66 aprimorese 1 Este período durou duas semanas Foi estabelecida a capacidade produtiva em condi ções normais de trabalho 2400 unidades semanais por força que passou a ser com parada com a dos demais períodos 2 Este período durou cinco semanas O grupo experimental foi isolado na sala de pro vas mantendose as condições e o horário de trabalho normais e medindose o ritmo de produção Serviu para verificar o efeito da mudança de local de trabalho 3 Neste período modificouse o sistema de pagamento No grupo de controle havia o pagamento por tarefas em grupo Os grupos eram numerosos compostos por mais de cem moças as variações de produção de cada moça eram diluídas na produção e não se refletiam no salário individual Separouse o pagamento do grupo experi mental e como ele era pequeno os esforços individuais repercutiam diretamente no salário Esse período durou oito semanas Verificouse aumento de produção 4 Este período marca o início da introdução de mudanças no trabalho um intervalo de cinco minutos de descanso no período da manhã e outro igual no período da tarde Verificouse novo aumento de produção 5 Neste período os intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos cada verificandose novo aumento de produção 6 Neste período introduziuse três intervalos de cinco minutos na manhã e três à tarde A pro dução não aumentou havendo queixas das moças quanto à quebra do ritmo de trabalho 7 Neste período voltouse a dois intervalos de dez minutos em cada período servindo se um lanche leve A produção aumentou novamente 8 Neste período foram mantidas as mesmas condições do período anterior e o grupo experimental passou a trabalhar até às 16h30min e não até às 17 horas como o grupo de controle Houve acentuado aumento da produção 9 Neste período o grupo experimental passou a trabalhar até às 16 horas A produção permaneceu estacionária 10 Neste período o grupo experimental voltou a trabalhar até às 17 horas como no 7º período A produção aumentou bastante 11 Neste período estabeleceuse a semana de cinco dias com sábado livre A produção diária do grupo experimental continuou a subir 12 Neste período voltouse às mesmas condições do 3º período tirandose todos os be 67 aprimorese nefícios dados com o assentimento das moças Esse período último e decisivo durou 12 semanas Inesperadamente a produção atingiu um índice jamais alcançado ante riormente 3000 unidades semanais por moça As condições físicas de trabalho foram iguais nos 7º 10º e 12º períodos Contudo a produção aumentou seguidamente de um período para o outro No 11º período um ano após o início da experiência os pesquisadores perceberam que os resultados eram estranhos Havia um fator psicológico que já havia aparecido na experiência anterior sobre iluminação A experiência da sala de montagem de relés trouxe as seguintes conclusões a as moças gostavam de trabalhar na sala de provas porque era divertido e a supervisão branda ao contrário da supervisão de controle rígido na sala de montagem permitia trabalhar com liberdade e menor ansiedade b havia um ambiente amistoso e sem pressões no qual a conversa era permitida o que aumentava a satisfação no trabalho c não havia temor ao supervisor pois esse funcionava como orientador d houve um desenvolvimento social do grupo experimental As moças faziam amizades entre si e tornaramse uma equipe e o grupo desenvolveu objetivos comuns como o de aumentar o ritmo de produção embora fosse solicitado a trabalhar normalmente TERCEIRA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE Preocupados com a diferença de atitudes entre as moças do grupo experimental e as do grupo de controle os pesquisadores se afastaram do objetivo inicial de verificar as condições físicas de traba lho e passaram a se fixar no estudo das relações humanas no trabalho Verificaram que no grupo de controle as moças consideravam humilhante a supervisão vigilante e constrangedora Apesar de sua política pessoal aberta a empresa pouco ou nada sabia acerca dos fatores determinantes das atitu des das operárias em relação à supervisão aos equipamentos de trabalho e à própria organização Assim em 1928 iniciouse o Programa de Entrevistas Interviewing Program com os empregados para conhecer suas atitudes e sentimentos ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e tratamento que recebiam bem como ouvir sugestões a respeito do treinamento dos supervisores O programa foi 68 aprimorese bem recebido entre operários e supervisores e os resultados se mostraram animadores Em função disso foi criada a Divisão de Pesquisas Industriais para ampliar o programa de entrevistas e entrevistar anualmente todos os empregados Para uma empresa com mais de 40000 empregados o plano se revelou ambicioso Entre 1928 e 1930 foram entrevistados cerca de 21126 empregados Em 1931 adotouse a técnica da entrevista nãodiretiva que permitia que os operários fa lassem livremente sem que o entrevistador desviasse o assunto ou tentasse impor um roteiro prévio Com a organização informal os operários se mantêm unidos através de laços de leal dade Quando o operário pretende também ser leal à empresa essa lealdade dividida entre o grupo e a companhia traz conflito tensão inquietação e descontentamento Para estudar esse fenômeno os pesquisadores desenvolveram uma quarta fase da experiência QUARTA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE Foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em uma sala especial com condições de trabalho idênticas às do departamento Um observador ficava dentro da sala e um entrevista dor do lado de fora entrevistava o grupo Essa experiência visava analisar a organização infor mal dos operários O sistema de pagamento era baseado na produção do grupo havendo um saláriohora com base em fatores e um salário mínimo horário para o caso de interrupções na produção Os salários só podiam ser maiores se a produção total aumentasse Assim que se familiarizou com o grupo experimental o observador pôde constatar que os operários dentro da sala usavam várias artimanhas logo que os operários montavam o que julgavam ser a sua produção normal reduziam seu ritmo de trabalho Os operários passaram a apresentar certa uniformidade de sentimentos e solidariedade grupal O grupo desenvolveu métodos para as segurar suas atitudes considerando delator o membro que prejudicasse algum companhei ro e pressionando os mais rápidos para estabilizarem sua produção por meio de punições simbólicas Essa quarta fase permitiu o estudo das relações entre a organização informal dos empregados e a organização formal da fábrica A Experiência de Hawthorne foi suspensa em 1932 por motivos financeiros Sua in fluência sobre a teoria administrativa foi fundamental abalando os princípios básicos da Teoria Clássica então dominante 69 aprimorese CONCLUSÕES DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE A Experiência de Hawthorne proporcionou o delineamento dos princípios básicos da Escola das Relações Humanas Suas conclusões são as seguintes a O nível de produção é resultante da integração social O nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empregado como afirmava a Teoria Clássica mas por normas sociais e expectativas grupais É a capaci dade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido Quanto maior a integração social no grupo de trabalho tanto maior a disposição de produzir Se o empregado apresentar excelentes condições físicas e fisiológicas para o trabalho e não estiver socialmente integrado sua eficiência sofrerá a influência de seu desajuste social b Comportamento social dos empregados O comportamento do indivíduo se apóia totalmente no grupo Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos mas como membros de grupos A qualquer desvio das normas grupais o trabalhador sofre punições sociais ou morais dos colegas no intuito de se ajustar aos padrões do grupo Enquanto os padrões do grupo permanecerem imutáveis o indivíduo resistirá a mudanças para não se afastar deles c Recompensas e sanções sociais O comportamento dos trabalhadores está condicionado a normas e padrões sociais Os operá rios que produziram acima ou abaixo da norma socialmente determinada perderam o respeito e a consideração dos colegas Os operários preferiram produzir menos e ganhar menos a pôr em risco suas relações amistosas com os colegas Cada grupo social desenvolve crenças e expectativas em relação à Administração Essas crenças e expectativas sejam reais ou imagi nárias influem nas atitudes e nas normas e padrões de comportamento que o grupo define 70 aprimorese como aceitáveis As pessoas são avaliadas pelo grupo em relação a essas normas e padrões de comportamento são bons colegas se seu comportamento se ajusta a suas normas e padrões de comportamento ou são péssimos colegas se o comportamento se afasta delas d Grupos informais Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização como autorida de responsabilidade especialização estudos de tempos e movimentos princípios gerais de Administração departamentalização etc os autores humanistas se concentravam nos aspec tos informais da organização como grupos informais comportamento social dos empregados crenças atitude e expectativa motivação etc A empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de grupos sociais informais cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal da empresa ou seja com os propósitos definidos pela empresa Os grupos informais constituem a organização humana da empresa muitas vezes em contraposição à organização formal estabelecida pela direção Os grupos informais defi nem suas regras de comportamento formas de recompensas ou sanções sociais objeti vos escala de valores sociais crenças e expectativas que cada participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento e Relações humanas No local de trabalho as pessoas participam de grupos sociais dentro da organização e mantêm se em uma constante interação social Para explicar o comportamento humano nas organiza ções a Teoria das Relações Humanas passou a estudar essa interação social As relações humanas são as ações e as atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos Cada pes soa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e nas atitu des das outras com quem mantém contatos e é por outro lado igualmente influenciada pelas outras As pessoas procuram ajustarse às demais pessoas e grupos querem ser compreendidas aceitas e participar no intuito de atender a seus interesses e aspirações pessoais O comporta mento humano é influenciado pelas atitudes e normas informais existentes nos grupos dos quais participa É dentro da organização que surgem as oportunidades de relações humanas devido 71 aprimorese ao grande número de grupos e interações resultantes A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmos fera na qual cada pessoa é encorajada a exprimirse de forma livre e sadia f Importância do conteúdo do cargo A especialização não é a maneira mais eficiente de divisão do trabalho Embora não tenham se preocupado com esse aspecto Mayo e seus colaboradores verificaram que a especialização proposta pela Teoria Clássica não cria a organização mais eficiente Observaram que os operá rios trocavam de posição para variar e evitar a monotonia contrariando a política da empresa Essas trocas provocavam efeitos negativos na produção mas elevavam o moral do grupo O conteúdo e a natureza do trabalho têm influência sobre o moral do trabalhador Trabalhos simples e repetitivos tornamse monótonos e maçantes afetando negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua satisfação e eficiência g Ênfase nos aspectos emocionais Os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da Teoria das Relações Humanas Daí a denominação de sociólogos da orga nização aos autores humanistas Fonte Chiavenato 2003 pp 102107 UNIDADE 2 72 Sem sombra de dúvidas que a escola das relações humanas foi um avanço sig nificativo para os estudos da administração entretanto como tudo na vida esta teoria também recebeu críticas que Silva 2008 pp196197 apresenta 1 Validade científica muitas das conclusões não são sustentadas por ade quada evidência científica 2 Miopia dos enfoques a Falta de foco adequado no trabalho muita ênfase nos relacionamentos interpessoais e nos grupos informais b Negligência da dimensão da satisfação do trabalho excesso de moti vação econômica para controlar o comportamento humano c Pesquisas das relações humanas concernentes a operários os níveis gerenciais não podem ser delineados em termos de comportamento mesmo de forma simples com base nesses estudos d Superpreocupação com a felicidade os estudos de Hawthorne suge riam que empregados felizes serão empregados produtivos Essa rela ção entre felicidade e satisfação no trabalho é infeliz porque representa uma visão simplista da natureza do homem e Mal entendido do sentido de participação alguns dos estudiosos pós Hawthorne viam a participação como um lubrificante que reduziria a resistência a autoridade formal e levaria os trabalhadores ao alcance das metas organizacionais f Visão da decisão de grupo mesmo com a evidência da pesquisa sobre a superioridade da decisão individual o indivíduo não quer perder sua identidade ou não quer ser identificado só pelo grupo g Geração de conflitos a teoria falhou em reconhecer o conflito como uma força criativa na sociedade os estudiosos acreditavam que o conflito era ruim e devia ser minimizado o conflito existe e se adequadamente tratado pode trazer ajustes e resultados mais eficazes h Antiindividualismo o movimento das relações humanas é antiindi vidualista Aqui a disciplina do chefe é simplesmente substituída pela disciplina do grupo forçando o individuo a sacrificar seus valores pessoais e atitudes na sufocante conformidade aos padrões grupais UNICESUMAR 73 Elton Mayo abriu caminho para o estudo do comportamento humano na adminis tração das empresas A partir de então diversos estudiosos passaram a se dedicar em tentar compreender os resultados administrativos por uma perspectiva comporta mental O que Mayo descobriu e que foi aceito por todos os estudiosos das teorias administrativas foi a existência dos grupos informais Neste mesmo caminho Kurt Lewin alia a psicologia com a administração de empresas e passa a estudar o com portamento dos pequenos grupos organizacionais Silva 2008 coloca que o núcleo central da teoria de Lewin enfatiza a coesão grupal padrões grupais motivação par ticipação processo decisório produtividade tensões estilos de liderança etc Outro aspecto importante do estudo do comportamento humano tem rela ção com a motivação Silva 2008 p 203 explica que motivação é alguma força direcionada dentro dos indivíduos pela qual eles tentam alcançar uma meta a fim de preencher uma necessidade ou expectativa T R Mitchel 1982 apud SILVA 2008 p 204 identificou quatro caracterís ticas específicas para definir motivação A motivação é definida como um fenômeno individual cada pessoa é única e todas as teorias maiores assim o consideram A motivação é descrita geralmente como intencional considerase que esteja sob o controle do trabalhador e comportamentos que são influen ciados pela motivação são vistos como escolhas de ação A ESCOLA COMPORTAMENTALISTA UNIDADE 2 74 A motivação é multifacetada os fatores de maior importância são 1 o que mantém as pessoas ativas estímulo e 2 a força de um indivíduo para adotar o comportamento desejado escolha do comportamento O propósito das teorias de motivação é predizer o comportamento a motivação não é comportamento em si e não é desempenho motivação se refere à ação e às forças internas e externas que influenciam a escolha de ação de um indivíduo Escolha da alternativa para alcançar o satisfator da necessidade O indivíduo continua não motivado a satisfazer a necessidade deste modo Tomada de ação para o alcance do satisfator da necesidade Reavaliação da situação Necessidade individual não satisfeita Procura das alternativas 1 2 3 4 5 6 Figura 13 O ciclo da motivação Fonte Silva 2008 p 206 Das diversas teorias de motivação existentes a mais conhecida é a teoria da hie rarquia das necessidades de Maslow Esta teoria propõe que os indivíduos terão seus comportamentos direcionados a suprir suas necessidades mais imediatas priorizadas conforme a Figura 14 Teoria das necessidades adiquiridas McClelland Teoria da hierarquia das necessidades Maslow Teoria ERC Alderfer Teoria dos dois fatores Herzberg As necessidades de motivação são desenvolvidas por meio da experiência As necessidades devem ser alcançadas em ordem hierárquia Necessidades não satisfeitas podem estar em qualquer nível ao mesmo tempo Fatores de manutenção higiene não motivarão os empregados Autorealização Estima Sociais Segurança Fisiológicas Crescimento Crescimento Relacionamento Existência Existência Motivador Motivador Manutenção Manutenção Manutenção Realização e poder Realização e poder Associação afliação Nâo classifcadas Não classifcadas Figura 14 A hierarquia das necessidades de Maslow Fonte Silva 2008 p 211 UNICESUMAR 75 A motivação das pessoas se dá conforme cada uma das necessidades é suprida ou seja para Maslow as pessoas vivem para satisfazer suas necessidades mais imediatas Conforme elas vão sendo realizadas buscase aquelas que estejam na sequência conforme a hierarquia das necessidades A partir de Maslow outras teorias surgiram entretanto o núcleo se mantém muito parecido com algumas variações as quais podemos verificar na Figura 15 de autorealização de estima de segurança fsiológicas sociais Necessidades de motivação crescimento Necessidades de sobrevivência básicas Figura 15 Uma comparação das quatro teorias de conteúdo de motivação Fonte Silva 2008 p 220 Outra teoria bastante importante da escola comportamentalista é a Teoria X e Y de McGregor Nesta teoria seu autor apud SILVA 2008 p 232 coloca que toda decisão administrativa tem consequências sobre o comportamento dos indivíduos A administração bemsucedida depende não só mas bastante da capacidade para predizer e controlar o comportamento humano Basicamente a teoria X e Y trata dos extremos do comportamento humano como podemos ver no Quadro 4 TEORIA X TEORIA Y Centrada na produção Autocrática Controle externo Centrada no empregado Democrática Controle interno Papel gerencial Supervisão próxima com comporta mento diretivo Supervisão ampla com comporta mento de apoio UNIDADE 2 76 TEORIA X TEORIA Y Enfoque principal Ênfase no controle na coerção e na punição Ênfase no crescimento na autono mia e na recompensa Natureza humana As pessoas são preguiçosas têm falta de ambição precisam ser conduzidos e têm baixo nível de motivação As pessoas por natureza gostam do trabalho querem fazer o me lhor e são motivadas pelo autocon trole e autodesenvolvimento Quadro 4 As características da teoria X e Y Fonte Silva 2008 p 234 Em resumo a teoria X supõe que o homem seja por natureza indolente não se interessa pelo trabalho não tem ambição desgosta da responsabilidade e prefere ser dirigido Já a teoria Y contrapõe a teoria X dizendo que o indivíduo não é por natureza preguiçoso e não confiável A importância dessas teorias é o fato de que conhecendo as pessoas que trabalham na organização é possível tentar classificálas em uma dessas duas teorias e assim propôr um modelo de gestão específico UNICESUMAR 77 O estruturalismo é uma teoria que surge para contestar as escolas da adminis tração científica e das relações humanas Seu principal representante é Amitai Etzioni que julgou as teorias até então elaboradas sobre a administração insa tisfatórias Silva 2008 aponta que Etzioni tentava por meio do estruturalismo reconhecer que os fenômenos organizacionais se interligam interpenetram e interagem de tal modo que qualquer modificação ocorrida em uma parte da organização afetaria todas as outras partes A administração estruturalista pode ser caracterizada pelos seguintes elementos A organização é concebida como um sistema social aberto e deliberada mente construído Os conflitos são considerados inevitáveis e até muitas vezes desejáveis no que se refere às relações empresaempregado Os incentivos mistos são recomendados para a motivação dos funcioná rios em lugar de recompensas materiais dinheiro somente como fonte única de estimulação O sentido de homem organizacional em contraposição ao homem ad ministrativo do comportamentalismo ao homem social da dinâmica de grupo e ao homem econômico da administração científica de Taylor São visados resultados máximos à semelhança da Escola Clássica e em oposição ao comportamentalismo que visa resultados satisfatórios SILVA 2008 p 261 A TEORIA ESTRUTURALISTA UNIDADE 2 78 Etzioni foi mais um estudioso que tentou estabelecer melhores maneiras de se administrar as organizações para tanto ele considera as organizações como agrupamentos coletivos de pessoas que se estabelecem em buscas de objetivos comuns Ou seja todos os integrantes da organização precisam buscar os obje tivos da organização caso contrário esta deixará de existir CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade estudamos a evolução dos estudos da administração desde seus pri meiros passos a partir dos primórdios da civilização humana Podemos perceber que as teorias foram surgindo numa sequência lógica onde em um primeiro momento a preocupação central era com a produção ou seja os estudiosos focaram sua atenção ao pessoal do chão de fábrica como é o caso da teoria da administração científica Entre tanto novas teorias vieram para tentar explicar as lacunas deixadas pela mesma onde os pesquisadores perceberam que além da produção a empresa também é constituída por outros setores com a mesma importância e foi justamente aí que a teoria admi nistrativa manteve seu foco Mesmo assim essa teoria não conseguiu resolver todos os problemas e na tentativa de complementar a mesma temos a teoria da burocracia O que alguns pesquisadores foram se dando conta era com relação ao com portamento das pessoas na organização onde o que se viu foi uma influência comportamental nos resultados operacionais Para tanto temos as teorias de transição e das relações humanas que sugerem tais correlações entre compor tamento e produtividade De maneira a reforçar as teorias anteriores a escola comportamentalista passa a focar seus estudos justamente no comportamento do ser humano dentro da organização e desenvolve estudos específicos voltados à motivação liderança e poder Por fim a teoria estruturalista surge com novas ideias colocando em debate tudo o que havia se estudado até então oferecendo uma nova perspectiva de como administrar as organizações de maneira mais eficiente e eficaz O impor tante a ser destacado é o fato de todas as teorias terem contribuído com o desen volvimento da administração pois como pudemos ver cada teoria que surgia complementava uma lacuna existente em teorias anteriores Espero que tenha sido proveitoso para você ter estudado esta unidade e que eu possa ter contribuído com o seu desenvolvimento intelectual Sucesso 79 na prática 1 A revolução industrial contribuiu com transformações sociais que motivaram a ne cessidade de se estudar melhores práticas administrativas Explique o contexto social da época e o porquê da necessidade de se estudar as organizações 2 Charles Chaplin renomado comediante norteamericano encenou um filme cha mado Tempos Modernos Assista aos primeiros 20 minutos deste filme e aponte elementos da teoria da administração científica de Taylor que foi possível identificar no mesmo 3 Maslow foi o precursor das teorias da motivação Explique o funcionamento de sua teoria de modo a entender a utilização da mesma no contexto administrativo 80 eu recomendo Teorias da Administração Autor Reinaldo Oliveira da Silva Editora Prentice Hall Brasil Sinopse O professor Reinaldo O da Silva desenvolveu uma des crição das teorias administrativas e de seus principais pensado res facilitando aos estudantes o entendimento do contexto em que os conceitos foram desenvolvidos e sua aplicação prática Apresentando os fundamentos das diversas abordagens teóricas da administração desde as abordagens das civilizações antigas até as práticas mais recentes Teo rias da administração apresenta novos estudos de casos que permitem ao aluno relacionar os conceitos estudados com a realidade empresarial de hoje Ilustrado com figuras e quadros que ajudam a fixar o conteúdo o livro traz ainda sugestões de links da Internet para que o leitor aprofunde seu conhecimento e um site de apoio com recursos adicionais para estudantes e professores livro PERSPECTIVA MODERNA DA administração PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade A Teoria de Sistemas A Teoria Contingencial O Desenvolvimento Organizacional Cultura e Clima Organizacional A Administração por Objetivos APO A Administração Estratégica A Administração Participativa OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Discutir a teoria de sistemas Conceituar a teoria contingencial Apresentar conceitos referentes ao desenvolvimento organizacional Discutir sobre os elementos essenciais da cultura e clima organiza cional Refletir sobre a administração por objetivos Apontar elementos da administração estratégica Tratar da administração participativa PROFESSOR Me Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque INTRODUÇÃO Prezadoa alunoa a Administração tem evoluído desde os primórdios da civilização como vimos na unidade anterior Agora iremos tratar das novas teorias que surgem com aspectos modernos sempre com o intuito de tentar resolver questões administrativas que busquem a eficiência e a eficácia dos processos organizacionais Para tanto iniciaremos abordando a Teoria de Sistemas que trata da organização como uma entidade constituí da por diversas partes interdependentes e interrelacionadas Na sequência falaremos da Teoria Contingencial que estabelece a prática de se tratar situações diferentes com abordagens diferentes questionando assim as teorias da administração desenvolvidas no início do século XX Continuando nesta unidade vamos tratar do Desenvolvimento Or ganizacional teoria esta que estabelece a necessidade de se enxergar a empresa como um processo sistemático de mudanças que devem ocorrer na medida em que a empresa vai amadurecendo de modo a se manter a eficácia na solução dos problemas Abordaremos também a respeito da Administração Estratégica e sua importância para com a organização e por último iremos pontuar aspectos da Administração Participativa e sua importância para o dia a dia da organização Sendo assim espero que seja possível que você aproveite este conteúdo e utilizeo na medida do possível na sua trajetória acadêmica e ou profissional UNICESUMAR 83 A TEORIA DOS SISTEMAS A origem da Teoria Geral dos Sistemas remete ao século XX mais precisamente ao ano de 1940 quando o biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy conduziu estudos conforme Silva 2008 a respeito do metabolismo estados estáveis cres cimento e sistemas abertos por meio de conceitos encontrados na químicafísica cinemática e termodinâmica Seu objetivo era justamente olhar os problemas por uma perspectiva holística ou seja sob um ponto de vista mais amplo de modo a englobar todos os aspectos que pudessem estar contribuindo com o desenvol vimento do problema em questão ou seja tratar o problema como um sistema Alguns pesquisadores perceberam que era possível aproveitar a teoria dos sistemas para responder alguns problemas que apareciam na organização assim Silva 2008 nos coloca que a abordagem para as organizações cresce em parte pelos trabalhos dos biólogos mas foram E J Miller e A K Rice que correlacio naram as organizações industriais e comerciais ao organismo biológico Ferreira et al 2002 complementam Silva apontando os pesquisadores Johnson Kast e Rosenzweig como os primeiros a defender que a integração da Teoria dos Sis temas à Teoria Administrativa levaria a um aprimoramento da administração UNIDADE 3 84 A Teoria Geral dos Sistemas TGS que deriva do pensamento sistêmico deixa perceptível a importância deste para a psicologia a sociologia a economia e muitas outras ciências No entanto sua denominação quando aplicada às orga nizações é Teoria dos Sistemas Silva 2008 lembra que na época do surgimento da TGS logo após a Segunda Guerra Mundial o mundo apresentava uma visão atomística ou seja para entender um problema bastava dividilo em partes dis tintas e analisar seus conteúdos separadamente O mesmo autor complementa que os teóricos de sistemas buscavam explicar a organização como um todo ou seja apesar das diversas partes possíveis de serem divisíveis era necessário en tendêlas em conformidade com o todo Desta forma Maximiano 2009 define sistemas como um todo complexo ou organizado um conjunto de partes ou elementos que formam um todo unitário ou complexo Para o autor qualquer entendimento da ideia de sistemas compreende Um conjunto de entidades chamadas partes elementos ou componentes Alguma espécie de relação ou interação das partes A visão de uma entidade nova e distinta criada por essa relação e que se revela quando se olha o conjunto MAXIMIANO 2009 p 47 Silva 2008 p 320 define sistemas como um conjunto de elementos in teragentes e interdependentes relacionados cada um ao seu ambiente de modo a formar um todo organizado Bertalanffy defendia a ideia de que não somente os aspectos gerais das diferentes ciên cias são iguais como as próprias leis específicas de cada uma delas podem ser utilizadas de forma sinérgica pelas outras A partir dessa tese Bertalanffy desenvolveu a Teoria Geral dos Sistemas cujos principais pressupostos são Há uma tendência geral no sentido da integração das várias ciências naturais e sociais Esta integração parece centralizarse em uma Teoria Geral dos Sistemas Esta teoria pode ser um importante meio para alcançar uma teoria exata nos campos não físicos da ciência Desenvolvendo princípios unificadores que atravessam verticalmente o universo das ciên cias individuais esta teoria aproximanos da meta da unidade da ciência Isto pode conduzir à integração muito necessária na educação científica Fonte Bertalanffy 1975 pp 6063 apud FERREIRA 2002 p 58 pensando juntos UNICESUMAR 85 Fica claro a partir de agora que o mundo começa a mudar sua concep ção deixando de lado uma visão atomística para uma visão holística como mostra a Figura 16 Concepção do mundo Dimensão Atomística Holística Orientação Uma entidade pode ser entendida somente em termos de suas partes Uma entidade pode ser completamente entendida somente em termos da organização de suas partes e das partes em si Organização da ciência Crescente diferen ciação Unificação das discipli nas científicas altamente diferenciadas Orientação em dire ção à causalidade Estrita causalidade a entidade é passiva Admissão de comporta mento emergente Relacionamento do observador com o fenômeno observado Independente Não necessariamente independente Figura 16 Diferenças entre as concepções atomística e holística Fonte Silva 2008 p 319 A Teoria dos Sistemas procura de certa maneira responder todas as outras teorias ou seja sua ideia era tentar substituir as demais teorias de modo a fa cilitar o entendimento do mundo Boulding apud SILVA 2008 p 322 afirma que mais do que essa ideia de tentar entender o mundo por meio de uma única teoria a TGS tinha como propósito estabelecer um meio adequado e justo entre o específico que não tem significação e o geral que não tem conteúdo Para tanto Boulding descreveu uma hierarquia de sistemas com nove níveis que pode ser visualizada por completo na Figura 17 UNIDADE 3 86 1 Sistemas de estrutura estática os de níveis mais básicos também cha mados de níveis de armação estruturação como a anatomia do universo 2 Sistemas dinâmicos simples aqueles que já incorporam necessaria mente movimentos predeterminados como os mecanismos de relógio 3 Sistemas cibernéticos os que se caracterizam por mecanismos auto máticos de controle de feedback como os termostatos 4 Sistemas abertos que são estruturas automantidas nível em que co meça a diferenciação entre vida e nãovida como as células orgânicas 5 Sistemas genéticosociais aqueles tipificados pelas plantas que apresentam divisão de trabalho entre as partes células etc 6 Sistemas animais caracterizados pelo aumento pela mobilidade pelo comportamento teleológico e pela autoconsciência 7 Sistemas humanos os indivíduos considerados sistemas com auto consciência e habilidade para usar a linguagem e os simbolismos em seu processo de comunicação 8 Sistemas sociais também chamados sistemas de organizações hu manas com a consideração do conteúdo e o significado das mensa gens a natureza e as dimensões dos sistemas de valores a transcrição de imagens em registros históricos as simbolizações da arte música e poesia e a complexa gama de emoções humanas 9 Sistemas transcendentais aqueles últimos absolutos inevitáveis e irreconhecíveis que também apresentam estrutura e relacionamento sistemáticos Figura 17 Níveis de sistemas por Boulding Fonte Silva 2008 p 322 Dos níveis de sistemas apresentados na Figura 17 o item 4 sistemas abertos é aquele que merece destaque quanto à correlação com organizações Silva 2008 pp 322323 define como características dos sistemas abertos 1 O ciclo de eventos toda organização engajase em um ciclo de eventos que envolve a importação a transformação e a exportação de energia entradas transformação e saídas UNICESUMAR 87 2 Entropia negativa significa que um sistema aberto para sobreviver ou crescer deve absorver mais energia do que liberar o que normalmente não ocorre nas organizações 3 O processamento da informação os sistemas devem ter processos de codificação que selecionem as informações entrantes As organizações não podem processar todas as informações disponíveis em seu ambiente uma vez que a quantidade de processamento é limitada 4 O crescimento e a manutenção o sistema aberto está em contínua interação com seu ambiente e alcança um estado estável ou equilíbrio dinâmico O balanceamento ao longo do tempo das tendências de cres cimento e de manutenção serve para manter o caráter básico do sistema 5 Equifinalidade é a característica que define que um sistema aberto pode alcançar o mesmo estado final a partir de diferentes condições iniciais e por meio de uma variedade de caminhos O livro A psicologia social das organizações escrito por Daniel Katz e Robert Kahn na década de 1960 segundo Silva 2008 defende a Teoria de Sistemas Abertos nos estudos organizacionais Nesta obra ainda segundo o autor Katz e Kahn apresentaram uma pri meira visão das organizações sobre uma perspectiva social cuja abordagem enfatizava dois aspectos dos padrões de comportamento social comportamento dependente de outras partes e abertura de insumos ambientais de modo que as organizações estejam continua mente em um estado de fluxo Esta ideia pode ser melhor visualizada na Figura 18 Estágio de Produto AMBIENTE Vendas de produtos permitem que a organização obtenha novos fornecedores de insumos Estágio de Insumo Matériasprimas Capital e recursos Recursos humanos A organização obtém insumos do seu ambiente A organização transforma insumos e adiciona valores a eles A organização libera produtos para o seu ambiente Maquinários Computadores Habilidades humanas Bens Serviços Estágio de Conversão AMBIENTE AMBIENTE RETROALIMENTAÇÃO Estágio de Produto Figura 18 A organização como um sistema aberto Fonte Silva 2008 p 326 UNIDADE 3 88 A TEORIA CONTINGENCIAL Apesar de tentar apresentar uma teoria que pudesse solucionar todos os problemas da organização a TGS sofreu como todas as outras teorias algumas críticas a suas abor dagens Dentre elas destacamos Ferreira 2002 que afirma ser uma das mais severas críticas à abordagem sistêmica na administração o fato desta dar uma excessiva ênfase científica no tratamento dos problemas organizacionais O autor continua explicando que mesmo ao apresentar semelhanças com um sistema biológico o sistema admi nistrativo possui características próprias às associações entre as relações internas da empresa e as que ocorrem na natureza devem ser consideradas dentro de limites claros Em uma tentativa de aplicar os principais conceitos das diversas teorias de adminis tração Silva 2008 lembra que essas tentativas ocorreram na década de 1970 e con tribuíram para a criação da abordagem contingencial da organização Ferreira 2002 destaca que os precursores desta teoria foram os pesquisadores Joan Woodward Alfred Chandler Tom Burns e G M Staler Em suas pesquisas eles perceberam que apesar das organizações utilizarem métodos eficientes em certas situações não conseguiam obter os mesmos resultados quando da utilização em outras situações chegando à conclusão UNICESUMAR 89 geral de que os resultados eram diferentes porque as situações eram diferentes Ferreira 2002 p 101 complementa que por este motivo esta teoria tem o nome de contingen cial ou seja baseada no conceito da incerteza de que algo pode ou não ocorrer Silva 2008 p 333 define assim que a teoria da contingência estabelece que situações diferentes exigem práticas diferentes apregoando o uso das teorias tradicionais comportamentais e de sistemas separadamente ou combinadas para resolver problemas das organizações Com esta definição fica claro que a teoria da contingência é um desenvolvimento da teoria de sistemas e nas palavras de Silva 2008 p 332 vai a um estágio posterior no relacionamento com o ambiente e outras variáveis para estruturas específicas de organização Ferreira 2002 p 101 complementa o autor afirmando que A teoria da contingência enfatiza que não há nada absoluto nas orga nizações ou na teoria administrativa tudo é relativo tudo depende A abordagem contingencial explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização As variáveis ambientais são as variáveis independentes enquanto as técnicas administrativas são as va riáveis dependentes dentro de uma relação funcional Porém não há uma causalidade direta visto que a administração de um negócio é ativa O que se caracteriza nesta relação funcional na verdade é uma relação causal do tipo seentão Ou seja as ações administrativas são contingentes das características situacionais para alcançar os resultados organizacionais O que Ferreira 2002 explica anteriormente pode ser melhor visualizado na Figura 19 Então Se n n Variáveis na estrutura organizacional e nos sistemas de gerenciamento Fatores situacionais como tamanho tecnologia ambiente Figura 19 A relação de contingência seentão Fonte Silva 2008 p 332 UNIDADE 3 90 Os teóricos precursores da teoria da contingência conforme Silva 2008 p 333 concordam que não existe um único modo melhor de estruturar as organizações que a estrutura deveria variar de acordo com determinadas condições tecnológicas além do modo como os administradores escolhem a hierarquia organizacional o sistema de controle e a maneira de motivar seus funcionários Tudo isso é uma con tingência do ambiente organizacional e pode melhor ser visualizado na Figura 20 Características do ambiente Organizações em ambientes estáveis escolhem uma estrutura mecanística Organizações em ambientes mutantes escolhem uma estrutura orgânica Determinam o projeto da estrutura de uma organização e os sistemas de controle Não existe um modo melhor de organizar a estrutura depende do ambiente no qual a organização opera Figura 20 A teoria das contingências do projeto organizacional Fonte Silva 2008 p 333 Como todas as outras teorias da administração a contingencial também recebeu críticas conforme Silva 2008 p 357 1 Relacionamento casual referese ao relacionamento entre estrutura como uma variável interveniente e desempenho como uma variável dependente 2 Desempenho organizacional em muitos estudos contingenciais o de sempenho não tem boa precisão em sua avaliação 3 Variáveis independentes as organizações podem ser capazes de in fluenciar o ambiente por meio de pressão política da propaganda ou de políticas da qualidade Entretanto as organizações não podem exercer controle sobre todas as variáveis do ambiente 4 Contingências múltiplas diferentes contingências podem resultar na necessidade de diferentes padrões de estrutura para as organizações como estruturas orgânicas ou estruturas mais burocráticas 5 Mudança planejada as organizações falham na ênfase das consequên cias não previstas da mudança planejada 6 Fatores de poder a estrutura organizacional é determinada também por fatores de poder como os controles externos oriundos do governo a necessidade de poder dos vários membros dirigentes a cultura da orga nização e o poder das normas sociais UNICESUMAR 91 O DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL 7 Velocidade da mudança organizacional deve haver uma mudança significativa nos fatores contingenciais prevalecentes para que a organi zação responda a mudança Apesar dessas críticas é importante entender que as organizações estão inseridas em um ambiente dinâmico consequentemente sofrendo alterações constantes assim é preciso estar atento a este fato de modo a evitar diversos problemas que possam surgir na empresa como um todo Um dos grandes senão o maior paradoxo da administração é a necessidade das organizações serem eficientes eficazes e satisfazer as necessidades e expectativas de seus stakeholders de forma a manter a sustenbilidade do negócio ao longo do tempo E é justamente deste desafio que surge a teoria do Desenvolvimento Organizacional Chiavenato 2002 p 177 coloca que o Desenvolvimento Orga nizacional não se trata de uma teoria administrativa propriamente dita mas de um movimento envolvendo vários autores preocupados em aplicar as ciências do comportamento na Administração Para o mesmo autor as origens do De senvolvimento Organizacional são consequências de diversos fatores a saber 92 aprimorese 1 A dificuldade de operacionalizar e aplicar os conceitos das teorias administrativas cada qual trazendo uma abordagem diferente 2 Os estudos sobre a motivação humana demonstraram a necessidade de uma nova abordagem da administração que interpretasse a nova concepção do homem e da organização baseada na dinâmica motivacional 3 A criação do National Training Laboratory NTL de Bethel em 1947 e as pesquisas de laboratório sobre o comportamento de grupo O treinamento da sensitividade ou educação em laboratório através de TGroups foi o primeiro esforço para melhorar o comportamento de grupo 4 Leland Bradford considerado o precursor do DO juntamente com alguns psicólo gos do National Training Laboratory publica um livro em 1964 relatando as pes quisas com TGroups resultados com treinamento da sensitividade e suas aplica ções nas organizações Leland Bradford o coordenador do livro é considerado o precursor do movimento de DO 5 A maior invenção do final do século XX foi a inovação Ela passou a mudar a vida da so ciedade das organizações do homem e da sua visão do mundo O DO é uma resposta as mudanças e a inovação no que tange a 1 Transformações rápidas e inesperadas do ambiente organizacionalAumento do tamanho das organizações fazendo com que o volume das suas atividades não fosse suficiente para sustentar o crescimento 2 Diversificação e complexidade da tecnologia exigindo integração entre ativida des e pessoas especializadas e de competências diferentes 3 Mudanças no comportamento administrativo devido a novos conceitos Novo conceito de homem substituindo a ideia do homo economicus um mo delo de homem ultrasimplificado inocente e do tipo aperta botões que visa apenas a bons salários e recompensas materiais Novo conceito de poder baseado na colaboração e na razão substituindo o modelo de poder hierárquico e formal baseado na coação e na ameaça Novo conceito de valores organizacionais baseado em ideais humanísticos de mocráticos substituindo o sistema despersonalizado e mecanístico da burocracia 93 aprimorese 6 A fusão de duas tendências no estudo das organizações estrutura e com portamento humano nas organizações ou seja estrutura e processo A es trutura se refere aos elementos estáticos da organização e ao arranjo dos seus componentes divisão de trabalho hierarquia departamentalização etc Verificouse que mudanças na estrutura organizacional não conduzem necessariamente a uma mudança na organização Processo procedimen to ou comportamento pelo contrário é dinâmico e se refere aos aspectos culturais comunicações relacionamentos processos decisórios maneiras pelas quais são exercidas a autoridade liderança e cooperação entre grupos e pessoas Estrutura e processos foram integrados através da abordagem sistêmica A teoria de sistemas aglutinou os aspectos estruturais e compor tamentais possibilitando o surgimento do DO 7 O DO começou com os conflitos interpessoais depois com pequenos gru pos passando à administração pública e posteriormente a todos os tipos de organizações humanas indústrias empresas de serviços organizações mi litares etc recebendo modelos procedimentos e métodos de diagnóstico de situação e de ação bem como técnicas de diagnóstico e tratamento Os principais autores do DO são behavioristas a caminho da teoria da contin gência Quase todos eles são consultores de organizações 8 Os modelos de DO baseiamse em quatro variáveis básicas ambiente orga nização grupo e indivíduo para explorar a interdependência dessas variá veis diagnosticar a situação e intervir em aspectos estruturais e comporta mentais para provocar mudanças que permitam o alcance simultâneo dos objetivos organizacionais e individuais Fonte Chiavenato 2002 p 177 UNIDADE 3 94 Conhecendo então tudo aquilo que favoreceu e precedeu o surgimento do De senvolvimento Organizacional podemos agora definir o conceito do mesmo que para Warren Bennis apud SILVA 2008 p 365 estabelece O desenvolvimento organizacional é um processo sistemático ad ministrado e planejado de mudança de cultura sistemas e com portamentos de uma organização a fim de melhorar a eficácia na solução dos problemas e no alcance dos objetivos organizacionais Este conceito pode ficar mais claro se observarmos a Figura 21 Situação atual Situação desejada Mudança planejada Figura 21 O conceito de DO Fonte Silva 2008 p 365 Desenvolver a organização remete a mesma a exercer um processo de modificações culturais e estruturais de forma que a empresa conforme Silva 2008 se habilite permanentemente a diagnosticar planejar e implementar essas modificações Con forme a Figura 21 o Desenvolvimento Organizacional é um processo de mudança planejada visando alcançar determinada condição É preciso estar atento para o fato de que para a mudança planejada mesmo envolvendo subsistemas técnicos e administrativos é no comportamental que os estudiosos do DO focam sua total atenção de tal modo que os objetivos de seus esforços em implementar o DO são Aumentar o nível de apoio e confiança entre os membros da organização Criar um ambiente em que a autoridade de um cargo seja aumentada por especialização e conhecimento Aumentar o nível de responsabilidade pessoal e grupal em planejamento e implementação de ações Melhorar a comunicação entre os membros da organização SILVA 2008 p 366 UNICESUMAR 95 Outro ponto importante que merece destaque é o fato do DO ser feito sob medida ou seja é necessária a realização de uma análise organizacional tendo em vista a necessidade de se trabalhar pontos específicos em cada organização uma vez que cada empresa possui um contexto diferente Assim Silva 2008 recomenda que seja utilizado o modelo de mudança proposto por Lewin diagnóstico intervenção e acompanhamento apresentado na Figura 22 Diagnóstico Fase de descongelamento Intervenção Fase de mudança Acompanhamento Fase de recongelamento Feedback Figura 22 Modelo de mudança de Lewin Fonte Silva 2008 p 371 Avaliação pelos participantes Avaliação pelo agente de mudança eou pela alta administração Comparação das realiazações com os objetivos predeterminados do programa Comparação dos dados antes e depois Comparação dos dados antes e depois com o grupo de controle 1 2 3 4 5 Avaliação Altamente subjetiva Altamente objetiva Figura 23 Etapa de acompanhamento fase do recongelamento Fonte Silva 2008 p 377 Perceba que a principal etapa deste processo de mudança é a fase de desconge lamento uma vez que caso não seja bem realizada todo o processo estará com prometido principalmente por estarmos lidando com questões comportamentais que como dissemos são avessas a mudanças e inevitavelmente as pessoas que participam de tal sabotarão o processo não por maldade mas por receio e inse gurança em deixar sua zona de conforto UNIDADE 3 96 CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL Como dissemos quando abordamos Desenvolvimento Organizacional um dos fa tores mais complexos está relacionado ao comportamento dos colaboradores e sua inevitável resistência à mudança quando de um processo de reorganização da empre sa É preciso entender que muito dessa resistência é fruto de uma cultura na qual as pessoas se acomodam em suas rotinas e temem qualquer situação nova que lhe seja apresentada E este medo está relacionado com o fato do novo ser algo desconhecido A responsável por grande parte destes problemas é justamente a cultura or ganizacional entretanto para entendermos isto é necessário antes tratarmos da cultura em seu aspecto geral Laraia 2009 p 53 afirma que Uma das primeiras preocupações dos estudiosos com relação à cultura referese a sua origem Em outras palavras como o homem adquiriu este processo extrasomático que o diferenciou de todos os animais e lhe deu um lugar privilegiado no planeta O próprio autor nos responde oferecendo duas explicações que se acreditava serem responsáveis pela formação cultural do ser humano o determinismo biológico e o determinismo geográfico A primeira se referia ao fato da cultura do ser humano estar relacionada com questões biológicas transmitidas por seus antepassados o UNICESUMAR 97 que hoje conhecemos como transferência genética Entretanto logo esta teoria caiu por terra quando percebeuse que existiam muitos aspectos além da genética que contribuíam para o desenvolvimento da cultura das pessoas A segunda teoria o determinismo geográfico creditava à influência do meio a responsabilidade pelo desenvolvimento cultural das pessoas Esta teoria também perdeu sua validade com o passar do tempo Assim Laraia 2009 p 25 nos explica No final do século XVIII e no princípio do seguinte o termo ger mânico Kultur era utilizado para simbolizar todos os aspectos espi rituais de uma comunidade enquanto a palavra francesa Civiliza tion referiase principalmente às realizações materiais de um povo Ambos os termos foram sintetizados por Edward Tylor 18321917 no vocábulo inglês Culture que tomado em seu amplo sentido et nográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos crenças arte moral leis costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade Com esta definição Tylor abrangia em uma só palavra todas as possibi lidades de realização humana além de marcar fortemente o caráter de aprendizado da cultura em oposição à idéia de aquisição inata transmitida por mecanismos biológicos O que podemos tirar dessa explicação anterior com base em Tylor apud LA RAIA 2009 p 25 é que nossa definição de Cultura é todo conhecimento cren ças arte moral leis costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiri dos pelo homem como membro de uma sociedade Agora que conseguimos entender o que é cultura precisamos explicar o que vem a ser cultura organizacional Silva 2008 p 384 nos define cultura organi zacional como o sistema de valores crenças normas e hábitos compartilhados que rege a interação dos elementos de uma organização Perceba que fica claro que a cultura organizacional reflete justamente aspectos da cultura das pessoas sendo assim nada mais justo do que intuir que a cultura de uma empresa será moldada na cultura da figura principal de uma organização o dono do negócio o presidente ou aquela pessoa que exerce maior influência sobre os demais A Fi gura 24 pode esclarecer melhor como observamos a cultura de uma organização UNIDADE 3 98 Ritos e rituais celebração de heróis e eventos mostrando valores centrais Heróis pessoas do passado e do presente que mostram valores centrais Histórias contos sobre eventos conduzindo aos valores centrais Símbolos linguagem e outros aspectos conduzindo aos valores centrais Núcleo da cultura Valores crenças sobre o modo certo de comportamento Figura 24 Aspectos da Cultura Organizacional Fonte Silva 2008 p 386 Veja você que a Figura 24 confirma o que dissemos anteriormente sobre o fato da cultura da organização se referir ao líder da organização uma vez que todos os aspectos ali apresentados na maioria das vezes dizem respeito justamente ao dono da organização ou seu líder maior E como estamos falando de Cultura Organizacional muitos podem se pergun tar o que viria a ser Clima Organizacional Bem o clima de uma organização nada mais é do que a maneira como as pessoas percebem a mesma Silva 2008 p 387 define como a atmosfera psicológica resultante dos comportamentos dos modelos de gestão e das políticas empresariais refletida nos relacionamentos interpessoais Dá para mudar o Clima Organizacional Sim para isto Silva 2008 p 388 reco menda que a organização tenha capacidade inovadora com as seguintes características Adaptabilidade resolver problemas com reação rápida e flexível às exi gências mutáveis e inconstantes do meio ambiente Senso de identidade conhecer e compreender o passado e o presente bem como compreender e compartilhar os objetivos da organização por todos os seus participantes Perspectiva exata do meio ambiente diagnosticar e compreender o meio ambiente Integração entre os participantes a organização se comporta como um todo orgânico UNICESUMAR 99 ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS APO Peter Drucker foi tido como um dos maiores pensadores da Administração do mundo contemporâneo e foi justamente ele que conforme Ferreira 2002 ao publicar o livro A Prática da Administração de Empresas em 1954 deu início naquilo que viria a ser conhecido como a Administração por Objetivos O que Peter Drucker apud FERREIRA 2002 p 107 propunha era basicamente que a empresa deveria se preocupar menos com os fins e mais com as atividades que são desenvolvidas para atingilos Ferreira 2002 p 107 discorre sobre os pressupostos da Administração por Objetivos como sendo 1 Mudanças Ambientais 2 Definição dos objetivos 3 Criação de oportunidades 4 Desenvolvimento pessoal 5 Descentralização administrativa 6 Multiplicidade de objetivos 7 Autocontrole 8 Autoridade e Liderança Algo que é comum a todas as organizações é o fato delas terem metas e objetivos a alcançar Silva 2008 p 393 coloca que a Administração por Objetivos é uma UNIDADE 3 100 abordagem para resolver as diferenças nas percepções das metas O autor com plementa a definição citando Thomas G Cummings e Christopher G Worley A administração por Objetivos pode ser definida como um estilo ou sistema de administração que relaciona as metas organizacionais com o desempenho e desenvolvimento individual por meio do en volvimento de todos os níveis administrativos SILVA 2008 p 393 Ao observar a Figura 25 é possível esclarecer o funcionamento do processo da Admi nistração Por Objetivos Devese destacar a ênfase em resultados e quando estes são alcançados recompensas com promoções prêmios e outros benefícios convenientes Desenvolvimento do plano de ação de maneira colaborativa Revisão dos objetivos planos Reuniões Recursos Feedback Alteração dos planos Estabelecimento de metas e objetivos organizacionais Avaliação de desempenho Figura 25 O processo de Administração Por Objetivos Fonte Silva 2008 p 395 Apesar de uma conotação moderna e fortes evidências de que objetivos e metas con tribuem significativamente com o desempenho do funcionário a Administração por Objetivos recebeu algumas críticas as quais Silva 2008 p 397 nos apresenta como As metas quantitativas encorajam os funcionários a concentrar seus es forços na quantidade da produção e não na qualidade As metas específicas de produção são tratadas como teto e não como piso ou seja ao serem atingidas parase o processo As metas específicas limitam o potencial das provas por dissuadirem seus esforços de melhoria constante As metas quantitativas permitem práticas questionáveis e desonestas como vendas falsas e entregas que não foram pedidas UNICESUMAR 101 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA A gestão de um negócio envolve tomada de decisões estratégicas que irão afetar diretamente o rumo da organização tanto de maneira positiva quanto negativa Em meados da década de 1960 a estratégia conforme Ferreira 2002 p 115 passou a ocupar espaço significativo no mundo empresarial Entretanto é a partir da década de 1980 que o enfoque do planejamento estratégico ganha amplitude profundidade e complexidade dando origem à administração estratégica que segundo Fischmann 1987 apud FERREIRA 2002 pp 115116 Tem como objetivo máximo o desenvolvimento dos valores da cor poração sua capacitação gerencial suas responsabilidades como organização inserida na sociedade e seus sistemas administrativos que interligam o processo de tomada de decisão estratégica tática e operacional em todos os níveis hierárquicos tanto entre os diversos negócios quanto entre as diferentes linhas de autoridade funcional Adotar a Administração Estratégica exige alguns desafios que precisam ser so brepujados Ferreira 2002 p 118 destaca três desafios 1 Convencer a gerência a pensar em termos estratégicos fazendo com que não apenas questione o que deve persistir na organização mas também o que deve ser alterado UNIDADE 3 102 2 Garantir a resposta organizacional ou seja desenvolver formas de acompanha mento e controle do estabelecimento e implantação das etapas envolvidas no processo de administração estratégica 3 Enfrentar o ambiente Além dos desafios e oportunidades que a empresa en contra no ambiente deve também considerar a multiplicidade de agentes que o compõem consumidores clientes em geral políticos organizações sem fins lucrativos órgãos representativos do governo etc A empresa que decide adotar a administração estratégica como diferencial na gestão de sua organização deve obrigatoriamente estabelecer a cultura da reali zação do planejamento estratégico Planejamento Estratégico é uma ferramenta que a empresa utiliza de modo a co nhecer o contexto ambiental no qual a organização está inserida Para tanto é necessá rio conhecer seu ambiente interno onde destacará seus Pontos Fortes e Pontos Fracos e seu ambiente externo dando ênfase para Ameaças e Oportunidades A metodologia mais utilizada na concepção desta análise é conhecida como Análise SWOT ou em português Análise FOFA Forças Oportunidades Fraquezas Ameaças Após aplicar a Análise SWOT ou FOFA a organização tem parâmetros para ini ciar seu planejamento estratégico que conforme Oliveira 2012 considera como os principais pontos a constarem no plano desenvolver a Visão Missão e Valores organi zacionais definir Objetivos e Metas para a empresa estabelecer estratégias de modo a otimizar os Pontos Fortes aproveitar as Oportunidades desenvolver os Pontos Fracos tornandoos Fortes e eliminar as Ameaças Tudo isso será posto em um documento o planejamento estratégico de modo a direcionar os rumos da organização O QUE É ESTRATÉGIA E POR QUE DEVE SER CONSIDERADA Igor Ansoff considerado o pai do planejamento estratégico e da administração estratégica de fine estratégia como as regras e diretrizes para decisão que orientam o processo de desen volvimento de uma organização Portanto as decisões estratégicas são aquelas que permitem à empresa se desenvolver e perseguir seus objetivos da melhor forma considerandose suas relações com o ambiente em que se insere Para Ansoff a Administração Estratégica compartilha com a Administração por Objetivos a preo cupação com as contínuas mudanças do ambiente externo da empresa Entretanto ao passo que a Administração por Objetivos utiliza os objetivos traçados como base de uma visão global da ges tão a Administração Estratégica se interessa pelo papel dos objetivos nas decisões estratégicas pensando juntos UNICESUMAR 103 ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA Cada vez mais colaboradores vêm buscando se inteirar dos processos organizacio nais Também já está mais do que comprovado que quanto mais informações os funcionários têm sobre a empresa como um todo mais eficiente se torna o processo nas empresas Isto tem sido uma evolução da administração que começou com Taylor determinando a figura do supervisor pois para ele os funcionários eram indolentes por natureza e estamos vivendo momentos de Administração Participativa que em poucas palavras significa envolver funcionários nos processos de tomada de decisões Este tipo de gestão precisa ser utilizado com cautela conforme nos afirma Chiavenatto 2004 p 406 A administração participativa tem sido utilizada como a pancéia do baixo moral e da baixa produtividade Mas ela nem sempre é adequada para toda e qualquer organização ou unidade de trabalho Para que ela funcione deve haver um tempo adequado para participar os assuntos que os funcionários tratam devem ser relevantes aos seus próprios interesses os funcionários devem ter capacidade inteligência conhecimentos técnicos habilidades de comunicação para participar das decisões e a cultura organizacional deve ser suficiente democrática para apoiar e incentivar o envolvimento das pessoas Bonome 2009 p 72 nos define administração participativa como uma filosofia de gestão que exige do processo organizacional que a tomada de decisões seja feita UNIDADE 3 104 de forma que os recursos e responsabilidades necessários sejam estendidos até o nível hierárquico mais apropriado Podemos perceber com isto que este tipo de gestão organizacional se trata muito mais de uma filosofia ou política administra tiva de modo a buscar o aprimoramento da satisfação e motivação no trabalho Utilizarse da administração participativa é uma tentativa de conforme Bo nome 2009 p 73 se alcançar Maior competitividade Redução de conflitos através da cooperação satisfação das pessoas Utilização de todo o potencial das pessoas Redução da alienação Cultura democrática Equilíbrio dos interesses dos vários envolvidos Responsabilidades sociais da empresa Existem algumas maneiras de se trabalhar com Administração Participativa dentro da organização sendo equipes autogeridas participação na direção e participação nos resultados Bonome 2009 p 74 nos explica cada uma dessas maneiras Equipes autogeridas interação dos integrantes do grupo e interação com outros grupos para resolver problemas e tomar decisões Participação na direção participar institucionalmente da estrutura de poder da organização em órgãos e proporção variável Visa estabelecer bases de cooperação e harmonia entre sindicatos e empresas Participação nos resultados a participação nos resultados fecha o círculo do mecanismo de recompensa se as pessoas participam dos pro blemas e decisões também devem de alguma maneira beneficiarse dos resultados de seus esforços A implantação da administração participativa pressupõe mudanças em três di mensões da organização Comportamental Estrutural e Interfaces onde Comportamental é a forma de administrar as pessoas autoritário impositivo indiferente paternalista para cooperação mútua liderança autonomia e responsabilidade Estrutural redesenho das estruturas A estrutura deve estimular as pessoas à participação UNICESUMAR 105 Interfaces a administração é compartilhada pelos funcionários clien tes fornecedores e outras interfaces RICCA 2007 p 35 Por fim é preciso entender que o modelo de gestão participativa necessita de um amadurecimento cultural por parte dos gestores e funcionários da organização e como sabemos sempre que comportamentos e cultura estão envolvidos os processos de mudança são mais complexos CONSIDERAÇÕES FINAIS Caroa alunoa fizemos um passeio pelas modernas teorias da adminis tração É importante ressaltar que diferente da unidade anterior esta uni dade tratou de teorias que focam a organização como um todo colocando os funcionários em primeiro plano na organização percebendo sua maior responsabilidade no sucesso organizacional Vimos com a teoria de sistemas que as empresas não estão sozinhas e muito menos isoladas de modo a sofrer variações conforme o ambiente externo em que ela está inserida vai se transformando A teoria contingencial procurou desconstruir teorias anteriores a ela entre tanto ficou claro para nós que a melhor solução é utilizar as ferramentas exis tentes conforme o contexto e a realidade de cada organização ou seja não existe uma receita pronta que possa ser utilizada por todas as empresas O Desenvolvimento Organizacional mostrou a importância de se investir no desenvolvimento das empresas e de seus colaboradores sempre levando em con sideração os aspectos culturais e de clima organizacional que foram apresentados na sequência Por fim a administração por objetivos estratégica e participativa nos apresentou modelos diferentes de gerir uma organização deixando claro a necessidade e importância de se analisar o ambiente de modo a formular objeti vos muito bem definidos e na medida do possível que todos os funcionários da organização possam participar dos processos de decisões Sinceramente espero poder ter contribuído com seu amadurecimento tanto pessoal como profissional Sucesso em sua jornada 106 na prática 1 Tendo em vista os conceitos abordados nesta unidade estabeleça uma relação entre a Teoria de Sistemas e a Teoria Contingencial explicando de que maneira a segunda pode complementar a primeira 2 A cultura organizacional é um fator muito importante para as organizações Discorra sobre como a cultura organizacional pode influenciar o Desenvolvimento Organizacional 3 Discorra a respeito da correlação existente entre as Teorias Administração por Objetivos Administração Estratégica e Administração Participativa 107 eu recomendo Teoria Geral da Administração Autor Idelberto Chiavenato Editora Campus Grupo Elsevier Sinopse A Era da Informação está trazendo novos desafios para as organizações e sobretudo para a administração Nunca como agora a teoria administrativa se tornou tão imprescindível para o sucesso do administrador e das organizações A constante ne cessidade de inovação e renovação a busca da flexibilidade para proporcionar mudança e transformação a adoção de novas ideias e conceitos são hoje aspec tos essenciais para o sucesso organizacional Por isso nesse livro o autor procura ensinar o futuro profissional de administração a pensar e sobretudo a raciocinar a partir de uma bagagem de conceitos e ideias que são ferramentas de trabalho livro Fábrica de Loucuras Ano 1986 Direção Ron Howard Sinopse Quando uma fábrica de automóveis localizada em uma pequena cidade americana é fechada um pânico generalizado toma conta do lugar pois a maioria dos habitantes trabalha na fábrica Até que um funcionário Michael Keaton vai até Tóquio na tentativa de convencer os japoneses a assumirem a fábrica Eles concordam com a proposta mas como os métodos de trabalho oriental e ocidental são bem distintos um choque cultural se torna inevitável filme PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA da administração PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Administração da Qualidade Gestão da Qualidade Total A ISO 9000 Modelo Japonês de Administração Reengenharia e Ben chmarking Benchmarking Tomada de Decisão Learning Organization Administração na Era Digital Administração no Terceiro Setor Considerações Finais OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Discutir a administração da qualidade Conceituar e contextualizar o modelo japonês de administração Abordar a administração na era digital Refletir sobre a administração no terceiro setor Compreender as ferramentas benchmarking reengenharia para auxílio em tomadas de decisões Apontar a impor tância do Learning Organization PROFESSOR Me Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque INTRODUÇÃO Caroa alunoa a Administração como teoria é relativamente nova Seus estudos científicos se iniciaram no início do século XIX ou seja há pouco mais de 100 anos entretanto se pensarmos que a necessidade de organizar está presente na vida das pessoas desde os primórdios das civilizações podemos concluir que administrar é algo essencial para inclusive a evo lução da humanidade Considerando então este espaço de tempo anterior aos estudos científicos de como organizar empresas pessoas e processos é possível perceber claramente que as teorias administrativas vêm evoluindo consideravelmente até os dias atuais É justamente sobre isso que iremos tratar nesta unidade conceitos contemporâneos da Administração Iniciaremos nossos estudos abordando a administração da qualidade ou seja como a preocupação em fazer as coisas de maneira bemfeita e cui dadosa é essencialmente importante para colocar as organizações que ado tam metodologias de qualidade à frente de seus concorrentes Na sequên cia trataremos do modelo japonês de administração como uma cultura milenar desenvolveu processos extremamente eficientes em seus processos organizacionais para colocar países como os Estados Unidos praticamente o país da administração científica em desvantagem produtiva Iremos tratar da administração no terceiro setor mostrando que mes mo entidades organizacionais que buscam se preocupar com problemas sociais necessitam sobretudo de gestão profissional Outro ponto muito importante a ser discutido é a administração na era digital sua importância e necessidade de perceber as mudanças socioe conômicas que estão ocorrendo cada vez mais rápido e como preparar a empresa para esta nova realidade Por fim vamos trazer algumas ferra mentas essenciais para o dia a dia organizacional como Benchmarking Reengenharia Learning Organization e processos de Tomada de Decisão Sinceramente esperamos que seus estudos sejam prazerosos e que com isso você possa ter o melhor proveito possível para alcançar seus objetivos Sucesso Prof Me Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque UNIDADE 4 110 ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE Qualidade é um conceito muito subjetivo uma vez que produtos ou serviços nunca irão agradar a todas as pessoas mesmo que sejam exatamente iguais Outro aspecto interessante quando tratamos deste assunto é o fato da qualidade estar onipresente junto das pessoas ou seja se perguntar para quem for a respeito disto todos irão dar uma resposta nem sempre conceitualmente correta mas em piricamente certa até porque sempre que alguém está em busca de um produto ou serviço irá procurar aquele que aparente ter a melhor qualidade Mas qualidade está muito além da aparência qualidade é uma metodologia um processo a ser aplicado na vida das pessoas e principalmente no dia a dia das organizações Com tudo isso apontado anteriormente se faz necessário conceituar qualidade e Silva 2008 corretamente nos lembra de que não existe uma definição clara que seja possível utilizar para as empresas medirem contro larem e gerenciarem a qualidade ao contrário existem algumas definições alternativas que são apresentadas a seguir Qualidade como excelência certos produtos ou serviços trazem ao usuário algum sentido de prazer pessoal ou estima Isso representa um desafio ao gerente de produção e serviços operação que precisa alcançar determinadas características e as percepções do usuário que são difíceis de assegurar Ainda assim a percepção da excelência de um produto pode ser uma abordagem significativa de competência UNICESUMAR 111 Qualidade como conformidade a especificações outra maneira de definir qualidade é a medida da extensão na qual o produto ou serviço está de acordo com as especificações do projeto Existe todavia uma diferença entre conformidade dos requisitos e conformidade às espe cificações que pode ser eliminada quando as especificações de projeto são elaboradas com base nas necessidades e expectativas dos clientes como salienta P Crosby Qualidade como adequação do uso uma evolução na definição da qualidade é a consideração do uso pretendido do produto ou serviço por parte do usuário Conhecido como o conceito de adequação requer que o projeto do produto seja apropriado para as condições e os propósitos do usuário Qualidade como valor para o preço talvez a definição mais abrangente do conceito da qualidade tenha sido a proposta por Armand Feigenbaum autor do clássico Total Quality Control SILVA 2008 pp 407409 Ficou claro por que qualidade é um conceito subjetivo Existem diversas manei ras de se abordar e perceber e isto varia de pessoa para pessoa de organização para organização Maximiano 2009 p 57 reforça o autor anterior quando coloca que a palavra qualidade indica uma das principais medidas de desempenho das organizações e faz parte do dia a dia do vocabulário dos administradores enfatizando especificamente a importância de se conhecer sobre excelência especificações conformidade e adequação ao uso como fica claro no Quadro 5 Excelência O melhor que se pode fazer O padrão mais elevado de de sempenho em qualquer campo de atuação Especificações Qualidade planejada Projeto do produto ou serviço Defini ção de como o produto ou serviço deve ser Conformidade Grau de identidade entre os produtos ou serviços e suas especificações Adequação ao uso Qualidade de projeto e ausência de deficiências Quadro 5 Definições da ideia de qualidade Fonte Maximiano 2009 p 58 112 Agora se ainda assim você sente a necessidade de conceituar a qualidade de uma maneira mais simples Feigenbaum apud SILVA 2008 p 409 afirma que qualidade é a totalidade de aspectos e características de um produto ou serviço que propiciam a habilidade de satisfazer dadas necessidades Após sua definição um ponto bastante importante que precisa ser levado em consideração é o fato de a qualidade ir além de um simples processo mas deve ser encarada como uma filosofia algo intrínseco à organização Deve necessa riamente fazer parte da Cultura Organizacional Existem diversas metodologias para se aplicar ferramentas de qualidade nas empresas entretanto todas as organizações que tentaram implementar processos de gestão da qualidade falharam justamente por não terem realizado um traba lho de mudança cultural junto aos seus colaboradores Uma vez que a empresa tenha tomado consciência da importância de se pensar com qualidade então ela estará apta a trabalhar com gestão da qualidade Evolução da gestão da qualidade Como vimos anteriormente qualidade é um conceito subjetivo entretanto gestão da qualidade não Apesar da necessidade de mudança cultural e com portamental por parte dos colaboradores a abordagem tem início com a im plementação de um processo de gestão da qualidade Vários autores tratam a respeito da gestão da qualidade entretanto os mais importan tes e que merecem destaque por terem disseminado as principais ideias e ferramentas para a utilização da qualidade na empresa são destacados por Maximiano 2009 no Quadro 6 AUTORES PRINCIPAIS IDEIAS E CONTRIBUIÇÕES SHEWHART DODGE E ROMIG CARTAS DE CONTROLE CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM CICLO PDCA FEIGENBAUM DEPARTAMENTO DE CONTROLE DA QUALIDADE SISTEMA DA QUALIDADE E GARANTIA DA QUALIDADE QUALIDADE TOTAL UNICESUMAR 113 AUTORES PRINCIPAIS IDEIAS E CONTRIBUIÇÕES DEMING 14 PONTOS ÊNFASE NO FAZER CERTO DA PRIMEIRA VEZ CORRENTE DE CLIENTES QUALIDADE DESDE OS FORNECEDORES ATÉ O CLIEN TE FINAL JURAN TRILOGIA DA QUALIDADE PLANEJAMENTO CONTRO LE APRIMORAMENTO ISHIKAWA QUALIDADE TOTAL CÍRCULOS DA QUALIDADE Quadro 6 Principais autores da qualidade Fonte Maximiano 2009 p 63 O interessante destes autores é o fato de cada um ter apresentado uma maneira diferente de se abordar a qualidade de maneira que esta evoluísse até os dias de hoje iniciando em um contexto organizacional onde a preocupação principal estava com relação a inspecionar o produto de modo que este fosse produzido em conformidade com os parâmetros determinados pela empresa até uma ideia com o passar dos anos de gestão da qualidade total como fica claro na Figura 26 Inspeção Conformidade do produto com um padrão Inspeção do produto acabado sem análise do processo Controle estatístico Inspeção por amostragem Setores responsáveis pela qualidade Ferramentas estatísticas para detecção de variações no processo produtivo Garantia da qualidade Foco na prevenção de defeitos Envolvimento de todos os setores da empresa Criação de sistemas de qualidade Conceito de qualidade total Gestão da qualidade total Foco na gestão Envolvimento integral da empresa Superação das expectativas do cliente Surgimento das normas ISO Figura 26 Evolução do conceito de qualidade no âmbito organizacional Fonte Mello 2011 p13 114 A Figura 26 mostra que a preocupação maior por parte dos responsáveis pelo processo de qualidade dentro da organização estava voltada para produtos entretanto serviços também denotam processos de qualidade conforme Silva 2008 deixa claro no Quadro 7 Qualidade na manufatura Desempenho características operacionais básicas de um produto nas condições de funcionamento Atributos aspectos de design beleza funcionalidade e clas se de um produto Confiabilidade probabilidade de vida por um período de tempo sob condições de uso estabelecidas Conformidade o grau em que as características físicas e o desempenho de um produto combinam padrões preestabele cidos Durabilidade a quantidade de uso que se obtém de um produto antes que ele se deteriore fisicamente ou tenha de ser substituído Manutenção a capacidade de consertar um produto rápida e facilmente Estética como o produto se mostra soa ou cheira Qualidade percebida avaliação subjetiva resultante da ima gem propaganda ou marca Qualidade em serviços Tempo o quanto um consumidor devepode esperar Oportunidade manutenção do prazo do serviço como pro metido Integralidade todos os itens na ordem estão incluídos Cortesia saudação dos funcionários de frente a cada consu midor Consistência serviços da mesma forma para cada consumi dor Acessibilidade facilidade de obtenção do serviço Precisão realização correta do serviço desde a primeira vez Responsividade reação rápida do pessoal de serviços para resolver problemas inesperados Quadro 7 Qualidade de produtos e serviços Fonte baseado em Silva 2008 pp 410411 115 aprimorese W Edwards Deming é conhecido como o pai do controle de qualidade no Japão mas seu reconhecimento em seu próprio país os Estados Unidos levou muito tempo para chegar Ele ensinou aos japoneses que mais qualidade significava menos custo mas este conceito era tão desconhecido pelos gerentes norteamericanos que eles só o ou viram quando era quase tarde demais Ele disse a esses gerentes que eles precisavam 1 Criar constância de meta de qualidade do produto 2 Recusarse a permitir a ocorrência de níveis normalmente aceitos de atrasos devido a erros material defeituoso e acabamento defeituoso 3 Cessar a dependência da inspeção para obter qualidade 4 Reduzir a quantidade de fornecedores Comprar com base nas evidências estatísticas e não no preço 5 Instalar programas para melhoria constante dos custos qualidade serviços e produtividade 6 Instituir treinamento para utilização total de todos os funcionários 7 Concentrar a supervisão em ajudar as pessoas a fazer um trabalho melhor Fornecer as ferramentas e as técnicas para que as pessoas se orgulhem de seu trabalho 8 Eliminar o medo e estimular uma comunicação de via dupla 9 Eliminar as barreiras entre os departamentos Incentivar a solução de pro blemas por meio de trabalho de equipe 10 Eliminar a utilização de metas numéricas slogans e pôsteres para a mãodeobra 11 Utilizar métodos estatísticos para melhoria constante de qualidade e pro dutividade e eliminar todos os padrões que prescrevem quotas numéricas 12 Remover as barreiras ao orgulho do trabalho 13 Instituir um programa vigoroso de educação e treinamento para manter as pessoas a par dos avanços em termos de material métodos e tecnologias 14 Definir claramente o compromisso permanente com a qualidade e a produtividade Fonte Silva 2008 p 415 116 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL Durante a década de 1970 os produtos japoneses começam a ser referência no mundo em função da sua excelente qualidade De certa forma isto gera um problema para as outras empresas uma vez que em função da falta de qualidade começam a perder espaço para seus concorrentes do oriente Isso faz com que todas as organizações comecem a se preocupar com qualidade e conforme Mello 2011 p 13 iniciase então o período que ficaria conhecido como era da gestão da qualidade total cuja principal característica é o foco no cliente e nos processos de gestão Também conhecido como TQM Total Quality Management ou Gestão da Qualidade Total segundo Cordeiro 2004 apud MELLO 2011 p 13 a gestão pela qualidade total exige um desempenho organizacional que vá além das expectativas dos clientes Superando o entendimento da qualidade como conformidade do produto a um padrão é preciso olhar para a conformidade do produto as expectativas dos clientes Para que a qualidade e consequentemente a competitividade orga nizacional seja duradoura é necessário que a empresa otimize seu desempenho de forma integral e não apenas em um ou outro setor Silva 2008 corrobora com Mello e destaca no Quadro 8 os elementos que devem constar em um programa de gestão da qualidade UNICESUMAR 117 Elementos da TQM Compromisso e envolvimento da alta gerência A alta gerência se envolve e continua envolvida desde a definição da estratégia comercial baseada na utilização da qualidade do produto como uma arma para conquistar uma parcela do mercado internacional até a recompensa dos funcionários por atingirem excelência em quali dade do produto Envolvimento do cliente Os desejos dos clientes impulsionam o sistema TQM As características que eles valorizam são colocadas nos produtos desde o design até o serviço pósvenda Criação de produtos de qualidade O que os clientes querem define os atributos básicos do design de produto A excelência no desempenho nas características na confiabilidade na utilidade na durabilidade na aparência e na assistência técnica é extremamente afetada pelo design Criação de processos de produção de qualidade O maquinário de produção e os trabalhadores formam um sistema de produção que deve ser criado para produzir produtos com as dimensões de qualidade que os clientes querem Controle da qualidade dos processos de produção À medida que os produtos e serviços vão sendo produzidos o desempenho da produção em termos de qualidade é controlado e administrado de forma a garantir que só serão produzidos produtos e serviços de qualidade superior Desenvolvimento de parcerias com os fornecedores Selecionar e cultivar forne cedores que se encaixem no sistema TQM é uma prioridade importante Os relacio namentos de longo prazo são cultivados de forma que os fornecedores entreguem peças de qualidade perfeita Atendimento ao cliente distribuição e instalação A embalagem a remessa a instalação e o atendimento ao cliente podem ser extremamente importantes para a percepção de qualidade do cliente Criação de equipes de funcionários com poderes No final fazer a TQM funcionar está nas mãos dos funcionários Eles têm de ser treinados organizados e motivados e ter poder para produzir produtos e prestar serviços de qualidade perfeita 118 A ISO 9000 Elementos da TQM Benchmarking e melhoria contínua Os padrões utilizados para medir o progresso são tirados do desempenho de outras empresas de classe mundial Depois esses padrões se tornam a base para melhorias contínuas de longo prazo Quadro 8 Elementos da gestão da qualidade total Fonte Silva 2008 p 419 ISO é a sigla de International Organization for Standardization que em portu guês significa Organização Internacional para Padronizações A história ISO começou em 1946 quando delegados de 25 países re uniramse no Instituto de Engenheiros Civis em Londres e decidiram criar uma nova organização internacional para facilitar a coordenação e unificação de padrões internacionais para as indústrias Em fevereiro de 1947 a nova organização ISO oficialmente iniciou suas operações Desde então tem publicado mais de 19500 normas internacionais que abrangem quase todos os aspectos da tecnologia e manufatura UNICESUMAR 119 Hoje temos membros de 163 países e 3368 organismos técnicos para cuidar do desenvolvimento padrão Mais de 150 pessoas trabalham em tempo integral para a Secretaria Central da ISO em Genebra Suíça Disponível em httpwwwisoorgisohomeabouthtm Acesso em 11 set 2013 Talvez a norma mais conhecida da ISO seja a 9000 pois é esta que trata dos padrões mundialmente aceitos para a qualidade Silva 2008 nos lembra que as normas da família ISO 9000 foram criadas em 1987 e tratam dos padrões mínimos necessários das áreas de projetodesen volvimento produção instalação e serviço Segundo o mesmo autor as normas apresentam cinco objetivos a saber 1 atingir manter e buscar a melhoria contínua da qualidade de produtos incluindo serviços com relação aos requisitos 2 melhorar a qualidade das operações para continuamente satisfazer as necessidades explícitas e implícitas de clientes e investidores 3 fornecer confiança à administração interna e outros funcionários de que os requisitos de qualidade estão sendo cumpridos e de que as melhorias estão ocorrendo 4 fornecer confiança aos clientes e outros investidores de que os requisitos de qualidade estão sendo atingidos no produto entregue 5 fornecer confiança de que os requisitos do sistema de qualidade estão sendo cumpridos SILVA 2008 pp 421422 Por fim é preciso entender que a qualidade ou a gestão desta é algo que vai além da utilização de normas como a ISO Entretanto a adoção da mesma é uma garantia de estar seguindo padrões internacionais de gestão de qualidade aceitos na maioria dos países que utilizam a ISO como parâmetro É importante destacar que nenhuma empresa é obrigada a adotar normas da ISO mas por ser uma norma reconhecida internacionalmente muitos fornecedores eou clientes fazem questão de que seus parceiros possuam esta norma Acesse o site da Agência Brasileira de Normas Técnicas no endereço httpwwwabntcatalogo combr Pesquise a respeito da ISO 9000 Aproveite e vá no site httpwwwabntorgbr e consulte sobre os critérios necessários aos quais uma empresa precisa obedecer para solicitar a ISO 9000 explorando Ideias 120 MODELO JAPONÊS DE ADMINISTRAÇÃO Pensar em modelo japonês de administração obrigatoriamente nos remete à Toyota uma das maiores indústrias automotivas do mundo Maximiano 2009 p 82 coloca que esse sistema nasceu na década de 1950 criado por Eiji Toyoda da família proprietária da Toyota e Taiichi Ohno chefe de engenharia da empre sa Assim fica claro entendermos que o modelo japonês de administração é o modelo Toyota de administração que foi exportado para todo o mundo O autor cita que dois dos principais princípios do sistema são 1 Eliminação de desperdícios O princípio da eliminação de desperdícios aplicado primeiro à fábrica deu origem à ideia de produção enxuta que consiste em fabricar com o máximo de economia de recursos 2 Fabricação com qualidade O princípio da fabricação com qualidade tem por objetivo produzir virtualmente sem defeitos o que também é uma forma de eliminar desperdícios MAXIMIANO 2009 p 83 Maximiano 2009 p 83 complementa que estes dois princípios possibilitam a fabricação de produtos de alta qualidade e baixo preço Parece óbvio que produzir sem desperdiçar é importante entretanto a maio ria das organizações se perde no seu dia a dia com relação ao desperdício Gran UNICESUMAR 121 des corporações na maioria das vezes por falta de planejamento ou pela neces sidade do imediatismo acabam se perdendo em seus processos de produção e o desperdício é inevitável Maximiano 2009 conta que quando Eiji Toyoda então proprietário da Toyota e Taiichi Ohno chefe da engenharia da empresa foram visitar a FORD em 1950 sua principal conclusão foi o excesso de desperdício de recursos gerados pela indústria O que eles perceberam foi o fato de que para as indústrias ocidentais havia a necessidade de estarem preparados para qualquer tipo de situação e pela quantidade de recursos disponíveis para as empresas ocidentais da época o desperdício acabava sendo despercebido Entretanto o Japão estava sendo literalmente reconstruído após ter sido derrotado na Segunda Guerra Mundial 19391945 e consequentemente havia escassez de recursos Após observarem o processo de produção da FORD Maximiano 2009 lembra que os enviados da Toyota concluíram a necessidade de eliminar o desperdício o que em uma fábrica significa reduzir ao mínimo a atividade que não agrega valor ao produto Assim classificaram os desperdícios em sete tipos principais Tempo perdido em conserto ou refugo Produção além do volume necessário ou antes do momento necessário Operações desnecessárias no processo de manufatura Transporte Estoque Movimento humano Espera MAXIMIANO 2009 p 84 Havendo então a necessidade de eliminar desperdícios Maximiano 2009 mos tra que no sistema Toyota há três formas de se eliminar os desperdícios racio nalização da força de trabalho just in time e produção flexível Segundo o autor cada uma dessas três formas funciona da seguinte maneira Racionalização da força de trabalho Just in time Produção flexível MAXIMIANO 2009 p 86 122 REENGENHARIA E BENCHMARKING O segundo ponto principal do processo de produção da Toyota é a fabricação com qualidade e como Maximiano 2009 aponta também possui três caracte rísticas fazer certo da primeira vez corrigir os erros em suas causas fundamentais e círculos da qualidade Fazer certo da primeira vez Corrigir os erros em suas causas fundamentais Círculos da qualidade MAXIMIANO 2009 pp 8788 Com o desenvolvimento da ciência administrativa as organizações estão se tor nando cada vez mais complexas e difíceis de administrar O crescimento das empresas trasnformouas em grandes conglomerados burocráticos e extrema mente lentos em termos estratégicos Na tentativa de reverter essa situação foi que surgiram algumas ferramentas administrativas como a reengenharia e o benchmarking que tem antes de tudo a missão de reinventar as empresas de modo a tornálas ágeis e enxutas em sua estrutura organizacional UNICESUMAR 123 Reengenharia Com o passar dos anos o crescimento muitas vezes desordenado das organizações acaba por tornálas empresas engessadas morosas e excessivamente burocráticas Estas situações colocam as organizações em situações difíceis principalmente por vivermos em um período de rápidas transformações especialmente as socioeco nômicas nas quais o tamanho da empresa não mais significa grande rentabilidade pelo contrário a realidade tem mostrado que pequenas empresas enxutas em sua estrutura e ágeis quando da necessidade de mudar seu escopo têm muito mais chances de sobreviver a longo prazo e alcançar rentabilidade significativa Quando uma empresa se encontra engessada como na situação acima des crita é necessário adotar algumas medidas para tentar sanar o problema Para isso é necessário utilizarse de ferramentas de ajuste organizacional uma delas é a reengenharia ferramenta definida por Bennis 1999 p 24 como Uma maneira de reinventar a empresa questionando suas atuais dou trinas práticas e atividades e depois redistribuir inovadoramente seu capital e seus recursos humanos em processos transfuncionais A re invenção pretende otimizar a situação competitiva da empresa seu valor para os acionistas e sua contribuição para a sociedade A reengenharia surgiu em 1990 quando segundo Cruz 1997 Michael Hammer publicou um artigo na Harvard Business Review onde sugeria que as empresas deveriam se reinventar O próprio Hammer 1994 coloca que a reengenharia é o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho O autor continua sua explicação afirmando que reengenharia determina o que uma empresa precisa fazer depois como fazêlo Ela ignora o que existe e se concentra no que deveria existir Analisando a definição de reengenharia apresentada por Hammer anterior mente é possível perceber quatro palavraschave fundamentais que resumem todo o processo desta ferramenta fundamental radical drástica e processos 124 aprimorese Fundamental ao praticarem a reengenharia os homens de negócios precisam for mular as questões básicas a respeito de suas empresas e do seu funcionamento Por que fazemos o que fazemos E por que o fazemos dessa forma Essas perguntas fun damentais forçam as pessoas a examinar as regras e suposições tácitas subjacentes à forma como conduzem as suas atividades A reengenharia primeiro determina o que uma empresa precisa fazer depois como fazêlo Ela não trata nada como verdade consagrada Ela ignora o que existe e se concentra no que deveria existir Radical derivada da palavra latina radix radical significa raiz Isso significa ir à raiz das coisas não introduzir mudanças superficiais ou conviver com o que já existe mas jogar fora o antigo Na reengenharia a redefinição radical significa desconsi derar todas as estruturas e os procedimentos existentes e inventar formas com pletamente novas de realizar o trabalho A reengenharia trata da reinvenção das empresas não de sua melhoria de seu aperfeiçoamento ou de sua modificação Drástica a reengenharia não diz respeito a melhorias marginais ou de pequenas quanti dades mas a saltos quânticos de desempenho Se uma empresa está 10 aquém de sua meta se os seus custos são 10 altos demais se a sua qualidade é 10 baixa demais se o seu atendimento aos clientes necessita de um impulso de 10 essa empresa não precisa de reengenharia Métodos convencionais como incentivar equipes de trabalho e adotar programas de qualidade progressivos podem tirar a empresa do buraco dos 10 A reen genharia só deve ser aplicada quando houver necessidade de destruir o que existe Melho rias marginais exigem o ajuste fino melhorias drásticas requerem a destruição do antigo e a sua substituição por algo novo Assim é possível identificar três tipos de empresas Empresas em grandes apuros se os custos de uma empresa estão muito aquém daqueles dos concorrentes ou do que seria permissível naquele ramo se os seus clientes são tão mal atendidos a ponto de protestarem abertamente se as falhas em seus produtos superam em duas três ou cinco vezes as dos concorrentes en fim se a empresa necessita de melhorias de vulto ela claramente necessita de reen genharia A Ford no início dos anos 1980 é um exemplo 125 aprimorese Empresas que ainda não estão em dificuldade mas que a gerência prevê proble mas à frente A Aetna Life Casualty na metade da década de 1980 constitui um exemplo Por enquanto os resultados financeiros podem parecer satisfatórios mas a distância nuvens escuras são perceptíveis novos concorrentes mudanças das necessi dades ou características dos clientes alteração do ambiente econômico ou regulamen tador que ameaçam os fundamentos do sucesso da empresa Essas empresas têm a visão de começar o processo de reengenharia antes que a adversidade se aproxime Empresas em seu pico de desempenho não possui qualquer tipo de dificulda de discernível agora ou no futuro mas a sua gerência é ambiciosa e agressiva Os exemplos incluem Hallmark e a WalMart As empresas dessa terceira categoria veem na reengenharia uma oportunidade de aumentar ainda mais a sua liderança sobre os concorrentes Ao melhorar o seu desempenho elas procuram elevar ainda mais o padrão competitivo e dificultar ainda mais a vida de seus concorrentes Processos ainda que seja a palavra mais importante da definição também é a que traz mais dificuldades para os gerentes das empresas Grande parte dos homens de negócios não estão orientados para os processos eles estão voltados para tarefas serviços pessoas ou estruturas mas não para processos Definese um processo empresarial como um conjunto de atividades com uma ou mais espécies de entrada e que cria uma saída de valor para o cliente Assim a empresa precisa analisar seus processos e reinventálos de modo a ganhar maior competitividade Fonte baseado em Hammer 1994 p 2224 126 BENCHMARKING Outra ferramenta de grande importância para auxiliar as empresas em alcançar uma maior competitividade com eficiência e eficácia o benchmarking é uma prática em que as empresas se comparam com seus concorrentes utilizando al gum parâmetro mensurável Robbins 2005 p 97 define benchmarking como Uma prática de comparar por meio de algum parâmetro mensurá vel o desempenho de uma operação fundamental da empresa com uma operação semelhante em outras organizações No Quadro 9 é possível verificar como se dá o processo de benchmarking 1a construir uma equipe para planejar o benchmarking 1b identifcar a função ou processo que será alvo do bechmarking 1c identifcar e selecionar melhores práticas utilizadas por áreas ou empresas de sucesso 1d determinar o método de coleta de dados 2a coletar dados internos 2b coletar dados externos 3a analisar dados para identifcar lacunas de desempenho 3b determinar causa das diferenças 4a fxar metas de desempenho para aperfeiçoar e superar melhores práticas 4b implementar planos para transpor a lacuna e monitorar resultados Quadro 9 O processo de benchmarking Fonte Robbins 2005 p 97 UNICESUMAR 127 Outra definição importante que nos ajuda inclusive a melhor compreender seu funcionamento é apresentada por David T Kearns apud CAMP 2002 p 8 presidente da Xerox como processo contínuo de medição de produtos serviços e práticas em relação aos mais fortes concorrentes ou às empresas reconhecidas como líderes em suas indústrias Nesta definição podemos destacar quatro pa lavraschave que resumem como proceder 1 Processo contínuo Benchmarking é um processo gerencial e de au toaperfeiçoamento que precisa ser contínuo para ser eficaz Ele não pode ser executado e depois negligenciado na crença de que a tarefa foi concluída Ele precisa ser um processo contínuo porque as práticas da indústria mudam constantemente 2 Medição o termo benchmarking significa medição Esta pode ser reali zada de duas formas As práticas internas e externas podem ser compara das e uma declaração das diferenças significativas pode ser documenta da Tratase de uma declaração verbal de medição das melhores práticas da indústria que devem ser implementadas para se atingir superioridade embora ela seja de natureza qualitativa Ela descreve a oportunidade da adoção das melhores práticas 3 Produtos serviços e práticas o benchmarking pode ser aplicado a todas as facetas de uma empresa Ele pode ser aplicado aos produtos e serviços básicos Pode ser aplicado aos processos que entram na fabri cação desses produtos E pode ser aplicado a todas as práticas e méto dos de processos de apoio para se levar de forma eficaz esses produtos e serviços aos clientes e satisfazer suas necessidades O benchmarking vai além da análise competitiva tradicional para revelar não apenas quais são as melhores práticas da indústria mas também para obter uma clara compreensão de como essas práticas são usadas 4 Empresas reconhecidas como líderes em suas indústrias O ben chmarking não deve visar somente os concorrentes diretos dos produtos de uma empresa Na verdade seria um erro fazer isso uma vez que eles podem ter práticas abaixo de desejáveis O benchmarking deve ser dirigido para as empresas e funções reconhecidas como sendo as melhores ou líderes em suas indústrias tais como bancos para o processamento de documentos isentos de erros A empresa que serve como parceira de benchmarking nem sempre é óbvia É necessária uma investigação cuidadosa para se determinar as empre sas a serem buscadas como parceiras de benchmarking CAMP 2002 pp 89 128 TOMADA DE DECISÃO Nossa vida é um processo de tomada de decisões contínuo ou seja pela manhã ao som do despertador acordar e sair da cama são uma das primeiras decisões do dia a serem tomadas Chega a ser engraçado entretanto só reforça o que foi dito no início Passamos por toda nossa vida tomando decisões constantemente algumas muito simples como a de acordar outras mais complexas que determinaram o rumo da nossa vida Administrar uma empresa segue o mesmo princípio o de tomadas de decisões contínuas Algumas serão triviais outras irão definir o rumo da organização e dependendo de como forem tomadas poderão significar a falência do negócio Tomada de decisão é definida por Daft 2002 p 372 como o processo de identificação e solução de problemas O autor continua explicando que este pro cesso é composto por dois estágios principais identificação de problemas e solução de problemas No primeiro estágio é necessário que se busque informação sobre condições ambientais e organizacionais para determinar se o desempenho é satis fatório e quando necessário diagnosticar as causas das falhas No segundo estágio considerase alternativas para a solução dos problemas encontrados no diagnóstico escolhese uma delas e a implementa em busca da resolução do problema É importante entender que as decisões variam em complexidade Daft 2002 afirma a possibilidade de se classificálas em decisões programadas e decisões não programadas a saber UNICESUMAR 129 Decisões programadas são repetitivas e bem definidas com procedimentos para resolver o pro blema São bem estruturadas porque os critérios de desempenho normalmente são claros dis põese de informações adequadas sobre o desempenho corrente as alternativas são facilmente especificadas e existe uma relativa certeza de que a alternativa escolhida será bemsucedida Decisões não programadas são recentes e mal definidas e não existem procedimentos para resolver o problema Elas são usadas quando uma organização não percebeu antes um de terminado problema e pode não saber como reagir Não existem critérios claros de decisão As alternativas são imprecisas Existe incerteza se a solução proposta irá solucionar o pro blema Normalmente poucas alternativas podem ser desenvolvidas para uma decisão não programada e por isso uma solução única é desenvolvida para se adequar ao problema Fonte adaptado de Daft 2002 pp 372373 explorando Ideias É possível distinguir dois tipos de tomadas de decisão quando estas serão aplicadas indi vidualmente pelos gerentes Daft 2002 classifica esses tipos em Abordagem racional destaca a necessidade da análise sistemática de um problema seguido pela escolha e implementação numa sequência lógica passo a passo Foi desenvolvida para orientar a tomada de decisão individual porque se observou que muitos gerentes eram desordenados e arbi trários no modo como tomavam as decisões organizacionais É dividida em oito etapas a saber 1 Monitorar o ambiente da decisão 2 Definir o problema da decisão 3 Especificar os objetivos da decisão 4 Diagnosticar o problema 5 Desenvolver soluções alternativas 6 Avaliar as alternativas 7 Escolher a melhor alternativa 8 Implementar a alternativa escolhida Perspectiva da racionalidade limitada quando as organizações se defrontam com pouca con corrência e lidam com problemas bem conhecidos os gerentes em geral adotam procedimentos racio nais para tomar decisões Contudo as pesquisas sobre decisões gerenciais mostram que os gerentes muitas vezes não são capazes de adotar um procedimento ideal No ambiente competitivo de hoje as decisões devem ser tomadas com muita rapidez A pressão do tempo um grande número de fatores internos e externos afetando uma decisão e a natureza mal definida de muitos problemas tornam quase impossível a análise sistemática Assim muitas vezes o processo de tomada de decisão será decidido por meio da intuição do executivo A intuição não é arbitrária ou irracional porque está baseada na longa experiência profissional além de anos de prática Fonte adaptado de Daft 2002 pp 374380 explorando Ideias 130 LEARNING ORGANIZATION Também conhecido como Aprendizagem Organizacional AO é uma teoria a qual expressa a necessidade das organizações desenvolverem métodos para otimizarem os processos de análise organizacional de modo a corrigir falhas aprimorar estratégias e disseminar o conhecimento da organização entre seus colaboradores Souza 1999 apud RUAS 2008 p 16 destaca que a aprendizagem organizacional é também a busca para manter e desenvolver a competitividade produtividade e inovação em condições tecnológicas e de mercado incertas Uma melhor definição do conceito de Aprendizagem Organizacional apre sentada por Ruas 2008 p 27 estabelece que A aprendizagem organizacional é um processo contínuo de apro priação e geração de novos conhecimentos nos níveis individual grupal e organizacional envolvendo todas as formas de aprendiza gem formais e informais no contexto organizacional alicerçado em uma dinâmica de reflexão e ação sobre as situações problema e voltado para o desenvolvimento de competências gerenciais Alguns processos acontecem de modo a permitir a aprendizagem organizacional Argyris 1999 apud RUAS 2008 p 14 afirma existir três componentes da AO que são aprendizagem de ciclo simples aprendizagem de ciclo duplo e ciclo triplo UNICESUMAR 131 Aprendizagem de ciclo simples é uma forma de aprendizagem instru mental envolve a descoberta e correção de erro dentro de um determi nado conjunto de variáveis administrativas está conectada à mudança incremental onde uma organização experimenta novos métodos e táticas e tentativas para adquirir feedback rápido e na sequência poder fazer ajustes contínuos e adaptações Aprendizagem de ciclo duplo de caráter não rotinizado e baseada em processos cognitivos Resulta em mudanças nas estruturas mentais subja centes teorias em uso suposições estratégias organizacionais e normas e as formas nas quais são construídas as competências e ambientes Aprendizagem de ciclo triplo envolve aprender como aprender e exige que as pessoas investiguem a natureza dos seus sistemas de aprendizagem e seus defeitos O indivíduo aprende a desenvolver sua forma de aprender a tirar suas próprias lições da experiência aprender a aprender Aprendizagem individual e coletiva MelhoriasGQT Mudança Sistema processos Inovação Gestão do conhecimento Cultura Aprendizagem organizacional Figura 27 A teia de aprendizagem Fonte Ruas 2008 p16 Observando a Figura 27 é possível perceber que a AO segundo Ruas 2008 p 16 evoluiu rapidamente para cobrir vários aspectos do gerenciamento orga nizacional por meio de um processo holístico no qual o autor identifica seis focos ou ênfases a respeito da AO socialização da aprendizagem individual processosistema cultura gestão do conhecimento melhoria contínua e ino vação que estão envolvidos por uma perspectiva de mudança 132 ADMINISTRAÇÃO NA ERA DIGITAL A tecnologia avança em velocidade surpreendente principalmente a tecnologia da informação Os meios de comunicação por meio da Internet conseguiram fa zer aquilo que antes acreditavase ser impossível unir os povos e nações em uma rede global online Desta forma as informações trafegam nessa rede a velocidade da luz literalmente Em função disso hoje é praticamente impossível administrar uma empresa sem sistemas de informação Essa é a era digital e com ela novos desafios surgem frente aos administradores Martin 1998 sugere o nascimento do patrimônio digital tendo em vista a grande quantidade de empresas que são exclusivamente de tecnologia Outro ponto é o fato de diversas tecnologias possibilitarem que as organizações não tenham mais a necessidade de grandes infraestruturas de computadores e redes uma vez que é possível armazenar todos os seus dados na nuvem usando um recurso conhecido como cloud computing reforçando o que Martin comentou anteriormente como patrimônio digital Sendo as sim como agem as empresas do Patrimônio Digital Martin 1998 pp 67 responde que as empresas do Patrimônio Digital Criam rapidamente novas marcas no ciberespaço com promoção e pu blicidade agressivas Visam às massas uma por vez e de forma completa Atuam de acordo com o conceito da Internet como um mundo centralizado no consumidor tendo como verdadeiro alvo um mercado em seu momento de maior valor UNICESUMAR 133 Oferecem as novas alternativas aos consumidores fazendoos desempe nhar realmente o trabalho e criar produtos Entendem que enquanto qualquer empresa é de fato um fornecedor de conteúdo é o contexto e não o conteúdo que domina Essas empresas trabalham em colaboração e parceria como nunca fizeram antes e vivem no que às vezes é descrito como tempo da Internet a alta velocidade com que as coisas parecem acontecer no ambiente da Internet É a colaboração imensa envolvendo a cooperação global entre empresas em setores industriais diferentes e competitivos No Patrimônio Digital não é uma questão de se mas com que rapidez o comércio virtual decolará esperandose que o dinheiro digital seja usado em massa no âmbito global O que podemos concluir com isso tudo é que a maneira de se enxergar o mundo e se realizar negócios mudaram Cabe agora às empresas se reinventarem de modo a não perder o trem da evolução ADMINISTRAÇÃO NO TERCEIRO SETOR Antes de falarmos a respeito de administração no terceiro setor é preciso enten der o que é o terceiro setor Conforme Rafael 1997 p 26 apud ALBUQUERQUE 2011 p14 um país possui três setores socioeconômicos a saber 134 a Primeiro Setor constituído pelo governo dividido em União Estados Municípios e Distrito Federal b Segundo Setor constituído pelo setor produtivo com finalidade lucra tiva dividido em indústrias entidades agrícolas empresas comerciais e empresas prestadoras de serviços c Terceiro Setor constituído por entidades não governamentais sem fins lucrativos Podemos perceber que o Terceiro Setor é aquele onde as entidades sociais atuam para minimizar o impacto das desigualdades sociais ou seja empresas sociais vão agir onde o governo de um país não atua de maneira eficiente Mas por que chamar entidades sem fins lucrativos de empresas Porque o que diferencia uma empresa com fins lucrativos de uma empresa sem fins lucrativos é a maneira como o lucro é tratado Albuquerque 2011 p 18 define a diferença entre em presas sem fins lucrativos e empresas com fins lucrativos Uma empresa sem fins lucrativos é aquela em que o lucro da or ganização é reinvestido na própria entidade sem a repartição deste entre seus colaboradores e fundadores Uma empresa com fins lucrativos o lucro poderá ser reintegrado à empresa eou para o patrimônio pessoal dos proprietários acio nistas e em algumas situações colaboradores Pode até soar estranho mas empresas sem fins lucrativos também precisam obter lucro sendo assim é necessário uma administração com o mínimo de profissionalismo afinal será com o lucro que as entidades irão realizar seu trabalho social como pode ser visto na Figura 28 UNICESUMAR 135 Investimento Capital recursos humanos Operação Idéia de atuação social Idéia de geração de recursos Resultados Atuação social Recursos fnanceiros Entidade de terceiro setor Reinvestimento na entidade 100 do superávit da operação é reinvestido na operação ou incorporado ao patrimônio social da enteidade Figura 28 Empresa sem fins lucrativos Fonte Borges 2001 p19 apud ALBUQUERQUE 2011 p18 Um ponto que merece destaque é o fato do Brasil estar começando a perceber a importância e a necessidade de se administrar entidades sociais de maneira profissional entretanto esta é uma prática já bastante utilizada pelos nortea mericanos Silva 2008 apud ALBUQUERQUE 2011 nos lembra de que Henry Ford já demonstrava preocupação com questões sociais colocando em prática sua filosofia de produção em massa na qual possibilitava que sua organização a Ford Motors vendesse seus automóveis a um preço baixo e mesmo assim con seguisse pagar altos salários com uma produção eficiente Outro empresário do final do Século XIX que compartilhava a mesma preo cupação de Ford conforme Maximiano 2007 apud ALBUQUERQUE 2011 foi Andrew Carnegie fundador da US Steel que em 1899 publicou O Evangelho da Riqueza livro no qual estabeleceu os princípios da responsabilidade social corporativa Caridade e zelo O autor complementa lembrando que para Carne gie esses princípios baseavamse numa visão paternalista do papel do empresário em relação aos empregados e aos clientes As empresas brasileiras começaram tarde a se preocupar com questões so ciais Diferentemente dos norteamericanos que como vimos anteriormente já 136 se preocupavam com isso no final do século XIX os empresários brasileiros só começaram se ater a questões sociais já próximo do final do século XX Borges 2001 p 15 apud ALBUQUERQUE 2011 p 16 estima que existam cerca de 250 mil organizações do terceiro setor no Brasil movimentando cerca de 15 do PIB brasileiro consequência do aumento da Responsabilidade Social por parte das empresas do segundo setor Esse crescimento obriga as organiza ções a terem uma postura profissional tendo em vista que muitas dessas 250 mil organizações são fundações criadas por empresas privadas que obrigatoriamente precisam prestar contas para seus acionistas atitude esta que nem sempre era co brada das demais entidades sociais muitas delas mantidas com recursos públicos Um ponto que merece destaque e que reforça a necessidade de profissio nalismo na administração de entidades sociais é o fato de existir uma cultura empreendedora voltada para fins sociais o que é conhecido como Empreen dedorismo Social ou seja pessoas que buscam empreender visando solucionar questões sociais Voltoni 2004 pp169172 explica que O empreendedorismo social está começando a ser reconhecido como a grande fonte de mudança social e desenvolvimento em ambas as culturas ocidental e oriental Poucos no entanto reco nheceram a sua dimensão histórica crucial e sua importância para o desenvolvimento humano social e econômico Os empreen dedores sociais têm papel fundamental no crescimento do terceiro setor bem como no desenvolvimento da sociedade Além disso são cruciais para que os processos de mudança social econômica e po lítica sejam assegurados e são especificamente importantes para o avanço da democracia Através da definição de novas possibilidades sociais eles promovem a descentralização de iniciativas e de poder Esse desenvolvimento do empreendedor social que Voltoni cita só é possível se houver uma administração profissional por parte dos mesmos UNICESUMAR 137 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade tratamos da perspectiva contemporânea da administração teorias que vieram complementar os processos administrativos apresentando ferramentas inova doras para o auxílio da gestão da organização Tratamos a respeito da administração da qualidade apresentando o conceito histórico da mesma e mostrando a grande importância que a qualidade detém na organização e buscouse deixar claro que além de ferramentas de melhoria de processo a administração da qualidade necessita de profunda mudança cultural e comportamental por parte dos colaboradores da organização o que nos remete a outro ponto que tratamos nesta unidade referente ao modelo japonês de admi nistração Este modelo baseado em processos de qualidade tem esse nome justa mente porque um dos seus principais itens é justamente a cultura milenar deste povo tão singular A maneira pela qual o japonês se percebe como funcionário e colaborador foi fator decisivo para o sucesso deste modelo de administração Na sequência abordamos as ferramentas de reengenharia e benchmarking onde a primeira recomenda a desconstrução e reconstrução da organização como um todo ou seja reinventar a organização e a segunda mostra uma maneira de melhorar a gestão organizacional por meio da análise das principais empresas de uma determinada indústria e adaptar aquilo que elas fazem de melhor para a realidade da organização estudada Também procurou ser estudado o processo de tomada de decisão explicando sucintamente como este deve ser realizado pelos gerentes organizacionais e na sequência apresentouse conceitos de Aprendizagem Organizacional maneiras pelas quais as empresas desenvolvem seu conhecimento Falouse sobre a administração na era digital e essa nova realidade para a qual as empresas precisam estar preparadas e para encerrar a unidade tratouse da administração no terceiro setor destacando a importância em se administrar empresas voltadas para questões sociais Espero que mais uma vez tenha aproveitado este material para seu cresci mento não só profissional mas também pessoal 138 na prática 1 Com base no item que trata dos conceitos de qualidade explique de que maneira a ferramenta de benchmarking pode ser utilizada na implementação de um programa de qualidade total 2 Tendo como referência os itens Tomada de Decisão e Aprendizagem Organizacional discorra sobre como eles se complementam 3 Explique em que difere a administração de uma empresa do terceiro setor para uma administração privada 139 eu recomendo O modelo Toyota 14 princípios de gestão do maior fabri cante do mundo Autor Jeffrey Liker Editora Artmed Sinopse nesta obra Jeffrey Liker profundo conhecedor da Toyo ta trata dos princípios que sustentam a produção enxuta um re volucionário sistema que fez da Toyota a mais lucrativa montado ra do planeta Em O modelo Toyota Liker apresenta conceitual e praticamente os princípios os métodos e as técnicas do Sistema Toyota de Produção Esta é uma base essencial para o avanço da competitividade das empresas instaladas no Brasil livro Organizações teoria e projetos Autor Richard L Daft Editora Thomson Sinopse buscando integrar os conceitos e modelos da teoria organizacional a eventos transformadores no mundo real para fornecer a visão de projeto organizacional mais atualizada dispo nível este livro mescla teorias clássicas e tradicionais com refle xões contemporâneas sobre o tema de uma forma interessante e agradável Por meio de casos exemplos de organizações e resenhas de livros o autor apresenta as teorias organizacionais de forma rica e perspicaz auxiliando alunos professores e profissionais a compreender e resolver problemas concretos livro ÉTICA EMPRESARIAL PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Ética nas organizações princípios fundamentais Criação de sistemas de valores a ética empresarial O desenvolvimento moral das pessoas e organizações Ética e capital humano Códigos de ética Desafios éticos na atualidade e a ética corporativa OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Conhecer os princípios fundamentais sobre ética organizacional Entender como as condutas morais influenciam o funcionamento das organizações e a representatividade da ética empresarial no mundo dos negócios Compreender o impacto e o desenvolvimento moral das pessoas nas organizações Compreender a importância da ética e do capital humano quando o assunto é ética organizacional Demonstrar e compreender a funcionalidade dos códigos de ética e apresentar alguns exemplos de atuação ética no campo organizacional Discutir os principais desafios éticos na atualidade e apresentar um exemplo de como praticar a gestão ética corporativa PROFESSORA Me Mirian Aparecida Micarelli Struett INTRODUÇÃO Caroa alunoa o paradigma vigente atual em relação à ética é repre sentado por uma clientela bastante exigente ou seja consumidores que regem essa sociedade lembramse das empresas ou organizações quando estas atuam de maneira ética e também na condução dos seus negócios A mídia corrobora evidenciando diversas ações não éticas advindas das atividades organizacionais e isto tem propiciado na maioria das vezes um boicote do consumidor ao produto ou serviço oferecido pela empresa ou organização que não atuou de forma ética Por muitos anos a ética e os negócios não formaram uma boa dupla principalmente quando o assunto era lucro Era usual no cotidiano certa ironia quando se tratava do tema ligado à ética Há pelo menos duas déca das essa situação está em transição buscando alterar esse paradigma no mundo dos negócios principalmente porque não se fala em outra coisa senão ética valores integridade e responsabilidade social como forma da organização alcançar a sustentabilidade Nesta unidade você compreenderá que a ética representada pelos cos tumes e moral estabelecidos por relações humanas fundamentais e valores culturalmente diferentes no meio ambiente organizacional é um dos maio res desafios dos administradores na condução dos negócios Principalmente porque as organizações como sistemas sociais têm como finalidade também o desenvolvimento social econômico e moral das pessoas que as compõem fazendo com que o agente moral o colaborador enquanto sensibilizado so bre a ética também faça as suas escolhas e se responsabilize por elas Para isto alguns sinais de procederes éticos e não éticos serão eviden ciados ao longo desta unidade bem como devem os gestores organiza cionais e os colaboradores atuarem em algumas áreas específicas Desta forma caroa alunoa acreditamos que você estará aptoa para fazer as melhores escolhas decidindo entre o bem e o mal entre a ética e a não ética Propomos a você que reflita sobre seu papel enquanto liderança ética UNIDADE 5 142 ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES PRINCÍPIOS fundamentais De acordo com os autores Arruda Whitaker e Ramos 2003 Os debates ocorridos na década de 60 especialmente nos países de origem alemã já revelavam preocupações éticas no âmbito empresarial O ensino da Ética em faculdades de Administração e Negócios tomou impulso na década de 60 e 70 principalmen te nos Estados Unidos quando filósofos trouxeram contribui ções de sua vida empresarial aplicando conceitos da ética à realidade dos negócios surgindo assim a Ética Empresarial As publicações sobre o tema nos EUA e Europa destacando pu blicações em revistas na área da Administração Journal of Bu siness Ethics a European Review 1992 Mas foram nos anos 90 que houve uma ampliação e universalização do conceito No Brasil em 1992 o Ministério da Educação e Cultura MEC sugeriu que todos os cursos de Administração em nível de gra duação e pósgraduação incluíssem a disciplina em seu currí culo o Conselho Regional de Administração CRA e a Fun dação FIDES se reuniram em São Paulo comprometendose a seguir a recomendação Ainda neste mesmo ano a Fundação Getúlio Vargas cria o Centro de Estudos de Ética nos Negócios UNICESUMAR 143 Ética é um conjunto de valores e regras que definem a conduta dos indivíduos como certo ou errado SILVA 2008 p 60 pensando juntos Sobre o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social Acesse httpwww3ethosorgbr explorando Ideias CENE Em Julho de 1997 houve o II Congresso Mundial da ISBEE International Society of Business Economics and Ethics com o tema Desafios Éticos da globalização Houve também o crescimento da ética no campo profissional segundo Arruda Whitaker e Ramos 2003 por intermédio da Escola de Altos Estudos de Ética Profissional ESA que iniciou suas atividades com o intuito de desenvolver a ética não só nos negócios mas em todas as profissões em 1998 Um trabalho de grande projeção vem até os dias atuais sendo desen volvido pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social oferecendo apoio junto às empresas brasileiras as quais buscam in centivar os profissionais as instituições públicas e privadas a inicia rem esforços para o combate à corrupção pobreza e injustiça social De acordo com Silva 2008 p 59 as demandas éticas cresceram a partir da década de 90 advindas das preocupações dos acionistas em relação às decisões internas dos administradores e de que todas as atividades organi zacionais devem ser regidas por princípios éticos que indicam se o tipo de comportamento praticado é ético ou não A palavra ética vem do grego ethos e quer dizer costume modo de agir A ética teoriza as condutas humanas estudando concepções como a moral dentro das organizações Da mesma forma a moral vem do latim mores que quer dizer cos UNIDADE 5 144 Ética é vida Sem princípios éticos é inviável a organização social Ética Empresarial é a alma do negócio É o que garante o conceito público e a perpetuidade da empresa MA TOS 2011 p 35 pensando juntos tume conduta modo de agir A moral normatiza e direciona a prática das pessoas sendo a ética teoria sobre a moral ou seja como a ciência do comportamento ou a reflexão filosófica sobre a moral de modo que seu interesse é compreender como se dá a formação dos hábitos dos costumes e até mesmo das regras e leis que regem uma determinada sociedade ALENCASTRO 2010 p 33 É um contrassenso mas em muitos casos defrontamonos com uma meia ética com uma meia verdade o que significa uma mentira inteira dizia Platão A meia ética está identificada com o esforço equívoco do que poderíamos deno minar marketing de ética ou seja tornase mais importante parecer ético do que ser ético MATOS 2011 p 27 A ética empresarial envolve a determinação da organização em cumprir os compromissos assumidos para com todos os envolvidos de maneira que devem satisfazer algumas expectativas desse público diretamente o que na maioria das vezes refletem o pensamento da sociedade como um todo e ampliam em muito o seu comportamento ético Atualmente há um controle social maior sobre a agressão ao meio ambiente por exemplo o fato de algumas empresas devastarem o meio ambiente e provocarem altos custos ambientais as coloca em conflito direto com os interesses da coletividade ALENCASTRO 2010 Para Matos 2011 p 35 a ética organizacional significa Não ao individualismo e a seus subprodutos não ao egocentrismo e cor porativismo não ao autoritarismo e suas subdivisões em ilhas de poder arquipélago organizacional não ao totalitarismo político com a centra lização do poder não ao totalitarismo organizacional com o comporta mento burocrático não ao totalitarismo emocional com o paternalismo A ética deve estar presente em todos os níveis do negócio reflete seus costumes e moral estabelecidos além de relações humanas fundamentais e plurais globais um dos maiores desafios dos administradores é conduzir as atividades de maneira ética enquanto alcançam níveis elevados de desempenho econômico SILVA 2008 UNICESUMAR 145 Reflita novamente caroa estudante É possível conduzir as atividades organizacionais de maneira ética e ainda assim alcançar níveis elevados de desempenho econômico pensando juntos Passos 2006 concorda com Aguilar 1996 p 25 quando coloca a ética como um elemento a mais na organização como tal a ética empresarial transformase em mais um elemento da administração do diaadia juntamente com as operações e estratégia competitiva e com Srour 2000 p17 que nos propõe uma reflexão ética o conhecimento ético oferece um quadro de referência para as decisões corporativas Para a autora p71 Sua importância no mundo do trabalho é crescente entre outros mo tivos pelas facilidades e formas de incentivo que as pessoas têm para praticar deslizes de ordem moral Além dos componentes do caráter de muitos caracterizados pela ira orgulho vaidade eles são motivados pela ânsia do sucesso rápido e a qualquer preço pelo desejo de galgar posição social elevada pelo apego ao poder pela luta por realizar um sonho a enveredar por caminhos desonestos injustos e desrespeitosos Neste sentido o papel das organizações é fundamental fazendo com que estas por força das denúncias da sociedade cumpram com suas obrigações o que implica também em ser ética e investir em programas de incentivo ao compor tamento ético organizacional de forma efetiva As ações efetivas devem ser em prol do uso de linguagem ética no am biente de trabalho e na vida de tornar o comportamento ético uma rotina com a qual as pessoas possam se acostumar e investir em ações que atinjam o âmago do ser humano que o faça refletir e tomar cons ciência das consequências de seus atos assim para se introduzir ou reforçar a ética empresarial a empresa precisa rever a relação que estabeleceu entre meios e fins colocando o ser humano como o centro de tudo eleger a ética como parte do negócio PASSOS 2006 p 71 UNIDADE 5 146 CRIAÇÃO DE SISTEMAS DE VALORES a ética empresarial A organização que não tem uma cultura ética forte e ações efetivas que traduzam uma conduta ética com seus stakeholders deverá adquirir essa consciência e rever a sua re lação com o meio ambiente organizacional a fim de estabelecêla e elegêla como parte integrante do seu negócio pois de outra forma sua continuidade estará comprometida A concepção filosófica que define uma empresa advém de valores A palavra valor foi usada pela primeira vez na economia política para explicar o valor do uso e o valor de troca das mercadorias comumente chamadas de bens Originada do latim va lore representa a qualidade pela qual nós escolhemos alguma coisa em detrimento de outra ou a estimamos mais ou menos Escolhas que se orientam pela experiência vivida pelo sujeito pelas circunstâncias históricosociais pelas formas de produção interesses ideologias compromissos políticos e éticos PASSOS 2006 UNICESUMAR 147 Para Alencastro 2010 p 51 a os valores sociais fornecem os padrões de certoerrado b a pessoa incorpora emocionalmente por meio da educação esses valores c em outras palavras registram no cérebro as referências de certoer rado que agora passam a orientar suas atitudes d essa incorporação sob a interpretação da razão assume a forma de decisão ética Passos 2006 argumenta sobre a tendência da sociedade em acreditar que ética e negócios não combinam isso porque o mundo organizacional seria regido pela ganância lucratividade ilimitada e pela desonestidade Esse descrédito atribuí do às empresas de que elas não agem de forma ética tem relação direta com as orientações inspiradas em valores econômicos Ainda de acordo com a autora hoje ainda se coloca em foco no meio ambiente organizacional A questão da ganância e da desonestidade corporificada por si tuações como o tráfico de informações e econômicas ligadas por exemplo a bolsas de valores ou bancos Também se presenciam os conflitos de interesses através de litígios que têm levado muitas empresas consideradas sólidas à derrocada PASSOS 2006 p 67 De acordo com Matos 2011 a década de 90 exibiu muitos escândalos em presariais de grande repercussão consistentes com manipulações de balanços para forjar lucros e justificar retiradas indébitas Esses empresários refletiam ao mesmo tempo uma euforia pelo sucesso financeiro a qualquer preço em detrimento aos valores éticos Houve insucessos que atingiram negativamente acionistas investidores e empregados que se viram lançados ao infortúnio inesperadamente devido a essa conduta humana antiética como podemos visualizar na Tabela 3 casos que abalaram a imagem e a estrutura do capita lismo e da globalização econômica UNIDADE 5 148 EMPRESA FATO ENRON empresa nor teamericana de energia dissimulação de dívida Em 2001 pede concordata após reconhecer práticas contábeis duvidosas inflando o volume de negócios do grupo e dissimularam dívida na ordem de US 22 bilhões ARTHUR ANDERSEN empresa de auditoria contábil obstrução da justiça e destruição de documentos Encarregada de verificar a regularidade das con tas da Enron foi considerada culpada por obs trução da justiça e por ter destruído 17 tonelada de documentos relacionados à ENRON PARMALAT empresa multinacional Italiana falência fraudulenta Em 2003 descoberta de endividamento de 11 bilhões de euros 385 bilhões de reais um siste ma fraudulento também com desvios contábeis orçamentos falsos documentos falsificados e lucros fictícios Por ser permanente a fraude não era dectável tanto assim que próximo ao escân dalo eclodir The Deutsche Bank Banco Central Alemão adquiriu 51 do capital da Parmalat Empregava em torno de 37 mil funcionários em mais de 30 países e seu faturamento chegou a 76 bilhões de euros em 2002 27 bilhões de reais Valor superior ao do PNB Produto Nacional Bru to dos países Paraguai Bolívia Angola e Senegal WORLD COM gigante de telecomunicações fraude contábil Despesas registradas como investimentos em cinco trimestres com fraude contábil de US 38 bilhões GLOBAL CROSSING grupo de telecomuni cações fiscalização das contábeis Em concordata depois de contraída enorme dívida é alvo de investigação formal do órgão regulador de mercados de capitais sobre suas práticas contábeis UNICESUMAR 149 EMPRESA FATO XEROX fraude no resultado antes dos impostos Em 2002 reconheceu que seu resultado antes dos impostos para o período de 1997 a 2001 era inferior em US 14 bilhão ao publicado ante riormente TYCO expresidente foi condenado fraude fiscal e falsifica ção de prova Dennis Kozlowski foi condenado pois fraudou o fisco em US 1017 milhão em impostos pela compra de obras de arte manipulando dados contábeis da Tyco ADELPHIA operador de cabo empréstimos a acionista Em concordata a empresa reconheceu ter con cedido empréstimos no valor de US 23 bilhões à família Rigas sua principal acionista MERCK cia farma cêutica falsificação de registro de receitas a Medco A segunda maior cia dos EUA registrou receitas em três anos de US 14 bilhões de uma de suas subsidiárias a Medco que na verdade nunca foram recebidas Tabela 3 Casos que abalaram o capitalismo e a globalização econômica Fonte adaptada de reportagens do Jornal Zero Hora de Porto Alegre RS apud MATOS 2011 pp 2829 No Brasil conforme aponta Matos 2011 p 29 casos idênticos tornaramse notórios com grandes empresas tradicionais indo à falência por graves irregu laridades éticas Além destes exemplos podemos observar que em uma cultura não ética ou seja indiferente às questões morais tudo acaba sendo permitido e o lucro passa a ser objetivo supremo fazendo com que a competição ganhe expressão predatória em que todos os concorrentes devem ser eliminados Importante salientar que nem sempre as empresas vão à falência por irregu laridades éticas porém a consequência ao se negligenciar a gestão de valores nas organizações é o prejuízo que pode ser fatal Mas o que leva as organizações a essas irregularidades Muitas vezes a com petitividade é gerada pela concorrência acirrada globalizada UNIDADE 5 150 O McDonalds maior rede de fast food do Brasil e do Mundo esteve no centro das aten ções de um dos casos mais explícitos de corrupção Em 2005 foi fiscalizado devido a suspeita de ter comprado uma norma da Receita Federal que permitiria à multinacional pagar menos impostos e livrarse de multas milionárias representando em média uma economia em impostos de 100 milhões de reais Leia mais em httpvejaabrilcombr211205p044html explorando Ideias Virtudes são qualidades que capacitam as pessoas para agir bem Sem coação exercitan do sua liberdade a pessoa virtuosa sempre procura escolher o que é bom certo correto virtudes são valores transformados em ações são essencialmente bons que para florescer devem ser praticados ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 71 pensando juntos Como eliminar o concorrente e ainda ser ético na condução dos negócios Para Passos 2006 as organizações e as empresas também criam valores esco lhem caminhos e optam por uma forma de ser e de agir consciente ou inconscien temente a partir de princípios e crenças que orientam a ação e dá norte às ações empresariais e ao comportamento das pessoas que as constituem A partir desses valores criase um clima um ethos organizacional que faz das organizações serem ao mesmo tempo iguais e diferentes das demais Aglutinar virtudes de cooperação e integridade é uma tentativa de associar a ética à excelência Conforme apontam Arruda Whitaker e Ramos 2003 p 71 Aristóteles já acenava com a possibilidade de reunir essas duas vir tudes uma empresa boa bem sucedida harmoniosa estável inte grada por pessoas boas satisfeitas seguras e felizes emerge de um trabalho conjunto de cooperação e integridade Uma cultura empresarial é ética por seus valores desta forma também o é pelas pessoas virtuosas que integram a organização e inclusive pelos produtos e ser viços que apresentam à sociedade Como afirmam os autores Arruda Whitaker UNICESUMAR 151 Quais das virtudes aparecem com mais frequência nas atividades organizacionais pensando juntos e Ramos 2003 p 72 a ética da virtude é perene porém seu excesso ou falta pode transformála em vício Desta forma as virtudes de seus integrantes definem seu clima ético componente fundamental da cultura empresarial O Quadro 10 reproduz o estudo de Aristóteles e o Quadro 11 da mesma forma a visão de Solomon apud ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 74 FALTA DE VIRTUDE VIRTUDE EXCESSO Irascibilidade Mansidão Indolência Temeridade Virilidade Covardia Desvergonha Pudor Timidez Intemperança Moderação Insensibilidade Inveja Justa Indignação sem nome Ganância Justiça Perda Prodigalidade Liberalidade Tacanhice Jactância Sinceridade Dissimulação Adulação Amabilidade Aspereza Servilismoobsequiosidade Dignidade Antipatia Frouxidão Firmeza Padecimento Vaidade Magnanimidade Pusilanimidade Ostentação Magnificência Mesquinhez Malícia Prudência Simpleza Quadro 10 Virtude excesso e falta Aristóteles Fonte Aristóteles apud ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 74 UNIDADE 5 152 E quando há excesso ou falta de virtude O que ocorre com o clima organizacional pensando juntos As virtudes dos integrantes de uma organização definem o seu clima ético e seus stakeholders solidificam sua confiança na empresa a partir da identificação e percepção que têm de sua cultura As pessoas esperam encontrar mais virtudes que vícios É portanto uma das formas fundamentais de fortalecer uma cultura empresarial voltada para a ética quando há o incentivo de virtudes e a correção dos vícios inerentes a todo tipo de organização Falta de virtude Virtude Excesso Frustração contínua Aceitação Fácil desistência Indiferença Amabilidade Intromissão Apatia Ambição Ambição desmedida Leviandade Atenção Atitude compulsiva Falta de autenticidade Autonomia Rebeldia hipocrisia Ineficácia Carisma Fascismo cultismo Crueldade insensibi lidade Compaixão Sentimentalismo pie guice Ineficácia ser perdedor Competitividade Pouco espírito esportivo Desconfiança Confiança Confiança cega e tola Criação de obstáculos mútuos Cooperação Falta de autonomia Covardia Coragem Impetuosidade Falta de credibilidade Credibilidade não existe Estagnação Criatividade Fantasia excessiva UNICESUMAR 153 Falta de virtude Virtude Excesso Só faço o meu trabalho Cuidado Paternalismo Resignação fácil Dedicação Fanatismo Indefinição Determinação Obstinação teimosia Vulgaridade Eloquência Pretensão falar demais Espírito Espiritualidade Hipocrisia preconceito Falta de criatividade visão Espírito empreendedor Atrevimento Levar tudo muito a sério Espirituoso Nenhum senso de seri dade Desmazelo Estilo Afetação narcisismo Fraqueza passividade Firmeza Crueldade obstinação Avareza Generosidade Distribuir o estoque Grosseria arrogância Graça Artificialismo meticulo sidade ver Humildade Gratidão ver Humildade Incompetência Habilidade Arrogância Precaução excessiva Heroísmo Imprudência Mentira Honestidade Falar a verdade inopor tunamente Falta de escrúpulo Honradez Esnobismo obstinação Arrogância atrevi mento Humildade Autoflagelo humilhação Nenhum senso de humor Humor Falta de seriedade UNIDADE 5 154 Falta de virtude Virtude Excesso Favoritismo Imparcialidade Insistir erradamente na igualdade Seguir o rebanho Independência Destruição organizacional Falta de virtude es sencial Integridade não existe Injustiça Justiça Impossibilidade de com padecer Traição insídia Lealdade Fanatismo ver Honradez Orgulho ver Honradez Apatia indiferença Paixão Insanidade inconveniência Imprudência impulsi vidade Prudência Timidez compulsividade Assumir poucas coisas Responsabilidade Assumir coisas demais Defeitos e vícios Santidade Não ser deste mundo Insatisfação Satisfação Complacência preguiça Descontrole Serenidade Insensibilidade frieza Mediocridade hosti lidade Tolerância Falta de agudeza crítica Falta de vergonha escrúpulo Vergonha Culpa patológica Quadro 11 Virtude Excesso e Falta Solomon Fonte Solomon apud ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 75 UNICESUMAR 155 O DESENVOLVIMENTO MORAL DAS PESSOAS e organizações As organizações são sistemas sociais e além de possuírem teorias técnicas normas regulamentos que se constituem em um sistema de valores e crenças têm como fina lidade o desenvolvimento social econômico e moral das pessoas que as compõem A moral normatiza e direciona a prática das pessoas A sobrevivência humana demanda condições materiais de vida como também de normas de conduta que são formuladas pela sociedade e servem para colocar limites nos desejos e ambições individuais e dirigilos para uma relação equilibrada com as necessi dades sociais Apesar de o comportamento moral articularse com as condições históricas do agente moral isto não impede que ele possa fazer escolhas e se responsabilizar por elas PASSOS 2006 p 23 A professora Elizabeth Bório 1995 pp 4647 apud ALENCASTRO 2011 em seus estudos intitula a moral nossa de cada dia e que faz parte da formação da consciência moral dos indivíduos 1ª etapa Anomia negação da lei significa a etapa do comportamento puramente instintivo que se orienta pelo prazer ou pela dor Nesta fase uma criança procura o prazer em detrimento da dor e não consegue correlacionar suas atitudes às normas morais Já um adulto em estado de anomia agiria pura mente pelo prazer sem a preocupação ou respeito com as pessoas afetadas pela sua atitude Um exemplo de estado de anomia são os pixadores de patrimônios públicos que não apresentam qualquer senso de responsabilidade e respeito nem por si nem pelos outros UNIDADE 5 156 2ª etapa Heteronomia lei estabelecida por outros nesta fase a crian ça obedece às ordens para receber recompensas ou evitar castigo No adulto se observa que ele obedece às leis e regras por exemplo apenas para não ser puni do sem interiorizar o seu conceito Um exemplo do estado de heteronomia é o motorista que ultrapassa os limites da velocidade mas quando vê o policial de trânsito percorre em velocidade regularmente aceita 3ª etapa Socionomia lei interiorizada pelo convívio social é a fase na qual os critérios morais da criança vão se firmando por meio das relações com outras crianças Nesta fase há a interiorização das noções de responsabilidade obrigação respeito e justiça e a empatia Age buscando aprovação e evitando a censura Seria o caso da pessoa que age preocupada consigo mesma mas sobre tudo com o que os outros pensam dela 4ª etapa Autonomia lei própria nesta fase a criança já interiorizou as normas morais e comportase de acordo com elas passando a entender a noção de pro priedade dos objetos compreendendo por exemplo que é errado apropriarse das coisas dos outros compreendendo que isso é furto Na fase adulta representa o comportamento maduro de maneira que este se orienta por seus próprios princípios internos de conduta Os problemas morais relacionados às organizações se apresentam em situa ções corriqueiras do dia a dia como a prática do favoritismo o sacrifício dos mais fracos a obediência inquestionável às leis o tráfico de influências e o abandono das obrigações familiares até subornos sonegação fiscal pirataria espionagem industrial propinas falta de investimento em segurança ocasionando acidentes graves manipulação para não pagar as indenizações justas danos ao meio am biente como poluições por falta de seriedade e investimentos exploração do trabalho feminino e infantil dentre tantas outras PASSOS 2006 Entretanto independente da atuação do indivíduo na sociedade ou seja qual etapa mais predomina é importante frisar que o ser humano homo sa piens é dotado de inteligência e é um animal racional que interage com seu meio ambiente E como explica Alencastro 2010 p 28 é a partir do uso da razão que ele se torna capaz de refletir emitir juízos e elaborar conceitos e ideias e este é o grande diferencial do ser humano em relação a tudo que existe Nas organizações as pessoas acabam justificando a sua conduta não ética em quatro racionalizações comuns como convencerse de que seu comportamento não é realmente ilegal ou de que o comportamento é do melhor interesse de todos ou de que ninguém descobrirá o que está sendo feito ou ainda conven cendose de que a organização protegerá tal comportamento SILVA 2008 UNICESUMAR 157 De acordo com Matos 2011 um forte exemplo é a corrupção A corrupção é um traço da degenerescência cultural indicador de uma sociedade doente Nesse sentido a educação é fator fundamental ou seja muitos corruptos racionalizam como ninguém descobrirá o que está sendo feito Porém em algum momento ele é descoberto Para combatêla a sociedade deve se organizar e pressionar para que haja lisura na gestão pública e nas relações entre entidades sociais Antes de virar um caso de polícia combatese a corrupção com vigilância cívica por meio da educação e sociedade organizada Um instrumento básico de controle é a prestação de contas que tem como objetivo avaliar a integridade dos processos e objetivos sendo também uma expressão da transparência e honestidade É preciso salientar que o custo da conduta antiética pode ir muito além das penalidades legais das notícias veiculadas na imprensa e dos prejuízos que as organizações terão com o boicote dos consumidores e clientes das prisões de executivos e empresários dentre outros prejuízos responsáveis pela solidez ou não de uma empresa A falta de ética gera insegurança comete injustiças gera ressentimentos apreensão e descontentamentos situações que solapam o respeito mútuo a confiança e o bom funcionamento da empresa PASSOS 2006 Por isto a liderança ética também é muito importante para resgatar influenciar orientar condutas éticas e conduzir Para se liderar com ética é preciso conhecer bem as pessoas a serem lideradas e exigese prudência O líder deve fazer com que seus seguidores o sigam com liberdade e bom senso e não por medo Um bom líder vê sua situação como um serviço ajudando a melhorar também a vida dos demais seres humanos colocando em ação virtudes e valores Pelo menos três razões são aponta das para que a liderança seja ética ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 77 1 A necessidade dos líderes em conquistar a boa vontade dos empregados de maneira que eles se coloquem a serviço dos objetivos empresariais tratando portanto dos funcionários com respeito 2 Os trabalhadores possuem mais conhecimentos informação e poder e desta forma a ética do líder influencia diretamente a ética dos empregados 3 Não se aceita mais o uso coercitivo ou manipulador de poder de forma que atualmente as pessoas não respeitam mais líderes ou não confiam neles apenas por seu cargofunção mas pelo poder exercido com digni dade e responsabilidade UNIDADE 5 158 ÉTICA E CAPITAL HUMANO Estudos sobre o capital humano foram desenvolvidos em meados do século XX voltados aos aspectos econômicos a partir de ideias de economistas analisando os valores da vida humana no campo de batalha A riqueza das nações publicado em 1776 já identificava a habilidade dos trabalhadores como fonte de progresso econômico embora sem referirse à expressão capital humano Esta expressão foi cunhada somente na década de 60 quando Schultz e Becker desenvolveram estudos sobre a importância do capital humano isto é do desenvolvimento e habilidades baseadas na educação e no treinamento para o desenvolvimento econômico ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 159 Para os autores Arruda Whitaker e Ramos 2003 as pessoas são o mais valioso recurso que uma nação possui Representam um valor em si mesmas e ao desenvolverem suas atividades mediante seu trabalho em organiza ções são as principais responsáveis pelo desenvolvimento econômico e social A contribuição do trabalho para a produção conta com o esforço subjetivo que as pessoas colocam podendo a ética exercer um papel re levante pois pode determinar um aumento de produtividade nos agentes humanos dotados de responsabilidade social e moral É neste ponto que ganha importância o tema capital humano Para Alencastro 2010 p 28 A convivência com os outros indivíduos faz com que a pessoa estabeleça juízos de valor sobre seu modo de ser e também em relação às atitudes de seus companheiros Tratase da sua dimensão ética UNICESUMAR 159 Capital humano é definido como o conjunto de habilidades que tornam uma pessoa mais capacitada a realizar um trabalho ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 156 pensando juntos Da mesma forma que a empresa os empregados precisam apropriarse dos valores de sua empresa a fim de manter uma coerência técnica e ética fazendo parte do todo sem perder sua identidade pessoal preservando seu lugar de sujeito livre consciente responsável e criativo PASSOS 2006 Quando os problemas morais organizacionais se avolumam há muitos compor tamentos antiéticos Estes ferem não só os outros como também o próprio indiví duo criando um ambiente social e de trabalho onde não há respeito solidariedade confiança e reconhecimento transformando as pessoas em seres apenas produtivos perdendo a consciência de sua dimensão humana o que pressupõe tempo para a vida para o lazer e para a família Conforme afirma Passos 2006 p 67 A ética nos ajuda a entender que um bom profissional não é aquele que age como uma máquina cumprindo ordens inconscientemente e deixando de impor limites entre os mundos profissional e pessoal Para Matos 2011 ser ético na condução dos negócios implica em Atitude de gestão reconhecer as necessidades pessoais respeitar a digni dade humana reconhecer o desempenho funcional propiciar a participação nos resultados estimular o compromisso social favorecer a educação continuada Comportamento exemplar do gestor com sua equipe dar a informação relevante avaliar e fornecer feedback abrir espaço para a contribuição criativa ins titucionalizar canais de comunicação delegar delegar e delegar a delegação além de instrumento eficaz de gestão implica dignificação do homem pelo exercício do poder decisório comemorar o sucesso recompensar A recompensa é o reconhe cimento concreto de aceitação do valor humano de seus talentos e desempenhos As organizações devem dedicar à ética o mesmo cuidado dispensado às questões ditas organizacionais não só porque ela é condição de sobrevi vência das mesmas mas porque o ser humano deve ser seu valor maior seja ele parte da estrutura interna da organização gerentes funcionários UNIDADE 5 160 e demais pessoas relacionadas à equipe de trabalho ou sua clientela externa parceiros e clientes em geral assim como toda a sociedade É preciso partir da convicção de que os indivíduos são mais importantes do que as empresas e que elas existem para proporcionarlhes melhores condições de vida PASSOS 2006 p 73 A partir da criação de valores e do ethos organizacional conforme apresentado por Passos 2006 os empregados precisam apropriarse dos valores de sua empresa a fim de manter uma coerência técnica e ética fazendo parte do todo sem perder sua identi dade pessoal preservando seu lugar de sujeito livre consciente responsável e criativo E manterse sujeito não é uma missão fácil considerando que a maioria das empresas fomenta em seus membros quase sempre que eles se amalgamem a elas e assim não haja a diferença entre o que desejam pensam e cultivam criando neles modelos mentais semelhantes ao funcionamento e missão da organização Não restam dúvidas de que as empresas na maioria das vezes conseguem esse intento por motivos diversos que contemplam desde os de ordem moral po sitiva até aqueles escusos autoritários e ameaçadores PASSOS 2006 p 53 Conforme salienta Passos 2006 esses valores dependendo do foco se centrados na pessoa ou na técnica podem ter uma aderência pacífica ou impositiva e até mesmo posturas de resistência Explicitamente por meio de movimentos sindicais posturas individuais de rebeldia ou implicitamente caracterizadas pelo desinteresse pelo trabalho baixa produtividade doenças psicossomáticas dentre outras Quando a empresa segue um caminho ético de respeito à dignidade da pessoa a sua liberdade e emancipação assumir seus valores é o caminho mais coerente e facilitador pois o trabalho cumprirá sua verdadeira missão de levar o ser humano a concretizar seus ideais e os objetivos de produção com isso contribuindo para uma nova ordem social PASSOS 2006 p 53 As sociedades se regem por leis e costumes que asseguram a ordem de convivência e em cada organização há o estabelecimento de um sistema de valores explícito ou não buscando homogeneizar questões específicas e relacionadas com todos os públicos internos e externos de forma a contribuir para o bom desempenho da organização Cada pessoa tem uma formação particular familiar religiosa edu cacional e no ambiente organizacional é preciso compatibilizar esses princípios UNICESUMAR 161 CÓDIGOS DE ÉTICA As sociedades são regidas por leis e costumes que asseguram a ordem na convi vência entre cidadãos De acordo com Alencastro 2011 pp 4045 Ética Religiosa é delimitada por princípios e regras religiosos de maneira que os mandamentos têm caráter imperativo Nesta concepção o ato de matar por exemplo não se justificaria pois seria contrário aos mandamentos bíblicos universais não matarás que deve ser obedecido Ética do Dever centrado na razão humana Kant importante filósofo ale mão o dever nasce do reconhecimento por parte do ser humano da necessidade obrigatória de obedecer à lei A primeira delas é a de respeitar todos os seres ra cionais de qualidade dos fins em si mesmos de maneira que se trate o próximo e todos os seres humanos em caráter universal como um fim e não como um meio ou seja um ato bom é aquele que é praticado por todos indistintamente Ética Finalista finalismo não parte de regras mas de objetivos Para se determinar o rumo a ser seguido devese escolher um rumo apropriado e depois decidir sobre o meio apropriado para alcançálo A bondade dos fins justificam as ações a serem implementadas de acordo com Brown 1993 pp 6566 apud ALENCASTRO 2011 p 42 Lembra a doutrina ética de Maquiavel no seu fa moso livro O príncipe no qual em política os fins justificam os meios Utilitarismo o utilitarismo vê o bom como aquilo que é útil à maioria das pessoas admitindo o sacrifício individual em favor da coletividade As conse quências podem ser positivas ou negativas e a escolha moral sempre será por UNIDADE 5 162 aquela que cause maior bem e prejudique menos os envolvidos Por exemplo no ato de matar o utilitarista faria parte de um conjunto de normas derivadas da necessária e útil cooperação dos indivíduos em prol da segurança bemestar da comunidade garantindo bemestar a cada um de seus membros De acordo com Alencastro 2011 cada sistema ético tem seus prós e con tras com normas e deveres estabelecidos chamados éticos deontológicos que se não equiparados para lidar com as exceções podem gerar o fanatismo quando seguidos cegamente Já as correntes teleológicas são mais flexíveis porém podem flexibilizar demais os meios para se atingir os fins desejados ou seja utilizar um meio ilícito para se atingir um resultado satisfatório pode não ser um bom caminho Por fim Alencastro fala sobre a ética da responsabilidade na qual se deve responder pelos atos carregando em si uma alta dose de responsabilidade nas ações dos gestores líderes e políticos por exemplo O mundo organizacional é permeado por conflitos choque entre interesses individuais e institucionais de modo que a ética serve para regular essas relações colocando limites e parâmetros a serem seguidos Essas orientações também são responsáveis pela garantia da integridade dos indivíduos em sua saúde física e mental e possibilitam que eles tenham alegria com o que fazem fortaleçam seu compromisso com a organização renovem e coloquem em sua prática o poder criativo e produtivo que possuem bem como a solidariedade o estímulo enfim as condições necessárias à manutenção da organização PASSOS 2006 No dia a dia os valores individuais podem coincidir ou conflitar com os valores da organização que caracterizam a cultura empre sarial Desta forma é fundamental a existência de padrões e políti cas uniformes para que os empregados possam saber em qualquer circunstância qual a conduta adequada e apropriada ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 64 A filosofia e os princípios definidos como básicos pelos acionistas proprietários e diretores se materializam no código de ética que nada mais é do que uma declaração formal das expectativas da empresa à conduta de seus integrantes e contempla as rela ções dos empregados entre si e com os demais públicos da empresa e os stakeholders Desta forma é bastante conveniente criar um código de ética pois quanto maior o número de pessoas que atuam nas atividades da organização com comportamen to ético melhor será o desempenho ético organizacional MATOS 2011 UNICESUMAR 163 O código de conduta e ética do SESI é uma cartilha que contém os princípios éticos que devem orientar os trabalhos e as relações na empresa alicerçados no compromisso da missão crenças e valores respeito aos clientes e sociedade em geral do SESIMT como também qual deve ser a conduta ética que cada profissional deve adotar Leia mais em httpwwwfiemtcombrhotsitessesisesiqualidadeCartilhaeticaSESIinddpdf explorando Ideias Esses programas são desenvolvidos por meio de um processo que envolve todos os integrantes da empresa e que passa por etapas como sensibilização conscientização motivação capacitação e finalmente a adoção de um código de conduta baseado em princípios e valores perenes ARRUDA WHITA KER RAMOS 2003 p 65 De acordo com Arruda Whitaker e Ramos 2003 é importante frisar que há necessidade de acompanhamento e adequações das normas organizacionais Da mes ma forma o código de ética deve ser regulamentador e corresponder a uma punição Alguns códigos de ética se limitam a fornecer diretrizes gerais porém alguns códigos estabelecem por exemplo se as pessoas podem ou não receber presentes de clientes Dentre os tópicos abordados são apresentados os seguintes códigos Conflitos de interesse conduta ilegal segurança dos ativos da empresa honestidade nas comunicações e negócios da empresa denúncias suborno entretenimento e viagem propriedade de in formação contratos governamentais responsabilidades de cada sta keholder assédio profissional assédio sexual uso de drogas e álcool ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 67 A seguir um exemplo de Código de Conduta e Ética do SESIMT Serviço Social da Indústria de Mato Grosso Importante salientar que a ética não é prescritiva Nenhum simples conjunto de regras pode dizer como se comportar de modo moral ou ético em todas as situa ções ou seja não basta documentar os códigos de conduta por meio de políticas da empresa e que só servem para orientação geral do comportamento é preciso compreender que as interpretações variam de um indivíduo para outro e essas podem provocar dilemas éticos SILVA 2008 60 UNIDADE 5 164 Dilemas éticos são situações que se apresentam quando todos os cursos de ação abertos ao tomador de decisão são julgados não éticos SILVA 2008 p 60 pensando juntos Conforme salienta Silva 2008 os dilemas éticos mais frequentes referemse à honestidade na publicidade e propaganda e na comunicação da alta admi nistração clientes e agências governamentais como um dos principais dilemas administrativos além dos que envolvem conflitos em aceitar presentes especiais entretenimentos e comissões Isto faz com que os administradores enfrentem pressões para que seus subordinados pratiquem atividades não éticas como por exemplo a assinatura de documentos falsos propinas mentiras e falsificações de documentos ou seja os administradores são constantemente desafiados a esco lher cursos de ação éticos em situações de pressão que podem ser contraditórias Desta forma os códigos de ética não têm a pretensão de solucionar os dilemas éticos da organização mas fornecer critérios ou dire trizes para que as pessoas encontrem formas éticas de se conduzir ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 66 A ação humana tem uma vertente técnica que a orienta para os resultados efi cácia e outra ética que lhe atribui valor ética Desta forma Arruda Whitaker e Ramos 2003 definem algumas recomendações éticas relacionadas às áreas da administração conforme dispostas no Quadro 12 UNICESUMAR 165 ÁREA PROCEDER ÉTICO MARKETING E PROPA GANDA É uma das áreas de vital importância e sua função é atender às ne cessidades e desejos do consumidor oferecen do produtos e serviços objetivando também o lucro Pesquisa de Marketing objetivo claro postura transparente cuidado no tratamento de dados confidencialidade informações verdadeiras e respeito com o entrevistado Administração do produto vender produtos novos apontar benefícios restrições reais pensar todas as etapas desde a fase de desenvolvimento até o pósvenda conceito finalidade seguran ça direito patente compatibilidade com meio ambiente valor moral do bem obsolescência e recalls respeitando o consumidor Administração do preço justiça e equidade preços justos não abusivos de acordo com o concorrente determinações governamentais poder aquisitivo e hierarquia real e objetiva dos consumidores Propaganda instrumento para ser utilizado com responsabilidade e formação de consciência dos cidadãos comunicação clara e sem ambiguida des ou subliminaridades Estimulação do ser em vez de ter Respeito às pluralidades de opiniões sociais culturais organizacionais e não ofensivas Serve como referência o CONAR Conselho Na cional de Autorregulamentação Publicitária Distribuição escolher com prudência os ata cadistas distribuidores para que os produtos cheguem em melhores condições de uso Auditoria e controle reforçar as políticas internas revisálas punindo os responsáveis por condutas antiéticas Marketing internacional respeito aos hábitos e costumes locais preservando valores e princípios UNIDADE 5 166 ÁREA PROCEDER ÉTICO VENDAS Poderosa formação de persuação chegando a modelar atitudescom portamentos por meio de seus vendedores Consumidor ser responsável na elucidação das dúvidas e atributos do produto e seus direitos em relação aos serviços que o consumidor dese ja contratar Identificação da real necessidade do consumidor informações reais dentro das possibilidades de entendimento do consumidor das especificações capacidades e limitação dos produtos Deve o vendedor ter credibilidade pro movendo o que é bom e o que pretende vender para que não haja insatisfação na aquisição dos produtos ou serviços Concorrência atitude transparente espírito construtivo e postura elegante e delicada em rela ção ao concorrente Propaganda e ética sem apelos de qualidade técnica ou moral atitudes de responsabilidade social caráter informativo e real Venda ética em face do consumismo avaliar a real necessidade do consumo do bem ou serviço pelo consumidor Ética profissional profissionalismo consistência dos argumentos sem apelos de ordem moral e valores Não mentir enganar ou roubar falar dos concorrentes ou de seus produtos exagerar ocultação ou deturpação de informações sobre o produto Ética em televendas saber ouvir não como um robô verificar a mensagem que o consumidor quer passar Transmitir credibilidade em buscar a solução para a necessidade do consumidor Contexto de país em desenvolvimento vender produtos com qualidade respeitar as condições socioeconômicas e culturais do consumidor atuar de forma profissional UNICESUMAR 167 ÁREA PROCEDER ÉTICO RELAÇÃO EMPRESA CONSUMIDOR A relação entre empre sa e consumidor devem contemplar direitos e deveres tanto da empresa quanto do consumidor Ética do produtor responsabilidade na atividade refletindo a preocupação com a sociedade ao lon go prazo valores do bem ou serviço Propaganda na relação empresaconsumidor praticar o valor real no preço repassado ao con sumidor onerando menos o orçamento familiar Perfil ético dos serviços de atendimento ao consumidor aos SAC Serviço de Atendimento ao Consumidor cabe profissionalismo com o ombudsman ou seja interlocutor entre empresa e o consumidor Ética de consumo a moral do consumo con siste na orientação da escolha do consumo e na demanda de acordo com princípios vitais e culturais prescritos e na ordem hierárquica das necessidades Cabe à empresa contribuir para a formação de uma nova ordem econômica voltada para o bemestar social o que exigirá um novo tipo de empresário e um novo tipo de consumi dor mais preocupado com conceitos sobre plena consciência dos direitos e deveres em relação ao consumo Ética e defesa do consumidor a fundação PROCON criada para proteção e defesa do consumidor em 1976 tem como objetivo tornar apto o consumidor para defender seus direitos A relação entre empresários e consumidores é de direitodever A empresa deve se adaptar às leis enquanto produtoras de bens serviços e ideias UNIDADE 5 168 ÁREA PROCEDER ÉTICO FINANÇAS O valor de riqueza está centrado nas necessida des humanas de bens e serviços escassos pos sibilitando o desenvolvi mento dessas pessoas na sociedade Enfatizase a ética das virtudes e a riqueza de valor Virtudes pessoais o bem comum deve ser considerado e preservado nas decisões das ins tituições financeiras assegurando o bom uso do poder que deve ser utilizado de forma racional Virtudes para a atividade financeira a Liberali dade uso moderado da riqueza e Magnificência realização de grandes coisas com gastos propor cionais Os vícios opostos são avareza mesqui nhez prodigalidade e desperdício b Prudência econômica Os vícios são imprudência negli gência astúcia e engano ou fraude c Veracidade sinceridade e lealdade Os vícios são falsidade e simulação e d Austeridade sobriedade dis crição modéstia mansidão e clemência Além destes é preciso viver as virtudes morais e não apenas os códigos de ética Ética na administração financeira Pontos es senciais Informação correta e imparcial difundir informações e não omitir transparência res taurar a confiança na economia produtiva sem enriquecimento ilícito fazer a correta gestão de riscos estabelecer preços que cobrem os riscos e garantam rentabilidade concepção dos objeti vos da finança além de maximizar o valor devem ser considerados também o bemestar e valor humano sentido ético da sociedade sentido de utilidade para a sociedade e ser lucrativa Ética no mercado de capitais As bolsas Sera sa a Comissão de Valores Mobiliários CVM têm preocupação com a ética Um mercado evoluí do deve proporcionar à economia os recursos financeiros necessários para suas transações e crescimento com responsabilidade e consciência moral levando bemestar para a sociedade Por isso a ética econômica preza por inexistência de monopólio tráfico de informações privilegiadas ou especulações de mercado UNICESUMAR 169 ÁREA PROCEDER ÉTICO GESTÃO DE PESSOAS Na perspectiva da responsabilidade social sempre enfocando o relacionamento entre pessoas Relacionamento com empregados três momen tos são cruciais a ética na contratação nenhum tipo de retaliação e discriminação de raça credo sexo idade condição econômica omissão de informações da empresa ou falta de acordos claros b ética e permanência dos empregados transparência honestidade sinceridade desen volvimento reconhecimento dos talentos atendi mento à legislação avaliação profissional isenção de pessoalidade e c ética no desligamento de empregados saídas não desejadas requerem muita compreensão e respeito por ambas as par tes empregado e patrão O desligamento por aposentadoria também requer cuidados éticos A criação de fundos programas de aposentadoria podem assegurar o mínimo de bemestar para seus exfuncionários Relacionamento com estagiários a ética por parte da empresa incentivar o comportamento ético do estagiário treinálo a formação do perfil ético preparar o estagiário técnica e moral mente profissional à procura da empresa ética princípios honestidade lealdade e competência são valores prezados por clientes consumidores e fornecedores UNIDADE 5 170 ÁREA PROCEDER ÉTICO NEGÓCIOS INTERNA CIONAIS Valores comportamen tais padrões e atitu des guiam a interação humana Respeito às diferenças culturais e conhecimen to moral é fundamental para agir de maneira ética Cultura o sucesso está na aculturação ajuste e adaptação a uma cultura diferente comunicação e linguagem escolha criteriosa dos gestos pala vras sotaque dialeto e padrões de linguagem es crita falada e silenciosa crenças e atitudes res peito percepção de si e do espaço sensibilidade em relação à distância física entre as pessoas consciência de tempo respeito aos horários educação e processo mental cuidado com mal entendidos nas comunicações prêmios e recom pensas as manifestações devem ser direcionadas conforme a valorização cultural estética vestuá rio e apresentação respeito à cultura local de sign vestuário dança música cores ornamentos etc comida e hábitos de alimentação respeito aos modos como os alimentos são selecionados preparados servidos e comidos de acordo com a cultura do país fontes de conhecimento cultural adquirir o máximo de conhecimento cultural análise ética e cultural conhecer bem os traços culturais hábitos e normas do país estrangeiro evitando juízos de valores vieses pessoais e evi tando o etnocentrismo impressão de que sua cultura é superior às demais efeito das culturas sobre as organizações não impor seus próprios valores e sistemas de outra sociedade requer adaptação da maneira de atuar dos produtos e serviços da cultura local convergência e dualis mo respeito às diferenças entre culturas mesmo quando as organizações são convergentes em termos de cultura Fonte elaborado pela autora adaptado de Arruda Whitaker e Ramos 2003 A empresa ética consolida sua imagem no mercado a partir de sua conduta ética porém tal conduta não se limita ao mero cumprimento da legislação mesmo por que pode haver leis que sejam antiéticas ou imorais Para Alencastro 2010 p 60 existe hoje uma intensa relação de troca no relacionamento entre as empresas e sociedade por meio de códigos de conduta regulamentos responsabilidade UNICESUMAR 171 DESAFIOS ÉTICOS NA ATUALIDADE E A ética corporativa social políticas contratos e liderança e são exemplos de como a empresa pode desenvolver sua ética no contato com essa sociedade Importante salientar que há ainda muitos desafios éticos a serem soluciona dos principalmente quando estes são relacionados aos aspectos culturais Um dos grandes desafios éticos neste início de milênio segundo Arruda Whitaker e Ra mos 2003 pp 18489 é a Ética em Tecnologia da Informação Dentre os desafios citam A tecnologia da informação a rápida evolução tecnológica dos softwares impõe às pessoas gastarem acima de suas possibilidades para se manter atuali zadas com respeito às versões de programas A substituição frequente acelera a desigualdade impossibilitando o relacionamento profissional entre os países o que além de uma questão ética parece ser um risco para a economia mundial e um perigo político de suscitar novas formas de dominação O marketing eletrônico crescem as condutas antiéticas relacionadas à pro paganda pagamentos distribuição e pósvenda Crescem também as condutas antiéticas aos concorrentes no mercado Pirataria de softwares discos e livros digitais se desenvolvem no mercado paralelo UNIDADE 5 172 A partir de um projeto realizado pela Mackenzie foi realizada uma pesquisa com mais de 2000 alunos do ensino fundamental escolas públicas e privadas a fim de identificar qual o tipo de uso da Internet pelos jovens de 10 a 14 anos Este material é importante porque leva à discussão ética entre jovens pais e educadores e enfim os futuros trabalhadores em organizações Destes jovens exercendo tal comportamento surgirá uma nova conduta moral Descubra lendo e fazendo uma reflexão sobre o comportamento e a conduta mo ral dessas crianças na Internet Faça o download do livro digital O uso legal da internet ética e valores para jovens da era digital Organizadores Solange Duarte Palma de Sá Barros e Ubirajara Carnevale de Moraes Universidade Presbiteriana Mackenzie Disponível em httpwwwmackenziebrfileadminTICAELEEMEOusolegaldaInter netwebfinalpdf explorando Ideias O mito da amoralidade dos sistemas os sistemas e computadores não são maus e nem bons não faria sentido falar sobre ética entretanto quedas ou paradas no sistema não se constituem problema de ninguém porque a tecnologia da informação empregada não é suscetível de avaliação moral ou censuras é compreensível porém não exime a responsabilidade daqueles que detêm as ferramentas e conhecimento A organização contratante não deveria sofrer descontinuidade em seus trabalhos A transição da era industrial para a informacional impõese que é pre ciso revisar e adaptar as organizações para que ofereçam seus bens serviços e ideias de acordo com requisitos e necessidades atuais da sociedade porém não é necessário criar uma nova ética basta aplicar a nova realidade em um contexto holístico Um sistema fundamentado na informação deve evitar qualquer distor ção descrédito ou falsa representação da realidade A informação sem a comunicação é inútil e a comunicação sem a informação é vazia A informação deve ser comunicada ou não será útil e pressupõe virtudes da veracidade e precisão O excesso de informação pode gerar angústia nas pessoas e o anonimato favorece a irresponsabilidade dos que adotam esse procedimento Falta regulamentação clara que assegure a eticidade do uso de informações via correio eletrônico como por exemplo enviar bobagens a todo tempo ao seu colega espalhar piadas correntes ou boatos comentários negativos sobre colegas e chefias conteúdo pornográfico racista ou discriminatório grosserias descortesia e indiscrição A privacidade de informação pessoal sem legislação específica o mau uso das informações é divulgado a todos na internet como por exemplo o fornecimento para consumidores ou outros funcionários da empresa de informações sobre concorrentes UNICESUMAR 173 A propriedade intelectual direitos autorais marcas e patentes carecem de dou trinas éticas que norteiem as leis e regulamentos específicos De acordo com Nasch 1993 p 19 apud PASSOS 2006 é necessária uma nova base conceitual que ponha em evidência o conjunto normal de valores éticos a despeito das convulsões econômicas e sociais da atualidade No campo empresarial é necessária uma ética em que as empresas alcancem o lucro imprescindível para garantir sua continuidade porém desde que seja o lucro virtuoso capaz de gerar valor e posto a serviço do desenvolvimento social que procure em primeiro lugar incentivar valores morais positivos olhando os problemas empre sariais do ponto de vista dos relacionamentos e não do produto final PASSOS 2006 Certamente como afirma Matos 2011 p 149 não se estabelece a ética corpo rativa simplesmente por meio de códigos mas sim da conscientização de valores corporificados em diretrizes éticas que traduzem cultura estilos de liderança como suportes do Modelo Ético de Gestão que envolvam a gestão de ética administrável A empresa necessita desenvolverse de tal forma que a ética a conduta ética os valores e convicções primários da organização tornemse parte da cultura da empresa ARRUDA WHITAKER RAMOS 2003 p 68 Desta maneira na educação ética da empresa de nada adianta o marketing se o es sencial não for preservado sendo o primeiro passo desenvolver a cultura ética ou seja educar a consciência para a liberdade responsável o relacionamento harmonioso rea lizações compartilhadas e bemsucedidas e isto compreende como linha fundamental de ação a explicitação e renovação contínua da cultura ética uma vez que o homem é um ser cultural composto de valores e características pessoais conhecimentos e experiências assim como preconceitos ou idiossincrasias MATOS 2011 p 152 Desta forma Matos 2011 faz uma recomendação essencial ao Modelo de Ges tão Ética primeiramente definir a filosofia da empresa e as diretrizes éticas e criar instrumentos institucionais para a gestão ética além de desenvolver continuamente a consciência ética por meio da educação Para o autor ainda é necessário um re curso institucional básico ou seja a organização de um Comitê Estratégico de Ética Corporativa representado por lideranças do corpo social dirigido pelo presidente da empresa ou diretores para fórum de reflexões próprias a propostas discussões avaliações promoção acompanhamento da conduta e ações éticas na empresa Arruda Whitaker e Ramos 2003 corroboram com as ideias de Matos e afir mam que pode ser útil implementar um sistema de monitoramento e controle dos ambientes denominado por uns auditoria ética e por outros compliance no intuito UNIDADE 5 174 de detectar pontos que podem vir a causar conduta antiética visar ao cumprimento das normas éticas de conduta certificando e verificando se houve aplicação das políticas específicas e compreensão e clareza por parte dos funcionários Este comitê apontado por Matos 2011 deve ter também como responsabili dades realizar eventos de conscientização e reforço da ética palestras seminários painéis de debates convenções entre outros que suscitem a criatividade e res guardem seu caráter programático e sistêmico de modo que não sejam atividades isoladas Outras modalidades que caracterizam o modelo de Gestão da Ética envolvem ouvidoria auditorias éticas linhas diretas balanço social voluntariado e núcleo de ética e cidadania da empresa Um ideário ético deve ter como práticas linhas mestras que se guiem na tríplice dimensão cultura corporativa transparente liderança integrada e estratégia partici pativa consensual MATOS 2011 O Quadro 13 representa as principais dimensões do Ideário Ético que envolvem desafios questionamentos e propostas e o Quadro 14 a formulação do modelo de ética corporativa envolvendo no processo uma sequência interativa com as lideranças em todos os níveis de forma sintetizada IDEÁRIO ÉTICO DESAFIOS E QUESTIONAMENTOS PROPOSTA PROBLEMA 1 SER ÉTICO Alternativa à credibi lidade O comportamento ético é imprescindível quan do se quer ser bemsu cedido na vida Definir coletivamente o perfil de ser ético como identificar na prática um profissional ético 2 CONSCIÊNCIA ÉTICA Essencial à atitude e ao comportamento ético Sem integração de valores há simulações éticas não há conduta ética A educação que forma profissionais éticos como desenvolver os meios para efetivar a ética nas relações de trabalho viabilizando o princípio Líder e Líderes 3 COMPORTAMEN TO ÉTICO A pessoa na ética do cotidiano Imprescindível agir com ética nas peque nas coisas para estar pronto para os desa fios maiores Diretrizes para o compor tamento ético como fazer com que princípios éticos sejam cumpridos nas decisões executivas e no atendimento aos clientes UNICESUMAR 175 4 COMPETÊNCIA ÉTICA Uma questão de lide rança Líderes éticos desen volvem competências e formam uma comuni dade ética O perfil e a dinâmica da liderança ética que for ma equipes integradas como desenvolver líderes e liderados para traba lharem em equipe 5 CULTURA ÉTICA Excelência em valores de desempenho Um meio cultural saudável é a condição fundamental para a continuidade da con duta ética A conscientização e a aceitação espontânea de valores que condicio nam atitudes positivas de solidariedade grupal como construir e garan tir a qualidade da cultura ética na empresa 6 RESPONSABILIDA DE SOCIAL ÉTICA Projeção da empresa como boa cidadã Não basta querer pas sar uma imagem ética sem uma efetiva atitu de pública coerente Responsabilidade Social não é uma questão de marketing como desen volver ações solidárias na e pela empresa e o voluntariado entre os empregados 7 HUMANISMO ÉTICO Valorização humana como condição de dig nidade pessoal para a realização social no trabalho Procedimentos autori tários e de subserviên cia não desenvolvem pessoas íntegras e confiáveis Valorizar a pessoa significa favores opor tunidades de realização humana e profissional como definir na prática a ética da solidariedade do amor da felicidade da produtividade e do êxito UNIDADE 5 176 ESSE IDEÁRIO PODE SER ASSIM SINTETIZADO Estratégias de interati vidade que motivam a participação criativa Resultam em construir junto verdades vontades e estratégias comuns como fundamentos ao Modelo de Gestão da Ética Corporativa Essas técnicas de aprendizagem devem ser dinâmicas exposições dialogadas discussão de casos reais simulação de problemas leitura interativa de textos selecio nados dramatizações de mesas de negociação e parábolas para desenvolver o pensamento crítico Maturidade Cultural Maturidade Ética A conscientização coletiva dos valores éticos é deter minante na formação da maturidade cultural pois em uma cultura aberta cada participante atua como agente renovador enriquecendo o ambiente interno com as contribuições de seu talento experiências e capacitações Como tal é percebido e recebido O mesmo não ocorre em uma cultura fechada em que cada novato é recebido como um intruso Quadro 13 Ideário Ético desafios questionamentos e propostas Fonte adaptado de Matos 2011 pp 154157 ETAPAS PROCEDIMENTOS 1ª Diagnose da situação empre sarial Entrevistas qualitativas individuais e coletivas com amostras dos públicos internos 2ª Avaliação situa cional preliminar Reunião de análise com a presidência e diretoria 3ª Rodada de reflexão estra tégica Encontro com a direção enfocando a partir dos valores e das filosofias de gestão dois fatores essenciais a visão diagnóstica e a visão estratégica UNICESUMAR 177 ETAPAS PROCEDIMENTOS 4ª Auditoria de cultura e clima organizacional ética na empre sa Pesquisa realizada com todo o público interno com ênfase nos aspectos relacionados à cultura corporativa e à Ética em geral as pesquisas restringemse à motivação clima negligenciando o fundamental os valores que sedimentam a cultura e a Ética 5ª Fórum de reflexão estra tégicao desafio ético Encontros periódicos reunindo todos os executivos para palestra e debates sobre cultura corporativa liderança e estratégia o modelo de renovação contínua na organi zação e a ética Resultados das entrevistas e da pesquisa sobre cultura e clima organizacional e linhas estratégicas de ação recomendadas 6ª Comitê Estra tégico de Ética Corporativa A constituição do Comitê Estratégico é o ponto vital do proces so permanente de desenvolvimento do pensamento estraté gico na organização imprescindível à Ética é um espaço de reflexão para que os executivos não se percam no compor tamento reativo ação ação pouca ou nenhuma reflexão Ao invés de agirpensar o pensaragir Pouco vale o planejamento estratégico quando não se desenvolve a visão e o pensamento estratégico Sem este a ética é mais intenção e ficção que reali dade Institucional 7ª Oficina de liderançacom petências do Gestor Ético Como em geral as pessoas não foram treinadas para pensar em equipe estrategicamente empregamos uma metodologia própria que dá praticidade ao conceito de que ser líder é ser líder de líderes Inicialmente os participantes recebem uma sequência de tetos em linguagem induzida à reflexão sobre tecnologias de gestão líder de líderes pensamento e ação estratégica como dirigir o trabalho em equipe delegação de autoridade processo decisório criatividade gestão do tempo conflito negociação e outros temas relevantes Os participantes são orientados sobre como devem lêlos e exercitá los com suas equipes Todos os temas são estudados com foco na competência e na Ética Depois desse aprendizado cada participante conduz uma oficina de liderança centrada na realidade da empresa sobre um dos temas estudos Quadro 14 Formulação do Modelo de Ética Corporativa renovação contínua liderança cul tura corporativa e estratégia Fonte adaptado de Matos 2011 pp 157159 UNIDADE 5 178 Ainda de acordo com Matos 2011 é importante salientar que a administração está diretamente envolvida no processo acompanhando o Comitê Estratégico antes durante e nas ações posteriores discutindo os valores com as pessoas e transformandoos em estratégias e ações enfim promovendo a renovação con tínua ou seja a cultura é representada por valores a estratégia implica em dar praticidade a valores e princípios éticos por meio de lideranças integradas Para os autores Arruda Whitaker e Ramos 2003 p 68 Importa que os executivos sejam bem formados que os profis sionais sejam treinados pois o cerne da questão está na formação pessoal Caso contrário a implantação dos códigos de ética ou de conduta será inócua Dos pressupostos valores culturais estratégia da praticidade a valores e princípios éticos e lideranças integradas resultam três verdades pouco conscientizadas e indispensáveis à Cultura Ética e à Formulação de Gestão da Ética motivação equipes integradas e lucro sustentado MATOS 2011 A Motivação a qual reflete a força potencial e interior que só exterioriza em uma cultura de participação criativa e com a extensão do poder decisório para toda a organização Equipes integradas refletindo o compromisso da liderança em consolidar verdades e vontades comuns O Lucro sustentado que representa o resultado de uma estratégia consis tente e apoiada em valores culturais integração no conhecimento competência e corresponsabilização ética É preciso refletir sobre o papel do Administrador nas organizações quando o assunto é Ética Organizacional É preciso dar praticidade à Gestão Ética corporativa UNICESUMAR 179 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caroa alunoa conforme observamos nas atitudes dos gestores organizacionais atuais apresentadas nesta unidade e na mídia muitas empresas ainda vêm se orien tando por valores de inspiração econômica e por uma ética utilitarista Boa parte delas não visa ao bemestar social e à melhor qualidade de vida para a sociedade de maneira que o lucro e a produção ainda é o fim e os meios a conduta antiética O lucro é imprescindível mas este não deve ser à custa das especulações e explorações No campo empresarial é necessária uma ética em que as empresas alcancem o lucro porém desde que seja o lucro virtuoso como apontou Passos 2006 capaz de gerar valor e posto a serviço do desenvolvimento social que pro cure em primeiro lugar incentivar valores morais positivos olhando os problemas empresariais do ponto de vista dos relacionamentos e não do produto final Já conseguimos perceber em nosso ambiente organizacional que as organiza ções já pensam suas obrigações sociais é a responsabilidade social se traduzindo em ética Essas organizações estão mais conscientes e buscam não somente o lucro pois sabem que ele deve estar acompanhado de práticas responsáveis com as questões socioambientais Afinal entendem que suas atividades impactam positivamente ou negativamente a sociedade e estas pessoas por sua vez estão cada vez mais exigentes e têm cobrado uma postura mais ética e comprometida de suas ações organizacionais Como pôde ser observado ao longo desta unidade prezadoa estudante e futuroa gestora o seu papel nas organizações é fundamental pois com uma liderança ética consolidase uma organização ética Para isto deverá haver investimentos em progra mas de incentivo ao comportamento ético organizacional de forma efetiva traduzindo assim uma conduta ética com seus stakeholders a fim de elegêla como parte integrante do seu negócio pois de outra forma sua continuidade estará comprometida Que fazer da Ética O macaco aconselha ao rei não tornar a ética tão forte e espaçosa que queira interferir em todos os negócios E nem tão fraca e amordaçada que comprometa todo o reino Que não a vejam como um bobo da corte mas não mais que um mestre de cerimonial Que seja presença obriga tória na retórica não necessariamente na conduta Tanto fizeram com a Ética que ela foi sendo anulada em sua essencialidade tornandose vital repensála promovendose a ética da ética Parábola 9 Matos 2011 p 160 pensando juntos 180 na prática 1 Explicite sinteticamente o que é Ética e argumente se é possível uma organização ser ética no mercado atual 2 A década de 90 exibiu muitos escândalos empresariais de grande repercussão consistentes com manipulações de balanços para forjar lucros e justificar retiradas indébitas Considerando o contexto pesquise na Internet periódicos ou livros duas outras empresas que praticaram condutas antiéticas e responda a Quais foram as práticas antiéticas realizadas pelas empresas b Qual é a situação de ambas no mercado atual c Diante do que você aprendeu sobre ética argumente sobre o que deveria ocorrer com essas empresas 3 A partir de pesquisas apresente um case empresarial que configure a empresa como Ética 181 eu recomendo 181 eu recomendo Casos de Ética Empresarial Autor Roberto Henry Srour Editora Elsevier Sinopse Do autor Roberto Henry Srour Doutor em Sociologia e consultor de empresas este livro representa um modelo em termos de exemplos das práticas de Ética Empresarial uma vez que utiliza mais de 350 casos de exemplos colhidos no campo empresarial A ética permeia as condutas morais do homem or ganizacional de forma que muitas vezes por pressão dos stakeholders os obriga a fazer escolhas entre dois bens ou entre o mal menor e mal maior Com a leitura desses casos acreditamos que o administrador e gestor organizacional possam entender e decidir melhor a respeito dos fatos morais livro Este vídeo tem como objetivo responder a questionamentos como Qual é o papel da ética de sucesso de um profissional atualmente A falta de ética atrapalha o seu crescimento Como a empresa deve atuar no contexto organizacional Acesse em httpswwwyoutubecomwatchvN9GNtITU4FM filme 182 conclusão geral conclusão geral 182 conclusão geral conclusão geral Caroa alunoa Neste momento após a conclusão de sua leitura atenta realizando todas as su gestões descritas na apresentação deste livro mais a visualização dos vídeos con ceituais gravados por nós acompanhados das aulas ao vivo acreditamos que você está preparadoa para realizar uma gestão mais eficiente e eficaz de acordo com a realidade atual Com o volume e a intensidade de teorias e autores renomados você pôde perceber o quão fundamental é a Administração na vida das pessoas e como a gestão dos recursos organizacionais e naturais impacta na sociedade Por isso é preciso uma gestão de Qualidade para que esses impactos possibilitem sempre mais os aspectos positivos que possam evidenciar melhoria na vida das pessoas Logo no início levamos você à reflexão sobre a importância da Administração e por que você deveria conhecêla e estudála Como você pôde perceber a Administração está presente em todos os aspectos de nossa vida e não somente nos aspectos organizacionais e que indepen dente da Arte de Administrar está muito presente no cotidiano das pessoas e gerentes o refina mento das teorias técnicas e práticas apresentadas poderá ser útil para a maioria dos tipos de organização no alcance dos objetivos Além disto foi dada a ênfase na importância da interação da organização com os demais sistemas e subsistemas do ambiente e da própria organização principalmente porque o ambiente organizacional é bastante volátil e é preciso este entendi mento amplo interna e externamente à organização para lidar melhor com as mudanças Desta forma a compreensão sobre o Processo Administrativo nas etapas de Plane jamento Organização Direção e Controle foi fundamental para o seu entendimento sobre o desempenho do Administrador uma vez que essas funções representam o cerne da função do Administrador e o caminho para a eficiência e eficácia individual e organizacional Processo este dividido em níveis de Administração estratégico tático e operacional cada qual presente características de sua representatividade funcional Aliados às funções dos administradores foram apresentados os conceitos das habi lidades competências e papéis do Administrador e demonstrado como essas habili dades e suas decisões podem afetar o seu desempenho no alcance dos resultados 183 conclusão geral conclusão geral Como foi nosso intuito caroa alunoa na Unidade I você certamente obteve uma Visão Geral da Administração preparandose para compreender os conhecimentos acerca da Evolução da Administração no tempo É o que de fato ocorreu Você trilhou o caminho e conheceu a magnífica evolução dos estudos da administração desde seus primeiros passos a partir dos primórdios da civilização humana até os dias atuais nas próximas unidades respectivamente Podemos perceber que as teorias foram surgindo numa sequência lógica onde em um primeiro momento a preocu pação central era com a produção ou seja os estudiosos focaram sua atenção no pessoal do chão de fábrica como foi o caso da teoria da administração científica Em pouco mais de 100 anos de estudo da Administração diversas teorias tentam explicar a melhor maneira de Administrar Nos vieses da Administração os pes quisadores muitas vezes deixam lacunas e percebendoas propõem e formulam novas formas de Administrar sempre em processo contínuo de busca da qualida de nos processos administrativos no aperfeiçoamento da competência gerencial e sua relação com o ambiente A maioria das teorias não conseguiu equalizar todos os problemas levantados no contexto organizacional mas a Administração e seus pesquisadores nunca perderam o foco sempre motivados para complementar e reforçar os fatores que não haviam sido contemplados nas teorias antecessoras e buscando continuamente desenvolvêlas Por isso você fez um passeio pelas teorias Clássicas Modernas e Contemporâneas e assim pôde compreender todo o arcabouço de conhecimento científico A maioria das teorias foca a organização como um todo sempre colocando o recurso huma no como o principal promotor deste sucesso e sem esquecer que são diversas as contingências pelas quais as organizações passam Por isso Administrar é sempre um grande desafio para nós gestores de maneira que precisamos sempre de ferra mentas inovadoras para o auxílio da gestão da organização A respeito dos conceitos atuais sobre a administração da qualidade percebemos o quanto são decisivos para o sucesso organizacional No uso das ferramentas o ben 184 conclusão geral chmarking pode ser uma possibilidade de melhorar a gestão organizacional e irá de pender da análise da organização estudada Algumas vezes será necessário tomar a decisão e mudar todo o processo pois como aprendemos sobre os conceitos de apren dizagem organizacional existem maneiras pelas quais podemos aprender a aprender e é sempre necessário desenvolver o conhecimento pois as realidades organizacionais mudam As mudanças fazem parte da nova administração a era digital por exemplo mostrou que as organizações precisam prepararse para essas mudanças Mudanças essas que ocorreram também por conta do processo evolutivo da Humanida de de maneira que novas organizações foram criadas como as de terceiro setor voltadas para as questões sociais advindas das necessidades da sociedade Nessa sociedade con forme observamos e na relação dela com as organizações por muitos anos as empresas orientavamse apenas por valores de inspiração econômica e por uma ética utilitarista Boa parte delas não visava ao bemestar social e à melhor qualidade de vida para a socie dade de maneira que até os dias atuais para alguns gestores organizacionais o lucro e a produção ainda é o fim e os meios a prática de uma conduta antiética Conforme aprendemos em todo o processo evolutivo da Administração sempre bus camos a eficiência e a eficácia como um fim porém o lucro apesar de imprescindível não deve ser o único fator de sucesso organizacional principalmente se este for à custa de especulações e explorações No campo Empresarial é necessária a prática da ética em que as empresas alcancem o lucro porém desde que seja o lucro virtuoso como apontou Passos 2006 capaz de gerar valor e posto a serviço do desenvolvimento so cial que procure em primeiro lugar incentivar valores morais positivos olhando os pro blemas empresariais do ponto de vista dos relacionamentos e não do produto final Pois é prezadoa estudante este é o novo desafio para nós gestores em nosso am biente organizacional Por muitos anos utilizamos os recursos socioambientais de forma indiscriminada e agora a Sociedade cobra de nós uma nova postura Pensar o novo paradigma pressupõe pensar a relação das organizações com responsabi lidade social e ética de forma que os gestores estão mais conscientes e buscam 185 conclusão geral não somente o lucro pois sabem que ele deve estar acompanhado de práticas res ponsáveis com as questões socioambientais O que exigirá cada vez mais compe tências e ética nas relações entre organizações e sociedade como parte integrante dessa nova realidade Face às mudanças que estão ocorrendo no mundo todo é oportuno lembrar que a con tinuidade da Humanidade e das próprias organizações depende de repensar uma nova postura em relação às questões socioambientais Nesse intento diversos atores da so ciedade estão envolvidos com essas novas exigências em relação ao aspecto produtivo e recursos relações de mercado e sociedade na qual estamos nós Administradores empenhados em colaborar pois entendemos que é preciso sempre aperfeiçoar e im plementar por meio de novas práticas administrativas um mundo melhor para todos É o nosso desejo e esperamos que você seja nossoa parceiroa neste caminho Por último deixamos essa reflexão Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é re petir o que fizemos ontem e hoje Mas se prestarmos atenção vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro Cada manhã traz uma benção escondida uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar Se não usamos este milagre hoje ele vai se perder Este milagre está nos detalhes do cotidiano é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões a alegria de nossos bons momentos a pista correta para a decisão que tomaremos Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes porque esta mos em constante processo de mudança Paulo Coelho Sucesso na Vida profissional e Pessoal Professora Mirian e Professor Ricardo referências 186 ALBUQUERQUE Ricardo Azenha Loureiro Projetos Para Captação de Recursos Públicos Maringá Unicesumar 2011 ALENCASTRO Mario Sérgio Cunha Ética empresarial na prática liderança gestão e respon sabilidade corporativa Curitiba Ibpex 2010 ARRUDA Maria Cecília Coutinho de WHITAKER Maria do Carmo RAMOS José Maria Rodri gues Fundamentos de ética empresarial e econômica 2 ed São Paulo Atlas 2003 BENNIS Warren MISCHE Michael A empresa do século XXI São Paulo Nobel 1999 BONOME João Batista Vieira Teoria Geral da Administração Curitiba IESDE Brasil 2009 CAMP Robert C Benchmarking o caminho da qualidade total São Paulo Pioneira Thomson Learning 2002 CHIAVENATO Idalberto Administração nos novos tempos Rio de Janeiro Elsevier 2004 Introdução à teoria geral da administração uma visão abrangente da moderna ad ministração das organizações 7 ed Rio de Janeiro Elsevier 2003 Teoria geral da administração Vol 2 Rio de Janeiro Elsevier 2002 Introdução à teoria geral da administração Rio de Janeiro Elsevier 1997 Introdução à teoria geral da administração São Paulo Makron 1993 CRUZ Tadeu Manual de Organização Reengenharia na prática São Paulo Atlas 1997 DAFT Richard L Organizações teorias e projetos São Paulo Pioneira Thomson Learning 2002 FERREIRA Ademir Antonio et al Gestão Empresarial De Taylor aos nossos dias Evolução e tendência da moderna administração de empresas São Paulo Thomson Learning 2002 HAMMER Michael CHAMPY James Reengenharia revolucionando a empresa Rio de Ja neiro Campus 1994 INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION About ISO Disponível em http wwwisoorgisohomeabouthtm Acesso em 11 set 2013 referências 187 KWASNICKA Eunice Lacava Introdução à administração 6ª ed São Paulo Atlas 2006 LARAIA Roque de Barros Cultura um conceito antropológico Rio de Janeiro Jorge Zahar Ed 2009 MARTIN Chuck O patrimônio digital São Paulo Makron Books 1998 MATOS Francisco Gomes Ética na gestão empresarial 2 ed São Paulo Saraiva 2011 MAXIMIANO Antonio Cesar Amaru Fundamentos de Administração Manual Compacto Para Cursos de Formação Tecnológica e Sequenciais São Paulo Atlas 2009 MAXIMIANO Antonio Cesar Amaru Teoria geral da administração da revolução urbana à revolução industrial 4 ed São Paulo 2004 MELLO Carlos Henrique Pereira Gestão da qualidade São Paulo Pearson Education do Bra sil 2011 OLIVEIRA Djalma Pinho Rebouças de Planejamento estratégico conceitos metodologias e práticas São Paulo Atlas 2012 PASSOS Elizete Ética nas organizações São Paulo Atlas 2006 RICCA Domingos Sucessão na Empresa Familiar Conflitos e Soluções São Paulo CIA Edi tora 2007 ROBBINS Stephen P Administração mudanças e perspectivas Cid Knipel Moreira trad Reinaldo O Silva rev São Paulo Saraiva 2005 RUAS Roberto Lima et al Aprendizagem organizacional e competências Porto Alegre Bookman 2008 SILVA Reinaldo O da Teorias da administração São Paulo Pioneira Thomson Learning 2008 VOLTOLINI Ricardo organizador Terceiro Setor planejamento e gestão 2 ed São Paulo Editora Senac 2004 anotações anotações anotações anotações anotações