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Ciências Econômicas ·

Microeconomia 2

· 2023/1

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Monopólio Caso de uma estrutura industrial em que há apenas 1 empresa Varian cap. 25 – 9ª edição O Monopolista Ordinário • Começaremos analisando o caso do monopolista ordinário: é aquele que vende todas as unidades de seu produto ao mesmo preço. No monopólio... • ... não vale a ideia de que a firma considera o preço como dado...na verdade, o monopolista reconhece sua influência sobre o preço de mercado... Ele quer escolher preço e produção que maximizem seu lucro... • Mas tb, obviamente, não consegue escolher tudo sozinho... Para qualquer preço que escolha, o monopolista só poderá vender aquilo que o mercado suportar: ou seja, seu comportamento está restrito à curva de demanda do mercado. Duas abordagens • Monopolista escolhe o preço e deixa os consumidores escolherem quanto querem comprar a esse preço ou • Monopolista escolhe a quantidade que vai produzir e deixa os consumidores escolherem quanto querem pagar por aquela quantidade Essa abordagem é + conveniente analiticamente O problema do monopolista ordinário • Seja p(y) a função de demanda inversa. Então o problema do monopolista ordinário é RT Condições de máximo: i) Condição de primeira ordem: 0 ( ) ( )   dy y dCT dy y dRT RMg(y)=CMg(y) dy y dCT dy y dp y p ( ) ( )   RT=p(y)y Queda da receita com as unidades já vendidas anteriormente Ganho de receita com as unidades extras que serão vendidas y0dp D dy Monopolista encara a própria curva de demanda de mercado y p D Condições de máximo CMg y p RMg CMg dy y dCT dy y dp y p RMg pd                ( ) 1 1 ( ) ) (  Comparação com o mercado competitivo Mercado competitivo: firma consegue vender quanto quiser ao preço de mercado – firma encara curva de demanda infinitamente elástica p* Pd y p Demanda de mercado encarada por uma firma competitiva Observação • Uma empresa monopolista com custo marginal positivo nunca irá operar no ramo inelástico de sua curva de demanda. • A razão para isso é que, caso esteja nesse ramo, a empresa, ao reduzir a quantidade produzida, aumenta o lucro pois, ao mesmo tempo que reduz os custos de produção, aumenta sua receita de vendas. • Assim, o ponto que gera lucro máximo só pode ocorrer onde |Epd(y)|>=1 Exemplo: (demanda linear e CMgs constantes) • p(y)=aby; a,b > 0. • CT(y)=cy. • RT=ayby2 • RMg=a2by • CMg=c Condição de primeira ordem b c a y 2   2 c a p    a – 2by = c Para achar o preço de equilíbrio, substituo o y que maximiza o lucro na equação de demanda inversa P(Y) y p CMg c a b a RMg b a 2 b c a ym 2   2 c a pm   b c a y   * Exc. Prod. Exc. Cons. Observação: Na solução de equilíbrio: P > CMg ********* p(y)=aby; a,b > 0. CT(y)=cy. RT=ayby2 RMg=a2by Equilíbrio de mercado competitivo p=cmg Observação importante • Diferença entre as condições de oferta de uma firma em concorrência perfeita e em monopólio • Como a curva de demanda encarada pela firma em concorrência perfeita é uma reta na altura do preço de equilíbrio, conseguimos estabelecer uma relação bem definida entre preços e quantidade. • No monopólio, isso não é possível. There is no monopoly supply curve • In the theory of perfectly competitive markets, it was possible to speak of an industry supply curve. We constructed the long-run supply curve by allowing the market demand curve to shift and observing the supply curve that was traced out by the series of equilibrium price- quantity combinations. This type of construction is not possible for monopolistic markets. • Nicholson, Snyder – 10a edição - pags 495-496 There is no monopoly supply curve • With a fixed market demand curve, the supply “curve” for a monopoly will be only one point —namely, that price-quantity combination for which MR = MC. If the demand curve should shift then the marginal revenue curve would also shift, and a new profit maximizing output would be chosen. However, connecting the resulting series of equilibrium points on the market demand curves would have little meaning. There is no monopoly supply curve • This locus might have a very strange shape, depending on how the market demand curve’s elasticity (and its associated MR curve) changes as the curve is shifted. In this sense the monopoly firm has no well defined “supply curve.” Each demand curve is a unique profit-maximizing opportunity for a monopolist. CM g CM D y p p* y* m m C M g y RM g Dalt Taxa de markup sobre o custo marginal CMg dy y dp p   CMg p y dy dp p          1 CMg y p dp dy p                1 1 1 1 | | p CMg           | | 1 1 1 CMg p     Taxa de markup Obs: i) o que acontece com o markup com o aumento da elasticidade; ii) caso de competição perfeita. Exemplo: Se pd = -2 P = c*2 Exemplo: Se pd = -5 P = c*1,25 Exemplo: elasticidade preço constante e CMg constante • q(p) = a pÎ • CT(q)=cq O preço será um markup constante do custo marginal. | | 1 1 1 | | 1 1 1        c CMg p Exemplo: Se pd = -2 P = c*2 Exemplo: Se pd = -5 P = c*1,25 Exemplo: efeito de um imposto sobre a venda • Primeiro caso, custo marginal constante e demanda linear • Governo estabelece um imposto ‘t’ • CMg  CMg+t = CMg’ • O que acontece com os resultados de equilíbrio nesse mercado? Exemplo: demanda linear e custo marginal constante • p(y) = a – by  demanda inversa linear • RT = (a – by)*y = ay – by2 • RMg = a – 2by • RMg = a – 2by = CMg = c • a – 2by = c • ym = (a – c ) / 2b • pm = a – b((a – c ) / 2b) = a – a/2 + c/2 = (a+c)/2 Exemplo: demanda linear e custo marginal constante • p(y) = a – by  demanda inversa linear • RT = (a – by)*y = ay – by2 • RMg = a – 2by • RMg = a – 2by = CMg’ = c + t • a – 2by = c + t • y = (a – c – t ) / 2b • p = a – b[(a – c – t ) / 2b] = (a + c + t)/2 Exemplo: demanda linear e custo marginal constante • p(y) = a – by  demanda inversa linear • y = (a – c – t ) / 2b b dt dy 2  1 Impacto do imposto sobre a quantidade 2 1 2 1 *     b b dt dy dy dp dt dp Impacto do imposto sobre o preço • Segundo caso: custo marginal constante e demanda com elasticidade preço constante – preço antes do imposto =    | 1 1 1 CMg – preço depois do imposto =     | 1 1 1 )t CMg ( – parcela repassada ao consumidor =    | 1 1 1 t >t • Segundo caso: custo marginal constante e demanda com elasticidade preço constante – preço antes do imposto =    | 1 1 1 CMg – preço depois do imposto =     | 1 1 1 )t CMg ( 1 | 1 1 1 >     dt dp O monopolista repassa aos preços mais que o imposto. Imposto sobre o lucro do monopolista • Max Lucro = (1-t) {p(y)y – c(y)} • CPO: • (1-t) RMg = (1-t) CMg • Nada muda. exemplo • O monopolista defronta-se com uma curva de demanda dada por D(p)= 100 – 2p . Sua função de custo é dada por c(y) = 2y. Qual nível ótimo de produção e preço? • Obtendo a inversa: 2p = 100-y  p =50 – (1/2)y • RT = p(y)y = (50 – (1/2)y)y = 50y – ½ y2 • RMg = dRT/dy = 50 –y ///// CMg = dCT/dy = 2 • CPO: RMg = CMg  50 – y = 2  ym = 48 • Para achar o preço, substituto o ym na demanda inversa  pm = 50 – (1/2) 48 = 50 – 24 = 26 exemplo • Admitindo mercado competitivo: • Obtendo a inversa: 2p = 100-y  p =50 – (1/2)y • P = CMg  50 – (1/2)y = 2  • ycp = 48*2 = 96 • P = 50 – 48 = 2 A ineficiência do monopólio P y p CMg c a RMg Perda de peso morto do monopólio Argumento em termos de eficiência Eficiência no sentido de Pareto: não é possível melhorar alguém sem piorar outra pessoa. Entre ym e y* há uma faixa de produção onde as pessoas estão dispostas a pagar mais do que o custo de produzir: P > CMg  POSSIBILIDADE DE MELHORA DE PARETO ym y* P y p CMg c a RMg Perda de peso morto do monopólio Peso morto (área verde): mede o valor da produção que deixa de ser gerada – nesse trecho as pessoas estão dispostas a pagar mais do que custa produzir. Área amarela: excedente do consumidor que vai para o monopolista quando passamos do competitivo para o monopólio. patente • Uma patente oferece aos inventores o direito exclusivo de beneficiarem-se de suas invenções. Oferece portanto um monopólio limitado. • Importante para motivar as firmas a investirem em inovação (projetos de risco). No entanto, o tempo de monopólio tem que ser pensado: mais tempo operando de forma ineficiente. • A vida longa para a patente tem como benefício o encorajamento da inovação e como o custo o incentivo ao monopólio. • Em função das diferenças existentes entre as invenções, elas poderão se enquadrar em dois tipos de patentes: Privilégio de Invenção (PI) ou Modelo de Utilidade (MU). A primeira, deve atender aos requisitos clássicos de atividade inventiva, novidade e aplicação industrial com maior densidade tecnológica. A segunda protege criações com menor grau de inventividade, ... - são novas formas ou disposições envolvendo ato inventivo que resulte em melhoria funcional de algum objeto. • Existe ainda o Certificado de Adição de Invenção, que serve para proteger um aperfeiçoamento que se tenha elaborado em matéria para a qual já se tenha um pedido ou mesmo a patente de invenção. Para os modelos de utilidade, o prazo da patente é de 15 anos. Para as patentes de invenção, é de 20 anos. Os prazos são contados a partir da data de depósito do pedido. • https://www.gov.br/inpi/pt-br/servicos/ perguntas-frequentes/patentes#patente Monopólio Natural • Monopolista  RMg = CMg • Competidor Perfeito  P = CMg • Regular o monopólio: fazer com que o monopolista produza onde p = Cmg • Problema: pode ser que o monopolista tenha prejuízo a esse preço... Fazer com que o monopolista produza onde P=Cmg leva a prejuízos para o monopolista. Note que o Cme é minimizado a direita da função de demanda Monopólio natural • Esse tipo de situação costuma ocorrer com a oferta dos bens de utilidade pública. • Exemplo: empresa de gás – Tecnologia envolve custos fixos muito grandes (criação e manutenção de canalização de gás) e custo marginal pequeno para ofertar unidades extras: uma vez que a canalização esteja instalada, custa muito pouco bombear gás para dentro dela. • Em geral os monopólios são operados pelo governo ou regulados por ele. Regulamentação pelo governo • Para ter lucros não negativos, terá que estar sob a curva de custo médio; • Para oferecer o serviço para todos que estão dispostos a pagar, terá que estar sob a curva de demanda • Ponto (pCme, yCme) no gráfico seguinte. Conhecida como Política de second best • Problema: governo conhecer os custos das firmas. Outra solução: governo operar • Neste caso, a solução é estabelecer p=CMg e fornecer um subsídio de montante fixo para a empresa se manter em operação • Problema: é que aqui também é difícil conhecer os custos... y p D CMg y* CMe p* Subsídio pcme Política de second best ycme O que causa monopólios? • A forma do Custo Médio (tecnologia) vis a vis tamanho do mercado  determinam o surgimento dos monopólios Tecnologia: não há muito o que fazer. Tamanho do mercado: política externa não restritiva, maior o tamanho do mercado. Ideia básica: comparar a EME (Escala Mínima de Eficiência) – nível de produção que minimiza o custo médio com o tamanho da demanda. y p D C M L y p D C M L Nesse mercado, há espaço para muitas empresas com essa função de custo Com essa curva de custo médio, apenas uma empresa deve prevalescer Quando a curva de demanda de mercado cruza a curva de custo médio em seu ramo descendente, dizemos que se trata de um monopólio natural O que causa monopólios? • Se temos uma situação onde a escala de produção é grande frente ao tamanho do mercado e não temos como aumentar esse último  monopólio natural  regulamentação ou outro tipo de intervenção governamental. • Quando a tecnologia existente faz com que um mercado inteiro possa ser atendido por uma única empresa antes que essa atinja seu custo mínimo, dizemos que temos um monopólio natural no setor. Questão 10 - 2004 Um monopolista cujos custos de produção são dados por c(q)=q2+100 defronta-se com a demanda de mercado p=A3q, em que A > 0 é uma constante. É correto afirmar: Ⓞ Se A < 40, o monopolista, no equilíbrio, terá prejuízo. ① A alocação eficiente nesse mercado é qe=(2/5)A. ② Se A = 45, será possível regular o monopólio de modo que este produza quantidade competitiva sem ter prejuízo. ③ Considerando A = 48, um regulador que estipule um preço mínimo de R$ 30,00 estará agindo conforme o interesse do monopolista de maximizar lucro em detrimento do ótimo social. ④ O peso morto do monopólio quando A = 48 é 36. V V F F F c(q)=q2+100 // p=A3q, A > 0 • qm? • RMg = CMg • RT = (A – 3q)q = Aq – 3q2 • RMg = A – 6q • CMg = 2q • A – 6q = 2q  qm= A/8 • p = A – 3(A/8)  pm = 5A/8 Se A < 40, o monopolista, no equilíbrio, terá prejuízo. V • Quando tem prejuízo? • RT – CT < 0 • pq – CT < 0  p < Cme • 5A/8 < qm + (100/qm) • 5A/8 < A/8 + 800/A • 4A2/8 < 800  A2 < 1600  A < 40 A alocação eficiente nesse mercado é qe=(2/5)A. F • Alocação competitiva • p = CMg • A – 3q = 2q  qe = A/5 • pe = 2A/5 • p=A3q = A – 3(A/5) = 2A/5 P y p CMg A RMg A/8 A/5 2A/5 5A/8 Se A = 45, será possível regular o monopólio de modo que este produza quantidade competitiva sem ter prejuízo. F • qe = A/5; pe = 2A/5 • A = 45 • qe = 9 pe = 18 • Cme = q + 100/q = 9 + 100/ 9  CMe ~= 20,1 • p < Cme! Considerando A = 48, um regulador que estipule um preço mínimo de R$ 30,00 estará agindo conforme o interesse do monopolista de maximizar lucro em detrimento do ótimo social. V • qm= A/8; pm = 5A/8 • pm = 30! O peso morto do monopólio quando A = 48 é 36. F • Peso morto = 18*3,6/2 = 32,4 P y p CMg 48 RMg 6 9,6 19,2 30 12 Peso morto = 18*3,6/2 = 32,4