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FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS USADAS NAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Ferramentas tecnológicas usadas nas operações logísticas Olá estudante Seja bemvindoa Você já se perguntou sobre a necessidade da utilização da tecnologia e de ferramentas destinadas às operações logísticas A evolução tecnológica é o progresso desenvolvido no uso de meios de software hardware e Inteligência Artificial com a finalidade de melhorias nas mais variadas áreas da atividade humana incluindo ciência básica engenharias práticas tecnológicas e práticas administrativas produtivas e gerenciais Com ela as empresas procuram obter métricas mais fidedignas a fim de tomarem decisões mais rápidas e assertivas Devido ao aumento das demandas de produção nacional e internacional gerenciar as estratégias operacionais da logística pode ser o apoio fundamental para tornar as empresas mais competitivas Assim são muitas as ferramentas tecnológicas que corroboram para uma maior eficiência e eficácia das operações logísticas Os softwares de gestão logística por exemplo aperfeiçoam os processos além de apresentarem indicadores que facilitam as operações e tomadas de decisão dos gestores da cadeia de suprimentos Na década de 1980 Porter 1989 definia que A tecnologia afeta a vantagem competitiva se tiver um papel significativo na determinação da posição de custo relativo ou da diferenciação PORTER 1989 p 157 Para a obtenção da vantagem competitiva as áreas da empresa devem estar em pleno sincronoismo e harmonia A vantagem competitiva está fundamentada nas estratégias mercadológicas e de aquisição de insumos da empresa e em como as organizações direcionam suas metas para atingir seus objetivos com eficiência e eficácia Segundo Berssaneti 2013 p 150 em uma visão mais mercadológica e em uma lógica mais competitiva as organizações para atingir seus objetivos buscam satisfazer seus clientes e outros grupos de interesse de forma mais eficiente e eficaz do que seus concorrentes Os termos eficiência e eficácia têm de ser utilizados com precisão neste contexto Por isso estruturamos esta unidade com o objetivo de apresentar algumas das ações e ferramentas da logística que corroboram para uma gestão mais rápida e consequentemente direciona o profissional a tomar uma decisão mais assertiva Antes de entrarmos na temática relativa às ferramentas tecnológicas usadas no âmbito da logística será que você é capaz de detectar a visão prática da área de suprimentos para uma empresa Ouça o podcast a seguir aproveite os conteúdos da unidade e descubra Compreender como os softwares de gestão logística e seus indicadores ajudam nas operações e na tomada de decisão em uma cadeia de suprimentos Definir como as estratégias de aquisição podem auxiliar no quesito da competitividade Bons estudos O que é Logística 40 Segundo a Revista Mundo Logística 2019 a Logística 40 representa uma nova fase com conexões inteligentes atendendo de forma otimizada os requisitos de velocidade ganho de eficiência redução de custos e ampla disposição de informações impostas pela Indústria 40 Logística 40 Agora as otimizações são privilegiadas e as tomadas de decisões apoiadas em dados Estes últimos são produzidos dentro de cada empresa e trocados entre clientes embarcadores transportadoras armazéns e demais envolvidos na cadeia logística Fonte Banco de imagens 4 O que é Big Data O Big Data pode ser definido como a análise e a interpretação de grandes volumes de dados de grande variedade Para que isso seja possível são necessárias soluções específicas que permitam aos profissionais de TI trabalharem com informações não estruturadas a uma grande velocidade O que é IoT De acordo com a Oracle Brasil sd a Internet das Coisas Internet of Things IoT em inglês descreve a rede de objetos físicos coisas que são incorporados a sensores software e outras tecnologias com o objetivo de conectar e trocar dados com outros dispositivos e sistemas pela internet Clique na imagem para ver o conteúdo 5 Esses dispositivos variam de objetos domésticos comuns a ferramentas industriais sofisticadas Com mais de 7 bilhões de dispositivos IoT conectados atualmente os especialistas esperam que esse número aumente para 10 bilhões até 2020 e 22 bilhões até 2025 O que é Machine Learning A IBM define Machine Learning como uma tecnologia onde os computadores tem a capacidade de aprender de acordo com as respostas esperadas por meio associações de diferentes dados os quais podem ser imagens números e tudo que essa tecnologia possa identificar Machine Learning é o termo em inglês para a tecnologia conhecida no Brasil como aprendizado de máquina IBM 2020 Os softwares de rastreamento representam uma tecnologia que visa saber em tempo real o posicionamento da carga Em uma das áreas de atuação há o gerenciamento completo de frotas multimarca em um só sistema bem como o controle total e flexível de ativos diversos como caminhões carretas utilitários máquinas pesadas veículos leves geradores e embarcações etc A gestão de estoques deve ser estratégica pois a falta de materiais pode provocar sérios problemas comerciais e de competitividade bem como o excesso de materiais estocados impactam no fluxo de caixa da empresa Para o controle efetivo do estoque e sua contabilidade existem ferramentas que corroboram com indicadores e métricas com a finalidade de que seja estocada somente a quantidade de materiais e insumos necessária à atividade produtiva evitando assim a perda de material caso este seja perceptível e a perda de capital de giro da empresa O ERP é um software de planejamento de recursos empresariais Ele busca sincronizar as áreas da empresa a fim de que as informações e indicadores fluam de forma rápida e fidedigna entre os tomadores de decisão O sistema ERP é integrado e o acesso às diferentes informações é possível sem a necessidade de reconciliação ou checagem de dados Ele também elimina os eventuais conflitos existentes entre os vários departamentos e divisões Os dados da organização são integrados em uma única base BERTAGLIA 2009 p 483 EBook Em termos simples EDI é um formato eletrônico padrão que substitui documentos em papel como ordens de compra ou faturas Segundo Slack Chambers e Johnston As redes de intercâmbio de dados provavelmente tiveram seu maior impacto na forma como pode ser processada a troca interoperacional de informações Os detalhes de pedidos colocados junto a fornecedores pedidos recebidos dos consumidores pedidos feitos a fornecedores e pagamentos recebidos dos consumidores podem todos ser transmitidos através de redes de informação SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2009 p 189 13 de 75 páginas EBook WMS Warehouse Management System Este software contribui para um arranjo físico mais eficiente pois facilita a rápida localização do produto armazenado bem como as particularidades de cada produto como o giro do produto prazo de validade endereçamentoposicionamento e nível de segurança durante a gestão do produto no estoque até a logística reversa Em português o software se chama sistema de gerenciamento de armazenagem Sua finalidade é consolidar a rotatividade dos produtos em estoque Rodrigues 2007 enfatiza que o WMS reduz o nível de intervenção humana no processo eliminando erros e agilizando enormemente os procedimentos Leia o artigo a seguir em que Figueira e Buri apresentam uma visão abrangente sobre os benefícios da utilização do WMS na cadeia de logística reversa no Brasil Momento EBSCO Os benefícios da utilização do Sistema Warehouse Management System na cadeia de logística reversa no Brasil Conteúdo disponível na versão digital FIGUEIRA A A BURI M R Os benefícios da utilização do Sistema Warehouse Management System na cadeia de logística reversa no Brasil Exacta São Paulo v 15 n 2 p 245257 2017 14 de 75 páginas EBook Os autores enfatizam que o grande desenvolvimento e a utilização pelas empresas das vendas diretas por meio do ecommerce têm impulsionado o aumento das vendas acarretenado em volumes cada vez maiores de produtos armazenados e visando à agilidade na entrega ao cliente final VMI Vendor Managed Inventory O VMI em português inventário gerenciado pelo fornecedor é um sistema de parceriagestão entre fabricantes fornecedores e distribuidorescompradores a fim de obter uma operação de estoque mais segura para atender a demanda do mercado Uma das particularidades desta ferramenta é que o fornecedor se responsabiliza pelo estoque do cliente desde que as informações referentes à movimentação de estoque sejam compartilhadas RFID Radio Frequency Identification A identificação por radiofrequência é uma etiqueta com um microchip inserido que através de ondas de rádio é capaz de fazer a leitura das etiquetas dispostas nos produtos a fim de identificar as características desse produto FIGURA 4 RFID e WMS 15 de 75 páginas O RFID tem um maior aproveitamento quando utilizado em conjunto com o WMS O gerenciamento de relacionamento com o cliente como é chamado em português é fundamental para as operações logísticas pois ao coletar e armazenar as informações oriundas do cliente as empresas podem adotar estratégias de transporte e de estoques mais eficientes VIDEOAULA 1 Omnichannel Fonte Institucional 2021 Adaptado DP Content O primeiro passo é integrar as áreas O cliente pode por exemplo comprar na loja virtual e trocar em qualquer loja física Para isso acontecer o processo logístico deve estar integrado e os sistemas tecnológicos devem permitir que isso ocorra sem complicações O serviço de atendimento ao cliente deve ter condições de resolver todos os problemas dos consumidores independentemente da origem ou da abordagem pode ser uma dúvida uma sugestão uma reclamação ou até mesmo um elogio O marketing deve ser orgânico e propor estratégias alinhadas para todos os canais sempre permitindo que o cliente transite livremente entre as lojas virtuais ou físicas O sistema de gestão deve ser único e permitir que as lojas garantam a sinergia das informações Isso inclui preços estoque e contabilidade 19 De acordo com o Sebrae A área administrativa e financeira deve estar preparada para atuar em todas as movimentações entre as lojas O núcleo de suprimentos deve ser muito ágil possibilitando o fornecimento de produtos adequadamente para toda a cadeia de lojas sejam elas físicas ou online SEBRAE 2014 Clique na imagem para ver o conteúdo É importante ressaltar que as tecnologias melhoram muito os fluxos dos processos e das informações e questionamentos devem ser feitos para se antecipar aos fatos Neste contexto Ballou dá ênfase aos sistemas de informações para a logística quando reforça que o profissional de logística necessita conhecer os fatos e para isso destaca 20 Que dados devem ser coletados Quais são as fontes dos mesmos Com que frequência eles serão utilizados Essas são as perguntas que o gerente ou analista de logística deve responder antes do planejamento e controle de suas atividades As respostas moldarão o sistema de informação que atende às necessidades particulares da logística BALLOU 1992 p 285 A falta de informação ou informações embasadas em achismos pode ocasionar sérios prejuízos à empresa inclusive à imagem Assim cabe ressaltar que os custos da logística se elevam em muitas vezes devido à má gestão dos setores Se bem gerenciadas e apoiadas por inovações e tecnologias de gestão as operações logística e de suprimentos podem tornar os processos de compra e vendas mais eficientes tornando assim a empresa mais competitiva e lucrativa Dois bilhões de dólares Esse foi o preço pago pela Cisco por seus erros em gestão da cadeia de valor Mais especificamente por não ter conseguido equilibrar eficiência operacional e transformação priorizando uma em detrimento de outra Foi um dos mais onerosos fiascos em cadeia de valor da história dos negócios segundo afirma o próprio vicepresidente sênior de estratégia e planejamento mundial da Cisco Inder Sidhu recordando os eventos que sucederam ao estouro da bolha das empresas pontocom No entanto a Cisco foi capaz de promover uma virada Tornouse uma das melhores referências em gestão da cadeia de valor trabalhando com mais de 300 famílias de produtos ou 235 mil itens que incluem switches roteadores e conversores digitais para televisão Hoje a maioria dos produtos é organizada de maneira customizada por meio de uma série de terminais logísticos regionais e embarcada para qualquer país a partir de unidades localizadas em três continentes A maior parte dos produtos é produzida sob encomenda e entregue ao cliente sem que qualquer funcionário da empresa os tenha tocado Em 2001 no entanto essa engrenagem não funcionava tão bem Neste artigo Sidhu relata a retomada a partir de uma meta audaciosa e do esforço coletivo A Cisco conseguiu otimizar operações e reinventarse fazer a sintonia e transformarse simultaneamente Ainda não é Miss Universo mas está na disputa resume otimista o autor Tomada de consciência No final da década de 1990 a Cisco havia se tornado o fornecedor preferido de equipamentos e expertise em internet No ano 2000 teve 55 de aumento em faturamento atingindo US 19 bilhões Seu valor de ação que era de pouco menos de US 16 em outubro de 1998 passara a US 80 quinze meses depois Mas o sucesso trouxe dois desafios principais Prazo de entrega os clientes chegavam a triplicar suas encomendas para contornar a demora Escassez de componentes produtos Cisco concorriam uns com os outros por componentes terceirizados além de os disputarem no mercado A solução encontrada foi construir mais fábricas mas o diferencial da companhia não era sua produção e sim a inovação de produto e as relações com clientes Então para reforçar suas capacidades na cadeia de valor decidiu terceirizar mais conectar os sistemas de TI e de operações de terceiros com o próprio assumir o controle do estoque de seus fornecedores terceirizados adotar o modelo de consignação Mas eis que a bolha das pontocom estourou em 2001 e o impensável aconteceu muitos clientes desapareceram da noite para o dia Em menos de cem dias a taxa de crescimento anual da Cisco caiu de 66 para 45 No entanto os fabricantes terceirizados continuaram a produzir pois ainda se pensava que fosse um declínio momentâneo A situação piorou de tal maneira que a Cisco teve de dar baixa em mais de US 2 bilhões em produtos como perda Diagnóstico principal cegueira Ainda que diversos fatores tivessem contribuído para o problema a causa subjacente a ele era um tanto simples para fazer frente à demanda a Cisco se reinventou mas à custa de otimização operacional A cadeia de valor da empresa no final dos anos 1990 tinha a finalidade única de atender à demanda não importando se isso exigisse fornecer capital de giro aos fornecedores terceirizados ou fretar aviões para entregar os produtos O otimismo com que a companhia via o boom das pontocom a cegou para o fato de que sua cadeia de valor concebida em torno de poucas linhas de produtos carecia de flexibilidade para lidar com a expansão de seu portfólio Outro problema era a grande complexidade do ambiente que criara composto por feudos organizacionais parceiros em produção e especialistas em logística terceirizados A empresa teria de coordenar as atividades de diferentes unidades e entidades tecnologias díspares e diversos fusos horários Além disso sabia que não poderia tirar vantagem de transições de mercado ou se preparar para mudanças na economia como as empresas que possuíam excelência em gestão de cadeia de valor Nessas organizações a cadeia de valor é prioridade da alta direção que a entende como fonte de vantagem competitiva Tendo feito então o escrutínio de toda a cadeia de valor a Cisco identificou 45 partes da empresa que tinham impacto direto sobre produção e distribuição Também descobriu que mais de 120 planilhas diferentes eram usadas para apoiar a tomada de decisão sobre a cadeia de valor Havia métodos diferentes de análise das métricaschave e cada unidade da empresa usava uma ferramenta própria de automação Tais ferramentas não trabalhavam juntas porque tinham sido construídas em uma época em que havia muito dinheiro entrando e nenhum departamento se importava com o outro reformular sua estrutura organizacional racionalizar sua estratégia de parceria tornar mais eficiente seu estoque de produtos Em um esforço coletivo a companhia racionalizou o estoque de componentes com que trabalhava e eliminou milhares de SKUs unidades de manutenção de estoque na sigla em inglês Também reduziu o número de fornecedores de componentes e de fabricantes terceirizados e passou a ser mais próxima dos parceiros agora em quantidade menor Adotou um programa de fornecedor preferencial que reduziu o número de fornecedores de 13 mil para menos de 300 em quatro anos o de fabricantes terceirizados caiu de 20 para quatro A Cisco também trabalhou no sentido de equipar seus fornecedores com tecnologia e processos avançados para poder enxergar toda sua cadeia de valor Substituiu ainda o sistema de emails e planilhas por um moderno que promovesse o alinhamento e aperfeiçoasse as previsões entre várias unidades de negócios equipes de vendas e fábricas No que tange à estrutura organizacional a companhia embutiu a perspectiva de longo prazo Por exemplo seus master schedulers que deviam acompanhar tanto a saída diária dos produtos como fazer o planejamento de estoque raramente tinham oportunidade de considerar o longo prazo da cadeia de valor Por esse motivo a função foi dividida em dois cargos especialista de curto prazo e planejador de longo prazo Assim o planejamento para mudanças em padrão de compras e em condições de negócio melhorou Mais do que efetuar alterações em processos e tecnologia o trabalho da Cisco entre 2000 e 2005 significou forte mudança cultural Os gestores da cadeia de valor tiveram de trabalhar como equipe Como resultado as métricas da empresa foram aperfeiçoadas O giro de estoque por exemplo aumentou em mais de 50 entre 2001 e 2005 E as previsões tornaramse mais precisas Não foi suficiente Nessa época entretanto os esforços de otimização começaram a gerar retornos decrescentes O giro de estoque estacionou A evolução em métricas era incremental não transformadora A Cisco então percebeu que a otimização não era suficiente Precisava reinventarse Estávamos melhores mas ainda não sabíamos bem o que queríamos ser recorda Sidhu A resposta viria de um novo líder que levou energia à equipe de produção ao colocála na direção da reinvenção novamente Apenas então a empresa se concentrou em não fazer isso à custa da otimização Quando porém Angel Mendez vicepresidente sênior de gestão global de cadeia de valor começou a aturar Cisco em 2005 as deficiências que tinham levado aos problemas de 2001 eram em grande medida coisa do passado A companhia estava mais flexível mas Mendez temia que a cadeia de valor não estivesse estruturada para acompanhar o crescimento global ou atender os clientes que rapidamente mudavam suas necessidades Outra preocupação do executivo era com a coesão integral da empresa Enquanto grupos isolados melhoravam não se focava o aperfeiçoamento da organização como um todo Logo após assumir a produção Mendez e sua equipe de líderes perceberam que a cadeia de valor tinha sido otimizada para uma era que não mais existia O risco era a Cisco perder o pé na onda seguinte de mudanças em TI e telecomunicações A cadeia de valor não estava preparada para entregar soluções que fossem ao encontro de necessidades exatas dos clientes incluindo requisitos únicos de mercados distintos Também não estava pronta para assumir inovações de ruptura que pudessem mudar o modo de as empresas comprarem implementarem e usarem a tecnologia Era tempo de reinvenção Uma das primeiras decisões da equipe de Mendez foi fazer a companhia evoluir de um modelo push que empurrava a oferta para o mercado para um modelo pull que respondia ao mercado Em suma significava fazer produtos baseados não em expectativas e sonhos mas em pedidos reais dos clientes Isso liberaria os fabricantes de abarrotar os armazéns com itens que poderiam nunca ser vendidos e promoveria eficiência e redução de risco Mas também requereria alto grau de receptividade dos sistemas o que não havia então Para compreender melhor do que precisavam Mendez e sua equipe estudaram 30 fabricantes líderes em tecnologia produtos de consumo e até farmacêuticos Por que a Cisco não poderia ser tão eficiente e eficaz do ponto de vista dos clientes como a Dell o Walmart ou a Procter Gamble O executivo finalmente anunciou Quero que tenhamos a meta de nos tornarmos líderes mundiais em gestão de cadeia de valor em três anos Levou mais do que alguns anos Afinal a Cisco nem era cogitada no ranking anual da AMR Research que traz as 25 melhores empresas em excelência em cadeia de valor O índice AMR baseiase em métricas quantitativas quantos giros de estoque a companhia completou no ano por exemplo e intangíveis estas colhidas entre fabricantes pesquisadores acadêmicos e especialistas da AMR Para constar do ranking AMR uma empresa deve ter desempenho brilhante e também atrair o reconhecimento de outras instituições e pessoas Até 2005 a Cisco nunca tinha recebido sequer uma menção no ranking Mas Mendez teve a audácia de sugerir que a empresa tinha a vontade o talento e os recursos para conquistar a coroa de Miss Universo da excelência em apenas três anos Uma meta corajosa para dizer o mínimo Para adotar um modelo que partisse da demanda conquistasse mais eficiência e ainda o coração e a mente dos especialistas da AMR a Cisco encarou um enorme desafio os altos gestores da equipe de Mendez teriam de olhar para além de sua esfera imediata de ação e trabalhar juntos Alguns aprovaram as mudanças outros não A cultura e a mentalidade e não a complexidade eram grande parte do desafio Os que não sentiam necessidade de mudar não sofriam a dor da ineficiência já que estavam entregando pedidos e usando os sistemas existentes com eficiência não percebiam o valor que estava represado por sua maneira de fazer as coisas ou as oportunidades que estavam diante deles Apesar dos ganhos para a Cisco alguns de seus líderes resistiram às mudanças e pediram transferência outros pediram demissão Uma das razões para isso é que a nova cultura tinha posto fim ao jogo de culpar o outro um fornecedor um departamento ou uma força externa Se havia um problema tinha de ser reparado pela equipe de Mendez Atualmente a empresa consegue fazer previsões apropriadas que lhe permitem operar com apenas uma fração do estoque que costumava manter O giro de estoques da produção por exemplo é de quase o dobro do que costumava ser Além disso a companhia é capaz de reagir mais rapidamente às solicitações dos clientes e entregar com mais confiabilidade A Cisco se manteve à frente de todas essas mudanças ao construir uma cadeia de valor que emprega mais de 8 mil pessoas em 50 localidades de 17 países comenta Mendez que acrescenta Não teria sido possível se não tivéssemos realizado três coisas estabelecido uma meta tão radical que todos tinham de notála olhado para nossos parceiros e sistemas da perspectiva ponta a ponta e finalmente levado em consideração o que é importante para o cliente Há quatro anos a Cisco entrou para a lista das 25 melhores da AMR e vem galgando posições desde então No ranking de 2010 a empresa ficou em terceiro lugar atrás apenas da Procter Gamble e da Apple Ainda não é Miss Universo mas está na disputa A Cisco também trabalhou no sentido de equipar seus fornecedores com tecnologia e processos avançados para enxergar toda a cadeia de valor A Cisco fez benchmarking com 30 empresas e anunciou a meta ser líder Mundial de gestão da cadeia de valor em três anos no ranking AMR Escala e Dell também penderam para um dos lados Os casos da Escada e da Dell são emblemáticos da necessidade de equilibrar otimização operacional e capacidade de inovação A Escada é uma grife de luxo alemã que veste celebridades desde os anos 1970 Reconhecida como definidora de tendências privilegiou o design em detrimento das operações Acabou chegando aos anos 2000 com muitos problemas financeiros A Dell que desenvolve e comercializa microcomputadores servidores softwares e outros produtos foi fundada em 1984 por Michael Dell quando ele tinha apenas 19 anos Em 2005 encabeçava a lista das empresas mais admiradas da Fortune 500 Quatro anos depois não estava nem entre 50 mais por terse estagnado em termos de design embora tivesse alcançado a excelência operacional Declarada insolvente em 2009 a Escada foi adquirida pela Megha Mittal que pertence ao grupo Arcelor Mittal e está buscando aperfeiçoar sua disciplina financeira e operacional A Dell por sua vez após o retorno de seu fundador à posição de CEO vem tentando superar o passado com foco renovado em inovação O plano Manufacturing Excellence Mx transformou os funcionários passaram a ser especialistas em cadeia de valor não em produtos Inder Sidhu iniciou sua atuação na Cisco fornecedora de soluções em redes e comunicação em 1995 Desde então foi executivo líder nas áreas de vendas serviços e desenvolvimento de negócios Hoje é vicepresidente sênior de estratégia e planejamento das operações mundiais da Cisco e membro do comitê operacional da organização Indiano radicado nos Estados Unidos mestre em engenharia elétrica e computacional Sidhu é professor visitante da Harvard Business School Stanford University e Haas School of Business da University of California Berkeley Em 2010 lançou Doing both how Cisco captures todays profit and drives tomorrows growth ed FT Financial Planning Books bestseller no qual identifica dicotomias comuns às empresas e aborda a trajetória da Cisco em inovação e desempenho Sidhu estará no Brasil no final de junho para participar do Fórum HSM Inovação e Crescimento Conteúdo disponível por completo no formato digital HSM 2011 Saiba Mais Assist à palestra do professor Bertaglia promovida pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo CRASP Ele traz a importância do profissional de suprimentos na obtenção dessa competitividade de maneira objetiva No artigo a seguir Emanuel Neves e Ricardo Lacerda relatam posicionamentos empresariais referentes à parceria de Supply Chain em estratégia e execução em que as cadeias de fornecimento podem ser uma das maiores aliadas da execução contanto que sejam bem gerenciadas Nada de cowboys viris ou yuppies descolados As propagandas de cigarro marcaram época na publicidade mas desapareceram a partir da virada do milênio em meio às proibições impostas pelas leis antifumo No Brasil aliás a legislação vetou qualquer tipo de divulgação de produtos tabagistas em 2014 Com isso o único meio de chamar a atenção do consumidor passou a ser a própria embalagem dos cigarros disposta nos displays de venda A restrição levou as fabricantes a dedicar um cuidado cada vez maior à estética das caixas e dos maços agregando cores texturas e materiais para atrair o desejo do público Maior fabricante de cigarros do Brasil a Souza Cruz logo entendeu que a execução dessa nova estratégia acarretaria investimentos constantes em sua gráfica própria a PD Embalagens Gráficas instalada em Cachoeirinha RS o que fugia de seu core business Por isso a empresa iniciou uma pesquisa de parceiros que pudessem suprir essa necessidade até que em 2015 encontrou a australiana Amcor um dos principais players mundiais do ramo de embalagens vendeu os ativos da PD para ela e assinou um contrato de compra de seus serviços não exclusivo por dez anos O relacionamento com o novo elo australiano do supply chain vai além da relação trivial entre cliente e fornecedor ele envolve também a decisão compartilhada de investimentos A gráfica segue nos abastecendo e as embalagens ganharam um nível de sofisticação maior obedecendo a conceitos globais explica Valdoberto Vidal head de supply chain da Souza Cruz E a Amcor por sua vez ganhou um parceiro de peso e atrelou sua nova operação a uma conta com faturamento estimado em R 200 milhões por ano O case da Souza Cruz é um ótimo exemplo do supply chain management SCM em ação Muitas vezes confundido com a operação logística o SCM também chamado de gestão integrada da cadeia de fornecimento se caracteriza como uma estratégia sistêmica direcionada à melhoria da competitividade das empresas por meio de seus fornecedores O conceito alinha diversas organizações da cadeia por meio de práticas projetadas para reduzir custos obter ganhos de produtividade e em consequência maximizar a satisfação dos clientes Embora já exista há décadas na Europa e nos Estados Unidos o SCM alavanca o desafio de executar estratégias no século 21 como poucas ferramentas justamente por lidar com um dos stakeholders mais vitais a uma empresa Organizações do Brasil perceberam sua vulnerabilidade quando depois de se afastar de fornecedores domésticos nos anos recentes em busca dos internacionais tiveram de se voltar para dentro com a mudança cambial e encontraram players despreparados Para facilitar a execução essa abordagem trabalha com conceitoschave como parceria colaboração eficiência e claro tecnologia da informação Todos do mesmo lado A otimização de processos proposta pelo SCM interliga os mais diversos estágios envolvidos no atendimento de um pedido O detalhe é que ele acontece por meio de um fluxo duplo O primeiro se origina no cliente e passa por todos os elos da cadeia de produção até chegar à matériaprima abastecendo cada elo com informações de demanda Já a segunda via avança no sentido inverso e responde a essas requisições com produtos e serviços De certa maneira uma das diretrizes do supply chain é ampliar o raio de influência da empresamãe sobre a cadeia contribuindo para atingir a excelência de serviço em todos os níveis E a uniformização dos padrões de desempenho só é possível pela mudança do paradigma de relacionamento com os parceiros Aqui o caráter competitivo entre as partes deve sair de cena Nenhum dos lados precisa perder para que o outro ganhe A ordem agora é cooperação máxima e alinhamento O início de um fluxo de SCM pode acontecer por exemplo quando o caixa do supermercado pergunta ao cliente se faltou algum produto ou serviço na loja Informada dessa demanda a gestão aplica medidas que podem movimentar departamentos internos fábricas e fornecedores diversos incluindo transportadores e distribuidores tudo para suprir essa necessidade É uma conversa entre toda a cadeia utilizando indicadores de resultado define Renato Aguilar coordenador dos cursos de engenharia do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais IbmecMinas Gerais O detalhe porém é que a empresa faz tudo isso sem possuir um único metro quadrado de plantação de fumo Os insumos da Souza Cruz são providos por cerca de 45 mil fornecedores todos produtores rurais familiares Essas propriedades recebem assistência permanente da fabricante visando a otimização dos processos e a melhoria da matériaprima oferecida Os avanços incluem por exemplo o desenvolvimento do capital humano e o compartilhamento de tecnologias e inovações Temos engenheiros trabalhando com nossos fornecedores para cortar seus custos otimizar seus processos e reduzir gastos em água e energia cita José Galló presidente da Lojas Renner A Randon é outra companhia que adota essa postura colocando o corte de custos como meta Líder no segmento de implementos rodoviários na América Latina o conglomerado de Caxias do Sul RS oferece workshops internos e externos na sede de cada fornecedor apresentando orientações sobre o tema Não raro parte dos percentuais economizados pelos parceiros é repassada à Randon e contribui para a competitividade dos produtos Trabalhamos sempre a quatro mãos buscando inovação e melhoria de desempenho explica Norberto Fabris diretor corporativo da Randon Implementos e Participações É o elo mais forte auxiliando o mais fraco left A Randon também faz auditorias permanentes nos fornecedores Nessas operações a empresa avalia processos e classifica os parceiros de acordo com o Índice Geral de Desenvolvimento de Fornecedores IGDF que leva em consideração parâmetros como preço atendimento entregas pontualidade e comprometimento O monitoramento de performance faz parte do chamado supplier relationship management SRM na prática a gestão de relacionamento com os fornecedores A estratégia de SRM tem o intuito de racionalizar e trazer eficácia à interação com esses players Menos é mais O SRM costuma se tornar um grande desafio para empresas com cadeia de fornecimento muito ampla Em negócios cujos insumos e componentes são originados por uma malha mais extensa de fornecedores e subfornecedores como no caso das montadoras de automóveis a saída é concentrar o espectro de influência Foi o que a Randon começou a fazer em 2015 Até então cada empresa pertencente ao conglomerado possuía setores independentes de compras salvo exceções No ano passado porém a Randon instituiu um departamento único de compras corporativas reunindo cinco de suas oito empresas Randon Implementos e Randon Veículos uma só e as fabricantes de autopeças Castertech Master Frasle e Suspensys A estratégia reduziu o número de fornecedores necessários e aumentou a eficiência Adquirindo volumes maiores conseguimos vantagens na negociação observa Fabris Enxugar o número de parceiros é vital para o estreitamento de laços proposto pelo SCM É semelhante a um casamento você precisa conhecer muito bem a outra parte para crescer com ela compara Eduardo Multari conselheiro e professor da Febracorp University instituição paulista que oferece cursos de SCM compras e inteligência de mercado O nível de interação entre empresa e fornecedor pode incluir até mesmo o acesso a informações restritas A Boeing fabricante de jatos e aviões norteamericana faz isso Ela abre seus planos de produção a parceiros para facilitar o planejamento da cadeia e assim agilizar o atendimento dos pedidos Como a maior parte dos fornecedores fica na região de Apiúna SC onde está localizada a planta da marca os prazos de entrega foram encurtados Com esse posicionamento a Brandili conseguiu reduzir 70 de seu estoque e hoje mantém apenas os insumos necessários para a produção garantindo altos índices de eficiência A logística da Brandili também ganhou vantagens tecnológicas importantes Por meio de uma parceria com a consultoria Imam e a empresa de tecnologia espanhola Ulma Handling Systems a fabricante catarinense automatizou a operação de seu centro de distribuição em 2014 A expedição passou a ser feita por esteiras mecanizadas e sistemas de separação de pedidos integrados ao warehouse management system WMS tecnologia de mecanização de armazéns que usa recursos como WiFi e códigos de barras prescindindo da intervenção humana na maioria das etapas Toda a movimentação do estoque é com robôs diz Hornburg Entrega inteligente A gestão de supply chain também prega a otimização da distribuição e isso pode ir muito além da agilidade e do simples corte de custos Tão importantes quanto o fornecimento e o estoque o transporte e a distribuição surgem no outro extremo da cadeia de SCM A escolha de modelos para essas etapas respeita o mesmo conceito de colaboração e busca de eficiência das demais fases O planejamento de distribuição da Brandili demonstra isso A marca de roupas infantis catarinense terceirizou suas entregas com transportadoras de ponta da região e realizou investimentos conjuntos nas frotas dos parceiros Um exemplo é a instalação do sistema de monitoramento CMS que possibilita a visualização de imagens das cargas transportadas em tempo real pela internet A Brandili também criou um método de entrega baseado em ondas de pedidos agrupando as demandas por região Com isso consegue atender a até 550 pedidos de uma única vez Todo o planejamento de transporte é nosso A transportadora apenas executa explica Sigfrid Hornburg As políticas de distribuição reduziram em 30 os gastos da companhia com frete Já a Souza Cruz foi ainda mais longe e passou a explorar a própria rede logística como fonte de receita Há dez anos a fabricante de cigarros usa sua malha de transporte para entregar produtos de outras empresas entre elas Bic Procter Gamble e Red Bull As empresas têm seus distribuidores mas se beneficiam da capilaridade de nossa rede para chegar a lugares onde o acesso é mais difícil afirma Valdoberto Vidal O negócio é parte do conceito seed to smoke da semente à fumaça que garante à Souza Cruz o controle total sobre a cadeia de fornecimento O supply chain ganha importância no Brasil com a ajuda das startups porém ainda é coisa de grande empresa O Brasil tem seu desafio de execução aumentado por ainda estar em um estágio inicial da gestão de supply chain como afirma Renato Aguilar do Ibmec Essa ferramenta começou a ser usada aqui na década de 1990 mas passou a ganhar espaço mesmo apenas nos últimos anos e ainda segue restrita ao nível das grandes organizações sobretudo as multinacionais que incorporam experiências mais maduras vindas de suas matrizes no exterior O supply chain exige recursos e os pequenos produtores não têm estofos para isso justifica Renaud Barbosa coordenador do MBA em logística e supply chain management da FGV A melhor adaptação ao ritmo das inovações tecnológicas é outro item favorável a essas empresas A tecnologia da informação não pode ser responsabilidade de apenas um elo Toda a rede de SCM precisa dessa plataforma salienta Christian Titze diretor de pesquisas da consultoria Gartner O alinhamento de uma cadeia de fornecimento está muito atrelado ao emprego de recursos de integração das informações gerenciais entre eles as plataformas de enterprise resourcing planning ERP e de compartilhamento de dados como os sistemas alicerçados na computação em nuvem No SCM a atividade de um comprador precisa levar em conta diferentes aspectos na definição de sua política de compras como tendências de mercado modelos de fornecimento monitoramento desempenho dos parceiros O supply chain exige compradores proativos e com pensamento estratégico A greve dos caminhoneiros que parou o Brasil em maio de 2018 tangibilizou um grande problema que impacta toda a população a fragilidade da logística brasileira por nossa dependência de uma categoria e de um único tipo de transporte o rodoviário Os danos foram generalizados chegando a superar R 15 bilhões segundo dados do Ministério da Fazenda divulgados em junho do ano passado Paralelamente o setor de logística está sendo sacudido pelas ondas da quarta revolução industrial Internet das coisas big data e veículos autônomos estão digitalizando e transformando o transporte de carga dentro e fora das empresas de maneira nunca vista desde a invenção do container Pode a tecnologia resolver os problemas infraestruturais políticos e econômicos que afetam a logística brasileira Para startups que estão colocando mais inteligência no transporte as logitechs não confundir com a tradicional fabricante de mouse e teclados a resposta é sim São empresas que estão digitalizando processos como acompanhamento de encomendas gerenciamento de armazéns gestão de frota e seguros de carga e crescendo muito De acordo com a Associação Brasileira de Startups ABStartups existem de 150 a 200 startups atuando no segmento de logística com o diferencial de serem diagonais a várias outras áreas Digitalizar é aumentar a eficiência o que significa maior rendimento para o caminhoneiro que foi o grande problema que motivou a greve de 2018 diz Rodrigo Mourad CEO da Cobli responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma de gestão de frota para empresas No Brasil apenas 10 da frota de transporte de carga está conectada digitalmente enquanto nos EUA esse número chega a quase 50 O frotista no Brasil que investe na digitalização consegue ganhos de eficiência de até 450 complementa Mourad A Cobli é um bom exemplo de logitech com crescimento exponencial A empresa que começou com 17 funcionários em 2015 espera chegar a 150 até o fim do ano De grandes indústrias às pequenas empresas familiares gerir eficientemente a área logística é um desafio ainda mais quando se levam em conta os problemas de infraestrutura do país A gestão da frota o monitoramento do desempenho dos motoristas os gastos excessivos com combustível e manutenção tudo isso pode ser monitorado à distância As logitechs oferecem duas coisas velocidade e confiabilidade na entrega Isso resulta em um custo menor de logística diz Mourad Segurança para ele não faz parte da proposta de valor Segurança é como a infraestrutura não é um valor é um problema brasileiro O grande trunfo da Cobli é a facilidade de uso de sua plataforma Apesar de ser baseada nas grandes tendências da disrupção tecnológica deste outonoinverno como big data IoT e inteligência artificial a usabilidade do sistema é transparente até trivial para o usuário Ele é baseado em um pequeno hardware que é instalado no carro e consegue monitorar remotamente fatores como direção inadequada excesso de velocidade rota ineficiente entre outros O motorista tem acesso à plataforma por um aplicativo de celular e o responsável pela frota consegue monitorar todos os seus veículos em uma página web O sistema precisava ser fácil de usar para dar certo Apesar de termos grandes clientes na indústria e no varejo nosso foco são as pequenas e as médias empresas diz Mourad Mais de 80 das empresas que atuam nesse mercado têm no máximo 50 veículos A implementação de um sistema como o nosso traz ganhos muito grandes para elas Um bom exemplo é a Bem Emergências Médicas empresa que há 40 anos gerencia mais de 200 ambulâncias 24 horas por dia para convênios médicos escolas clubes de futebol e shows em grandes estádios Com a digitalização conquistamos uma eficiência muito maior do que utilizando rádio pois não tínhamos a visão exata da localização das equipes o que dificultava a alocação E tempo representa vida nesse ramo conta a supervisora da central da Bem Kátia Marques Em vez de uma central se comunicando por rádio com as ambulâncias a Bem ganhou uma plataforma que identifica imediatamente o veículo mais próximo ao chamado e se ele está em outra ação ou não alterando rotas de acordo com a demanda O resultado foi uma redução de 40 do tempo de atendimento e o aumento de 50 no número de chamadas de cada ambulância Para Mourad uma tecnologia que deve ter um impacto significativo na logística é o blockchain Com ela será possível coisas ainda muito complicadas como várias empresas dividirem a mesma frota para se beneficiar de descontos de escala com a montadora postos de gasolina e oficinas mecânicas Um Airbnb de caminhões também é outra possibilidade reduzindo a capacidade ociosa dos veículos Outra tecnologia que ele destaca são os veículos autônomos Os carros autônomos vão transformar a logística mais do que os carros motorizados fizeram há 100 anos Os ganhos para a cadeia logística se darão não só pela eficiência dos trajetos e maior utilização dos ativos mas muito também pela comunicação entre veículos e empresas o que aumentará a eficiência do sistema Além disso a conexão entre todos os veículos possibilitará novos ganhos como o maior desenvolvimento do compartilhamento de veículos e a automatização de processos A uberização da logística A Mandáê é uma plataforma que organiza a cadeia de suprimentos de encomendas e oferece às empresas que vendem online um serviço de envio com economia de até 35 de gastos com frete A startup usa algoritmos de IA para descobrir jornada de transporte mais eficiente da coleta à entrega na casa do consumidor Reunindo um volume alto de encomendas para o mesmo lugar ela consegue negociar um custo menor e um frete melhor com suas transportadoras parceiras em um modelo de economia compartilhada Com esse esquema é capaz de fazer com que empresas com volume pequeno de envios utilizem transportadoras privadas tendo um serviço de entrega melhor e por vezes mais barato que o dos Correios Para Marcelo Fujimoto CEO da Mandáê a cadeia de suprimentos deve passar por grandes mudanças em três áreas no curto prazo O primeiro é a velocidade Com a IoT e a digitalização da logística a indústria vai conseguir atender muito mais rapidamente a demanda de seus clientes e reduzir seu inventário Não trabalharemos mais com projeções de vendas mensais teremos projeções semanais diárias e futuramente em tempo real Já se fala em logística preditiva ou seja a capacidade de atender ao cliente antes mesmo de ele fazer o pedido A segunda é a flexibilidade com independência de cada componente da cadeia de suprimentos uma espécie de uberização da logística Vai ficar cada vez mais fácil terceirizar serviços de entrega e os fabricantes estão vendo aí uma boa oportunidade de vender diretamente a seus consumidores A terceira será a eficiência trazida por robôs e veículos autônomos que eliminarão gaps de produtividade atuais como desperdício de combustível e rotas ineficientes Fujimoto tem uma visão peculiar da questão da logística no Brasil A falta de infraestrutura e a burocracia ajudam as startups de logística diz ele A ineficiência é muito grande e os ganhos proporcionados pela digitalização são muito maiores do que os obtidos em países mais desenvolvidos Ainda somos muito incipientes na aplicação dessas novas tecnologias mas já temos um problema de mão de obra falta gente especializada em logística no Brasil Fujimoto também vê com bons olhos a entrada da Amazon com seu esquema vertical de vendas e logística no Brasil Ela obrigou os outros players a se mexerem Logística é um problema gigantesco não será um player por maior que seja que vai dominar este mercado A Mandaaê atua principalmente com empresas de ecommerce Nosso foco continuará sendo as empresas que vendem online pois esse é um mercado que está crescendo muito rapidamente A empresa recebeu em 2018 um aporte de US 71 milhões do Mercado Livre que vem investindo bastante em tecnologias disruptivas de logística De acordo com a Abcomm Associação Brasileira de Comércio Eletrônico um total de 265 milhões de pedidos devem ser efetuados pelos consumidores em lojas online até o fim deste ano gerando um faturamento ao redor de R 80 bilhões Consolidação do mercado Todo esse crescimento tem gerado uma grande movimentação de aquisições e consolidações no mercado Em 2015 a Axado plataforma de gestão de fretes para ecommerce comprou a Shipfy empresa especializada em rastreamento de produtos fator que contribui muito para reduzir a procura do SAC melhora a gestão das transportadoras e acaba com uma das maiores dores de cabeça do ecommerce o extravio de encomendas No ano seguinte foi a vez da própria Axado ser comprada pelo Mercado Livre por R 26 milhões Segundo Leandro Bassoi vicepresidente de logística do Mercado Livre para a América Latina a aquisição da Axado foi estratégica para ampliar a capacidade da empresa de criar tecnologia em logística Com o time do Axado pudemos criar um sistema de gestão de transportes TMS Transportation Management System em cooperação com nossos times de tecnologia na Argentina diz Bassoi Depois de implementado no Brasil o TMS também começou a ser usado na Argentina e no México em outras soluções logísticas e foi recentemente adaptado para as necessidades de fulfillment Para ele a logística no Brasil enfrenta grandes desafios como a burocracia fiscal a extensão territorial do País e a falta de investimentos em tecnologia Decidimos desenvolver internamente todos os sistemas de gestão para as operações da empresa Criamos o sistema de gestão de armazéns WMS de transportes TMS além de aplicativos para uso de motoristas de last mile e diversos outros sistemas logísticos de operação que são usados internamente na empresa Bassoi afirma que alguns desses sistemas serão disponibilizados em breve para empreendedores do segmento de transportes para que eles possam realizar entregas do Mercado Livre sem necessidade de desenvolvimento ou gestão de tecnologia própria A logística no brASIL enfrenta grandes desafios como a burocracia fiscal a extensão territorial e a falta de investimento em tecnologia Ele ressalta a necessidade de investir também em infraestrutura O Mercado Livre inaugurou nos últimos anos dois centros de distribuição um em Louveira e outro em Cajamar no estado de São Paulo além de quatro centros de crossdocking em São Paulo e cidades da região que complementam a malha logística Bassoi acredita que o uso de veículos autônomos trará um grande impacto no setor principalmente na intralogística dentro dos centros de distribuição para melhorar eficiência e acurácia operacional Essas tecnologias estão se diversificando e aumentando os casos de uso ficando mais adaptáveis a partes do processo sem necessitar ser o principal ator do centro de distribuição Ele também acredita que alguns tipos de uso de drones na intralogística como contagem de inventário são tendências com aplicação bastante provável No que depender dessas empresas e dos avanços da tecnologia veremos cada vez mais casos de sucesso em automação logística no Brasil Tecnologias em Ascensão Em seu relatório Trend Radar a multinacional de entregas DHL alinha algumas tendências para o setor de logística o qual segundo ela deve ficar cada vez mais inteligente sustentável e centrado no consumidor Fresh Chain O relatório destaca o crescimento da Fresh Chain ou compra online e entrega de produtos perecíveis como frutas e vegetais que deve crescer em taxas dez vezes maiores do que a venda em lojas físicas Smart Home Outra tendência é a utilização cada vez maior de tecnologias de Smart Home como os falantes inteligentes Alexa da Amazon e Google Home por empresas que queiram estreitar seu relacionamento com os clientes para automatizar entregas e reposição de produtos Servicização Na indústria a servicização qualquer coisa as a service também é uma tendência com cada vez menos empresas vendendo equipamentos ou veículos mas serviços e soluções Com a utilização de big data o valor da logística estará cada vez menos na entrega do produto e mais na análise de dados do comportamento do consumidor Marketplaces de Logística A necessidade de serviços de logística flexíveis transparentes e fáceis de adaptar tem criado plataformas de leilão digitais que unem demanda e oferta desses serviços São sites que centralizam o mercado e dão visibilidade quanto a custos de serviços de diferentes transportadoras e trazem soluções para cada necessidade Logística Omnicanal A expansão do varejo online requer que os provedores de logística mantenham uma visão integrada de todos os canais de clientes e estoque além de ter entrega dinâmica opções de fulfillment e interações transparentes de serviço ao cliente Economia Compartilhada Nossa sociedade está mudando do conceito de propriedade para o de compartilhamento de recursos Essa é uma das mais cataclísmicas mudanças dos últimos tempos Tudo de vagas de carro a máquinas industriais pode agora ser compartilhado por meio de plataformas digitais Provedores de logística podem participar dessas redes e atingir novos níveis de eficiência e criação de valor Impressão 3D A manufatura 3D terá grande impacto na logística de indústrias por permitir maior personalização menos lixo e manufatura local Algumas empresas podem até parar com a fabricação tradicional mas a maioria vai combinar as manufaturas digital e analógica Provedores de logística podem organizar redes híbridas complexas e utilizar estúdios de impressão 3D a fim de oferecer novos produtos logísticos Inteligência Artificial A IA está mudando rapidamente a maneira de a logística operar aliada a tendências como a automação e a digitalização A IA vai aumentar a expertise humana por meio de sistemas que vão gerar insights de big data Na logística a IA deverá permitir a automação do back office operações preditivas e novos modelos de experiência do usuário Realidade Aumentada Borrando os limites entre os mundos físico e digital a RA proporciona novas perspectivas em relação a planejamento logístico execução e transporte Adicionando camadas virtuais de informação contextual a RA permite que funcionários tenham acesso a informação correta na hora certa Sensores de baixo custo Tecnologias criadas para o mercado consumidor como wearables smartphones e consoles de videogame permitem aplicações fantásticas na logística Sensores de baixo custo podem transformar tarefas complicadas como controle de qualidade redimensionamento e visualização 5G A nova tecnologia da rede celular dará origem a uma nova classe de aparelhos e aplicações de IoT tanto para o consumidor quanto para a indústria Na logística essa rede pode localizar veículos e produtos 70 de 75 páginas
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FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS USADAS NAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Ferramentas tecnológicas usadas nas operações logísticas Olá estudante Seja bemvindoa Você já se perguntou sobre a necessidade da utilização da tecnologia e de ferramentas destinadas às operações logísticas A evolução tecnológica é o progresso desenvolvido no uso de meios de software hardware e Inteligência Artificial com a finalidade de melhorias nas mais variadas áreas da atividade humana incluindo ciência básica engenharias práticas tecnológicas e práticas administrativas produtivas e gerenciais Com ela as empresas procuram obter métricas mais fidedignas a fim de tomarem decisões mais rápidas e assertivas Devido ao aumento das demandas de produção nacional e internacional gerenciar as estratégias operacionais da logística pode ser o apoio fundamental para tornar as empresas mais competitivas Assim são muitas as ferramentas tecnológicas que corroboram para uma maior eficiência e eficácia das operações logísticas Os softwares de gestão logística por exemplo aperfeiçoam os processos além de apresentarem indicadores que facilitam as operações e tomadas de decisão dos gestores da cadeia de suprimentos Na década de 1980 Porter 1989 definia que A tecnologia afeta a vantagem competitiva se tiver um papel significativo na determinação da posição de custo relativo ou da diferenciação PORTER 1989 p 157 Para a obtenção da vantagem competitiva as áreas da empresa devem estar em pleno sincronoismo e harmonia A vantagem competitiva está fundamentada nas estratégias mercadológicas e de aquisição de insumos da empresa e em como as organizações direcionam suas metas para atingir seus objetivos com eficiência e eficácia Segundo Berssaneti 2013 p 150 em uma visão mais mercadológica e em uma lógica mais competitiva as organizações para atingir seus objetivos buscam satisfazer seus clientes e outros grupos de interesse de forma mais eficiente e eficaz do que seus concorrentes Os termos eficiência e eficácia têm de ser utilizados com precisão neste contexto Por isso estruturamos esta unidade com o objetivo de apresentar algumas das ações e ferramentas da logística que corroboram para uma gestão mais rápida e consequentemente direciona o profissional a tomar uma decisão mais assertiva Antes de entrarmos na temática relativa às ferramentas tecnológicas usadas no âmbito da logística será que você é capaz de detectar a visão prática da área de suprimentos para uma empresa Ouça o podcast a seguir aproveite os conteúdos da unidade e descubra Compreender como os softwares de gestão logística e seus indicadores ajudam nas operações e na tomada de decisão em uma cadeia de suprimentos Definir como as estratégias de aquisição podem auxiliar no quesito da competitividade Bons estudos O que é Logística 40 Segundo a Revista Mundo Logística 2019 a Logística 40 representa uma nova fase com conexões inteligentes atendendo de forma otimizada os requisitos de velocidade ganho de eficiência redução de custos e ampla disposição de informações impostas pela Indústria 40 Logística 40 Agora as otimizações são privilegiadas e as tomadas de decisões apoiadas em dados Estes últimos são produzidos dentro de cada empresa e trocados entre clientes embarcadores transportadoras armazéns e demais envolvidos na cadeia logística Fonte Banco de imagens 4 O que é Big Data O Big Data pode ser definido como a análise e a interpretação de grandes volumes de dados de grande variedade Para que isso seja possível são necessárias soluções específicas que permitam aos profissionais de TI trabalharem com informações não estruturadas a uma grande velocidade O que é IoT De acordo com a Oracle Brasil sd a Internet das Coisas Internet of Things IoT em inglês descreve a rede de objetos físicos coisas que são incorporados a sensores software e outras tecnologias com o objetivo de conectar e trocar dados com outros dispositivos e sistemas pela internet Clique na imagem para ver o conteúdo 5 Esses dispositivos variam de objetos domésticos comuns a ferramentas industriais sofisticadas Com mais de 7 bilhões de dispositivos IoT conectados atualmente os especialistas esperam que esse número aumente para 10 bilhões até 2020 e 22 bilhões até 2025 O que é Machine Learning A IBM define Machine Learning como uma tecnologia onde os computadores tem a capacidade de aprender de acordo com as respostas esperadas por meio associações de diferentes dados os quais podem ser imagens números e tudo que essa tecnologia possa identificar Machine Learning é o termo em inglês para a tecnologia conhecida no Brasil como aprendizado de máquina IBM 2020 Os softwares de rastreamento representam uma tecnologia que visa saber em tempo real o posicionamento da carga Em uma das áreas de atuação há o gerenciamento completo de frotas multimarca em um só sistema bem como o controle total e flexível de ativos diversos como caminhões carretas utilitários máquinas pesadas veículos leves geradores e embarcações etc A gestão de estoques deve ser estratégica pois a falta de materiais pode provocar sérios problemas comerciais e de competitividade bem como o excesso de materiais estocados impactam no fluxo de caixa da empresa Para o controle efetivo do estoque e sua contabilidade existem ferramentas que corroboram com indicadores e métricas com a finalidade de que seja estocada somente a quantidade de materiais e insumos necessária à atividade produtiva evitando assim a perda de material caso este seja perceptível e a perda de capital de giro da empresa O ERP é um software de planejamento de recursos empresariais Ele busca sincronizar as áreas da empresa a fim de que as informações e indicadores fluam de forma rápida e fidedigna entre os tomadores de decisão O sistema ERP é integrado e o acesso às diferentes informações é possível sem a necessidade de reconciliação ou checagem de dados Ele também elimina os eventuais conflitos existentes entre os vários departamentos e divisões Os dados da organização são integrados em uma única base BERTAGLIA 2009 p 483 EBook Em termos simples EDI é um formato eletrônico padrão que substitui documentos em papel como ordens de compra ou faturas Segundo Slack Chambers e Johnston As redes de intercâmbio de dados provavelmente tiveram seu maior impacto na forma como pode ser processada a troca interoperacional de informações Os detalhes de pedidos colocados junto a fornecedores pedidos recebidos dos consumidores pedidos feitos a fornecedores e pagamentos recebidos dos consumidores podem todos ser transmitidos através de redes de informação SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2009 p 189 13 de 75 páginas EBook WMS Warehouse Management System Este software contribui para um arranjo físico mais eficiente pois facilita a rápida localização do produto armazenado bem como as particularidades de cada produto como o giro do produto prazo de validade endereçamentoposicionamento e nível de segurança durante a gestão do produto no estoque até a logística reversa Em português o software se chama sistema de gerenciamento de armazenagem Sua finalidade é consolidar a rotatividade dos produtos em estoque Rodrigues 2007 enfatiza que o WMS reduz o nível de intervenção humana no processo eliminando erros e agilizando enormemente os procedimentos Leia o artigo a seguir em que Figueira e Buri apresentam uma visão abrangente sobre os benefícios da utilização do WMS na cadeia de logística reversa no Brasil Momento EBSCO Os benefícios da utilização do Sistema Warehouse Management System na cadeia de logística reversa no Brasil Conteúdo disponível na versão digital FIGUEIRA A A BURI M R Os benefícios da utilização do Sistema Warehouse Management System na cadeia de logística reversa no Brasil Exacta São Paulo v 15 n 2 p 245257 2017 14 de 75 páginas EBook Os autores enfatizam que o grande desenvolvimento e a utilização pelas empresas das vendas diretas por meio do ecommerce têm impulsionado o aumento das vendas acarretenado em volumes cada vez maiores de produtos armazenados e visando à agilidade na entrega ao cliente final VMI Vendor Managed Inventory O VMI em português inventário gerenciado pelo fornecedor é um sistema de parceriagestão entre fabricantes fornecedores e distribuidorescompradores a fim de obter uma operação de estoque mais segura para atender a demanda do mercado Uma das particularidades desta ferramenta é que o fornecedor se responsabiliza pelo estoque do cliente desde que as informações referentes à movimentação de estoque sejam compartilhadas RFID Radio Frequency Identification A identificação por radiofrequência é uma etiqueta com um microchip inserido que através de ondas de rádio é capaz de fazer a leitura das etiquetas dispostas nos produtos a fim de identificar as características desse produto FIGURA 4 RFID e WMS 15 de 75 páginas O RFID tem um maior aproveitamento quando utilizado em conjunto com o WMS O gerenciamento de relacionamento com o cliente como é chamado em português é fundamental para as operações logísticas pois ao coletar e armazenar as informações oriundas do cliente as empresas podem adotar estratégias de transporte e de estoques mais eficientes VIDEOAULA 1 Omnichannel Fonte Institucional 2021 Adaptado DP Content O primeiro passo é integrar as áreas O cliente pode por exemplo comprar na loja virtual e trocar em qualquer loja física Para isso acontecer o processo logístico deve estar integrado e os sistemas tecnológicos devem permitir que isso ocorra sem complicações O serviço de atendimento ao cliente deve ter condições de resolver todos os problemas dos consumidores independentemente da origem ou da abordagem pode ser uma dúvida uma sugestão uma reclamação ou até mesmo um elogio O marketing deve ser orgânico e propor estratégias alinhadas para todos os canais sempre permitindo que o cliente transite livremente entre as lojas virtuais ou físicas O sistema de gestão deve ser único e permitir que as lojas garantam a sinergia das informações Isso inclui preços estoque e contabilidade 19 De acordo com o Sebrae A área administrativa e financeira deve estar preparada para atuar em todas as movimentações entre as lojas O núcleo de suprimentos deve ser muito ágil possibilitando o fornecimento de produtos adequadamente para toda a cadeia de lojas sejam elas físicas ou online SEBRAE 2014 Clique na imagem para ver o conteúdo É importante ressaltar que as tecnologias melhoram muito os fluxos dos processos e das informações e questionamentos devem ser feitos para se antecipar aos fatos Neste contexto Ballou dá ênfase aos sistemas de informações para a logística quando reforça que o profissional de logística necessita conhecer os fatos e para isso destaca 20 Que dados devem ser coletados Quais são as fontes dos mesmos Com que frequência eles serão utilizados Essas são as perguntas que o gerente ou analista de logística deve responder antes do planejamento e controle de suas atividades As respostas moldarão o sistema de informação que atende às necessidades particulares da logística BALLOU 1992 p 285 A falta de informação ou informações embasadas em achismos pode ocasionar sérios prejuízos à empresa inclusive à imagem Assim cabe ressaltar que os custos da logística se elevam em muitas vezes devido à má gestão dos setores Se bem gerenciadas e apoiadas por inovações e tecnologias de gestão as operações logística e de suprimentos podem tornar os processos de compra e vendas mais eficientes tornando assim a empresa mais competitiva e lucrativa Dois bilhões de dólares Esse foi o preço pago pela Cisco por seus erros em gestão da cadeia de valor Mais especificamente por não ter conseguido equilibrar eficiência operacional e transformação priorizando uma em detrimento de outra Foi um dos mais onerosos fiascos em cadeia de valor da história dos negócios segundo afirma o próprio vicepresidente sênior de estratégia e planejamento mundial da Cisco Inder Sidhu recordando os eventos que sucederam ao estouro da bolha das empresas pontocom No entanto a Cisco foi capaz de promover uma virada Tornouse uma das melhores referências em gestão da cadeia de valor trabalhando com mais de 300 famílias de produtos ou 235 mil itens que incluem switches roteadores e conversores digitais para televisão Hoje a maioria dos produtos é organizada de maneira customizada por meio de uma série de terminais logísticos regionais e embarcada para qualquer país a partir de unidades localizadas em três continentes A maior parte dos produtos é produzida sob encomenda e entregue ao cliente sem que qualquer funcionário da empresa os tenha tocado Em 2001 no entanto essa engrenagem não funcionava tão bem Neste artigo Sidhu relata a retomada a partir de uma meta audaciosa e do esforço coletivo A Cisco conseguiu otimizar operações e reinventarse fazer a sintonia e transformarse simultaneamente Ainda não é Miss Universo mas está na disputa resume otimista o autor Tomada de consciência No final da década de 1990 a Cisco havia se tornado o fornecedor preferido de equipamentos e expertise em internet No ano 2000 teve 55 de aumento em faturamento atingindo US 19 bilhões Seu valor de ação que era de pouco menos de US 16 em outubro de 1998 passara a US 80 quinze meses depois Mas o sucesso trouxe dois desafios principais Prazo de entrega os clientes chegavam a triplicar suas encomendas para contornar a demora Escassez de componentes produtos Cisco concorriam uns com os outros por componentes terceirizados além de os disputarem no mercado A solução encontrada foi construir mais fábricas mas o diferencial da companhia não era sua produção e sim a inovação de produto e as relações com clientes Então para reforçar suas capacidades na cadeia de valor decidiu terceirizar mais conectar os sistemas de TI e de operações de terceiros com o próprio assumir o controle do estoque de seus fornecedores terceirizados adotar o modelo de consignação Mas eis que a bolha das pontocom estourou em 2001 e o impensável aconteceu muitos clientes desapareceram da noite para o dia Em menos de cem dias a taxa de crescimento anual da Cisco caiu de 66 para 45 No entanto os fabricantes terceirizados continuaram a produzir pois ainda se pensava que fosse um declínio momentâneo A situação piorou de tal maneira que a Cisco teve de dar baixa em mais de US 2 bilhões em produtos como perda Diagnóstico principal cegueira Ainda que diversos fatores tivessem contribuído para o problema a causa subjacente a ele era um tanto simples para fazer frente à demanda a Cisco se reinventou mas à custa de otimização operacional A cadeia de valor da empresa no final dos anos 1990 tinha a finalidade única de atender à demanda não importando se isso exigisse fornecer capital de giro aos fornecedores terceirizados ou fretar aviões para entregar os produtos O otimismo com que a companhia via o boom das pontocom a cegou para o fato de que sua cadeia de valor concebida em torno de poucas linhas de produtos carecia de flexibilidade para lidar com a expansão de seu portfólio Outro problema era a grande complexidade do ambiente que criara composto por feudos organizacionais parceiros em produção e especialistas em logística terceirizados A empresa teria de coordenar as atividades de diferentes unidades e entidades tecnologias díspares e diversos fusos horários Além disso sabia que não poderia tirar vantagem de transições de mercado ou se preparar para mudanças na economia como as empresas que possuíam excelência em gestão de cadeia de valor Nessas organizações a cadeia de valor é prioridade da alta direção que a entende como fonte de vantagem competitiva Tendo feito então o escrutínio de toda a cadeia de valor a Cisco identificou 45 partes da empresa que tinham impacto direto sobre produção e distribuição Também descobriu que mais de 120 planilhas diferentes eram usadas para apoiar a tomada de decisão sobre a cadeia de valor Havia métodos diferentes de análise das métricaschave e cada unidade da empresa usava uma ferramenta própria de automação Tais ferramentas não trabalhavam juntas porque tinham sido construídas em uma época em que havia muito dinheiro entrando e nenhum departamento se importava com o outro reformular sua estrutura organizacional racionalizar sua estratégia de parceria tornar mais eficiente seu estoque de produtos Em um esforço coletivo a companhia racionalizou o estoque de componentes com que trabalhava e eliminou milhares de SKUs unidades de manutenção de estoque na sigla em inglês Também reduziu o número de fornecedores de componentes e de fabricantes terceirizados e passou a ser mais próxima dos parceiros agora em quantidade menor Adotou um programa de fornecedor preferencial que reduziu o número de fornecedores de 13 mil para menos de 300 em quatro anos o de fabricantes terceirizados caiu de 20 para quatro A Cisco também trabalhou no sentido de equipar seus fornecedores com tecnologia e processos avançados para poder enxergar toda sua cadeia de valor Substituiu ainda o sistema de emails e planilhas por um moderno que promovesse o alinhamento e aperfeiçoasse as previsões entre várias unidades de negócios equipes de vendas e fábricas No que tange à estrutura organizacional a companhia embutiu a perspectiva de longo prazo Por exemplo seus master schedulers que deviam acompanhar tanto a saída diária dos produtos como fazer o planejamento de estoque raramente tinham oportunidade de considerar o longo prazo da cadeia de valor Por esse motivo a função foi dividida em dois cargos especialista de curto prazo e planejador de longo prazo Assim o planejamento para mudanças em padrão de compras e em condições de negócio melhorou Mais do que efetuar alterações em processos e tecnologia o trabalho da Cisco entre 2000 e 2005 significou forte mudança cultural Os gestores da cadeia de valor tiveram de trabalhar como equipe Como resultado as métricas da empresa foram aperfeiçoadas O giro de estoque por exemplo aumentou em mais de 50 entre 2001 e 2005 E as previsões tornaramse mais precisas Não foi suficiente Nessa época entretanto os esforços de otimização começaram a gerar retornos decrescentes O giro de estoque estacionou A evolução em métricas era incremental não transformadora A Cisco então percebeu que a otimização não era suficiente Precisava reinventarse Estávamos melhores mas ainda não sabíamos bem o que queríamos ser recorda Sidhu A resposta viria de um novo líder que levou energia à equipe de produção ao colocála na direção da reinvenção novamente Apenas então a empresa se concentrou em não fazer isso à custa da otimização Quando porém Angel Mendez vicepresidente sênior de gestão global de cadeia de valor começou a aturar Cisco em 2005 as deficiências que tinham levado aos problemas de 2001 eram em grande medida coisa do passado A companhia estava mais flexível mas Mendez temia que a cadeia de valor não estivesse estruturada para acompanhar o crescimento global ou atender os clientes que rapidamente mudavam suas necessidades Outra preocupação do executivo era com a coesão integral da empresa Enquanto grupos isolados melhoravam não se focava o aperfeiçoamento da organização como um todo Logo após assumir a produção Mendez e sua equipe de líderes perceberam que a cadeia de valor tinha sido otimizada para uma era que não mais existia O risco era a Cisco perder o pé na onda seguinte de mudanças em TI e telecomunicações A cadeia de valor não estava preparada para entregar soluções que fossem ao encontro de necessidades exatas dos clientes incluindo requisitos únicos de mercados distintos Também não estava pronta para assumir inovações de ruptura que pudessem mudar o modo de as empresas comprarem implementarem e usarem a tecnologia Era tempo de reinvenção Uma das primeiras decisões da equipe de Mendez foi fazer a companhia evoluir de um modelo push que empurrava a oferta para o mercado para um modelo pull que respondia ao mercado Em suma significava fazer produtos baseados não em expectativas e sonhos mas em pedidos reais dos clientes Isso liberaria os fabricantes de abarrotar os armazéns com itens que poderiam nunca ser vendidos e promoveria eficiência e redução de risco Mas também requereria alto grau de receptividade dos sistemas o que não havia então Para compreender melhor do que precisavam Mendez e sua equipe estudaram 30 fabricantes líderes em tecnologia produtos de consumo e até farmacêuticos Por que a Cisco não poderia ser tão eficiente e eficaz do ponto de vista dos clientes como a Dell o Walmart ou a Procter Gamble O executivo finalmente anunciou Quero que tenhamos a meta de nos tornarmos líderes mundiais em gestão de cadeia de valor em três anos Levou mais do que alguns anos Afinal a Cisco nem era cogitada no ranking anual da AMR Research que traz as 25 melhores empresas em excelência em cadeia de valor O índice AMR baseiase em métricas quantitativas quantos giros de estoque a companhia completou no ano por exemplo e intangíveis estas colhidas entre fabricantes pesquisadores acadêmicos e especialistas da AMR Para constar do ranking AMR uma empresa deve ter desempenho brilhante e também atrair o reconhecimento de outras instituições e pessoas Até 2005 a Cisco nunca tinha recebido sequer uma menção no ranking Mas Mendez teve a audácia de sugerir que a empresa tinha a vontade o talento e os recursos para conquistar a coroa de Miss Universo da excelência em apenas três anos Uma meta corajosa para dizer o mínimo Para adotar um modelo que partisse da demanda conquistasse mais eficiência e ainda o coração e a mente dos especialistas da AMR a Cisco encarou um enorme desafio os altos gestores da equipe de Mendez teriam de olhar para além de sua esfera imediata de ação e trabalhar juntos Alguns aprovaram as mudanças outros não A cultura e a mentalidade e não a complexidade eram grande parte do desafio Os que não sentiam necessidade de mudar não sofriam a dor da ineficiência já que estavam entregando pedidos e usando os sistemas existentes com eficiência não percebiam o valor que estava represado por sua maneira de fazer as coisas ou as oportunidades que estavam diante deles Apesar dos ganhos para a Cisco alguns de seus líderes resistiram às mudanças e pediram transferência outros pediram demissão Uma das razões para isso é que a nova cultura tinha posto fim ao jogo de culpar o outro um fornecedor um departamento ou uma força externa Se havia um problema tinha de ser reparado pela equipe de Mendez Atualmente a empresa consegue fazer previsões apropriadas que lhe permitem operar com apenas uma fração do estoque que costumava manter O giro de estoques da produção por exemplo é de quase o dobro do que costumava ser Além disso a companhia é capaz de reagir mais rapidamente às solicitações dos clientes e entregar com mais confiabilidade A Cisco se manteve à frente de todas essas mudanças ao construir uma cadeia de valor que emprega mais de 8 mil pessoas em 50 localidades de 17 países comenta Mendez que acrescenta Não teria sido possível se não tivéssemos realizado três coisas estabelecido uma meta tão radical que todos tinham de notála olhado para nossos parceiros e sistemas da perspectiva ponta a ponta e finalmente levado em consideração o que é importante para o cliente Há quatro anos a Cisco entrou para a lista das 25 melhores da AMR e vem galgando posições desde então No ranking de 2010 a empresa ficou em terceiro lugar atrás apenas da Procter Gamble e da Apple Ainda não é Miss Universo mas está na disputa A Cisco também trabalhou no sentido de equipar seus fornecedores com tecnologia e processos avançados para enxergar toda a cadeia de valor A Cisco fez benchmarking com 30 empresas e anunciou a meta ser líder Mundial de gestão da cadeia de valor em três anos no ranking AMR Escala e Dell também penderam para um dos lados Os casos da Escada e da Dell são emblemáticos da necessidade de equilibrar otimização operacional e capacidade de inovação A Escada é uma grife de luxo alemã que veste celebridades desde os anos 1970 Reconhecida como definidora de tendências privilegiou o design em detrimento das operações Acabou chegando aos anos 2000 com muitos problemas financeiros A Dell que desenvolve e comercializa microcomputadores servidores softwares e outros produtos foi fundada em 1984 por Michael Dell quando ele tinha apenas 19 anos Em 2005 encabeçava a lista das empresas mais admiradas da Fortune 500 Quatro anos depois não estava nem entre 50 mais por terse estagnado em termos de design embora tivesse alcançado a excelência operacional Declarada insolvente em 2009 a Escada foi adquirida pela Megha Mittal que pertence ao grupo Arcelor Mittal e está buscando aperfeiçoar sua disciplina financeira e operacional A Dell por sua vez após o retorno de seu fundador à posição de CEO vem tentando superar o passado com foco renovado em inovação O plano Manufacturing Excellence Mx transformou os funcionários passaram a ser especialistas em cadeia de valor não em produtos Inder Sidhu iniciou sua atuação na Cisco fornecedora de soluções em redes e comunicação em 1995 Desde então foi executivo líder nas áreas de vendas serviços e desenvolvimento de negócios Hoje é vicepresidente sênior de estratégia e planejamento das operações mundiais da Cisco e membro do comitê operacional da organização Indiano radicado nos Estados Unidos mestre em engenharia elétrica e computacional Sidhu é professor visitante da Harvard Business School Stanford University e Haas School of Business da University of California Berkeley Em 2010 lançou Doing both how Cisco captures todays profit and drives tomorrows growth ed FT Financial Planning Books bestseller no qual identifica dicotomias comuns às empresas e aborda a trajetória da Cisco em inovação e desempenho Sidhu estará no Brasil no final de junho para participar do Fórum HSM Inovação e Crescimento Conteúdo disponível por completo no formato digital HSM 2011 Saiba Mais Assist à palestra do professor Bertaglia promovida pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo CRASP Ele traz a importância do profissional de suprimentos na obtenção dessa competitividade de maneira objetiva No artigo a seguir Emanuel Neves e Ricardo Lacerda relatam posicionamentos empresariais referentes à parceria de Supply Chain em estratégia e execução em que as cadeias de fornecimento podem ser uma das maiores aliadas da execução contanto que sejam bem gerenciadas Nada de cowboys viris ou yuppies descolados As propagandas de cigarro marcaram época na publicidade mas desapareceram a partir da virada do milênio em meio às proibições impostas pelas leis antifumo No Brasil aliás a legislação vetou qualquer tipo de divulgação de produtos tabagistas em 2014 Com isso o único meio de chamar a atenção do consumidor passou a ser a própria embalagem dos cigarros disposta nos displays de venda A restrição levou as fabricantes a dedicar um cuidado cada vez maior à estética das caixas e dos maços agregando cores texturas e materiais para atrair o desejo do público Maior fabricante de cigarros do Brasil a Souza Cruz logo entendeu que a execução dessa nova estratégia acarretaria investimentos constantes em sua gráfica própria a PD Embalagens Gráficas instalada em Cachoeirinha RS o que fugia de seu core business Por isso a empresa iniciou uma pesquisa de parceiros que pudessem suprir essa necessidade até que em 2015 encontrou a australiana Amcor um dos principais players mundiais do ramo de embalagens vendeu os ativos da PD para ela e assinou um contrato de compra de seus serviços não exclusivo por dez anos O relacionamento com o novo elo australiano do supply chain vai além da relação trivial entre cliente e fornecedor ele envolve também a decisão compartilhada de investimentos A gráfica segue nos abastecendo e as embalagens ganharam um nível de sofisticação maior obedecendo a conceitos globais explica Valdoberto Vidal head de supply chain da Souza Cruz E a Amcor por sua vez ganhou um parceiro de peso e atrelou sua nova operação a uma conta com faturamento estimado em R 200 milhões por ano O case da Souza Cruz é um ótimo exemplo do supply chain management SCM em ação Muitas vezes confundido com a operação logística o SCM também chamado de gestão integrada da cadeia de fornecimento se caracteriza como uma estratégia sistêmica direcionada à melhoria da competitividade das empresas por meio de seus fornecedores O conceito alinha diversas organizações da cadeia por meio de práticas projetadas para reduzir custos obter ganhos de produtividade e em consequência maximizar a satisfação dos clientes Embora já exista há décadas na Europa e nos Estados Unidos o SCM alavanca o desafio de executar estratégias no século 21 como poucas ferramentas justamente por lidar com um dos stakeholders mais vitais a uma empresa Organizações do Brasil perceberam sua vulnerabilidade quando depois de se afastar de fornecedores domésticos nos anos recentes em busca dos internacionais tiveram de se voltar para dentro com a mudança cambial e encontraram players despreparados Para facilitar a execução essa abordagem trabalha com conceitoschave como parceria colaboração eficiência e claro tecnologia da informação Todos do mesmo lado A otimização de processos proposta pelo SCM interliga os mais diversos estágios envolvidos no atendimento de um pedido O detalhe é que ele acontece por meio de um fluxo duplo O primeiro se origina no cliente e passa por todos os elos da cadeia de produção até chegar à matériaprima abastecendo cada elo com informações de demanda Já a segunda via avança no sentido inverso e responde a essas requisições com produtos e serviços De certa maneira uma das diretrizes do supply chain é ampliar o raio de influência da empresamãe sobre a cadeia contribuindo para atingir a excelência de serviço em todos os níveis E a uniformização dos padrões de desempenho só é possível pela mudança do paradigma de relacionamento com os parceiros Aqui o caráter competitivo entre as partes deve sair de cena Nenhum dos lados precisa perder para que o outro ganhe A ordem agora é cooperação máxima e alinhamento O início de um fluxo de SCM pode acontecer por exemplo quando o caixa do supermercado pergunta ao cliente se faltou algum produto ou serviço na loja Informada dessa demanda a gestão aplica medidas que podem movimentar departamentos internos fábricas e fornecedores diversos incluindo transportadores e distribuidores tudo para suprir essa necessidade É uma conversa entre toda a cadeia utilizando indicadores de resultado define Renato Aguilar coordenador dos cursos de engenharia do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais IbmecMinas Gerais O detalhe porém é que a empresa faz tudo isso sem possuir um único metro quadrado de plantação de fumo Os insumos da Souza Cruz são providos por cerca de 45 mil fornecedores todos produtores rurais familiares Essas propriedades recebem assistência permanente da fabricante visando a otimização dos processos e a melhoria da matériaprima oferecida Os avanços incluem por exemplo o desenvolvimento do capital humano e o compartilhamento de tecnologias e inovações Temos engenheiros trabalhando com nossos fornecedores para cortar seus custos otimizar seus processos e reduzir gastos em água e energia cita José Galló presidente da Lojas Renner A Randon é outra companhia que adota essa postura colocando o corte de custos como meta Líder no segmento de implementos rodoviários na América Latina o conglomerado de Caxias do Sul RS oferece workshops internos e externos na sede de cada fornecedor apresentando orientações sobre o tema Não raro parte dos percentuais economizados pelos parceiros é repassada à Randon e contribui para a competitividade dos produtos Trabalhamos sempre a quatro mãos buscando inovação e melhoria de desempenho explica Norberto Fabris diretor corporativo da Randon Implementos e Participações É o elo mais forte auxiliando o mais fraco left A Randon também faz auditorias permanentes nos fornecedores Nessas operações a empresa avalia processos e classifica os parceiros de acordo com o Índice Geral de Desenvolvimento de Fornecedores IGDF que leva em consideração parâmetros como preço atendimento entregas pontualidade e comprometimento O monitoramento de performance faz parte do chamado supplier relationship management SRM na prática a gestão de relacionamento com os fornecedores A estratégia de SRM tem o intuito de racionalizar e trazer eficácia à interação com esses players Menos é mais O SRM costuma se tornar um grande desafio para empresas com cadeia de fornecimento muito ampla Em negócios cujos insumos e componentes são originados por uma malha mais extensa de fornecedores e subfornecedores como no caso das montadoras de automóveis a saída é concentrar o espectro de influência Foi o que a Randon começou a fazer em 2015 Até então cada empresa pertencente ao conglomerado possuía setores independentes de compras salvo exceções No ano passado porém a Randon instituiu um departamento único de compras corporativas reunindo cinco de suas oito empresas Randon Implementos e Randon Veículos uma só e as fabricantes de autopeças Castertech Master Frasle e Suspensys A estratégia reduziu o número de fornecedores necessários e aumentou a eficiência Adquirindo volumes maiores conseguimos vantagens na negociação observa Fabris Enxugar o número de parceiros é vital para o estreitamento de laços proposto pelo SCM É semelhante a um casamento você precisa conhecer muito bem a outra parte para crescer com ela compara Eduardo Multari conselheiro e professor da Febracorp University instituição paulista que oferece cursos de SCM compras e inteligência de mercado O nível de interação entre empresa e fornecedor pode incluir até mesmo o acesso a informações restritas A Boeing fabricante de jatos e aviões norteamericana faz isso Ela abre seus planos de produção a parceiros para facilitar o planejamento da cadeia e assim agilizar o atendimento dos pedidos Como a maior parte dos fornecedores fica na região de Apiúna SC onde está localizada a planta da marca os prazos de entrega foram encurtados Com esse posicionamento a Brandili conseguiu reduzir 70 de seu estoque e hoje mantém apenas os insumos necessários para a produção garantindo altos índices de eficiência A logística da Brandili também ganhou vantagens tecnológicas importantes Por meio de uma parceria com a consultoria Imam e a empresa de tecnologia espanhola Ulma Handling Systems a fabricante catarinense automatizou a operação de seu centro de distribuição em 2014 A expedição passou a ser feita por esteiras mecanizadas e sistemas de separação de pedidos integrados ao warehouse management system WMS tecnologia de mecanização de armazéns que usa recursos como WiFi e códigos de barras prescindindo da intervenção humana na maioria das etapas Toda a movimentação do estoque é com robôs diz Hornburg Entrega inteligente A gestão de supply chain também prega a otimização da distribuição e isso pode ir muito além da agilidade e do simples corte de custos Tão importantes quanto o fornecimento e o estoque o transporte e a distribuição surgem no outro extremo da cadeia de SCM A escolha de modelos para essas etapas respeita o mesmo conceito de colaboração e busca de eficiência das demais fases O planejamento de distribuição da Brandili demonstra isso A marca de roupas infantis catarinense terceirizou suas entregas com transportadoras de ponta da região e realizou investimentos conjuntos nas frotas dos parceiros Um exemplo é a instalação do sistema de monitoramento CMS que possibilita a visualização de imagens das cargas transportadas em tempo real pela internet A Brandili também criou um método de entrega baseado em ondas de pedidos agrupando as demandas por região Com isso consegue atender a até 550 pedidos de uma única vez Todo o planejamento de transporte é nosso A transportadora apenas executa explica Sigfrid Hornburg As políticas de distribuição reduziram em 30 os gastos da companhia com frete Já a Souza Cruz foi ainda mais longe e passou a explorar a própria rede logística como fonte de receita Há dez anos a fabricante de cigarros usa sua malha de transporte para entregar produtos de outras empresas entre elas Bic Procter Gamble e Red Bull As empresas têm seus distribuidores mas se beneficiam da capilaridade de nossa rede para chegar a lugares onde o acesso é mais difícil afirma Valdoberto Vidal O negócio é parte do conceito seed to smoke da semente à fumaça que garante à Souza Cruz o controle total sobre a cadeia de fornecimento O supply chain ganha importância no Brasil com a ajuda das startups porém ainda é coisa de grande empresa O Brasil tem seu desafio de execução aumentado por ainda estar em um estágio inicial da gestão de supply chain como afirma Renato Aguilar do Ibmec Essa ferramenta começou a ser usada aqui na década de 1990 mas passou a ganhar espaço mesmo apenas nos últimos anos e ainda segue restrita ao nível das grandes organizações sobretudo as multinacionais que incorporam experiências mais maduras vindas de suas matrizes no exterior O supply chain exige recursos e os pequenos produtores não têm estofos para isso justifica Renaud Barbosa coordenador do MBA em logística e supply chain management da FGV A melhor adaptação ao ritmo das inovações tecnológicas é outro item favorável a essas empresas A tecnologia da informação não pode ser responsabilidade de apenas um elo Toda a rede de SCM precisa dessa plataforma salienta Christian Titze diretor de pesquisas da consultoria Gartner O alinhamento de uma cadeia de fornecimento está muito atrelado ao emprego de recursos de integração das informações gerenciais entre eles as plataformas de enterprise resourcing planning ERP e de compartilhamento de dados como os sistemas alicerçados na computação em nuvem No SCM a atividade de um comprador precisa levar em conta diferentes aspectos na definição de sua política de compras como tendências de mercado modelos de fornecimento monitoramento desempenho dos parceiros O supply chain exige compradores proativos e com pensamento estratégico A greve dos caminhoneiros que parou o Brasil em maio de 2018 tangibilizou um grande problema que impacta toda a população a fragilidade da logística brasileira por nossa dependência de uma categoria e de um único tipo de transporte o rodoviário Os danos foram generalizados chegando a superar R 15 bilhões segundo dados do Ministério da Fazenda divulgados em junho do ano passado Paralelamente o setor de logística está sendo sacudido pelas ondas da quarta revolução industrial Internet das coisas big data e veículos autônomos estão digitalizando e transformando o transporte de carga dentro e fora das empresas de maneira nunca vista desde a invenção do container Pode a tecnologia resolver os problemas infraestruturais políticos e econômicos que afetam a logística brasileira Para startups que estão colocando mais inteligência no transporte as logitechs não confundir com a tradicional fabricante de mouse e teclados a resposta é sim São empresas que estão digitalizando processos como acompanhamento de encomendas gerenciamento de armazéns gestão de frota e seguros de carga e crescendo muito De acordo com a Associação Brasileira de Startups ABStartups existem de 150 a 200 startups atuando no segmento de logística com o diferencial de serem diagonais a várias outras áreas Digitalizar é aumentar a eficiência o que significa maior rendimento para o caminhoneiro que foi o grande problema que motivou a greve de 2018 diz Rodrigo Mourad CEO da Cobli responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma de gestão de frota para empresas No Brasil apenas 10 da frota de transporte de carga está conectada digitalmente enquanto nos EUA esse número chega a quase 50 O frotista no Brasil que investe na digitalização consegue ganhos de eficiência de até 450 complementa Mourad A Cobli é um bom exemplo de logitech com crescimento exponencial A empresa que começou com 17 funcionários em 2015 espera chegar a 150 até o fim do ano De grandes indústrias às pequenas empresas familiares gerir eficientemente a área logística é um desafio ainda mais quando se levam em conta os problemas de infraestrutura do país A gestão da frota o monitoramento do desempenho dos motoristas os gastos excessivos com combustível e manutenção tudo isso pode ser monitorado à distância As logitechs oferecem duas coisas velocidade e confiabilidade na entrega Isso resulta em um custo menor de logística diz Mourad Segurança para ele não faz parte da proposta de valor Segurança é como a infraestrutura não é um valor é um problema brasileiro O grande trunfo da Cobli é a facilidade de uso de sua plataforma Apesar de ser baseada nas grandes tendências da disrupção tecnológica deste outonoinverno como big data IoT e inteligência artificial a usabilidade do sistema é transparente até trivial para o usuário Ele é baseado em um pequeno hardware que é instalado no carro e consegue monitorar remotamente fatores como direção inadequada excesso de velocidade rota ineficiente entre outros O motorista tem acesso à plataforma por um aplicativo de celular e o responsável pela frota consegue monitorar todos os seus veículos em uma página web O sistema precisava ser fácil de usar para dar certo Apesar de termos grandes clientes na indústria e no varejo nosso foco são as pequenas e as médias empresas diz Mourad Mais de 80 das empresas que atuam nesse mercado têm no máximo 50 veículos A implementação de um sistema como o nosso traz ganhos muito grandes para elas Um bom exemplo é a Bem Emergências Médicas empresa que há 40 anos gerencia mais de 200 ambulâncias 24 horas por dia para convênios médicos escolas clubes de futebol e shows em grandes estádios Com a digitalização conquistamos uma eficiência muito maior do que utilizando rádio pois não tínhamos a visão exata da localização das equipes o que dificultava a alocação E tempo representa vida nesse ramo conta a supervisora da central da Bem Kátia Marques Em vez de uma central se comunicando por rádio com as ambulâncias a Bem ganhou uma plataforma que identifica imediatamente o veículo mais próximo ao chamado e se ele está em outra ação ou não alterando rotas de acordo com a demanda O resultado foi uma redução de 40 do tempo de atendimento e o aumento de 50 no número de chamadas de cada ambulância Para Mourad uma tecnologia que deve ter um impacto significativo na logística é o blockchain Com ela será possível coisas ainda muito complicadas como várias empresas dividirem a mesma frota para se beneficiar de descontos de escala com a montadora postos de gasolina e oficinas mecânicas Um Airbnb de caminhões também é outra possibilidade reduzindo a capacidade ociosa dos veículos Outra tecnologia que ele destaca são os veículos autônomos Os carros autônomos vão transformar a logística mais do que os carros motorizados fizeram há 100 anos Os ganhos para a cadeia logística se darão não só pela eficiência dos trajetos e maior utilização dos ativos mas muito também pela comunicação entre veículos e empresas o que aumentará a eficiência do sistema Além disso a conexão entre todos os veículos possibilitará novos ganhos como o maior desenvolvimento do compartilhamento de veículos e a automatização de processos A uberização da logística A Mandáê é uma plataforma que organiza a cadeia de suprimentos de encomendas e oferece às empresas que vendem online um serviço de envio com economia de até 35 de gastos com frete A startup usa algoritmos de IA para descobrir jornada de transporte mais eficiente da coleta à entrega na casa do consumidor Reunindo um volume alto de encomendas para o mesmo lugar ela consegue negociar um custo menor e um frete melhor com suas transportadoras parceiras em um modelo de economia compartilhada Com esse esquema é capaz de fazer com que empresas com volume pequeno de envios utilizem transportadoras privadas tendo um serviço de entrega melhor e por vezes mais barato que o dos Correios Para Marcelo Fujimoto CEO da Mandáê a cadeia de suprimentos deve passar por grandes mudanças em três áreas no curto prazo O primeiro é a velocidade Com a IoT e a digitalização da logística a indústria vai conseguir atender muito mais rapidamente a demanda de seus clientes e reduzir seu inventário Não trabalharemos mais com projeções de vendas mensais teremos projeções semanais diárias e futuramente em tempo real Já se fala em logística preditiva ou seja a capacidade de atender ao cliente antes mesmo de ele fazer o pedido A segunda é a flexibilidade com independência de cada componente da cadeia de suprimentos uma espécie de uberização da logística Vai ficar cada vez mais fácil terceirizar serviços de entrega e os fabricantes estão vendo aí uma boa oportunidade de vender diretamente a seus consumidores A terceira será a eficiência trazida por robôs e veículos autônomos que eliminarão gaps de produtividade atuais como desperdício de combustível e rotas ineficientes Fujimoto tem uma visão peculiar da questão da logística no Brasil A falta de infraestrutura e a burocracia ajudam as startups de logística diz ele A ineficiência é muito grande e os ganhos proporcionados pela digitalização são muito maiores do que os obtidos em países mais desenvolvidos Ainda somos muito incipientes na aplicação dessas novas tecnologias mas já temos um problema de mão de obra falta gente especializada em logística no Brasil Fujimoto também vê com bons olhos a entrada da Amazon com seu esquema vertical de vendas e logística no Brasil Ela obrigou os outros players a se mexerem Logística é um problema gigantesco não será um player por maior que seja que vai dominar este mercado A Mandaaê atua principalmente com empresas de ecommerce Nosso foco continuará sendo as empresas que vendem online pois esse é um mercado que está crescendo muito rapidamente A empresa recebeu em 2018 um aporte de US 71 milhões do Mercado Livre que vem investindo bastante em tecnologias disruptivas de logística De acordo com a Abcomm Associação Brasileira de Comércio Eletrônico um total de 265 milhões de pedidos devem ser efetuados pelos consumidores em lojas online até o fim deste ano gerando um faturamento ao redor de R 80 bilhões Consolidação do mercado Todo esse crescimento tem gerado uma grande movimentação de aquisições e consolidações no mercado Em 2015 a Axado plataforma de gestão de fretes para ecommerce comprou a Shipfy empresa especializada em rastreamento de produtos fator que contribui muito para reduzir a procura do SAC melhora a gestão das transportadoras e acaba com uma das maiores dores de cabeça do ecommerce o extravio de encomendas No ano seguinte foi a vez da própria Axado ser comprada pelo Mercado Livre por R 26 milhões Segundo Leandro Bassoi vicepresidente de logística do Mercado Livre para a América Latina a aquisição da Axado foi estratégica para ampliar a capacidade da empresa de criar tecnologia em logística Com o time do Axado pudemos criar um sistema de gestão de transportes TMS Transportation Management System em cooperação com nossos times de tecnologia na Argentina diz Bassoi Depois de implementado no Brasil o TMS também começou a ser usado na Argentina e no México em outras soluções logísticas e foi recentemente adaptado para as necessidades de fulfillment Para ele a logística no Brasil enfrenta grandes desafios como a burocracia fiscal a extensão territorial do País e a falta de investimentos em tecnologia Decidimos desenvolver internamente todos os sistemas de gestão para as operações da empresa Criamos o sistema de gestão de armazéns WMS de transportes TMS além de aplicativos para uso de motoristas de last mile e diversos outros sistemas logísticos de operação que são usados internamente na empresa Bassoi afirma que alguns desses sistemas serão disponibilizados em breve para empreendedores do segmento de transportes para que eles possam realizar entregas do Mercado Livre sem necessidade de desenvolvimento ou gestão de tecnologia própria A logística no brASIL enfrenta grandes desafios como a burocracia fiscal a extensão territorial e a falta de investimento em tecnologia Ele ressalta a necessidade de investir também em infraestrutura O Mercado Livre inaugurou nos últimos anos dois centros de distribuição um em Louveira e outro em Cajamar no estado de São Paulo além de quatro centros de crossdocking em São Paulo e cidades da região que complementam a malha logística Bassoi acredita que o uso de veículos autônomos trará um grande impacto no setor principalmente na intralogística dentro dos centros de distribuição para melhorar eficiência e acurácia operacional Essas tecnologias estão se diversificando e aumentando os casos de uso ficando mais adaptáveis a partes do processo sem necessitar ser o principal ator do centro de distribuição Ele também acredita que alguns tipos de uso de drones na intralogística como contagem de inventário são tendências com aplicação bastante provável No que depender dessas empresas e dos avanços da tecnologia veremos cada vez mais casos de sucesso em automação logística no Brasil Tecnologias em Ascensão Em seu relatório Trend Radar a multinacional de entregas DHL alinha algumas tendências para o setor de logística o qual segundo ela deve ficar cada vez mais inteligente sustentável e centrado no consumidor Fresh Chain O relatório destaca o crescimento da Fresh Chain ou compra online e entrega de produtos perecíveis como frutas e vegetais que deve crescer em taxas dez vezes maiores do que a venda em lojas físicas Smart Home Outra tendência é a utilização cada vez maior de tecnologias de Smart Home como os falantes inteligentes Alexa da Amazon e Google Home por empresas que queiram estreitar seu relacionamento com os clientes para automatizar entregas e reposição de produtos Servicização Na indústria a servicização qualquer coisa as a service também é uma tendência com cada vez menos empresas vendendo equipamentos ou veículos mas serviços e soluções Com a utilização de big data o valor da logística estará cada vez menos na entrega do produto e mais na análise de dados do comportamento do consumidor Marketplaces de Logística A necessidade de serviços de logística flexíveis transparentes e fáceis de adaptar tem criado plataformas de leilão digitais que unem demanda e oferta desses serviços São sites que centralizam o mercado e dão visibilidade quanto a custos de serviços de diferentes transportadoras e trazem soluções para cada necessidade Logística Omnicanal A expansão do varejo online requer que os provedores de logística mantenham uma visão integrada de todos os canais de clientes e estoque além de ter entrega dinâmica opções de fulfillment e interações transparentes de serviço ao cliente Economia Compartilhada Nossa sociedade está mudando do conceito de propriedade para o de compartilhamento de recursos Essa é uma das mais cataclísmicas mudanças dos últimos tempos Tudo de vagas de carro a máquinas industriais pode agora ser compartilhado por meio de plataformas digitais Provedores de logística podem participar dessas redes e atingir novos níveis de eficiência e criação de valor Impressão 3D A manufatura 3D terá grande impacto na logística de indústrias por permitir maior personalização menos lixo e manufatura local Algumas empresas podem até parar com a fabricação tradicional mas a maioria vai combinar as manufaturas digital e analógica Provedores de logística podem organizar redes híbridas complexas e utilizar estúdios de impressão 3D a fim de oferecer novos produtos logísticos Inteligência Artificial A IA está mudando rapidamente a maneira de a logística operar aliada a tendências como a automação e a digitalização A IA vai aumentar a expertise humana por meio de sistemas que vão gerar insights de big data Na logística a IA deverá permitir a automação do back office operações preditivas e novos modelos de experiência do usuário Realidade Aumentada Borrando os limites entre os mundos físico e digital a RA proporciona novas perspectivas em relação a planejamento logístico execução e transporte Adicionando camadas virtuais de informação contextual a RA permite que funcionários tenham acesso a informação correta na hora certa Sensores de baixo custo Tecnologias criadas para o mercado consumidor como wearables smartphones e consoles de videogame permitem aplicações fantásticas na logística Sensores de baixo custo podem transformar tarefas complicadas como controle de qualidade redimensionamento e visualização 5G A nova tecnologia da rede celular dará origem a uma nova classe de aparelhos e aplicações de IoT tanto para o consumidor quanto para a indústria Na logística essa rede pode localizar veículos e produtos 70 de 75 páginas