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Pedagogia ·

Geografia

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CONECTD Instituto e Consultoria Pedagógica Fundamentos da Geografia 2023 CAPÍTULO I AS CORRENTES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO E O SURGIMENTO DA GEOGRAFIA COMO DISCIPLINA ESCOLAR Ensinar geografia significa compreender o mundo suas transformações e representações sociais em suas múltiplas dimensões da realidade social Conforme Pontuschka Paganelli e Cacete 2009 as abordagens do conhecimento geográfico mais recentes no Brasil resultam de várias correntes de pensamento desde a influência da Escola de Vidal de La Blache até as contemporâneas Alguns pesquisadores orientamse pelas correntes do neopositivismo da fenomenologia das humanísticas e psicológicas da geografia da percepção do materialismo histórico e dialético Conteúdos e métodos embora diferentes entre si não existem um sem o outro em educação Na formação inicial ou continuada do professor é preciso designar sua opção teóricometodológica de modo coerente A produção científica da Geografia se fez na história desde os últimos 3 mil anos com acúmulos de conhecimentos geográficos tanto de origem empírica como científica no qual se desenvolveram desde as primeiras cartas e descrições produzidas na China Porém o conhecimento geográfico foi ampliado com as grandes descobertas marítimas e a institucionalização da Geografia no mundo Ocidental Isso aconteceu nas expedições científicas pela África América e Ásia através das associações geográficas e das academias europeias que sistematizavam as informações coletadas pelos cientistas em suas viagens pelo mundo Pontuschka Paganelli e Cacete 2009 explicam que no final do século XVIII a Geografia constituiuse ciência e enfrentou dois problemas primeiro a sua ligação com a História que na época cumpria o papel de apenas fundamentar aspectos e fatos históricos e segundo as relações entre a natureza e o homem no qual a Geografia aceitava a influência quase absoluta do meio biofísico sobre o homem Mesmo com a existência da geografia humana essa situação ainda persistiu e atravessou os séculos XIX e a primeira metade do século XX Mas foi através dos estudos de Friedrich Ratzel antropólogo e geógrafo alemão em sua obra Antropogeografia fundamentos da aplicação da Geografia à História publicada em 1882 que divulgou as ideias deterministas considerando a grande influência do meio natural sobre o homem Segundo as autoras Pontuschka Paganelli e Cacete 2009 Ratzel definiu o objeto da Geografia como o estudo da influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade Ratzel afirmava que o território constituía as condições de trabalho e de existência de uma sociedade e que o progresso só existiria com a ampliação territorial Surgiu então a escola determinista de Geografia onde existiu a compreensão de que o homem é um produto do meio Os geógrafos seguidores de suas ideias preocupavamse com alguns problemas como povo raça Estado e localização dos Estados e constituíram as bases da Geopolítica É importante ressaltar que durante o século XIX o centro de discussão da Geografia na Europa concentrouse na Alemanha e só no final do século o pensamento geográfico francês encontrou seu espaço As ideias dos mestres alemães chegaram ao Brasil trazidas pelos geógrafos franceses mas acrescidas de críticas embasadas na escola criada por Vidal de La Blache e seus discípulos Nessa época a economia baseada numa ordem existente onde o capitalismo estava instaurado sob o domínio da burguesia francesa ampliouse o espaço de ação política Com a derrota da França na Guerra FrancoPrussiana 187071 houve a necessidade de se pensar o espaço geográfico de deslegitimar a reflexão geográfica alemã e fundamentar o expansionismo francês E assim a Geografia passou a desenvolverse com o respaldo do Estado Francês sendo introduzida como disciplina em todas as séries de ensino básico na reforma efetiva da Terceira República Assim foram criadas as Cátedras e institutos de Geografia estimulando a formação de geógrafos e de professores da disciplina As ideias de Vidal de La Blache e de seus seguidores são denominadas atualmente por muitos de Geografia Tradicional e exerceram grande influência na formação das Universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro e aos poucos em outras universidades de todo país Os princípios da escola francesa nortearam as primeiras gerações de pesquisadores brasileiros e o trabalho pedagógico dos docentes MORAES 1987 No Brasil as ideias vindas pela escola francesa chegaram aos bancos escolares por meio dos licenciados e de posse desse saber científico desenvolvido na universidade e com auxílio dos livros didáticos elaboravam suas aulas produzindo saberes para diferentes níveis de ensino Os livros de Aroldo de Azevedo foram hegemonicamente adotados nas escolas brasileiras atravessando gerações entre as décadas de 50 e 70 do século XX Mas foi nos anos 50 que apareceram questionamentos em várias partes do mundo e no Brasil quanto às tendências tradicionais da Geografia que compreendiam o espaço geográfico por meio das relações do homem com a natureza Surgem a busca de novos paradigmas e novas teorizações pelos geógrafos Do ponto de vista teórico é importante lembrar que a profunda influência europeia sobre o desenvolvimento dessa ciência no Brasil teve destaque para a presença francesa Com o tempo foram sendo criadas várias universidades em São Paulo e Rio de Janeiro O bacharel e o professor licenciado em Geografia não existiam no Brasil Existiam pessoas que vinham das mais diferentes formações que lecionavam essa disciplina Eram professores de Geografia advogados engenheiros médicos e seminaristas Assim a Geografia no antigo ginásio até a época da fundação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras FFCLUniversidade de São Paulo USP em 1934 nada mais era do que a dos livros didáticos escritos por não geógrafos e expressavam apenas o que foi a ciência até meados do século XIX na Europa Enumeravam nomes de rios cidades serras montanhas cabos ilhas capitais totais demográficos de países dentre outros e a memorização era a capacidade principal para o bom resultado nas provas A obra A metodologia do ensino geográfico escrita por Delgado de Carvalho e publicada em 1925 foi constituída como o trabalho mais importante da Geografia no Brasil da primeira metade do século XX Delgado de Carvalho produziu obras científicas didáticas e metodológicas no campo das ciências sociais Daí em diante Delgado de Carvalho defende a urgência da Geografia em tornarse uma ciência e criticou a Geografia nomenclatural que exigia apenas a memorização e também a Geografia administrativa que limitava o estudo às divisões políticas dos países pois tais abordagens serviam de obstáculo a uma reflexão teórica sobre ciência geográfica do domínio didático Esse geógrafo e professor foi contra o patriotismo ideológico transmitido pela Geografia No Brasil a formação de uma Geografia como ciência efetivouse a partir de 1930 ao serem criadas as primeiras faculdades de Filosofia o Conselho Nacional de Geografia o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE e a Associação dos Geógrafos Brasileiros AGB 1934 Surge o novo perfil profissional o bacharel e o licenciado em Geografia e em História a partir da criação da FFCLUSP Esse novo perfil teve papel importante na transformação cultural e na sala de aula e em 1957 passou a existir vestibular específico para os dois cursos O IBGE teve grande importância na produção de artigos sobre pesquisas de caráter geográfico No Brasil o espaço geográfico mundializado pelo capitalismo tornouse complexo e as metodologias propostas pelas várias tendências da Geografia Tradicional não eram capazes de apreender a complexidade Nas décadas de 80 e 90 os programas de computador e as técnicas ligadas ao sensoriamento remoto passaram a ser usados Porém mais importante que as novas técnicas para análises espaciais foi a reflexão teórico metodológica intensificada no Brasil a partir dos anos 70 Apareceram críticas dos geógrafos teoréticos1 ao embasamento filosófico centrado no positivismo clássico e no historicismo 1 Os geógrafos teoréticos são adeptos da Geografia Teorética Quantitativa ou Nova Geografia que estuda analisa o espaço geográfico utilizando quantidade e números desconsiderando o lado social humano e diário mas observando os fatos de acordo com os dados obtidos Os teóricos de orientação marxista influenciaram a produção da Geografia no Brasil nas décadas de 80 e 90 sobrepondose aos teoréticos e hoje existem novas gerações de pesquisadores A produção científica dos geógrafos brasileiros também encontra embasamento teórico na reflexão de pensadores não geógrafos que tomam o espaço como categoria central de análises Merecem destaque Manuel Castells e Henri Lefebvre que em seus estudos analisaram o espaço urbano fazendo crítica às diferentes correntes filosóficas e às análises sociológicas e metodológicas para explicar a vida urbana e rural no contexto do capitalismo Michel Foucault analisou o espaço de poder e a estruturação de instituições totais como a escola a prisão e o hospital mostrando como se exercem as relações de poder dentro e fora do Estado As transformações que abriram caminho para diferentes correntes de pensamento não ocorreram linearmente Logo nas décadas de 80 e 90 continuaram os embates teóricometodológicos entre as grandes frentes a New Geography a Geografia Tradicional a Geografia Crítica a Geografia comportamental Para Pontuschka Paganelli e Cacete 2009 p 70 Havia a necessidade de explicar os pressupostos teórico metodológicos não só nas universidades mas também em outros espaços nas secretarias de educação nos eventos das entidades culturais e de classe como a AGB e o Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo Apeoesp da capital e do interior paulista Esses debates demonstraram inúmeras insatisfações dos professores de Geografia da rede estadual a ineficácia do ensino da disciplina de Geografia na formação dos estudantes o livro didático como única fonte de estudo e desvinculação da Geografia ensinada na universidade daquela ensinada nas escolas de primeiro e segundo graus Surge a necessidade de aprimorar o método de ensino as novas abordagens teóricas e trabalhar os novos conceitos a serem inseridos no ensino de Geografia como trabalho e modo de produção questões relativas à natureza e ao processo de industrialização Essas questões vieram pronunciar a ruptura com o ensino tradicional da disciplina apontando caminhos diferentes O tema avaliação também entrou na pauta das discussões dos estudiosos e críticos e revelavam o predomínio de uma avaliação baseada na aferição dos conteúdos aprendidos constituindo a principal forma de aprovar e reprovar dando o sentido tradicional de avaliar Nesse mesmo período em 1987 já eram conhecidas as obras de Michael Apple e André Giroux teóricos da sociologia da educação que analisavam os conceitos de currículo oculto currículo manifesto e ideologia no sentido da falsa consciência tão discutida por Marx e Engels no século XIX Logo os docentes de Geografia tinham acesso à bibliografia sobre currículo e avaliação para tentar desmistificar a ideologia que existia no trabalho pedagógico e nas diversas atividades do cotidiano escolar Assim aconteceram mudanças significativas no universo educacional brasileiro e como resultado das discussões promulgouse a Lei de Diretrizes e Bases LDB de 1996 CAPÍTULO II A DISCIPLINA GEOGRAFIA E O CURRÍCULO A PARTIR DOS PCN Na década de 70 conforme texto anterior as universidades do século XX debatiam em busca de novos paradigmas teóricos no que se refere ao conhecimento da Geografia A escola pública de primeiro e segundo graus hoje chamada de ensino fundamental e médio enfrentava um problema causado pela Lei 569271 com a criação dos Estudos Sociais e o cancelamento da História e da Geografia Essas medidas foram determinadas pelo Conselho Nacional de Educação e por órgãos superiores no período da Ditadura Militar Naquele período aconteceram mudanças no currículo e na grade curricular inclusive a criação da disciplina Estudos Sociais e Educação Moral e Cívica Conti 1976 afirma que a licenciatura em Geografia e em História obtidas com tanto sacrifício na Universidade estava perdendo seu significado pois a disciplina de Estudos Sociais tinha o seu conteúdo difuso e indeterminado que deixava dúvidas se era uma área de estudos ou uma disciplina escolar muitas vezes aparecendo como sinônimo da Geografia humana outras usurpando o lugar das Ciências Sociais e da História e outras vezes surgindo como aglutinação de todas as ciências humanas Conforme o exposto acima Sacristán 1998 p 17 explica a sua análise sobre a concepção do currículo É na escola em geral que se concretiza no currículo que transmite num determinado nível educativo ou tipo de instituição um modelo de educação uma posição e uma orientação seletiva frente à cultura O autor explica que diferentes atribuições curriculares ligadas ao conteúdo à metodologia à avaliação à organização e à inovação no ensino são assumidas pelos variados agentes de sua implementação o Estado as comunidades a escola e o professor No Brasil a centralização e descentralização das diretrizes e bases curriculares estabelecidas pelo Estado sofreram alterações Em 1940 houve centralização das diretrizes curriculares estabelecidas pelo MEC Mais tarde houve maior autonomia dos Estados da Federação provocada pela Lei 569271 e em seguida em 1990 em pleno século XXI uma nova centralização da política educacional para o ensino básico através dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino superior Com o tempo houve aproximação dos professores com as universidades para discutir sobre o ensino das disciplinas de Geografia e História Nas décadas de 80 e 90 houve uma variada produção sobre o ensino da disciplina de Geografia que ficou a disposição dos professores e dos responsáveis pela formação docente no País As Secretarias de Educação de vários Estados do Brasil ao produzirem suas propostas curriculares de Geografia para o primeiro grau em convênio com as universidades organizaram capacitações docentes com acesso a diferentes metodologias ligadas ao movimento de renovação do ensino da disciplina Contudo as mudanças nas salas de aula foram lentas devido às condições de trabalho oferecidas pelas escolas ao número elevado de horas de trabalho e ao grande número dos estudantes em sala de aula Ainda hoje existem dificuldades e distanciamento para o trabalho pedagógico da disciplina de Geografia pois muitas vezes os professores assumem além da docência outras atividades profissionais que não estão relacionadas ao ensino e outra situação é quando o professor leciona Geografia e é especialista em outra disciplina A década de 80 destacouse pela produção dos melhores livros didáticos com muitas produções de mestrado e teses de doutorado na área de estudo em formação docente e de reorientação curricular Esse movimento de pesquisa sobre o currículo para renovação do ensino da disciplina de Geografia causou grandes debates para minimizar a compartimentalização dos conteúdos escolares e a distância entre o ensino da Geografia e a realidade social política e econômica do país muito discutidos nas universidades Ainda nessa mesma década surgiu o movimento de renovação do ensino de Geografia nas escolas chamado movimento curricular dos anos 80 com o objetivo de melhorar a qualidade de ensino revisão de conteúdos e das formas de ensinar e aprender as diferentes disciplinas dos currículos da escola básica Os professores sentiam a necessidade de discutir conceitos métodos e novas abordagens teóricas para o ensino de Geografia Isso provocou a ruptura no ensino tradicional da disciplina apontando caminhos diferentes de um ensino que era apenas transmitido pelo professor deslocado dos movimentos sociais e da realidade social do País surgindo a Geografia Crítica A partir dos anos 90 a formação dos professores e o exercício profissional da docência estavam no centro das discussões Era necessário repensar os cursos de formação docente não só pelo movimento de renovação curricular da escola fundamental e média mas sobretudo dos problemas dos cursos de licenciatura considerados historicamente muito fracos em relação à formação satisfatória dos professores Mudanças significativas ocorreram como fruto das discussões para promulgação da LDB96 e na década de 90 as propostas curriculares dos Estados foram discutidas com a finalidade de gerar uma nova proposta agora com o nome de Parâmetros Curriculares Nacionais PCN O Governo Central criou um novo currículo para o ensino de primeiro e segundo graus e deu nova nomenclatura a esses níveis de ensino denominados ensino fundamental e médio A inovação em termos estruturais na proposta do Ministério da Educação MEC foi a introdução dos Temas Transversais considerados importantes na construção da cidadania e na prática da democracia Os PCN de Geografia para o ensino fundamental propõem um trabalho pedagógico que visa ampliar as capacidades dos estudantes de observar conhecer explicar comparar e representar as características do lugar em que vivem e de diferentes paisagens e espaços geográficos Na orientação para o trabalho pedagógico são apresentados os objetivos os eixos temáticos os conteúdos os critérios de avaliação e no final o documento traz a organização do trabalho escolar referindose aos procedimentos metodológicos buscando a pluralidade no que diz respeito ao embasamento teóricometodológico Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental adotaram na formulação dos objetivos e da avaliação a divisão dos conteúdos em conceituais procedimentais e atitudinais COLL et al 1988 para o ensino fundamental e para o ensino médio uma abordagem por competências e habilidades PERRENOUD1999 PERRENOUD 2000 No que se refere ao ensino da Geografia os PCN 1998 p 81 estabelecem os seguintes objetivos conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações de modo a compreender o papel das sociedades em sua construção e na produção do território da paisagem e do lugar identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas consequências em diferentes espaços e tempos de modo a construir referenciais que possibilitem uma participação propositiva e reativa nas questões socioambientais locais compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográ ficos estudados em suas dinâmicas e interações compreender que as melhorias nas condições de vida os direitos políticos os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e dentro de suas possibilidades empenharse em democratizálas conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia para compreender o espaço a paisagem o território e o lugar seus processos de construção identificando suas relações problemas e contradições fazer leituras de imagens de dados e de documentos de diferentes fontes de informação de modo a interpretar analisar e relacionar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisagens saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sociodiversidade reconhecendoa como um direito dos povos e indivíduos e um elemento de fortalecimento da democracia Ao longo do período a formulação dos objetivos e conteúdos de ensino nos currículos e programas das disciplinas escolares mudou seu foco central do processo de ensinar e da atuação do professor para o processo de aprendizagem do estudante pautado na sua dimensão individual e coletiva cognitiva social e cultural CAPÍTULO III O ENSINO DE GEOGRAFIA ATRAVÉS DA PESQUISA No século XX a partir dos anos 30 houve a expansão do ensino secundário com escolaridade em todos os níveis e aconteceu o estabelecimento de um sistema de formação de professores baseado num modelo clássico de formação caracterizado por uma organização curricular pautado em dois conjuntos de estudos as disciplinas técnicocientíficas e as disciplinas didático psicopedagógicas conhecida como formação de modelo 31 que significava formação de três anos de bacharelado e mais um ano de formação pedagógica considerada como formação de licenciatura acrescida de estágio supervisionado Durante muito tempo a formação docente foi marcada pela consolidação da tutela políticoestatal sobre o professorado e ficou em ordem secundária nas prioridades educacionais Por um longo período as práticas dos professores eram expressas de forma muito ordenada e racionalizada pela técnica e pelas questões administrativas dos sistemas de ensino deixando pouca autonomia para o professor sobre o que ensinar e como ensinar PONTUSCHKA PAGANELLI CACETE 2009 Durante mais de 30 anos boa parcela dos professores de Geografia foi formada em instituições privadas e em cursos muito curtos que estabelecia dois anos para Licenciatura polivalente em Estudos Sociais e mais dois anos de Habilitação em Geografia O cenário de formação docente começa a mudar a partir de um movimento a nível nacional e internacional de valorização da formação e da profissão docente configurado como uma reação ao modelo formacional que concebe o professor como transmissor de conhecimentos PIMENTA 2002 Surgia a preocupação de formar o professor a partir de um novo paradigma pautado em abordagens centradas na concepção de formação como processo permanente com respeito a capacidade reflexiva crítica e criativa conferindo autonomia ao professor O novo modelo de formação parte do reconhecimento da especificidade da formação e da revisão de saberes essenciais da docência na expectativa da emancipação do profissional Contudo o momento atual é de transição assinalada pela crise do modelo anterior e pela incerteza quanto aos novos paradigmas de formação docente Não basta criar teorias sobre a formação de professores mas criar condições de produzir referenciais concretos para que possam efetivar em sua prática A LDB 939496 apontou inovações no âmbito da formação do profissional docente criando um ambiente institucional responsável por essa questão o Instituto Superior de Educação Também foram definidos os novos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino básico e foi elaborada as Diretrizes Curriculares Nacionais DCN para todos os cursos superiores de graduação Esta última provocou uma significante mudança nos referenciais necessários à organização curricular dos cursos de graduação PONTUSCHKA PAGANELLI CACETE 2009 Dessa forma a partir das DCN o elemento estruturante dos cursos passa a ser o projeto pedagógico elaborado pelas instituições formadoras de acordo com as competências e habilidades que orientam a seleção e ordenamento dos conteúdos das diferentes áreas de formação PIMENTA 2004 Conforme a autora acima citada o processo de elaboração das DCN para cursos de graduação direcionou a formação para três categorias de carreiras bacharelado acadêmico bacharelado profissional e licenciatura e essa última ganhou terminalidade e integralidade própria em relação ao bacharelado constituindo um projeto específico com um currículo próprio diferente do modelo antigo conhecido como 31 e do bacharelado A docência se entendida como atividade intelectual e prática exige do professor proximidade com o processo investigativo uma prática pedagógica reflexiva crítica criativa e baseada em metodologias de ensino diversificadas O professor da escola básica deve ter atitude investigativa através da pesquisa e assim obter domínio e habilidade de produzir pesquisa Essa capacidade de investigar pelo exercício da pesquisa provoca mudança perante o conhecimento superando a prática pedagógica de reprodução do conhecimento pronto e acabado Pela pesquisa a construção do conhecimento se faz pelo processo de produção e apropriação como produto social e na determinação do contexto histórico Conforme Libâneo 1998 ensinar perpassa pelo domínio didático pedagógico para potencializar a aprendizagem pelas competências do pensar mas também para garantir elementos conceituais para apropriação crítica da realidade ou seja ao ensinar o professor deve associar o movimento do ensino do pensar aos processos da reflexão dialética de cunho crítico Além de dominar conteúdos o professor deve ter a capacidade de utilizá los como instrumento para desvelar e compreender a realidade do mundo dando sentido e significado a aprendizagem Para Demo 1992 mais importante do que as aulas e ensino de conteúdos é abrir espaços para que o estudante trabalhe temas de pesquisa A avaliação serviria a produção própria e não consistiria em provas calcadas em conteúdos expostos em sala de aula O ensino pautado na prática da pesquisa cria situações e condições didáticas que estimulam a curiosidade e a criatividade afastando o aprendizado pela memorização e reprodução do conhecimento Nas últimas décadas tem crescido o número de pesquisas relacionadas ao ensino e à aprendizagem de Geografia com diferentes objetos de estudo Os estudos no âmbito da Geografia firmamse em diferentes correntes filosóficas e teórico metodológicas expressando uma diversidade de concepções sobre a Geografia e sobre o ensino Um dos grandes desafios dos cursos de formação de professores de Geografia diz respeito à necessidade prática de articulação dos conteúdos desse componente curricular com os conteúdos pedagógicos e educacionais mecanismos de transposição didática que envolve metodologias de ensinar e aprender O ensino de Geografia através da pesquisa desenvolve competências relativas à análise crítica das metodologias de ensino produzidas identificação e utilização das diferentes linguagens próprias a seu ensino capacidade de inferir das diferentes propostas e parâmetros curriculares suas filiações filosóficas e teórico metodológicas capacidade de realizar opções conscientes diante das diferentes metodologias e propostas curriculares de ensino e aprendizagem PONTUSCHKA PAGANELLI CACETE 2009 É necessário assinalar a importância de tomar como referência as práticas didáticopedagógicas e a realidade social da escola básica para os projetos de ensino e aprendizagem em Geografia O trabalho do professor da escola básica envolve atividades que vão desde a construção de programa de curso e o planejamento de aulas até a participação na produção e na execução de projeto pedagógico institucional além de projetos didáticopedagógicos que impliquem uma atividade investigativa envolvendo elaboração de diagnóstico caracterização de situaçãoproblema levantamento bibliográfico etc Para que o estudante desenvolva a atividade de pesquisa através do projeto investigativo o professor deve dominar as etapas desse processo e assumir atitude de facilitador e orientador mostrandose apto a avaliar o desempenho dos estudantes Quanto à avaliação é necessário utilizar diferentes metodologias de ensino e diferentes abordagens avaliativas em consonância com os procedimentos metodológicos CAPÍTULO IV O PERFIL DO PROFESSOR DE GEOGRAFIA O ensino de Geografia pode ser abordado de diferentes formas pelos cursos de formação de professores A escolha dessa abordagem dependerá de como a instituição formadora e seus professores compreendem a educação básica e o papel da Geografia nessa formação Inicialmente o ensino dessa disciplina requer que o estudante compreenda e mantenha diálogo permanente com o espaço geográfico a fim de conhecer seu papel na sociedade tecnológica econômica e cultural no mundo atual conforme podemos constatar nas orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN de Geografia para o ensino nas séries inicias do ensino fundamental Conforme colocam os PCN 1998 é preciso que o professor crie e planeje situações em que o estudante conheça e utilize procedimentos que promovam esse diálogo com o espaço geográfico tais como problematização observação registro descrição documentação representação e pesquisa dos fenômenos sociais culturais ou naturais que compõem a paisagem e o espaço geográfico na busca e formulação de hipóteses e explicações das relações permanências e transformações que se encontram em interação nessa situação Nesse sentido refletir sobre o que ensinar como ensinar e para que ensinar Geografia e as relações que devemos estabelecer com outras disciplinas com o mesmo grau de importância na formação dos estudantes são questões permanentes que perpassam a prática do professor da disciplina e que precisam de repostas urgentes As respostas são variadas pois dependem do contexto histórico social econômico e cultural onde cada professor estudante e escola estão inseridos e assim orientar o estudante nas várias dimensões de sua vida O principal meio de atingir as repostas para essas questões é a incorporação da pesquisa na formação do professor de Geografia Para tanto o professor precisa se ver pesquisador buscar teorias e metodologias em busca de respostas para os desafios pedagógicos encontrados na relação pedagógica com os estudantes e ao mesmo tempo no diálogo com o espaço geográfico onde está inserido É necessário lembrar que o mundo passou por inúmeras mudanças e transformações ao longo do tempo histórico e que o ritmo das mudanças na sociedade alterou as relações entre toda a sociedade As relações internacionais se mundializaram e se globalizaram o neoliberalismo se expandiu interferindo no cotidiano da vida das pessoas e na educação escolar Logo os conteúdos a serem estudados na Geografia carecem responder a tais transformações e serem vistos em novos prismas O trabalho pedagógico na disciplina de Geografia precisa fazer com que o estudante assuma posições diante dos problemas enfrentados na família no trabalho na comunidade escolar nas instituições locais É preciso que ele tenha um nível de consciência sobre as responsabilidades os direitos sociais para poder provocar mudanças na sociedade PONTUSCHKA PAGANELLI CACETE 2009 Conforme os autores citados quando o professor realiza a leitura do espaço geográfico ele deve também fazer a leitura do espaço social da escola das representações sociais que dominam o trabalho pedagógico e das relações de poder estabelecidas entre os atores sociais e entre a escola e os órgãos superiores Para tanto será importante que o professor conheça o marco fundamental da história da educação e da trajetória do ensino da Geografia nos últimos tempos e assim compreenda a tensão existente nas universidades escolas superiores responsáveis pela formação docente Para que o professor se torne pesquisador devemse seguir alguns princípios como a ter domínio do conhecimento geográfico a ser ensinado e seus caminhos teóricometodológicos para trabalhar a disciplina b fazer uso das diferentes disciplinas para ajudar na compreensão da complexidade do mundo c compreender o mundo contemporâneo e d ter uma consistente formação científica pedagógica e humana Conforme as colocações de Pontuschka Paganelli Cacete 2009 o perfil docente para o professor de Geografia exige do professor 1 Dominar o conhecimento historicamente produzido no âmbito da ciência de referência e da disciplina a ser ensinada além de reconhecer o significado social da sua profissão e o papel que a geografia cumpre na formação dos estudantes 2 Atuar individual e coletivamente com muita criatividade flexibilidade e cooperação entre estudantes e colegas de professores 3 Ensinar aproximando ao máximo teoria e prática onde sua formação como docente não se limite nos conhecimentos que possui em cursos de licenciatura e bacharelado 4 Ter como princípio a interação entre pesquisa e ensino no qual o processo de investigar está presente e articulado aos conhecimentos produzidos historicamente e à realidade dos estudantes Não basta conhecer a ciência geográfica e sua trajetória é preciso saber ensinála As informações não podem se mostrar isoladas e descontextualizadas pois assim não criam sentido para os estudantes A problematização de questões da realidade geográfica e sua interação entre os elementos dessa realidade e o cotidiano da vida dos estudantes são fatores imprescindíveis na ação pedagógica do professor de Geografia Para que haja aprendizagem é preciso haver compreensão e para isso é necessária a construção de significados A linguagem está impregnada de significados saberes emoções afetos e também preconceitos É importante promover momentos de reflexão com os estudantes pois isso permite conhecer as representações sociais construídas por eles É necessário ensinálos a questionar e buscar soluções Sendo assim as propostas curriculares nas diferentes instâncias municipais estaduais e federais merecem ser analisadas criticamente em virtude do papel que exercem na formação do professor de Geografia em todos os níveis de ensino PONTUSCHKA PAGANELLI CACETE 2009 CAPÍTULO V O ENSINO DE GEOGRAFIA E AS PRÁTICAS DISCIPLINARES INTERDISCIPLINARES E TRANSVERSAIS Na história da educação e formação dos currículos escolares e das práticas pedagógicas há décadas que perpassa um tratamento disciplinar no qual o rol de conteúdos específicos de uma área do conhecimento não tem relação com as demais disciplinas escolares onde cada uma funciona em forma de compartimento Essa perspectiva também é válida para a disciplina de Geografia Desse modo o objetivo deste tópico é refletir sobre as concepções e práticas baseadas nos princípios de disciplinaridade transversalidade e interdisciplinaridade Partimos do questionamento de como a aprendizagem e o ensino da Geografia se situam ante as possibilidades de superação da disciplinaridade e de sua interação com as demais disciplinas O currículo disciplinar pode se restringir ao caráter cognitivo dos fatos e conceitos Se a perspectiva da escola básica é baseada na educação integral a Geografia deve pensar em outras dimensões do conteúdo para aproximar as relações entre as disciplinas Assim deve ampliar o conceito de conteúdo para procedimentais e atitudinais que devem se fazer presentes nas intenções dos professores de Geografia e da elaboração do seu plano de ensino da disciplina Os conteúdos procedimentais relacionamse com o modo pelo qual os estudantes assimilam certas práticas que fazem parte de sua vida como fazer leituras de imagens ler várias modalidades de textos e integrálos aos conhecimentos possuídos ser capaz de utilizar os conhecimentos em situações externas à escola observar um fato isolado e contextualizálo no tempo e espaço saber pesquisar e trabalhar a argumentação para compreender questões complexas a observação informal e sistemática dos fatos e fenômenos do cotidiano a capacidade de registrálos usando diferentes recursos e linguagens Os conteúdos atitudinais destacamse como respeito às diferenças de sexo à etnia às faixas etárias à valorização do patrimônio sociocultural da diversidade ambiental dos direitos e deveres do cidadão Segundo os estudiosos sobre o tema a transversalidade e a interdisciplinaridade são propostas que vão ao encontro da formação do educando para formação integral O debate sobre a formação interdisciplinar e transdisciplinar chegou ao Brasil após o Congresso de NICE França em 1969 período no qual os pesquisadores brasileiros estudavam sobre as questões interdisciplinares Contudo os avanços em relação a essa prática pedagógica têm sido lentos e os professores encontram dificuldades em inserir na ação pedagógica atividades que avancem para além da disciplinaridade Para explicar a disciplinaridade adotamos a compreensão de Japiassu 1976 p37 sobre ciência e disciplina A disciplinaridade é progressiva exploração científica especializada em certa área ou domínio homogêneo de estudo que estabelece e define fronteiras constituintes cabendo a estas determinar seus objetos conceitos e teorias O termo disciplina é comumente empregado para designar o ensino de uma ciência ao passo que o termo ciência se refere principalmente à atividade de pesquisa A disciplinaridade será aqui abordada na perspectiva de uma disciplina escolar A disciplina escolar da Geografia tem vínculos com a respectiva ciência por meio de conceitos métodos e teorias geográficas Os conteúdos disciplinares são organizados para atender a concepções hegemônicas da própria ciência e correspondem ao tempo e espaço específicos articulados às concepções pedagógicas de organização do currículo e do ensino Como dar significado à aprendizagem ou ressignificar um conhecimento que um estudante ou professor já possuem Para a aprendizagem significativa podese pensar como os diferentes saberes integram para produzir outro saber Conforme Silva 2011 p 24 A transposição didática dos saberes e a epistemologia que sustenta o contrato didático baseiamse em muitos outros aspectos para além do domínio acadêmico dos saberes As pesquisas atuais sobre a transposição didática têm alertado sobre as diferenças entre vários saberes o acadêmico e o escolar as mediações do saber do professor e do saber construído pelos estudantes no ambiente escolar Perrenoud 1999 ao trabalhar o conceito de transposição didática propõe a existência de momentos diferentes no qual ocorrem as transformações entre os saberes Os conteúdos sempre estiveram associados aos conhecimentos do tipo conceitual fatos noções conceitos e princípios diferenciados das capacidades habilidades e atitudes Algumas obras atuais ampliam a denominação de conteúdo para procedimentos valores atitudes embasadas na proposição do Brasil Bernstein 19711975 que compreende conteúdo como tudo que se ocupa no tempo escolar Porém nas escolas a ênfase maior ainda se encontra nos aspectos cognitivos de ensino e aprendizagem ou seja nos fatos e conceitos Na organização dos conteúdos conceituais dois aspectos precisam ser destacados referências que servem como eixos organizadores dos conteúdos em temas e unidades didáticas e as respectivas sequências nos programas A partir da década de 90 documentos de órgãos oficiais de Educação no Brasil focam na interdisciplinaridade e transversalidade Para os PCN a inclusão dos Temas Transversais deveria perpassar por todas as disciplinas como forma de promover a aproximação das mesmas O modelo adotado foi a partir do modelo da Espanha e para melhor entender o papel da transversalidade na reforma do nosso país precisamos compreender a reforma curricular da Espanha A transversalidade surgiu através da proposta de renovação pedagógica e da formação de professores da Espanha Os Temas Transversais introduzidos na Espanha foram selecionados com base nas problemáticas sociais e ambientais estimulando a reflexão sobre a potencialidade educativa dos Temas Transversais ao abordar conteúdos referentes à saúde ao consumo ao meio ambiente à sexualidade e à convivência Os Temas Transversais foram compreendidos por muitos autores como pontes entre o conhecimento do senso comum e o acadêmico estabelecendo articulação entre ambos O principal problema para adoção desse modelo tanto na Espanha como no Brasil era como incluir os Temas Transversais nas várias disciplinas escolares e no projeto político pedagógico das escolas No Brasil na primeira metade da década de 90 cada Estado propôs o seu próprio currículo e criouse a necessidade de um novo currículo para Geografia e História com extinção dos Estudos Sociais Os Temas Transversais foram apresentados à comunidade docente por meio dos PCN sob os seguintes critérios urgência social abrangência nacional possibilidade de inclusão no currículo do ensino fundamental e favorecimento da compreensão da realidade escolar e a participação social Obedecendo a esses critérios surgem os temas Ética Meio Ambiente Pluralidade Cultural Saúde Trabalho e Consumo Orientação Sexual e Temas Locais Esses temas deveriam passar por todas as disciplinas escolares incluindo a Geografia A Geografia por estudar o espaço geográfico traz conhecimentos que podem contribuir para os Temas Transversais como Pluralidade Cultural Meio Ambiente Saúde Temas Locais dentre outros PONTUSCHKA PAGANELLI CACETE 2009 As autoras explicam como trabalhar em sala de aula com os Temas Transversais no ensino da Geografia PLURALIDADE CULTURAL A sociedade brasileira foi formada com uma diversidade étnica marcada desde tempos anteriores aliada à entrada de imigrantes europeus asiáticos e latinoamericanos até os dias atuais Isso favoreceu a formação de uma cultura diversificada em nosso país o que representou por muitas vezes relações nem sempre tranquilas e algumas vezes conflituosas entre grupos marcada pelo preconceito e discriminação O ensino da Geografia mesmo antes dos PCN teve uma preocupação com o estudo dos imigrantes e das migrações como também dos negros índios e brancos Portanto como já existiam estudos sobre essa temática a Geografia traz contribuições importantes para a reflexão e compreensão acerca disso MEIO AMBIENTE O conceito de meio ambiente envolve toda relação social física biológica e cultural instaurada na produção de condições ambientais que perpassa a vida dos homens e seres vivos Mudanças e transformações no mundo ocorreram tanto na produção cultural como na tecnológica e que acabou mudando as relações econômicas e as relações com a natureza Não é novidade para os estudiosos da Geografia que já havia preocupações sobre as condições ambientais mesmo antes dos movimentos ambientalistas que surgiram nas décadas de 60 e 70 Isso ocorreu ao analisar o processo de dominação de grupos e países hegemônicos em diversos momentos históricos em tempos e espaços diferentes e que teve como objeto de estudo os sistemas agrícolas e sua relação de degradação do solo A diversificação da produção causou danos no meio ambiente como a retirada da vegetação e a erosão acelerada do solo o que representou fonte de preocupação para a Geomorfologia Uma preocupação que já existia nas vertentes tradicionais da Geografia e que caminhou historicamente até hoje através das vertentes críticas da ciência geográfica na qual a Geopolítica está em pauta a preservação do nosso planeta e demais questões ambientais que precisam ser discutidas e refletidas pelo conjunto de disciplinas escolares SAÚDE Dados do IBGE deflagram que o Brasil é marcado por uma história de desigualdade social pobreza exclusão social e economicamente traduz a concentração de renda nas mãos de poucos privilegiados Os dados estatísticos do IBGE reunidos pelos geógrafos brasileiros e os trabalhos de campo por eles realizados explicam a incidência de doenças como tuberculose leptospirose hanseníase desvelando a precariedade da educação e saúde pública ao longo do tempo O estudo da Geografia neste foco ajuda a analisar a vida das grandes cidades e auxiliará a compreensão dos problemas de saúde ligados ao meio urbano A partir do trabalho didático com projetos transversais e disciplinares nas escolas ligados ao tema da saúde a Geografia poderá ajudar através dos estudos sobre as paisagens os lugares o território e os problemas criados pela concentração de renda em um grupo social TRABALHO E CONSUMO a ciência geográfica sempre teve preocupação pelas atividades exercidas pelas sociedades humanas no sentido de garantir a sobrevivência dos mesmos Seus estudos foram oriundos desde o extrativismo e a agricultura até a indústria moderna e a chamada Terceira Revolução Industrial desde o trabalho dos índios e posseiros realizado a custa da energia humana ou animal passando pelo trabalho da agricultura familiar pelo trabalho do boia fria até a criação das novas tecnologias e de informatização indústrias automatizadas que necessitam do mínimo de mão de obra Nesse sentido a preocupação da Geografia passa pela formação da sociedade de consumo e do desaparecimento proporcional dos pequenos comerciantes Logo o trabalho e o trabalhador estão há muito na programação dos estudos da disciplina de Geografia TEMAS LOCAIS Os PCN de Geografia propõem o lugar como um dos conceitos fundamentais do currículo Esse conceito tem variações entre as correntes geográficas que integram a crítica e a dialética nas respectivas produções teóricas lugar confundindose com município bairro estado e até país lugar como vivência do estudante onde desenvolvem relações pessoais e familiares na dimensão subjetiva lugar como universo cultural do estudante lugar como totalidade que supera as relações familiares e mantem relações intrínsecas com outros lugares lugar como local de reprodução de vida lugar como divisão regional do trabalho como ponto nodal de uma rede de relações que nascem do local para o global e deste para o local Apesar de tantas diferenças existe um consenso sobre a noção de que a prática pedagógica na disciplina de Geografia deve começar pelo lugar de vivência do estudante e explorar todo seu potencial de conhecimento prévio e a partir dele introduzir conceitos científicos dominados pelo professor Teóricos defendem que é a partir do conhecimento local que estão às fontes que servirão de parâmetros para o estudante atingir o conhecimento espacial de outras realidades Sob a denominação de Temas Locais os PCNs pretendem contemplar os temas de interesse especifico de uma determinada realidade a serem definidos no âmbito do estado da cidade e ou da escola BRASIL 1997 p 35 No Brasil ainda é escasso o mapeamento de pesquisas sobre a participação efetiva dos Temas Transversais nos currículos escolares Mesmo nos estágios supervisionados dos estudantes dos cursos de Metodologia do Ensino de Geografia embora existam projetos de ensino não eram caracterizados como transversais Isso deflagra que são raras as escolas e professores da disciplina que apresentam um currículo interativo que considere a transversalidade na programação de suas aulas e nas áreas dos outros colegas de profissão A formação científica compartimentada em departamentos tem dificuldades de formar para um fazer pedagógico que possibilite a interrelação de um tema com as demais disciplinas escolares PONTUSCHKA PAGANELLI CACETE 2009 CAPÍTULO VI O ENSINO DE GEOGRAFIA E A INTERDISCIPLINARIDADE Neste tópico de estudo iremos repensar o papel da interdisciplinaridade no mundo de hoje e explicar como a Geografia através da disciplina integrada e de uma prática interdisciplinar pode oferecer sua contribuição às escolas Com o processo complexo do mundo pósindustrial e globalizado estudiosos e pesquisadores de vários níveis de ensino estão cientes de que os saberes parcelares não dão conta de resolver problemas que demandam conhecimentos específicos relacionados a um objetivo comum e central Logo a interdisciplinaridade se revela como necessária no mundo atual Muitos pesquisadores educadores profissionais e especialistas de vários campos de conhecimento e de ação investem na reflexão e na crítica sobre a concepção de interdisciplinaridade por diferentes ângulos baseadas em sua especificidade científica Dentre os diversos críticos destacamos Jantsch e Bianchetti 1995 que vem desconstruindo certos pressupostos e ressignificando outros oferecendo novas reflexões rejeitando à ideia de interdisciplinaridade como método de investigação e técnica didática Esses autores partem da crítica à filosofia do sujeito em que a grande maioria dos trabalhos analisados está fundamentada A crítica à chamada filosofia do sujeito caracterizase por priorizar a ação do sujeito sobre o objeto tornando o sujeito absoluto na construção do conhecimento e do pensamento Uma das consequências dessa compreensão do processo de produção do conhecimento é avaliar de forma moralizada e dicotômica o processo bem versus mal PONTUSCHKA PAGANELLI CACETE 2009 p148 Pontuschka Paganelli e Cacete 2009 criticam os seguintes pressupostos A fragmentação do saber leva o homem ao não domínio sobre o próprio conhecimento o que provoca uma falta de ordenação do saber A especialização do conhecimento passa ser considerada uma patologia um câncer que compromete a produção do conhecimento A soma de sujeitos pensantes decide superar a compartimentalização do conhecimento tendo a interdisciplinaridade como possibilidade que só se realiza no trabalho em equipe e na formação do sujeito coletivo O pressuposto da pandisciplinaridade pantotalidade pelo qual o sujeito coletivo é capaz de viver a interdisciplinaridade em qualquer espaço de atuação seja no ensino na pesquisa ou na extensão à comunidade O trabalho em parceria como garantia de produção do conhecimento independente do contexto histórico em que se deu a produção da existência O autor Lorieri 2002 defende que a atitude interdisciplinar precisa ser estimulada na escola para auxiliar o entendimento do mundo e das contradições sociais O pensar interdisciplinar busca a totalidade na tentativa de articular os fragmentos minimizando o isolamento nas especializações e até dando novo rumo a elas promovendo o pensamento e compreensão das ações desiguais Sá 1989 apud BITTENCOURT 2004 em sua obra Serviço Social e a interdisciplinaridade explica que a dimensão da contradição e da totalidade tão importante ao processo educativo se esvazia no momento em que a fragmentação do saber vai permitindo uma aproximação estruturalista da realidade numa análise unilateral O trabalho interdisciplinar requer inicialmente o estatuto que representa a visão da área de cada disciplina ou visão da disciplina específica O tema gerador como um dos caminhos na construção do currículo deve ser escolhido com base no conhecimento das relações do homem com o mundo O surgimento do tema gerador tem como pressuposto teórico fundamental a realização de uma pesquisa sobre as condições espaciais sociais físicas e biológicas A Geografia ao trabalhar com o tema gerador e com as questões geradoras tem condições de fazer com que os estudantes superem o senso comum mediante uma metodologia dialógica provocando um conhecimento ao estudante de forma mais elaborada e científica Um programa de ensino interdisciplinar baseado em tema gerador precisa atender a duas dimensões uma utópica no sentido de vir a construir por meio da prática pedagógica os valores comportamentos e conhecimentos integrados um vir a ser e outra dimensão mais concreta com práticas pedagógicas imediatas e possíveis de serem desenvolvidas promovendo mudanças e transformando a realidade local dos estudantes e moradores do bairro Etapas para desenvolvimento do trabalho interdisciplinar nas escolas 1 Levantamento preliminar da realidade através da pesquisa Nesse momento existe o resgate do cotidiano através da memória oral escrita ou dos gráficos produzidos 2 Socialização das situações diagnosticadas no estudo preliminar chegando a problematizações 3 O estudo problematizador dos dados e informações que permite possíveis delineamentos de situações significativas Essa etapa possibilita a identificação da leitura de mundo concepções filosóficas e ideológicas e atitudes dos educadores Com um projeto de interdisciplinaridade percebemos a mudança no conceito de aula pois não precisa acontecer apenas no interior das salas de aula e nem ser realizada com conteúdos expressos pelo professor podendo ser desenvolvida em outros espaços físicos até fora da escola Sobre o conceito de espaço produzido por alguns franceses da corrente tradicional da Geografia o conceito de espaço social desde a década de 50 foi articulador de pesquisas interdisciplinares entre geógrafos e especialistas de outros campos de conhecimento e assim a interdisciplinaridade já se encontrava em pauta desde aquela época Na década de 80 foi publicado o livro Espaço Interdisciplinar coordenado por Milton Santos e Maria Adélia Aguiar A de Souza onde congregou vários ensaios traduções de pensadores franceses e textos de autores brasileiros que procuravam mostrar as visões do espaço de especialistas e ressaltavam que nenhuma ciência detém posse de seu estudo Alguns dos ensaios apresentaram a necessidade do trabalho interrelacionado de especialistas nas abordagens espaciais A Geografia pode embasarse na experiência dos estudantes no interior do grupo social e desenvolver uma prática pedagógica que parte da realidade local e leva a visão obtida para o interior da escola Numa política de autonomia escolar é interessante que cada escola construa seu projeto pedagógico a partir da interdisciplinaridade utilizando o diálogo com as disciplinas por meio de temas geradores no qual provoca a ligação e aproximação entre conhecimento científico e realidade vivida experimentada pelos estudantes por seus pais e pelo conjunto social no qual a comunidade escolar está inserida Dessa forma o ensino nas escolas terá significado na vida do estudante permitindo uma integração entre as condições concretas de existência dos estudantes e a teoria ensinada pelas diferentes disciplinas incluindo aquelas cujo objeto de estudo é o tempo e o espaço a sociedade e a natureza O estudo da realidade local quando inserido numa realidade mais ampla é um largo caminho para a pesquisa ou para o trabalho pedagógico O ensino da Geografia partindo da experiência dos estudantes no interior de seu grupo social articulado interdisciplinarmente com as outras disciplinas através de um projeto de ensino chega a um entendimento aprofundado da realidade complexa e contraditória Portanto é importante alertar os professores sobre a relação entre a Geografia e a interdisciplinaridade O professor da disciplina detém teorias e métodos que permitem fazer essa análise e buscar respostas capazes de realizar a leitura de qualquer espaço por meio do olhar experimentado e das fontes bibliográficas com os quais tem contato por meio da interpretação da memória oral das pessoas entrevistadas por meio do acervo fotográfico que registra momentos e paisagens do passado e da atualidade por meio de cartas geográficas de diferentes tipos que ajudam os estudantes a pensar o espaço urbano e rural A escola que assume um projeto baseado no princípio da interdisciplinaridade comprometese com as consequências do trabalho coletivo entre os estudantes moradores e professores Se a universidade participa de um projeto com caráter interdisciplinar novos referenciais são construídos com atitudes teóricometodológicas diferenciadas Existem várias experiências de escolas que realizam projeto interdisciplinar e seu êxito dependerá da trajetória histórica da escola do espaço em que ela está inserida das atitudes éticopolíticapedagógicas do corpo docente e por fim da maneira que assumem a autonomia da escola CAPÍTULO VII O ENSINO DE GEOGRAFIA A PARTIR DA APREENSÃO DO REAL O ESTUDO DO MEIO O estudo do meio é uma metodologia de ensino interdisciplinar que tem intenção de descobrir a complexidade de um espaço determinado muito dinâmico e em constante transformação em que uma única disciplina sendo trabalhada de forma isolada dificilmente daria conta de compreender Além de ser interdisciplinar permite que o professor e o estudante se envolvam no processo de pesquisa PONTUSCHKA PAGANELLI CACETE 2009 O processo de descoberta diante de um meio qualquer pode aguçar a reflexão do estudante para produzir conhecimentos que não estão nos livros didáticos Uma das etapas importantes do estudo do meio é o trabalho de campo Um projeto de ensino fundamental utilizando essa metodologia provoca uma apreensão do espaço social físico e biológico que se dá em múltiplas ações O estudo do meio através de trabalho de campo possibilita práticas de ensino com intervenção pedagógica em cada momento apontando as contribuições disciplinares para o conhecimento do objeto de estudo Apresentamos a seguir as definições das etapas das ações de um projeto de estudo do meio 1 O encontro dos sujeitos sociais esse momento é caracterizado pela mobilização da escola para construção da pesquisa e aproximação das diferentes áreas do conhecimento Inicialmente partimos da reflexão sobre a prática pedagógica existente na escola e da crítica em seguida da compartimentalização do conhecimento para construir possíveis ações interdisciplinares Momento de atuação de forma integrada e de ação coletiva despindose das armaduras especializadas O estudo do meio como método pressupõe o diálogo a formação de um trabalho coletivo e o professor como pesquisador de sua prática de seu espaço de sua história de seus estudantes e tem como meta criar o próprio currículo da escola estabelecendo vínculos com a vida do estudante Os possíveis locais a serem pesquisados são discutidos e visitados para conhecer qual deles melhor atende aos objetivos de cada disciplina Dessa discussão sai o nome do local a ser analisado 2 Visita preliminar ao local que será estudado e a opção pelo percurso escolher os meios para estudar é optar pelo currículo que se quer desenvolver A escolha coletiva implica em organização coletiva As plantas e os mapas são representações gráficas que auxiliam no reconhecimento dos lugares na localização dos equipamentos urbanos e rurais É preciso determinar alguns fatores como o tempo que decorre da saída da escola até o lugar da pesquisa de campo o tipo de transporte necessário a escolha dos bairros para ser visitados a bibliografia necessária para conhecer as reflexões a respeito do objeto de pesquisa qual dos autores foi o mais citado pelo conjunto de educadores Por fim após a etapa da escolha do local a ser visitado e a definição do eixo orientador partimos para a etapa do planejamento 3 O planejamento qualquer saída com estudantes e professores precisa ser bem planejada e em sala de aula devem ser explicadas as razões pelas quais se escolheu o roteiro e assim inicia o planejamento do trabalho de campo começando pelos objetivos do estudo do meio consolidação de um método de ensino interdisciplinar denominado estudo do meio onde interagem pesquisa e ensino verificação do tempo e espaço levantamento dos sujeitos sociais a serem entrevistados as observações a serem feitas nos diferentes lugares para produção de fontes e documentos anotações escritas desenhos documentos e filmes compartilhamento dos diferentes olhares presentes no trabalho de campo a partir das diversas visões dos sujeitos envolvidos no projeto coleta de dados e informações específicas do lugar emersão dos conteúdos curriculares disciplinares e interdisciplinares produção de instrumentos de avaliação em um trabalho participativo criação de recursos didáticos baseados nos registros divulgação do processo do resultado 4 Elaboração do caderno de campo O caderno de campo é considerado uma fonte de pesquisa Nessa etapa deve haver o levantamento dos instrumentos necessários das práticas de coleta de informações dos diferentes registros entrevistas desenhos lugares a ser fotografados das tarefas de cada pessoa do grupo o professor junto com os estudantes deve planejar todas as partes pois isso irá garantir o compromisso do grupo Como exemplo no caderno de campo pode ser anotado e definido a capa o roteiro da pesquisa de campo textos entrevistas 5 A pesquisa de campo como reveladora da vida esse é o momento do diálogo que envolve o espaço a história as pessoas os colegas e seus saberes e tantos outros elementos que enriquecem a prática e a teoria É preciso sair a campo sem preconceitos e proceder a leitura afetiva O momento da produção de desenhos é importante porque obriga a pessoa a olhar várias vezes em direção ao objeto que deseja produzir e ajuda a aguçar a observação A realização das entrevistas é considerado um momento prazeroso para o grupo durante a pesquisa de campo Nas entrevistas os lugares aparecem mostrando a vida em movimento Muitas vezes as falas dos sujeitos entrevistados podem vir carregadas de poesia prosa ironia amargura Após o processo da entrevista vem a transcrição e a categorização A transcrição é o primeiro registro e a primeira versão do discurso do entrevistado Precisa ser bastante fiel ao conteúdo da fala O texto final deve ser apresentado ao entrevistado para que ele reconheça seu discurso e o aprove Em seguida o pesquisador irá analisar a interpretação correlacionandoa a outras respostas e ao referencial teórico As categorias de análise não são previamente selecionadas mas aparece na própria fala do entrevistado Depois da análise e interpretação dos dados acontece o retorno à sala de aula para sistematização dos dados O ensino de geografia a partir da apreensão do real e o estudo do meio são abordagens pedagógicas que buscam tornar o aprendizado da geografia mais significativo e contextualizado para os alunos permitindo que eles compreendam melhor o mundo ao seu redor Essas abordagens têm raízes na pedagogia crítica e no construtivismo e enfatizam a importância de conectar o conteúdo geográfico ao ambiente cotidiano dos estudantes Abaixo vou explicar cada um desses conceitos 1 A APREENSÃO DO REAL A apreensão do real na educação geográfica implica em abordar o ensino de forma que os alunos possam entender e interagir com o mundo real e suas complexidades Isso significa que o ensino de geografia não deve se limitar a meros fatos ou teorias distantes da vida cotidiana dos alunos mas sim relacionar o conteúdo geográfico com suas experiências e observações pessoais Isso pode ser feito por meio de estudos de caso análise de notícias atuais discussões sobre problemas ambientais e sociais entre outros métodos que ajudam os alunos a perceber a relevância da geografia em suas vidas 2 ESTUDO DO MEIO O estudo do meio é uma estratégia educacional que envolve a exploração do ambiente físico e social imediato dos alunos como uma extensão da sala de aula Isso pode incluir visitas a locais de interesse geográfico como parques naturais cidades rios indústrias comunidades locais entre outros O objetivo é permitir que os alunos observem analisem e interajam com o ambiente real aplicando os conceitos geográficos aprendidos em sala de aula O estudo do meio torna o ensino de geografia mais prático e envolvente proporcionando uma experiência de aprendizado mais significativa Ao combinar a apreensão do real com o estudo do meio os professores podem criar oportunidades para que os alunos compreendam melhor as interações entre os aspectos físicos e humanos do espaço geográfico desenvolvam habilidades de observação e pesquisa e também promovam uma consciência crítica em relação a questões geográficas como mudanças ambientais desigualdades regionais e problemas globais Essas abordagens pedagógicas não apenas enriquecem a aprendizagem da geografia mas também contribuem para o desenvolvimento de habilidades cognitivas sociais e cívicas dos estudantes capacitandoos a se tornarem cidadãos informados e engajados em questões geográficas e globais SLIDE Slide 1 Introdução Título Apreensão do Real e Estudo do Meio na Educação Geográfica Breve introdução ao tema da apresentação Sugestão O ensino da Geografia a partir da apreensão do real e estudo do meio consiste em utilizar os conteúdos como instrumento para desvelar e compreender a realidade do mundo dando sentido e significado à aprendizagem Isso inclui criar situações e condições didáticas que estimulem a curiosidade e a criatividade do estudante afastando o aprendizado pela memorização e reprodução do conhecimento Slide 2 Apreensão do Real na Geografia Definição da apreensão do real na educação geográfica Ênfase na relevância de conectar a geografia ao cotidiano dos alunos Sugestão A apreensão do real na educação geográfica consiste na compreensão da realidade como um todo interdependente em que elementos naturais e sociais se relacionam entre si e não como partes isoladas A partir dessa compreensão é possível ensinar os estudantes a questionar e buscar soluções além de promover momentos de reflexão permitindo assim compreender as representações sociais construídas pelos alunos É importante conectar a geografia ao cotidiano dos alunos pois assim é possível tornar os conteúdos mais significativos despertando o interesse dos estudantes e aumentando as chances de aprendizagem Além disso a abordagem de questões da realidade geográfica e sua interação entre os elementos dessa realidade e o cotidiano da vida dos estudantes são fatores imprescindíveis na ação pedagógica do professor de Geografia Slide 3 Importância da Apreensão do Real Destacar como a apreensão do real torna o aprendizado significativo Exemplos de como relacionar conteúdo geográfico à vida dos alunos Sugestão A apreensão do real na educação geográfica possibilita a compreensão da realidade como um todo interdependente o que torna o aprendizado mais significativo pois os conteúdos passam a fazer sentido e a ter relação com a vida dos estudantes Ao invés de simplesmente reproduzir informações e conceitos é possível entender a prática como uma forma coletiva de produção do conhecimento despertando o interesse dos estudantes e aumentando as chances de aprendizagem Exemplo A análise da comunidade local é uma estratégia fundamental para conectar o ensino de geografia à vida dos alunos e tornar o aprendizado mais significativo Atividades Agrícolas Locais Explorar como o clima e o solo afetam as práticas agrícolas na comunidade incluindo o tipo de cultivos safras sazonais técnicas de irrigação e colheita Analisar como as atividades agrícolas contribuem para a economia local e a subsistência das famílias Planejamento Urbano Discutir como a topografia e a disponibilidade de terra influenciam o desenvolvimento urbano a localização de edifícios estradas e infraestrutura Abordar questões de crescimento urbano desordenado e seus impactos Exposição a Riscos Naturais Analisar a vulnerabilidade da comunidade a riscos naturais como inundações terremotos furacões etc devido à sua localização geográfica Considerar estratégias de preparação e mitigação de desastres Slide 4 Estudo do Meio na Educação Geográfica Definição do estudo do meio como estratégia educacional Enfatizar a exploração do ambiente físico e social Sugestão O estudo do meio como estratégia educacional é uma metodologia que busca criar um ambiente de aprendizagem interdisciplinar em que os estudantes saem da sala de aula para fazer observações e pesquisas em campo com o intuito de entender a realidade local e suas diversas relações Ao entrelaçar teoria e prática o estudo do meio permite que os alunos compreendam melhor os conceitos abstratos e sua aplicação no mundo real além de promover o desenvolvimento de habilidades como observação coleta e análise de dados trabalho em equipe entre outras No estudo do meio como estratégia educacional é possível enfatizar a exploração do ambiente físico e social de diversas maneiras como por exemplo Estudo da história local observando a forma como a ocupação humana afetou e foi afetada pelo meio ambiente Observação e análise da dinâmica urbana da organização do espaço urbano e suas características e problemas Vinculação dos conteúdos escolares com as questões ambientais da região promovendo uma compreensão mais profunda da paisagem local e das problemáticas socioambientais presentes Com esse tipo de abordagem é possível incentivar a construção de uma visão crítica e reflexiva sobre a realidade vivida e ampliar o repertório de saberes dos estudantes para além do ambiente escolar Slide 5 Aplicação do Estudo do Meio Exemplos de atividades como visitas a locais de interesse geográfico Destacar como isso expande a experiência de aprendizado Sugestão A aplicação do estudo do meio é uma estratégia pedagógica poderosa para enriquecer o aprendizado de geografia tornandoo mais envolvente e prático 1 Passeio Urbano Atividade Explorar um bairro urbano ou centro da cidade Experiência de Aprendizado Os alunos podem estudar a topografia urbana o uso do solo a arquitetura os padrões de tráfego e o planejamento urbano Isso facilita a compreensão de como a geografia urbana afeta a vida das pessoas incluindo questões como mobilidade habitação e sustentabilidade Essas atividades de estudo do meio proporcionam experiências concretas que complementam o aprendizado em sala de aula tornando os conceitos geográficos mais tangíveis e significativos para os alunos Além disso essas experiências podem estimular o interesse pela geografia promover o pensamento crítico e inspirar ações relacionadas à conservação planejamento urbano sustentável e resolução de problemas geográficos Slide 6 Combinando Apreensão do Real e Estudo do Meio Mostrar como essas abordagens se complementam Destacar a importância de aplicar conceitos geográficos no ambiente real Sugestão A aprendizagem por meio do estudo do meio visa conhecer a realidade do espaço e suas diferentes relações como uma forma de ensino interdisciplinar Nesse contexto a apreensão do real consiste na compreensão da realidade como um todo interdependente de modo que a interação entre o sujeito e o objeto de estudo se dê de maneira mais efetiva e significativa Combinando essas duas abordagens é possível alcançar uma aprendizagem mais completa e aprofundada aproximando os estudantes da realidade favorecendo a percepção da complexidade das relações socioambientais e instigando a reflexão crítica sobre o mundo em que vivem Assim o estudo do meio pode ser considerado como uma forma concreta de apreensão do real sendo um complemento da abordagem pedagógica contemplada pela apreensão do real volvendo o olhar do aluno para as questões do contexto em que vivem A aplicação de conceitos geográficos no ambiente real é importante porque permite aos estudantes perceberem a importância da Geografia no seu cotidiano e na compreensão do mundo em que vivem Ao estudar o espaço geográfico em sala de aula e depois vivenciar esse espaço de forma prática em ambientes reais os estudantes conseguem articular melhor a teoria e a prática compreendendo como os conceitos e as teorias geográficas se fazem presentes e são aplicados no mundo real A partir dessas experiências os estudantes podem desenvolver uma visão mais crítica e reflexiva sobre a realidade formando cidadãos capazes de compreender o espaço onde vivem e as relações que ele estabelece com outros espaços possibilitando desse modo uma intervenção qualificada e consciente na realidade local e global Slide 7 Benefícios do Ensino de Geografia com Essas Abordagens Sugestão O ensino de Geografia com abordagens que incentivam o estudo do meio e a apreensão do real traz diversos benefícios para o aprendizado dos estudantes tais como Desenvolvimento de uma visão crítica e reflexiva sobre a realidade favorecendo a compreensão da complexidade do espaço geográfico Articulação entre teoria e prática possibilitando a aplicação dos conceitos geográficos em situações reais e a compreensão da relevância e da utilidade dos conhecimentos adquiridos Estímulo à interdisciplinaridade possibilitando a articulação de conteúdos de diversas áreas do conhecimento a partir do estudo do espaço Ampliação do repertório de saberes dos estudantes que são incentivados a conhecer e compreender o espaço geográfico em sua totalidade incluindo suas dimensões social ambiental política e econômica Assim podese dizer que o ensino de Geografia com essas abordagens contribui para uma formação mais completa e crítica dos estudantes possibilitando a compreensão das relações sociais e espaciais presentes no espaço em que vivem e favorecendo o desenvolvimento de uma atuação consciente e comprometida com a transformação da realidade Slide 8 Conclusão Sugestão Em resumo o ensino de Geografia a partir da apreensão do real e do estudo do meio oferece uma abordagem pedagógica rica e envolvente que promove uma compreensão mais profunda e significativa do espaço geográfico e das interações humanas com ele Ao conectar os conceitos geográficos à realidade dos alunos e ao explorar o ambiente físico e social por meio de atividades práticas os estudantes são incentivados a pensar de forma crítica a compreender a complexidade das questões geográficas e a reconhecer a importância da disciplina em suas vidas Essas abordagens pedagógicas não apenas enriquecem o aprendizado da Geografia mas também capacitam os alunos a se tornarem cidadãos informados engajados e conscientes de seu papel na transformação da realidade local e global Portanto ao adotar essas estratégias os educadores têm a oportunidade de inspirar uma nova geração de geógrafos e pensadores críticos preparandoos para enfrentar os desafios do mundo com conhecimento e consciência Slide 9 Perguntas e Discussão Espaço para perguntas da plateia ou discussão após a apresentação Sugestão Agora convido todos a compartilharem suas perguntas insights e experiências relacionadas ao ensino de Geografia com foco na apreensão do real e no estudo do meio Vamos enriquecer ainda mais nossa discussão com suas contribuições Slide 10 Agradecimentos Agradecemos a todos por participarem desta apresentação Seu interesse e engajamento são fundamentais para promover uma educação geográfica mais significativa e transformadora Esperamos que esta abordagem inspire práticas pedagógicas enriquecedoras em suas salas de aula e comunidades educacionais Muito obrigado Apreensão do Real e Estudo do Meio na Educação Geográfica Divisões Apreensão do Real e Estudo do Meio na Educação Geográfica Introdução 1 Apreensão do Real na Geografi a 2 Importância da Apreensão do R eal 3 Estudo do Meio na Educação G eográfica 4 Divisões Apreensão do Real e Estudo do Meio na Educação Geográfica Aplicação do Estudo do Meio 5 Combinando Apreensão do Rea l e Estudo do Meio 6 Benefícios do Ensino de Geogr afia com Essas Abordagens 7 Conclusão 8 Introdução O ensino da Geografia a partir da apreensão do real e estudo do meio consiste em utilizar os conteúdos como instrumento para desvelar e compreender a realidade do mundo dando sentido e significado à aprendizagem Isso inclui criar situações e condições didáticas que estimulem a curiosidade e a criatividade do estudante afastando o aprendizado pela memorização e reprodução do conhecimento Apreensão do Real na Geografia Apreensão do Real e Estudo do Meio na Educação Geográfica A apreensão do real na educação geográfica consiste na compreensão da realidade como um todo interdependente em que elementos naturais e sociais se relacionam entre si e não como partes isoladas Definição Conecta a geografia ao cotidiano dos alunos Relevância Apreensão do Real na Geografia possibilita a compreensão da realidade como um todo interdependente o que torna o aprendizado mais significativo pois os conteúdos passam a fazer sentido e a ter relação com a vida dos estudantes Importância da Apreensão do Real Atividades Agrícolas Locais Planejamento Urbano Explicação acerca dos Riscos Naturais Exemplos de como relacionar conteúdo geográfico à vida dos alunos Estudo do Meio na Educação Geográfica Apreensão do Real e Estudo do Meio na Educação Geográfica Estudo do Meio na Educação Geográfica O estudo do meio como estratégia educacional é uma metodologia que busca criar um ambiente de aprendizagem interdisciplinar em que os estudantes saem da sala de aula para fazer observações e pesquisas em campo com o intuito de entender a realidade local e suas diversas relações Definição Observação e análise da dinâmica urbana da organização do espaço urbano e suas características e problemas Estudo da história local observando a forma como a ocupação humana afetou e foi afetada pelo meio ambiente Vinculação dos conteúdos escolares com as questões ambientais da região promovendo uma compreensão mais profunda da paisagem local e das problemáticas socioambientais presentes No estudo do meio como estratégia educacional é possível enfatizar a exploração do ambiente físico e social de diversas maneiras como por exemplo Atividade Explorar um bairro urbano ou centro da cidade Experiência de Aprendizado Os alunos podem estudar a topografia urbana Experiência de Aprendizado Os alunos podem estudar o uso do solo Experiência de Aprendizado Os alunos podem estudar a arquitetura os padrões de tráfego e o planejamento urbano Aplicação do Estudo do Meio Passeio Urbano A aplicação do estudo do meio é uma estratégia pedagógica poderosa para enriquecer o aprendizado de geografia tornandoo mais envolvente e prático É possível alcançar uma aprendizagem mais completa e aprofundada aproximando os estudantes da realidade Combinando Apreensão do Real e Estudo do Meio Favorece a percepção da complexidade das relações socioambientais e instigando a reflexão crítica sobre o mundo em que vivem Benefícios do Ensino de Geografia com Essas Abordagens Desenvolvimento de uma visão crítica e reflexiva sobre a realidade favorecendo a compreensão da complexidade do espaço geográfico Articulação entre teoria e prática possibilitando a aplicação dos conceitos geográficos em situações reais e a compreensão da relevância e da utilidade dos conhecimentos adquiridos Estímulo à interdisciplinaridade possibilitando a articulação de conteúdos de diversas áreas do conhecimento a partir do estudo do espaço Ampliação do repertório de saberes dos estudantes que são incentivados a conhecer e compreender o espaço geográfico em sua totalidade incluindo suas dimensões social ambiental política e econômica Apreensão do Real e Estudo do Meio na Educação Geográfica Conclusão Perguntas e Discurssão Espaço para perguntas da plateia ou discussão após a apresentação Agradeço O ensino de geografia a partir da apreensão do real e o estudo do meio são abordagens pedagógicas que buscam tornar o aprendizado da geografia mais significativo e contextualizado para os alunos permitindo que eles compreendam melhor o mundo ao seu redor Essas abordagens têm raízes na pedagogia crítica e no construtivismo e enfatizam a importância de conectar o conteúdo geográfico ao ambiente cotidiano dos estudantes Abaixo vou explicar cada um desses conceitos 1 A APREENSÃO DO REAL A apreensão do real na educação geográfica implica em abordar o ensino de forma que os alunos possam entender e interagir com o mundo real e suas complexidades Isso significa que o ensino de geografia não deve se limitar a meros fatos ou teorias distantes da vida cotidiana dos alunos mas sim relacionar o conteúdo geográfico com suas experiências e observações pessoais Isso pode ser feito por meio de estudos de caso análise de notícias atuais discussões sobre problemas ambientais e sociais entre outros métodos que ajudam os alunos a perceber a relevância da geografia em suas vidas 2 ESTUDO DO MEIO O estudo do meio é uma estratégia educacional que envolve a exploração do ambiente físico e social imediato dos alunos como uma extensão da sala de aula Isso pode incluir visitas a locais de interesse geográfico como parques naturais cidades rios indústrias comunidades locais entre outros O objetivo é permitir que os alunos observem analisem e interajam com o ambiente real aplicando os conceitos geográficos aprendidos em sala de aula O estudo do meio torna o ensino de geografia mais prático e envolvente proporcionando uma experiência de aprendizado mais significativa Ao combinar a apreensão do real com o estudo do meio os professores podem criar oportunidades para que os alunos compreendam melhor as interações entre os aspectos físicos e humanos do espaço geográfico desenvolvam habilidades de observação e pesquisa e também promovam uma consciência crítica em relação a questões geográficas como mudanças ambientais desigualdades regionais e problemas globais Essas abordagens pedagógicas não apenas enriquecem a aprendizagem da geografia mas também contribuem para o desenvolvimento de habilidades cognitivas sociais e cívicas dos estudantes capacitandoos a se tornarem cidadãos informados e engajados em questões geográficas e globais SLIDE Slide 1 Introdução Título Apreensão do Real e Estudo do Meio na Educação Geográfica Breve introdução ao tema da apresentação Sugestão O ensino da Geografia a partir da apreensão do real e estudo do meio consiste em utilizar os conteúdos como instrumento para desvelar e compreender a realidade do mundo dando sentido e significado à aprendizagem Isso inclui criar situações e condições didáticas que estimulem a curiosidade e a criatividade do estudante afastando o aprendizado pela memorização e reprodução do conhecimento Slide 2 Apreensão do Real na Geografia Definição da apreensão do real na educação geográfica Ênfase na relevância de conectar a geografia ao cotidiano dos alunos Sugestão A apreensão do real na educação geográfica consiste na compreensão da realidade como um todo interdependente em que elementos naturais e sociais se relacionam entre si e não como partes isoladas A partir dessa compreensão é possível ensinar os estudantes a questionar e buscar soluções além de promover momentos de reflexão permitindo assim compreender as representações sociais construídas pelos alunos É importante conectar a geografia ao cotidiano dos alunos pois assim é possível tornar os conteúdos mais significativos despertando o interesse dos estudantes e aumentando as chances de aprendizagem Além disso a abordagem de questões da realidade geográfica e sua interação entre os elementos dessa realidade e o cotidiano da vida dos estudantes são fatores imprescindíveis na ação pedagógica do professor de Geografia Slide 3 Importância da Apreensão do Real Destacar como a apreensão do real torna o aprendizado significativo Exemplos de como relacionar conteúdo geográfico à vida dos alunos Sugestão A apreensão do real na educação geográfica possibilita a compreensão da realidade como um todo interdependente o que torna o aprendizado mais significativo pois os conteúdos passam a fazer sentido e a ter relação com a vida dos estudantes Ao invés de simplesmente reproduzir informações e conceitos é possível entender a prática como uma forma coletiva de produção do conhecimento despertando o interesse dos estudantes e aumentando as chances de aprendizagem Exemplo A análise da comunidade local é uma estratégia fundamental para conectar o ensino de geografia à vida dos alunos e tornar o aprendizado mais significativo Atividades Agrícolas Locais Explorar como o clima e o solo afetam as práticas agrícolas na comunidade incluindo o tipo de cultivos safras sazonais técnicas de irrigação e colheita Analisar como as atividades agrícolas contribuem para a economia local e a subsistência das famílias Planejamento Urbano Discutir como a topografia e a disponibilidade de terra influenciam o desenvolvimento urbano a localização de edifícios estradas e infraestrutura Abordar questões de crescimento urbano desordenado e seus impactos Exposição a Riscos Naturais Analisar a vulnerabilidade da comunidade a riscos naturais como inundações terremotos furacões etc devido à sua localização geográfica Considerar estratégias de preparação e mitigação de desastres Slide 4 Estudo do Meio na Educação Geográfica Definição do estudo do meio como estratégia educacional Enfatizar a exploração do ambiente físico e social Sugestão O estudo do meio como estratégia educacional é uma metodologia que busca criar um ambiente de aprendizagem interdisciplinar em que os estudantes saem da sala de aula para fazer observações e pesquisas em campo com o intuito de entender a realidade local e suas diversas relações Ao entrelaçar teoria e prática o estudo do meio permite que os alunos compreendam melhor os conceitos abstratos e sua aplicação no mundo real além de promover o desenvolvimento de habilidades como observação coleta e análise de dados trabalho em equipe entre outras No estudo do meio como estratégia educacional é possível enfatizar a exploração do ambiente físico e social de diversas maneiras como por exemplo Estudo da história local observando a forma como a ocupação humana afetou e foi afetada pelo meio ambiente Observação e análise da dinâmica urbana da organização do espaço urbano e suas características e problemas Vinculação dos conteúdos escolares com as questões ambientais da região promovendo uma compreensão mais profunda da paisagem local e das problemáticas socioambientais presentes Com esse tipo de abordagem é possível incentivar a construção de uma visão crítica e reflexiva sobre a realidade vivida e ampliar o repertório de saberes dos estudantes para além do ambiente escolar Slide 5 Aplicação do Estudo do Meio Exemplos de atividades como visitas a locais de interesse geográfico Destacar como isso expande a experiência de aprendizado Sugestão A aplicação do estudo do meio é uma estratégia pedagógica poderosa para enriquecer o aprendizado de geografia tornandoo mais envolvente e prático 1 Passeio Urbano Atividade Explorar um bairro urbano ou centro da cidade Experiência de Aprendizado Os alunos podem estudar a topografia urbana o uso do solo a arquitetura os padrões de tráfego e o planejamento urbano Isso facilita a compreensão de como a geografia urbana afeta a vida das pessoas incluindo questões como mobilidade habitação e sustentabilidade Essas atividades de estudo do meio proporcionam experiências concretas que complementam o aprendizado em sala de aula tornando os conceitos geográficos mais tangíveis e significativos para os alunos Além disso essas experiências podem estimular o interesse pela geografia promover o pensamento crítico e inspirar ações relacionadas à conservação planejamento urbano sustentável e resolução de problemas geográficos Slide 6 Combinando Apreensão do Real e Estudo do Meio Mostrar como essas abordagens se complementam Destacar a importância de aplicar conceitos geográficos no ambiente real Sugestão A aprendizagem por meio do estudo do meio visa conhecer a realidade do espaço e suas diferentes relações como uma forma de ensino interdisciplinar Nesse contexto a apreensão do real consiste na compreensão da realidade como um todo interdependente de modo que a interação entre o sujeito e o objeto de estudo se dê de maneira mais efetiva e significativa Combinando essas duas abordagens é possível alcançar uma aprendizagem mais completa e aprofundada aproximando os estudantes da realidade favorecendo a percepção da complexidade das relações socioambientais e instigando a reflexão crítica sobre o mundo em que vivem Assim o estudo do meio pode ser considerado como uma forma concreta de apreensão do real sendo um complemento da abordagem pedagógica contemplada pela apreensão do real volvendo o olhar do aluno para as questões do contexto em que vivem A aplicação de conceitos geográficos no ambiente real é importante porque permite aos estudantes perceberem a importância da Geografia no seu cotidiano e na compreensão do mundo em que vivem Ao estudar o espaço geográfico em sala de aula e depois vivenciar esse espaço de forma prática em ambientes reais os estudantes conseguem articular melhor a teoria e a prática compreendendo como os conceitos e as teorias geográficas se fazem presentes e são aplicados no mundo real A partir dessas experiências os estudantes podem desenvolver uma visão mais crítica e reflexiva sobre a realidade formando cidadãos capazes de compreender o espaço onde vivem e as relações que ele estabelece com outros espaços possibilitando desse modo uma intervenção qualificada e consciente na realidade local e global Slide 7 Benefícios do Ensino de Geografia com Essas Abordagens Sugestão O ensino de Geografia com abordagens que incentivam o estudo do meio e a apreensão do real traz diversos benefícios para o aprendizado dos estudantes tais como Desenvolvimento de uma visão crítica e reflexiva sobre a realidade favorecendo a compreensão da complexidade do espaço geográfico Articulação entre teoria e prática possibilitando a aplicação dos conceitos geográficos em situações reais e a compreensão da relevância e da utilidade dos conhecimentos adquiridos Estímulo à interdisciplinaridade possibilitando a articulação de conteúdos de diversas áreas do conhecimento a partir do estudo do espaço Ampliação do repertório de saberes dos estudantes que são incentivados a conhecer e compreender o espaço geográfico em sua totalidade incluindo suas dimensões social ambiental política e econômica Assim podese dizer que o ensino de Geografia com essas abordagens contribui para uma formação mais completa e crítica dos estudantes possibilitando a compreensão das relações sociais e espaciais presentes no espaço em que vivem e favorecendo o desenvolvimento de uma atuação consciente e comprometida com a transformação da realidade Slide 8 Conclusão Sugestão Em resumo o ensino de Geografia a partir da apreensão do real e do estudo do meio oferece uma abordagem pedagógica rica e envolvente que promove uma compreensão mais profunda e significativa do espaço geográfico e das interações humanas com ele Ao conectar os conceitos geográficos à realidade dos alunos e ao explorar o ambiente físico e social por meio de atividades práticas os estudantes são incentivados a pensar de forma crítica a compreender a complexidade das questões geográficas e a reconhecer a importância da disciplina em suas vidas Essas abordagens pedagógicas não apenas enriquecem o aprendizado da Geografia mas também capacitam os alunos a se tornarem cidadãos informados engajados e conscientes de seu papel na transformação da realidade local e global Portanto ao adotar essas estratégias os educadores têm a oportunidade de inspirar uma nova geração de geógrafos e pensadores críticos preparandoos para enfrentar os desafios do mundo com conhecimento e consciência Slide 9 Perguntas e Discussão Espaço para perguntas da plateia ou discussão após a apresentação Sugestão Agora convido todos a compartilharem suas perguntas insights e experiências relacionadas ao ensino de Geografia com foco na apreensão do real e no estudo do meio Vamos enriquecer ainda mais nossa discussão com suas contribuições Slide 10 Agradecimentos Agradecemos a todos por participarem desta apresentação Seu interesse e engajamento são fundamentais para promover uma educação geográfica mais significativa e transformadora Esperamos que esta abordagem inspire práticas pedagógicas enriquecedoras em suas salas de aula e comunidades educacionais Muito obrigado