·
Letras ·
Literatura
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora
Recomendado para você
154
Lira dos Vinte Anos - Álvares de Azevedo
Literatura
UNILAB
132
Senhora - José de Alencar
Literatura
UNILAB
25
Análise Crítica da Obra de Álvares de Azevedo
Literatura
UNILAB
23
Análise das Figuras na Poesia de Gonçalves Dias e Outros Poetas
Literatura
UNILAB
16
Carta de José Alencar a Machado de Assis sobre Castro Alves
Literatura
UNILAB
21
O Indianismo na Prosa Romântica
Literatura
UNILAB
17
O Cego de Landim - Capítulo 1
Literatura
UNILAB
64
Ubirajara: A Terra e Seus Guerreiros
Literatura
UNILAB
10
Excertos de Álvaro de Campos: Reflexões sobre a Vida e o Ópio
Literatura
UNILAB
13
Ideias Fora do Lugar: A Escravidão e a Economia Política no Brasil
Literatura
UNILAB
Texto de pré-visualização
POESIAS AMERICANAS Les infortunes dun obscur habitant des bois auraientelles moindres de droits à nos pleurs que celles des autres hommes Chateaubriand CANÇÃO DO EXÍLIO Conheceste das Land wo die Citronen blühen Im dunkeln Laab die GoldOrangen grünen Kennst du es wohl Dahin dahin Möcht ich ziehn Goethe Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá Nosso céu tem mais estrelas Nossas várzeas têm mais flores 5 Nossos bosques têm mais vida Nossa vida mais amores Em cismar sozinho à noite Mais prazer encontro eu lá Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá Minha terra tem primores Que tais não encontro eu cá Em cismar sozinho à noite Mais prazer encontro eu lá Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá Não permita Deus que eu morra Sem que eu volte para lá Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá Sem quinda aviste as palmeiras Onde canta o Sabiá Coimbra Julho de 1843 O CANTO DO GUERREIRO I Aqui na floresta Dos ventos batida Facanhas de bravos Não geram escravos 6 Quem canta seus feitos Com mais energia Quem golpes daria Fatais como eu dou Guerreiros ouvime Quem há como eu sou V Na caça ou na lide Quem há que me afronte A onça raivosa Meus passos conhece O inimigo estremece E a ave medrosa Se esconde no céu Quem há mais valente Mais destro do que eu VI Se as matas estrujo Co os sons do Boré Mil arcos se encurvam Mil setas lá voam Mil gritos reboam Mil homens de pé Eis surgem respondem Aos sons do Boré Quem é mais valente Mais forte quem é 8 De todo não é Tal eles se escam Aos sons do Boré Guerreiros dizeime Tão forte quem é O CANTO DO PIAGA I Ó guerreiros da Taba sagrada Ó guerreiros da Tribo Tupi Falam Deuses nos cantos do Piaga Ó Guerreiros meus cantos ouvi Esta noite era a lua já morta Anhangá me vedava sonhar Eis na horrível caverna que habito Rouca voz começoume a chamar Abro os olhos inquieto medroso Manitôs que prodígios que vi Arde o pau de resina fumosa Não fui eu não fui eu que acendi Eles rebentam a meus pés um fantasma Um fantasma dimensa extensão Liso crânio repousa a meu lado Feia cobra se enrosca no chão O meu sangue gelouse nas veias Todo inteiro ossos carnes tremi Frio horror me coou pelos membros Frio vento no rosto senti Era feio medonho tremendo Ó Guerreiros o espectro que eu vi Falam Deuses nos cantos do Piaga Ó Guerreiros meus cantos ouvi II Por que dormes ó Piaga divino Começoume a Visão a falar Por que dormes O sacro instrumento De пер si já começa a vibrar Tu não viste nos céus um negrume Toda a face do sol ofuscar Não ouviste a coruja de dia Seus estrídulos torna soltar Tu não viste dos bosques a come Sem aragem vergarse e gemer Nem a lua de fogo entre nuvens Qual em vestes de sangue nascer E tu dormes ó Piaga divino E Anhangá te proíbe sonhar E tu dormes ó Piaga e não sabes E não podes augúrios cantar Ouve o anúncio do horrendo fantasma Ouve os sons do fiel Maracá Manitôs já fugiram da Taba Ó desgraça ó ruína ó Tupã III Pelas ondas do mar sem limites Basta selva sem folhas i ven Hartos troncos robustos gigantes Vossas matas tais monstros contêm Traz em cima dos cimos pendente Brenha espessa de vário cipó Dessas brenhas contêm vossas matas Tais e quais mas com folhas é só Negro monstro os sustenta por baixo Brancas asas abrindo ao tufão Como um bando de cândidas garças Que nos ares pairando lá vão Oh quem foi das entranhas das águas O marinho arcanjo arrancar Nossas terras demanda fareja Esse monstro O que vem cá buscar Não sabeis o que o monstro procura Não sabeis a quem vem o que quer Vem matar vossos bravos guerreiros Vem roubarvos a filha a mulher Vem trazervos crueza impiedade Dons cruéis do cruel Anhangá IV Vem quebrarvos a maça valente Profanar Manitôs Maracá Vem trazervos algumas pesadas Com que a tribu Tupi vai gemer Hãode os velhos servir em escravos Mesmo o Piaga ainda escravo há de ser Fugireis procurando um asilo Triste asilo por ínvio sertão Anhangá de prazer há de rirse Vendo os vossos quão poucos serão Vossos Deuses ó Piaga conjura Susta as iras do fero Anhangá Manitôs já fugiram da Taba Ó desgraça ó ruína ó Tupá Dailhe uma esmola dai de que vos serve Um óbolo mesquinho que não pode Sequer um dixe sem valor comprarvos Ah bela como sois que importam Custosas flores com que ornais a frente Para salvar do vórtice do crime O preço delas uma só da coisa Que sem valor julgardes é bastante Sabéis Além da vida além do campo Quando deixardes o oiropel na ladeira Quando subirdes do Senhor ao trono Sem andrados sequer também mendiga Ali tereis as lágrimas do pobre A bênção do afligido a prece ardente Do que sofrendo vos bendisse ó Dona Fechouse a porta festival sobre ela E a donzela se ergueu corou de pejo Lançando os olhos pela rua escusa E segura no andar e firme à porta Do palácio bateu entrou sumiuse E o anjo como alfito sob um peso Um gemido soltou era uma nota Melancólica e triste era um suspiro Mavioso de virgem um soído Sutil mimoso como dHarpa Éolia Que a brisa da manhã roçou medrosa Veludos sedas e costosas galas Tragavam senhores Reinava o jogo Avaro e grave leda e viva a dança Em vórtices griva a orquestra doce Cantava ocultas condenados bestias Em redor do banquete estavam muitos À emenda da estiva não tragando Sujos farrapos mais delgadas ideias Quando Brinde é canções e vivas À Deus airos de banquete todos Um um voz de ternura um mimo um gesto Cobijavam nativas é ali com ela Como um raio do sol por entre as nuvens Lá na quadra hibernal penetra a casa Quase sem vida sem calor sem força Menos brilhante vi seu anjo belo Nos curt nossos lábios da feliz mendiga Passava rápido um sorriso às aves Outra chorava no volver do rosto Na taça do prazer sorvendo o pranto Encontradas paíxões sentiu o anjo Parecia chorar coo seu sorriso Parecia sorrir coo choro dela Oh dias de sol formoso Oh noites dalmo luar Desertos de branca areia De vasta imensa extensão Onde livre corre a mente Livre bate o coração Onde a leda caravana Rasga o caminho passando Onde bem longe se escuta As vozes que vão cantando Onde longe inda se avista O turbanque muçulmano O Itagá recuardo Preso à cinta do Africano Onde o sol na areia ardente Se espelha como no mar Oh doces terras de Congo Doces terras dalémmar Quando a noite sobre a terra Desenrolava o seu véu Quando sequir uma estrela Não se pintava no céu Quando só se ouvia o sopro De mansa brisa fagueira Eu o aguardava sentada Debaixo da bananeira Minha Alsigá por que estremeces Por que me foges assim Não te partas não me fujas Que a vida me foge a mim Outro beijo acaso temes Expressão de amor ardente Quem o ouviu o som perdeuse No fragor desta corrente Assim praticando amigos A aurora nos vinha achar Oh doces terras de Congo Doces terras dalém mar Do ríspido senhor a voz irada Rábida soa Sem o pranto enxugar a triste escrava Pávida voa Mas era em mora por cismar na terra Onde nascera Onde vivera tão ditosa e onde Morrer devera Sofreu tormentos porque tinha um peito Quinda sentia Misera escrava não sofrer cruento Congo dizia
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora
Recomendado para você
154
Lira dos Vinte Anos - Álvares de Azevedo
Literatura
UNILAB
132
Senhora - José de Alencar
Literatura
UNILAB
25
Análise Crítica da Obra de Álvares de Azevedo
Literatura
UNILAB
23
Análise das Figuras na Poesia de Gonçalves Dias e Outros Poetas
Literatura
UNILAB
16
Carta de José Alencar a Machado de Assis sobre Castro Alves
Literatura
UNILAB
21
O Indianismo na Prosa Romântica
Literatura
UNILAB
17
O Cego de Landim - Capítulo 1
Literatura
UNILAB
64
Ubirajara: A Terra e Seus Guerreiros
Literatura
UNILAB
10
Excertos de Álvaro de Campos: Reflexões sobre a Vida e o Ópio
Literatura
UNILAB
13
Ideias Fora do Lugar: A Escravidão e a Economia Política no Brasil
Literatura
UNILAB
Texto de pré-visualização
POESIAS AMERICANAS Les infortunes dun obscur habitant des bois auraientelles moindres de droits à nos pleurs que celles des autres hommes Chateaubriand CANÇÃO DO EXÍLIO Conheceste das Land wo die Citronen blühen Im dunkeln Laab die GoldOrangen grünen Kennst du es wohl Dahin dahin Möcht ich ziehn Goethe Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá Nosso céu tem mais estrelas Nossas várzeas têm mais flores 5 Nossos bosques têm mais vida Nossa vida mais amores Em cismar sozinho à noite Mais prazer encontro eu lá Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá Minha terra tem primores Que tais não encontro eu cá Em cismar sozinho à noite Mais prazer encontro eu lá Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá Não permita Deus que eu morra Sem que eu volte para lá Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá Sem quinda aviste as palmeiras Onde canta o Sabiá Coimbra Julho de 1843 O CANTO DO GUERREIRO I Aqui na floresta Dos ventos batida Facanhas de bravos Não geram escravos 6 Quem canta seus feitos Com mais energia Quem golpes daria Fatais como eu dou Guerreiros ouvime Quem há como eu sou V Na caça ou na lide Quem há que me afronte A onça raivosa Meus passos conhece O inimigo estremece E a ave medrosa Se esconde no céu Quem há mais valente Mais destro do que eu VI Se as matas estrujo Co os sons do Boré Mil arcos se encurvam Mil setas lá voam Mil gritos reboam Mil homens de pé Eis surgem respondem Aos sons do Boré Quem é mais valente Mais forte quem é 8 De todo não é Tal eles se escam Aos sons do Boré Guerreiros dizeime Tão forte quem é O CANTO DO PIAGA I Ó guerreiros da Taba sagrada Ó guerreiros da Tribo Tupi Falam Deuses nos cantos do Piaga Ó Guerreiros meus cantos ouvi Esta noite era a lua já morta Anhangá me vedava sonhar Eis na horrível caverna que habito Rouca voz começoume a chamar Abro os olhos inquieto medroso Manitôs que prodígios que vi Arde o pau de resina fumosa Não fui eu não fui eu que acendi Eles rebentam a meus pés um fantasma Um fantasma dimensa extensão Liso crânio repousa a meu lado Feia cobra se enrosca no chão O meu sangue gelouse nas veias Todo inteiro ossos carnes tremi Frio horror me coou pelos membros Frio vento no rosto senti Era feio medonho tremendo Ó Guerreiros o espectro que eu vi Falam Deuses nos cantos do Piaga Ó Guerreiros meus cantos ouvi II Por que dormes ó Piaga divino Começoume a Visão a falar Por que dormes O sacro instrumento De пер si já começa a vibrar Tu não viste nos céus um negrume Toda a face do sol ofuscar Não ouviste a coruja de dia Seus estrídulos torna soltar Tu não viste dos bosques a come Sem aragem vergarse e gemer Nem a lua de fogo entre nuvens Qual em vestes de sangue nascer E tu dormes ó Piaga divino E Anhangá te proíbe sonhar E tu dormes ó Piaga e não sabes E não podes augúrios cantar Ouve o anúncio do horrendo fantasma Ouve os sons do fiel Maracá Manitôs já fugiram da Taba Ó desgraça ó ruína ó Tupã III Pelas ondas do mar sem limites Basta selva sem folhas i ven Hartos troncos robustos gigantes Vossas matas tais monstros contêm Traz em cima dos cimos pendente Brenha espessa de vário cipó Dessas brenhas contêm vossas matas Tais e quais mas com folhas é só Negro monstro os sustenta por baixo Brancas asas abrindo ao tufão Como um bando de cândidas garças Que nos ares pairando lá vão Oh quem foi das entranhas das águas O marinho arcanjo arrancar Nossas terras demanda fareja Esse monstro O que vem cá buscar Não sabeis o que o monstro procura Não sabeis a quem vem o que quer Vem matar vossos bravos guerreiros Vem roubarvos a filha a mulher Vem trazervos crueza impiedade Dons cruéis do cruel Anhangá IV Vem quebrarvos a maça valente Profanar Manitôs Maracá Vem trazervos algumas pesadas Com que a tribu Tupi vai gemer Hãode os velhos servir em escravos Mesmo o Piaga ainda escravo há de ser Fugireis procurando um asilo Triste asilo por ínvio sertão Anhangá de prazer há de rirse Vendo os vossos quão poucos serão Vossos Deuses ó Piaga conjura Susta as iras do fero Anhangá Manitôs já fugiram da Taba Ó desgraça ó ruína ó Tupá Dailhe uma esmola dai de que vos serve Um óbolo mesquinho que não pode Sequer um dixe sem valor comprarvos Ah bela como sois que importam Custosas flores com que ornais a frente Para salvar do vórtice do crime O preço delas uma só da coisa Que sem valor julgardes é bastante Sabéis Além da vida além do campo Quando deixardes o oiropel na ladeira Quando subirdes do Senhor ao trono Sem andrados sequer também mendiga Ali tereis as lágrimas do pobre A bênção do afligido a prece ardente Do que sofrendo vos bendisse ó Dona Fechouse a porta festival sobre ela E a donzela se ergueu corou de pejo Lançando os olhos pela rua escusa E segura no andar e firme à porta Do palácio bateu entrou sumiuse E o anjo como alfito sob um peso Um gemido soltou era uma nota Melancólica e triste era um suspiro Mavioso de virgem um soído Sutil mimoso como dHarpa Éolia Que a brisa da manhã roçou medrosa Veludos sedas e costosas galas Tragavam senhores Reinava o jogo Avaro e grave leda e viva a dança Em vórtices griva a orquestra doce Cantava ocultas condenados bestias Em redor do banquete estavam muitos À emenda da estiva não tragando Sujos farrapos mais delgadas ideias Quando Brinde é canções e vivas À Deus airos de banquete todos Um um voz de ternura um mimo um gesto Cobijavam nativas é ali com ela Como um raio do sol por entre as nuvens Lá na quadra hibernal penetra a casa Quase sem vida sem calor sem força Menos brilhante vi seu anjo belo Nos curt nossos lábios da feliz mendiga Passava rápido um sorriso às aves Outra chorava no volver do rosto Na taça do prazer sorvendo o pranto Encontradas paíxões sentiu o anjo Parecia chorar coo seu sorriso Parecia sorrir coo choro dela Oh dias de sol formoso Oh noites dalmo luar Desertos de branca areia De vasta imensa extensão Onde livre corre a mente Livre bate o coração Onde a leda caravana Rasga o caminho passando Onde bem longe se escuta As vozes que vão cantando Onde longe inda se avista O turbanque muçulmano O Itagá recuardo Preso à cinta do Africano Onde o sol na areia ardente Se espelha como no mar Oh doces terras de Congo Doces terras dalémmar Quando a noite sobre a terra Desenrolava o seu véu Quando sequir uma estrela Não se pintava no céu Quando só se ouvia o sopro De mansa brisa fagueira Eu o aguardava sentada Debaixo da bananeira Minha Alsigá por que estremeces Por que me foges assim Não te partas não me fujas Que a vida me foge a mim Outro beijo acaso temes Expressão de amor ardente Quem o ouviu o som perdeuse No fragor desta corrente Assim praticando amigos A aurora nos vinha achar Oh doces terras de Congo Doces terras dalém mar Do ríspido senhor a voz irada Rábida soa Sem o pranto enxugar a triste escrava Pávida voa Mas era em mora por cismar na terra Onde nascera Onde vivera tão ditosa e onde Morrer devera Sofreu tormentos porque tinha um peito Quinda sentia Misera escrava não sofrer cruento Congo dizia