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MÁRIO DE ANDRADE Poesias Completas edição crítica de diléa zanotto manfio Dados de Catalogaçã na publicação CIP Internaciona Câmara Brasileir do Livro Brasil Andrade 2 Andrade MárIo do 18931945 A568p Poesias completas MárIo do Andrade edição crítica de Diléa Zanotto ManIIo Bolo Horizonte ltatiaia São Paulo Editora ela Universid de São Paulo 1987 Obras completas do MárIo de 1 Poesia brasilei 1 ManIIo DiIóa Zanotto U Título 111 Série 870824 CDDI69915 ndlcel pela catáJoso lillenlitlco 1 Poesia Século 20 Literatura Brasileir 869915 2 Século 20 Poesia Literatura Brasileir 869915 1987 Direitos de Propriedade Literária adquiridos pela EDITORA ITATIAIA LIMITADA Belo Horizonte IMPRESSO NO BRASIL PRTNTRfl TN RRA7TT PAULICÉIA DESVAIRADA dezembro de 1920 a dezembro de 1921 tNDlCB GERAL o 2r DESCRIÇAO DAS EDIÇOES rr DESCRIÇAO OOS ORIGINAIS 39 POESIAS COMPLETAS PAUUU DESVAIRADA 55 A MAJUO DE ANDRADE 57 PREFACIO INTERESSANT1SSIMO 59 INSPIRAÇAO 83 O TROV APOR 83 OS CORTEJOS 84 A ESCALADA 84 RUA DE SAO BENTO 85 O REBANHO 86 TIET2 87 PAISAGEM N 1 87 ODE AO BURGUM 88 TRISTURA 90 DOMINGO 91 O DOMADOR 92 ANHANGABAtJ 92 A CAÇADA 93 NOTURNO 95 DESENHO DE ANTONIO MOYA PAISAGEM N 2 96 TU 97 PAISAGEM N 3 99 COLLOQOE SENTIMENTAL 99 RELIGIAO 100 PAISAGEM N 4 102 AS ENFIBRATURAS DO IPIRANGA 103 Afario de Andrade PAULICEA DESVAIRADA A MARIO DE ANDRADE Mestre querido Nas muitas horas breves que me fizestes ganhar a vosso lado dizíeis da vossa confiança pela arte livre e sincera Não de mim mas de vossa experiência recebi a coragem da minha Verdade e O orgulho do meu Ideal Permitime que ora vos oferte este livro que de vós me veio Prouvera Deus nunca vos pertube a dúvida feroz de Adriano Sixte Mas não sei Mestre se me perdoareis a distância mediadaentre estes poemas e vossas altíssímas lições Recebei no vosso perdão o esforço do escolhido por vós para único discípulo daquele que neste momento de martírio muito a medo inda vos chama o seu Guia o seu Mestre o seu Senhor Mário de Andrade 14 de dezembro de 1921 SPAULO PREFÁCIO INTERESSANTtsSIMO Dans mon pays de fiel et dor jco suis la Ioi E Verhaeren Leitor Está fundado o Desvairismo Este prefácio apesar de interessante inútil Alguns dados Nem todos Sem conclusões Para quem me aceita são inúteis ambos Os curiosos terão prazer t em descobrir minhas conclusões confrontando obra e I dados Para quem me rejeita trabalho perdido explicar I o que antes de ler já não aceitou 4 Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo o que meu inconsciente me grita Penso depois não só para corrigir como para justificar o que escrevi Dai a razão deste Prefácio Interessantíssimo Aliás muito diffcil nesta prosa saber onde termina a blague onde principia a seriedade Nem eu sei 6 E desculpeme por estar tão atrasado dos movimentos artísticos atuais Sou passadista confesso Ninguém pode se libertar duma só vez das teonasavÓs que bebeue o autor deste llvióseriahijJQçrita stretendesse representar orientação moderna que ainda não comprem Livro evidentemente impr ra segundo modernos erro grave ofmpressionismo 7 Os arquitetos fogem do gótica e nova filiandose para além dos tempos históricos nos volumes elementares cubo esfera etc Os pintores desdenham Delacroix como Whistler para se apoiarem na calma construtiva de Rafael de Ingres do Greco Na escultura Rodin é ruim os imaginários africanos são bons Os músicos desprezam Debussy genuflexos diante da polifonia catedralesca de Palestrina e João Sebastião Bach A poesia tende a despojar o homem de todos os seus aspectos contingentes e efêmeros para apanhar nele a humanidade Sou passadista confesso Este Alcorão nada mais é que uma embrulhada de sonhos confusos e incoerentes Não é inspiração provinda de Deus mas criada pelo autor Maomé não é profeta é um homem que faz versos Que se apresente com algum sinal revelador do seu destino como os antigos profetas Talvez digam de mim o que disseram do criador de Alá Diferença cabal entre nós dois Maomé apresentavase como profeta julguei mais conveniente apresentarme como louco Você já leu São João Evangelista Walt Whitman Mallanné Verhaeren O Perto de dez anos metrifiquei rimei Exemplo ARTISTA o meu desejo é ser pintor Lionardo cujo ideal em piedades te acrisola fazendo abrirse ao mundo a ampla corola do IOnho ilustre que em meu peito auardo Meu anseio é trazendo ao fundo pardo da vida a cor da venez1ana escola dar tons de roaa e de OWO por esmola a quanto houver de peuedia ou cardo Quaudo erEontiar o maoaoclal das tintas e os pis exaltados com que pintas Veronese teus quadros e teus frbos irei morar onde as Desaraças moram e viverei de colorir sorrisos nos Ubios dos que imprecam ou que choraml II Os Srs Laurindo de Brito Martins Fontes Paulo Setúbal embora não tenham evidentemente a envergadura de Vicente de Carvalho ou de Francisca Júlía publicam seus versos E fazem muito bem Podia como eles publicar meus versos metrificados 12 futurista de Marinetti1Disse e repítcoçIenho pontos e contacto com o futurismo Oswald de Andrade chamandome de futurista errou A culpa é minha Sabia da existência do artigo e deixei que saísse Tal foi o escândalo que desejei a morte do mundo Era vatlIlIII SIdr QaOMCUrICIllleHOJe tenho orgulltO NAome pesaria reentrar na obscuridade Pensei qae discutiriam minhas idéias que nem são minhas discutiram minhas intenções Já agora não me calo Tanto ridicularizariam meu silêncio como esta grita ADdarei a vida de braços no ar como o Indifeleiltil deWatteàu 13 Alguns leitores ao lerem estas frases poesia citada não compreenderam logo Creio mesmo que é impOssível compreender inteiramente à primeira leitura pensamenlOflL assim esquematizados sem uma certa prática Nem é f nisso que um poetà pode queixarse dos seus leitores No que estes se tornam condenáveis é em não pensar que um autor que assina não escreve unidades pelo simples prazer de experimentar tinta e que sob essa extravagância aparente havia um sentido porventura interessant1ssimo que havia qualquer coisa por compreender João Epstein 14 Há neste mundo um senhor chamado Zdislas MUner Entretanto escreveu isto O fato duma obra se afastar de preceitos e regras aprendidas não dá a medida do seu valor Perdoeme dar algum valor a meu livro Não há pai que sendo pai abandone o filho corcuDcla que se afoga pa salvar o lindo herdeiro do vizinho A amadeleite do conto foi uma grandfssima ebotina I desnaturada 1S Todo escritor acredita na alia do que escreve Si móstra é por vaidade Si não mostra é por vaidade também 16 Nlo fujo do ridiculo Tenho companheiros ilustres 17 O ridículo é muitas vezes subjetivo Independe do maior ou menor alvo de quem o sofre CriamôIo para vestir com ele quem fere nosso orgulho ignorância esterilidade 13 Um pouco de teoria Acredito que o lirismo nascido no subconsciente acrisolado num pensamento claro ou confuso cria frases que são versos inteiros sem prejuízo de medir tantas sílabasicom acentuação determinada Entroncamento é sueto para os condenados da prisão alexandrina Há porém raro exemplo dele neste livro Uso de cachimbo 19 A inspiração é fugaz violenta Qualquer impecilho a perturba e mesmo emudece Arte que somada a Lirismo dá Poesia 1 não consiste em prejudicar a doida carreira do estado lírico para avisálo das pedras e cercas de arame do caminho Deixe que tropece caia e se fira Arte é mondar mais tarde o poema de repetições fastientas de sentimentalidades românticas de pormenores inúteis ou inexpressivos 20 Que Arte não seja porém limpar versos de exageros coloridos Exagero símbolo sempre novo da vida como do sonho Por ele vida e sonho se irmanam E consciente não é defeito mas meio legítimo de expressão 21 O vento senta no ombro das tuu velas Shakespeare Homero já escrevera que a terra mugia debaixo dos pés de homens a cavalos Mas você deve saber que há milhõe de exageros na obra dos mestres 22 Taíne disse que o ideal dum artista consiste em apresentar mais que os próprios objetos completa e claramente qualquer caracteristica essencial e saliente deles por meio de alterações sistemáticas das relações naturais entre as suas partes de modo a tornar essa característica mais visível e dominadora O Sr Luis Carlos porém reconheço que tem o direito de citar o mesmo em defesa das suas Colunas 23 lá raciocinou sobre o chamado belo horrível J pena O belo horrível é uma escapatória criada pela dimensão da orelha de certos filósofos para justificar a atração exercida em todos os tempos pelo feio sobre os artistas Não me venham dizer que o artista reproduzindo o feio o horrível faz obra bela Chamar de belo o que é feio horrível só porque está expressado com grandeza comoção arte é desvirtuar ou desconhecer o conceito da beleza Mas feio pecado Atrai AnitaMalfatti falavame outro dia no encanto sempre novo do feio Ora Anita MaIEatti ainda não leu Emilio Bayard O fim lógico dum quadro é ser agradável de ver Todavia comprazemse os artistas em exprimir o singular encanto da feiúra Oartista sublima tudo 24 Belo da arte arbitrário convencional transitório questão de moda Belo da Y I 1 eternidade que a natureza tiver g reprr Mbucsnem este é seu im T os os des artis ora CPll5Ciente UafaeasMsltodin do Balzac Beethoven da Pastoral Machado de Assis do Brás Cubas ora inconsdentememea grande maioria fonüiíâêformadores nfuõ que o hêIíi artisti mais artístico tanto mais subjetivo quanto mais afastar do 10 natuíãl OUtros mfiram o que qUiserem Pouco me Importa 25 Nossos sentidos são frágeis A percepção das coisas exteriores é fraca prejudicada por mil véus provenientes das nossas taras físicas e morais doenças preconceitos indisposições antipatias ignorâncías hereditariedade circunstâncias de tempo de lugar etc Só idealmente podemos conceber 0 objetos como os atos na sua inteireza bela ou feia A arte que mesmo tirando 05 seus temas do mundo objetivo desenvolvese em comparações afastadas exageradas sem exatidão aparente ou indica os objetos como um universal sem delimitação qualificativa nenhuma tem o poder de nos conduzir a essa idealização livre musical Esta idealização livre subjetiva permite criar todo um ambiente de realidades ideais onde sentimentos seres e coisas belezas e defeitos se apresentam na sua plenitude heróica que ultrapassa a defeituosa percepção dos sentidos Não sei que futurismo pode existir em quem quase perfilha a concepção estética de Fichte Fujamos da natureza Só assim a arte não se ressentirá da ridícula fraqueza da fotografia colorida 26 Nlo llCho mais SJlIÇanenhuma nisso da sente submeter comoçõea um leito de Procusto para que obtenham em ritmo coovendonal número convencional de 1fIabes n primeiro livro usei indiferentemente sem obriplção de retorDo periódico os diversos metros pares Agora libertome também desse preconceito outros Razão para que me insultem Adquiro 27 Mas não desdenho baloiços dançarinos de redondilhas e decassílabos Acontece a comoção caber neles Entram pois às vezes no cabaré rítmico dos meus versos Nesta questão de metros não sou aliado sou como a Argentina enriqueçome 2 Sobre a ordem Repugname com efeito o que Musset chamou Lart de servir à point un dénoementbíen cuit EXIste a ordem dos oolegiais infantes que saem das escolas de mãos dadas dois a dois Existe uma ordem nos estudantes das escolas superiores que descem uma escada de quatro em quatro degraus chocandose lindamente Existe uma ordem inda mais alta na fúria desencadeada dos elementos li Ouem leciona História do Brasil obedecerá a uma ordem que certo não consiste em estudar a guerra do Paraguai antes do ilustre acaso de Pedro Álvares Quem canta seu subconsciente seguirá a ordem Imprevísta das comoções das associações de Imagens dos contatos exteriores Acontece que o tem às vezes descaminha o impulso clama dentro de nós como turba enfurecida Seria engraçadíssimo que a esta se dissesse Alto lá Cada qual berre por sua vez e quem tiver a arg1ment Dllis forte guardeo para o fim A turba é con1ISàoaparente Quem souber afastarse idealmente dela verá a imponente desenvolverse dessa alma coletiva falàndo a retérica exata das reivindicações 2 Minhas reívmdicações Liberdade UIO dela não abuso Sei embridáJa nas minhas verdades filosóficas e relillio porque verdades filosóficas reJigílIi não são convencionais como a Arte são rdades Tanto não abuso Não pretendo obripr ninguém a seguirme Costumo andar sozinho 3 Virgílio Homero não usaram rima Virgílio Homero têm assonâncías admiráveis A língua brasileira é das mais ricas e sonoras E possui O admirabilíssimo ão 15 Marinetti foi grande quando redescobriu o noder sueestivo associativo sirnbólieo UDi musical da palavra em liberdade Ali6s ftIha como Adio Marinetti errou fez dela sistema e apeou auxiliar poderosíssimo Uso palavras em liberdade Sinto que o meu copo é grande demais para mim e inda bebo no copo dos outros 36 Sei construir teorias engenhosas Quer ver A poética está muito mais atrasada que a música Esta abandonou talvez mesmo antes do século 8 o regime da melodia quando muito oitavada para enriquecerse com os infinitos recursos da harmonia A poética com rara exceção até meados do século 19 francês foi essencialmente melódica Chamo de verso melódico o mesmo que melodia musical arabesco horizontal de vozes sons consecutivas contendo pensamento inteligível Ora si em vez de unicamente usar versos melódicos horizontais Mnezarete a divina a pálida Phrynea Comparece ante a austera e rígida assemblea Do Areópago supremo fizermos que se sigam palavras sem ligação imediata entre si estas palavras pelo fato mesmo de se não seguirem intelectual gramaticalmente se sobrepõem umas às outras para a nossa senseção formando não mais melodias mas harmonias Explico mílhor Harmonia combinação de sons simultâneos Exemplo Arroubos Lutas Seta Cantigas Povoar Estas palavras não se ligam Não formam enumeração Cada uma é frase período elíptico reduzido ao mínimo telegráfico UA L de frase melodia a palavra chama a atenção para seu insulamento e fica vibrando à espera duma frase que lhe faça adquirir significado e QUE NÃO VEM Lutas não dá conclusão alguma a Arroubos e nas mesmas condições nAo fazendo esquecer a primeira palavra fica vibrando com ela As outras vozes fazem o I mesmo Assim em vez de melodia frase gramatical temos acorde arpejado harmonia o verso harmônico Mas si em vez de usar só palavras soltas uso frases soltas mesma sensaçio de superposição não j de palavras notas mas de frases melodias Portanto polifonia pcética Assim em PllUliciill Desvairada usamse o verso melódico São Paulo um palco de bailados IUSl108 o verso harmOnko A cainça1ha A Bolsa As jogatinas e a polifonia um e às vezes dois e mesmo mala versos conaecutivos A engrenapm trepida A bnma neva Que tal Não ie esqueça ponm que outro vir destruir tudo iso que construi Para ajuntar à teoria 1 37 Os os poéticos do passado conseguiram dar maior interesse ao verso melódico nlio só criandoo mais belo como fazendoo mais variado mais comotivo mais imprevisto Alguns mesmo conseguiram formar harmonias por vezes ricas Harmonias porém inconscientes esponidicas Provo inconsciencia Victor Hugo muita vez harmOnico exclamou depois de ouvir o quarteto do Riaoletto Façam que poasa combinar imultaneamente ririas frases e verio de que sou capaz Encontro anedota em Galli n CJ cL 8 Há certas figuras de retórica em que podemos Ver embrião da harmonia oral como na lição das sinfonias de Pitágoras encontramos germe da harmonia musical Antítese genuína dissonãncia E si tão apreciada justo porque poetas como músicos sempre sentiram o grande encanto da dissonância de que fala G Migot 3 19 Comentário à frase de Hugo Harmonia oral não se realiza como a musical nos sentidos porque palavras não se fundem como sons antes baralhamse tornamse incompreensíveis A realização da harmonia poética efetuase na inteligência A compreensão das artes do tempo nunca é imediata mas mediata Na arte do tempo coordenamos atos de memória consecutivos que assimilamos num todo final Este todo resultante de estados de conscíêncía sucessivos dá a compreensão final completa da música poesia dança terminada Victor HUI errou querendo realizar objetivamente o que se realiza subjetivamente dentro de nós 4 40 Os psicólogos não admitirão a teoria E responder lhes com o Sóquemama de Bilac Ou com os versos de Heine de que Bilac tirou o Sóquemama Entretanto si você já teve por acaso na vida um acontecimento forte imprevisto já teve naturalmente recordese do tumulto desordenado das muitas idéias que nesse momento lhe tumultuaram no cérebro Essas idéias reduzidas ao mlnimo telegráfico da palavra não se continuavam porque não faziam parte de frase alguma não tinham 1 y ressoavam amontovamse sobrepunhamse Sem ligação sem conconlincia aparente embora nascidas do mesmo acontecimento formavam pela sucessão rapidíssima verdadeiras simultaneidades verdadeiras harmonias acompanhando a melodia enérgica e larga do acontecimento I 5 4 Bilac Tarde é muitas vezes tentativa de harmonia poética Daí em parte ao menos o estilo novo do livro Descobriu para a língua brasileira a harmonia poética antes dele empregada raramente Gonçalves Dias genialmente na cena de luta Y Juca Pirama O defeito de Bilac foi não metodizar o invento tirar dele todas as conseqüências Explícase historiciunente seu defeito Tarde é um apogeu As decadências não vêm depois dos apogeus O apogeu já é a decadência porque sendo estagnação não pode conter em si um progresso uma evolução ascensional Bilac representa uma fase destrutiva da poesia porque toda perfeição em arte significa destruição Imagino o seu susto leitor lendo isto Não tenho tempo para explicar estude si quiser O nosso primitivismo representa uma nova fase construtiva A nós compete esquematizar rnetodizar as lições do passádo Volto ao poeta Ele fez como os criadores do Organum medieval aceitou harmonias de quartas e de quintas desprezando terceiras sextas todos os demais intervalos O número das suas harmonias é muito restrito Assim o ar e o chão a fauna e a flora a erva e o pássaro a pedra e o tronco os ninhos e a hera a água e o réptil a folha e o inseto a flor e a fera dá impressão duma longa monótona série de quintas ínedieYaia fastidiosa excessiva inútil incaPaz de o ouvinte e darlhe a lGIsaçio docnpúcuIo na mata 1 42 Lirismo eStado efetivo sublime vizinho da sublime loucura Preocupaçlo de ca e de rima prejudica a naturalidade livre do 1iriamo objetivado Por isso poetas sinceros confessam nunca ter escrito seus milbores versos Rostand por exemplo e entre nós mais ou menos o sr Amadeu Amaral Tenho a felicidade de escrever meus milhores V Milhor do que isso não posso fazer 43 Ribot disse algures que inspiração é telegrama cifrado transmitido pela atividade inconsciente à atividade consciente que o traduz Essa atividade consciente pode ser repartida entre poeta e leitor Assim aquele que Dio escorcha e esmiuça friamente o momento líríeo e bondosamente concede ao leitor a glória de colaborar nos poemas 44 A linguagem admite a forma dubltativa que o mármore não admite Renan 1 H 6 ou 8 0lqlUI cota teoria aoo m a1DÍlPJORecebo apa brc número 11 U DOOeIIlbro da nviIta Esprlt Noneau AIIú Esprlt Nmtve4U tIlÍDbAO rrelicio Intere5UDtf lmo Epstein OODtiDuoD do estudo O FenOmeno Uterúio oblelV8 o harmonlsmo modernO Que dm Itanellmo AchociteraSlllte mas diz Que é utopia filo Entre o artista plástico e o músico está o poeta que se avizinha do artista plástico com a sua produção consciente enquanto atinge as possibilidades do músico no fundo obscuro do inconsciente De Wagner 46 Você está reparando de que maneira costumo andar sozinho 47 Dom Lirismo ao desembarcar do Eldorado do Inconsciente no cais da terra do Consciente é inspecionado pela viSita médica a Inteligência que o allmpa dos macaquinhos e de toda e qualquer dOença que possa espalhar Confusão obscuridade na terrlnha progressista Dom Lirismo sofre mais uma visita alfandegária descoberta Por Freud que a denominou Censura Sou contrabandista I E contrário à lei da vacina obrigatória 48 Parece que sou todo Instinto Nio é verdade Há no meu livro e nio me desagrada tendência pronuncladamente intelectualilta Que quer você Consigo passar minhas seda sem pagar direitos Mas é psicologicamente Impossível livrarme das injeções e dos tõnícos 49 A gramática apareceu depois de organizadas as IinguasAcontece que meu inconsçiente não sabe da exisUncia de gramáticas nem de Hnguas organizadas E como Dom Lirismo é contrabandista se Você perceberá com facilidade que si na minha poesia a gramática às vezes desprezada graves insultos não sofre neste pref6cio interessantíssimo Preiéclo rojlo do meu eu superior Versos paisagem do meu eu profundo sI Pronomes Escrevo brasileiro Si uso ortografia portuguesa é porque não alterando o resultado dame uma ortografia 2 Escrever arte moderna não significa jamais para mim representar a vida atual no que tem de exterior automóveis cinema asfalto Si estas palavras freqüentamme o livro não é porque pense com elas escrever moderno mas porque sendo meu livro moderno elas têm nele sua razão de ser 53 Sei mais que pode ser moderno artista que se inspire na Grécia de Orfeu ou na Luailinia de NunAlvares Reamheço maia a exístêncía de temas eternos passlveis de afeiçoar pela modernidade universo pátria amor e a presençadosausentes exgozoamargodeinfelizes 54 Não quis também tentar primitivismo vesgo e insincero Somos na realidade os primitivos duma era nova Esteticamente fui buscar entre as hipóteses feitas por psicólogos naturalistas e críticos sobre os primitivos das eras passadas expressão mais humana e livre de arte S5 o passado é lição para se meditar não para reproduzir E tu che sé costí anima viva Partiti da cotesti cite son morti l6 Por muitos anos procureime a mim mesmo Achei Agora não me digam que ando proava de originalidade porque já descobri onde ela estava pertenceme é minha 17 Quando uma das poesias deste livro foi publicada muita gente me disse Nio entendi Pessoas houve porém que confessaram Entendi mas não senti Os meus amigos percebi mais duma vez que sentiam mas nio eritendiam Evidentemente meu livro é bom lK Escritor de nome disse dos meus amigos e de mim que ou éramos gênios ou bestas Acho que tem razão Sentimos tanto eu como meu amigos o anseio do farol Si fôssemos tão carneiro a ponto de termos escola coletiva esta seria por certo o Farolismo Nosso desejo alumiar A extremaesquerda em que nos colocamos nAo permite meiotermo Si gênios indicaremos o caminho a seguir bestas naufrágios por evitar J Canto da minha maneira Que me importa si me não entendem Não tenho forças bastantes para me universalizar Paciência Com o vário alaúde que construi me parto por essa selva I AA rrroro no hnrnprn nrrnitivn cantarei a principio só Mas canto agente simptico faz renascer na alma dum outro predisposto ou apenas sinceramente curioso e livre o mesmo estado lírico provocado em nós por alegrias sofrimentos ideais Sempre heide achar também algum alguma que se embalarão 11cadência libertária dos meus versos Nesse momento novo Anfião moreno e caixadóculos farei que as próprias pedras se reunam em muralhas 11magia do meu cantar E dentro dessas muralhas esconderemos nossa tribo 60 Minha mão escreveu a respeito deste livro que não tinha e não tem nenhuma intenção de o publicar Jornal do Comércio 6 de Junho Leia frase de Gourmont sobre contradição 10 volume das Promenades Littéraires Rui Barbosa tem sobre ela página lindíssima não me recordo onde Há umas palavras também em João Cocteau La Noce Massacrée 61 Mas todo este prefácio com todo o disparate das teorias que contém não vale coislssima nenhuma Quando escrevi Paulicéia Desvairada não pensei em nada disto Garanto porém que chorei que cantei que ri que berrei Eu vivol 62 Aliás versos não se escrevem para leitura de olhos mudos Versos cantamse urramse choramse Quem não souber cantar não leia Paisagem nO1 Quem não souber urrar não leia Ode ao Burguês Quem não souber rezar não leia Religião Desprezar A Escalada Sofrer Colloque Sentimental Perdoar a cantiga do berço um dos solos de Minha Loucura das Enfibraturas do Ipiranga Não continuo Repugname dar a chave de meu livro Quem for como eu tem essa chave 63 E está acabada a escola poética Desvairismo 64 Próximo livro fundarei outra 6 E não quero discípulos Em arte escola imbecilidade de muitos para vaidade dum só 66 Poderia ter citado Gorch Fock Evitava o Prefácio Interessantíssimo Toda canção de liberdade vem do cárcere INSPIRAÇÃO Onde até na força do verão havia tempestades de ventos e frios de crudelíssimos inverno Fr Luis de Sousa São Paulo comoção de minha vida Os meus amores são flores feitas de original Arlequinal Trajes de losangos Cinza e ouro Luz e bruma Forno e inverno morno Elegâncias sutis sem escândalos sem ciúmes Perfumes de Paris Arys Bofetadas lírtca no Trianon Algodoal São Paulo comoção de minha vida Galicismo a berrar nos desertos da América O TROVADOR Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras As primaveras de sarcasmo intermitentemente no meu coração arlequinal Intermitentemente Outras vezes é um doente um frio na minha alma doente como um longo som redondo Cantabona Cantabona Dlorom Sou um tupi tangendo um alaúde OS CORTEJOS lonotonias das minhas retinas erpentinas de entes frementes a se desenrolar odos os sempres das minhas visões Bon giorno caro lorríveis as cidades aidades e mais vaidades lada de asas Nada de poesia Nada de alegria Ih os tumultuários das ausências aulicéia a grande boca de mil dentes os jorros dentre a língua trissulca e pus e de mais pus de distinção iram homens fracos baixos magros lerpentinas de entes frementes a se desenrolar Istes homens de São Paulo odos iguais edesiguais uando vivem dentro dos meus olhos tão ricos iarecemme uns macacos uns macacos A ESCALADA Maçonariamente Alcantilações Ladeiras sem conto Estas cruzes estas crucificações da honra Não há ponto final no morro das ambições As bebedeiras do vinho dos aplaudires Champanhações Cospe os fardos São Paulo é trono E as imensidões das escadarias Queres te assentar no píncaro mais alto Catedral Estas cadeias da virtude o Tripingate Os empurrões dos braços em segredo Principiarás escravo irás a ChicoRei Há fita de série no Colombo O Empurrão na Escuridão Film naciona Adeus lírios de Cubatãonara os aue andam sozinhns 15 Sono tré tustune per i ragazzini Estes mil quilos da crença Tripingate Alcançarás o sólio e o sol sonante Cospe os fardos Cospe os fardos Vê que facilidade as tais asas 20 Toca a banda do Fieramosca Pa pa pa pum Toca a banda da polícia ta ra ta tchim Ésrei Olha O rei nu Que é dos teus fardos Hermes Pança Deixeios lá nas margens das escadarias 25 Onde nas violetas corria o rio dos olhos de minha mãe Sossega Es rico és grandíssimo és monarca Alguém agora tos virá trazer E eilo na curul do vesgo OlhonaTreva RUA DE SÃO BENTO Triângulo Há navios de vela para os meus naufrágios E os cantares da uiara rua de São Bento Entre estas duas ondas plúmbeas de casas plúmbeas 5 as minhas delícias das asfixias da alma Há leilão Há feita de carnes brancas Pobres arrozais Pobres brisas sem pelúcias lisas a alisar A cainçalha A Bolsa As jogatinas Não tenho navios de vela para mais naufrágios 10 Faltamme as forças Faltame o ar Mas qual Não há sequer um porto morto Can you dance the tarantella Achl ya São as califórnias duma vida milionária numa cidade arlequinal 15 O Clube Comercial A Padaria Espiritual Mas a desilusão dos sombrais amorosos Minha Loucura acalmate Veste o waterprooj dos tam O Nem chegarás tão cedo à fábrica de tecidos dos teus êxtases telefone Além l99t Entre estas duas ondas plúmbeas de casas plúmbeas vê lá nos muitoaolonaes do horizonte 5 a sua chaminé de céu azul o REBANHO hl minhas ahKinaÇões1 ri os deputados c altoa iob o Plio vespera1 feito de IDADplOIU airem de mlos dadas do CoIJlTellO omo um possesllO num o em meus aplausos os salvadorea do meu estado amado esciam intellsentea de ruiulI dadaa ntre o trepidar lbi vascolejantea rua Marechal Deodoro h minhas al omo um possesao JWIIl em meus aplaulos ios heróil do eatado amadol as esperançaa de ver tudo aalvo luas mil reformas três projetos mígram olifutlllOlnotumos verde verde verde h minhas aluclnaçllesl tas os deputados ihalis altos iludavamse pouco a pouco em cabras rescemlhes os cornos descemlhesbarbinhas vi os chapéus altos do meu estado amado om os tJiAnsub de madeira no pescoço los verdes eaperaAÇU sob as franjas de ouro da tarde le nunhAm a nadsar Rente do Palácio do senJwr presidente Oh minhas a1111lÚJaÇl1 TIETA Era uma vez um 00 Porém os BorbasGatos dos ultranacionais esperiamente Havia nas manhãs cltetae de Sol do entUliumo as mon da E as JigAnteaa vitôriu As embarcações m rumo do abismal Descaminho Arroubos LutaiI s CaIitips Povoar Ilitmos de Brecheret E a santificaçio da morte ForamIe os 01 Bo hoje da tarmaliDMl Nadador Vamos partir pela via dum MatoGrosso lo Mai Maiada braçada Quina Migone HatStoresllhia deeàa Vado a pranzare conla Rutb PAISAGEM N111 Minha Londres cIa5 neblinas finas Pleno verão Os dez mil milhões de rosas paulistanas Há neves de perfumes no ar Faz frio muito frio E a ironia das pernas das costureirinhas Parecidas com bailarinas O vento é como uma navalha Nas mãos dum espanhol Arlequinal Há duas horas queimou Sol Daqui a duas horas queima Sol Passa um São Bobo cantando sob os plátanos Um tralalá A guardacívica Prisão Necessidade a prisão Para Que haja civilização U Meu coração seote4e muito triate Enquanto o cinzento das ruas lUTePiadu Dialoga um lamento com o vento Meu coraçio senteee muito alqrel Este friozinho artebitado 20 Dá uma vontade de sortir E sigo E vou sentindo A inquieta a1acricWte cIa ÍDvemia Como um gosto de lágrimas na boIla ODB AOBUllGU8S Eu muto o 1 Obuquean1qwal O burguê8buqu1 A dipadDltemáita de SIoPalol O homemauval o S Ohomem que 00 iIeiro italiano e sempre um caateloso poucol Eu insulto as aristoaacias cautalOUlsl Os barões lampe6e1 osCOadal Jo6eIl os duques zurrosl Que vivem dentro de muros sem pulos 10 E gemem UJIIUelI ck IIIiImaoo PIIlll diaenm 418 fiIIIIJI lia teDhora falam o fl1IIIClIs E tocam o Printemps com unbMl Eu insulto o burautol uJiadiil3Oàf dast Olha a vicia dosIIOAOSsetembrosl Fará Sol Choveri Arlequinall Mas l chuva dos rosais O êxtase fará sempre SoIl 20 Morte gordura Morte às adiposidades cerebrais Morte ao sall Ao I ao burgutilburil Padaria SIÚÇa Morte viva ao Adriano 2 Ai filha que te darei peJo teus anos Um colar Como e quinhentos Mas DÓS morremos tlefuaet ecI Cote a ti mamo oh gelatina pasma OhlpatlIe de batlltas moralsl JO Ohl cabeIos DalI venta oh carecas ddlo taIlpelaDIaItos rquIares Odio rd MQrWe inftnlial ódio l Odip ellll1llWal OdilUQueai dWaIcd toe nem HS I De mIos nas costas Marco eu o compasso Eia Dois a doial pnn PQàçioIMMdlaI Todo para Centn1 do iDebriame Odio e iDsubol 0dI0 e I1Iiftl Odio e mal ódio 040 Morte ao de li0ii Cheinmdo Rligiio e que nio crêem Deus Oclio vermelho Oclio fdo Odio dctiool Odio fundamento lIeIIIpeqIio Fora Pul FOIIl o bom baques TRISTURA Profundo Imundo meu coraçio Olha o edífício Matadouros da Continental Os Vícios Yiciaramme na bIljulaçlo sacrifícios Minha alma corcunda como a avenida Sio Joio E dizem que os polichinelos sào alegres Eu nunca em guisos 1108 meus interiores arlequinais Paulicéía minha noiva Há matrimônios assim Ninguém os assistirá nos jamais As permanências de ser um na febre 10 Nunca nos encontramos Mas há rendezvous na meianoite do Armenonville E tivemos uma filha uma só Batismos do SF cura Bruma águabenta das garoas monótonas 15 Registeía no cartório da Consolação Chameia Solítude das Plebes Pobres cabelos cortados da nossa monja DOMINGO Missas de chegar tarde em rendas e dos olhares acrobáticos Tantos telégrafos sem fio Santa Cecilia regorgita de corpos lavados 5 e de sacrilégios picturais Mas Jesus Cristo nos desertos mas o sacerdote no Confiteor Contrastar Futilidade civilização Hoje quem joga O Paulistano 10 Para o Jardim América das rosas e dos pontapés Friedenreich fez goal Comer Que juiz Gostar de Blanco Adoro Qual Bartõ E o meu xará maravilhoso Futilidade civilizaçio U Momamente em gasolinas Trinta e cinco contos Tens dezmilréis Vamos ao COr50 E filar cigarros a quinzena inteira Ir ao corso é lei Viste Marilia E Filis Que vestido pele só 20 Automóveis fechados Figuras imóveis O bocejo do luxo Enterro E também as familias dcmínícaís por atacado entre os convenientes perenemente Futilidade civilização 25 Central Drama de adultério A Bertini arranca os cabelos e morre Fugas Tiros Tom Mix Amanhã fita alemã de beiços As meninas mordem os beiços pensando em fita alemi 30 As romas de Petrõnío E o leito virginal Tudo azul e branco Descansar Os anjos Imaculado As meninas sonham masculinidades Futilidade civilização o DOMADOR Alturas da Avenida Bonde 3 Asfaltos Vastos altos repuxos de poeira Sob o arlequinal do céu ourorosaverde As sujidades implaas do urbanismo Filets de manuelino Calvicies de Pensllvlnia Gritos de gaticismo Na frente o tram da irrigação Onde um Sol bruxo se dispersa Num triunfo persa de esmeraldas topázios e rubis 10 Lânguidos boticeIlis a ler Henry Bordeaux Nas clausuras sem dragões dos torreões Mário paga 011 duzentos réis São cinco no banco um branco Um noite um ouro 15 Umclnzento de úsica e Mário Solicitudesl SoliCitudesl Mas olhai oh meus olhos saudosos dos ontens Esse espetéclto encantado da Avenidal Revivei oh gmchos PaulistllS ancestremente 20 E oh cavalos de cólera sanaüineal Laranja da Chinalaranjada Chiria laranja da Chinal Abacate camltucá e tanprinal Guardate Aos aplausos do esfusiante clown Heróico sucessor da raça heríl dos bandeirantes 25 Passa galhardo um1i1bo deimiaraDte Louramente domando um automóvel ANHANGABAO Parques do Anhanllbaií nos fogaréus da aurora Oh larguezas dos meus itineririGs Estátuas de bronze nu correndo eternamente 4 5 O carvalho votivo etrondido DOI orgulhos do bicho de mtnnore parido no Salon Pnuido de estaias perfuaaudo em rosais o esqueleto do JDOrCe8O Nada de ia nada de alegrias 10 E o contraste boçal do lavrador que sem amor afia a foice Estes meus parques do Anhangabaü ou de Paris onde as tuas Aguas onde as mágoa dos teus sapoa Meu pai foi rei 15 Foi Nlo foi Foi Nio foí Onde as tuas bananeiras Onde o teu rio frio encanecido pelos nevoeiros contando histórias aos sacis Meu querido palimpsesto sem valor 20 Crônica em mau latim cobrindo uma éclop que n60sea de ViJIiliol A CAÇADA A bruma neva Clamor de vitórias e dolos Monte 510 Bernardo sem cães para os alvfssimos CataclISmos de herofsnlol O ftllto Os cinismos plantando o estancJrte 5 enviando para todo o universo novas ClIJtudeVuaminha Os AMis quase todos muito ruln a escalar em lama a glória Cospe os fardosl 10 Mas sobre a turba adejam os cartues de Pilpel e Tirita como grandes mariposas de sooho queimandose na hu E o maxixe do crime puladioho na eternizaçio doa tr dias Tripudiares galosl Roubar Vencer Viver os respeitqsamen DO cre 11 VCUUU C ill uqu lcDl Im 1IlIICIIlIlMa A engrenagem trepida A bruma neva Uma síncope a aereia da polícia que vai prender um bêbedo no Piques Não há mais lugares no boavista triangular 20 Formigueiro onde todos se mordem e devoram O vento gela Fermentação de ódios egoísmos para a caninhadoO dos progredires Viva virgem vaga desamparada Malfadada Em breve não será mais virgem 25 nem dCSlUllparada Terá o amparode todos os desamparos Tossem O Diirio A Platea Lívidos danos por um tostio Também quero ler o aniversário d05 reis 30 Honra ao mérito Os virtusosos hãode sempre ser louvados e retratificadol Mais um crime na Mo6ca Os jornais estampam as aparências dos grandes que fazem anos dos criminosos que fazem danos 3S Os quarenlalfaus das riquezas O vento gela Abandonos Ideais pálidol Perdidos os poetas os moços os loucos Nada de asas nada de Ia nada de alegria A brumaneva ArIulnal 40 Mas viva o Ideal God save the poetry Abade Liszt da minha filha monja na Cadillac mansa e glauca da ilusão passa o Oswald de Andrade mariscando gênios entre a multidão Nota A última imqem está numa cr6nica rutilante de Hélíos Não houve pJállo HBot repétlu IqItlmamente a frue IA ouvida eDIAo lu r comum entre DÓ para caracterizar deliciou mania do Oswald NUTUKNU Luzes do Cambucl pelas noites de crime Calor E 88 nuvens baixas muito grossas J Feitas de corpos de mariposas Rumorejando na epidenne das árvores 5 Ginpm os bondes como umfoso de artifkio Sapateando nos triIIlos Cuspindo um oriffcio na treva cor de cal Num perfume de heliotrópios e de poças Gira uma flordHDal Vejo do Turquestl 10 E traz olheiras que escurecem alma Fundiu esterlinas entre as unhas roxas NOlIoscilantes de Ribeirio Preto Batat 6 funm Luzes do Cambuci pelas noites de crime 15 Calor E as nuvens baixas muito grossas Feitas de corpos de mariposas Rumorejando na epiderme das árvores Um inulato cor de ouro Com cabeleira feita de alianças polidas 20 Violão Quando eu mOrrer Um cheiro pesado de baunilhas Oscila tomba e rola no chio Ondula no ar a nostalgia das Baías E os bondes passam como um fogo de artifciO Sapateando nís trilhos 25 Ferindo um jlfifício na treva cor de cal Batat assatô furnn Calor Os diabos andam no ar Corpos de nuas carregando As lassitudes dos sempres imprevistos 30 E as almas acordando inios dos enJçados Idílíos sob os plátanos E o ciúme univenal fanflllTll8 glorious De saias oordorosa e gravataa corderou Balcões Da cauteJa Iajante ODeIeflorem lnuemas 35 Para 06 encontro dos guerreiros brancos Brancos E que os dica latam jardinal Ninguém ninguán ninguém se importa Todos embarcam na Alamcda dos Beijos da AvenFllI M8s eu Estas minhas grades em girbdolas de jasmins 40 Enquantp as tiav do Cambucinos1ivres Da liberdade doa lábiosentreabe1105 Arlequinall Arlequillall As nuvens baixaa muito çossas Feitas de corpos de mariposas 45 Rumorejando na epiderme das árvores Mas sobre estas minhas grades em girlndolas de jasmins O estelário delira eu camagens de luz E meu céu é todo um rojlo de Jqrimu E os bondes riscam como um fotlO de artifício 50 Sapateando nos triJho Jorrando um orificio na treva cor de cal Batat assatO funm PAISAGEM NO 2 Escuridlo dum meiodia de invemia Marasmos EltreIneções Brancos O céu l toda uma batalha convencional de conjetti brancos e as onças pardas das montanhas no longe 5 Oh para além vivem as primaveras eternas As casas adormecidas parecem teatrais gestos dum explorador do polo que o selo parou no frio Lá para as bandas do lpiranga as oficinas tossem 10 Todos os estiolados são muito brancos Os invernos de Paulicéia são como enterros deu ltalianinha torna ai lua paese Lembraste As barcarolas dos céus azuis nas 6pU verdes Verde cor dos olhos dos loucos I As cascatas das violetas para os Primaveral cor dos olhos dos loUcos Deus recortou a alma de Paulicéia num cor de cinza sem odor Oh para além vivem as primaveras eternasl 20 Mas os homens pas8lllIl sonambulando E rodando Dum llltIdo nefário vestidas de eletrlçidade e psolina as doenças jocotoam em redor Grande funçio ao ar livre 2 Bailado de Cocteau cornos barulbadores de Ruaolol Opus 1921 SãoPaulo I um palco de bailados russos Sarabandani a tfsica a ambição as invejas os crimes e também as apoteoses da ilusão 30 Mas o Nijlnsry sou eu E vem a Morte minha Karsavina Quã quá quá Vamos dançar o falitraI da daelperança a rir a rir dos nossos desiguais TU Morrente chama espIga Mais morta inda no esplrito Espírito de fidalga Que vive dum bocejo entre dois galanteios Il I 1 LJ 1 Ç I Mulher mais oDp Que os pasmos aluciDados Das torres de SIo Bento Mulher feita de asfalto e de 1amas de várzea 10 Toda insultos nos olhos Toda convite nmsa boca 10uca de nlborea Costureirinha de S40 Paulo ltalofrancolusobrasfifcosuOnica Gosto dos seus crepuscuJares IS Grepusculares e por isso mais ardentes Bandeirantemente Lady Macbeth feita de névoa fina Pura neblina da manhã Mulher que és minha madrasta e minha mãe 20 Trituração ascencional dos meus sentidOs Risco de aeroplano entre Mop e Paris Pura neblina da manhã Gosto dos teus deaejos de crime turco E das tuas ambições retorcidas como roubos 2S Amote de pesadelos taciturnos Materialização da Canaã do meu Poe Never more Emílio de Menezes insultou a memória do meu Poe Oh Incendiária dOI meus a1éns sonoros 30 Tu és o meu gato preto Tu me esmagaste nas paredes do meu sonho Este sonho medonho E serás sempre morrente chama esgalga Meio fidalga meio barregã Ás alucinações crucifícantes De todas as auroras do meu jardim PAISAGEM NO 3 Chove Sorri uma garoa cor de cinza Muito triste como um tristemente longo A casa Kosmos Dia tem Impermeáveis em Iiquidaçio Mas neste largo do Arouche Posso abrir meu guardachuva paradoxal Este lírico plátano de rendas mar Ali em frente Mário põe a máscara Tens razão minha Loucura tens razão 10 O rei de Tule jOgou a taça ao mar Os homens passam encharcados Os reflexos dos vultos curtos Mancham o pelitpavi As rolas da Normal U Esvoaçam entre os dedos da garoa E si pusesse um verso de CrisEal No De Profunllil De repente Um raio de Sol arisco 20 RisCa o chuvisco ao meio COLLOQUE SENTIMENTAL Tenho os pés chagados lOS espinhos das calçadas Higienópolis As Babilônias dos meus desejos baixos Casas nobres de estilo Enriqueceres em tragédias Mas a noite é toda um véudenoiva ao luar s A preamar dos brilhósllás mansões O jazzband dá cor O arcoíris dos perfumes O clamor dos cofres abarrotados de vidas Ombros nus ombros nus lábios pesados de adultério ruge cogumelo podrids Sem crimes sem roubos o carnaval dos títulos Si não fosse o talco adeus sacos de farinha Impiedosamente Cavalheiro Sou conde Perdão 15 Sabe que existe um Brás um Bom Retiro Apre respiro Pensei que era pedido Só conheço Paris Venha comigo então Esqueça um pouco os braços da vizinha 20 Percebeu hein Doulhe gorgeta e calese O sultão tem dez mil Mas eu sou conde Vê Estas paragens trevas de silêncio Nada de asas nada de alegria A Lua A rua toda nua As casassem luzes 25 E a mirra dos martírios inconscientes Deixeme por O lenço no nariz Tenho todos os perfumes de Paris Mas olhe em baixo das portas a escorrer Para os esgotos Para os esgotos 30 a escorrer Um fio de lágrimas sem nome RELlGIAO Deus creio em Ti Creio na tua Bíblia Não que a explicasse eu mesmo Porque a recebi das mãos dos que viveram as iluminações Catolicismo sem pinturas de Calixto As humildades No poço das minhas erronias vi que reluzia a Lua dos teus perdoares Riome dos Luteros parasitais e dos orgulhos soezes que não sabem ser orgulhosOs da Verdade e 05 mações que são pecados vivos 10 e que nem sabem ser Pecado Oh minhas culpas e meus tresvarios E as nobilitações dos meus arrependimentos chovendo para a fecundação das Palestinas Confessar 15 Noturno em sangue do 1ardim das Oliveiras Naves de Santa Efigenia os meus joelhos criaram escudos de defesa contra vós Cantai como me arrastei por vós Dizei como me debrucei sobre vós lU Mas dos longínquos veio o Redentor E no poço sem fundo das minhas erronias vi que reluzia a Lua dos seus perdoares Santa Maria mãe de Deus A minha mãedaterra é toda os meus entusiasmos 15 dar lheia os meus dinheiros e minhas mias tamWm Santa Maria dos olhos verdes verdes venho depositar aos vossos pés verdes a coroa de luz da minha loucura Alçançai para mim lI a Hospedaria dos 1amais Iluminados PAISAGEM No 4 Os caminhões rodando as carroças rodando Rápidas as ruas se desenrolando Rumor surdo e rouco estrépitos estalidos E o largo coro de ouro das sacas de café s Na confluência o grito inglês da São Paulo Railway Mas as ventaneiras da desilusão a baixa do café As quebras as ameaças as audácias superfinas Fogem os fazendeiros para o lar Cincinato Braga Muito ao longe o Brasil com seus braços cruzados 10 Oh as indiferenças maternais Os caminhões rodando as carroças rodando Rápidas as ruas se desenrolando Rumor surdo e rouco estrépitos estalidos E o largo coro de ouro das sacas de café 15 Lutar A vitória de todos os sozinhos As bandeiras e os clarins nos armazéns abarrotados Hostilizar Mas as ventaneiras dos largos cruzados E a coroação com os próprios dedos 20 Mutismos presidenciais para trás Ponhamos os Vitória colares de presas inimigas Enguirlandemânos de cafécereja Taratá e o pean de escárnio para o mundo Oh este orgulho máximo de ser paulistamente11 AS ENFIBRATURAS DO IPIRANGA Oratório profuo 0 VOe i me To have whal I have wIlat I SItdu Diatribuiçio du vozes os ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS escritora e demaio artffbo e1um Iaqo imte OICl aflDadIaImo de oopranoo coatnl1lOo barítonos bmlroo AS SRNJlCTUDBS TlUMUUNAS e burirueoea Coro oopranlatu OS SANDAPIUlUOS INDIFERENTES operariado te pobre tOllOl e baixos AS JUVENILIDADBS AURIVBRDBS DÓOl Teooreo sempre I Que o dlp WoIte VOIl SlIziDIl MINHA LOUCURA Sopraao Ilpiro SoHlta Acompanlwnento de orqtra e banda 1oçal de execuçIo A eapIanada cio Teatro MuDiclpol lIada e cadu DOtenapleoo que lOIIM IObre OI jardim Sio poa1o lnatrumentiatu cIirlIicIoa por tros viIlcIoo cio QaoIldo aoHata canta bi liIIDcIo orquatral aaIvo DOlI PI t e rnenclonodoI E meamo aaIm 00 lnatrumenlol que zeDHIO COIllIaIJOtO cIoo tros Noo ClllIOO cIoo ORlENTALISIIOI CONVENCIONAIS junlate J um Iulti formidadr QuIncIo cantam u JUVENDIDAIlBS AURIVERDBS hi aate falta l InatnJmoalol AI cIesaflaam Outros o 1aDciDante viouo flautas cIartM OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS estão nas janela e terraço do Teatro Municipal As SENECTUDES TREMULINAS disseminaramse pelas sacadas do Automóvel CU da Prefeitura da Rôtiaaerie d Tipopafia Weilfol do Hotel Carlton c mesmo da Uvraria Alves ao longe Os SAN DAPILARIOS INDifERENTES berram do Viaduto do Chi Mas as JUVE NILlDADES AURlVERDES silo em baixo nos parques do Anhanpbaú com os pés enterrados no solo MINHA LOUCURA no meio delas Na Aurora do Now DIa Prclúdio As caixM anunciam a arraiada Todos OI 5SJOOOcantores conccrtam apreua damente astaa e tomam f6lep com O enquanto os borá as trompas o órllo cada timbre poc lUa vez entre lafIOI oiUncloo re flexivos enunclam sem desenvolvimento nem harmonizaçlo o tema Utiliua est saepe ee seauius quce non habeat multas conlOlationes in hac vite E começa o oratório profaoo que teve por DOm AS ENFIBRATURAS DO IPIRANGA AS JUVENlLIDADES AURIVERoES pIaDIuImo Nós somos as Juvenilidades Auriverdes As franjadas flImulas das bananeiras As esmeraldas das araras Os rubis dos colibris 5 Os lirismos doa sabiás e das jandaias Os abacaxis as 1IllUlPS os cajus Almejam localizarse triunfantemente Na fremente celebraçio do Universal Nós somos as Juvenilidades Auriverdesl 10 As forças vivas do torrão natal As ignortncias Iluminadas Os novos sóis luscofusco1ares Entre os sublimes das dedicaçõesl Todos para a fraterna música do Universal 1 Nós somos as Juvenilidades Auriverdes OS SANDAPILÁRIOS INDIFERENTES num pIdo prelo Vá de rumorl Vá de rumorl Esta gente não nos deixa mais dormir Antes E lucevan le steIle de Puccinil Oh pé de anjo pé de anjo 20 Foral Fora o que de despertar os UKlbNTAL1MU CUNVbNClONAIS Somos os Orientalismos Convencionais Os alicerces não devem cair mais Nada de subidas ou de verticais Amamos as chatezas horizontais 25 Abatemos perobas de ramos desiguais Odiamos as matinadas arlequinais Viva a Limpeza Pública e os hábitos morais Somos os Orientalismos Convencionais Deve haver Von Iherings para todos os tatus 30 Deve haver Vitais Brasis para os urutus Mesmo peso de feijão em todos os tutus Só é nobre o passo dos jaburus Há estilos consagrados para Pacaembus Que os nossos antepassados foram homens de truz 35 Não lhe bastam velas Para que mais luz Temos nossos coros SÓ no tom de dó Para os desafinados doutrina de cipó Usamos capas de seda é só escovar o pó Diariamente à mesa temos mocotó 40 Per omnia saecula saeculorum moinhos terão mó Anualmente de sobrecasaca não de paletó Vamos visitar o esqueleto de nossa grande avó Glória aos iguais Um é todos Todos são um só Somos os Orientalismos Convencionais AS JUVENILIDADES AURIVERDES perturbadas com o fabord1o lllCOlDOÇllJD mais alto incertas 45 Magia das alvoradas entre magnólias e rosas Apelos do estelário visível aos a1guéns Pão de Icaros sobre a toalha extática do azul Os tuins esperanças das nossas ilusões Suaviloquências entre as delíquescêncías so Dos sáfaros aos raios do maior solar Sobracemos as muralhas Investe com os cardos Rasgate nos acúleos Tomba sobre o chão aVo AJiWaó3 pAla U3 VlLlU3 uaIlolVl Anda Não pares nunca Aliena o duvidar E as vacilações perpetuamente I AS SENEcruDES TREMULINAS tempo de minueto Quem são estes homens Maiores menores Como bom ser rico Maiores menores Das nossas poltronas Maiores menores Olhamos as estátuas Maiores menores Do signor Ximenes 6S O grande escultor Só admiramos os célebres E os recoendados tambéml Quem tem galeria Terá um Bouguereau 70 Assinar o Urico Elegância de preceito Mas que paulíficâncía Maiores menores O Tristão e Isolda H Maiores menores Preferimos os coros Dos Orientalis mos Convencionais Depois os sanchismos 80 Ai gentes que bom Da alta madrugada No largo do Paiçandu Alargar as ruas E as instituições as Nio podeI Nio pode Maiores menores Mas não há quem diga Maiores menores Quem são esses homens 90 Que cantam do chão a ocqucatra súbito emudece depois duma lIlUlde PllIalhada de Timbales MINHA LOUCURA recitativo e bablda Dramas da luz do luar no segredo das frestas Perquirindo as escuridões A traição das mordaças E a paixão oriental dissolvida no mel 95 Estas marés da espuma branca E a onipotência intransponlvel dos rochedos Intransponivelmente Oh A minha voz tem dedos muito claros Que vão roçar nos lábios do Senhor 100 Mas as minhas tranças muito negras Emaranharamse nas raizes do jacarandá Os cérebros das cascatas marulhantes E o beneficio das manhãs serenas do Brasil JITlII1des 1Indos de harpa Estas nuvens da tempestade branca 105 E os telhados que não deixam à chuva batizar Propositadamente Oh Os meus olhos têm beijos muito verdes Que via cair às plantas do Senhor Mas as minhas mãos muito frágeis I 10 Apoiaramse nas faldas do Cubatllo Os cérebros das cascatas marulhantes E o beneficio das manhãs solenes do Brasil Estas espigas da colheita branca E os escalrachos roubando a uberdade 11S Enredadamente Oh Os meus joelhos têm quedas muito crentes I Que vão bater no peito do Senhor Mas os meus suspiros muito louros Entreteceramse com a rama dos cafezais 120 Os cérebros das cascatas marulhantes E o benefício das manhãs gloriosas do Brasil tro AS SENECTUDES TREMULINAS iniciando uma ta Quem é essa mulher louca mas louca Pois anda no chão ASJUVENILIDADES AURIVERDES num crescendo fantástiClD 125 ódios invejas infelicidades Crenças sem Deus Patriotismos diplomáticos Cegar Desvalorização das lágrimas lustrais Nós não queremos mascaradas E ainda meDOS 130 Cordões Flordoabacate das superfluidades Os tumultos da luz As lições dos maiores E a integralização da vida no Universal As estradas correndo todas para o mesmo final E a pátria simples una intangivelmente 135 Partindo para a celebração do Universal Ventem nossos desvarios fervorosos Fulgurem nossos pensamentos dadivosos Clangorem nossas palavras proféticas Na grandeyprof1 A passiflora o espanto a loucura o desejo Cravos mais cravos para nossa cruz OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS Tutti O cracendo resolvido numa solene marcha fúnebre Para que escravos Para que cruzes Submeteivos à metrificação IS A verdadeira luz está nas corporações Aos maiores serrote aos menores o salto E a glorificação das nossas ovações AS JUVENILIDADES AURIVERDES num clamor Somos as Juvenilidades Auriverdes A passiflora o espanto a loucura o desejo iO Cravos mais cravos para nossa cruz OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS a tempo Para que cravos Para que cruzes Submeteivos à poda Para que as artes vivam e revivam Usese o regime do quartel iS a riqueza O nosso anel de matrímôníol E as fecundidades regulares refletidas E os perenementes da ligação mensal AS SENECruDES TREMULINAS aos miados de f1autim impotente Bravíssimo Bem dito Sai azar nl nPrPnpTnllOntpc J 100 lft11lll11 AS JUVENILIDADES AURlVERDES berrando 160 Somos as Juvenilidades Auriverdes A passiflora o espanto a loucura o desejo Cravos mais cravos para nossa cruz OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS da capo Para que cravos Para que cruzes Universalizaivos no senso comum 165 Senti sentimentos de vossos pais e avós Para as almas sempres torresmos cerebrais E a sesta na rede pelos meiosdias Acordar às seis deitar às vinte e meia E o banho semanal com sabão de cinza 170 Limpando da terra ca1mando das erupções E a dignificação bocejal do mundo sem estações Primavera inverno verão outono Para que estações AS JUVENILIDADES AURlVERDES G6 vocifennteo Cães Piores que cães 175 Somos as Juvenilidades Auriverdes Vós burros malditos cães piores que cães OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS oempre manba fúDebre cada vez JIIlÜIforte poráa Para que burros Para que cães Produtividades regulares Vivam as maleitas Tnhrrnitlac rtP nn141lOarlac rprhul Nas arquiteturas renascença gálica Na música Verdi na escultura Fídías Corot na pintura nos versos Leconte Na prosa Macedo DAnnunzio e Bourget E na vida enfim eternamente eterna Concertos de meia à luz do lampeão Valsas de Godard no piano alemão Marido mulher as filhas o noivo AS JUVENILIDADES AURIVERDES numa lrita descompassada Malditos Boçais Cães Piores que cães Somos as luvenilidades Auriverdes A passiflora Vós malditos boçais OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS lfO o corso aos domingos o chá no Trianon E as cidades as cidades as cidades as cidades e mil cidades 1 AS JUVENILIDADES AURIVERDES ffff Seus borras Seus bêbedos Infames Malditos A passiflora o espanto a loucura o d qui o leitor se for partidário dos ORIENTALISMOS porá nomes de escri es paulistas que aprecia e das JUVENILIDADES os que detesta Exemplo m meu próprio nome E as mariocidades Não existe esse sufixo quero sim bater milhor o ritmo OS ORIENTALlSMOS CONVENCIONAIS fffff e as perpetuidades Das celebridades das nossas vaidades Das antiguidades às atualidades Ao fim das idades sem desigualdades 200 Ouem háde AS JUVENILlDADES AURIVERDES loucos sublimes tombando wtos Seus A maior palavra feia que o leitor conhecer Nós somos as JuveniJidades Auriverdes A passiflora o espantol a loucura o desejo Cravos Mais cravos para a nossa Silêncio O ORIENTALlSMOS CONVENCIONAIS bem como as SENECTU DES TREMULlNAS e os SANDAPlLARIOS INDIFERENTES fulfram e se esconderam tçaDdo CIOouviloo JIrIlde à múima Verdade A oro questra evaporouse espavorida Os mautri sucumbiram Caiu aliás e na solidlo da noite das mil estréias JUVENILIDADIS AIIRI VERDES tombadas no 0010 choraocIo cboraodo o arrepeodImonto do tresvarío final MINHA LOUCURA lDOIlte cantip de adormentar 205 Chorai Chorai Depois dormi Venham os descansos veludosos Vestir os vossos membros Descansai Ponde os lábios na terra Ponde osolhosna terra Vossos beijos finais vossas lágrimas primeiras 210 Para a branca fecundação Espalhai vossas aImas sobre o verde Guardai nos mantos de sombra dos manacás Os vossos vagalumes Interiores Inda serão um Sol nos ouros do amanhA A IDllD5anoite com seus dedos estelares Fechará nossas pálpebras As vésperas do azul As milhores vozes para vosso adormentar 220 Mas o Cruzeiro do Sul e a 8Udade dos martirios Ondular do vaivem Embalar do vaivem Para a restauração o vinho dos noturnos Mas em vinte anos se abrirão as searas Virão os setembros das floradas virginais 22 Virão os dezembros do Sol pojando os grânulos Virão os fevereiros do cafécereja Virão os marços das maturações Virão os abris dos preparativos festivais E nos vinte anos se abririo as searas 230 E virão os maios E virão os malos Rezas de Maria Bimbalhadas Os votivos As preces subidas As graças vertidas Tereis a cultura da recordaçlo Que o Cruzeiro do Sul e a saudade dos martlrios 2H Plantemse na tumba da noite em que sonhais Importa Digovos eu nos mansos Oh Juvenilldades Auriverdes meus irmãos Chorai Chorai Depois dormi Venham os descaDllOl veludosoe 240 Vestir os vossos membros Descansai Diutumamente cantareis e tombareis As rosas As borboletas Os orvalhos O tododia dos imolados sem razIo Fechai vossos peitos 24S Que a noite venha depor seus cabelos aléns Nas feridas de ardor dos cutilados E enfim no luto em luz Chorai Das praias sem borrascas Chorai Das florestas sem traições de guaranis 20 DepoIs dormi 10 wl4 D T I c 11 Venham os descansos veludosos Vestir os vossos membros Descansai quase a sorrir dormindo 254 Eu os desertos os Caíns a maldição As JUVENILIDADES AURIVERDES e MINHA WUCURA adormecem eter namente surdas enquanto das i de palácios leal t1PQl1nf1ao hotéis escancaradas mas ceps cresce uma enorme vaia de anorioe zurros patadas lAUS DEO PRECISANDO A CIRCUNSTANCIA Pareceunos importante precisar os dados de circunstAn cia apreendidos nos textos poéticos de Mário de Andrade a fim de que os poemas possam aparecer ao leitor de hoje em toda sua plenitude PAULICIA DESVAIRADA INSPIRAÇAO V 7 Bofetadas líricas no Trianon Algodoall TRlANON edifício construido no inicio deste século na encosta do bosque que seria o Parque Siqueira Campos na Avenida Paulista Como nos conta Frederico Branco nou primeiramente como restauranteconfeitaria de luxo com o nome de Belvedere Tomouse o centro da ostentação e feira de vaídades da década de lO alimentada pela riqueza antiga do café e a nova fortuna da indústria comércio e especulação Eram famosos os chás das cinco servidos ao ar livre com gelados finos Frederico Branco No tempo de Trianon ESCALADA V 12 Há fita de série no Colombo COWMBO famoso teatro no Largo da Concórdia no Brti em São Paulo edificado em 1907 sob a direção do Cel FlllIIÇ Pinto e inaugurado em 20 de fevereiro de 1908 pela Cia Dra mática Italiana do ator Bognese com o drama de Giacomettí Maria Antonieta Anos mais tarde tomouse cinema bem como palco de graÍldes bailes de carnaval Mário de Andrade faz nova referência ao cíneteatro Colombo em sua crônica Lar 498 go da Concórdia no Diário Nacional de 14 fev 1932 V Tál e Crônicas no Diário Nacionai V20 Toca a banda do Fieramosca Pa pa pa INJOI FIERAMOSCA referência à banda de música ÉttÓre p ca Participava de festas procissões e desfiles cívicosW Paulo trajando chapéus à bersaglíerí de aba grandé lIiWij tada ao lado e uma pluma pendente do outro com alamares e laço húngaro dourado nos braços Americano São Paulo Naquele Tempo 1895 1ft fl RUA DE SAOBENTO V 1 Triângulo TRIANGUW assim era chamada a confluência Id Bento Direita e XV de Novembro no centro lia D Rua 15 era a rua dos bancos onde o assunto eram OI Na Rua de São Bento a das Bolsas de Merclldotillt los as conversas giravam em tomo do café do i A rua Direita considerada a rua da elegância com chiques atraia o público feminino Aos sábados era obrigatório Jacinto Silva A cidade dé 51 1 P IV V 15 O Clube ComerciaL a Padaria EspiriI i Comparação juntando dois momentos de ruplUra CLUBE COMERCIAL funcionou no edífícío Ramos de Azevedo na rua Ubero Badaró recebia a alta burguesia paulista recepciODOU Príncipe de Gales Próximo ao Comercial ficava o W ciscano muito freqüentado por M6rio de ADlInIde 0 foi demolido e aí está hoje o Banco Geral do Comérdo PADARIA ESPIRITUAL movimento surpdo em 1892 1898 congtegando jovem artista e 1 se reuniam em bares e cafés Caracterizo1He iJIicW pela atitude boêmia e pelo espírito de troça lteorpnl se promoveu conferências e saraus Publicou o qUÜlllllUlll OP PoPaulo pe5 ud MoIséIl PMfIMO TIET2l V 2 Porém os BorbaGatos de ultranacionais esperiamentel ESPERlAMENTE alusão ao Clube Espéria fundado em lodj novembro de 1899 por italianos à Av Santos 1 margens do Tietê Durante as guerras mundiais tomou o lIIIIIIa de Floresta sporte Clube em 1963 retoma o nomep V 8 Ritmos de Brecheretl E a santificação da Morten BRECHERET Victor 1894 1955 Escultor Partici vamente dos momentos iniciais da formação do grupo nista de São Paulo A sua Cabeça de Cristo 1920 adq por MA provocou grande impacto e de certa forma insj ao poeta os versos de Paulicéia Desvairada A crilQ dera oMonumento às Bandeiras sua maior e maiS imPO obra Doze de seus trabalhos fazem parte da Coleção de2 V Coleção Mdrio de Andrade Artes Plásticas li V 12 Quina Mignone Ha stores Meias deIii HAT STORES famosa chapelaria de Serafino Chiodi zada na rua Direita coração comercial de São Paulo nl dó século XX O Semeador de Elegâncias a crôoila de Menotti Del Picchia no Correio Paulistano de 13 de 1921 fala sobre Serafino Chiodi V Yoshie S Barrel O Gedeão do Modernismo 192022 11 ODO DURO Poema recitado por Mário no Teatro Municipal de São p durante a Semana de Arte Moderna debaixo de grande v o V 12 E tocam o Printemps com as unhasl ij t PRlNTEMPS sonata de Beethoven em Sol maior Opus 24 para piano Peça de repertório das filiasfamilias da burb sia paulistana Satirizada pelo poeta como pianolatria t tl V 24 Padaria Suíça Morte viva ao Adriano PADARIA SUIÇA renomado estabelecimento da cidade de Paulo situado à rÚa Formosa esnecializado em nães e dolêj V 38 Todos para a Central do meu rancor iDebriautel CENTRAL Delegacia de Policia localizada no Pitio do CoWpo exlarso do PaIAcio TRISTURA V 11 Mas bli rendezvous na meia noite do Armcnooville ARMENONVILLE Conhecido bordel no Largo do DOMINGO V 1113 Frledenrelch fez goall Comerl Que julzl Gostar de Bianco Adoro Qual BartlI E o meu xari maravi1hoiol FRlEDENREICH Arthur 1892 1984 fllho de alemIo mulata foi jogador de futebol durante vinte e Mil tenoeu ao GennAnia ao lpiraop ao Americano 1lO ao São Paulo Encerrou sua carreira no FIamenp em 1m aos 43 ano Foi considerado pela crítica esporIha ti maiores centroavantes Que o Brui1 ji teve aq viram jopr comparamno a Pelé Frledenreidl lado de BartO Blanco e o xará maravilbolo M6rkl a elite do futebol paulista na d6cada de 20 ReYlata V 2628 A Bertíni arranca os cabelos e morre r Fugas Tiros Tom Mixl Amanhi fita aleml de beiços c BERTINI Prancesca EIena Seracini Vitiello CODIirI la primeira diva do cinema italiano Cessa seu trabaIbQ ç voltando a figurar depois disso esporàdiae filmes Cognominada a Regina indestronivel pela paulista Dicionário de Atores e Di4rio Popul4r MIX T1wmas Edwtn 1880 1940 estreiaDdo em19lO xl Ofiecan t FITA ALEMÃ na cWcIllIa de 20 os ciDe ColalllbO DO LIirID da Concórdia e Mafalda pagavam freqtila 1Jl ftl aTI IJJ WF JI ODOMAOOR V2122 Laranja da China laranja da China laranja da Chinal Abacate cambucá e tangerina Paródia dos acordes iniciais do Hino Nacional feita pelo povo A CAÇADA V 10 Mas sobre a turba adejam os cartazes de Papel e Tint 1 PAPEL E TINTA revista do modernismo paulista em 1921 V 18 que vai prender um bêbedo no Piques lj PIQUES Bairro da cidade de São Paulo atual 1nIIçJ Blmdeira Ligavase ao Bexiga i6 V 27 Tossem O Diário a Platea DllJUO POPULAR periódico paulistano fundado em nov bro de 1884 por José M Lisboa e Américo de CamposT as mais diversas secções Palcos e Salõea Esporte e propaganda O jornal continua em clrculaçlo até o t com a mesma denominaçlo Nelson W Sodré A H dtJ Imprensa no Brasil v A PLAT1UA jornal de oposição à monarqula fundado São Paulo em 10 de julho de 1888 por Horácio de Em 1894 o jornal teve sua circulação suspensa por a governo de Floriano Peixoto voltando a circular poucd po depois Foi fechado em 1942 por se posicionar om da polltica do Eixo naaífascísta Idem iif f NOTURNO 4 V 13 26 51 Batatassatô furnn i Durante toda a década de lO ao anoitecer passava o 1 das batatas doces ao fomo cesto à cabeça apregoando VJ didas a um tostão cada as batatas logo se esgotavam Chiâií1t Penteado BelmVMo 1910 PAISAGEM N 2 V 3031 Mas o Nijinski sou eu E vem a Morte minha Karsavina NDINSKI Vaslav 1889 1950 um dos mais perfeito baiJa tinos do mundo que se notabilizou por sua capacidade de permanecer durante longo tempo no ar Seu desempenho O Espectro da Rosa em que dá um salto de vários metrcIit é dificilmente igualado A performance de Nijinski e amara Platanova Karsavina em O Espectro da Rosa em 1911 Londres tomouse histórica Diccionario dei BaIlet de ÚI Dama Poema transcrito por Oswald de Andrade quando no alÚIO O meu poeta futurista no Jornal do ComrcioSio i 27 de maio de 1921 lançou Mário de Andrade Poema e artisq causaram grande escAndalo tendo Mário perdido alam dê suas alunas de piano 11 PAISAGEM N 3 V 4 A casa Kosmos nAo tem impermeáveis em liquicleçio CASA KOSMOS conceituado estabelecimento comercial espe cializado em roupas feitas localizado à Rua Direita 14 V 14 As rolas da Normal Referêncía às moças da primeira Escola Normal de 510Paulo a Caetano de Campos na Praça da Rep6blica o jetado por Ramos de Azevedo em estilo renascentista V 1617 B si pudesse um verso de Crisfal No De Profundis CRISFAL Ioga de poeta portugus Cristóvio de cio 1515 1585 Durante muito tempo a autoria da por sua insplraçlo bucólica foi atribuída a BernardIm ltItiéIWi CrisfaI a forma anagram6tica de CRIStóvio PALcIo ruuio úttert1rio Opere IO l i1iid DE PROFUNDIS o livro conhecido sob este titulo lEI parte de um texto que Oscar Wilde enviou do árcere ding a Alfred Pouglas Publicado em 1905 a obra ponto culminante da vida e da filosofia wildeana 2 a tração come cada experiência adquire valor e de arte Idem 11 1 PAISAGEM N fo V 5 Na confluncia o gri inIlea da SAo Paulo wi The StJo PauIos Railway Company Ltd empSl ferroviário formado em Londres em 1869 pelo V Mauá e seus sócios Aberta ao tráfego em 1867 vem fisionomia da cidade de São Paulo com os meIho feitos nas proximidades da estrada de ferro Ri FomuzçtJo Histórica de StJo Paulo cL V oi AS ENFIBRATURAS DO IPIRANGAdsb V 29 Deve haver Von Iherings para todos os tatual V lHERING Rudolph von 1853 1933 Diretor do AIJI Ipiranga Na lpoca o museu dedicavase apenas à Mineralogia e à Zooloala Von Ihering realizou imJlOl1llMlill trabalhos sobre a fauna brasileira Em 1933 saiu publicâdã sua obra Da vida dos nossos animais V 64 Do signor Xímenes XIMENES Ettore 1885 1926 escultor italiano 1922 venceu o COIlCUrO para o monumento comemorathlb 80 1 Ccntenario da Independência com projeto baseado na telà de Pedro Américo O Grito do lpiranga Monumento do lpiratqa conhecido popularmente como o Bolo de Noiva Em 1927 Ximenes foi de fato a figura focalizada satiricamente por Mário de Andrade na crônica O grande escultor no Di4rio NIICimuIl Sio Paulo 23 ne novo 1927 V TIái e Cr6rrica 110 oN V 191 0 cono dos domingos o chá no Trianon CORSO era costume na d6cada de lO as fanúliu paa a p6 pelo Trianon ou então nos dias de Carnaval f o cono de carro nas avenidas O corso do Carnaval nova mente objeto de atençio de Mário de Andrade em AltUIr rbo intrlUlSitivo TRlANON V INSPIRAÇAO LOSANGO CAQUI XII Que sonol V 5 Tácito hoje não veio ALMEIDA Tdcido de 1899 1 poeta do grupo moder nista de 810 Paulo innlo do autor ae Soror Dolorosa cola borou na revista Klaxon Foi um dos grandes amiaos de MA
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Texto de pré-visualização
MÁRIO DE ANDRADE Poesias Completas edição crítica de diléa zanotto manfio Dados de Catalogaçã na publicação CIP Internaciona Câmara Brasileir do Livro Brasil Andrade 2 Andrade MárIo do 18931945 A568p Poesias completas MárIo do Andrade edição crítica de Diléa Zanotto ManIIo Bolo Horizonte ltatiaia São Paulo Editora ela Universid de São Paulo 1987 Obras completas do MárIo de 1 Poesia brasilei 1 ManIIo DiIóa Zanotto U Título 111 Série 870824 CDDI69915 ndlcel pela catáJoso lillenlitlco 1 Poesia Século 20 Literatura Brasileir 869915 2 Século 20 Poesia Literatura Brasileir 869915 1987 Direitos de Propriedade Literária adquiridos pela EDITORA ITATIAIA LIMITADA Belo Horizonte IMPRESSO NO BRASIL PRTNTRfl TN RRA7TT PAULICÉIA DESVAIRADA dezembro de 1920 a dezembro de 1921 tNDlCB GERAL o 2r DESCRIÇAO DAS EDIÇOES rr DESCRIÇAO OOS ORIGINAIS 39 POESIAS COMPLETAS PAUUU DESVAIRADA 55 A MAJUO DE ANDRADE 57 PREFACIO INTERESSANT1SSIMO 59 INSPIRAÇAO 83 O TROV APOR 83 OS CORTEJOS 84 A ESCALADA 84 RUA DE SAO BENTO 85 O REBANHO 86 TIET2 87 PAISAGEM N 1 87 ODE AO BURGUM 88 TRISTURA 90 DOMINGO 91 O DOMADOR 92 ANHANGABAtJ 92 A CAÇADA 93 NOTURNO 95 DESENHO DE ANTONIO MOYA PAISAGEM N 2 96 TU 97 PAISAGEM N 3 99 COLLOQOE SENTIMENTAL 99 RELIGIAO 100 PAISAGEM N 4 102 AS ENFIBRATURAS DO IPIRANGA 103 Afario de Andrade PAULICEA DESVAIRADA A MARIO DE ANDRADE Mestre querido Nas muitas horas breves que me fizestes ganhar a vosso lado dizíeis da vossa confiança pela arte livre e sincera Não de mim mas de vossa experiência recebi a coragem da minha Verdade e O orgulho do meu Ideal Permitime que ora vos oferte este livro que de vós me veio Prouvera Deus nunca vos pertube a dúvida feroz de Adriano Sixte Mas não sei Mestre se me perdoareis a distância mediadaentre estes poemas e vossas altíssímas lições Recebei no vosso perdão o esforço do escolhido por vós para único discípulo daquele que neste momento de martírio muito a medo inda vos chama o seu Guia o seu Mestre o seu Senhor Mário de Andrade 14 de dezembro de 1921 SPAULO PREFÁCIO INTERESSANTtsSIMO Dans mon pays de fiel et dor jco suis la Ioi E Verhaeren Leitor Está fundado o Desvairismo Este prefácio apesar de interessante inútil Alguns dados Nem todos Sem conclusões Para quem me aceita são inúteis ambos Os curiosos terão prazer t em descobrir minhas conclusões confrontando obra e I dados Para quem me rejeita trabalho perdido explicar I o que antes de ler já não aceitou 4 Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo o que meu inconsciente me grita Penso depois não só para corrigir como para justificar o que escrevi Dai a razão deste Prefácio Interessantíssimo Aliás muito diffcil nesta prosa saber onde termina a blague onde principia a seriedade Nem eu sei 6 E desculpeme por estar tão atrasado dos movimentos artísticos atuais Sou passadista confesso Ninguém pode se libertar duma só vez das teonasavÓs que bebeue o autor deste llvióseriahijJQçrita stretendesse representar orientação moderna que ainda não comprem Livro evidentemente impr ra segundo modernos erro grave ofmpressionismo 7 Os arquitetos fogem do gótica e nova filiandose para além dos tempos históricos nos volumes elementares cubo esfera etc Os pintores desdenham Delacroix como Whistler para se apoiarem na calma construtiva de Rafael de Ingres do Greco Na escultura Rodin é ruim os imaginários africanos são bons Os músicos desprezam Debussy genuflexos diante da polifonia catedralesca de Palestrina e João Sebastião Bach A poesia tende a despojar o homem de todos os seus aspectos contingentes e efêmeros para apanhar nele a humanidade Sou passadista confesso Este Alcorão nada mais é que uma embrulhada de sonhos confusos e incoerentes Não é inspiração provinda de Deus mas criada pelo autor Maomé não é profeta é um homem que faz versos Que se apresente com algum sinal revelador do seu destino como os antigos profetas Talvez digam de mim o que disseram do criador de Alá Diferença cabal entre nós dois Maomé apresentavase como profeta julguei mais conveniente apresentarme como louco Você já leu São João Evangelista Walt Whitman Mallanné Verhaeren O Perto de dez anos metrifiquei rimei Exemplo ARTISTA o meu desejo é ser pintor Lionardo cujo ideal em piedades te acrisola fazendo abrirse ao mundo a ampla corola do IOnho ilustre que em meu peito auardo Meu anseio é trazendo ao fundo pardo da vida a cor da venez1ana escola dar tons de roaa e de OWO por esmola a quanto houver de peuedia ou cardo Quaudo erEontiar o maoaoclal das tintas e os pis exaltados com que pintas Veronese teus quadros e teus frbos irei morar onde as Desaraças moram e viverei de colorir sorrisos nos Ubios dos que imprecam ou que choraml II Os Srs Laurindo de Brito Martins Fontes Paulo Setúbal embora não tenham evidentemente a envergadura de Vicente de Carvalho ou de Francisca Júlía publicam seus versos E fazem muito bem Podia como eles publicar meus versos metrificados 12 futurista de Marinetti1Disse e repítcoçIenho pontos e contacto com o futurismo Oswald de Andrade chamandome de futurista errou A culpa é minha Sabia da existência do artigo e deixei que saísse Tal foi o escândalo que desejei a morte do mundo Era vatlIlIII SIdr QaOMCUrICIllleHOJe tenho orgulltO NAome pesaria reentrar na obscuridade Pensei qae discutiriam minhas idéias que nem são minhas discutiram minhas intenções Já agora não me calo Tanto ridicularizariam meu silêncio como esta grita ADdarei a vida de braços no ar como o Indifeleiltil deWatteàu 13 Alguns leitores ao lerem estas frases poesia citada não compreenderam logo Creio mesmo que é impOssível compreender inteiramente à primeira leitura pensamenlOflL assim esquematizados sem uma certa prática Nem é f nisso que um poetà pode queixarse dos seus leitores No que estes se tornam condenáveis é em não pensar que um autor que assina não escreve unidades pelo simples prazer de experimentar tinta e que sob essa extravagância aparente havia um sentido porventura interessant1ssimo que havia qualquer coisa por compreender João Epstein 14 Há neste mundo um senhor chamado Zdislas MUner Entretanto escreveu isto O fato duma obra se afastar de preceitos e regras aprendidas não dá a medida do seu valor Perdoeme dar algum valor a meu livro Não há pai que sendo pai abandone o filho corcuDcla que se afoga pa salvar o lindo herdeiro do vizinho A amadeleite do conto foi uma grandfssima ebotina I desnaturada 1S Todo escritor acredita na alia do que escreve Si móstra é por vaidade Si não mostra é por vaidade também 16 Nlo fujo do ridiculo Tenho companheiros ilustres 17 O ridículo é muitas vezes subjetivo Independe do maior ou menor alvo de quem o sofre CriamôIo para vestir com ele quem fere nosso orgulho ignorância esterilidade 13 Um pouco de teoria Acredito que o lirismo nascido no subconsciente acrisolado num pensamento claro ou confuso cria frases que são versos inteiros sem prejuízo de medir tantas sílabasicom acentuação determinada Entroncamento é sueto para os condenados da prisão alexandrina Há porém raro exemplo dele neste livro Uso de cachimbo 19 A inspiração é fugaz violenta Qualquer impecilho a perturba e mesmo emudece Arte que somada a Lirismo dá Poesia 1 não consiste em prejudicar a doida carreira do estado lírico para avisálo das pedras e cercas de arame do caminho Deixe que tropece caia e se fira Arte é mondar mais tarde o poema de repetições fastientas de sentimentalidades românticas de pormenores inúteis ou inexpressivos 20 Que Arte não seja porém limpar versos de exageros coloridos Exagero símbolo sempre novo da vida como do sonho Por ele vida e sonho se irmanam E consciente não é defeito mas meio legítimo de expressão 21 O vento senta no ombro das tuu velas Shakespeare Homero já escrevera que a terra mugia debaixo dos pés de homens a cavalos Mas você deve saber que há milhõe de exageros na obra dos mestres 22 Taíne disse que o ideal dum artista consiste em apresentar mais que os próprios objetos completa e claramente qualquer caracteristica essencial e saliente deles por meio de alterações sistemáticas das relações naturais entre as suas partes de modo a tornar essa característica mais visível e dominadora O Sr Luis Carlos porém reconheço que tem o direito de citar o mesmo em defesa das suas Colunas 23 lá raciocinou sobre o chamado belo horrível J pena O belo horrível é uma escapatória criada pela dimensão da orelha de certos filósofos para justificar a atração exercida em todos os tempos pelo feio sobre os artistas Não me venham dizer que o artista reproduzindo o feio o horrível faz obra bela Chamar de belo o que é feio horrível só porque está expressado com grandeza comoção arte é desvirtuar ou desconhecer o conceito da beleza Mas feio pecado Atrai AnitaMalfatti falavame outro dia no encanto sempre novo do feio Ora Anita MaIEatti ainda não leu Emilio Bayard O fim lógico dum quadro é ser agradável de ver Todavia comprazemse os artistas em exprimir o singular encanto da feiúra Oartista sublima tudo 24 Belo da arte arbitrário convencional transitório questão de moda Belo da Y I 1 eternidade que a natureza tiver g reprr Mbucsnem este é seu im T os os des artis ora CPll5Ciente UafaeasMsltodin do Balzac Beethoven da Pastoral Machado de Assis do Brás Cubas ora inconsdentememea grande maioria fonüiíâêformadores nfuõ que o hêIíi artisti mais artístico tanto mais subjetivo quanto mais afastar do 10 natuíãl OUtros mfiram o que qUiserem Pouco me Importa 25 Nossos sentidos são frágeis A percepção das coisas exteriores é fraca prejudicada por mil véus provenientes das nossas taras físicas e morais doenças preconceitos indisposições antipatias ignorâncías hereditariedade circunstâncias de tempo de lugar etc Só idealmente podemos conceber 0 objetos como os atos na sua inteireza bela ou feia A arte que mesmo tirando 05 seus temas do mundo objetivo desenvolvese em comparações afastadas exageradas sem exatidão aparente ou indica os objetos como um universal sem delimitação qualificativa nenhuma tem o poder de nos conduzir a essa idealização livre musical Esta idealização livre subjetiva permite criar todo um ambiente de realidades ideais onde sentimentos seres e coisas belezas e defeitos se apresentam na sua plenitude heróica que ultrapassa a defeituosa percepção dos sentidos Não sei que futurismo pode existir em quem quase perfilha a concepção estética de Fichte Fujamos da natureza Só assim a arte não se ressentirá da ridícula fraqueza da fotografia colorida 26 Nlo llCho mais SJlIÇanenhuma nisso da sente submeter comoçõea um leito de Procusto para que obtenham em ritmo coovendonal número convencional de 1fIabes n primeiro livro usei indiferentemente sem obriplção de retorDo periódico os diversos metros pares Agora libertome também desse preconceito outros Razão para que me insultem Adquiro 27 Mas não desdenho baloiços dançarinos de redondilhas e decassílabos Acontece a comoção caber neles Entram pois às vezes no cabaré rítmico dos meus versos Nesta questão de metros não sou aliado sou como a Argentina enriqueçome 2 Sobre a ordem Repugname com efeito o que Musset chamou Lart de servir à point un dénoementbíen cuit EXIste a ordem dos oolegiais infantes que saem das escolas de mãos dadas dois a dois Existe uma ordem nos estudantes das escolas superiores que descem uma escada de quatro em quatro degraus chocandose lindamente Existe uma ordem inda mais alta na fúria desencadeada dos elementos li Ouem leciona História do Brasil obedecerá a uma ordem que certo não consiste em estudar a guerra do Paraguai antes do ilustre acaso de Pedro Álvares Quem canta seu subconsciente seguirá a ordem Imprevísta das comoções das associações de Imagens dos contatos exteriores Acontece que o tem às vezes descaminha o impulso clama dentro de nós como turba enfurecida Seria engraçadíssimo que a esta se dissesse Alto lá Cada qual berre por sua vez e quem tiver a arg1ment Dllis forte guardeo para o fim A turba é con1ISàoaparente Quem souber afastarse idealmente dela verá a imponente desenvolverse dessa alma coletiva falàndo a retérica exata das reivindicações 2 Minhas reívmdicações Liberdade UIO dela não abuso Sei embridáJa nas minhas verdades filosóficas e relillio porque verdades filosóficas reJigílIi não são convencionais como a Arte são rdades Tanto não abuso Não pretendo obripr ninguém a seguirme Costumo andar sozinho 3 Virgílio Homero não usaram rima Virgílio Homero têm assonâncías admiráveis A língua brasileira é das mais ricas e sonoras E possui O admirabilíssimo ão 15 Marinetti foi grande quando redescobriu o noder sueestivo associativo sirnbólieo UDi musical da palavra em liberdade Ali6s ftIha como Adio Marinetti errou fez dela sistema e apeou auxiliar poderosíssimo Uso palavras em liberdade Sinto que o meu copo é grande demais para mim e inda bebo no copo dos outros 36 Sei construir teorias engenhosas Quer ver A poética está muito mais atrasada que a música Esta abandonou talvez mesmo antes do século 8 o regime da melodia quando muito oitavada para enriquecerse com os infinitos recursos da harmonia A poética com rara exceção até meados do século 19 francês foi essencialmente melódica Chamo de verso melódico o mesmo que melodia musical arabesco horizontal de vozes sons consecutivas contendo pensamento inteligível Ora si em vez de unicamente usar versos melódicos horizontais Mnezarete a divina a pálida Phrynea Comparece ante a austera e rígida assemblea Do Areópago supremo fizermos que se sigam palavras sem ligação imediata entre si estas palavras pelo fato mesmo de se não seguirem intelectual gramaticalmente se sobrepõem umas às outras para a nossa senseção formando não mais melodias mas harmonias Explico mílhor Harmonia combinação de sons simultâneos Exemplo Arroubos Lutas Seta Cantigas Povoar Estas palavras não se ligam Não formam enumeração Cada uma é frase período elíptico reduzido ao mínimo telegráfico UA L de frase melodia a palavra chama a atenção para seu insulamento e fica vibrando à espera duma frase que lhe faça adquirir significado e QUE NÃO VEM Lutas não dá conclusão alguma a Arroubos e nas mesmas condições nAo fazendo esquecer a primeira palavra fica vibrando com ela As outras vozes fazem o I mesmo Assim em vez de melodia frase gramatical temos acorde arpejado harmonia o verso harmônico Mas si em vez de usar só palavras soltas uso frases soltas mesma sensaçio de superposição não j de palavras notas mas de frases melodias Portanto polifonia pcética Assim em PllUliciill Desvairada usamse o verso melódico São Paulo um palco de bailados IUSl108 o verso harmOnko A cainça1ha A Bolsa As jogatinas e a polifonia um e às vezes dois e mesmo mala versos conaecutivos A engrenapm trepida A bnma neva Que tal Não ie esqueça ponm que outro vir destruir tudo iso que construi Para ajuntar à teoria 1 37 Os os poéticos do passado conseguiram dar maior interesse ao verso melódico nlio só criandoo mais belo como fazendoo mais variado mais comotivo mais imprevisto Alguns mesmo conseguiram formar harmonias por vezes ricas Harmonias porém inconscientes esponidicas Provo inconsciencia Victor Hugo muita vez harmOnico exclamou depois de ouvir o quarteto do Riaoletto Façam que poasa combinar imultaneamente ririas frases e verio de que sou capaz Encontro anedota em Galli n CJ cL 8 Há certas figuras de retórica em que podemos Ver embrião da harmonia oral como na lição das sinfonias de Pitágoras encontramos germe da harmonia musical Antítese genuína dissonãncia E si tão apreciada justo porque poetas como músicos sempre sentiram o grande encanto da dissonância de que fala G Migot 3 19 Comentário à frase de Hugo Harmonia oral não se realiza como a musical nos sentidos porque palavras não se fundem como sons antes baralhamse tornamse incompreensíveis A realização da harmonia poética efetuase na inteligência A compreensão das artes do tempo nunca é imediata mas mediata Na arte do tempo coordenamos atos de memória consecutivos que assimilamos num todo final Este todo resultante de estados de conscíêncía sucessivos dá a compreensão final completa da música poesia dança terminada Victor HUI errou querendo realizar objetivamente o que se realiza subjetivamente dentro de nós 4 40 Os psicólogos não admitirão a teoria E responder lhes com o Sóquemama de Bilac Ou com os versos de Heine de que Bilac tirou o Sóquemama Entretanto si você já teve por acaso na vida um acontecimento forte imprevisto já teve naturalmente recordese do tumulto desordenado das muitas idéias que nesse momento lhe tumultuaram no cérebro Essas idéias reduzidas ao mlnimo telegráfico da palavra não se continuavam porque não faziam parte de frase alguma não tinham 1 y ressoavam amontovamse sobrepunhamse Sem ligação sem conconlincia aparente embora nascidas do mesmo acontecimento formavam pela sucessão rapidíssima verdadeiras simultaneidades verdadeiras harmonias acompanhando a melodia enérgica e larga do acontecimento I 5 4 Bilac Tarde é muitas vezes tentativa de harmonia poética Daí em parte ao menos o estilo novo do livro Descobriu para a língua brasileira a harmonia poética antes dele empregada raramente Gonçalves Dias genialmente na cena de luta Y Juca Pirama O defeito de Bilac foi não metodizar o invento tirar dele todas as conseqüências Explícase historiciunente seu defeito Tarde é um apogeu As decadências não vêm depois dos apogeus O apogeu já é a decadência porque sendo estagnação não pode conter em si um progresso uma evolução ascensional Bilac representa uma fase destrutiva da poesia porque toda perfeição em arte significa destruição Imagino o seu susto leitor lendo isto Não tenho tempo para explicar estude si quiser O nosso primitivismo representa uma nova fase construtiva A nós compete esquematizar rnetodizar as lições do passádo Volto ao poeta Ele fez como os criadores do Organum medieval aceitou harmonias de quartas e de quintas desprezando terceiras sextas todos os demais intervalos O número das suas harmonias é muito restrito Assim o ar e o chão a fauna e a flora a erva e o pássaro a pedra e o tronco os ninhos e a hera a água e o réptil a folha e o inseto a flor e a fera dá impressão duma longa monótona série de quintas ínedieYaia fastidiosa excessiva inútil incaPaz de o ouvinte e darlhe a lGIsaçio docnpúcuIo na mata 1 42 Lirismo eStado efetivo sublime vizinho da sublime loucura Preocupaçlo de ca e de rima prejudica a naturalidade livre do 1iriamo objetivado Por isso poetas sinceros confessam nunca ter escrito seus milbores versos Rostand por exemplo e entre nós mais ou menos o sr Amadeu Amaral Tenho a felicidade de escrever meus milhores V Milhor do que isso não posso fazer 43 Ribot disse algures que inspiração é telegrama cifrado transmitido pela atividade inconsciente à atividade consciente que o traduz Essa atividade consciente pode ser repartida entre poeta e leitor Assim aquele que Dio escorcha e esmiuça friamente o momento líríeo e bondosamente concede ao leitor a glória de colaborar nos poemas 44 A linguagem admite a forma dubltativa que o mármore não admite Renan 1 H 6 ou 8 0lqlUI cota teoria aoo m a1DÍlPJORecebo apa brc número 11 U DOOeIIlbro da nviIta Esprlt Noneau AIIú Esprlt Nmtve4U tIlÍDbAO rrelicio Intere5UDtf lmo Epstein OODtiDuoD do estudo O FenOmeno Uterúio oblelV8 o harmonlsmo modernO Que dm Itanellmo AchociteraSlllte mas diz Que é utopia filo Entre o artista plástico e o músico está o poeta que se avizinha do artista plástico com a sua produção consciente enquanto atinge as possibilidades do músico no fundo obscuro do inconsciente De Wagner 46 Você está reparando de que maneira costumo andar sozinho 47 Dom Lirismo ao desembarcar do Eldorado do Inconsciente no cais da terra do Consciente é inspecionado pela viSita médica a Inteligência que o allmpa dos macaquinhos e de toda e qualquer dOença que possa espalhar Confusão obscuridade na terrlnha progressista Dom Lirismo sofre mais uma visita alfandegária descoberta Por Freud que a denominou Censura Sou contrabandista I E contrário à lei da vacina obrigatória 48 Parece que sou todo Instinto Nio é verdade Há no meu livro e nio me desagrada tendência pronuncladamente intelectualilta Que quer você Consigo passar minhas seda sem pagar direitos Mas é psicologicamente Impossível livrarme das injeções e dos tõnícos 49 A gramática apareceu depois de organizadas as IinguasAcontece que meu inconsçiente não sabe da exisUncia de gramáticas nem de Hnguas organizadas E como Dom Lirismo é contrabandista se Você perceberá com facilidade que si na minha poesia a gramática às vezes desprezada graves insultos não sofre neste pref6cio interessantíssimo Preiéclo rojlo do meu eu superior Versos paisagem do meu eu profundo sI Pronomes Escrevo brasileiro Si uso ortografia portuguesa é porque não alterando o resultado dame uma ortografia 2 Escrever arte moderna não significa jamais para mim representar a vida atual no que tem de exterior automóveis cinema asfalto Si estas palavras freqüentamme o livro não é porque pense com elas escrever moderno mas porque sendo meu livro moderno elas têm nele sua razão de ser 53 Sei mais que pode ser moderno artista que se inspire na Grécia de Orfeu ou na Luailinia de NunAlvares Reamheço maia a exístêncía de temas eternos passlveis de afeiçoar pela modernidade universo pátria amor e a presençadosausentes exgozoamargodeinfelizes 54 Não quis também tentar primitivismo vesgo e insincero Somos na realidade os primitivos duma era nova Esteticamente fui buscar entre as hipóteses feitas por psicólogos naturalistas e críticos sobre os primitivos das eras passadas expressão mais humana e livre de arte S5 o passado é lição para se meditar não para reproduzir E tu che sé costí anima viva Partiti da cotesti cite son morti l6 Por muitos anos procureime a mim mesmo Achei Agora não me digam que ando proava de originalidade porque já descobri onde ela estava pertenceme é minha 17 Quando uma das poesias deste livro foi publicada muita gente me disse Nio entendi Pessoas houve porém que confessaram Entendi mas não senti Os meus amigos percebi mais duma vez que sentiam mas nio eritendiam Evidentemente meu livro é bom lK Escritor de nome disse dos meus amigos e de mim que ou éramos gênios ou bestas Acho que tem razão Sentimos tanto eu como meu amigos o anseio do farol Si fôssemos tão carneiro a ponto de termos escola coletiva esta seria por certo o Farolismo Nosso desejo alumiar A extremaesquerda em que nos colocamos nAo permite meiotermo Si gênios indicaremos o caminho a seguir bestas naufrágios por evitar J Canto da minha maneira Que me importa si me não entendem Não tenho forças bastantes para me universalizar Paciência Com o vário alaúde que construi me parto por essa selva I AA rrroro no hnrnprn nrrnitivn cantarei a principio só Mas canto agente simptico faz renascer na alma dum outro predisposto ou apenas sinceramente curioso e livre o mesmo estado lírico provocado em nós por alegrias sofrimentos ideais Sempre heide achar também algum alguma que se embalarão 11cadência libertária dos meus versos Nesse momento novo Anfião moreno e caixadóculos farei que as próprias pedras se reunam em muralhas 11magia do meu cantar E dentro dessas muralhas esconderemos nossa tribo 60 Minha mão escreveu a respeito deste livro que não tinha e não tem nenhuma intenção de o publicar Jornal do Comércio 6 de Junho Leia frase de Gourmont sobre contradição 10 volume das Promenades Littéraires Rui Barbosa tem sobre ela página lindíssima não me recordo onde Há umas palavras também em João Cocteau La Noce Massacrée 61 Mas todo este prefácio com todo o disparate das teorias que contém não vale coislssima nenhuma Quando escrevi Paulicéia Desvairada não pensei em nada disto Garanto porém que chorei que cantei que ri que berrei Eu vivol 62 Aliás versos não se escrevem para leitura de olhos mudos Versos cantamse urramse choramse Quem não souber cantar não leia Paisagem nO1 Quem não souber urrar não leia Ode ao Burguês Quem não souber rezar não leia Religião Desprezar A Escalada Sofrer Colloque Sentimental Perdoar a cantiga do berço um dos solos de Minha Loucura das Enfibraturas do Ipiranga Não continuo Repugname dar a chave de meu livro Quem for como eu tem essa chave 63 E está acabada a escola poética Desvairismo 64 Próximo livro fundarei outra 6 E não quero discípulos Em arte escola imbecilidade de muitos para vaidade dum só 66 Poderia ter citado Gorch Fock Evitava o Prefácio Interessantíssimo Toda canção de liberdade vem do cárcere INSPIRAÇÃO Onde até na força do verão havia tempestades de ventos e frios de crudelíssimos inverno Fr Luis de Sousa São Paulo comoção de minha vida Os meus amores são flores feitas de original Arlequinal Trajes de losangos Cinza e ouro Luz e bruma Forno e inverno morno Elegâncias sutis sem escândalos sem ciúmes Perfumes de Paris Arys Bofetadas lírtca no Trianon Algodoal São Paulo comoção de minha vida Galicismo a berrar nos desertos da América O TROVADOR Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras As primaveras de sarcasmo intermitentemente no meu coração arlequinal Intermitentemente Outras vezes é um doente um frio na minha alma doente como um longo som redondo Cantabona Cantabona Dlorom Sou um tupi tangendo um alaúde OS CORTEJOS lonotonias das minhas retinas erpentinas de entes frementes a se desenrolar odos os sempres das minhas visões Bon giorno caro lorríveis as cidades aidades e mais vaidades lada de asas Nada de poesia Nada de alegria Ih os tumultuários das ausências aulicéia a grande boca de mil dentes os jorros dentre a língua trissulca e pus e de mais pus de distinção iram homens fracos baixos magros lerpentinas de entes frementes a se desenrolar Istes homens de São Paulo odos iguais edesiguais uando vivem dentro dos meus olhos tão ricos iarecemme uns macacos uns macacos A ESCALADA Maçonariamente Alcantilações Ladeiras sem conto Estas cruzes estas crucificações da honra Não há ponto final no morro das ambições As bebedeiras do vinho dos aplaudires Champanhações Cospe os fardos São Paulo é trono E as imensidões das escadarias Queres te assentar no píncaro mais alto Catedral Estas cadeias da virtude o Tripingate Os empurrões dos braços em segredo Principiarás escravo irás a ChicoRei Há fita de série no Colombo O Empurrão na Escuridão Film naciona Adeus lírios de Cubatãonara os aue andam sozinhns 15 Sono tré tustune per i ragazzini Estes mil quilos da crença Tripingate Alcançarás o sólio e o sol sonante Cospe os fardos Cospe os fardos Vê que facilidade as tais asas 20 Toca a banda do Fieramosca Pa pa pa pum Toca a banda da polícia ta ra ta tchim Ésrei Olha O rei nu Que é dos teus fardos Hermes Pança Deixeios lá nas margens das escadarias 25 Onde nas violetas corria o rio dos olhos de minha mãe Sossega Es rico és grandíssimo és monarca Alguém agora tos virá trazer E eilo na curul do vesgo OlhonaTreva RUA DE SÃO BENTO Triângulo Há navios de vela para os meus naufrágios E os cantares da uiara rua de São Bento Entre estas duas ondas plúmbeas de casas plúmbeas 5 as minhas delícias das asfixias da alma Há leilão Há feita de carnes brancas Pobres arrozais Pobres brisas sem pelúcias lisas a alisar A cainçalha A Bolsa As jogatinas Não tenho navios de vela para mais naufrágios 10 Faltamme as forças Faltame o ar Mas qual Não há sequer um porto morto Can you dance the tarantella Achl ya São as califórnias duma vida milionária numa cidade arlequinal 15 O Clube Comercial A Padaria Espiritual Mas a desilusão dos sombrais amorosos Minha Loucura acalmate Veste o waterprooj dos tam O Nem chegarás tão cedo à fábrica de tecidos dos teus êxtases telefone Além l99t Entre estas duas ondas plúmbeas de casas plúmbeas vê lá nos muitoaolonaes do horizonte 5 a sua chaminé de céu azul o REBANHO hl minhas ahKinaÇões1 ri os deputados c altoa iob o Plio vespera1 feito de IDADplOIU airem de mlos dadas do CoIJlTellO omo um possesllO num o em meus aplausos os salvadorea do meu estado amado esciam intellsentea de ruiulI dadaa ntre o trepidar lbi vascolejantea rua Marechal Deodoro h minhas al omo um possesao JWIIl em meus aplaulos ios heróil do eatado amadol as esperançaa de ver tudo aalvo luas mil reformas três projetos mígram olifutlllOlnotumos verde verde verde h minhas aluclnaçllesl tas os deputados ihalis altos iludavamse pouco a pouco em cabras rescemlhes os cornos descemlhesbarbinhas vi os chapéus altos do meu estado amado om os tJiAnsub de madeira no pescoço los verdes eaperaAÇU sob as franjas de ouro da tarde le nunhAm a nadsar Rente do Palácio do senJwr presidente Oh minhas a1111lÚJaÇl1 TIETA Era uma vez um 00 Porém os BorbasGatos dos ultranacionais esperiamente Havia nas manhãs cltetae de Sol do entUliumo as mon da E as JigAnteaa vitôriu As embarcações m rumo do abismal Descaminho Arroubos LutaiI s CaIitips Povoar Ilitmos de Brecheret E a santificaçio da morte ForamIe os 01 Bo hoje da tarmaliDMl Nadador Vamos partir pela via dum MatoGrosso lo Mai Maiada braçada Quina Migone HatStoresllhia deeàa Vado a pranzare conla Rutb PAISAGEM N111 Minha Londres cIa5 neblinas finas Pleno verão Os dez mil milhões de rosas paulistanas Há neves de perfumes no ar Faz frio muito frio E a ironia das pernas das costureirinhas Parecidas com bailarinas O vento é como uma navalha Nas mãos dum espanhol Arlequinal Há duas horas queimou Sol Daqui a duas horas queima Sol Passa um São Bobo cantando sob os plátanos Um tralalá A guardacívica Prisão Necessidade a prisão Para Que haja civilização U Meu coração seote4e muito triate Enquanto o cinzento das ruas lUTePiadu Dialoga um lamento com o vento Meu coraçio senteee muito alqrel Este friozinho artebitado 20 Dá uma vontade de sortir E sigo E vou sentindo A inquieta a1acricWte cIa ÍDvemia Como um gosto de lágrimas na boIla ODB AOBUllGU8S Eu muto o 1 Obuquean1qwal O burguê8buqu1 A dipadDltemáita de SIoPalol O homemauval o S Ohomem que 00 iIeiro italiano e sempre um caateloso poucol Eu insulto as aristoaacias cautalOUlsl Os barões lampe6e1 osCOadal Jo6eIl os duques zurrosl Que vivem dentro de muros sem pulos 10 E gemem UJIIUelI ck IIIiImaoo PIIlll diaenm 418 fiIIIIJI lia teDhora falam o fl1IIIClIs E tocam o Printemps com unbMl Eu insulto o burautol uJiadiil3Oàf dast Olha a vicia dosIIOAOSsetembrosl Fará Sol Choveri Arlequinall Mas l chuva dos rosais O êxtase fará sempre SoIl 20 Morte gordura Morte às adiposidades cerebrais Morte ao sall Ao I ao burgutilburil Padaria SIÚÇa Morte viva ao Adriano 2 Ai filha que te darei peJo teus anos Um colar Como e quinhentos Mas DÓS morremos tlefuaet ecI Cote a ti mamo oh gelatina pasma OhlpatlIe de batlltas moralsl JO Ohl cabeIos DalI venta oh carecas ddlo taIlpelaDIaItos rquIares Odio rd MQrWe inftnlial ódio l Odip ellll1llWal OdilUQueai dWaIcd toe nem HS I De mIos nas costas Marco eu o compasso Eia Dois a doial pnn PQàçioIMMdlaI Todo para Centn1 do iDebriame Odio e iDsubol 0dI0 e I1Iiftl Odio e mal ódio 040 Morte ao de li0ii Cheinmdo Rligiio e que nio crêem Deus Oclio vermelho Oclio fdo Odio dctiool Odio fundamento lIeIIIpeqIio Fora Pul FOIIl o bom baques TRISTURA Profundo Imundo meu coraçio Olha o edífício Matadouros da Continental Os Vícios Yiciaramme na bIljulaçlo sacrifícios Minha alma corcunda como a avenida Sio Joio E dizem que os polichinelos sào alegres Eu nunca em guisos 1108 meus interiores arlequinais Paulicéía minha noiva Há matrimônios assim Ninguém os assistirá nos jamais As permanências de ser um na febre 10 Nunca nos encontramos Mas há rendezvous na meianoite do Armenonville E tivemos uma filha uma só Batismos do SF cura Bruma águabenta das garoas monótonas 15 Registeía no cartório da Consolação Chameia Solítude das Plebes Pobres cabelos cortados da nossa monja DOMINGO Missas de chegar tarde em rendas e dos olhares acrobáticos Tantos telégrafos sem fio Santa Cecilia regorgita de corpos lavados 5 e de sacrilégios picturais Mas Jesus Cristo nos desertos mas o sacerdote no Confiteor Contrastar Futilidade civilização Hoje quem joga O Paulistano 10 Para o Jardim América das rosas e dos pontapés Friedenreich fez goal Comer Que juiz Gostar de Blanco Adoro Qual Bartõ E o meu xará maravilhoso Futilidade civilizaçio U Momamente em gasolinas Trinta e cinco contos Tens dezmilréis Vamos ao COr50 E filar cigarros a quinzena inteira Ir ao corso é lei Viste Marilia E Filis Que vestido pele só 20 Automóveis fechados Figuras imóveis O bocejo do luxo Enterro E também as familias dcmínícaís por atacado entre os convenientes perenemente Futilidade civilização 25 Central Drama de adultério A Bertini arranca os cabelos e morre Fugas Tiros Tom Mix Amanhã fita alemã de beiços As meninas mordem os beiços pensando em fita alemi 30 As romas de Petrõnío E o leito virginal Tudo azul e branco Descansar Os anjos Imaculado As meninas sonham masculinidades Futilidade civilização o DOMADOR Alturas da Avenida Bonde 3 Asfaltos Vastos altos repuxos de poeira Sob o arlequinal do céu ourorosaverde As sujidades implaas do urbanismo Filets de manuelino Calvicies de Pensllvlnia Gritos de gaticismo Na frente o tram da irrigação Onde um Sol bruxo se dispersa Num triunfo persa de esmeraldas topázios e rubis 10 Lânguidos boticeIlis a ler Henry Bordeaux Nas clausuras sem dragões dos torreões Mário paga 011 duzentos réis São cinco no banco um branco Um noite um ouro 15 Umclnzento de úsica e Mário Solicitudesl SoliCitudesl Mas olhai oh meus olhos saudosos dos ontens Esse espetéclto encantado da Avenidal Revivei oh gmchos PaulistllS ancestremente 20 E oh cavalos de cólera sanaüineal Laranja da Chinalaranjada Chiria laranja da Chinal Abacate camltucá e tanprinal Guardate Aos aplausos do esfusiante clown Heróico sucessor da raça heríl dos bandeirantes 25 Passa galhardo um1i1bo deimiaraDte Louramente domando um automóvel ANHANGABAO Parques do Anhanllbaií nos fogaréus da aurora Oh larguezas dos meus itineririGs Estátuas de bronze nu correndo eternamente 4 5 O carvalho votivo etrondido DOI orgulhos do bicho de mtnnore parido no Salon Pnuido de estaias perfuaaudo em rosais o esqueleto do JDOrCe8O Nada de ia nada de alegrias 10 E o contraste boçal do lavrador que sem amor afia a foice Estes meus parques do Anhangabaü ou de Paris onde as tuas Aguas onde as mágoa dos teus sapoa Meu pai foi rei 15 Foi Nlo foi Foi Nio foí Onde as tuas bananeiras Onde o teu rio frio encanecido pelos nevoeiros contando histórias aos sacis Meu querido palimpsesto sem valor 20 Crônica em mau latim cobrindo uma éclop que n60sea de ViJIiliol A CAÇADA A bruma neva Clamor de vitórias e dolos Monte 510 Bernardo sem cães para os alvfssimos CataclISmos de herofsnlol O ftllto Os cinismos plantando o estancJrte 5 enviando para todo o universo novas ClIJtudeVuaminha Os AMis quase todos muito ruln a escalar em lama a glória Cospe os fardosl 10 Mas sobre a turba adejam os cartues de Pilpel e Tirita como grandes mariposas de sooho queimandose na hu E o maxixe do crime puladioho na eternizaçio doa tr dias Tripudiares galosl Roubar Vencer Viver os respeitqsamen DO cre 11 VCUUU C ill uqu lcDl Im 1IlIICIIlIlMa A engrenagem trepida A bruma neva Uma síncope a aereia da polícia que vai prender um bêbedo no Piques Não há mais lugares no boavista triangular 20 Formigueiro onde todos se mordem e devoram O vento gela Fermentação de ódios egoísmos para a caninhadoO dos progredires Viva virgem vaga desamparada Malfadada Em breve não será mais virgem 25 nem dCSlUllparada Terá o amparode todos os desamparos Tossem O Diirio A Platea Lívidos danos por um tostio Também quero ler o aniversário d05 reis 30 Honra ao mérito Os virtusosos hãode sempre ser louvados e retratificadol Mais um crime na Mo6ca Os jornais estampam as aparências dos grandes que fazem anos dos criminosos que fazem danos 3S Os quarenlalfaus das riquezas O vento gela Abandonos Ideais pálidol Perdidos os poetas os moços os loucos Nada de asas nada de Ia nada de alegria A brumaneva ArIulnal 40 Mas viva o Ideal God save the poetry Abade Liszt da minha filha monja na Cadillac mansa e glauca da ilusão passa o Oswald de Andrade mariscando gênios entre a multidão Nota A última imqem está numa cr6nica rutilante de Hélíos Não houve pJállo HBot repétlu IqItlmamente a frue IA ouvida eDIAo lu r comum entre DÓ para caracterizar deliciou mania do Oswald NUTUKNU Luzes do Cambucl pelas noites de crime Calor E 88 nuvens baixas muito grossas J Feitas de corpos de mariposas Rumorejando na epidenne das árvores 5 Ginpm os bondes como umfoso de artifkio Sapateando nos triIIlos Cuspindo um oriffcio na treva cor de cal Num perfume de heliotrópios e de poças Gira uma flordHDal Vejo do Turquestl 10 E traz olheiras que escurecem alma Fundiu esterlinas entre as unhas roxas NOlIoscilantes de Ribeirio Preto Batat 6 funm Luzes do Cambuci pelas noites de crime 15 Calor E as nuvens baixas muito grossas Feitas de corpos de mariposas Rumorejando na epiderme das árvores Um inulato cor de ouro Com cabeleira feita de alianças polidas 20 Violão Quando eu mOrrer Um cheiro pesado de baunilhas Oscila tomba e rola no chio Ondula no ar a nostalgia das Baías E os bondes passam como um fogo de artifciO Sapateando nís trilhos 25 Ferindo um jlfifício na treva cor de cal Batat assatô furnn Calor Os diabos andam no ar Corpos de nuas carregando As lassitudes dos sempres imprevistos 30 E as almas acordando inios dos enJçados Idílíos sob os plátanos E o ciúme univenal fanflllTll8 glorious De saias oordorosa e gravataa corderou Balcões Da cauteJa Iajante ODeIeflorem lnuemas 35 Para 06 encontro dos guerreiros brancos Brancos E que os dica latam jardinal Ninguém ninguán ninguém se importa Todos embarcam na Alamcda dos Beijos da AvenFllI M8s eu Estas minhas grades em girbdolas de jasmins 40 Enquantp as tiav do Cambucinos1ivres Da liberdade doa lábiosentreabe1105 Arlequinall Arlequillall As nuvens baixaa muito çossas Feitas de corpos de mariposas 45 Rumorejando na epiderme das árvores Mas sobre estas minhas grades em girlndolas de jasmins O estelário delira eu camagens de luz E meu céu é todo um rojlo de Jqrimu E os bondes riscam como um fotlO de artifício 50 Sapateando nos triJho Jorrando um orificio na treva cor de cal Batat assatO funm PAISAGEM NO 2 Escuridlo dum meiodia de invemia Marasmos EltreIneções Brancos O céu l toda uma batalha convencional de conjetti brancos e as onças pardas das montanhas no longe 5 Oh para além vivem as primaveras eternas As casas adormecidas parecem teatrais gestos dum explorador do polo que o selo parou no frio Lá para as bandas do lpiranga as oficinas tossem 10 Todos os estiolados são muito brancos Os invernos de Paulicéia são como enterros deu ltalianinha torna ai lua paese Lembraste As barcarolas dos céus azuis nas 6pU verdes Verde cor dos olhos dos loucos I As cascatas das violetas para os Primaveral cor dos olhos dos loUcos Deus recortou a alma de Paulicéia num cor de cinza sem odor Oh para além vivem as primaveras eternasl 20 Mas os homens pas8lllIl sonambulando E rodando Dum llltIdo nefário vestidas de eletrlçidade e psolina as doenças jocotoam em redor Grande funçio ao ar livre 2 Bailado de Cocteau cornos barulbadores de Ruaolol Opus 1921 SãoPaulo I um palco de bailados russos Sarabandani a tfsica a ambição as invejas os crimes e também as apoteoses da ilusão 30 Mas o Nijlnsry sou eu E vem a Morte minha Karsavina Quã quá quá Vamos dançar o falitraI da daelperança a rir a rir dos nossos desiguais TU Morrente chama espIga Mais morta inda no esplrito Espírito de fidalga Que vive dum bocejo entre dois galanteios Il I 1 LJ 1 Ç I Mulher mais oDp Que os pasmos aluciDados Das torres de SIo Bento Mulher feita de asfalto e de 1amas de várzea 10 Toda insultos nos olhos Toda convite nmsa boca 10uca de nlborea Costureirinha de S40 Paulo ltalofrancolusobrasfifcosuOnica Gosto dos seus crepuscuJares IS Grepusculares e por isso mais ardentes Bandeirantemente Lady Macbeth feita de névoa fina Pura neblina da manhã Mulher que és minha madrasta e minha mãe 20 Trituração ascencional dos meus sentidOs Risco de aeroplano entre Mop e Paris Pura neblina da manhã Gosto dos teus deaejos de crime turco E das tuas ambições retorcidas como roubos 2S Amote de pesadelos taciturnos Materialização da Canaã do meu Poe Never more Emílio de Menezes insultou a memória do meu Poe Oh Incendiária dOI meus a1éns sonoros 30 Tu és o meu gato preto Tu me esmagaste nas paredes do meu sonho Este sonho medonho E serás sempre morrente chama esgalga Meio fidalga meio barregã Ás alucinações crucifícantes De todas as auroras do meu jardim PAISAGEM NO 3 Chove Sorri uma garoa cor de cinza Muito triste como um tristemente longo A casa Kosmos Dia tem Impermeáveis em Iiquidaçio Mas neste largo do Arouche Posso abrir meu guardachuva paradoxal Este lírico plátano de rendas mar Ali em frente Mário põe a máscara Tens razão minha Loucura tens razão 10 O rei de Tule jOgou a taça ao mar Os homens passam encharcados Os reflexos dos vultos curtos Mancham o pelitpavi As rolas da Normal U Esvoaçam entre os dedos da garoa E si pusesse um verso de CrisEal No De Profunllil De repente Um raio de Sol arisco 20 RisCa o chuvisco ao meio COLLOQUE SENTIMENTAL Tenho os pés chagados lOS espinhos das calçadas Higienópolis As Babilônias dos meus desejos baixos Casas nobres de estilo Enriqueceres em tragédias Mas a noite é toda um véudenoiva ao luar s A preamar dos brilhósllás mansões O jazzband dá cor O arcoíris dos perfumes O clamor dos cofres abarrotados de vidas Ombros nus ombros nus lábios pesados de adultério ruge cogumelo podrids Sem crimes sem roubos o carnaval dos títulos Si não fosse o talco adeus sacos de farinha Impiedosamente Cavalheiro Sou conde Perdão 15 Sabe que existe um Brás um Bom Retiro Apre respiro Pensei que era pedido Só conheço Paris Venha comigo então Esqueça um pouco os braços da vizinha 20 Percebeu hein Doulhe gorgeta e calese O sultão tem dez mil Mas eu sou conde Vê Estas paragens trevas de silêncio Nada de asas nada de alegria A Lua A rua toda nua As casassem luzes 25 E a mirra dos martírios inconscientes Deixeme por O lenço no nariz Tenho todos os perfumes de Paris Mas olhe em baixo das portas a escorrer Para os esgotos Para os esgotos 30 a escorrer Um fio de lágrimas sem nome RELlGIAO Deus creio em Ti Creio na tua Bíblia Não que a explicasse eu mesmo Porque a recebi das mãos dos que viveram as iluminações Catolicismo sem pinturas de Calixto As humildades No poço das minhas erronias vi que reluzia a Lua dos teus perdoares Riome dos Luteros parasitais e dos orgulhos soezes que não sabem ser orgulhosOs da Verdade e 05 mações que são pecados vivos 10 e que nem sabem ser Pecado Oh minhas culpas e meus tresvarios E as nobilitações dos meus arrependimentos chovendo para a fecundação das Palestinas Confessar 15 Noturno em sangue do 1ardim das Oliveiras Naves de Santa Efigenia os meus joelhos criaram escudos de defesa contra vós Cantai como me arrastei por vós Dizei como me debrucei sobre vós lU Mas dos longínquos veio o Redentor E no poço sem fundo das minhas erronias vi que reluzia a Lua dos seus perdoares Santa Maria mãe de Deus A minha mãedaterra é toda os meus entusiasmos 15 dar lheia os meus dinheiros e minhas mias tamWm Santa Maria dos olhos verdes verdes venho depositar aos vossos pés verdes a coroa de luz da minha loucura Alçançai para mim lI a Hospedaria dos 1amais Iluminados PAISAGEM No 4 Os caminhões rodando as carroças rodando Rápidas as ruas se desenrolando Rumor surdo e rouco estrépitos estalidos E o largo coro de ouro das sacas de café s Na confluência o grito inglês da São Paulo Railway Mas as ventaneiras da desilusão a baixa do café As quebras as ameaças as audácias superfinas Fogem os fazendeiros para o lar Cincinato Braga Muito ao longe o Brasil com seus braços cruzados 10 Oh as indiferenças maternais Os caminhões rodando as carroças rodando Rápidas as ruas se desenrolando Rumor surdo e rouco estrépitos estalidos E o largo coro de ouro das sacas de café 15 Lutar A vitória de todos os sozinhos As bandeiras e os clarins nos armazéns abarrotados Hostilizar Mas as ventaneiras dos largos cruzados E a coroação com os próprios dedos 20 Mutismos presidenciais para trás Ponhamos os Vitória colares de presas inimigas Enguirlandemânos de cafécereja Taratá e o pean de escárnio para o mundo Oh este orgulho máximo de ser paulistamente11 AS ENFIBRATURAS DO IPIRANGA Oratório profuo 0 VOe i me To have whal I have wIlat I SItdu Diatribuiçio du vozes os ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS escritora e demaio artffbo e1um Iaqo imte OICl aflDadIaImo de oopranoo coatnl1lOo barítonos bmlroo AS SRNJlCTUDBS TlUMUUNAS e burirueoea Coro oopranlatu OS SANDAPIUlUOS INDIFERENTES operariado te pobre tOllOl e baixos AS JUVENILIDADBS AURIVBRDBS DÓOl Teooreo sempre I Que o dlp WoIte VOIl SlIziDIl MINHA LOUCURA Sopraao Ilpiro SoHlta Acompanlwnento de orqtra e banda 1oçal de execuçIo A eapIanada cio Teatro MuDiclpol lIada e cadu DOtenapleoo que lOIIM IObre OI jardim Sio poa1o lnatrumentiatu cIirlIicIoa por tros viIlcIoo cio QaoIldo aoHata canta bi liIIDcIo orquatral aaIvo DOlI PI t e rnenclonodoI E meamo aaIm 00 lnatrumenlol que zeDHIO COIllIaIJOtO cIoo tros Noo ClllIOO cIoo ORlENTALISIIOI CONVENCIONAIS junlate J um Iulti formidadr QuIncIo cantam u JUVENDIDAIlBS AURIVERDBS hi aate falta l InatnJmoalol AI cIesaflaam Outros o 1aDciDante viouo flautas cIartM OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS estão nas janela e terraço do Teatro Municipal As SENECTUDES TREMULINAS disseminaramse pelas sacadas do Automóvel CU da Prefeitura da Rôtiaaerie d Tipopafia Weilfol do Hotel Carlton c mesmo da Uvraria Alves ao longe Os SAN DAPILARIOS INDifERENTES berram do Viaduto do Chi Mas as JUVE NILlDADES AURlVERDES silo em baixo nos parques do Anhanpbaú com os pés enterrados no solo MINHA LOUCURA no meio delas Na Aurora do Now DIa Prclúdio As caixM anunciam a arraiada Todos OI 5SJOOOcantores conccrtam apreua damente astaa e tomam f6lep com O enquanto os borá as trompas o órllo cada timbre poc lUa vez entre lafIOI oiUncloo re flexivos enunclam sem desenvolvimento nem harmonizaçlo o tema Utiliua est saepe ee seauius quce non habeat multas conlOlationes in hac vite E começa o oratório profaoo que teve por DOm AS ENFIBRATURAS DO IPIRANGA AS JUVENlLIDADES AURIVERoES pIaDIuImo Nós somos as Juvenilidades Auriverdes As franjadas flImulas das bananeiras As esmeraldas das araras Os rubis dos colibris 5 Os lirismos doa sabiás e das jandaias Os abacaxis as 1IllUlPS os cajus Almejam localizarse triunfantemente Na fremente celebraçio do Universal Nós somos as Juvenilidades Auriverdesl 10 As forças vivas do torrão natal As ignortncias Iluminadas Os novos sóis luscofusco1ares Entre os sublimes das dedicaçõesl Todos para a fraterna música do Universal 1 Nós somos as Juvenilidades Auriverdes OS SANDAPILÁRIOS INDIFERENTES num pIdo prelo Vá de rumorl Vá de rumorl Esta gente não nos deixa mais dormir Antes E lucevan le steIle de Puccinil Oh pé de anjo pé de anjo 20 Foral Fora o que de despertar os UKlbNTAL1MU CUNVbNClONAIS Somos os Orientalismos Convencionais Os alicerces não devem cair mais Nada de subidas ou de verticais Amamos as chatezas horizontais 25 Abatemos perobas de ramos desiguais Odiamos as matinadas arlequinais Viva a Limpeza Pública e os hábitos morais Somos os Orientalismos Convencionais Deve haver Von Iherings para todos os tatus 30 Deve haver Vitais Brasis para os urutus Mesmo peso de feijão em todos os tutus Só é nobre o passo dos jaburus Há estilos consagrados para Pacaembus Que os nossos antepassados foram homens de truz 35 Não lhe bastam velas Para que mais luz Temos nossos coros SÓ no tom de dó Para os desafinados doutrina de cipó Usamos capas de seda é só escovar o pó Diariamente à mesa temos mocotó 40 Per omnia saecula saeculorum moinhos terão mó Anualmente de sobrecasaca não de paletó Vamos visitar o esqueleto de nossa grande avó Glória aos iguais Um é todos Todos são um só Somos os Orientalismos Convencionais AS JUVENILIDADES AURIVERDES perturbadas com o fabord1o lllCOlDOÇllJD mais alto incertas 45 Magia das alvoradas entre magnólias e rosas Apelos do estelário visível aos a1guéns Pão de Icaros sobre a toalha extática do azul Os tuins esperanças das nossas ilusões Suaviloquências entre as delíquescêncías so Dos sáfaros aos raios do maior solar Sobracemos as muralhas Investe com os cardos Rasgate nos acúleos Tomba sobre o chão aVo AJiWaó3 pAla U3 VlLlU3 uaIlolVl Anda Não pares nunca Aliena o duvidar E as vacilações perpetuamente I AS SENEcruDES TREMULINAS tempo de minueto Quem são estes homens Maiores menores Como bom ser rico Maiores menores Das nossas poltronas Maiores menores Olhamos as estátuas Maiores menores Do signor Ximenes 6S O grande escultor Só admiramos os célebres E os recoendados tambéml Quem tem galeria Terá um Bouguereau 70 Assinar o Urico Elegância de preceito Mas que paulíficâncía Maiores menores O Tristão e Isolda H Maiores menores Preferimos os coros Dos Orientalis mos Convencionais Depois os sanchismos 80 Ai gentes que bom Da alta madrugada No largo do Paiçandu Alargar as ruas E as instituições as Nio podeI Nio pode Maiores menores Mas não há quem diga Maiores menores Quem são esses homens 90 Que cantam do chão a ocqucatra súbito emudece depois duma lIlUlde PllIalhada de Timbales MINHA LOUCURA recitativo e bablda Dramas da luz do luar no segredo das frestas Perquirindo as escuridões A traição das mordaças E a paixão oriental dissolvida no mel 95 Estas marés da espuma branca E a onipotência intransponlvel dos rochedos Intransponivelmente Oh A minha voz tem dedos muito claros Que vão roçar nos lábios do Senhor 100 Mas as minhas tranças muito negras Emaranharamse nas raizes do jacarandá Os cérebros das cascatas marulhantes E o beneficio das manhãs serenas do Brasil JITlII1des 1Indos de harpa Estas nuvens da tempestade branca 105 E os telhados que não deixam à chuva batizar Propositadamente Oh Os meus olhos têm beijos muito verdes Que via cair às plantas do Senhor Mas as minhas mãos muito frágeis I 10 Apoiaramse nas faldas do Cubatllo Os cérebros das cascatas marulhantes E o beneficio das manhãs solenes do Brasil Estas espigas da colheita branca E os escalrachos roubando a uberdade 11S Enredadamente Oh Os meus joelhos têm quedas muito crentes I Que vão bater no peito do Senhor Mas os meus suspiros muito louros Entreteceramse com a rama dos cafezais 120 Os cérebros das cascatas marulhantes E o benefício das manhãs gloriosas do Brasil tro AS SENECTUDES TREMULINAS iniciando uma ta Quem é essa mulher louca mas louca Pois anda no chão ASJUVENILIDADES AURIVERDES num crescendo fantástiClD 125 ódios invejas infelicidades Crenças sem Deus Patriotismos diplomáticos Cegar Desvalorização das lágrimas lustrais Nós não queremos mascaradas E ainda meDOS 130 Cordões Flordoabacate das superfluidades Os tumultos da luz As lições dos maiores E a integralização da vida no Universal As estradas correndo todas para o mesmo final E a pátria simples una intangivelmente 135 Partindo para a celebração do Universal Ventem nossos desvarios fervorosos Fulgurem nossos pensamentos dadivosos Clangorem nossas palavras proféticas Na grandeyprof1 A passiflora o espanto a loucura o desejo Cravos mais cravos para nossa cruz OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS Tutti O cracendo resolvido numa solene marcha fúnebre Para que escravos Para que cruzes Submeteivos à metrificação IS A verdadeira luz está nas corporações Aos maiores serrote aos menores o salto E a glorificação das nossas ovações AS JUVENILIDADES AURIVERDES num clamor Somos as Juvenilidades Auriverdes A passiflora o espanto a loucura o desejo iO Cravos mais cravos para nossa cruz OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS a tempo Para que cravos Para que cruzes Submeteivos à poda Para que as artes vivam e revivam Usese o regime do quartel iS a riqueza O nosso anel de matrímôníol E as fecundidades regulares refletidas E os perenementes da ligação mensal AS SENECruDES TREMULINAS aos miados de f1autim impotente Bravíssimo Bem dito Sai azar nl nPrPnpTnllOntpc J 100 lft11lll11 AS JUVENILIDADES AURlVERDES berrando 160 Somos as Juvenilidades Auriverdes A passiflora o espanto a loucura o desejo Cravos mais cravos para nossa cruz OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS da capo Para que cravos Para que cruzes Universalizaivos no senso comum 165 Senti sentimentos de vossos pais e avós Para as almas sempres torresmos cerebrais E a sesta na rede pelos meiosdias Acordar às seis deitar às vinte e meia E o banho semanal com sabão de cinza 170 Limpando da terra ca1mando das erupções E a dignificação bocejal do mundo sem estações Primavera inverno verão outono Para que estações AS JUVENILIDADES AURlVERDES G6 vocifennteo Cães Piores que cães 175 Somos as Juvenilidades Auriverdes Vós burros malditos cães piores que cães OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS oempre manba fúDebre cada vez JIIlÜIforte poráa Para que burros Para que cães Produtividades regulares Vivam as maleitas Tnhrrnitlac rtP nn141lOarlac rprhul Nas arquiteturas renascença gálica Na música Verdi na escultura Fídías Corot na pintura nos versos Leconte Na prosa Macedo DAnnunzio e Bourget E na vida enfim eternamente eterna Concertos de meia à luz do lampeão Valsas de Godard no piano alemão Marido mulher as filhas o noivo AS JUVENILIDADES AURIVERDES numa lrita descompassada Malditos Boçais Cães Piores que cães Somos as luvenilidades Auriverdes A passiflora Vós malditos boçais OS ORIENTALISMOS CONVENCIONAIS lfO o corso aos domingos o chá no Trianon E as cidades as cidades as cidades as cidades e mil cidades 1 AS JUVENILIDADES AURIVERDES ffff Seus borras Seus bêbedos Infames Malditos A passiflora o espanto a loucura o d qui o leitor se for partidário dos ORIENTALISMOS porá nomes de escri es paulistas que aprecia e das JUVENILIDADES os que detesta Exemplo m meu próprio nome E as mariocidades Não existe esse sufixo quero sim bater milhor o ritmo OS ORIENTALlSMOS CONVENCIONAIS fffff e as perpetuidades Das celebridades das nossas vaidades Das antiguidades às atualidades Ao fim das idades sem desigualdades 200 Ouem háde AS JUVENILlDADES AURIVERDES loucos sublimes tombando wtos Seus A maior palavra feia que o leitor conhecer Nós somos as JuveniJidades Auriverdes A passiflora o espantol a loucura o desejo Cravos Mais cravos para a nossa Silêncio O ORIENTALlSMOS CONVENCIONAIS bem como as SENECTU DES TREMULlNAS e os SANDAPlLARIOS INDIFERENTES fulfram e se esconderam tçaDdo CIOouviloo JIrIlde à múima Verdade A oro questra evaporouse espavorida Os mautri sucumbiram Caiu aliás e na solidlo da noite das mil estréias JUVENILIDADIS AIIRI VERDES tombadas no 0010 choraocIo cboraodo o arrepeodImonto do tresvarío final MINHA LOUCURA lDOIlte cantip de adormentar 205 Chorai Chorai Depois dormi Venham os descansos veludosos Vestir os vossos membros Descansai Ponde os lábios na terra Ponde osolhosna terra Vossos beijos finais vossas lágrimas primeiras 210 Para a branca fecundação Espalhai vossas aImas sobre o verde Guardai nos mantos de sombra dos manacás Os vossos vagalumes Interiores Inda serão um Sol nos ouros do amanhA A IDllD5anoite com seus dedos estelares Fechará nossas pálpebras As vésperas do azul As milhores vozes para vosso adormentar 220 Mas o Cruzeiro do Sul e a 8Udade dos martirios Ondular do vaivem Embalar do vaivem Para a restauração o vinho dos noturnos Mas em vinte anos se abrirão as searas Virão os setembros das floradas virginais 22 Virão os dezembros do Sol pojando os grânulos Virão os fevereiros do cafécereja Virão os marços das maturações Virão os abris dos preparativos festivais E nos vinte anos se abririo as searas 230 E virão os maios E virão os malos Rezas de Maria Bimbalhadas Os votivos As preces subidas As graças vertidas Tereis a cultura da recordaçlo Que o Cruzeiro do Sul e a saudade dos martlrios 2H Plantemse na tumba da noite em que sonhais Importa Digovos eu nos mansos Oh Juvenilldades Auriverdes meus irmãos Chorai Chorai Depois dormi Venham os descaDllOl veludosoe 240 Vestir os vossos membros Descansai Diutumamente cantareis e tombareis As rosas As borboletas Os orvalhos O tododia dos imolados sem razIo Fechai vossos peitos 24S Que a noite venha depor seus cabelos aléns Nas feridas de ardor dos cutilados E enfim no luto em luz Chorai Das praias sem borrascas Chorai Das florestas sem traições de guaranis 20 DepoIs dormi 10 wl4 D T I c 11 Venham os descansos veludosos Vestir os vossos membros Descansai quase a sorrir dormindo 254 Eu os desertos os Caíns a maldição As JUVENILIDADES AURIVERDES e MINHA WUCURA adormecem eter namente surdas enquanto das i de palácios leal t1PQl1nf1ao hotéis escancaradas mas ceps cresce uma enorme vaia de anorioe zurros patadas lAUS DEO PRECISANDO A CIRCUNSTANCIA Pareceunos importante precisar os dados de circunstAn cia apreendidos nos textos poéticos de Mário de Andrade a fim de que os poemas possam aparecer ao leitor de hoje em toda sua plenitude PAULICIA DESVAIRADA INSPIRAÇAO V 7 Bofetadas líricas no Trianon Algodoall TRlANON edifício construido no inicio deste século na encosta do bosque que seria o Parque Siqueira Campos na Avenida Paulista Como nos conta Frederico Branco nou primeiramente como restauranteconfeitaria de luxo com o nome de Belvedere Tomouse o centro da ostentação e feira de vaídades da década de lO alimentada pela riqueza antiga do café e a nova fortuna da indústria comércio e especulação Eram famosos os chás das cinco servidos ao ar livre com gelados finos Frederico Branco No tempo de Trianon ESCALADA V 12 Há fita de série no Colombo COWMBO famoso teatro no Largo da Concórdia no Brti em São Paulo edificado em 1907 sob a direção do Cel FlllIIÇ Pinto e inaugurado em 20 de fevereiro de 1908 pela Cia Dra mática Italiana do ator Bognese com o drama de Giacomettí Maria Antonieta Anos mais tarde tomouse cinema bem como palco de graÍldes bailes de carnaval Mário de Andrade faz nova referência ao cíneteatro Colombo em sua crônica Lar 498 go da Concórdia no Diário Nacional de 14 fev 1932 V Tál e Crônicas no Diário Nacionai V20 Toca a banda do Fieramosca Pa pa pa INJOI FIERAMOSCA referência à banda de música ÉttÓre p ca Participava de festas procissões e desfiles cívicosW Paulo trajando chapéus à bersaglíerí de aba grandé lIiWij tada ao lado e uma pluma pendente do outro com alamares e laço húngaro dourado nos braços Americano São Paulo Naquele Tempo 1895 1ft fl RUA DE SAOBENTO V 1 Triângulo TRIANGUW assim era chamada a confluência Id Bento Direita e XV de Novembro no centro lia D Rua 15 era a rua dos bancos onde o assunto eram OI Na Rua de São Bento a das Bolsas de Merclldotillt los as conversas giravam em tomo do café do i A rua Direita considerada a rua da elegância com chiques atraia o público feminino Aos sábados era obrigatório Jacinto Silva A cidade dé 51 1 P IV V 15 O Clube ComerciaL a Padaria EspiriI i Comparação juntando dois momentos de ruplUra CLUBE COMERCIAL funcionou no edífícío Ramos de Azevedo na rua Ubero Badaró recebia a alta burguesia paulista recepciODOU Príncipe de Gales Próximo ao Comercial ficava o W ciscano muito freqüentado por M6rio de ADlInIde 0 foi demolido e aí está hoje o Banco Geral do Comérdo PADARIA ESPIRITUAL movimento surpdo em 1892 1898 congtegando jovem artista e 1 se reuniam em bares e cafés Caracterizo1He iJIicW pela atitude boêmia e pelo espírito de troça lteorpnl se promoveu conferências e saraus Publicou o qUÜlllllUlll OP PoPaulo pe5 ud MoIséIl PMfIMO TIET2l V 2 Porém os BorbaGatos de ultranacionais esperiamentel ESPERlAMENTE alusão ao Clube Espéria fundado em lodj novembro de 1899 por italianos à Av Santos 1 margens do Tietê Durante as guerras mundiais tomou o lIIIIIIa de Floresta sporte Clube em 1963 retoma o nomep V 8 Ritmos de Brecheretl E a santificação da Morten BRECHERET Victor 1894 1955 Escultor Partici vamente dos momentos iniciais da formação do grupo nista de São Paulo A sua Cabeça de Cristo 1920 adq por MA provocou grande impacto e de certa forma insj ao poeta os versos de Paulicéia Desvairada A crilQ dera oMonumento às Bandeiras sua maior e maiS imPO obra Doze de seus trabalhos fazem parte da Coleção de2 V Coleção Mdrio de Andrade Artes Plásticas li V 12 Quina Mignone Ha stores Meias deIii HAT STORES famosa chapelaria de Serafino Chiodi zada na rua Direita coração comercial de São Paulo nl dó século XX O Semeador de Elegâncias a crôoila de Menotti Del Picchia no Correio Paulistano de 13 de 1921 fala sobre Serafino Chiodi V Yoshie S Barrel O Gedeão do Modernismo 192022 11 ODO DURO Poema recitado por Mário no Teatro Municipal de São p durante a Semana de Arte Moderna debaixo de grande v o V 12 E tocam o Printemps com as unhasl ij t PRlNTEMPS sonata de Beethoven em Sol maior Opus 24 para piano Peça de repertório das filiasfamilias da burb sia paulistana Satirizada pelo poeta como pianolatria t tl V 24 Padaria Suíça Morte viva ao Adriano PADARIA SUIÇA renomado estabelecimento da cidade de Paulo situado à rÚa Formosa esnecializado em nães e dolêj V 38 Todos para a Central do meu rancor iDebriautel CENTRAL Delegacia de Policia localizada no Pitio do CoWpo exlarso do PaIAcio TRISTURA V 11 Mas bli rendezvous na meia noite do Armcnooville ARMENONVILLE Conhecido bordel no Largo do DOMINGO V 1113 Frledenrelch fez goall Comerl Que julzl Gostar de Bianco Adoro Qual BartlI E o meu xari maravi1hoiol FRlEDENREICH Arthur 1892 1984 fllho de alemIo mulata foi jogador de futebol durante vinte e Mil tenoeu ao GennAnia ao lpiraop ao Americano 1lO ao São Paulo Encerrou sua carreira no FIamenp em 1m aos 43 ano Foi considerado pela crítica esporIha ti maiores centroavantes Que o Brui1 ji teve aq viram jopr comparamno a Pelé Frledenreidl lado de BartO Blanco e o xará maravilbolo M6rkl a elite do futebol paulista na d6cada de 20 ReYlata V 2628 A Bertíni arranca os cabelos e morre r Fugas Tiros Tom Mixl Amanhi fita aleml de beiços c BERTINI Prancesca EIena Seracini Vitiello CODIirI la primeira diva do cinema italiano Cessa seu trabaIbQ ç voltando a figurar depois disso esporàdiae filmes Cognominada a Regina indestronivel pela paulista Dicionário de Atores e Di4rio Popul4r MIX T1wmas Edwtn 1880 1940 estreiaDdo em19lO xl Ofiecan t FITA ALEMÃ na cWcIllIa de 20 os ciDe ColalllbO DO LIirID da Concórdia e Mafalda pagavam freqtila 1Jl ftl aTI IJJ WF JI ODOMAOOR V2122 Laranja da China laranja da China laranja da Chinal Abacate cambucá e tangerina Paródia dos acordes iniciais do Hino Nacional feita pelo povo A CAÇADA V 10 Mas sobre a turba adejam os cartazes de Papel e Tint 1 PAPEL E TINTA revista do modernismo paulista em 1921 V 18 que vai prender um bêbedo no Piques lj PIQUES Bairro da cidade de São Paulo atual 1nIIçJ Blmdeira Ligavase ao Bexiga i6 V 27 Tossem O Diário a Platea DllJUO POPULAR periódico paulistano fundado em nov bro de 1884 por José M Lisboa e Américo de CamposT as mais diversas secções Palcos e Salõea Esporte e propaganda O jornal continua em clrculaçlo até o t com a mesma denominaçlo Nelson W Sodré A H dtJ Imprensa no Brasil v A PLAT1UA jornal de oposição à monarqula fundado São Paulo em 10 de julho de 1888 por Horácio de Em 1894 o jornal teve sua circulação suspensa por a governo de Floriano Peixoto voltando a circular poucd po depois Foi fechado em 1942 por se posicionar om da polltica do Eixo naaífascísta Idem iif f NOTURNO 4 V 13 26 51 Batatassatô furnn i Durante toda a década de lO ao anoitecer passava o 1 das batatas doces ao fomo cesto à cabeça apregoando VJ didas a um tostão cada as batatas logo se esgotavam Chiâií1t Penteado BelmVMo 1910 PAISAGEM N 2 V 3031 Mas o Nijinski sou eu E vem a Morte minha Karsavina NDINSKI Vaslav 1889 1950 um dos mais perfeito baiJa tinos do mundo que se notabilizou por sua capacidade de permanecer durante longo tempo no ar Seu desempenho O Espectro da Rosa em que dá um salto de vários metrcIit é dificilmente igualado A performance de Nijinski e amara Platanova Karsavina em O Espectro da Rosa em 1911 Londres tomouse histórica Diccionario dei BaIlet de ÚI Dama Poema transcrito por Oswald de Andrade quando no alÚIO O meu poeta futurista no Jornal do ComrcioSio i 27 de maio de 1921 lançou Mário de Andrade Poema e artisq causaram grande escAndalo tendo Mário perdido alam dê suas alunas de piano 11 PAISAGEM N 3 V 4 A casa Kosmos nAo tem impermeáveis em liquicleçio CASA KOSMOS conceituado estabelecimento comercial espe cializado em roupas feitas localizado à Rua Direita 14 V 14 As rolas da Normal Referêncía às moças da primeira Escola Normal de 510Paulo a Caetano de Campos na Praça da Rep6blica o jetado por Ramos de Azevedo em estilo renascentista V 1617 B si pudesse um verso de Crisfal No De Profundis CRISFAL Ioga de poeta portugus Cristóvio de cio 1515 1585 Durante muito tempo a autoria da por sua insplraçlo bucólica foi atribuída a BernardIm ltItiéIWi CrisfaI a forma anagram6tica de CRIStóvio PALcIo ruuio úttert1rio Opere IO l i1iid DE PROFUNDIS o livro conhecido sob este titulo lEI parte de um texto que Oscar Wilde enviou do árcere ding a Alfred Pouglas Publicado em 1905 a obra ponto culminante da vida e da filosofia wildeana 2 a tração come cada experiência adquire valor e de arte Idem 11 1 PAISAGEM N fo V 5 Na confluncia o gri inIlea da SAo Paulo wi The StJo PauIos Railway Company Ltd empSl ferroviário formado em Londres em 1869 pelo V Mauá e seus sócios Aberta ao tráfego em 1867 vem fisionomia da cidade de São Paulo com os meIho feitos nas proximidades da estrada de ferro Ri FomuzçtJo Histórica de StJo Paulo cL V oi AS ENFIBRATURAS DO IPIRANGAdsb V 29 Deve haver Von Iherings para todos os tatual V lHERING Rudolph von 1853 1933 Diretor do AIJI Ipiranga Na lpoca o museu dedicavase apenas à Mineralogia e à Zooloala Von Ihering realizou imJlOl1llMlill trabalhos sobre a fauna brasileira Em 1933 saiu publicâdã sua obra Da vida dos nossos animais V 64 Do signor Xímenes XIMENES Ettore 1885 1926 escultor italiano 1922 venceu o COIlCUrO para o monumento comemorathlb 80 1 Ccntenario da Independência com projeto baseado na telà de Pedro Américo O Grito do lpiranga Monumento do lpiratqa conhecido popularmente como o Bolo de Noiva Em 1927 Ximenes foi de fato a figura focalizada satiricamente por Mário de Andrade na crônica O grande escultor no Di4rio NIICimuIl Sio Paulo 23 ne novo 1927 V TIái e Cr6rrica 110 oN V 191 0 cono dos domingos o chá no Trianon CORSO era costume na d6cada de lO as fanúliu paa a p6 pelo Trianon ou então nos dias de Carnaval f o cono de carro nas avenidas O corso do Carnaval nova mente objeto de atençio de Mário de Andrade em AltUIr rbo intrlUlSitivo TRlANON V INSPIRAÇAO LOSANGO CAQUI XII Que sonol V 5 Tácito hoje não veio ALMEIDA Tdcido de 1899 1 poeta do grupo moder nista de 810 Paulo innlo do autor ae Soror Dolorosa cola borou na revista Klaxon Foi um dos grandes amiaos de MA