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Álvares de Azevedo poesia prosa e drama carpe noctem A4LLP220222 Docente Andrea Muraro Como poeta humorístico Azevedo ocupa um lugar muito distinto A vivência a originalidade o chiste o humour dos versos deste gênero são notáveis Nos Boêmios se pusermos de parte o assunto e a forma achase em Azevedo um pouco daquela versificação de Dinis não na admirável canta de Dido mas no gracioso poema do Hissope Azevedo metricava às vezes mal tem versos incorretos que havia de emendar sem dúvida mas em geral tinha um verso cheio de harmonia e naturalidade muitas vezes numerooso muitíssimas eloquente Ensaiouse na prosa e escreveu muito mas a sua prosa não é igual ao seu verso Era frequentemente difuso e confuso faltavalhe precisão e concisão Tinha os defeitos próprios das estreias mesmo brilhantes como eram as dele Procurava a abundância e caía no excesso A ideia lutavalhe com a pena e a erudição dominava a reflexão Mas se não era tão prosador como poeta podese afirmar pelo que deixou ver e entrever quanto se devia esperar dele alguns anos mais O que deixamos dito de Azevedo podia ser desenvolvimento em muitas páginas mas resume completamente o nosso pensamento Em tão curta idade o poeta da Lira dos Vinte Anos deixou documentos valiosíssimos de um talento robusto e de uma imaginação vigorosa Avaliese por aí o que viria a ser quando tivesse desenvolvido todos os seus recursos Diznos ele que sonhava para o teatro uma reunião de Shakespeare Calderon e Eurípides como necessaria a reforma do gosto da arte Um consórcio de elementos diversos revestindo a própria individualidade tal era a expressão de seu talento httpswwwtesesuspbrtesesdisponive is88149tde28092010 144643publico2010JeffersonDonizettid eOliveirapdf Lira dos Vinte Anos 5 Álvares de Azevedo ou ariel e caliban p 509515 Texto teórico crítico Meu sonho A educação pela noite p 1326 Texto teóricocrítico Cavaleiro quem és o remorso Do corcel te debruças no dorso E galopas do vale através Pálida à luz da lâmpada sombria Sobre o leito de flores reclinada Como a lua por noite embalsamada Entre as nuvens do amor ela dormia Era a virgem do mar na escuma fria Pela maré das águas embalada Era um anjo entre nuvens dalvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia Era mais bela o seio palpitando Negros olhos as pálpebras abrindo Formas nuas no leito resvalando Não te rias de mim meu anjo lindo Por ti as noites eu velei chorando Por ti nos sonhos morrerei sorrindo É ela é ela murmuréi tremendo E o eco ao longe murmurou é ela Eu a vi minha fada aérea e pura A minha lavadeira na janela Dessas águasfurtadas onde eu moro Eu a vejo estendendo no telhado Os vestidos de chita as saias brancas Eu a vejo e suspiro enamorado Esta noite euousei mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus passos Ir espiar seu venturoso sono Vêla mais bela de Morfeu nos braços Como dormia que profundo sono Tinha na mão o ferro do engomado Como roncava maviosa e pura Quase cá na rua desmaiado Minha desgraça não não é ser poeta Nem na terra de amor não ter um eco E meu anjo de Deus o meu planeta Tratarme como tratase um boneco Não é andar de cotovelos rotos Ter duro como pedra o travesseiro Eu sei O mundo é um ladrocel perdido Cujo sol quem mo dera é o dinheiro Minha desgraça ó cândida donzela O que faz que o meu peito assim blasfema É ter para escrever todo um poema E não ter um vintém para uma vela Boêmios E deitado na pedra acaso esperas O abrir de uma janela Estás cioso E coa botelha em vez de durindana Aguardas o rival Puff Álvares de Azevedo Reflexão crítica sobre a própria produção ensaio como sugestão de ruptura com o discurso nacionalista ou ainda ruptura com os dualismos do Romantismo Esperanças não têlas quando todos as têm quando todos os peitos se expandem como as velas de uma nau ao vento do futuro Por que antes não cantou a sua América como Chateaubriand e o poeta de Virgínia a Itália como a Mignon de Goethe o Oriente como Byron o amor dos anjos como Thomas Moore o amor das virgens como Lamartine Muito bem Penseroso Agora calate falas como esses Oradores de lugarescomuns que não sabem o que dizem A vida está na garrafa de conhaque na fumaça de um charuto de Havana nos seios voluptuosos da morena Tirai isso da vida o que resta Palavra de honra que é deliciosa a água morna de bordo dos vossos navios que tem um aroma saudável as máquinas de vossos engenhos a vapor que embalam num far niente balsâmico os vossos cálculos do comércio Não sabeis da vida Acende esse charuto Penseroso fuma e conversaremos Amanhã pensarás comigo Eu também fui assim O tronco seco sem seiva e sem verdor foi um dia o arvoredo cheio de flores e de sussurro Macário Lira dos 20 anos ALVARES DE AZEVEDO Os copos caíram vazios na mesa Agora ouvime senhores entre uma saúde e uma baforada de fumaça quando as cabeças queimam e os cotovelos se estendem na toalha molhada de vinho como os braços do carneiro no cepo gotejante o que nos cabe é uma história sanguinolenta um daqueles contos fantásticos como Hoffmann os delirava ao clarão dourado de Johannisberg Uma história medonha não Archibald falou um moço pálido que a esse reclamo ergueu a cabeça amarelenta Pois bem dirvosei uma história Mas quanto a essa podeis tremer a gosto podeis suar a frio da fronte grossas bagas de terror Não é um conto é uma lembrança do passado Solfieri Solfieri aí vens com teus sonhos Conta Solfieri falou os mais fizeram silêncio chamavase Arthur Era uma figura loira e mimosa como a de uma donzela Rosa infantil lhe avermelhava as faces mas era uma rosa de cor desfeita Leve buço lhe sombreava o lábio e pela oval do rosto uma penugem dourada lhe assomava como a felpa que rebuça o pêssego de Azevedo Álvares MacárioNoite na taverna p 122 Globo Livros Edição do Kindle Linguagem descrição e comparação Exercício de leitura e escrita Álvares de Azevedo Considerando a vossa escolha de leitura entre um dos três textos literários indicados poesia teatro ou contos de Álvares de Azevedo leia com atenção o excerto do ensaio de Antonio Candido em A educação pela noite Mas é preciso sempre lembrar que as obras de Álvares de Azevedo foram publicadas depois da sua morte sem que ele tivesse podido organizálas nem dizer o que considerava acabado o que era rascunho e o que não era para publicar Daí a pergunta esse monte de prosa e verso é tão irregular porque não foi devidamente selecionado e polido ou porque o Autor queria que fosse assim mesmo para sugerir a inspiração desamarrada em obediência a uma estética atraída pelo espontâneo e o fragmentário É difícil dizer mas as duas coisas devem estar combinadas p10 A seguir responda suscintamente à pergunta de Antonio Candido entendendo que combinadas referemse aos aspectos da forma e do conteúdo de seus trabalhos Lembrese de que há também a opção do autor pelo estilo vinculado ao byronismo