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Economia ·
Economia Brasileira Contemporânea
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Economia Teoria e Política 5a Edição ISBN 8586804762 Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou distribuída de qualquer forma ou por qualquer meio ou armazenada em um banco de dados ou sistema de recuperação sem o consentimento por escrito da Editora incluindo mas não limitado a qualquer rede ou outro dispositivo eletrônico de armazenamento ou transmissão ou difusão para ensino a distância Tradução do original em espanhol Economía teoría y política Copyright 2005 da 5a edição em espanhol por McGrawHillInteramericana de España S A U ISBN da obra original 8448198506 Todos os direitos reservados 2006 de McGrawHill Interamericana do Brasil Ltda Av Engenheiro Luís Carlos Berrini 1253 10o andar 04571010 São Paulo SP Brasil Diretorgeral Adilson Pereira Editora de Desenvolvimento Ada Santos Seles Preparação de Texto Maria Alice da Costa Editoração Eletrônica Crontec Layout da Capa CD Form S L Capa Rafael Alberti El Alba del Alhelí S L Madri Espanha Todos os direitos reservados Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Índice para catálogo sistemático 1 Economia Estudo e ensino 33007 Se você tem dúvidas críticas ou sugestões entre em contato pelo endereço eletrônico mhbrasilmcgrawhillcom Em Portugal use o endereço servicoclientesmcgrawhillcom Para contatar o Revisor e Adaptador escreva para carlosrobertopassosuolcombr Mochón Morcillo Francisco Economia teoria e política Francisco Mochón tradução Fátima Conceição Murad Leila de Barros Sheila Clara Dystyler Ladeira revisão técnica e adaptação Carlos Roberto Martins Passos São Paulo McGrawHill 2006 Título original Economía Teoría y Política 5 ed espanhola ISBN 8586804762 1 Economia 2 Economia Estudo e ensino I Passos Carlos Roberto Martins II Título 068613 CDD33007 244 CAPÍTULO 12 UMA VISÃO GLOBAL A MACROECONOMIA dições gerais que percebam na economia aumentando seu investimento quando suas previsões são favoráveis ou efetuando cortes quando são pessimistas Esses incentivos do ambiente macroeconômico com relação ao comportamento dos agentes privados da eco nomia são mais gerais do que os que determinam as ações da política econômica ver Seção 123 e tem tido impor tantes conseqüências na história econômica Assim nos momentos de um pessimismo acentuado como tem ocor rido em determinadas crises econômicas os agentes eco nômicos têm atuado deixando de lado as recomendações da política econômica considerando que as previsões das autoridades econômicas careciam de credibilidade ao não ajustarse à realidade que eles percebiam Para que os agentes ajam de acordo com os incentivos da política econômica e não com incentivos externos a ela é necessário que as autoridades econômicas realizem análises realistas e transmitam de forma adequada essas análises à população Mas além disso é fundamental que os cidadãos compreendam de maneira adequada a infor mação econômica e para isso é preciso certo nível de formação econômica 122 Os objetivos da macroeconomia Os economistas avaliam o funcionamento de uma econo mia com base no cumprimento de uma série de objetivos dos quais os três mais relevantes são alcançar 1 elevado nível e rápido crescimento da produção e do consumo 2 baixa taxa de desemprego e elevado emprego e 3 a estabilidade do nível de preços 1 O crescimento da produção Contar com abundante quantidade de bens e serviços é algo que todos os países desejam O indicador mais am plo da produção total de uma economia é o produto inter no bruto PIB que mede o valor de mercado de todos os bens e serviços fi nais que um país produz durante um ano O PIB pode ser expresso em termos reais ou nominais O PIB nominal é medido a preços correntes de mercado en quanto o PIB real é calculado a preços constantes O PIB real é um índice de volume ou quantidade de bens e servi ços produzidos2 Como veremos adiante se dividirmos o PIB nominal pelo PIB real obteremos o defl ator do PIB que é um indicador do nível geral de preços Mesmo que a evolução do PIB apresente fl utuações ao longo do tempo o normal nas economias avançadas é que estas ocorram em torno de uma tendência crescente Esse crescimento sustentado no longo prazo do PIB real e a conseqüente melhoria dos níveis de vida são conhecidos como crescimento econômico ver Capítulo 22 O PIB potencial é nível máximo do PIB que pode ser mantido com uma tecnologia e um volume de população dados sem acelerar a infl ação É considerado equivalente ao nível de produção correspondente à menor taxa sus tentada de desemprego ou taxa de desemprego natural O PIB potencial é o nível máximo de produção que a economia pode alcançar mantendo estáveis os preços O produto potencial depende da capacidade produtiva da economia que está determinada por sua vez pelos fa tores produtivos existentes e pela tecnologia disponível O PIB potencial geralmente apresenta um crescimento moderado e sustentado ao longo do tempo em razão dos aumentos na produtividade do trabalho e do capital e das mudanças da tecnologia O PIB efetivo no entanto expe rimenta contínuas e às vezes bruscas fl utuações cíclicas por causa em boa parte das alterações nos padrões de gasto Sobre a evolução do PIB efetivo podese promo ver mudanças de maneira bastante rápida por meio de al A função de produção de uma economia com um esto que de capital de 100 Kw100 permite alcançar níveis de produção signifi cativamente superiores aos de uma economia com um estoque de capital de Kw10 A pas sagem da posição A até B pode ser realizada no curto prazo enquanto a posição desde B até C só pode ser realizada no longo prazo Figura 121 A função de produção de uma economia Curto prazo Longo prazo Produto total y y f L K100 y f L K10 A C B 0 Quantidade de trabalho 2 O PIB real é medido multiplicandose as quantidades de bens e serviços por um conjunto fi xo de preços constantes enquanto o PIB nominal é calculado utilizandose preços correntes ECONOMIA TEORIA E POLÍTICA 245 terações na quantidade de moeda política monetária ou no gasto público ou nos impostos política fi scal Essas medidas de política econômica no entanto infl uenciam muito lentamente nas tendências da produção potencial 2 Baixa taxa de desemprego e nível elevado de emprego A variável macroeconômica que provavelmente os indiví duos mais sentem de forma direta é o emprego Quando se fi naliza o período de formação todos os indivíduos desejam encontrar rapidamente um bom emprego com um salário elevado boas condições de trabalho segurança no emprego e atraentes compensações extrasalariais Se essas condições se cumprem para a maioria das pessoas em condições de trabalhar a economia terá elevado nível de emprego A outra face da moeda é o desemprego Geralmente é medido pela taxa de desemprego que nos dá a porcen tagem da população ativa que está desempregada Como mostramos no Capítulo 10 a população ativa é formada por todas as pessoas ocupadas e desempregadas que estão procurando trabalho Taxa de desemprego Número de desempregados População ativa i 100 Da mesma forma que a diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial é um indicador da atividade econômica a taxa de desemprego tende a refl etir a situação do ciclo econômico quando a produção está crescendo a deman da de trabalho aumenta e a taxa de desemprego se reduz 3 A estabilidade do nível de preços Atingir infl ação baixa ou um nível geral de preços está vel é um objetivo macroeconômicochave pois os fortes crescimentos de preços distorcem as decisões econômi cas das empresas e dos indivíduos e portanto impedem uma alocação efi ciente dos recursos O indicador mais freqüente do índice geral de preços é o índice de preços de consumo IPC que mede o custo de um conjunto fi xo de bens geralmente adquiridos pelo consumidor médio As variações do nível de preços são conhecidas como taxa de infl ação que refl ete a taxa de crescimento ou o decréscimo do nível de preços de um ano em relação a outro3 ver Capítulo 13 O dilema que surge com a infl ação está em que quando esta é elevada seus efeitos são muito prejudiciais pois as medidas que devem ser tomadas para reduzila geralmente levam a contrair a atividade econômica e aumentar o desem prego Por isso com freqüência as autoridades econômicas procuram examinar os prós e os contras entre os objetivos em confl ito e estabelecer certo compromisso entre a infl ação e o desemprego ver Capítulo 19 Outros objetivos da política macroeconômica Além dos três objetivos comentados os responsáveis pela política econômica em geral dão atenção especial à evolução do défi cit público do défi cit externo e da taxa de câmbio O défi cit público O défi cit público medido como a diferença entre os gas tos públicos e as receitas públicas é um indicador do grau de equilíbrio ou desequilíbrio da atuação do setor público Conforme for a magnitude do défi cit público assim serão as necessidades de fi nanciamento das administrações pú blicas Quando esse défi cit for elevado também serão ele vadas as necessidades fi nanceiras do setor público o que pressionará as taxas de juros para cima o que incidirá de forma negativa sobre o investimento privado Portanto o défi cit público é outra variável que preocupa os responsá veis pela política econômica ver Capítulo 14 O défi cit externo O desequilíbrio nas transações com o resto do mundo é outra variávelchave da política macroeconômica As re lações de um país com o resto do mundo podem ser vistas no balanço de pagamentos Este por ser um documento contábil sempre está em equilíbrio Por essa razão o que interessa é o saldo de determinados grupos de transações Assim um défi cit no saldo da balança de transações correntes isto é quando as importações de bens e servi ços forem maiores que as exportações ver Capítulo 17 implica que o país em questão está absorvendo mais re cursos do que dispõe e precisará de empréstimos do resto do mundo para cobrir esse défi cit A taxa de câmbio A taxa de câmbio expressa o preço em unidades monetá rias nacionais de uma unidade de uma moeda estrangeira Nos últimos anos a variável taxa de câmbio gerou fortes incertezas Para tentar combater os efeitos negati vos das instabilidades cambiais a Comunidade Européia criou o Sistema Monetário Europeu SME que atuou como um sistema de câmbios semifi xos ver Capítulo 18 Conseqüentemente para a economia espanhola a taxa de câmbio se converteu em em uma variávelchave da política 3 A taxa de infl ação do ano de 2006 com relação ao IPC é expressa da seguinte forma Taxa de inflação PC IPC IPC 2006 2005 2005 i100 246 CAPÍTULO 12 UMA VISÃO GLOBAL A MACROECONOMIA econômica desde que a Espanha se integrou ao SME Em todo caso a partir do momento que a Espanha passou a fa zer parte em 1999 do grupo de países da UE que implan taram a moeda única o euro fl utua livremente em relação às outras moedas e é de responsabilidade do Banco Central Europeu Confl itos entre objetivos Um problema freqüente no momento de implementar as políticas macroeconômicas são os confl itos ou dilemas de escolha entre os diferentes objetivos Desses dilemas o mais conhecido e com freqüência o mais difícil de resol ver é o dilema da escolha entre o desemprego e a infl a ção Um desemprego e uma infl ação elevados produzem prejuízos econômicos e malestar político O problema está em que quando a produção aumenta a um ritmo ace lerado e o desemprego se reduz a situação tende a fazer que preço e salários se elevem Por sua vez se em razão do forte crescimento da atividade econômica as autori dades se vêem forçadas a tomar medidas contracionistas que freiem as tensões infl acionárias o desemprego tende rá a aumentar ver Capítulo 19 O dilema da escolha no curto prazo entre a infl ação e o desemprego denominase curva de Phillips Outro dilema aparece na instrumentação da política econômica no longo prazo O aumento da taxa de cresci mento da produção no longo prazo costuma requerer um aumento do investimento em capital e conhecimentos e para aumentar o investimento é necessário poupar e re duzir o consumo atual de bens e serviços como vestuário atividades de lazer ou viagens Não existe unanimidade entre os economistas para fa zer frente a esses dilemas Assim quanto ao enfoque que deve ser adotado diante de um elevado nível de desem prego fortes tensões infl acionárias ou um estancamento do crescimento as opiniões só podem ser encontradas entre os economistas 123 Os instrumentos da política macroeconômica Diante dos objetivos comentados os responsáveis pela política macroeconômica logicamente estarão interessa dos em alcançar um forte e sustentado crescimento da produção em reduzir a taxa de desemprego o máximo possível e em manter estável o nível geral de preços O problema é o que devem fazer as autoridades para alcan çar esses objetivos e que instrumentos de política econô mica que podem utilizar Um instrumento de política econômica é uma variável controlada pelas autoridades econômicas que pode infl uir em um ou mais objetivos Para analisar as características dos instrumentos vamos englobálos em duas grandes ca tegorias a política monetária e a política fi scal Ainda as sim formularemos uma série de comentários sobre outras políticas que as autoridades econômicas costumam utilizar como a política de oferta ou a política comercial A política monetária Os governos costumam recorrer à política monetária para tentar estabilizar a atividade econômica e evitar ou ao me nos atenuar os inconvenientes derivados dos ciclos econô micos Para isso controlam a evolução da quantidade de moeda o crédito e o funcionamento do sistema fi nanceiro Por meio do controle da quantidade de moeda o ban co central pode infl uir nas taxas de juros no investimento e portanto no PIB no nível geral de preços nas taxas de câmbio e conseqüentemente nas exportações líqui das ver Capítulo 19 nos preços das ações e nos preços das moradias Assim se a economia está sofrendo forte pressão de alta sobre os preços e se coloca em ação uma política monetária restritiva a redução da oferta monetária fará que as taxas de juros se elevem os investimentos sejam reduzidos e o PIB e a infl ação diminuam Caso contrário se a atividade econômica entrar em uma recessão4 o ban co central pode aumentar a oferta monetária e reduzir as taxas de juros para reativar a economia A política monetária mediante o controle da oferta monetária por parte do banco central e de sua capaci dade de incidir sobre a taxa de juros e as condições de crédito afeta o gasto dos setores da economia que são sensíveis às taxas de juros como o investimento em presarial o consumo e as exportações líquidas Dessa forma a política monetária infl ui não só no PIB efeti vo como também no PIB potencial e nos preços A política fi scal A política fi scal referese à utilização do gasto público e dos impostos para ajudar a determinar a distribuição dos recursos entre os bens privados e os coletivos Incide so 4 Uma recessão ocorre quando a produção real diminui durante um ou dois anos e se a diferença entre a produção efetiva e a potencial for pequena Se a produção diminui durante um longo período de tempo e existe uma grande diferença entre a produção efetiva e a potencial se diz que a economia está em depressão ver Capítulo 22 ECONOMIA TEORIA E POLÍTICA 247 bre as rendas e o consumo dos indivíduos além disso oferece incentivos para o investimento e para outras de cisões econômicas A política fi scal referese às decisões do governo sobre o nível do gasto público e os impostos O gasto público inclui dois tipos as compras do Estado ou seja o gasto em bens e serviços como a cons trução de estradas a compra de trens o pagamento aos funcionários etc e as transferências do Estado Estas au mentam as rendas de determinados grupos de indivíduos como os aposentados ou os desempregados Ao se deter minar a quantia e composição do gasto público determi namse também as dimensões relativas do setor público e do setor privado isto é que parte do PIB é consumida coletivamente e não de forma privada O gasto público é um dos componentes que integram o nível global de gasto da economia e um dos determinantes do nível do PIB Os impostos são o outro instrumento da política fi scal ver Seção 112 Eles incidem na economia de duas for mas Em primeiro lugar reduzindo as rendas dos indiví duos o que infl uencia tanto na quantidade que gastam em bens e serviços como na quantidade de poupança privada Dessa forma os impostos ao condicionar o consumo e a poupança privados infl uenciam na produção e no investi mento tanto no curto como no longo prazos Em segundo lugar os impostos incidem sobre os preços dos bens e dos fatores de produção afetando portanto os incentivos e o comportamento dos indivíduos Assim os impostos sobre a renda das pessoas físicas infl uem nos incentivos para trabalhar e poupar O mesmo podese dizer no caso das empresas os impostos sobre os lucros das sociedades in cidem nos incentivos destas para investir em novos bens de capital Isso explica por que os governos interessados em propiciar o crescimento econômico concedem às em presas deduções fi scais nos investimentos Outros Déficit público Déficit externo Taxa de câmbio POLÍTICAS INSTRUMENTAIS MACROECONOMIA OBJETIVOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA Política monetária Política fiscal Política cambial Políticas de oferta Crescimento do PIB Emprego Inflação Esquema 121 A macroeconomia em ação Forças internas do mercado Perturbações externas Políticas macroeconômicas MACROECONOMIA Crescimento Inflação Emprego e desemprego Déficit público Déficit externo Taxa de juros Taxa de câmbio FATORES DETERMINANTES RESULTADOS Esquema 122 O funcionamento da economia 248 CAPÍTULO 12 UMA VISÃO GLOBAL A MACROECONOMIA A política fi scal por meio do gasto público infl ui na magnitude relativa do consumo coletivo perante o consu mo privado mediante os impostos a política fi scal reduz as rendas e infl uencia no gasto e na poupança privados A política fi scal em razão de seu impacto sobre a poupança o investimento e os incentivos para trabalhar costuma ser utilizada para incidir no crescimento econômico Outras políticas macroeconômicas Nos parágrafos anteriores ao comentarmos os objetivos da política macroeconômica destacamos o equilíbrio do setor externo e da taxa de câmbio Todos os países encon tramse a cada dia mais envolvidos na economia mun dial e estão ligados com os demais países por meio do comércio e dos fl uxos fi nanceiros Os responsáveis pela política econômica vigiam a evolução de suas vendas de bens e serviços para o resto do mundo isto é as exporta ções e de suas compras de bens e serviços ou seja as im portações Uma variável especialmente relevante é o sal do ou a diferença entre o valor das exportações e o valor das importações conhecida como exportações líquidas Quando as exportações são maiores que as importações o saldo é positivo e há um superávit ao passo que se o saldo for negativo haverá um défi cit O comércio internacional propicia a efi ciência e por tanto estimula o crescimento econômico Nos últimos anos a diminuição dos custos em setores como o das telecomunicações e o dos transportes tem estimulado o comércio internacional processo que os países estão acolhendo favoravelmente por ser considerado um ins trumento para melhorar o nível de vida As autoridades econômicas se encarregam do setor externo mediante a política comercial e a gestão fi nan ceira internacional A política comercial por meio das tarifas cotas e outros mecanismos tenta estimular as exportações líquidas Na gestão fi nanceira internacional uma variávelchave é a taxa de câmbio Geralmente os países adotam como parte de sua política monetária di ferentes sistemas para regular seu mercado de divisas As políticas de taxas de câmbio são muito diferentes alguns países optam por deixar que as taxas de câmbio sejam determinadas pela oferta e pela demanda no mercado de divisas como é o caso dos países integrados na zona do euro enquanto outros estabelecem uma taxa de câmbio fi xa diante de outras moedas ver Capítulo 18 Os responsáveis pela política econômica também se preocupam com as condições de oferta da economia Esse tipo de iniciativa se integra no que denominamos políti cas de oferta ver Capítulos 19 e 20 Seu objetivo é pro piciar os incentivos ao trabalho e à produção bem como a incorporação de melhorias tecnológicas que elevem a efi ciência e a produtividade do trabalho Os resultados das políticas de oferta se concretizam em reduções da taxa de desemprego diminuições dos preços e aumentos na pro dutividade média do trabalho e no PIB potencial As políticas de oferta propiciam os incentivos ao trabalho e à produção bem como a incorporação de melhorias tecnológicas Demanda agregada Oferta agregada Consumo Investimento Gasto público e impostos Exportações líquidas Dinheiro Ativos financeiros Custos de produção Utilização da capacidade produtiva Capital trabalho Produtividade Tecnologia Produção Nível de preços Emprego Variáveis não financeiras Variáveis financeiras Margens de lucros e custos de produção Mercado de trabalho Esquema 123 As interrelações macroeconômicas a demanda e a oferta agregadas ECONOMIA TEORIA E POLÍTICA 249 Tal como foi assinalado modelar em Macroeconomia requer agre gar e introduzir suposições simplifi cadoras Vamos realizar esse processo de simplifi cação em duas etapas Em princípio os diver sos mercados da economia serão reduzidos a cinco tipos diferentes e posteriormente se reduzirão a um mediante o esquema de ofertas e de demandas agregadas Os cinco mercados homogêneos são Mercado de bens reais já produzidos ou bens de capital Mercado de bens reais de nova produção Mercado monetário Mercado de títulos Mercados de fatores de produção variáveis no curto prazo dos quais o mais importante é o mercado de trabalho No curto prazo os quatro primeiros mercados os dois de bens reais e os dois de bens fi nanceiros estão em equilíbrio conjunta mente sobre a função demanda agregada Cada ponto dessa função supõe um equilíbrio destes quatro mercados ao mesmo tempo No curto prazo o mercado de trabalho está em equilíbrio sobre a fun ção oferta agregada apesar de não existir pleno emprego Cada ponto da curva de oferta agregada supõe um equilíbrio no merca do de trabalho para um salário nominal e uma dotação de capital dados Se introduzirmos a hipótese de concorrência perfeita nos mercados de bens a curva de oferta agregada seria dada pela soma horizontal das curvas de oferta das empresas individuais ou seja coincidiria com a agregação de todas as curvas de custos marginais das empresas da economia Para avançar no processo de redução de todos os mercados da economia a um só no contexto do esquema ofertademanda agre gadas suponhamos que somente existam dois fatores de produção capital e trabalho sendo o trabalho o único fator variável no curto prazo enquanto o capital é variável no longo prazo O mercado de bens de capital ou bens reais já produzidos em períodos anteriores é um mercado estoque Se supusermos que as empresas possam ajustar otimamente seu capital por meio do inves timento ao nível desejado no período t de fato estamos defendendo que o mercado de bens de capital existentes no começo do período t estaria em equilíbrio no fi nal do período t Dessa forma no curto prazo poderíamos prescindir da análise de equilíbrio nesse mercado sempre que elaborarmos uma função de demanda de investimento Supondo que a riqueza fi nanceira real que um indivíduo man tém se distribua entre a demanda de dinheiro em termos reais e a demanda real de títulos resultará que se o mercado de dinheiro estiver em equilíbrio o de títulos também estará de forma que po demos analisar o equilíbrio de apenas um dos mercados Assim podemos nos focar na análise do mercado de dinheiro e prescindir do mercado de títulos Desse modo os mercados que vamos analisar ao longo do texto são apenas três o mercado de bens reais de nova produção Capítulo 14 o mercado de moeda Capítulos 15 e 16 e o merca do de trabalho Capítulo 19 Do equilíbrio conjunto dos dois primeiros mercados se deduz a função de demanda agregada e do equilíbrio do mercado de trabalho com ou sem pleno emprego se deduz a função de oferta agregada Nota Complementar 121 Do estudo de mercados relevantes ao equilíbrio macroeconômico 124 O modelo da oferta e da demanda agregadas Em qualquer economia a produção o emprego os preços e o crescimento econômico podem experimentar grandes osci lações sob a infl uência tanto da política econômica como das perturbações externas Partindo de uma perspectiva macroe conômica devemos nos perguntar sobre os mecanismos que explicam essas fl utuações Assim é interessante conhecer como as mudanças na quantidade de moeda nos impostos ou as variações dos preços das matériasprimas se transmi tem à produção e aos preços de varejo Mesmo assim seria interessante saber quais medidas os governos podem tomar para melhorar os resultados da economia No Esquema 122 se oferece uma visão geral da Macroeconomia de um lado são mostradas as principais variáveis por meio das quais se concretizam os resultados da situação da economia e do outro fi guram as forças ou determinantes macroeconômicos As variáveis objetivo ou resultados básicos são apre sentados no Esquema 122 ou seja o crescimento do pro duto nacional o nível de preços o desemprego o défi cit público medido pela diferença entre as receitas públicas e os gastos públicos o desequilíbrio externo e a taxa de câmbio ver Esquema 122 Esse grupo de variáveis especialmente as três pri meiras sintetiza o funcionamento da economia e con seqüentemente defi ne o bemestar econômico Os ha bitantes de determinado país medem seu bemestar econômico em função do volume de produção obtido do crescimento do país do número de postos de trabalho criados e da estabilidade dos preços Logicamente toda a economia também desejará manter certo equilíbrio em suas fi nanças públicas e em suas relações comerciais e fi nanceiras com o resto do mundo Por essas razões podese afi rmar que os resultados da economia são ava liados em função da evolução seguida pelas variáveis contidas no Esquema 122 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem Na Biblioteca Virtual da Instituição você encontra a obra na íntegra
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Índice para catálogo sistemático 1 Economia Estudo e ensino 33007 Se você tem dúvidas críticas ou sugestões entre em contato pelo endereço eletrônico mhbrasilmcgrawhillcom Em Portugal use o endereço servicoclientesmcgrawhillcom Para contatar o Revisor e Adaptador escreva para carlosrobertopassosuolcombr Mochón Morcillo Francisco Economia teoria e política Francisco Mochón tradução Fátima Conceição Murad Leila de Barros Sheila Clara Dystyler Ladeira revisão técnica e adaptação Carlos Roberto Martins Passos São Paulo McGrawHill 2006 Título original Economía Teoría y Política 5 ed espanhola ISBN 8586804762 1 Economia 2 Economia Estudo e ensino I Passos Carlos Roberto Martins II Título 068613 CDD33007 244 CAPÍTULO 12 UMA VISÃO GLOBAL A MACROECONOMIA dições gerais que percebam na economia aumentando seu investimento quando suas previsões são favoráveis ou efetuando cortes quando são pessimistas Esses incentivos do ambiente macroeconômico com relação ao comportamento dos agentes privados da eco nomia são mais gerais do que os que determinam as ações da política econômica ver Seção 123 e tem tido impor tantes conseqüências na história econômica Assim nos momentos de um pessimismo acentuado como tem ocor rido em determinadas crises econômicas os agentes eco nômicos têm atuado deixando de lado as recomendações da política econômica considerando que as previsões das autoridades econômicas careciam de credibilidade ao não ajustarse à realidade que eles percebiam Para que os agentes ajam de acordo com os incentivos da política econômica e não com incentivos externos a ela é necessário que as autoridades econômicas realizem análises realistas e transmitam de forma adequada essas análises à população Mas além disso é fundamental que os cidadãos compreendam de maneira adequada a infor mação econômica e para isso é preciso certo nível de formação econômica 122 Os objetivos da macroeconomia Os economistas avaliam o funcionamento de uma econo mia com base no cumprimento de uma série de objetivos dos quais os três mais relevantes são alcançar 1 elevado nível e rápido crescimento da produção e do consumo 2 baixa taxa de desemprego e elevado emprego e 3 a estabilidade do nível de preços 1 O crescimento da produção Contar com abundante quantidade de bens e serviços é algo que todos os países desejam O indicador mais am plo da produção total de uma economia é o produto inter no bruto PIB que mede o valor de mercado de todos os bens e serviços fi nais que um país produz durante um ano O PIB pode ser expresso em termos reais ou nominais O PIB nominal é medido a preços correntes de mercado en quanto o PIB real é calculado a preços constantes O PIB real é um índice de volume ou quantidade de bens e servi ços produzidos2 Como veremos adiante se dividirmos o PIB nominal pelo PIB real obteremos o defl ator do PIB que é um indicador do nível geral de preços Mesmo que a evolução do PIB apresente fl utuações ao longo do tempo o normal nas economias avançadas é que estas ocorram em torno de uma tendência crescente Esse crescimento sustentado no longo prazo do PIB real e a conseqüente melhoria dos níveis de vida são conhecidos como crescimento econômico ver Capítulo 22 O PIB potencial é nível máximo do PIB que pode ser mantido com uma tecnologia e um volume de população dados sem acelerar a infl ação É considerado equivalente ao nível de produção correspondente à menor taxa sus tentada de desemprego ou taxa de desemprego natural O PIB potencial é o nível máximo de produção que a economia pode alcançar mantendo estáveis os preços O produto potencial depende da capacidade produtiva da economia que está determinada por sua vez pelos fa tores produtivos existentes e pela tecnologia disponível O PIB potencial geralmente apresenta um crescimento moderado e sustentado ao longo do tempo em razão dos aumentos na produtividade do trabalho e do capital e das mudanças da tecnologia O PIB efetivo no entanto expe rimenta contínuas e às vezes bruscas fl utuações cíclicas por causa em boa parte das alterações nos padrões de gasto Sobre a evolução do PIB efetivo podese promo ver mudanças de maneira bastante rápida por meio de al A função de produção de uma economia com um esto que de capital de 100 Kw100 permite alcançar níveis de produção signifi cativamente superiores aos de uma economia com um estoque de capital de Kw10 A pas sagem da posição A até B pode ser realizada no curto prazo enquanto a posição desde B até C só pode ser realizada no longo prazo Figura 121 A função de produção de uma economia Curto prazo Longo prazo Produto total y y f L K100 y f L K10 A C B 0 Quantidade de trabalho 2 O PIB real é medido multiplicandose as quantidades de bens e serviços por um conjunto fi xo de preços constantes enquanto o PIB nominal é calculado utilizandose preços correntes ECONOMIA TEORIA E POLÍTICA 245 terações na quantidade de moeda política monetária ou no gasto público ou nos impostos política fi scal Essas medidas de política econômica no entanto infl uenciam muito lentamente nas tendências da produção potencial 2 Baixa taxa de desemprego e nível elevado de emprego A variável macroeconômica que provavelmente os indiví duos mais sentem de forma direta é o emprego Quando se fi naliza o período de formação todos os indivíduos desejam encontrar rapidamente um bom emprego com um salário elevado boas condições de trabalho segurança no emprego e atraentes compensações extrasalariais Se essas condições se cumprem para a maioria das pessoas em condições de trabalhar a economia terá elevado nível de emprego A outra face da moeda é o desemprego Geralmente é medido pela taxa de desemprego que nos dá a porcen tagem da população ativa que está desempregada Como mostramos no Capítulo 10 a população ativa é formada por todas as pessoas ocupadas e desempregadas que estão procurando trabalho Taxa de desemprego Número de desempregados População ativa i 100 Da mesma forma que a diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial é um indicador da atividade econômica a taxa de desemprego tende a refl etir a situação do ciclo econômico quando a produção está crescendo a deman da de trabalho aumenta e a taxa de desemprego se reduz 3 A estabilidade do nível de preços Atingir infl ação baixa ou um nível geral de preços está vel é um objetivo macroeconômicochave pois os fortes crescimentos de preços distorcem as decisões econômi cas das empresas e dos indivíduos e portanto impedem uma alocação efi ciente dos recursos O indicador mais freqüente do índice geral de preços é o índice de preços de consumo IPC que mede o custo de um conjunto fi xo de bens geralmente adquiridos pelo consumidor médio As variações do nível de preços são conhecidas como taxa de infl ação que refl ete a taxa de crescimento ou o decréscimo do nível de preços de um ano em relação a outro3 ver Capítulo 13 O dilema que surge com a infl ação está em que quando esta é elevada seus efeitos são muito prejudiciais pois as medidas que devem ser tomadas para reduzila geralmente levam a contrair a atividade econômica e aumentar o desem prego Por isso com freqüência as autoridades econômicas procuram examinar os prós e os contras entre os objetivos em confl ito e estabelecer certo compromisso entre a infl ação e o desemprego ver Capítulo 19 Outros objetivos da política macroeconômica Além dos três objetivos comentados os responsáveis pela política econômica em geral dão atenção especial à evolução do défi cit público do défi cit externo e da taxa de câmbio O défi cit público O défi cit público medido como a diferença entre os gas tos públicos e as receitas públicas é um indicador do grau de equilíbrio ou desequilíbrio da atuação do setor público Conforme for a magnitude do défi cit público assim serão as necessidades de fi nanciamento das administrações pú blicas Quando esse défi cit for elevado também serão ele vadas as necessidades fi nanceiras do setor público o que pressionará as taxas de juros para cima o que incidirá de forma negativa sobre o investimento privado Portanto o défi cit público é outra variável que preocupa os responsá veis pela política econômica ver Capítulo 14 O défi cit externo O desequilíbrio nas transações com o resto do mundo é outra variávelchave da política macroeconômica As re lações de um país com o resto do mundo podem ser vistas no balanço de pagamentos Este por ser um documento contábil sempre está em equilíbrio Por essa razão o que interessa é o saldo de determinados grupos de transações Assim um défi cit no saldo da balança de transações correntes isto é quando as importações de bens e servi ços forem maiores que as exportações ver Capítulo 17 implica que o país em questão está absorvendo mais re cursos do que dispõe e precisará de empréstimos do resto do mundo para cobrir esse défi cit A taxa de câmbio A taxa de câmbio expressa o preço em unidades monetá rias nacionais de uma unidade de uma moeda estrangeira Nos últimos anos a variável taxa de câmbio gerou fortes incertezas Para tentar combater os efeitos negati vos das instabilidades cambiais a Comunidade Européia criou o Sistema Monetário Europeu SME que atuou como um sistema de câmbios semifi xos ver Capítulo 18 Conseqüentemente para a economia espanhola a taxa de câmbio se converteu em em uma variávelchave da política 3 A taxa de infl ação do ano de 2006 com relação ao IPC é expressa da seguinte forma Taxa de inflação PC IPC IPC 2006 2005 2005 i100 246 CAPÍTULO 12 UMA VISÃO GLOBAL A MACROECONOMIA econômica desde que a Espanha se integrou ao SME Em todo caso a partir do momento que a Espanha passou a fa zer parte em 1999 do grupo de países da UE que implan taram a moeda única o euro fl utua livremente em relação às outras moedas e é de responsabilidade do Banco Central Europeu Confl itos entre objetivos Um problema freqüente no momento de implementar as políticas macroeconômicas são os confl itos ou dilemas de escolha entre os diferentes objetivos Desses dilemas o mais conhecido e com freqüência o mais difícil de resol ver é o dilema da escolha entre o desemprego e a infl a ção Um desemprego e uma infl ação elevados produzem prejuízos econômicos e malestar político O problema está em que quando a produção aumenta a um ritmo ace lerado e o desemprego se reduz a situação tende a fazer que preço e salários se elevem Por sua vez se em razão do forte crescimento da atividade econômica as autori dades se vêem forçadas a tomar medidas contracionistas que freiem as tensões infl acionárias o desemprego tende rá a aumentar ver Capítulo 19 O dilema da escolha no curto prazo entre a infl ação e o desemprego denominase curva de Phillips Outro dilema aparece na instrumentação da política econômica no longo prazo O aumento da taxa de cresci mento da produção no longo prazo costuma requerer um aumento do investimento em capital e conhecimentos e para aumentar o investimento é necessário poupar e re duzir o consumo atual de bens e serviços como vestuário atividades de lazer ou viagens Não existe unanimidade entre os economistas para fa zer frente a esses dilemas Assim quanto ao enfoque que deve ser adotado diante de um elevado nível de desem prego fortes tensões infl acionárias ou um estancamento do crescimento as opiniões só podem ser encontradas entre os economistas 123 Os instrumentos da política macroeconômica Diante dos objetivos comentados os responsáveis pela política macroeconômica logicamente estarão interessa dos em alcançar um forte e sustentado crescimento da produção em reduzir a taxa de desemprego o máximo possível e em manter estável o nível geral de preços O problema é o que devem fazer as autoridades para alcan çar esses objetivos e que instrumentos de política econô mica que podem utilizar Um instrumento de política econômica é uma variável controlada pelas autoridades econômicas que pode infl uir em um ou mais objetivos Para analisar as características dos instrumentos vamos englobálos em duas grandes ca tegorias a política monetária e a política fi scal Ainda as sim formularemos uma série de comentários sobre outras políticas que as autoridades econômicas costumam utilizar como a política de oferta ou a política comercial A política monetária Os governos costumam recorrer à política monetária para tentar estabilizar a atividade econômica e evitar ou ao me nos atenuar os inconvenientes derivados dos ciclos econô micos Para isso controlam a evolução da quantidade de moeda o crédito e o funcionamento do sistema fi nanceiro Por meio do controle da quantidade de moeda o ban co central pode infl uir nas taxas de juros no investimento e portanto no PIB no nível geral de preços nas taxas de câmbio e conseqüentemente nas exportações líqui das ver Capítulo 19 nos preços das ações e nos preços das moradias Assim se a economia está sofrendo forte pressão de alta sobre os preços e se coloca em ação uma política monetária restritiva a redução da oferta monetária fará que as taxas de juros se elevem os investimentos sejam reduzidos e o PIB e a infl ação diminuam Caso contrário se a atividade econômica entrar em uma recessão4 o ban co central pode aumentar a oferta monetária e reduzir as taxas de juros para reativar a economia A política monetária mediante o controle da oferta monetária por parte do banco central e de sua capaci dade de incidir sobre a taxa de juros e as condições de crédito afeta o gasto dos setores da economia que são sensíveis às taxas de juros como o investimento em presarial o consumo e as exportações líquidas Dessa forma a política monetária infl ui não só no PIB efeti vo como também no PIB potencial e nos preços A política fi scal A política fi scal referese à utilização do gasto público e dos impostos para ajudar a determinar a distribuição dos recursos entre os bens privados e os coletivos Incide so 4 Uma recessão ocorre quando a produção real diminui durante um ou dois anos e se a diferença entre a produção efetiva e a potencial for pequena Se a produção diminui durante um longo período de tempo e existe uma grande diferença entre a produção efetiva e a potencial se diz que a economia está em depressão ver Capítulo 22 ECONOMIA TEORIA E POLÍTICA 247 bre as rendas e o consumo dos indivíduos além disso oferece incentivos para o investimento e para outras de cisões econômicas A política fi scal referese às decisões do governo sobre o nível do gasto público e os impostos O gasto público inclui dois tipos as compras do Estado ou seja o gasto em bens e serviços como a cons trução de estradas a compra de trens o pagamento aos funcionários etc e as transferências do Estado Estas au mentam as rendas de determinados grupos de indivíduos como os aposentados ou os desempregados Ao se deter minar a quantia e composição do gasto público determi namse também as dimensões relativas do setor público e do setor privado isto é que parte do PIB é consumida coletivamente e não de forma privada O gasto público é um dos componentes que integram o nível global de gasto da economia e um dos determinantes do nível do PIB Os impostos são o outro instrumento da política fi scal ver Seção 112 Eles incidem na economia de duas for mas Em primeiro lugar reduzindo as rendas dos indiví duos o que infl uencia tanto na quantidade que gastam em bens e serviços como na quantidade de poupança privada Dessa forma os impostos ao condicionar o consumo e a poupança privados infl uenciam na produção e no investi mento tanto no curto como no longo prazos Em segundo lugar os impostos incidem sobre os preços dos bens e dos fatores de produção afetando portanto os incentivos e o comportamento dos indivíduos Assim os impostos sobre a renda das pessoas físicas infl uem nos incentivos para trabalhar e poupar O mesmo podese dizer no caso das empresas os impostos sobre os lucros das sociedades in cidem nos incentivos destas para investir em novos bens de capital Isso explica por que os governos interessados em propiciar o crescimento econômico concedem às em presas deduções fi scais nos investimentos Outros Déficit público Déficit externo Taxa de câmbio POLÍTICAS INSTRUMENTAIS MACROECONOMIA OBJETIVOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA Política monetária Política fiscal Política cambial Políticas de oferta Crescimento do PIB Emprego Inflação Esquema 121 A macroeconomia em ação Forças internas do mercado Perturbações externas Políticas macroeconômicas MACROECONOMIA Crescimento Inflação Emprego e desemprego Déficit público Déficit externo Taxa de juros Taxa de câmbio FATORES DETERMINANTES RESULTADOS Esquema 122 O funcionamento da economia 248 CAPÍTULO 12 UMA VISÃO GLOBAL A MACROECONOMIA A política fi scal por meio do gasto público infl ui na magnitude relativa do consumo coletivo perante o consu mo privado mediante os impostos a política fi scal reduz as rendas e infl uencia no gasto e na poupança privados A política fi scal em razão de seu impacto sobre a poupança o investimento e os incentivos para trabalhar costuma ser utilizada para incidir no crescimento econômico Outras políticas macroeconômicas Nos parágrafos anteriores ao comentarmos os objetivos da política macroeconômica destacamos o equilíbrio do setor externo e da taxa de câmbio Todos os países encon tramse a cada dia mais envolvidos na economia mun dial e estão ligados com os demais países por meio do comércio e dos fl uxos fi nanceiros Os responsáveis pela política econômica vigiam a evolução de suas vendas de bens e serviços para o resto do mundo isto é as exporta ções e de suas compras de bens e serviços ou seja as im portações Uma variável especialmente relevante é o sal do ou a diferença entre o valor das exportações e o valor das importações conhecida como exportações líquidas Quando as exportações são maiores que as importações o saldo é positivo e há um superávit ao passo que se o saldo for negativo haverá um défi cit O comércio internacional propicia a efi ciência e por tanto estimula o crescimento econômico Nos últimos anos a diminuição dos custos em setores como o das telecomunicações e o dos transportes tem estimulado o comércio internacional processo que os países estão acolhendo favoravelmente por ser considerado um ins trumento para melhorar o nível de vida As autoridades econômicas se encarregam do setor externo mediante a política comercial e a gestão fi nan ceira internacional A política comercial por meio das tarifas cotas e outros mecanismos tenta estimular as exportações líquidas Na gestão fi nanceira internacional uma variávelchave é a taxa de câmbio Geralmente os países adotam como parte de sua política monetária di ferentes sistemas para regular seu mercado de divisas As políticas de taxas de câmbio são muito diferentes alguns países optam por deixar que as taxas de câmbio sejam determinadas pela oferta e pela demanda no mercado de divisas como é o caso dos países integrados na zona do euro enquanto outros estabelecem uma taxa de câmbio fi xa diante de outras moedas ver Capítulo 18 Os responsáveis pela política econômica também se preocupam com as condições de oferta da economia Esse tipo de iniciativa se integra no que denominamos políti cas de oferta ver Capítulos 19 e 20 Seu objetivo é pro piciar os incentivos ao trabalho e à produção bem como a incorporação de melhorias tecnológicas que elevem a efi ciência e a produtividade do trabalho Os resultados das políticas de oferta se concretizam em reduções da taxa de desemprego diminuições dos preços e aumentos na pro dutividade média do trabalho e no PIB potencial As políticas de oferta propiciam os incentivos ao trabalho e à produção bem como a incorporação de melhorias tecnológicas Demanda agregada Oferta agregada Consumo Investimento Gasto público e impostos Exportações líquidas Dinheiro Ativos financeiros Custos de produção Utilização da capacidade produtiva Capital trabalho Produtividade Tecnologia Produção Nível de preços Emprego Variáveis não financeiras Variáveis financeiras Margens de lucros e custos de produção Mercado de trabalho Esquema 123 As interrelações macroeconômicas a demanda e a oferta agregadas ECONOMIA TEORIA E POLÍTICA 249 Tal como foi assinalado modelar em Macroeconomia requer agre gar e introduzir suposições simplifi cadoras Vamos realizar esse processo de simplifi cação em duas etapas Em princípio os diver sos mercados da economia serão reduzidos a cinco tipos diferentes e posteriormente se reduzirão a um mediante o esquema de ofertas e de demandas agregadas Os cinco mercados homogêneos são Mercado de bens reais já produzidos ou bens de capital Mercado de bens reais de nova produção Mercado monetário Mercado de títulos Mercados de fatores de produção variáveis no curto prazo dos quais o mais importante é o mercado de trabalho No curto prazo os quatro primeiros mercados os dois de bens reais e os dois de bens fi nanceiros estão em equilíbrio conjunta mente sobre a função demanda agregada Cada ponto dessa função supõe um equilíbrio destes quatro mercados ao mesmo tempo No curto prazo o mercado de trabalho está em equilíbrio sobre a fun ção oferta agregada apesar de não existir pleno emprego Cada ponto da curva de oferta agregada supõe um equilíbrio no merca do de trabalho para um salário nominal e uma dotação de capital dados Se introduzirmos a hipótese de concorrência perfeita nos mercados de bens a curva de oferta agregada seria dada pela soma horizontal das curvas de oferta das empresas individuais ou seja coincidiria com a agregação de todas as curvas de custos marginais das empresas da economia Para avançar no processo de redução de todos os mercados da economia a um só no contexto do esquema ofertademanda agre gadas suponhamos que somente existam dois fatores de produção capital e trabalho sendo o trabalho o único fator variável no curto prazo enquanto o capital é variável no longo prazo O mercado de bens de capital ou bens reais já produzidos em períodos anteriores é um mercado estoque Se supusermos que as empresas possam ajustar otimamente seu capital por meio do inves timento ao nível desejado no período t de fato estamos defendendo que o mercado de bens de capital existentes no começo do período t estaria em equilíbrio no fi nal do período t Dessa forma no curto prazo poderíamos prescindir da análise de equilíbrio nesse mercado sempre que elaborarmos uma função de demanda de investimento Supondo que a riqueza fi nanceira real que um indivíduo man tém se distribua entre a demanda de dinheiro em termos reais e a demanda real de títulos resultará que se o mercado de dinheiro estiver em equilíbrio o de títulos também estará de forma que po demos analisar o equilíbrio de apenas um dos mercados Assim podemos nos focar na análise do mercado de dinheiro e prescindir do mercado de títulos Desse modo os mercados que vamos analisar ao longo do texto são apenas três o mercado de bens reais de nova produção Capítulo 14 o mercado de moeda Capítulos 15 e 16 e o merca do de trabalho Capítulo 19 Do equilíbrio conjunto dos dois primeiros mercados se deduz a função de demanda agregada e do equilíbrio do mercado de trabalho com ou sem pleno emprego se deduz a função de oferta agregada Nota Complementar 121 Do estudo de mercados relevantes ao equilíbrio macroeconômico 124 O modelo da oferta e da demanda agregadas Em qualquer economia a produção o emprego os preços e o crescimento econômico podem experimentar grandes osci lações sob a infl uência tanto da política econômica como das perturbações externas Partindo de uma perspectiva macroe conômica devemos nos perguntar sobre os mecanismos que explicam essas fl utuações Assim é interessante conhecer como as mudanças na quantidade de moeda nos impostos ou as variações dos preços das matériasprimas se transmi tem à produção e aos preços de varejo Mesmo assim seria interessante saber quais medidas os governos podem tomar para melhorar os resultados da economia No Esquema 122 se oferece uma visão geral da Macroeconomia de um lado são mostradas as principais variáveis por meio das quais se concretizam os resultados da situação da economia e do outro fi guram as forças ou determinantes macroeconômicos As variáveis objetivo ou resultados básicos são apre sentados no Esquema 122 ou seja o crescimento do pro duto nacional o nível de preços o desemprego o défi cit público medido pela diferença entre as receitas públicas e os gastos públicos o desequilíbrio externo e a taxa de câmbio ver Esquema 122 Esse grupo de variáveis especialmente as três pri meiras sintetiza o funcionamento da economia e con seqüentemente defi ne o bemestar econômico Os ha bitantes de determinado país medem seu bemestar econômico em função do volume de produção obtido do crescimento do país do número de postos de trabalho criados e da estabilidade dos preços Logicamente toda a economia também desejará manter certo equilíbrio em suas fi nanças públicas e em suas relações comerciais e fi nanceiras com o resto do mundo Por essas razões podese afi rmar que os resultados da economia são ava liados em função da evolução seguida pelas variáveis contidas no Esquema 122 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem Na Biblioteca Virtual da Instituição você encontra a obra na íntegra