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RESUMO ALMA IMORAL A ALMA IMORAL Traição e tradição através dos tempos O texto explora a interconexão entre tradição e traição ressaltando sua semelhança fonética e sua relação profunda no contexto humano A tradição é apresentada como essencial para a preservação da espécie abrangendo áreas como a estrutura familiar contratos sociais e crenças O surgimento do fundamentalismo é interpretado como uma reação à mudança do foco coletivo para o individual ameaçando a preservação Por outro lado a traição é associada à transcendência exemplificada por figuras como Abraão que quebra padrões familiares e contratos sociais para estabelecer sua própria terra O texto argumenta que transgredir é transcender sendo essencial para a evolução e mudança O mártir é apresentado como alguém que morre pela transcendência desafiando a tradição para criar um modelo poderoso de transgressão A relação simbiótica entre tradição e traição é destacada enfatizando que a preservação depende da evolução e viceversa O texto reconhece que a transgressão não é sempre positiva mas argumenta que a mudança e a evolução são inevitáveis mesmo com o risco de erros A dependência mútua entre tradicionalistas e transgressores é sublinhada sugerindo que o equilíbrio entre tradição e traição é crucial para a integridade e evolução da sociedade Identificando a Alma Imoral O capítulo explora a fundação da alma no discurso espiritual destacando duas forças opostas e complementares que moldam a autodefinição humana corpo e alma O corpo representa a materialidade e a preservação enquanto a alma é uma demanda futura buscando a imortalidade através da transformação A tragédia das experiências espirituais surge na tentativa de compreender a alma pois muitas vezes esse esforço retorna à definição do próprio corpo A alma frequentemente vista como guardiã da moralidade deveria ser a promotora da traição e evolução mas é frequentemente interpretada como protetora do corpo e das tradições A inversão nas percepções tanto em tradições coletivas quanto em nível individual é explorada transformando o traído em traidor e viceversa O texto destaca a psicologia evolucionista que considera o corpo como gerador da moralidade em busca de preservação enquanto a alma vive do que a sociedade reconhece como imoral A complexidade das ações que se dissimulam em interesses opostos corpo e alma é apresentada como negativa para a vida A experiência espiritual é descrita como uma constante tensão entre preservar e trair alimentada pelo presente que lida com as tensões do passado a ser preservado e do futuro a ser construído através da traição A responsabilidade de honrar compromissos e rompimentos é enfatizada como parte essencial dessa experiência Discernindo Questões do Corpo e da Alma Aborda a dicotomia entre corpo e alma destacando que as leis e o cumprimento do estabelecido representam o território do corpo A alma por sua vez é vista como desobediência como o ato de comer o fruto proibido embora seja reconhecida na tradição judaica como a primeira desobediência na consciência humana A consciência humana única na sua capacidade de reconhecer não apenas o corpo mas também a alma permite a coexistência de obediência e desrespeito e desobediência e respeito A luta entre a letra da lei corpo e o espírito da lei alma é apresentada como um campo de batalha legítimo demonstrando que a desobediência muitas vezes está mais próxima da verdadeira intenção da lei do que a própria lei O Talmud é citado como exemplo reconhecendo que a preservação da lei muitas vezes é alcançada através do rompimento com a lei A ênfase na discordância no Talmud não reflete uma mentalidade democrática mas sim a compreensão de que tudo que é apropriado é gerado da tensão entre interesses A lei só é legítima na medida em que sua preservação possa até mesmo ser mantida através de sua desobediência A postulação de que toda lei que não deixa em aberto a possibilidade de sua desobediência é uma arbitrariedade é ressaltada A desqualificação da unanimidade no Talmud em casos de julgamento de penas capitais expressa a desconfiança de que um processo possa ser tão bem conduzido que não haja dúvida quanto a uma leitura diferente da situação A unanimidade é vista como uma acomodação à verdade absoluta prejudicial à vida e é a alma que detecta essa ameaça aos seus interesses O Certo que é errado e o Errado que é certo O texto explora a ideia de que em circunstâncias específicas uma conduta errada pode representar melhor o que é considerado certo desafiando as noções tradicionais de certo e errado Um ensinamento chassídico destaca que até mesmo o mandamento fundamental de acreditar em Dus pode ser positivo quando desobedecido O conceito de marit haain o olhar dos olhos é introduzido para ilustrar como situações aparentemente corretas podem ser interpretadas de maneira errada pela sociedade O exemplo de um cheeseburger vegetariano é citado enfatizando que mesmo que não viole as leis dietéticas judaicas pode ser considerado inaceitável devido ao olhar dos outros O texto também aborda a complexidade das diretrizes sociais e como o correto e o lícito dependem do contexto Uma situação em que algo intrinsecamente correto pode ser interpretado como um equívoco é discutida Da mesma forma são apresentados casos em que algo intrinsecamente errado pode ser considerado certo especialmente nas situações da alma onde a obediência ao Absoluto pode sobreporse à conformidade social A narrativa encerra sugerindo uma reformulação nos conceitos de corpo e alma Argumenta que o pecado original não foi uma tentação do corpo mas sim da alma instigando a desobediência O corpo expulso por sua natureza traidora desenvolve a moral como uma forma de proteção no novo território onde se encontra A imortalidade da alma reside em sua disposição para considerar alternativas além do corpo incluindo em alguns casos abrir mão do corpo em prol de algo mais apropriado A Condição de Traído O texto explora a dualidade humana entre preservação e transgressão corpo e alma destacando dois desvios fundamentais o apego e a traição Ambos geram violência sendo o apego prejudicial à alma resultando em depressão e a traição prejudicial ao corpo manifestandose em ódio e vingança A dinâmica entre apego e traição é examinada em relacionamentos como casamentos onde um passo transgressivo de um parceiro frequentemente desencadeia um retrocesso do outro criando desequilíbrio e impedindo o desenvolvimento natural A reação de retroceder em vez de avançar juntos é interpretada como uma forma de apego que trai o compromisso de crescimento mútuo O texto aborda a ideia de que na experiência da alma a traição muitas vezes ocorre em situações em que indivíduos abandonam tradições ou áreas de interesse por amor e respeito genuínos buscando evitar a traição ao compromisso assumido A prática antiga de declarar certos indivíduos como impuros obrigandoos a sair do acampamento é explorada como uma metáfora para a condição de enlutados que oscilam entre o desespero do apego e o desespero da traição A retirada do acampamento era uma técnica terapêutica para conscientizar aqueles que não podiam se nutrir das forças vitais da vida A condição de traído é apresentada como uma subdivisão do enlutado sendo a mais complexa das condições de luto O traído sente a dor da transgressão no corpo e a dor do apego na alma sendo definido como alguém que peca pelo excesso de apego Definição de Traição O conceito de traição é explorado como um curinga que representa a perda da tensão entre o bom e o correto na vida Trair ocorre quando as escolhas levam a essa perda seja ao privilegiar abruptamente o bom sobre o correto ou viceversa gerando movimentos bruscos A traição é comparada à aceleração negativa perceptível na vida cotidiana e de maneira intensa na esfera da sensualidade A relação entre corpo e alma especialmente no contexto da intimidade revela estados de tensão ou distensão A traição é caracterizada por três facetas inseparáveis o descumprimento de convenções ou acordos a não correspondência a expectativas e a revelação de informações sobre as intenções individuais O traidor muitas vezes erroneamente associado à fraqueza é descrito como alguém que se expõe corajosamente ao revelar segredos íntimos A dor causada pela traição não afasta as relações da esfera da intimidade pelo contrário aprofunda a experiência íntima causando desconforto aos traídos ao serem conduzidos a profundidades que desejam evitar É crucial distinguir a traição por desapego daquela causada por apego sendo esta última uma forma de trair a própria essência e uma medida de rompimento da tensão vital Modelos Tradicionais de Traição O texto explora modelos tradicionais de traição utilizando como base três estágios da criação do homem no livro do Gênesis Adão representando a transgressão na evolução da natureza Abraão o rompimento social e Jacó a traição de relações pessoais na família Abraão o transgressor social inicia sua história com o rompimento deixando sua cultura e passado em busca de um futuro Sua eleição é uma proposta de pacto desafiando as normas sociais em prol das demandas do futuro O teste crucial ocorre quando ele é ordenado a sacrificar seu filho revelando a capacidade de discernir entre o certo e o bom Abraão não trai nem a Dus nem a si mesmo legitimando sua transgressão como a verdadeira vontade de sua alma Ele estabelece uma nova moral permitindo um futuro marcado pela evolução da alma e não pela preservação do corpo A capacidade de Abraão em optar pelo bom em detrimento do certo sem trair a tensão entre passado e futuro é crucial Ele fundamenta a possibilidade de uma nova lei uma nova escuta de comandos que representa a opção pela imoralidade da alma A catarse de Abraão reside na compreensão de como o futuro pode ser maravilhoso ao legitimar transgressões Romper na Esfera do Outro O capítulo aborda o terceiro arquétipo Jacó como aquele que transgride na esfera da família Diferentemente de Abraão Jacó não trai naturezas ou as violências de sua sociedade mas sim o outro Ele rouba a primogenitura de seu irmão o que se torna um estereótipo associado aos judeus ao longo do tempo Jacó representa a escolha de um novo correto em sua relação com um igual um outro Ao contrário de Abraão Jacó não pode simplesmente estipular esse novo correto para o bom identificado ele precisa lutar com Dus e com homens para fazer prevalecer o novo correto Essa luta revelase como uma disputa tanto com homens quanto com Dus exigindo coragem para afirmar um novo correto ao outro trair o outro e legitimar a si mesmo nesse processo Jacó é contrastado com Abraão o pai que aceita o filho músico em vez do médico reconhecendo que o sonho do médico não é o correto que melhor se adequa ao que é bom Jacó por sua vez é o irmão que segue uma vida de artista e intelectual enfrentando complicações no rompimento com um igual como seu irmão administrador e empresário O texto destaca as complicações do rompimento com um igual gerando para o outro um processo de traição A legitimização da escolha do outro significa autoquestionarse sobre as possibilidades ignoradas A posição dos judeus no mundo ocidental é discutida destacando como ao questionar e buscar uma nova terra eles provocam reações fortes sendo vistos como usurpadores de primogenituras A perspectiva do judeu representado por Jacó enfrenta desafios em legitimar sua eleição de maneira verdadeira baseada na crença profunda na alma e em suas transgressões A dificuldade está em validar o novo correto não apenas com argumentos mas com uma fé profunda na alma e suas transgressões O Traidor de Si O texto explora a ideia de surpreender a si mesmo como a maior prova de poder humano contrastando o herói do corpo que surpreende os outros com o herói da alma que se surpreende Destacase que a surpresa é um instrumento de poder para a alma enquanto os maiores pecados são vistos como aqueles da alma que ao contrário das seduções da moral e tradição do corpo promovem a evolução O ato de trair a si mesmo e se surpreender é considerado uma força significativa indicando uma perspectiva da alma em contraposição à moral do corpo Processos de Traição Nesta parte texto explora os ensinamentos chassídicos que destacam quatro comportamentos do corpo diante das demandas da alma usando a saída dos hebreus do Egito como um exemplo paradigmático O Egito é simbolizado como um lugar estreito que um dia foi bom mas se tornou limitador O processo de saída tanto no contexto bíblico quanto na vida humana é comparado a enfrentar um limite real como o mar O corpo relutante em mudar e sair de sua zona de conforto enfrenta resistências ao confrontar a barreira que se interpõe entre o presente e o futuro O texto destaca quatro posturas do corpo representadas por acampamentos incluindo o desejo de voltar lutar desesperarse e orar Essas posturas refletem as hesitações e vacilações do corpo diante do desconhecido A interpretação chassídica destaca a resposta de Moisés aos quatro acampamentos indicando que nenhuma dessas posturas representa o futuro e a saída desejada A solução apresentada pela divindade é simplesmente marchar sugerindo que o futuro não está ligado ao presente pelo corpo mas será guiado pela alma O relato do Mar Vermelho se abrindo é ilustrado pelo caso peculiar de Nachshon ben Aminadav que sem saber nadar adentra as águas até que se abram Essa ação é contrastada com a postura do acampamento que desejava se jogar ao mar por desesperança A mensagem final é sobre a importância de confiar no processo da vida abandonar o corpo atual na fé de que outro se formará garantindo a passagem pelo vazio em direção a um novo lugar amplo Quando Trair O autor explora quatro estágios no reconhecimento da estreiteza de um lugar usando a metáfora dos acampados diante do mar O primeiro estágio espera por uma chance de atravessar reconhecendo o novo bom O segundo precisa ser despertado para a estreiteza O terceiro não reconhece a estreiteza e necessita de terapia O quarto apesar do discurso desafiador não percebe a estreiteza criando uma ilusão de estar à margem do mar Quando o corpo está consciente da estreiteza surge a possibilidade de acampar em frente ao mar Nesse ponto a jornada em direção ao horizonte deixa de ser um processo do corpo tornandose da alma Isso implica uma entrega e despojamento uma metamorfose que assusta pela possibilidade de abrir mão da integridade e identidade II LÓGICAS DA ALMA Paz aos que vêm de longe O profeta Isaías expressa desejos de paz mencionando primeiro aqueles que vêm de longe e em seguida os que vêm de perto Os rabis Abahu e Iochanan do século III discordam sobre a interpretação Iochanan representando a perspectiva do corpo sugere que longe se refere a pecados saudando primeiro aqueles afastados do pecado Abahu representando a perspectiva da alma argumenta que longe se refere àqueles que percorreram uma longa jornada de erros antes de se redimirem enquanto perto se refere àqueles com menos oportunidades de surpreenderse Abahu destaca o respeito pelos não acomodados os transgressores que em sua busca pelo correto ou bom demonstraram lealdade profunda O Longo Caminho Curto vs o Curto Caminho Longo O Rabino Ioshua filho de Hanina compartilha uma experiência em que perguntou a uma criança pelo caminho para a cidade A criança respondeu que um caminho era curto e longo enquanto o outro era longo e curto Ao escolher o curto e longo deparouse com obstáculos A lição é que na trilha da sobrevivência a aparente simplicidade e imediatez muitas vezes escondem custos elevados A alma representada pela criança alerta para a importância de considerar tanto os caminhos curtos quanto os longos indicando que a paz está com aqueles que vêm de longe O texto ressalta a necessidade de discernir entre caminhos aparentemente curtos que podem ser longos e vice versa enfatizando que as encruzilhadas são cruciais para a sobrevivência Sacrificar para quê O ensinamento do rabino Bunam questiona a lógica de sacrificar para ídolos afirmando que muitas vezes fazemos sacrifícios para algo vazio ou ilusório Ele exemplifica com situações em que restringimos nossas ações com base no que os outros pensariam de nós chamando isso de sacrificar para ídolos O texto destaca como frequentemente fazemos oferendas ao nada em busca de virtudes ou ganhos que são na verdade ilusórios Alerta para os sacrifícios feitos ao deus da timidez vergonha medo do julgamento alheio culpa entre outros e destaca a importância de não temer a autoimagem que muitas vezes é um altar para sacrifícios idólatras O corpo é apontado como o responsável por negociações psíquicas que buscam preservar a imagem enquanto a alma é destacada como a instigadora de atrevimentos ousadias riscos e transgressões em busca de uma vida mais plena Melhor a traição do que a fidelidade mentirosa O texto explora a ideia de que aquele que engana a si mesmo é mais perverso do que aquele que engana os outros O maguid de Koznitz destaca que a fidelidade hipócrita que se disfarça como uma conduta exemplar pode ser mais prejudicial do que a traição real O exemplo citado é o de um homem que em sua devoção jejuava de sábado a sábado mas que secretamente comia algo todos os dias sendo considerado espiritualmente inferior a outro que apenas aparentava jejuar O texto argumenta que muitas vezes a fidelidade aparente que se prende ao passado e ao compromisso do passado pode ser uma traição à alma mais séria do que uma possível transgressão Destaca que a fidelidade hipócrita pode gerar doenças emocionais perversões e violências familiares enquanto a transgressão real pode de certa forma ser mais bem vinda pela alma imoral Conclui afirmando que espiritualmente é preferível o traidor ao hipócrita É mais fácil resgatar o passionaL do que o acomodado O texto narra um incidente envolvendo o rabi Moshe inicialmente um oponente dos ensinamentos chassídicos que reage violentamente ao ver um livro de orações chassídico O rabi Asher mesmo sendo oponente recolhe o livro com respeito O rabino de Lublin comenta que o rabi Moshe por expressar ódio passional pode um dia sentir amor passional e se tornar parte do chassidismo enquanto o rabi Asher apesar de sua aparente moderação permanecerá para sempre um inimigo pois está acomodado em sua compreensão de mundo A ideia central é que aquele que queima de ódio passional tem mais chances de transformação do que aquele que é friamente hostil e acomodado em sua visão A postura espiritual é vista como desafiadora à cultura acomodada incentivando a superação das barreiras e encruzilhadas Transgressão e Crescimento O rabi Nahum de Chernobyl expressa receio pelas boas ações que o acomodam mais do que pelas más ações que o horrorizam Ele destaca a importância de sentir horror como sinal de percepção dos lugares estreitos A insensibilidade é alimentada por ações conformes que não desafiam os códigos morais automáticos O padrão humano automático de torpor surge quando fazemos o esperado resultando na perda gradual de conexão conosco mesmos O despertar ocorre quando percebemos situações horríveis em nossas vidas levando a uma nova forma de ser família propriedade e tradição A imutabilidade desses elementos nega a natureza humana mutante que requer constantes reavaliações morais O despertar e o horror revelam a alma e seu papel na reconstrução do passado sendo percebida como imoral e perigosa pelo padrão estabelecido Conterrâneos de Alma No Salmo 119 o pedido a Dus destaca a experiência de estrangeiro na terra buscando não ser ocultado dos mandamentos divinos O rabino Baruch compara dois estrangeiros em uma terra alienígena observando que mesmo vindo de lugares distintos eles compartilham uma forte amizade devido à sua condição comum de forasteiros A solidão dos que se permitem transgredir a alma é quebrada pela conexão com outros que conhecem essas experiências mesmo que suas naturezas sejam diferentes O rabino Polsky enfatiza a orientação para seguir o próprio caminho aceitando o exílio se necessário pois sempre haverá Dus como companheiro dos forasteiros Dus o maior forasteiro simboliza a constante transgressão das convenções e padrões sendo um companheiro constante para aqueles que divergem do consenso moral da comunidade O acomodado em sua estagnação enfrenta a solidão enquanto o traidor aquele que se move pela vida encontra companhia em outros forasteiros formando uma ligação significativa O Corpo e a Ausência de Si O Rabino Hanoch conta a história de um homem tolo que ao tentar organizar suas roupas acaba perdendo a si mesmo no processo Essa narrativa ilustra a busca desesperada por controle externo quando nos deparamos com lugares estreitos resultando na perda do verdadeiro eu Quando um lugar se torna estreito a tentativa de mudar o mundo ao invés de nós mesmos nos impede de nos encontrarmos A procriação mandamento do corpo moral não é suficiente para nos fazer compreender onde verdadeiramente estamos A vida conforme o manual que dita o que fazer e desobedecer é insuficiente para responder integralmente por nosso eu As gerações passadas oferecem ensinamentos para cumprir mas não podem proporcionar a descoberta completa do eu O ancião adverte para a importância de desfazer identidades e ri da seriedade do jovem Em muitas tradições a iniciação destaca a traição mais do que a celebração do cumprimento reconhecendo o potencial de desobediência como parte do crescimento A celebração do momento em que os filhos partem para seguir seu próprio caminho é a celebração da traição reconhecendo que a verdadeira identidade se encontra além das roupas e padrões externos O ato de retirar a máscara permite a revelação de uma nova identidade construída não apenas pela obediência mas também pela desobediência e pela experiência do novo Eclesiastes adverte que não há nada de novo debaixo do sol mas a construção do futuro ocorre quando abrimos mão de obediências autoimpostas A transgressão tão antiga quanto a história humana é a chave para criar algo genuinamente novo e construir um futuro não vivido Brother Satã O conceito de Satã na tradição ocidental uma figura que simboliza a tentação e a transgressão tem suas raízes no folclore hebraico embora tenha evoluído para representar o traidor na tradição cristã Satã muitas vezes considerado um inimigo é na verdade uma expressão das grandes questões humanas especialmente aquelas relacionadas à dúvida transformação e desvio de normas Satã tenta os indivíduos a abandonar o correto em favor do bom refletindo a tarefa da alma em desafiar as expectativas e normas estabelecidas No entanto Satã também é visto como o exagero dos riscos representando a destruição e a malignidade que podem resultar de uma alma sem controle A cultura ocidental transformou Satã em uma arma do corpo contra a alma e a transgressão Simplificado como um símbolo do perigo da transformação Satã tornouse um impedimento para a mudança principalmente devido ao medo associado a ele Sua imagem e linguagem são usadas para reforçar a imutabilidade da tradição da família e da propriedade paralisando as pessoas e mantendo padrões convencionais A narrativa destaca como o medo de Satã pode ser paralisador limitando as possibilidades de vida e incentivando a conformidade No entanto a tradição chassídica utiliza pequenas histórias em vez de argumentos diretos para desafiar as posições do corpo explorando o poder do paradoxo para superar a hesitação e a vacilação produzidas pela ponderação As histórias chassídicas são eficazes ao desafiar o receptor a acreditar sem acreditar criando um espaço para compreensão figurativa e ao mesmo tempo resistência à atribuição de uma qualidade ilusória Entre Ser Tolo e Ser Perverso A dicotomia entre ser tolo e ser perverso representa uma das grandes questões humanas Optar por não ser tolo implica em atender às necessidades do corpo competindo por espaço subsistência e procriação sem incorrer em excessos que levem à crueldade A moral e as regras sociais permitem uma competição civilizada criando uma sociedade bem organizada No entanto o ser humano reconhece que ao evitar a tolice pode se tornar perverso infringindo a alma imoral Ser perverso implica em colocar em risco a sobrevivência a longo prazo e não ser perverso significa abrir mão da gratificação imediata conformandose à moral estabelecida A busca por evitar a tolice muitas vezes leva a uma proximidade com a perversidade O rompimento e a transcendência de convenções sociais e morais permitem ser menos tolo sem tornarse mais perverso sendo tolo associado a querer menos do que o correto e ser perverso a querer menos do que o bom A Perversidade e a Mediocridade A obra ética de Maimônides defende a senda de ouro um caminho moderado entre extremos considerado a meta da sensibilidade humana No entanto a perspectiva radical do rabino Menachem Mendel de Kotzk sugere que o caminho moderado é para os cavalos não para os seres humanos O caminho do cavalo representa a postura daqueles profundamente mobilizados por uma intenção e sedentos pelo sagrado incapazes de serem moderados quando apaixonados O rabino Adin Steinsaltz destaca que a senda de ouro não é apenas a média entre extremos mas a fusão dos extremos permitindo uma relação saudável entre as perspectivas do animal moral e da alma imoral A senda do cavalo por outro lado busca o correto sem o bom ou vice versa evitando tensões e a controvérsia Essa mediocridade é considerada perversa a longo prazo levando a estados de destrutividade e risco para a sobrevivência Aqueles que optam pela mediocridade tentam permanecer acampados ignorando o mar que precisa ser transposto consolandose por não serem tolos mas assombrados pelo medo de serem perversos Sem Medo de Ser Perverso O medo da perversidade muitas vezes nos impede de agir e nos paralisa levandonos a acampar diante do mar das possibilidades Argumentos morais como magoar outros ou agir de maneira imoral são frequentemente usados pelo corpo para nos impedir de atravessar esse mar O rabi Gerer oferece um conselho para superar o medo de ser perverso citando os Salmos que sugerem abandonar o mal antes de fazer o bem No entanto ele propõe uma abordagem diferente se é difícil abandonar o mal comece fazendo o bem e o mal desaparecerá automaticamente A chave para atravessar o mar sem medo de perversidade é não focar nas possíveis consequências negativas mas sim buscar o bem Ao trocar o correto por um novo correto em busca de um bom significativo podemos nos encontrar diante de perversidades que fazem sentido dentro da perspectiva moral em que estamos inseridos Os mestres espirituais não se preocupam tanto com as perversidades quanto com as tolices que cometemos ao evitar enfrentar a nós mesmos e aos outros Eles valorizam os transgressores que ousam atravessar os mares enquanto desdenham aqueles que se permitem acampar por medo de serem perversos Um exemplo dado pelo rabi Mendel de Vorki destaca como a honestidade do sono pode ser mais significativa do que a do estudo preferindo a autenticidade do bom sobre o correto Satisfação e Honestidade O rabino de Lizhensk destaca a correlação crucial entre satisfação e honestidade Quando uma pessoa deixa de sentir satisfação em seu negócio ou profissão é um sinal de falta de honestidade na condução dessas atividades Essa correlação se estende a diversas relações humanas A satisfação está intrinsecamente ligada à honestidade A desonestidade surge quando há hipocrisia e dissimulação levando à perda de satisfação Em uma relação amorosa a capacidade de ser honesto e espontâneo contribui para a satisfação O equilíbrio instável entre obediências e transgressões é necessário para a honestidade mas é desafiador de manter Contratos entre indivíduos são vistos como perigosos pois com o tempo as percepções de correto e bom podem divergir levando à insatisfação e consequentemente à desonestidade Muitas vezes contratos criam duas visões distintas do compromisso resultando em traição quando a tensão entre correto e bom é perdida Enfatizase que a traição percebida como um crime pelo corpo que busca preservação é na perspectiva da alma uma medida necessária para promover mudanças e exposição da necessidade de um novo bom e a busca subsequente de um novo correto A consciência da falta de satisfação como indicativo de desonestidade é essencial para mobilizar e sensibilizar o corpo destacando as implicações profundas dessa correlação
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RESUMO ALMA IMORAL A ALMA IMORAL Traição e tradição através dos tempos O texto explora a interconexão entre tradição e traição ressaltando sua semelhança fonética e sua relação profunda no contexto humano A tradição é apresentada como essencial para a preservação da espécie abrangendo áreas como a estrutura familiar contratos sociais e crenças O surgimento do fundamentalismo é interpretado como uma reação à mudança do foco coletivo para o individual ameaçando a preservação Por outro lado a traição é associada à transcendência exemplificada por figuras como Abraão que quebra padrões familiares e contratos sociais para estabelecer sua própria terra O texto argumenta que transgredir é transcender sendo essencial para a evolução e mudança O mártir é apresentado como alguém que morre pela transcendência desafiando a tradição para criar um modelo poderoso de transgressão A relação simbiótica entre tradição e traição é destacada enfatizando que a preservação depende da evolução e viceversa O texto reconhece que a transgressão não é sempre positiva mas argumenta que a mudança e a evolução são inevitáveis mesmo com o risco de erros A dependência mútua entre tradicionalistas e transgressores é sublinhada sugerindo que o equilíbrio entre tradição e traição é crucial para a integridade e evolução da sociedade Identificando a Alma Imoral O capítulo explora a fundação da alma no discurso espiritual destacando duas forças opostas e complementares que moldam a autodefinição humana corpo e alma O corpo representa a materialidade e a preservação enquanto a alma é uma demanda futura buscando a imortalidade através da transformação A tragédia das experiências espirituais surge na tentativa de compreender a alma pois muitas vezes esse esforço retorna à definição do próprio corpo A alma frequentemente vista como guardiã da moralidade deveria ser a promotora da traição e evolução mas é frequentemente interpretada como protetora do corpo e das tradições A inversão nas percepções tanto em tradições coletivas quanto em nível individual é explorada transformando o traído em traidor e viceversa O texto destaca a psicologia evolucionista que considera o corpo como gerador da moralidade em busca de preservação enquanto a alma vive do que a sociedade reconhece como imoral A complexidade das ações que se dissimulam em interesses opostos corpo e alma é apresentada como negativa para a vida A experiência espiritual é descrita como uma constante tensão entre preservar e trair alimentada pelo presente que lida com as tensões do passado a ser preservado e do futuro a ser construído através da traição A responsabilidade de honrar compromissos e rompimentos é enfatizada como parte essencial dessa experiência Discernindo Questões do Corpo e da Alma Aborda a dicotomia entre corpo e alma destacando que as leis e o cumprimento do estabelecido representam o território do corpo A alma por sua vez é vista como desobediência como o ato de comer o fruto proibido embora seja reconhecida na tradição judaica como a primeira desobediência na consciência humana A consciência humana única na sua capacidade de reconhecer não apenas o corpo mas também a alma permite a coexistência de obediência e desrespeito e desobediência e respeito A luta entre a letra da lei corpo e o espírito da lei alma é apresentada como um campo de batalha legítimo demonstrando que a desobediência muitas vezes está mais próxima da verdadeira intenção da lei do que a própria lei O Talmud é citado como exemplo reconhecendo que a preservação da lei muitas vezes é alcançada através do rompimento com a lei A ênfase na discordância no Talmud não reflete uma mentalidade democrática mas sim a compreensão de que tudo que é apropriado é gerado da tensão entre interesses A lei só é legítima na medida em que sua preservação possa até mesmo ser mantida através de sua desobediência A postulação de que toda lei que não deixa em aberto a possibilidade de sua desobediência é uma arbitrariedade é ressaltada A desqualificação da unanimidade no Talmud em casos de julgamento de penas capitais expressa a desconfiança de que um processo possa ser tão bem conduzido que não haja dúvida quanto a uma leitura diferente da situação A unanimidade é vista como uma acomodação à verdade absoluta prejudicial à vida e é a alma que detecta essa ameaça aos seus interesses O Certo que é errado e o Errado que é certo O texto explora a ideia de que em circunstâncias específicas uma conduta errada pode representar melhor o que é considerado certo desafiando as noções tradicionais de certo e errado Um ensinamento chassídico destaca que até mesmo o mandamento fundamental de acreditar em Dus pode ser positivo quando desobedecido O conceito de marit haain o olhar dos olhos é introduzido para ilustrar como situações aparentemente corretas podem ser interpretadas de maneira errada pela sociedade O exemplo de um cheeseburger vegetariano é citado enfatizando que mesmo que não viole as leis dietéticas judaicas pode ser considerado inaceitável devido ao olhar dos outros O texto também aborda a complexidade das diretrizes sociais e como o correto e o lícito dependem do contexto Uma situação em que algo intrinsecamente correto pode ser interpretado como um equívoco é discutida Da mesma forma são apresentados casos em que algo intrinsecamente errado pode ser considerado certo especialmente nas situações da alma onde a obediência ao Absoluto pode sobreporse à conformidade social A narrativa encerra sugerindo uma reformulação nos conceitos de corpo e alma Argumenta que o pecado original não foi uma tentação do corpo mas sim da alma instigando a desobediência O corpo expulso por sua natureza traidora desenvolve a moral como uma forma de proteção no novo território onde se encontra A imortalidade da alma reside em sua disposição para considerar alternativas além do corpo incluindo em alguns casos abrir mão do corpo em prol de algo mais apropriado A Condição de Traído O texto explora a dualidade humana entre preservação e transgressão corpo e alma destacando dois desvios fundamentais o apego e a traição Ambos geram violência sendo o apego prejudicial à alma resultando em depressão e a traição prejudicial ao corpo manifestandose em ódio e vingança A dinâmica entre apego e traição é examinada em relacionamentos como casamentos onde um passo transgressivo de um parceiro frequentemente desencadeia um retrocesso do outro criando desequilíbrio e impedindo o desenvolvimento natural A reação de retroceder em vez de avançar juntos é interpretada como uma forma de apego que trai o compromisso de crescimento mútuo O texto aborda a ideia de que na experiência da alma a traição muitas vezes ocorre em situações em que indivíduos abandonam tradições ou áreas de interesse por amor e respeito genuínos buscando evitar a traição ao compromisso assumido A prática antiga de declarar certos indivíduos como impuros obrigandoos a sair do acampamento é explorada como uma metáfora para a condição de enlutados que oscilam entre o desespero do apego e o desespero da traição A retirada do acampamento era uma técnica terapêutica para conscientizar aqueles que não podiam se nutrir das forças vitais da vida A condição de traído é apresentada como uma subdivisão do enlutado sendo a mais complexa das condições de luto O traído sente a dor da transgressão no corpo e a dor do apego na alma sendo definido como alguém que peca pelo excesso de apego Definição de Traição O conceito de traição é explorado como um curinga que representa a perda da tensão entre o bom e o correto na vida Trair ocorre quando as escolhas levam a essa perda seja ao privilegiar abruptamente o bom sobre o correto ou viceversa gerando movimentos bruscos A traição é comparada à aceleração negativa perceptível na vida cotidiana e de maneira intensa na esfera da sensualidade A relação entre corpo e alma especialmente no contexto da intimidade revela estados de tensão ou distensão A traição é caracterizada por três facetas inseparáveis o descumprimento de convenções ou acordos a não correspondência a expectativas e a revelação de informações sobre as intenções individuais O traidor muitas vezes erroneamente associado à fraqueza é descrito como alguém que se expõe corajosamente ao revelar segredos íntimos A dor causada pela traição não afasta as relações da esfera da intimidade pelo contrário aprofunda a experiência íntima causando desconforto aos traídos ao serem conduzidos a profundidades que desejam evitar É crucial distinguir a traição por desapego daquela causada por apego sendo esta última uma forma de trair a própria essência e uma medida de rompimento da tensão vital Modelos Tradicionais de Traição O texto explora modelos tradicionais de traição utilizando como base três estágios da criação do homem no livro do Gênesis Adão representando a transgressão na evolução da natureza Abraão o rompimento social e Jacó a traição de relações pessoais na família Abraão o transgressor social inicia sua história com o rompimento deixando sua cultura e passado em busca de um futuro Sua eleição é uma proposta de pacto desafiando as normas sociais em prol das demandas do futuro O teste crucial ocorre quando ele é ordenado a sacrificar seu filho revelando a capacidade de discernir entre o certo e o bom Abraão não trai nem a Dus nem a si mesmo legitimando sua transgressão como a verdadeira vontade de sua alma Ele estabelece uma nova moral permitindo um futuro marcado pela evolução da alma e não pela preservação do corpo A capacidade de Abraão em optar pelo bom em detrimento do certo sem trair a tensão entre passado e futuro é crucial Ele fundamenta a possibilidade de uma nova lei uma nova escuta de comandos que representa a opção pela imoralidade da alma A catarse de Abraão reside na compreensão de como o futuro pode ser maravilhoso ao legitimar transgressões Romper na Esfera do Outro O capítulo aborda o terceiro arquétipo Jacó como aquele que transgride na esfera da família Diferentemente de Abraão Jacó não trai naturezas ou as violências de sua sociedade mas sim o outro Ele rouba a primogenitura de seu irmão o que se torna um estereótipo associado aos judeus ao longo do tempo Jacó representa a escolha de um novo correto em sua relação com um igual um outro Ao contrário de Abraão Jacó não pode simplesmente estipular esse novo correto para o bom identificado ele precisa lutar com Dus e com homens para fazer prevalecer o novo correto Essa luta revelase como uma disputa tanto com homens quanto com Dus exigindo coragem para afirmar um novo correto ao outro trair o outro e legitimar a si mesmo nesse processo Jacó é contrastado com Abraão o pai que aceita o filho músico em vez do médico reconhecendo que o sonho do médico não é o correto que melhor se adequa ao que é bom Jacó por sua vez é o irmão que segue uma vida de artista e intelectual enfrentando complicações no rompimento com um igual como seu irmão administrador e empresário O texto destaca as complicações do rompimento com um igual gerando para o outro um processo de traição A legitimização da escolha do outro significa autoquestionarse sobre as possibilidades ignoradas A posição dos judeus no mundo ocidental é discutida destacando como ao questionar e buscar uma nova terra eles provocam reações fortes sendo vistos como usurpadores de primogenituras A perspectiva do judeu representado por Jacó enfrenta desafios em legitimar sua eleição de maneira verdadeira baseada na crença profunda na alma e em suas transgressões A dificuldade está em validar o novo correto não apenas com argumentos mas com uma fé profunda na alma e suas transgressões O Traidor de Si O texto explora a ideia de surpreender a si mesmo como a maior prova de poder humano contrastando o herói do corpo que surpreende os outros com o herói da alma que se surpreende Destacase que a surpresa é um instrumento de poder para a alma enquanto os maiores pecados são vistos como aqueles da alma que ao contrário das seduções da moral e tradição do corpo promovem a evolução O ato de trair a si mesmo e se surpreender é considerado uma força significativa indicando uma perspectiva da alma em contraposição à moral do corpo Processos de Traição Nesta parte texto explora os ensinamentos chassídicos que destacam quatro comportamentos do corpo diante das demandas da alma usando a saída dos hebreus do Egito como um exemplo paradigmático O Egito é simbolizado como um lugar estreito que um dia foi bom mas se tornou limitador O processo de saída tanto no contexto bíblico quanto na vida humana é comparado a enfrentar um limite real como o mar O corpo relutante em mudar e sair de sua zona de conforto enfrenta resistências ao confrontar a barreira que se interpõe entre o presente e o futuro O texto destaca quatro posturas do corpo representadas por acampamentos incluindo o desejo de voltar lutar desesperarse e orar Essas posturas refletem as hesitações e vacilações do corpo diante do desconhecido A interpretação chassídica destaca a resposta de Moisés aos quatro acampamentos indicando que nenhuma dessas posturas representa o futuro e a saída desejada A solução apresentada pela divindade é simplesmente marchar sugerindo que o futuro não está ligado ao presente pelo corpo mas será guiado pela alma O relato do Mar Vermelho se abrindo é ilustrado pelo caso peculiar de Nachshon ben Aminadav que sem saber nadar adentra as águas até que se abram Essa ação é contrastada com a postura do acampamento que desejava se jogar ao mar por desesperança A mensagem final é sobre a importância de confiar no processo da vida abandonar o corpo atual na fé de que outro se formará garantindo a passagem pelo vazio em direção a um novo lugar amplo Quando Trair O autor explora quatro estágios no reconhecimento da estreiteza de um lugar usando a metáfora dos acampados diante do mar O primeiro estágio espera por uma chance de atravessar reconhecendo o novo bom O segundo precisa ser despertado para a estreiteza O terceiro não reconhece a estreiteza e necessita de terapia O quarto apesar do discurso desafiador não percebe a estreiteza criando uma ilusão de estar à margem do mar Quando o corpo está consciente da estreiteza surge a possibilidade de acampar em frente ao mar Nesse ponto a jornada em direção ao horizonte deixa de ser um processo do corpo tornandose da alma Isso implica uma entrega e despojamento uma metamorfose que assusta pela possibilidade de abrir mão da integridade e identidade II LÓGICAS DA ALMA Paz aos que vêm de longe O profeta Isaías expressa desejos de paz mencionando primeiro aqueles que vêm de longe e em seguida os que vêm de perto Os rabis Abahu e Iochanan do século III discordam sobre a interpretação Iochanan representando a perspectiva do corpo sugere que longe se refere a pecados saudando primeiro aqueles afastados do pecado Abahu representando a perspectiva da alma argumenta que longe se refere àqueles que percorreram uma longa jornada de erros antes de se redimirem enquanto perto se refere àqueles com menos oportunidades de surpreenderse Abahu destaca o respeito pelos não acomodados os transgressores que em sua busca pelo correto ou bom demonstraram lealdade profunda O Longo Caminho Curto vs o Curto Caminho Longo O Rabino Ioshua filho de Hanina compartilha uma experiência em que perguntou a uma criança pelo caminho para a cidade A criança respondeu que um caminho era curto e longo enquanto o outro era longo e curto Ao escolher o curto e longo deparouse com obstáculos A lição é que na trilha da sobrevivência a aparente simplicidade e imediatez muitas vezes escondem custos elevados A alma representada pela criança alerta para a importância de considerar tanto os caminhos curtos quanto os longos indicando que a paz está com aqueles que vêm de longe O texto ressalta a necessidade de discernir entre caminhos aparentemente curtos que podem ser longos e vice versa enfatizando que as encruzilhadas são cruciais para a sobrevivência Sacrificar para quê O ensinamento do rabino Bunam questiona a lógica de sacrificar para ídolos afirmando que muitas vezes fazemos sacrifícios para algo vazio ou ilusório Ele exemplifica com situações em que restringimos nossas ações com base no que os outros pensariam de nós chamando isso de sacrificar para ídolos O texto destaca como frequentemente fazemos oferendas ao nada em busca de virtudes ou ganhos que são na verdade ilusórios Alerta para os sacrifícios feitos ao deus da timidez vergonha medo do julgamento alheio culpa entre outros e destaca a importância de não temer a autoimagem que muitas vezes é um altar para sacrifícios idólatras O corpo é apontado como o responsável por negociações psíquicas que buscam preservar a imagem enquanto a alma é destacada como a instigadora de atrevimentos ousadias riscos e transgressões em busca de uma vida mais plena Melhor a traição do que a fidelidade mentirosa O texto explora a ideia de que aquele que engana a si mesmo é mais perverso do que aquele que engana os outros O maguid de Koznitz destaca que a fidelidade hipócrita que se disfarça como uma conduta exemplar pode ser mais prejudicial do que a traição real O exemplo citado é o de um homem que em sua devoção jejuava de sábado a sábado mas que secretamente comia algo todos os dias sendo considerado espiritualmente inferior a outro que apenas aparentava jejuar O texto argumenta que muitas vezes a fidelidade aparente que se prende ao passado e ao compromisso do passado pode ser uma traição à alma mais séria do que uma possível transgressão Destaca que a fidelidade hipócrita pode gerar doenças emocionais perversões e violências familiares enquanto a transgressão real pode de certa forma ser mais bem vinda pela alma imoral Conclui afirmando que espiritualmente é preferível o traidor ao hipócrita É mais fácil resgatar o passionaL do que o acomodado O texto narra um incidente envolvendo o rabi Moshe inicialmente um oponente dos ensinamentos chassídicos que reage violentamente ao ver um livro de orações chassídico O rabi Asher mesmo sendo oponente recolhe o livro com respeito O rabino de Lublin comenta que o rabi Moshe por expressar ódio passional pode um dia sentir amor passional e se tornar parte do chassidismo enquanto o rabi Asher apesar de sua aparente moderação permanecerá para sempre um inimigo pois está acomodado em sua compreensão de mundo A ideia central é que aquele que queima de ódio passional tem mais chances de transformação do que aquele que é friamente hostil e acomodado em sua visão A postura espiritual é vista como desafiadora à cultura acomodada incentivando a superação das barreiras e encruzilhadas Transgressão e Crescimento O rabi Nahum de Chernobyl expressa receio pelas boas ações que o acomodam mais do que pelas más ações que o horrorizam Ele destaca a importância de sentir horror como sinal de percepção dos lugares estreitos A insensibilidade é alimentada por ações conformes que não desafiam os códigos morais automáticos O padrão humano automático de torpor surge quando fazemos o esperado resultando na perda gradual de conexão conosco mesmos O despertar ocorre quando percebemos situações horríveis em nossas vidas levando a uma nova forma de ser família propriedade e tradição A imutabilidade desses elementos nega a natureza humana mutante que requer constantes reavaliações morais O despertar e o horror revelam a alma e seu papel na reconstrução do passado sendo percebida como imoral e perigosa pelo padrão estabelecido Conterrâneos de Alma No Salmo 119 o pedido a Dus destaca a experiência de estrangeiro na terra buscando não ser ocultado dos mandamentos divinos O rabino Baruch compara dois estrangeiros em uma terra alienígena observando que mesmo vindo de lugares distintos eles compartilham uma forte amizade devido à sua condição comum de forasteiros A solidão dos que se permitem transgredir a alma é quebrada pela conexão com outros que conhecem essas experiências mesmo que suas naturezas sejam diferentes O rabino Polsky enfatiza a orientação para seguir o próprio caminho aceitando o exílio se necessário pois sempre haverá Dus como companheiro dos forasteiros Dus o maior forasteiro simboliza a constante transgressão das convenções e padrões sendo um companheiro constante para aqueles que divergem do consenso moral da comunidade O acomodado em sua estagnação enfrenta a solidão enquanto o traidor aquele que se move pela vida encontra companhia em outros forasteiros formando uma ligação significativa O Corpo e a Ausência de Si O Rabino Hanoch conta a história de um homem tolo que ao tentar organizar suas roupas acaba perdendo a si mesmo no processo Essa narrativa ilustra a busca desesperada por controle externo quando nos deparamos com lugares estreitos resultando na perda do verdadeiro eu Quando um lugar se torna estreito a tentativa de mudar o mundo ao invés de nós mesmos nos impede de nos encontrarmos A procriação mandamento do corpo moral não é suficiente para nos fazer compreender onde verdadeiramente estamos A vida conforme o manual que dita o que fazer e desobedecer é insuficiente para responder integralmente por nosso eu As gerações passadas oferecem ensinamentos para cumprir mas não podem proporcionar a descoberta completa do eu O ancião adverte para a importância de desfazer identidades e ri da seriedade do jovem Em muitas tradições a iniciação destaca a traição mais do que a celebração do cumprimento reconhecendo o potencial de desobediência como parte do crescimento A celebração do momento em que os filhos partem para seguir seu próprio caminho é a celebração da traição reconhecendo que a verdadeira identidade se encontra além das roupas e padrões externos O ato de retirar a máscara permite a revelação de uma nova identidade construída não apenas pela obediência mas também pela desobediência e pela experiência do novo Eclesiastes adverte que não há nada de novo debaixo do sol mas a construção do futuro ocorre quando abrimos mão de obediências autoimpostas A transgressão tão antiga quanto a história humana é a chave para criar algo genuinamente novo e construir um futuro não vivido Brother Satã O conceito de Satã na tradição ocidental uma figura que simboliza a tentação e a transgressão tem suas raízes no folclore hebraico embora tenha evoluído para representar o traidor na tradição cristã Satã muitas vezes considerado um inimigo é na verdade uma expressão das grandes questões humanas especialmente aquelas relacionadas à dúvida transformação e desvio de normas Satã tenta os indivíduos a abandonar o correto em favor do bom refletindo a tarefa da alma em desafiar as expectativas e normas estabelecidas No entanto Satã também é visto como o exagero dos riscos representando a destruição e a malignidade que podem resultar de uma alma sem controle A cultura ocidental transformou Satã em uma arma do corpo contra a alma e a transgressão Simplificado como um símbolo do perigo da transformação Satã tornouse um impedimento para a mudança principalmente devido ao medo associado a ele Sua imagem e linguagem são usadas para reforçar a imutabilidade da tradição da família e da propriedade paralisando as pessoas e mantendo padrões convencionais A narrativa destaca como o medo de Satã pode ser paralisador limitando as possibilidades de vida e incentivando a conformidade No entanto a tradição chassídica utiliza pequenas histórias em vez de argumentos diretos para desafiar as posições do corpo explorando o poder do paradoxo para superar a hesitação e a vacilação produzidas pela ponderação As histórias chassídicas são eficazes ao desafiar o receptor a acreditar sem acreditar criando um espaço para compreensão figurativa e ao mesmo tempo resistência à atribuição de uma qualidade ilusória Entre Ser Tolo e Ser Perverso A dicotomia entre ser tolo e ser perverso representa uma das grandes questões humanas Optar por não ser tolo implica em atender às necessidades do corpo competindo por espaço subsistência e procriação sem incorrer em excessos que levem à crueldade A moral e as regras sociais permitem uma competição civilizada criando uma sociedade bem organizada No entanto o ser humano reconhece que ao evitar a tolice pode se tornar perverso infringindo a alma imoral Ser perverso implica em colocar em risco a sobrevivência a longo prazo e não ser perverso significa abrir mão da gratificação imediata conformandose à moral estabelecida A busca por evitar a tolice muitas vezes leva a uma proximidade com a perversidade O rompimento e a transcendência de convenções sociais e morais permitem ser menos tolo sem tornarse mais perverso sendo tolo associado a querer menos do que o correto e ser perverso a querer menos do que o bom A Perversidade e a Mediocridade A obra ética de Maimônides defende a senda de ouro um caminho moderado entre extremos considerado a meta da sensibilidade humana No entanto a perspectiva radical do rabino Menachem Mendel de Kotzk sugere que o caminho moderado é para os cavalos não para os seres humanos O caminho do cavalo representa a postura daqueles profundamente mobilizados por uma intenção e sedentos pelo sagrado incapazes de serem moderados quando apaixonados O rabino Adin Steinsaltz destaca que a senda de ouro não é apenas a média entre extremos mas a fusão dos extremos permitindo uma relação saudável entre as perspectivas do animal moral e da alma imoral A senda do cavalo por outro lado busca o correto sem o bom ou vice versa evitando tensões e a controvérsia Essa mediocridade é considerada perversa a longo prazo levando a estados de destrutividade e risco para a sobrevivência Aqueles que optam pela mediocridade tentam permanecer acampados ignorando o mar que precisa ser transposto consolandose por não serem tolos mas assombrados pelo medo de serem perversos Sem Medo de Ser Perverso O medo da perversidade muitas vezes nos impede de agir e nos paralisa levandonos a acampar diante do mar das possibilidades Argumentos morais como magoar outros ou agir de maneira imoral são frequentemente usados pelo corpo para nos impedir de atravessar esse mar O rabi Gerer oferece um conselho para superar o medo de ser perverso citando os Salmos que sugerem abandonar o mal antes de fazer o bem No entanto ele propõe uma abordagem diferente se é difícil abandonar o mal comece fazendo o bem e o mal desaparecerá automaticamente A chave para atravessar o mar sem medo de perversidade é não focar nas possíveis consequências negativas mas sim buscar o bem Ao trocar o correto por um novo correto em busca de um bom significativo podemos nos encontrar diante de perversidades que fazem sentido dentro da perspectiva moral em que estamos inseridos Os mestres espirituais não se preocupam tanto com as perversidades quanto com as tolices que cometemos ao evitar enfrentar a nós mesmos e aos outros Eles valorizam os transgressores que ousam atravessar os mares enquanto desdenham aqueles que se permitem acampar por medo de serem perversos Um exemplo dado pelo rabi Mendel de Vorki destaca como a honestidade do sono pode ser mais significativa do que a do estudo preferindo a autenticidade do bom sobre o correto Satisfação e Honestidade O rabino de Lizhensk destaca a correlação crucial entre satisfação e honestidade Quando uma pessoa deixa de sentir satisfação em seu negócio ou profissão é um sinal de falta de honestidade na condução dessas atividades Essa correlação se estende a diversas relações humanas A satisfação está intrinsecamente ligada à honestidade A desonestidade surge quando há hipocrisia e dissimulação levando à perda de satisfação Em uma relação amorosa a capacidade de ser honesto e espontâneo contribui para a satisfação O equilíbrio instável entre obediências e transgressões é necessário para a honestidade mas é desafiador de manter Contratos entre indivíduos são vistos como perigosos pois com o tempo as percepções de correto e bom podem divergir levando à insatisfação e consequentemente à desonestidade Muitas vezes contratos criam duas visões distintas do compromisso resultando em traição quando a tensão entre correto e bom é perdida Enfatizase que a traição percebida como um crime pelo corpo que busca preservação é na perspectiva da alma uma medida necessária para promover mudanças e exposição da necessidade de um novo bom e a busca subsequente de um novo correto A consciência da falta de satisfação como indicativo de desonestidade é essencial para mobilizar e sensibilizar o corpo destacando as implicações profundas dessa correlação