· 2022/1
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DEPRECIAÇÃO Professora: Dra. Fernanda Barreto de A. Rocha Mariz CONCEITO ▪ O que seria a depreciação? ▪ Depreciação é a diminuição de valor de um bem resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência tecnológica. ▪ Exemplos: ▪ Uma betoneira que se desgasta pelo uso; ▪ Um galpão que se deteriora por ação da umidade; ▪ Um computador que perde valor com mudanças tecnológicas. CONCEITO Tipos Real É a diminuição efetiva do valor de um bem resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência tecnológica (perda de valor de mercado do bem). Contábil É a diminuição do valor contábil de um bem, resultante da passagem do tempo desde a sua aquisição até o instante, atribuído ao desgaste físico, ao uso ou à obsolescência (perda de valor em livros ou valor contábil). CONCEITO ▪ Exemplo: ▪ No dia 01/01/2015 a empresa ALGOMIX S.A comprou um veículo por R$50.000. A contabilidade da empresa escriturou a compra e colocou no ativo do Balanço Patrimonial o veículo por R$50.000. Para fins contábeis, a empresa usa uma depreciação anual de 10.000. ▪ Em ocasião do encerramento do exercício social 2017, no dia 31/12/2017, o valor em livros do veículo foi calculado em: Valor de aquisição : R$50.000 Depreciação acumulada: R$(30.000) Valor contábil: R$20.000 ▪ O responsável pela contabilidade, informa que o valor de mercado do veículo nessa data era de R$24.000. Portanto, se verificou uma depreciação real de R$26.000. USO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Mecanismo de distribuição do desgaste de ativos ▪ Uma das obrigações da empresa perante as autoridades é o pagamento de impostos (como o Imposto de Renda, por exemplo). ▪ A base de cálculo do Imposto de Renda (IR) é o Lucro (no sentido contábil da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE). ▪ Assim: IR = Lucro antes do Imposto de Renda x T Sendo T – alíquota de IR aplicada à empresa ▪ O Lucro do exercício é o resultado da comparação entre as Receitas e as Despesas desse exercício contábil na DRE: Lucro = Receita – Depesa ▪ Quanto maior a Despesa, menor será o Lucro e, portanto, menor o IR a pagar. USO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Mecanismo de distribuição do desgaste de ativos ▪ São consideradas despesas aqueles gastos (custos ou despesas) que se lançam contra uma aquisição de objetos ou serviço, tendo finalidades dirigidas ao objeto social, ou sejam a finalidade da empresa; ▪ Seu lançamento contábil, como despesa, é realizado concomitantemente com seu pagamento. ▪ No entanto, a compra de um ativo (bem de vida longa) não é despesa e, portanto, não diminui o lucro nem o IR. O gasto de dinheiro realizado para a aquisição de um ativo, será contabilizado como despesa durante tantos meses quantos forem os meses de sua depreciação, mesmo que seu pagamento tenha sido feito à vista, USO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Mecanismo de distribuição do desgaste de ativos ▪ Depreciação é, então, o mecanismo que permite às empresas “distribuir” ao longo dos períodos (anos ou meses) o gasto do bem adquirido, carregando ao custo do período a parte “consumida” do bem nesse período. ▪ A depreciação se considera um custo contábil e, portanto, ajuda na diminuição do IR (custo contábil ≠ custo real). CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Definições prévias ▪ Período de recuperação: também chamado de vida útil ou vida depreciável, é a vida do ativo em anos (ou meses) para fins de depreciação. ▪ Taxa de depreciação: é a fração de recuperação por ano (ou mês) expressa em porcentagem (exemplo: depreciação de 20% ao ano, corresponde a um bem de vida útil de 5 anos). ▪ Valor residual: é o valor líquido ou valor comercial (de mercado) esperado ao final da vida útil do ativo, pode ser positivo, nulo ou negativo. CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Normalmente, são considerados bens não depreciáveis: ▪ Terrenos; ▪ Prédios não alugados nem usados; ▪ Bens que se valorizam (pinturas, obras de arte); ▪ Bens para os quais exista exaustão (perda de valor por exploração mineral ou florestal); ▪ Existem tabelas com taxas de depreciação para vários tipos de bens que são aceitas pela Receita Federal para fins de cálculo de Imposto de Renda. ▪ Exemplos de vida útil legal no Brasil: ▪ Computadores (hard e software) – 5 anos; ▪ Edifícios e construções – 25 anos; ▪ Máquinas em geral – 10 anos; ▪ Móveis e utensílios – 10 anos; ▪ Veículos em geral – 5 anos. MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO Depreciação linear; Depreciação exponencial; Depreciação por horas trabalhadas; Depreciação por unidades produzidas; Depreciação pelo método de soma dos dígitos; Depreciação pelo método balanço declinante. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação linear com valor residual nulo: ▪ Este método é de grande simplicidade e aceito pela Receita Federal. ▪ Pressupõe desgaste proporcional à vida útil. 𝑫 = (𝟏/𝒏) × 𝑷 ▪ Onde: D - depreciação peródica; P – valor de aquisição do bem; n – número de períodos da vida útil contábil, isto é, o número de períodos em que o bem se deprecia. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: uma máquina é comprada por R$60.000 e será depreciada linearmente, sem valor residual, à taxa de 10% anual (via útil de 10 anos). Qual será o valor da depreciação anual? ▪ Dados: D = ? P = R$60.000 n = 10 anos ▪ D = (1/10) x 60.000 ▪ D = R$6.000 por ano MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação linear com valor residual: 𝑫 = 𝟏 𝒏 × (𝑷 − 𝑹) ▪ Onde: D - depreciação peródica; P – valor de aquisição do bem; n – número de períodos da vida útil contábil, isto é, o número de períodos em que o bem se deprecia; R – valor residual. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: uma máquina é comprada por R$60.000 e será depreciada linearmente, à taxa de 10% anual (via útil de 10 anos). Qual será o valor da depreciação anual, considerando que há um valor residual de R$6.000? ▪ Dados: D = ? P = R$60.000 n = 10 anos R = R$6.000 ▪ D = (1/10) x (60.000 – 6.000) ▪ D = R$5.400 por ano MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação por produção: método baseado no uso ou produção esperada 𝑫𝒕 = (𝑷 − 𝑹)( ൗ 𝑼𝒕 𝑼𝒕𝒐𝒕) ▪ Onde: 𝑫𝒕 - depreciação no ano t; P – valor de aquisição do bem; R – valor residual. 𝑼𝒕 – número de unidades fabricadas no ano t; 𝑼𝒕𝒐𝒕 – número de unidades previstas a serem fabricadas durante a vida útil contábil. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: Um equipamento cujo custo de aquisição é de R$182.000 produziu 800.000 peças no primeiro ano e 1.200.000 no segundo ano. Durante a vida útil da máquina, estima-se que ela produza 30.000.000 peças. Qual o valor depreciado nos dois primeiros anos? Dados: 𝑫𝟏 𝒆 𝑫𝟐? P – R$182.000; R – 0; 𝑼𝟏 – 800.000; 𝑼𝟐 – 1.200.000; 𝑼𝒕𝒐𝒕 – 30.000.000 𝑫𝟏 = 𝟏𝟖𝟐. 𝟎𝟎𝟎( Τ 𝟖𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 𝟑𝟎.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎) = 4.853,34 𝑫𝟐 = 𝟏𝟖𝟐. 𝟎𝟎𝟎( Τ 𝟏.𝟐𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 𝟑𝟎.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎) = 7.280 Valor do bem ao final do ano 2 = 169.866,66 MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação por horas utilizadas: Depreciação do bem com base nas horas de trabalho durante o tempo de vida útil previsto para o bem. ▪ Interessante para empresas industriais com acompanhemnto da vida útil do ativo por horas trabalhadas através de horímetros. 𝑫𝒕 = (𝑷 − 𝑹)( ൗ 𝑯𝒕 𝑯𝒕𝒐𝒕) ▪ Onde: 𝑫𝒕 - depreciação no ano t; P – valor de aquisição do bem; R – valor residual; 𝑯𝒕 – número de horas trabalhadas no ano t; 𝑯𝒕𝒐𝒕 – número de horas previstas de vida útil do bem. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: um ativo com valor de aquisição de R$30.000 possui uma expectativa de vida de 5.000 horas. Os registros a seguir mostram as horas trabalhadas nos três primeiros anos de serviço. Calcule a depreciação do período, a depreciação acumulada e o valor estimado do bem ao final dos três anos. ▪ Ao final do ano 3 o bem valerá 30.000 – 19.500 = R$10.500 Ano Horas trabalhadas Depreciação do ano Depreciação acumulada 1 1.000 30.000 * (1.000/5.000) = 6.000 6.000 2 1.500 30.000 * (1.500/5.000) = 9.000 15.000 3 750 30.000 * (750/5.000) = 4.500 19.500 MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Método soma dos dígitos: método de depreciação acelerada, baseado em alíquotas variáveis, que refletem o quanto o bem é utilizado. ▪ Passos: ▪ Somam-se os algorismos que compõem o número de anos da vida útil do bem; ▪ Multiplica-se o valor a ser depreciado a cada ano pela fração, cujo denominador é a soma calculada anteriormente e o numerador é o tempo de vida útil restante do bem. No primeiro ano, é a vida útil do bem “n”, no segundo ano é “n-1”, no terceiro ano é “n-2”, etc. 𝑫𝒕 = (𝑷 − 𝑹)( ൗ 𝒗𝒊𝒅𝒂 ú𝒕𝒊𝒍 𝒓𝒆𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒔𝒐𝒎𝒂 𝒅𝒐𝒔 𝒅í𝒈𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒏) ▪ Onde: 𝑫𝒕 - depreciação no ano t; P – valor de aquisição do bem; R – valor residual; MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: Depreciação de um bem adquirido por R$30.000 sem valor residual com uma vida útil de 4 anos. Soma dos dígitos: 4+3+2+1= 10 Ano Depreciação Valor residual 1 (4/10) x 30.000 = 12.000 18.000 2 (3/10) x 30.000 = 9.000 9.000 3 (2/10) x 30.000 = 6.000 3.000 4 (1/10) x 30.000 = 3.000 0 MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação exponencial: ▪ Diferentemente da depreciação linear, a depreciação anual não é constante. Começa maior no primeiro ano e vai decrescendo exponencialmente: 𝑽 𝒏 = 𝑷 × 𝑬𝒏 𝑽 𝒏 = 𝑷 × (𝟏 − 𝒕)𝒏 Sendo, V(n) – valor real exponencial do ativo após n anos; P – preço de compra; E = (1-t) – base da exponencial; t – taxa de depreciação (sobre o valor anterior); MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação exponencial: ▪ A depreciação exponencial a cada período n é dada por: 𝑫 𝒏 = 𝒕 × 𝑽(𝒏 − 𝟏) ▪ Com o passar dos anos, V(n) forma uma progressão geométrica, começando em V(0) = P e razão (1-t) 𝑷, 𝑷 𝟏 − 𝒕 , 𝑷(𝟏 − 𝒕)𝟐, 𝑷(𝟏 − 𝒕)𝟑, … , 𝑽𝑹𝑬 𝑽𝑹𝑬 = 𝑷 × (𝟏 − 𝒕)𝑵 𝒕 = 𝟏 − 𝑽𝑹𝑬 𝑷 𝟏 𝑵 DEPRECIAÇÃO REAL OU EFETIVA ▪ Para tomar muitas decisões gerenciais, é necessário conhecer o valor dos ativos próprios. Por exemplo, o dinheiro pode ser emprestado usando os ativos da empresa como garantia. Para demonstrar ao credor que existe segurança para o empréstimo, uma estimativa confiável do valor dos ativos deve ser feita. Um modelo de depreciação permite que isso seja feito. ▪ É necessário uma estimativa do valor dos ativos próprios para fins de planejamento. Para decidir se deseja manter um ativo ou substituí-lo, você deve ser capaz de julgar quanto vale. Mais do que isso, você deve poder avaliar quanto valerá em algum momento no futuro. ▪ A legislação tributária do governo exige que os impostos sejam pagos sobre os lucros da empresa. Como pode haver muitas maneiras de calcular lucros, são estabelecidas regras rígidas sobre como calcular receitas e despesas. Essas regras incluem um esquema específico para determinar as despesas de depreciação. DEPRECIAÇÃO REAL OU EFETIVA Exemplo 1 Real Linear Expo Exemplo 2 Real Linear Expo Caso 1, menor erro nas estimativas com o modelo linear e no caso 2 menor erro com o modelo exponencial. DEPRECIAÇÃO REAL OU EFETIVA ▪ Veículos e equipamentos sofrem desgaste com o uso, ou ainda, sofrem obsolescência tecnológica. ▪ A lógica do problema de substituição de equipamentos é a procura do momento ótimo para realizar a substituição. Procura-se o momento (antes do fim da vida útil) em que o custo total “de possuir” um ativo é um mínimo. ▪ No caso dos sistemas logísticos, os ativos, normalmente, devem ser substituídos em função do desgaste mecânico e de uso. REFERÊNCIAS URBINA, Gabriel Baca, Ingeniería Económica, Ed. McGraw-Hill, 5ª Edição, México, 2010. BLANK, Leland T.; TARQUIN, Anthony J., Engenharia Econômica, Ed. McGraw- Hill, 6ª Edição, São Paulo, 2007. FRASE, Niall M.; JEWKES, Elisabeth M., Engineering Economics – Financial decision making for engineers, Ed. Pearson, 5ª Edição, Toronto, 2013. SAMANEZ, Carlos Patricio., Engenharia Econômica, Ed. Pearson, São Paulo, 2009.
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DEPRECIAÇÃO Professora: Dra. Fernanda Barreto de A. Rocha Mariz CONCEITO ▪ O que seria a depreciação? ▪ Depreciação é a diminuição de valor de um bem resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência tecnológica. ▪ Exemplos: ▪ Uma betoneira que se desgasta pelo uso; ▪ Um galpão que se deteriora por ação da umidade; ▪ Um computador que perde valor com mudanças tecnológicas. CONCEITO Tipos Real É a diminuição efetiva do valor de um bem resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência tecnológica (perda de valor de mercado do bem). Contábil É a diminuição do valor contábil de um bem, resultante da passagem do tempo desde a sua aquisição até o instante, atribuído ao desgaste físico, ao uso ou à obsolescência (perda de valor em livros ou valor contábil). CONCEITO ▪ Exemplo: ▪ No dia 01/01/2015 a empresa ALGOMIX S.A comprou um veículo por R$50.000. A contabilidade da empresa escriturou a compra e colocou no ativo do Balanço Patrimonial o veículo por R$50.000. Para fins contábeis, a empresa usa uma depreciação anual de 10.000. ▪ Em ocasião do encerramento do exercício social 2017, no dia 31/12/2017, o valor em livros do veículo foi calculado em: Valor de aquisição : R$50.000 Depreciação acumulada: R$(30.000) Valor contábil: R$20.000 ▪ O responsável pela contabilidade, informa que o valor de mercado do veículo nessa data era de R$24.000. Portanto, se verificou uma depreciação real de R$26.000. USO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Mecanismo de distribuição do desgaste de ativos ▪ Uma das obrigações da empresa perante as autoridades é o pagamento de impostos (como o Imposto de Renda, por exemplo). ▪ A base de cálculo do Imposto de Renda (IR) é o Lucro (no sentido contábil da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE). ▪ Assim: IR = Lucro antes do Imposto de Renda x T Sendo T – alíquota de IR aplicada à empresa ▪ O Lucro do exercício é o resultado da comparação entre as Receitas e as Despesas desse exercício contábil na DRE: Lucro = Receita – Depesa ▪ Quanto maior a Despesa, menor será o Lucro e, portanto, menor o IR a pagar. USO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Mecanismo de distribuição do desgaste de ativos ▪ São consideradas despesas aqueles gastos (custos ou despesas) que se lançam contra uma aquisição de objetos ou serviço, tendo finalidades dirigidas ao objeto social, ou sejam a finalidade da empresa; ▪ Seu lançamento contábil, como despesa, é realizado concomitantemente com seu pagamento. ▪ No entanto, a compra de um ativo (bem de vida longa) não é despesa e, portanto, não diminui o lucro nem o IR. O gasto de dinheiro realizado para a aquisição de um ativo, será contabilizado como despesa durante tantos meses quantos forem os meses de sua depreciação, mesmo que seu pagamento tenha sido feito à vista, USO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Mecanismo de distribuição do desgaste de ativos ▪ Depreciação é, então, o mecanismo que permite às empresas “distribuir” ao longo dos períodos (anos ou meses) o gasto do bem adquirido, carregando ao custo do período a parte “consumida” do bem nesse período. ▪ A depreciação se considera um custo contábil e, portanto, ajuda na diminuição do IR (custo contábil ≠ custo real). CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Definições prévias ▪ Período de recuperação: também chamado de vida útil ou vida depreciável, é a vida do ativo em anos (ou meses) para fins de depreciação. ▪ Taxa de depreciação: é a fração de recuperação por ano (ou mês) expressa em porcentagem (exemplo: depreciação de 20% ao ano, corresponde a um bem de vida útil de 5 anos). ▪ Valor residual: é o valor líquido ou valor comercial (de mercado) esperado ao final da vida útil do ativo, pode ser positivo, nulo ou negativo. CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO ▪ Normalmente, são considerados bens não depreciáveis: ▪ Terrenos; ▪ Prédios não alugados nem usados; ▪ Bens que se valorizam (pinturas, obras de arte); ▪ Bens para os quais exista exaustão (perda de valor por exploração mineral ou florestal); ▪ Existem tabelas com taxas de depreciação para vários tipos de bens que são aceitas pela Receita Federal para fins de cálculo de Imposto de Renda. ▪ Exemplos de vida útil legal no Brasil: ▪ Computadores (hard e software) – 5 anos; ▪ Edifícios e construções – 25 anos; ▪ Máquinas em geral – 10 anos; ▪ Móveis e utensílios – 10 anos; ▪ Veículos em geral – 5 anos. MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO Depreciação linear; Depreciação exponencial; Depreciação por horas trabalhadas; Depreciação por unidades produzidas; Depreciação pelo método de soma dos dígitos; Depreciação pelo método balanço declinante. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação linear com valor residual nulo: ▪ Este método é de grande simplicidade e aceito pela Receita Federal. ▪ Pressupõe desgaste proporcional à vida útil. 𝑫 = (𝟏/𝒏) × 𝑷 ▪ Onde: D - depreciação peródica; P – valor de aquisição do bem; n – número de períodos da vida útil contábil, isto é, o número de períodos em que o bem se deprecia. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: uma máquina é comprada por R$60.000 e será depreciada linearmente, sem valor residual, à taxa de 10% anual (via útil de 10 anos). Qual será o valor da depreciação anual? ▪ Dados: D = ? P = R$60.000 n = 10 anos ▪ D = (1/10) x 60.000 ▪ D = R$6.000 por ano MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação linear com valor residual: 𝑫 = 𝟏 𝒏 × (𝑷 − 𝑹) ▪ Onde: D - depreciação peródica; P – valor de aquisição do bem; n – número de períodos da vida útil contábil, isto é, o número de períodos em que o bem se deprecia; R – valor residual. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: uma máquina é comprada por R$60.000 e será depreciada linearmente, à taxa de 10% anual (via útil de 10 anos). Qual será o valor da depreciação anual, considerando que há um valor residual de R$6.000? ▪ Dados: D = ? P = R$60.000 n = 10 anos R = R$6.000 ▪ D = (1/10) x (60.000 – 6.000) ▪ D = R$5.400 por ano MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação por produção: método baseado no uso ou produção esperada 𝑫𝒕 = (𝑷 − 𝑹)( ൗ 𝑼𝒕 𝑼𝒕𝒐𝒕) ▪ Onde: 𝑫𝒕 - depreciação no ano t; P – valor de aquisição do bem; R – valor residual. 𝑼𝒕 – número de unidades fabricadas no ano t; 𝑼𝒕𝒐𝒕 – número de unidades previstas a serem fabricadas durante a vida útil contábil. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: Um equipamento cujo custo de aquisição é de R$182.000 produziu 800.000 peças no primeiro ano e 1.200.000 no segundo ano. Durante a vida útil da máquina, estima-se que ela produza 30.000.000 peças. Qual o valor depreciado nos dois primeiros anos? Dados: 𝑫𝟏 𝒆 𝑫𝟐? P – R$182.000; R – 0; 𝑼𝟏 – 800.000; 𝑼𝟐 – 1.200.000; 𝑼𝒕𝒐𝒕 – 30.000.000 𝑫𝟏 = 𝟏𝟖𝟐. 𝟎𝟎𝟎( Τ 𝟖𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 𝟑𝟎.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎) = 4.853,34 𝑫𝟐 = 𝟏𝟖𝟐. 𝟎𝟎𝟎( Τ 𝟏.𝟐𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 𝟑𝟎.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎) = 7.280 Valor do bem ao final do ano 2 = 169.866,66 MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação por horas utilizadas: Depreciação do bem com base nas horas de trabalho durante o tempo de vida útil previsto para o bem. ▪ Interessante para empresas industriais com acompanhemnto da vida útil do ativo por horas trabalhadas através de horímetros. 𝑫𝒕 = (𝑷 − 𝑹)( ൗ 𝑯𝒕 𝑯𝒕𝒐𝒕) ▪ Onde: 𝑫𝒕 - depreciação no ano t; P – valor de aquisição do bem; R – valor residual; 𝑯𝒕 – número de horas trabalhadas no ano t; 𝑯𝒕𝒐𝒕 – número de horas previstas de vida útil do bem. MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: um ativo com valor de aquisição de R$30.000 possui uma expectativa de vida de 5.000 horas. Os registros a seguir mostram as horas trabalhadas nos três primeiros anos de serviço. Calcule a depreciação do período, a depreciação acumulada e o valor estimado do bem ao final dos três anos. ▪ Ao final do ano 3 o bem valerá 30.000 – 19.500 = R$10.500 Ano Horas trabalhadas Depreciação do ano Depreciação acumulada 1 1.000 30.000 * (1.000/5.000) = 6.000 6.000 2 1.500 30.000 * (1.500/5.000) = 9.000 15.000 3 750 30.000 * (750/5.000) = 4.500 19.500 MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Método soma dos dígitos: método de depreciação acelerada, baseado em alíquotas variáveis, que refletem o quanto o bem é utilizado. ▪ Passos: ▪ Somam-se os algorismos que compõem o número de anos da vida útil do bem; ▪ Multiplica-se o valor a ser depreciado a cada ano pela fração, cujo denominador é a soma calculada anteriormente e o numerador é o tempo de vida útil restante do bem. No primeiro ano, é a vida útil do bem “n”, no segundo ano é “n-1”, no terceiro ano é “n-2”, etc. 𝑫𝒕 = (𝑷 − 𝑹)( ൗ 𝒗𝒊𝒅𝒂 ú𝒕𝒊𝒍 𝒓𝒆𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒔𝒐𝒎𝒂 𝒅𝒐𝒔 𝒅í𝒈𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒏) ▪ Onde: 𝑫𝒕 - depreciação no ano t; P – valor de aquisição do bem; R – valor residual; MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Exemplo: Depreciação de um bem adquirido por R$30.000 sem valor residual com uma vida útil de 4 anos. Soma dos dígitos: 4+3+2+1= 10 Ano Depreciação Valor residual 1 (4/10) x 30.000 = 12.000 18.000 2 (3/10) x 30.000 = 9.000 9.000 3 (2/10) x 30.000 = 6.000 3.000 4 (1/10) x 30.000 = 3.000 0 MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação exponencial: ▪ Diferentemente da depreciação linear, a depreciação anual não é constante. Começa maior no primeiro ano e vai decrescendo exponencialmente: 𝑽 𝒏 = 𝑷 × 𝑬𝒏 𝑽 𝒏 = 𝑷 × (𝟏 − 𝒕)𝒏 Sendo, V(n) – valor real exponencial do ativo após n anos; P – preço de compra; E = (1-t) – base da exponencial; t – taxa de depreciação (sobre o valor anterior); MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO ▪ Depreciação exponencial: ▪ A depreciação exponencial a cada período n é dada por: 𝑫 𝒏 = 𝒕 × 𝑽(𝒏 − 𝟏) ▪ Com o passar dos anos, V(n) forma uma progressão geométrica, começando em V(0) = P e razão (1-t) 𝑷, 𝑷 𝟏 − 𝒕 , 𝑷(𝟏 − 𝒕)𝟐, 𝑷(𝟏 − 𝒕)𝟑, … , 𝑽𝑹𝑬 𝑽𝑹𝑬 = 𝑷 × (𝟏 − 𝒕)𝑵 𝒕 = 𝟏 − 𝑽𝑹𝑬 𝑷 𝟏 𝑵 DEPRECIAÇÃO REAL OU EFETIVA ▪ Para tomar muitas decisões gerenciais, é necessário conhecer o valor dos ativos próprios. Por exemplo, o dinheiro pode ser emprestado usando os ativos da empresa como garantia. Para demonstrar ao credor que existe segurança para o empréstimo, uma estimativa confiável do valor dos ativos deve ser feita. Um modelo de depreciação permite que isso seja feito. ▪ É necessário uma estimativa do valor dos ativos próprios para fins de planejamento. Para decidir se deseja manter um ativo ou substituí-lo, você deve ser capaz de julgar quanto vale. Mais do que isso, você deve poder avaliar quanto valerá em algum momento no futuro. ▪ A legislação tributária do governo exige que os impostos sejam pagos sobre os lucros da empresa. Como pode haver muitas maneiras de calcular lucros, são estabelecidas regras rígidas sobre como calcular receitas e despesas. Essas regras incluem um esquema específico para determinar as despesas de depreciação. DEPRECIAÇÃO REAL OU EFETIVA Exemplo 1 Real Linear Expo Exemplo 2 Real Linear Expo Caso 1, menor erro nas estimativas com o modelo linear e no caso 2 menor erro com o modelo exponencial. DEPRECIAÇÃO REAL OU EFETIVA ▪ Veículos e equipamentos sofrem desgaste com o uso, ou ainda, sofrem obsolescência tecnológica. ▪ A lógica do problema de substituição de equipamentos é a procura do momento ótimo para realizar a substituição. Procura-se o momento (antes do fim da vida útil) em que o custo total “de possuir” um ativo é um mínimo. ▪ No caso dos sistemas logísticos, os ativos, normalmente, devem ser substituídos em função do desgaste mecânico e de uso. REFERÊNCIAS URBINA, Gabriel Baca, Ingeniería Económica, Ed. McGraw-Hill, 5ª Edição, México, 2010. BLANK, Leland T.; TARQUIN, Anthony J., Engenharia Econômica, Ed. McGraw- Hill, 6ª Edição, São Paulo, 2007. FRASE, Niall M.; JEWKES, Elisabeth M., Engineering Economics – Financial decision making for engineers, Ed. Pearson, 5ª Edição, Toronto, 2013. SAMANEZ, Carlos Patricio., Engenharia Econômica, Ed. Pearson, São Paulo, 2009.