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Você é farmacêutico do setor de manipulação de uma farmácia magistral e recebeu a seguinte prescrição de uma solução antisséptica utilizada como enxaguante bucal RECEITUÁRIO MÉDICO Paciente José Coruja da Silva Clorexidina digluconato 012 pv Solução de sorbitol 15 vv Essência de hortelã qs Água destilada qsp 250 mL Posologia utilizar 15 mL do enxaguatório bucal duas vezes ao dia após escovação dentária 150624 CRM 0000000 a Identifique a função de cada componente na formulação redacted b Realize os cálculos para o preparo da quantidade solicitada sabendo que a matériaprima clorexidina digluconato disponível na farmácia apresenta um teor de 95 redacted c Apresente uma ordem de manipulação para esta formulação descrevendo a técnica de preparo desde a paramentação até o envase e rotulagem do produto final redacted 88 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Saúde bucal a importância dos enxaguatórios com antissépticos Oral health the importance of mouthwashes with antiseptic Danilo Barral de Araújo1 Elvira Maria Borges Gonçalves2 Gabriela Botelho Martins3 Max José Pimenta Lima4 Maria Thereza Barral Araújo5 1 Professor Doutor Adjunto III de Bioquímica Oral UFBA 2Doutoranda do Programa de PósGraduação Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas UFBA 3Professor Doutor Adjunto III de Estudo Morfofuncional Humano UFBA 4Professor Mestre Assistente I de Bioquímica UFBA 5Professor Livre Docente Associado IV de Bioquímica Oral UFBA Resumo Introdução Indicado com frequência no controle químico da placa bacteriana os enxaguatórios bucais se constituem no meio mais simples para veiculação de substâncias antissépticas sendo recomendada sua prescrição com vistas à prevenção e ao tratamento de afecções específicas destacadamente a cárie e a doença periodontal Objetivo Este estudo visa descrever os componentes antissépticos que integram os enxaguatórios bucais delinear seus mecanismos de ação e os efeitos colaterais Metodologia Tendo como referência a literatura científica foi realizada uma revisão sistemática sobre o tema através de consulta às bases dados da Biblioteca Virtual de Saúde LILACS e SciELO Resultados Na formulação dos enxaguatórios bucais destacamse os princípios ativos com atividade antisséptica clorexidina cloreto de cetilpiridínio triclosan gantrez e os óleos essenciais timol mentol eucaliptol e o salicilato de metila diluídos em água e ou álcool A esses fármacos são acrescidas várias substâncias entre as quais benzoato de sódio adoçantes xilitol ou sacarina por exemplo propilenoglicol EDTA poloxâmero hidróxido de sódio lauril sulfato de sódio polietilenoglicol e aromatizantes Conclusão É relevante para a preservação da saúde bucal a indicação sob supervisão de enxaguatórios com antissépticos sendo essencial que os acadêmicos de odontologia e os cirurgiõesdentistas tenham domínio da composição química da ação farmacológica dos efeitos colaterais e de possível ameaça de risco à saúde que os princípios ativos e as substâncias complementares são capazes de produzir Palavraschave Antissépticos bucais Clorexidina Cetilpiridínio Triclosan Óleos essenciais Abstract Introduction As often in the chemical control of dental plaque the mouthwashes constitute the simplest means of transmission of antiseptic substances and recommended their prescription regarding the prevention and treatment of specific diseases notably caries and periodontal disease Objective This study aims to describe the antiseptic components that make up the mouthwashes outlining their mechanisms of action and side effects Methodology With reference to the scientific literature a systematic review was conducted on the topic by consulting the databases of the Virtual Health Library LILACS and SciELO Results In the formulation of mouthwashes the active ingredients are highlighted with antiseptic activity chlorhexidine cetylpyridinium chloride gantrez triclosan and essential oils thymol menthol eucalyptol and methyl salicylate diluted in water or alcohol To these drugs are added various substances including sodium benzoate sweeteners xylitol or sucrose for example propylene glycol EDTA poloxamer sodium hydroxide sodium lauryl sulfate polyethylene glycol and flavors Conclusion Important for the preservation of oral health is the indication under supervision of rinses with antiseptic and it is essential that the dental students and dentists have the control of chemical composition pharmacological action side effects and possible threat health risk that the active ingredients and the complementary substances are capable of producing Keywords Mouthwashes Chlorhexidine Cetylpyridinium Triclosan Oils volatile ENXAGUATÓRIOS BUCAIS COM ANTISSÉPTICOS CONSIDERAçÕES PRELIMINARES Tendo em consideração a limitação dos métodos me cânicos de higiene e a eficácia farmacológica dos agentes antimicrobianos visando a prevenção e o tratamento de infecções orais é que surgiram no mercado os antissép ticos bucais também conhecidos como colutórios ou enxaguatórios Os enxaguatórios bucais representam o meio mais simples para veiculação de substâncias antis sépticas ANDRADE etal 2011 O uso dos enxaguatórios bucais tem sido frequente mente indicado no controle químico da placa bacteriana estrutura caracterizada como sendo uma massa densa não calcificada que serve como um depósito bacteriano e que se encontra aderida ao dente à película adquirida aos cálculos dentais e às outras estruturas presentes na cavidade oral MARINHO ARAÚJO 2007 Além do mais têm indicação de uso para situações específicas entre os quais os processos inflamatórios e infecciosos instalados na região bucofaríngea BAUROTH et al 2003 Correspondência Correspondence Maria Thereza Barral Araújo Laboratório de Bioquímica Oral Departamento de Biofunção Instituto de Ciências da Saúde Universidade Federal da Bahia Avenida Miguel Calmon snº 4º andar Sala 400 Vale do Canela Salvador BA CEP 40110100 Email danilobarral81hotmailcom ARTIGO DE REVISÃO ISSN 16775090 2015 Revista de Ciências Médicas e Biológicas 89 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Saúde bucal a importância dos enxaguatórios com antissépticos Os enxaguatórios bucais correspondem ao meio mais simples para veiculação de substâncias antissépticas Estes veículos são empregados como facilitadores da dissemi nação de compostos medicamentosos ativos destinados ao tratamento de afecções específicas como a cárie e a doença periodontal além de serem coadjuvantes dos procedimentos mecânicos de escovação BAUROTH et al 2003 BUGNO et al 2006 NASCIMENTO et al 2008 O conhecimento pleno dos princípios ativos assegura a prescrição desses agentes de forma individual ou combi nada frente às diferentes situações clínicas em que pese o fato da disponibilidade e indiscriminação nas vendas serem fatores predisponentes da automedicação o que pode implicar no surgimento de efeitos colaterais e riscos à saúde como destacam Tavares Martinez Gissoni 2008 Os enxaguatórios são constituídos por uma mistura contendo o componente ativo frequentemente antimi crobiano água eou álcool surfactantes umectantes e fla vorizantes TORRES et al 2000 RANDOM FATAHZADEH 2015 Entre os agentes farmacológicos antimicrobianos mais utilizados encontramse clorexidina cloreto de cetilpiridínio e triclosan além dos óleos essenciais BUG NO et al 2006 MARINHO ARAÚJO 2007 MOREIRA et al 2009 ARAÚJO et al 2012 A maioria dos agentes antimicrobianos veiculados no mercado promovem o rompimento da parede celular vindo a inibir dessa forma os complexos enzimáticos o que culmina no comprome timento das atividades metabólicas bacterianas SEGURA 1999 BUGNO et al 2006 Muito embora tais princípios ativos tenham ação bactericida e bacteriostática seja de maior ou menor intensidade levando habitualmente a que segmentos significativos da sociedade creiam que somente sua utilização é suficiente para assegurar uma higiene oral satisfatória é de extrema relevância que os profissionais de odontologia chamem a atenção dos seus pacientes e informem sobre a realização da higiene bucal adequada uma vez que os enxaguatórios são coadjuvantes profilá ticos MARINHO ARAÚJO 2007 O interesse profissional pela importância dos enxaguatórios bucais certamente poderá influenciar a qualidade desses produtos químicos colocados frequentemente à disposição da sociedade pela indústria farmacêutica transcendendose assim a visão de que não se trata de simples artigos de perfumaria conforme registram com propriedade Tavares Martinez e Gissoni 2008 Um agente antimicrobiano ideal deve possuir po tencial antiplaca tendo que obrigatoriamente causar redução da adesividade bacteriana às superfícies dentais e mucosas orais inibição do crescimento da proliferação dos microrganismos inibição da formação da matriz inter celular da placa modificação do bioquimismo bacteriano a fim de reduzir a formação de produtos citotóxicos e modificação da ecologia do biofilme com vistas ao de senvolvimento de uma microflora oral menos patogênica MOREIRA et al 2009 Os agentes catiônicos clorexidina e o cloreto de cetil piridíneo GALLITSCHKE et al 2004 ARAÚJO et al 2012 são em geral mais potentes que os outros tipos uma vez que se ligam imediatamente a superfície bacteriana carregada negativamente enquanto que o triclosan e os compostos fenólicos óleos essenciais timol eucaliptol e mentol são agentes não iônicos GONÇALVES PINTO 2013 CLREXIDINA Dentre os compostos citados a clorexidina é o antis séptico ativo mais utilizado no controle da placa bacte riana SEGURA 1999 BUGNO et al 2006 DANTAS et al 2007 MARINHO ARAÚJO 2007 PIRES ROSSA JUNIOR PIZZOLITTO 2007 NASCIMENTO et al 2008 daí ser considerado como padrãoouro em comparação com os demais agentes químicos que apresentam ação similar devido ao efeito farmacológico capaz de provocar inibição do biofilme dental SEMENOFF SEMENOFFSEGUNDO BIASOLI 2008 Umas das principais vantagens do uso desse fármaco habitualmente na concentração de 012 é o amplo espectro antimicrobiano que alcança uma vez que age sobre os microrganismos grampositivos e gramnegativos além da substantividade prolongada e contínua apesar da presença de sangue e dos demais fluidos corporais SEMENOFF SEGUNDO et al 2007 Tratase de um quimioterápico constituído de dois anéis fenólicos clorados e dois grupos bisbiguanidas interliga dos simetricamente através de uma cadeia hexametilê nica Figura 1 BUGNO etal 2006 DANTAS etal 2007 NASCIMENTO etal 2008 Figura 1 Gluconato de clorexidina N Nhexane16diylbis N4chlorophenylimidodicarbo nimidic diamide Fonte httpptwikipediaorgwikiGluconatodeclorexidina Sendo considerado um agente estável uma vez ingerido é excretado pelas vias normais ficando apenas uma pequena porcentagem retida no organismo o que 90 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Danilo Barral de Araújo et al não implica em toxicidade BAMBACE et al 2003 NAS CIMENTO et al 2008 O mecanismo de ação é iniciado a partir da ligação entre este antisséptico e a parede celular bacteriana em função da possibilidade de adsorção das cargas positivas desta molécula às cargas negativas das superfícies bacterianas Este fenômeno tornaa mais permeável permitindo a penetração deste agente ao meio citoplasmático e consequentemente causando o rompimento da membrana celular com extravasamento das estruturas celulares do microrganismo KOCAK et al 2009 MOREIRA et al 2009 ARAÚJO et al 2012 Apesar da eficiência da clorexidina esta substância apresenta efeitos colaterais entre os quais se destacam a pigmenta ção dos dentes e da língua além de alterações sensitivas e gustativas DANTAS et al 2007 PIRES ROSSA JUNIOR PIZZOLITTO 2007 ARAÚJO et al 2012 Outro agente antimicrobiano frequentemente empregado na forma de bochechos é o cloreto de cetil piridínio que recebe também a designação de cloreto de hexadecilpiridínio Figura 2 BAPTISTA ARAÚJO MONTENEGRO 2003 Quimicamente este agente é classificado como um composto de amônia quaternária monocatiônico TORRES et al 2000 ARAÚJO et al 2012 SEMENOFF SEMENOFFSEGUNDO BIASOLI 2008 MO REIRA et al 2009 e tensoativo que age principalmente sobre as bactérias grampositivas e leveduras BUGNO et al 2006 MOREIRA et al 2009 Figura 2 Cloreto de cetilpiridínio 1Hexadecylpyridinium chloride Fonte httpptwikipediaorgwikiCloretodecetilpiridC3ADnio Quanto ao raio de ação do cloreto de cetilpiridínio BaQuanto ao raio de ação do cloreto de cetilpiridínio Baptista Araújo Montenegro 2003 discordam de Moreira et al 2009 que admitem a possibilidade deste fármaco agir apenas sobre as bactérias gram positivas Os primeiros afirmam que este agente possui um raio de ação maior uma vez que afeta não somente as bac térias geram positivas como também as bactérias gram negativas e as leveduras No entanto seu mecanismo de ação é consensual entre os autores uma vez que se admite que o efeito deste antisséptico esteja relacio nado ao aumento da permeabilidade da parede celular bacteriana condição que favorece a lise diminuindo o metabolismo inibindo o crescimento celular e conse quente morte uma vez que compromete a habilidade do microrganismo em aderir à superfície dentária TOR RES et al 2000 MARINHO ARAÚJO 2007 SEMENOFF SEMENOFFSEGUNDO BIASOLI 2008 MOREIRA et al 2009 ALVES et al 2012 O potencial de diminuição do metabolismo bacteria no e a consequente redução de aderência às mucosas são propriedades atribuídas a este agente antimicrobiano na concentração de 005 por sinal encontrada na maioria dos produtos comerciais O cloreto de cetilpiridínio pode ter sua eficácia ampliada se associado a outros agentes antimicrobianos como é o caso das soluções de clorexidi na YÉVENES 2009 em que pese a ocorrência de efeitos adversos podendo incluir o manchamento dentário e sensação de ardência na boca TORRES et al 2000 Alves etal 2012 afirmam que apesar da evidência científica ser escassa a utilização de enxaguatórios conten do cloreto de cetilpiridínio como complemento às formas mecânicas de higiene oral parece fornecer um pequeno mas significativo benefício na redução da placa bacteriana e da inflamação gengival se comparado com a escovação ou escovação seguida de bochechos com placebo TRICLOSAN GANTREZ O triclosan é um fármaco de comprovado poder contra a placa bacteriana além de possuir atividade antiinfla matória Tratase de um antisséptico de amplo espectro e baixa toxicidade muito utilizado inclusive na cosme tologia há mais de 20 anos Esta substância é classificada como um bisfenol sintético aniônico e lipossolúvel Figura 3 segundo NogueiraFilho Toledo Cury 1997 Torres et al 2000 Marinho Araújo 2007 Pires Rossa Junior Pizzolitto 2007 Semenoff Segundo et al 2007 Moreira et al 2009 Figura 3 Triclosan 5cloro224diclorofenoxifenol Fonte httpptwikipediaorgwikiTriclosan É mais frequentemente utilizado na composição dos enxaguatórios bucais na concentração de 003 ZANIN et al 2007 A ação deste composto baseiase na desor ganização da membrana plasmática através do aumento de sua permeabilidade e inibição da atividade das enzimas do tipo tripsina modificando assim o transporte celular e impedindo o adequado metabolismo e reprodução das células bacterianas evento que parece não implicar no desequilíbrio da microflora bucal NASCIMENTO et al 1992 NOGUEIRAFILHO TOLEDO CURY 1997 TORRES et al 2000 MOREIRA et al 2009 Possui amplo espectro antimicrobiano age contra as bactérias grampositivas e gramnegativas demonstra efetividade contra o gênero mycobacterium as bactérias anaeróbias assim como 91 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Saúde bucal a importância dos enxaguatórios com antissépticos os esporos e os fungos da espécie candida MARINHO ARAÚJO 2007 BUGNO et al 2006 TORRES et al 2000 MOREIRA et al 2009 Por se tratar de um agente de carga aniônica o triclo san apresenta baixa substantividade quando incorporado aos enxaguatórios bucais assim no intuito de sanar esta deficiência podem ser comumente associados a este agen te antimicrobiano os copolímeros sendo o mais frequen te o gantrez Este copolímero visa a potencializar a ação do triclosan visto que aumenta sua retenção na cavidade oral e consequentemente seu tempo de ação Portanto sua eficácia baseiase no aumento da biodisponibilidade ou seja na possibilidade de manter a concentração deste agente na camada limite de difusão encontrada na mucosa bucal e na superfície dental NOGUEIRAFILHO TOLEDO CURY 1997 TORRES et al 2000 MARINHO ARAÚJO 2007 PIRES ROSSA JUNIOR PIZZOLITTO 2007 SEMENOFF SEGUNDO et al 2010 Podese afirmar que devido à maior biodisponibilidade o triclosan consegue reduzir a placa bacteriana em torno de 22 e a gengivite em 25 ação esta facilitada mais ainda pelo baixo teor de álcool presente na formulação o que confere a manu tenção do pH em torno de 68 apesar das restrições que se possa fazer ao álcool ZANIN et al 2007 ÓLEOS ESSENCIAIS Além dos produtos antimicrobianos mencionados constatase a veiculação cada vez mais frequente de enxaguatórios bucais contendo os óleos essenciais timol eucaliptol e mentol compostos que uma vez associados ao salicilato de metila apresentam poder antibacteriano Figura 4 DEL POZO IRIARTE 1962 Timol 2Isopropyl5methylphenol Mentol 1R2S5R2isopropyl5 methylcyclohexanol Eucaliptol Salicilato de metila 133Trimethyl2oxabicyclo222octane Figura 4 Óleos essenciais Estas substâncias são classificadas quimicamente como compostos fenólicos não possuem carga têm baixa substantividade e alta capacidade de interação com determinados componentes da placa bacteriana O meca nismo de ação destes óleos baseiase no poder de alterar a higidez da parede celular agindo particularmente sobre as bactérias grampositivas e as leveduras Apresentam efeitos adversos tais como sensação de sabor ardido e queimação TORRES et al 2000 MARINHO ARAÚJO 2007 BUGNO et al 2006 MOREIRA et al 2009 A fim de interferir na formação dos cristais de fosfato de cálcio no crescimento dos cristais e na mineralização da placa bacteriana minimizando dessa forma a formação de tártaro mais recentemente vem sendo acrescentado a este produto o cloreto de zinco TORRES et al 2000 RANDOM FATAHZADEH 20062015 A ADIçÃO DO FLUORETO AOS ANTISSÉPTICOS BUCAIS É relevante o registro da incorporação do fluoreto aos enxaguatórios contendo produtos antibacterianos uma vez que este íon exerce importante papel na preservação da saúde bucal em face da capacidade de interferir na dinâmica da cárie dental NASCIMENTO et al 1992 MOI TENUTA CURY 2008 Enquanto que a ação cariostática do fluoreto decorre da capacidade deste íon de interferir no equilíbrio ecológico da placa bacteriana sua ação protetora do esmalte resulta da rápida deposição do mesmo na superfície dental devido ao pH relativamente baixo destes enxaguatórios O fluoreto ao provocar a inibição de enzimas glicolíticas bacterianas presentes na placa dental humana promove o bloqueio do metabolis mo dos carboidratos e reduz a acidogênese bacteriana consequentemente contribui sobremaneira para esta bilizar molecularmente o esmalte dentário condição que assegura o enfrentamento das fases de desmineralização decorrente de eventuais quedas de pH sem maiores con sequências para esta estrutura Em paralelo interfere na biossíntese dos polissacarídeos responsáveis pela adesão dos microrganismos nas superfícies dentárias e contribui principalmente para a remineralização do esmalte TOR RES et al 2000 LIMA et al 2005 PRODUTOS QUÍMICOS COMPLEMENTARES DOS ENXAGUATÓRIOS Além dos princípios ativos descritos diversas subs tâncias químicas são incorporadas na formulação dos enxaguatórios bucais para cumprir as mais diversas fina lidades Entre esses produtos se destacam benzoato de sódio adoçante tipo sacarina ou xilitol propilenoglicol EDTA dissódico poloxâmero hidróxido de sódio lauril sulfato de sódio polietilenoglicol aromatizante água e ou álcool ZANIN et al 2007 Várias dentre as substân cias citadas devem ser cuidadosamente observadas em virtude do risco que podem trazer à saúde conforme se discutirá ao longo deste trabalho Conhecendose a composição dos diversos enxagua tórios seus mecanismos de ação as concentrações dos 92 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Danilo Barral de Araújo et al princípios ativos as propriedades farmacológicas e os efeitos colaterais poderseá fazer a escolha considera da mais indicada para cada situação clínica orientando de forma correta os pacientes Com base num estudo transversal realizado com 165 cirurgiõesdentistas na cidade de Fortaleza Ceará excluídos os especialistas em Periodontia Gonçalves et al 2010 constataram haver falta de preparo acadêmico dos profissionais entrevista dos quanto à indicação e prescrição dos enxaguatórios bucais Estes pesquisadores concluíram ainda que as constantes modificações realizadas nas fórmulas pelos fa bricantes dificultam a correta prescrição com o agravante da literatura científica não relatar trabalhos que avaliem o conhecimento do cirurgiãodentista sobre a prescrição desses compostos químicos que auxiliam no controle do biofilme dentário Dessa forma não se pode esquecer que os enxagua tórios bucais sendo produtos livremente comercializados em supermercados drogarias e farmácias a influência do mercado a expressiva diferença dos preços praticados aliados à maciça divulgação midiática desses produtos exige dos profissionais o conhecimento pleno desses fármacos com vistas às orientações que devem ser pres tadas à sociedade CONSIDERAçÕES FINAIS Com base nos diversos aspectos tratados nesse texto podese concluir como relevante a ação farmacológica dos enxaguatórios bucais no controle químico da placa bacteriana e na intervenção dos processos inflamatórios e infecciosos instalados na cavidade bucal independente de serem coadjuvantes dos procedimentos mecânicos de escovação Concluise também ser fundamental que o cirurgiãodentista tenha pleno domínio da composição química e dos efeitos que os princípios ativos integrantes dos enxaguatórios são capazes de produzir em virtude das potencialidades farmacológicas da clorexidina do cloreto de cetilpiridínio do triclosan gantrez e dos óleos essenciais assim como dos excipientes e dos demais componentes utilizados na constituição dos mesmos O domínio do conhecimento científico dos enxaguatórios bucais com antissépticos deve ser construído a partir dos primeiros semestres dos cursos de graduação em Odon tologia a fim de que se possa contribuir para a redução ou até mesmo a supressão do uso indiscriminado desses produtos medicamentosos sem a devida supervisão pro fissional como acontece atualmente Enfim a eficácia da intervenção do cirurgiãodentista certamente prevenirá o surgimento de efeitos colaterais e reduzirá a probabili dade de riscos à saúde REFERÊNCIAS 1 ALVES D et al Cloreto de cetilpiridínio revisão da literatura Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac Porto v 53 n 3 p 181189 2012 2 ANDRADE I P et al Concentração inibitória mínina de antissépticos bucais em microrganismos da cavidade oral Rev Bras Pesq Saúde Vitória v 13 n 3 p 1016 2011 3 ARAUJO D B et al Mouthrinses active ingredients pharma cological properties and indications RGO Porto Alegre v60 n3 p 349357 2012 4 BAMBACE A M J et al Eficácia de soluções aquosas de clorexidina para a desinfecção de superfícies Rev biociênc Taubaté v 9 n 2 p 7381 2003 5 BAPTISTA P C S ARAÚJO A N MONTENEGRO M C B S M Determinação potenciométrica em fluxo de cloreto de cetilpiridínio em desinfectantes bucais Qím nova v 26 n 4 p 475478 2003 6 BAUROTH K et al The efficacy of an essential oil antiseptic mouth rinse vs dental floss in controlling interproximal gingivitis a comparative study J am dent assoc Chicago v 134 n 3 p 359365 2003 7 BUGNO A et al Enxaguatórios bucais avaliação da eficácia anti microbiana de produtos comercialmente disponíveis Rev Inst Adolfo Lutz São Paulo v 65 n 1 p 405 2006 8 CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO Disponível em httpptwikipedia orgwikiCloretodecetilpiridC3ADnio Acesso 8 de maio de 2015 9 DANTAS E M et al Pigmentação dentária por clorexidina relato de caso clínico Odontologia ClínCient Recife n 6 v 2 p 175178 2007 10 DEL POZO A IRIARTE E G Enciclopedia Farmacéutica Drogas y Productos Químicos Barcelona Científico Médica 1962 1139 p 11 GALLITSCHKE N et al Inhibition of interproximal plaque metabo lism using CPC mouthrinse J clin dent Yardley v 15 p 5965 2004 12 GLUCONATO DE CLOREXIDINA Disponível em httpptwikipedia orgwikiGluconatodeclorexidina Acesso em 8 de maio de 2015 13 GONÇALVES E A PINTO A P F Avaliação da eficácia antimicrobia na dos enxaguatórios bucais contendo como princípios ativos o triclosan cloreto de cetilpiridínio e óleos essenciais HU Rev Juiz de Fora v 39 n 34 p 4550 2013 14 GONÇALVES E M et al Grau de conhecimento dos cirurgiões dentistas na prescrição de colutórios e dentifrícios Periodontia Rio de Janeiro v 20 n 4 p 5155 2011 15 KOCAK M M et al Comparison of the Efficacy of Three Different Mouthrinse Solutions in Decreasing the Level of Streptococcus Mutans in Saliva Eur j dent Mumbai v 3 n 1 p 5761 2009 16 LIMA A L et al Análise do pH e da viscosidade de enxaguatórios bucais fluoretados disponíveis comercialmente na cidade de João PessoaPB Pesqui bras odontoped clin integr João Pessoa v 5 n 3 p 223228 2005 17 MARINHO B V S ARAÚJO A C S O uso dos enxaguatórios bucais sobre a gengivite e o biofilme dental Int j dent Recife v 6 n 4 p 124131 2007 18 MOI G P TENUTA L M A CURY J A Anticaries potential of a fluoride mouthrinse evaluated in vitro by validated protocols Braz dent j Ribeirão Preto v 19 n 2 p 9196 2008 19 MOREIRA A C A et al Avaliação in vitro da atividade antimicro biana de antissépticos bucais Rev ciênc méd biol Salvador v 8 n 2 p 153161 2009 20 NASCIMENTO A P et al Efficacy of mouthrinse spray in inhibiting 93 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Saúde bucal a importância dos enxaguatórios com antissépticos cariogenic biofilm formation on toothbrush bristles Braz j oral sci Piracicaba v 7 n 24 p 19891992 2008 21 NOGUEIRAFILHO G R TOLEDO S CURY J A Avaliação do efeito de um dentifrício contendo triclosangantrez zincopirofosfato na gengivite experimental em humanos Periodontia Rio de Janeiro v 6 p 2024 1997 Suplemento 22 PIRES J R ROSSA JUNIOR C PIZZOLITTO A C In vitro antimicrobial efficiency of a mouthwash containing triclosangantrez and sodium bicar bonate São Paulo Braz oral res São Paulo v 21 n 4 p 342347 2007 23 RANDON N FATAHZADEH M Oral Rinses Mouth Rinses and Mouthwashes Consumer Guide to Dentistry 20062015 Disponível em httpwwwyourdentistryguidecomoralrinse Acesso 8 de maio de 2015 24 SEGURA M E Estudos dos compostos de inclusão tipo hospedeiro convidado entre a betaciclodextrina e a clorexidina avaliação in vitro 1999 101f Tese Doutorado em Odontologia Universidade de São Paulo São Paulo 1999 25 SEMENOFF SEGUNDO A et al Efetividade do Gluconato de Clo rexidina a 012 e do Digluconato de Clorexidina a 2 adquiridos em diferentes dentais e farmácias na cidade de Cuiabá sobre Cândida Albicans Periodontia Rio de Janeiro v 17 n1 p 4145 2007 26 SEMENOFF T A D V SEMENOFFSEGUNDO A BIASOLI E R Efetividade antimicrobiana in vitro de enxaguatórios bucais frente aos microrganismos Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeroginosa Rev odonto ciênc Porto Alegre v 23 n 4 p 351354 2008 27 TAVARES E MARTINEZ H GISSONI M Soluções químicas para uso tópico bucal classificação e advertências Rev bras odontol Rio de Janeiro v 65 n 1 p 3641 2008 28 TORRES C R G et al Agentes antimicrobianos e seu potencial de uso na odontologia Rev Fac Odontol São José Campos São José dos Campos v3 n2 p 4352 2000 29 TRICLOSAN Disponível em httpptwikipediaorgwikiTriclo san Acesso 8 de maio de 2015 30 YÉVENES I Comparison of mouthrinses containing chlorhexidine and other active agents with chlorhexidine mouthrinsegel effects on de novo plaque formation Rev odonto ciênc Porto Alegre v 24 n 4 p 345348 2009 31 ZANIN S M W et al Enxaguatório bucal princípios ativos e de senvolvimento de fórmula contendo extrato hidroalcoólico de Salvia officinalis L Visão Acadêmica Curitiba v 8 n 1 p 1924 2007 Submetido em 060415 Aceito em 130515 Questão 1 Clorexidina princípio ativo com ação antisséptica Sorbitol edulcorante Essência de hortelã flavorizante Agua destilada solvente qsp Questão 2 Para realizar a formulação de 012 pv de clorexidina Preciso saber quanto de clorexidina terá em 250mL de solução total qsp 012g 100mL X g 250mL X 03000g Ajustando para o teor eu tenho esse peso em um teor de 95 quanto tenho que pesar para chegar a 100 0300g 95 de teor X 100 X 03061g de clorexidina para realizar a formulação Questão 3 1 Separar os compostos clorexidina sorbitol essência de hortelã e água destilada e o material cálice de 250mL proveta de 20mL balança analítica bastão misturador embalagem para envase e etiqueta do produto espátula vidro relógio 2 Pesar 03061g de clorexidina com auxílio de uma espátula e vidro relógio em uma balança analítica 3 Adicionar 1500mL da solução de sorbitol com auxílio de uma proveta de 20mL a um cálice de 250mL 4 Adicionar a clorexidina pesada à solução de sorbitol contida no cálice em agitação com auxilio do bastão de vidro 5 Adicionar 23 gotas de essência de hortelã e agitar com o bastão de vidro 6 Adicionar a água destilada qsp até 250mL agitar vigorosamente com bastão de vidro 7 Transferir a solução do cálice para a embalagem de envase Fechar a embalagem adequadamente 8 Rotular a embalagem No rótulo precisa conter O modo de usar informado da receita a composição nome do farmacêutico manipulador e cadastro no Conselho regional de farmácia nome da farmácia de manipulação validade e modo de armazenamento
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Você é farmacêutico do setor de manipulação de uma farmácia magistral e recebeu a seguinte prescrição de uma solução antisséptica utilizada como enxaguante bucal RECEITUÁRIO MÉDICO Paciente José Coruja da Silva Clorexidina digluconato 012 pv Solução de sorbitol 15 vv Essência de hortelã qs Água destilada qsp 250 mL Posologia utilizar 15 mL do enxaguatório bucal duas vezes ao dia após escovação dentária 150624 CRM 0000000 a Identifique a função de cada componente na formulação redacted b Realize os cálculos para o preparo da quantidade solicitada sabendo que a matériaprima clorexidina digluconato disponível na farmácia apresenta um teor de 95 redacted c Apresente uma ordem de manipulação para esta formulação descrevendo a técnica de preparo desde a paramentação até o envase e rotulagem do produto final redacted 88 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Saúde bucal a importância dos enxaguatórios com antissépticos Oral health the importance of mouthwashes with antiseptic Danilo Barral de Araújo1 Elvira Maria Borges Gonçalves2 Gabriela Botelho Martins3 Max José Pimenta Lima4 Maria Thereza Barral Araújo5 1 Professor Doutor Adjunto III de Bioquímica Oral UFBA 2Doutoranda do Programa de PósGraduação Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas UFBA 3Professor Doutor Adjunto III de Estudo Morfofuncional Humano UFBA 4Professor Mestre Assistente I de Bioquímica UFBA 5Professor Livre Docente Associado IV de Bioquímica Oral UFBA Resumo Introdução Indicado com frequência no controle químico da placa bacteriana os enxaguatórios bucais se constituem no meio mais simples para veiculação de substâncias antissépticas sendo recomendada sua prescrição com vistas à prevenção e ao tratamento de afecções específicas destacadamente a cárie e a doença periodontal Objetivo Este estudo visa descrever os componentes antissépticos que integram os enxaguatórios bucais delinear seus mecanismos de ação e os efeitos colaterais Metodologia Tendo como referência a literatura científica foi realizada uma revisão sistemática sobre o tema através de consulta às bases dados da Biblioteca Virtual de Saúde LILACS e SciELO Resultados Na formulação dos enxaguatórios bucais destacamse os princípios ativos com atividade antisséptica clorexidina cloreto de cetilpiridínio triclosan gantrez e os óleos essenciais timol mentol eucaliptol e o salicilato de metila diluídos em água e ou álcool A esses fármacos são acrescidas várias substâncias entre as quais benzoato de sódio adoçantes xilitol ou sacarina por exemplo propilenoglicol EDTA poloxâmero hidróxido de sódio lauril sulfato de sódio polietilenoglicol e aromatizantes Conclusão É relevante para a preservação da saúde bucal a indicação sob supervisão de enxaguatórios com antissépticos sendo essencial que os acadêmicos de odontologia e os cirurgiõesdentistas tenham domínio da composição química da ação farmacológica dos efeitos colaterais e de possível ameaça de risco à saúde que os princípios ativos e as substâncias complementares são capazes de produzir Palavraschave Antissépticos bucais Clorexidina Cetilpiridínio Triclosan Óleos essenciais Abstract Introduction As often in the chemical control of dental plaque the mouthwashes constitute the simplest means of transmission of antiseptic substances and recommended their prescription regarding the prevention and treatment of specific diseases notably caries and periodontal disease Objective This study aims to describe the antiseptic components that make up the mouthwashes outlining their mechanisms of action and side effects Methodology With reference to the scientific literature a systematic review was conducted on the topic by consulting the databases of the Virtual Health Library LILACS and SciELO Results In the formulation of mouthwashes the active ingredients are highlighted with antiseptic activity chlorhexidine cetylpyridinium chloride gantrez triclosan and essential oils thymol menthol eucalyptol and methyl salicylate diluted in water or alcohol To these drugs are added various substances including sodium benzoate sweeteners xylitol or sucrose for example propylene glycol EDTA poloxamer sodium hydroxide sodium lauryl sulfate polyethylene glycol and flavors Conclusion Important for the preservation of oral health is the indication under supervision of rinses with antiseptic and it is essential that the dental students and dentists have the control of chemical composition pharmacological action side effects and possible threat health risk that the active ingredients and the complementary substances are capable of producing Keywords Mouthwashes Chlorhexidine Cetylpyridinium Triclosan Oils volatile ENXAGUATÓRIOS BUCAIS COM ANTISSÉPTICOS CONSIDERAçÕES PRELIMINARES Tendo em consideração a limitação dos métodos me cânicos de higiene e a eficácia farmacológica dos agentes antimicrobianos visando a prevenção e o tratamento de infecções orais é que surgiram no mercado os antissép ticos bucais também conhecidos como colutórios ou enxaguatórios Os enxaguatórios bucais representam o meio mais simples para veiculação de substâncias antis sépticas ANDRADE etal 2011 O uso dos enxaguatórios bucais tem sido frequente mente indicado no controle químico da placa bacteriana estrutura caracterizada como sendo uma massa densa não calcificada que serve como um depósito bacteriano e que se encontra aderida ao dente à película adquirida aos cálculos dentais e às outras estruturas presentes na cavidade oral MARINHO ARAÚJO 2007 Além do mais têm indicação de uso para situações específicas entre os quais os processos inflamatórios e infecciosos instalados na região bucofaríngea BAUROTH et al 2003 Correspondência Correspondence Maria Thereza Barral Araújo Laboratório de Bioquímica Oral Departamento de Biofunção Instituto de Ciências da Saúde Universidade Federal da Bahia Avenida Miguel Calmon snº 4º andar Sala 400 Vale do Canela Salvador BA CEP 40110100 Email danilobarral81hotmailcom ARTIGO DE REVISÃO ISSN 16775090 2015 Revista de Ciências Médicas e Biológicas 89 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Saúde bucal a importância dos enxaguatórios com antissépticos Os enxaguatórios bucais correspondem ao meio mais simples para veiculação de substâncias antissépticas Estes veículos são empregados como facilitadores da dissemi nação de compostos medicamentosos ativos destinados ao tratamento de afecções específicas como a cárie e a doença periodontal além de serem coadjuvantes dos procedimentos mecânicos de escovação BAUROTH et al 2003 BUGNO et al 2006 NASCIMENTO et al 2008 O conhecimento pleno dos princípios ativos assegura a prescrição desses agentes de forma individual ou combi nada frente às diferentes situações clínicas em que pese o fato da disponibilidade e indiscriminação nas vendas serem fatores predisponentes da automedicação o que pode implicar no surgimento de efeitos colaterais e riscos à saúde como destacam Tavares Martinez Gissoni 2008 Os enxaguatórios são constituídos por uma mistura contendo o componente ativo frequentemente antimi crobiano água eou álcool surfactantes umectantes e fla vorizantes TORRES et al 2000 RANDOM FATAHZADEH 2015 Entre os agentes farmacológicos antimicrobianos mais utilizados encontramse clorexidina cloreto de cetilpiridínio e triclosan além dos óleos essenciais BUG NO et al 2006 MARINHO ARAÚJO 2007 MOREIRA et al 2009 ARAÚJO et al 2012 A maioria dos agentes antimicrobianos veiculados no mercado promovem o rompimento da parede celular vindo a inibir dessa forma os complexos enzimáticos o que culmina no comprome timento das atividades metabólicas bacterianas SEGURA 1999 BUGNO et al 2006 Muito embora tais princípios ativos tenham ação bactericida e bacteriostática seja de maior ou menor intensidade levando habitualmente a que segmentos significativos da sociedade creiam que somente sua utilização é suficiente para assegurar uma higiene oral satisfatória é de extrema relevância que os profissionais de odontologia chamem a atenção dos seus pacientes e informem sobre a realização da higiene bucal adequada uma vez que os enxaguatórios são coadjuvantes profilá ticos MARINHO ARAÚJO 2007 O interesse profissional pela importância dos enxaguatórios bucais certamente poderá influenciar a qualidade desses produtos químicos colocados frequentemente à disposição da sociedade pela indústria farmacêutica transcendendose assim a visão de que não se trata de simples artigos de perfumaria conforme registram com propriedade Tavares Martinez e Gissoni 2008 Um agente antimicrobiano ideal deve possuir po tencial antiplaca tendo que obrigatoriamente causar redução da adesividade bacteriana às superfícies dentais e mucosas orais inibição do crescimento da proliferação dos microrganismos inibição da formação da matriz inter celular da placa modificação do bioquimismo bacteriano a fim de reduzir a formação de produtos citotóxicos e modificação da ecologia do biofilme com vistas ao de senvolvimento de uma microflora oral menos patogênica MOREIRA et al 2009 Os agentes catiônicos clorexidina e o cloreto de cetil piridíneo GALLITSCHKE et al 2004 ARAÚJO et al 2012 são em geral mais potentes que os outros tipos uma vez que se ligam imediatamente a superfície bacteriana carregada negativamente enquanto que o triclosan e os compostos fenólicos óleos essenciais timol eucaliptol e mentol são agentes não iônicos GONÇALVES PINTO 2013 CLREXIDINA Dentre os compostos citados a clorexidina é o antis séptico ativo mais utilizado no controle da placa bacte riana SEGURA 1999 BUGNO et al 2006 DANTAS et al 2007 MARINHO ARAÚJO 2007 PIRES ROSSA JUNIOR PIZZOLITTO 2007 NASCIMENTO et al 2008 daí ser considerado como padrãoouro em comparação com os demais agentes químicos que apresentam ação similar devido ao efeito farmacológico capaz de provocar inibição do biofilme dental SEMENOFF SEMENOFFSEGUNDO BIASOLI 2008 Umas das principais vantagens do uso desse fármaco habitualmente na concentração de 012 é o amplo espectro antimicrobiano que alcança uma vez que age sobre os microrganismos grampositivos e gramnegativos além da substantividade prolongada e contínua apesar da presença de sangue e dos demais fluidos corporais SEMENOFF SEGUNDO et al 2007 Tratase de um quimioterápico constituído de dois anéis fenólicos clorados e dois grupos bisbiguanidas interliga dos simetricamente através de uma cadeia hexametilê nica Figura 1 BUGNO etal 2006 DANTAS etal 2007 NASCIMENTO etal 2008 Figura 1 Gluconato de clorexidina N Nhexane16diylbis N4chlorophenylimidodicarbo nimidic diamide Fonte httpptwikipediaorgwikiGluconatodeclorexidina Sendo considerado um agente estável uma vez ingerido é excretado pelas vias normais ficando apenas uma pequena porcentagem retida no organismo o que 90 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Danilo Barral de Araújo et al não implica em toxicidade BAMBACE et al 2003 NAS CIMENTO et al 2008 O mecanismo de ação é iniciado a partir da ligação entre este antisséptico e a parede celular bacteriana em função da possibilidade de adsorção das cargas positivas desta molécula às cargas negativas das superfícies bacterianas Este fenômeno tornaa mais permeável permitindo a penetração deste agente ao meio citoplasmático e consequentemente causando o rompimento da membrana celular com extravasamento das estruturas celulares do microrganismo KOCAK et al 2009 MOREIRA et al 2009 ARAÚJO et al 2012 Apesar da eficiência da clorexidina esta substância apresenta efeitos colaterais entre os quais se destacam a pigmenta ção dos dentes e da língua além de alterações sensitivas e gustativas DANTAS et al 2007 PIRES ROSSA JUNIOR PIZZOLITTO 2007 ARAÚJO et al 2012 Outro agente antimicrobiano frequentemente empregado na forma de bochechos é o cloreto de cetil piridínio que recebe também a designação de cloreto de hexadecilpiridínio Figura 2 BAPTISTA ARAÚJO MONTENEGRO 2003 Quimicamente este agente é classificado como um composto de amônia quaternária monocatiônico TORRES et al 2000 ARAÚJO et al 2012 SEMENOFF SEMENOFFSEGUNDO BIASOLI 2008 MO REIRA et al 2009 e tensoativo que age principalmente sobre as bactérias grampositivas e leveduras BUGNO et al 2006 MOREIRA et al 2009 Figura 2 Cloreto de cetilpiridínio 1Hexadecylpyridinium chloride Fonte httpptwikipediaorgwikiCloretodecetilpiridC3ADnio Quanto ao raio de ação do cloreto de cetilpiridínio BaQuanto ao raio de ação do cloreto de cetilpiridínio Baptista Araújo Montenegro 2003 discordam de Moreira et al 2009 que admitem a possibilidade deste fármaco agir apenas sobre as bactérias gram positivas Os primeiros afirmam que este agente possui um raio de ação maior uma vez que afeta não somente as bac térias geram positivas como também as bactérias gram negativas e as leveduras No entanto seu mecanismo de ação é consensual entre os autores uma vez que se admite que o efeito deste antisséptico esteja relacio nado ao aumento da permeabilidade da parede celular bacteriana condição que favorece a lise diminuindo o metabolismo inibindo o crescimento celular e conse quente morte uma vez que compromete a habilidade do microrganismo em aderir à superfície dentária TOR RES et al 2000 MARINHO ARAÚJO 2007 SEMENOFF SEMENOFFSEGUNDO BIASOLI 2008 MOREIRA et al 2009 ALVES et al 2012 O potencial de diminuição do metabolismo bacteria no e a consequente redução de aderência às mucosas são propriedades atribuídas a este agente antimicrobiano na concentração de 005 por sinal encontrada na maioria dos produtos comerciais O cloreto de cetilpiridínio pode ter sua eficácia ampliada se associado a outros agentes antimicrobianos como é o caso das soluções de clorexidi na YÉVENES 2009 em que pese a ocorrência de efeitos adversos podendo incluir o manchamento dentário e sensação de ardência na boca TORRES et al 2000 Alves etal 2012 afirmam que apesar da evidência científica ser escassa a utilização de enxaguatórios conten do cloreto de cetilpiridínio como complemento às formas mecânicas de higiene oral parece fornecer um pequeno mas significativo benefício na redução da placa bacteriana e da inflamação gengival se comparado com a escovação ou escovação seguida de bochechos com placebo TRICLOSAN GANTREZ O triclosan é um fármaco de comprovado poder contra a placa bacteriana além de possuir atividade antiinfla matória Tratase de um antisséptico de amplo espectro e baixa toxicidade muito utilizado inclusive na cosme tologia há mais de 20 anos Esta substância é classificada como um bisfenol sintético aniônico e lipossolúvel Figura 3 segundo NogueiraFilho Toledo Cury 1997 Torres et al 2000 Marinho Araújo 2007 Pires Rossa Junior Pizzolitto 2007 Semenoff Segundo et al 2007 Moreira et al 2009 Figura 3 Triclosan 5cloro224diclorofenoxifenol Fonte httpptwikipediaorgwikiTriclosan É mais frequentemente utilizado na composição dos enxaguatórios bucais na concentração de 003 ZANIN et al 2007 A ação deste composto baseiase na desor ganização da membrana plasmática através do aumento de sua permeabilidade e inibição da atividade das enzimas do tipo tripsina modificando assim o transporte celular e impedindo o adequado metabolismo e reprodução das células bacterianas evento que parece não implicar no desequilíbrio da microflora bucal NASCIMENTO et al 1992 NOGUEIRAFILHO TOLEDO CURY 1997 TORRES et al 2000 MOREIRA et al 2009 Possui amplo espectro antimicrobiano age contra as bactérias grampositivas e gramnegativas demonstra efetividade contra o gênero mycobacterium as bactérias anaeróbias assim como 91 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Saúde bucal a importância dos enxaguatórios com antissépticos os esporos e os fungos da espécie candida MARINHO ARAÚJO 2007 BUGNO et al 2006 TORRES et al 2000 MOREIRA et al 2009 Por se tratar de um agente de carga aniônica o triclo san apresenta baixa substantividade quando incorporado aos enxaguatórios bucais assim no intuito de sanar esta deficiência podem ser comumente associados a este agen te antimicrobiano os copolímeros sendo o mais frequen te o gantrez Este copolímero visa a potencializar a ação do triclosan visto que aumenta sua retenção na cavidade oral e consequentemente seu tempo de ação Portanto sua eficácia baseiase no aumento da biodisponibilidade ou seja na possibilidade de manter a concentração deste agente na camada limite de difusão encontrada na mucosa bucal e na superfície dental NOGUEIRAFILHO TOLEDO CURY 1997 TORRES et al 2000 MARINHO ARAÚJO 2007 PIRES ROSSA JUNIOR PIZZOLITTO 2007 SEMENOFF SEGUNDO et al 2010 Podese afirmar que devido à maior biodisponibilidade o triclosan consegue reduzir a placa bacteriana em torno de 22 e a gengivite em 25 ação esta facilitada mais ainda pelo baixo teor de álcool presente na formulação o que confere a manu tenção do pH em torno de 68 apesar das restrições que se possa fazer ao álcool ZANIN et al 2007 ÓLEOS ESSENCIAIS Além dos produtos antimicrobianos mencionados constatase a veiculação cada vez mais frequente de enxaguatórios bucais contendo os óleos essenciais timol eucaliptol e mentol compostos que uma vez associados ao salicilato de metila apresentam poder antibacteriano Figura 4 DEL POZO IRIARTE 1962 Timol 2Isopropyl5methylphenol Mentol 1R2S5R2isopropyl5 methylcyclohexanol Eucaliptol Salicilato de metila 133Trimethyl2oxabicyclo222octane Figura 4 Óleos essenciais Estas substâncias são classificadas quimicamente como compostos fenólicos não possuem carga têm baixa substantividade e alta capacidade de interação com determinados componentes da placa bacteriana O meca nismo de ação destes óleos baseiase no poder de alterar a higidez da parede celular agindo particularmente sobre as bactérias grampositivas e as leveduras Apresentam efeitos adversos tais como sensação de sabor ardido e queimação TORRES et al 2000 MARINHO ARAÚJO 2007 BUGNO et al 2006 MOREIRA et al 2009 A fim de interferir na formação dos cristais de fosfato de cálcio no crescimento dos cristais e na mineralização da placa bacteriana minimizando dessa forma a formação de tártaro mais recentemente vem sendo acrescentado a este produto o cloreto de zinco TORRES et al 2000 RANDOM FATAHZADEH 20062015 A ADIçÃO DO FLUORETO AOS ANTISSÉPTICOS BUCAIS É relevante o registro da incorporação do fluoreto aos enxaguatórios contendo produtos antibacterianos uma vez que este íon exerce importante papel na preservação da saúde bucal em face da capacidade de interferir na dinâmica da cárie dental NASCIMENTO et al 1992 MOI TENUTA CURY 2008 Enquanto que a ação cariostática do fluoreto decorre da capacidade deste íon de interferir no equilíbrio ecológico da placa bacteriana sua ação protetora do esmalte resulta da rápida deposição do mesmo na superfície dental devido ao pH relativamente baixo destes enxaguatórios O fluoreto ao provocar a inibição de enzimas glicolíticas bacterianas presentes na placa dental humana promove o bloqueio do metabolis mo dos carboidratos e reduz a acidogênese bacteriana consequentemente contribui sobremaneira para esta bilizar molecularmente o esmalte dentário condição que assegura o enfrentamento das fases de desmineralização decorrente de eventuais quedas de pH sem maiores con sequências para esta estrutura Em paralelo interfere na biossíntese dos polissacarídeos responsáveis pela adesão dos microrganismos nas superfícies dentárias e contribui principalmente para a remineralização do esmalte TOR RES et al 2000 LIMA et al 2005 PRODUTOS QUÍMICOS COMPLEMENTARES DOS ENXAGUATÓRIOS Além dos princípios ativos descritos diversas subs tâncias químicas são incorporadas na formulação dos enxaguatórios bucais para cumprir as mais diversas fina lidades Entre esses produtos se destacam benzoato de sódio adoçante tipo sacarina ou xilitol propilenoglicol EDTA dissódico poloxâmero hidróxido de sódio lauril sulfato de sódio polietilenoglicol aromatizante água e ou álcool ZANIN et al 2007 Várias dentre as substân cias citadas devem ser cuidadosamente observadas em virtude do risco que podem trazer à saúde conforme se discutirá ao longo deste trabalho Conhecendose a composição dos diversos enxagua tórios seus mecanismos de ação as concentrações dos 92 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Danilo Barral de Araújo et al princípios ativos as propriedades farmacológicas e os efeitos colaterais poderseá fazer a escolha considera da mais indicada para cada situação clínica orientando de forma correta os pacientes Com base num estudo transversal realizado com 165 cirurgiõesdentistas na cidade de Fortaleza Ceará excluídos os especialistas em Periodontia Gonçalves et al 2010 constataram haver falta de preparo acadêmico dos profissionais entrevista dos quanto à indicação e prescrição dos enxaguatórios bucais Estes pesquisadores concluíram ainda que as constantes modificações realizadas nas fórmulas pelos fa bricantes dificultam a correta prescrição com o agravante da literatura científica não relatar trabalhos que avaliem o conhecimento do cirurgiãodentista sobre a prescrição desses compostos químicos que auxiliam no controle do biofilme dentário Dessa forma não se pode esquecer que os enxagua tórios bucais sendo produtos livremente comercializados em supermercados drogarias e farmácias a influência do mercado a expressiva diferença dos preços praticados aliados à maciça divulgação midiática desses produtos exige dos profissionais o conhecimento pleno desses fármacos com vistas às orientações que devem ser pres tadas à sociedade CONSIDERAçÕES FINAIS Com base nos diversos aspectos tratados nesse texto podese concluir como relevante a ação farmacológica dos enxaguatórios bucais no controle químico da placa bacteriana e na intervenção dos processos inflamatórios e infecciosos instalados na cavidade bucal independente de serem coadjuvantes dos procedimentos mecânicos de escovação Concluise também ser fundamental que o cirurgiãodentista tenha pleno domínio da composição química e dos efeitos que os princípios ativos integrantes dos enxaguatórios são capazes de produzir em virtude das potencialidades farmacológicas da clorexidina do cloreto de cetilpiridínio do triclosan gantrez e dos óleos essenciais assim como dos excipientes e dos demais componentes utilizados na constituição dos mesmos O domínio do conhecimento científico dos enxaguatórios bucais com antissépticos deve ser construído a partir dos primeiros semestres dos cursos de graduação em Odon tologia a fim de que se possa contribuir para a redução ou até mesmo a supressão do uso indiscriminado desses produtos medicamentosos sem a devida supervisão pro fissional como acontece atualmente Enfim a eficácia da intervenção do cirurgiãodentista certamente prevenirá o surgimento de efeitos colaterais e reduzirá a probabili dade de riscos à saúde REFERÊNCIAS 1 ALVES D et al Cloreto de cetilpiridínio revisão da literatura Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac Porto v 53 n 3 p 181189 2012 2 ANDRADE I P et al Concentração inibitória mínina de antissépticos bucais em microrganismos da cavidade oral Rev Bras Pesq Saúde Vitória v 13 n 3 p 1016 2011 3 ARAUJO D B et al Mouthrinses active ingredients pharma cological properties and indications RGO Porto Alegre v60 n3 p 349357 2012 4 BAMBACE A M J et al Eficácia de soluções aquosas de clorexidina para a desinfecção de superfícies Rev biociênc Taubaté v 9 n 2 p 7381 2003 5 BAPTISTA P C S ARAÚJO A N MONTENEGRO M C B S M Determinação potenciométrica em fluxo de cloreto de cetilpiridínio em desinfectantes bucais Qím nova v 26 n 4 p 475478 2003 6 BAUROTH K et al The efficacy of an essential oil antiseptic mouth rinse vs dental floss in controlling interproximal gingivitis a comparative study J am dent assoc Chicago v 134 n 3 p 359365 2003 7 BUGNO A et al Enxaguatórios bucais avaliação da eficácia anti microbiana de produtos comercialmente disponíveis Rev Inst Adolfo Lutz São Paulo v 65 n 1 p 405 2006 8 CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO Disponível em httpptwikipedia orgwikiCloretodecetilpiridC3ADnio Acesso 8 de maio de 2015 9 DANTAS E M et al Pigmentação dentária por clorexidina relato de caso clínico Odontologia ClínCient Recife n 6 v 2 p 175178 2007 10 DEL POZO A IRIARTE E G Enciclopedia Farmacéutica Drogas y Productos Químicos Barcelona Científico Médica 1962 1139 p 11 GALLITSCHKE N et al Inhibition of interproximal plaque metabo lism using CPC mouthrinse J clin dent Yardley v 15 p 5965 2004 12 GLUCONATO DE CLOREXIDINA Disponível em httpptwikipedia orgwikiGluconatodeclorexidina Acesso em 8 de maio de 2015 13 GONÇALVES E A PINTO A P F Avaliação da eficácia antimicrobia na dos enxaguatórios bucais contendo como princípios ativos o triclosan cloreto de cetilpiridínio e óleos essenciais HU Rev Juiz de Fora v 39 n 34 p 4550 2013 14 GONÇALVES E M et al Grau de conhecimento dos cirurgiões dentistas na prescrição de colutórios e dentifrícios Periodontia Rio de Janeiro v 20 n 4 p 5155 2011 15 KOCAK M M et al Comparison of the Efficacy of Three Different Mouthrinse Solutions in Decreasing the Level of Streptococcus Mutans in Saliva Eur j dent Mumbai v 3 n 1 p 5761 2009 16 LIMA A L et al Análise do pH e da viscosidade de enxaguatórios bucais fluoretados disponíveis comercialmente na cidade de João PessoaPB Pesqui bras odontoped clin integr João Pessoa v 5 n 3 p 223228 2005 17 MARINHO B V S ARAÚJO A C S O uso dos enxaguatórios bucais sobre a gengivite e o biofilme dental Int j dent Recife v 6 n 4 p 124131 2007 18 MOI G P TENUTA L M A CURY J A Anticaries potential of a fluoride mouthrinse evaluated in vitro by validated protocols Braz dent j Ribeirão Preto v 19 n 2 p 9196 2008 19 MOREIRA A C A et al Avaliação in vitro da atividade antimicro biana de antissépticos bucais Rev ciênc méd biol Salvador v 8 n 2 p 153161 2009 20 NASCIMENTO A P et al Efficacy of mouthrinse spray in inhibiting 93 Rev Ciênc Méd Biol Salvador v 14 n 1 p 8893 janabr 2015 Saúde bucal a importância dos enxaguatórios com antissépticos cariogenic biofilm formation on toothbrush bristles Braz j oral sci Piracicaba v 7 n 24 p 19891992 2008 21 NOGUEIRAFILHO G R TOLEDO S CURY J A Avaliação do efeito de um dentifrício contendo triclosangantrez zincopirofosfato na gengivite experimental em humanos Periodontia Rio de Janeiro v 6 p 2024 1997 Suplemento 22 PIRES J R ROSSA JUNIOR C PIZZOLITTO A C In vitro antimicrobial efficiency of a mouthwash containing triclosangantrez and sodium bicar bonate São Paulo Braz oral res São Paulo v 21 n 4 p 342347 2007 23 RANDON N FATAHZADEH M Oral Rinses Mouth Rinses and Mouthwashes Consumer Guide to Dentistry 20062015 Disponível em httpwwwyourdentistryguidecomoralrinse Acesso 8 de maio de 2015 24 SEGURA M E Estudos dos compostos de inclusão tipo hospedeiro convidado entre a betaciclodextrina e a clorexidina avaliação in vitro 1999 101f Tese Doutorado em Odontologia Universidade de São Paulo São Paulo 1999 25 SEMENOFF SEGUNDO A et al Efetividade do Gluconato de Clo rexidina a 012 e do Digluconato de Clorexidina a 2 adquiridos em diferentes dentais e farmácias na cidade de Cuiabá sobre Cândida Albicans Periodontia Rio de Janeiro v 17 n1 p 4145 2007 26 SEMENOFF T A D V SEMENOFFSEGUNDO A BIASOLI E R Efetividade antimicrobiana in vitro de enxaguatórios bucais frente aos microrganismos Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeroginosa Rev odonto ciênc Porto Alegre v 23 n 4 p 351354 2008 27 TAVARES E MARTINEZ H GISSONI M Soluções químicas para uso tópico bucal classificação e advertências Rev bras odontol Rio de Janeiro v 65 n 1 p 3641 2008 28 TORRES C R G et al Agentes antimicrobianos e seu potencial de uso na odontologia Rev Fac Odontol São José Campos São José dos Campos v3 n2 p 4352 2000 29 TRICLOSAN Disponível em httpptwikipediaorgwikiTriclo san Acesso 8 de maio de 2015 30 YÉVENES I Comparison of mouthrinses containing chlorhexidine and other active agents with chlorhexidine mouthrinsegel effects on de novo plaque formation Rev odonto ciênc Porto Alegre v 24 n 4 p 345348 2009 31 ZANIN S M W et al Enxaguatório bucal princípios ativos e de senvolvimento de fórmula contendo extrato hidroalcoólico de Salvia officinalis L Visão Acadêmica Curitiba v 8 n 1 p 1924 2007 Submetido em 060415 Aceito em 130515 Questão 1 Clorexidina princípio ativo com ação antisséptica Sorbitol edulcorante Essência de hortelã flavorizante Agua destilada solvente qsp Questão 2 Para realizar a formulação de 012 pv de clorexidina Preciso saber quanto de clorexidina terá em 250mL de solução total qsp 012g 100mL X g 250mL X 03000g Ajustando para o teor eu tenho esse peso em um teor de 95 quanto tenho que pesar para chegar a 100 0300g 95 de teor X 100 X 03061g de clorexidina para realizar a formulação Questão 3 1 Separar os compostos clorexidina sorbitol essência de hortelã e água destilada e o material cálice de 250mL proveta de 20mL balança analítica bastão misturador embalagem para envase e etiqueta do produto espátula vidro relógio 2 Pesar 03061g de clorexidina com auxílio de uma espátula e vidro relógio em uma balança analítica 3 Adicionar 1500mL da solução de sorbitol com auxílio de uma proveta de 20mL a um cálice de 250mL 4 Adicionar a clorexidina pesada à solução de sorbitol contida no cálice em agitação com auxilio do bastão de vidro 5 Adicionar 23 gotas de essência de hortelã e agitar com o bastão de vidro 6 Adicionar a água destilada qsp até 250mL agitar vigorosamente com bastão de vidro 7 Transferir a solução do cálice para a embalagem de envase Fechar a embalagem adequadamente 8 Rotular a embalagem No rótulo precisa conter O modo de usar informado da receita a composição nome do farmacêutico manipulador e cadastro no Conselho regional de farmácia nome da farmácia de manipulação validade e modo de armazenamento