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Ciências Contábeis ·
Contabilidade Gerencial
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Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 55 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 ANÁLISE DINÂMICA DE CAPITAL DE GIRO E INSOLVÊNCIA UMA CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO DYNAMIC ANALYSIS OF WORKING CAPITAL AND INSOLVENCY A CLASSIFICATION OF BRAZILIAN LISTED CAPITAL COMPANIES DOI 10318642447212920235301 Sival da Silva Duarte Filho Bacharel em Ciências Contábeis UFERSA Email sivalfilhoadmgmailcom Orcid 0009000480077186 Jocykleber Meireles de Souza Mestre em Ciências Contábeis UFRN Email jocykleberlivecom Orcid 0000000197261183 Márcio César de Oliveira Quirino Mestre em Ciências Contábeis UFRN Email marcioquirinoufraedubr Orcid 0000000183281431 José Mauro Madeiros Velôso Soares Mestre em Ciências Contábeis UFRN Email josemauromhotmailcom Orcid 0000000292778316 Camilla Araújo Amaral Duarte Bacharel em Ciências Contábeis UFERSA Email camilladuartecontgmailcom Orcid 0000000281581964 RESUMO O presente estudo tem como objetivo analisar quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Para tanto utilizouse o modelo de Fleuriet para análise de capital de giro e os modelos de Altman 1968 Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 e Pereira 1982 para insolvência Desse modo foram selecionadas empresas de capital aberto listadas na Brasil Bolsa Balcão B3 no período de 2008 a 2018 excluindose as empresas do setor financeiro bem como as empresas que não tinham informações suficientes em pelo menos um ano do período selecionado As informações foram extraídas do banco de dados do Economática tabuladas e tradas em planilhas eletrônicas Os resultados demonstraram que a maioria das empresas selecionadas estão enquadradas de acordo com o modelo dinâmico de Fleuriet na estrutura D ou E ou seja péssima ou muito ruim quanto a análise de insolvência os achados evidenciam variabilidade entre os modelos aplicados Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 56 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 Palavraschave Demonstrações contábeis Análise dinâmica Capital de giro Insolvência ABSTRACT This study aims to analyze which types of working capital and insolvency equity structures predominate among Brazilian publicly traded companies For that Fleuriets model was used for working capital analysis and the models of Altman 1968 Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 and Pereira 1982 for insolvency Thus publicly traded companies listed on Brasil Bolsa Balcão B3 were selected from 2008 to 2018 excluding companies in the financial sector as well as companies that did not have sufficient information on at least one year of the selected period The information was extracted from the Economática database tabulated and processed in electronic spreadsheets The results showed that most of the selected companies are framed according to Fleuriets dynamic model in the D or E structure that is very bad or very bad regarding the insolvency analysis the findings show variability between the applied models Keywords Accounting statements Dynamic analysis Working capital Insolvency 1 INTRODUÇÃO Diante de um cenário incerto e uma crise econômica na qual o país atravessa iniciada a partir no segundo semestre de 2014 e intensificandose nos anos seguintes ORIERO 2017 a gestão do capital de giro pode se tornar decisiva para a sobrevivência de uma empresa no mercado HOWARD 1995 De acordo com Assaf Neto 2010 a expressão capital de giro tem um sentido amplo que geralmente é utilizada de maneiras distinta de acordo com o contexto Bancos por exemplo utilizam a expressão como forma de vender empréstimos e linhas de crédito específicas a empresas Braga 1991 utiliza a definição de capital de giro como todo investimento no ativo circulante em que origine uma obrigação de curto prazo O capital de giro pode ser obtido principalmente através de duas fontes de recursos capital próprio ou de terceiros onde o capital de giro próprio é oriundo de investimentos dos próprios sócios no capital da empresa e o capital de giro de terceiros tem origem geralmente em financiamentos ou empréstimos de terceiros que não fazem parte do quadro societário da empresa como bancos ou financeiras GIMENES GIMENES 2009 Nesse contexto a importância do capital de giro varia de acordo com a atuação da empresa na forma como ela se molda a conjuntura financeira e a propensão ao risco assim como a rentabilidade almejada ASSAF NETO 2010 A gestão do capital de giro é de grande importância para a saúde financeira das empresas nela podese observar a capacidade de pagamento a curto prazo solvência da empresa acredita que o desafio aos gestores é equilibrar a necessidade de capital de giro e a capacidade de pagamento a curto prazo de uma empresa sem perder o foco que é a rentabilidade ou lucro STOLLE 2016 Tal fato evidencia a importância de uma boa administração do capital de giro pois a falta de controle de entradas e saídas pode levar a empresa a um processo de insolvência FERREIRA et al 2011 A insolvência pode ser definida como a falta da capacidade das empresas de quitação de suas obrigações na data prevista para vencimento ou seja os valores de seus ativos não são suficientes para cobrirem seus passivos PEREIRA et al 2013 Considerando a relevância da temática observase por meio da revisão literária que foram desenvolvidas pesquisas descrevendo a dinâmica de capital de giro das empresas de capital aberto ou fechado segundo Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 57 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 o modelo Fleuriet GIMENES GIMENES 2009 AMBROZINI MATIAS PIMENTA JÚNIOR 2015 RAMOS SANTOS VASCONCELOS 2017 bem como pesquisas que utilizam modelos de previsão de insolvência GUIMARAENS NOSSA 2010 PEREIRA et al 2013 GOMES et al 2014 Assim temse o seguinte questionamento Quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Diante disso o presente estudo tem por objetivo analisar quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Esse trabalho tem a importância de demostra a situação das empresas de capital aberto brasileiras quanto a sua gestão de capital de giro segundo os modelos dinâmico de capital de giro de Fleuriet e os modelos de insolvência de Altman 1968 Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 e Pereira 1982 o que pode ser primordial em tempos de crise e exibir as possíveis mudanças ao longo dos anos e demostra possíveis diferenças no que tange capital de giro e insolvência entre os variados setores da Brasil Bolsa Balcão B3 o trabalho ainda pode auxiliar possíveis investidores das empresas analisadas na tomada decisão em investir ou não na empresas de capital aberto brasileiras pois os modelos desenvolvido tem por base os elementos patrimoniais das empresas 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 MODELO DINÂMICO DE FLEURIET O modelo dinâmico de capital de giro também conhecido como modelo dinâmico de Fleuriet e definido pelos autores Ramos Santos e Vasconcelos 2017 como um modelo desenvolvido para adequarse à realidade das empresas brasileiras por ser menos estático e basearse em elementos patrimoniais diminuindo a necessidade de interpretação e diagnósticos diferindo assim do modelo tradicional O modelo de Fleuriet analisa como é administrado os investimentos em capital de giro das empresas na qual a proposta de Fleuriet é reorganizar as contas de ativo e passivo circulante a as subdivide em ativo e passivo errático ou financeiro cíclico ou operacional e o ativo e o passivo não circulante ele denomina de nãocíclico ROCHA KLANN HEIN 2010 Dessa forma o Balanço Patrimonial adaptado segundo o modelo dinâmico de Fleuriet está representado no Quadro 1 Quadro 1 Balanço Patrimonial adaptado segundo o modelo dinâmico de Fleuriet Ativo Passivo Ativo circulante Passivo circulante Ativo errático ou financeiro Passivo errático ou financeiro Disponibilidades Empréstimos e financiamentos Caixas e bancos Debêntures Ativo cíclico ou operacional Dividendos a pagar Clientes Passivo cíclico ou operacional Estoques Fornecedores Ativo nãocíclico não circulante Obrigações trabalhistas e tributarias Realizável a longo prazo Passivo nãocíclico não circulante Investimentos Exigível a longo prazo Imobilizados Intangíveis Patrimônio líquido nãocíclico Fonte Adaptado de Rocha Klann e Hein 2010 Por meio dessa reorganização das contas é capaz de se calcular o capital de giro CDG onde é encontrado pela diferença entre passivo não circulante não cíclico e ativo não Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 58 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 circulante nãocíclico a necessidade de capital de giro NCDG encontrado pela diferença entre ativo cíclico e passivo cíclico e o saldo de tesouraria ST encontrado pela diferença entre ativo errático e passivo errático ou pela diferença entre o capital de giro e a necessidade de capital de giro FLEURIET KEHDY BLANC 2003 A necessidade de capital de giro surge quando as saídas de recursos se dão antes das entradas ocasionando em uma necessidade aplicação permanente de fundos CASSIMIRO CARVALHO SANTOS 2015 O modelo dinâmico define que a necessidade de capital de giro é formada pela diferença do ativo cíclico e do passivo cíclico se a necessidade de capital de giro for negativa indica que os recursos da empresa têm um prazo de entrada menor que os de saída o que faz a empresa ter recurso para aplicações diversas antes de ter que honrar com as obrigações de curto prazo FLEURIET KEHDY BLANC 2003 Já o capital de giro é definido como a aplicação de recurso obtido pela diferença entre passivo não circulante e ativo não circulante ROCHA KLANN HEIN 2010 De forma complementar Ramos Santos e Vasconcelos 2017 definem o capital de giro como a parte dos recursos de aplicação permanente ou seja o excedente dos recursos do total de passivo não circulante em comparação ao total dos recursos de ativo não circulante O saldo de tesouraria demonstra o quanto se utiliza de capital de terceiros para financiar a necessidade de capital de giro e será negativo quando o capital de giro da empresa for insuficiente para financiar a necessidade de capital de giro ou seja o passivo errático é maior que o ativo errático e é calculado pela diferença entre ativo errático e passivo errático ou ainda pode ser calculado pela diferença entre o capital de giro e a necessidade de capital de giro AMBROZINI MATIAS PIMENTA JUNIOR 2015 Para Ramos Santos e Vasconcelos 2017 o saldo de tesouraria será positivo quando a empresa tiver disponibilidade de recursos e liquidez em um prazo muito curto já quando for negativo indica que a empresa terá possíveis dificuldades financeiras Assim o modelo de dinâmica de capital de giro é formado pelas seguintes variáveis apresentadas no Quadro 2 Quadro 2 Variáveis modelo de dinâmica de capital de giro Variáveis Equação Necessidade de Capital de Giro NCDG Ativo Circulante Operacional AO Passivo Circulante Operacional PO Capital de Giro CDG Passivo Não Circulante PNC Ativo Não Circulante ANC Saldo em Tesouraria ST Ativo Errático AE Passivo Errático PE ou ST CDG NCDG Fonte Adaptado de Fleuriet Kehdy e Blanc 2003 Silva et al 2019 definem que as contas de ativo e passivo devem se adequar a realidade dinâmica das empresas para melhor compreensão do modelo dinâmico Dessa forma o autor definiu seis estruturas de acordo com a combinação dos resultados positivo ou negativo calculados de CDG NCDG e ST que podem ser a estrutura A que define a empresa como excelente liquidez a estrutura B que define como liquidez solida a estrutura C que define como liquidez insatisfatória a estrutura D que define como liquidez péssima a estrutura E que define como liquidez muito ruim e a estrutura F que define como de alto risco Desse modo a estruturas descritas no modelo de análise dinâmica são descritas da seguinte forma exposto no Quadro 3 Quadro 3 Estruturas de liquidez Estrutura CDG NCDG ST Situação A Positivo Negativo Positivo Excelente B Positivo Positivo Positivo Solida C Positivo Positivo Negativo Insatisfatória D Negativo Positivo Negativo Péssima Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 59 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 E Negativo Negativo Negativo Muito ruim F Negativo Negativo Positivo Alto risco Fonte Adaptado de Fleuriet Kehdy e Blanc 2003 Braga 1991 define que empresas enquadradas na estrutura A situação excelente possuem grande folga financeira e alta liquidez pois as atividades da empresa resultam em sobra de recursos Empresas enquadradas na estrutura B situação sólida possuem uma constante necessidade de recursos porém o capital de giro é suficiente para cobrir essa necessidade Empresas descritas na estrutura C insatisfatória demonstram um capital de giro positivo porém insuficiente para cobrir a necessidade de capital de giro empresas definidas na estrutura D péssima demonstram que possivelmente utilizam recursos de terceiros a curto prazo para financiar necessidades de longo prazo ou investimentos o que pode levar a empresa a uma iminente falência Empresas enquadradas na estrutura E situação muito ruim estão com um capital de giro negativo e não possuem saldo de tesouraria nem necessidade de recursos de curto prazo A estrutura F alto risco define empresas que financiam com recursos de curto prazo ativos permanentes e a necessidade de capital de giro Braga 1991 ainda acredita que as decisões das empresas quanto a gestão de capital de giro pode impactar tanto na liquidez quanto em sua rentabilidade 22 ANÁLISE DE INSOLVÊNCIA Onusic Kassai e Viana 2004 definem que indicadores e Demonstrativos Contábeis auxiliam na tomada de decisão pois através de informações extraídas deles podem ser prever situações em que as empresas não terão condições de cumprir com suas obrigações financeiras quando uma empresa encontrasse nessa situação denominasse que ela entra em um estado de insolvência A capacidade da empresa de honrar com suas dívidas é denominada de solvência quando a empresa não tem a capacidade de honrar com seus compromissos ela está em um estado chamado de insolvência GOMES et al 2015 Nesse sentido a utilização dos modelos de insolvência tem papel primordial na tomada de decisão tanto por agentes internos quanto por agentes externos ONUSIC KASSAI VIANA 2004 Para calcular a solvência da uma empresa são extraídos dados de suas Demonstrações Contábeis e existem cinco métodos mais utilizados que são o modelo de Altman 1968 Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 e Pereira 1982 O modelo de Altman 1979 tem o intuito de calcular o risco de insolvência de uma empresa e que foi trazido para o brasil no ano de 1999 o autor acredita que o modelo permite prever em 88 de certeza que uma empresa terá problemas financeiros em até um ano e com 78 de certeza que em até três anos uma empresa poderá ter problemas financeiros podendo ser calculado pela seguinte equação apresentada no Quadro 4 Quadro 4 Modelo de Altman Fator 184 051X1 632X3 071X4 053X5 051 632 071 053 são os pesos que devem multiplicar os índices E os índices são encontrados assim X1 ativo circulante passivo circulante ativo total X3 reservas e lucros retidos ativo total X4 ativo circulante passivo circulante X5 vendas ativo total Resultados Fator 0 empresa solvente Fator 0 empresa insolvente Fonte Adaptado do modelo de Altman 1979 Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 60 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 Segundo Rezende Farias e Oliveira 2013 Elizabetsky desenvolveu um modelo baseado na análise descriminante com o intuito de padroniza a concessão de crédito o critério utilizado foi o atraso no pagamento onde classificava como satisfatória ou não Elizabetsky 1976 utilizou a amostra de 373 empresas da mesma área de atuação como resultado o autor definiu que 274 empresas estavam em condições satisfatórias ou seja não constavam atrasos e 99 não satisfatórias apresentado conflito de liquidez se deu o seguinte modelo apresentado no Quadro 5 Quadro 5 Modelo de Elizabetsky Fator 193X1 020X2 102X3 133X4 112X5 193 020 102 133 112são os pesos que devem multiplicar os índices E os índices são encontrados assim X1 Lucro Líquido Vendas X2 Disponível Imobilizado Total X3 Contas a Receber Ativo Total X4 Estoque Ativo Total X5 Passivo Circulante Ativo Total Resultados Fator 05 empresa insolvente Fator 05 empresa solvente Fonte Adaptado do modelo de Elizabetsky 1976 O modelo desenvolvido por Matias 1978 tem como base a análise discriminante e tem o objetivo de aperfeiçoar a análise de crédito tradicional o modelo foi proposto ao trabalhar com 100 empresas de diversos ramos de atuação nas quais 50 eram classificadas como solvente e 50 como insolvente e demostrado conforme apresentado no Quadro 6 Quadro 6 Modelo de Matias Z 23792x1 826x2 8868x3 0764x4 0535x5 9912x6 23792 826 8868 0764 0535 e 9912 são os pesos que devem multiplicar os índices E os índices são encontrados assim X1 Patrimônio Líquido Ativo Total X2 Financiamento e Empréstimos Bancários Ativo Circulante X3 Fornecedores Ativo Total X4 Ativo Circulante Passivo circulante X5 Lucro Operacional Lucro Bruto X6 Disponível Ativo Total Resultados Z 0 empresa solvente Z 0 empresa insolvente Fonte Adaptado do modelo de Matias 1978 O termômetro de Kanitz 1978 é um modelo em que utiliza os índices de liquidez e rentabilidade e demonstra a probabilidade de falência das empresas através de sua incapacidade de solvência Gomes et al 2015 definem que o termômetro de Kanitz é utilizado para determinar se uma empresa está em situação falimentar ou não Sendo assim Kanitz 1978 determina que após o cálculo deve se observar o resultado e se estiver entre 7 e 4 a empresa está insolvente entre 3 e 1 a empresa está na penumbra e se estiver entre 0 e 7 a empresa está em situação de solvência Podendo ser calculado pela fórmula apresentada no Quadro 7 Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 61 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 Quadro 7 Termômetro de insolvência de Kanitz 005RP 165LG 35 LS 106LC 033GE 05 165 35 106 e 03 são os pesos determinados por Kanitz que devem multiplicar os índices E os índices representam RP Rentabilidade do Patrimônio LG Liquidez Geral LS Liquidez Seca LC Liquidez Corrente GE Grau de Endividamento RP lucro líquido valor investido X 100 LG ativo circulante realizável a longo prazo passivo circulante passivo não circulante LS ativo circulante estoque passivo circulante LC ativo circulante passivo circulante GE passivo ativo X 100 Resultados Entre 7 e 4 insolvente Entre 3 e 1 penumbra Entre 0 e 7 solvente Fonte Adaptado do modelo de Kanitz 1978 O modelo de Pereira 1982 é mais atual e com o maior percentual de acerto foi desenvolvido tendo em vista a concessão de crédito e divide as empresas em boas ou solventes e empresas insolventes e será apresentado no Quadro 8 Quadro 8 Modelo de Pereira Fator 0722 5124X1 11016X2 0342X3 0048X4 8605X5 0004X6 512411016 034200488605 e 0004 são os pesos que devem multiplicar os índices O valor 0722 é uma constante E os índices representam X1 Duplicatas Descontadas Duplicatas a Receber X2 Estoque final Custo das Vendas X3 Fornecedores Vendas X4 Estoque médio Custo das vendas X5 Lucro Operacional despesas Financeiras Ativo Total Investimento Médio X6 Exigível Total Lucro Líq 10 Imob médio Saldo devedor da Cor Monet Resultados Fator 0 solvente Fator 0 empresa é insolvente Fonte Adaptado do modelo de Pereira 1982 23 ESTUDOS CORRELATADOS AO TEMA Considerando a importância da temática constatase por meio da revisão literária que pesquisas foram desenvolvidas sobre a análise dinâmica de capital de giro GIMENES GIMENES 2009 AMBROZINI MATIAS PIMENTA JÚNIOR 2015 RAMOS SANTOS VASCONCELOS 2017 e sobre os modelos de previsão de insolvência GUIMARAENS NOSSA 2010 PEREIRA et al 2013 GOMES et al 2014 Em seu artigo os autores Gimenes e Gimenes 2009 utilizaram a análise dinâmica de capital de giro como instrumento de avaliação da gestão financeira em cooperativas de agropecuária com o objetivo de investigar a origem dos recursos que financiaram as necessidades líquidas de capital de giro em 64 cooperativas agropecuárias e concluíram que os recursos que financiam essas necessidades não são de origem permanente e por tanto havendo necessidade de buscar recursos onerosos de custo e risco elevado para financiar seu ciclo financeiro Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 62 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 Guimarães e Nossa 2010 aplicaram os modelos de insolvência e o modelo dinâmico de Fleuriet em empresas operadoras de planos de saúde no ano de 2006 no intuito de formatar um modelo de gestão de capital de giro e afirmaram a importância da eficiente gestão do capital de giro para as empresas o estudo associou diretamente o capital de giro a liquidez lucratividade e solvência onde o excesso de ativo circulante cíclico sobre o passivo circulante cíclico indica o aumento da liquidez lucratividade e solvência O estudo de Pereira et al 2013 aplicou os cinco modelos de insolvência em empresas de capital aberto no período de 2009 a 2012 onde constataram uma variabilidade entre os resultados em que em para um modelo a empresa estava em situação de solvência em determinado ano para outro a situação era inversa e assim constatou que os modelos de solvência devem ser utilizados em conjunto com outros demonstrativos e índices financeiros para a tomada de decisão Gomes et al 2014 integraram o modelo de insolvência de Kanitz e a análise dinâmica de capital de giro aplicando os métodos em uma empresa do setor de energia com o intuito de encontra similaridade entre os métodos os resultados desse estudo mostrou que a integração dos métodos permite uma melhor evidenciação da situação financeira da empresa em estudo e uma melhor compreensão da necessidade de financiamento de capital de giro da empresa Ambrozini Matias e Pimenta Junior 2015 realizaram um estudo em que analisou situação das empresas brasileiras de capital aberto nos anos de 1996 a 2013 aplicando o modelo dinâmico de capital de giro e observaram em qual situação de acordo com as seis situações descritas por Fleuriet se encontravam a maioria das empresas onde no final observaram que a maioria das empresas possuíam saldo positivo de capital de giro Ramos Santos e Vasconcelos 2017 desenvolveram um estudo em que aplicaram o modelo dinâmico de capital de giro de Fleuriet em 55 empresas do setor de confecções do estado de Pernambuco os resultados do estudo demonstram que a maioria das empresas se encontravam em um estado excelente quanto o capital de giro a necessidade de capital de giro e ao saldo de tesouraria 3 METODOLOGIA O presente estudo teve por objetivo analisar quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Para tanto a presente pesquisa classificase quanto ao objetivo como descritivo e exploratório Estudos descritivos objetivam expor variáveis e relacionalas entre grupos de elementos em determinada população já as pesquisas exploratórias o autor define como as que objetivam aproximar o pesquisador com o problema pesquisado aprimorando ideias ou descobertas GIL 2002 No tocante aos procedimentos utilizouse de um levantamento de dados em que os dados foram coletados das Demonstrações Financeiras consolidadas das empresas listadas na B3 no período de 2008 a 2018 Posteriormente realizouse a opção de excluir as empresas financeiras por conterem características diferentes das demais proporcionando com isso resultados divergentes A escolha da B3 devese ao fato de ser a maior bolsa de valores do Brasil concentrando a negociação dos ativos das empresas brasileiras de capital aberto e o período de tempo foi escolhido por tratar de um período em que contempla várias mudanças no cenário econômico contábil e político do país Os anos de 2008 a 2018 foram os escolhidos para o estudo porque contemplam mudanças significativas nos cenários político financeiro e contábil como a convergência as Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 63 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 normas internacionais de contabilidade a troca de governos e uma crise política que teve início no ano de 2014 com a reeleição da presidente Dilma em que culminou em seu afastamento no ano de 2016 agravando assim uma crise econômica no país Os dados foram coletados por meio do Economática os dados inicialmente foram tabulados em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel Adotouse uma abordagem quantitativa para a análise dos dados Nesse tipo de pesquisa segundo Gil 2002 os resultados podem ser quantificados e tem caráter objetivo Desse modo os dados coletados foram utilizados para calcular os modelos de análise dinâmica de capital de giro segundo Fleuriet e os modelos de insolvência de Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 Altman 1979 e Pereira 1982 Foram selecionadas empresas em que tivessem informações suficientes para serem calculados os modelos em pelo menos um ano do período escolhido e foram excluídos um total de 84 empresas listadas no setor de atuação financeiro com isso o modelo de Fleuriet e de Kanitz foram trabalhados em 281 empresas o modelo de Altman e de Elizabetsky foram trabalhados em 275 empresas e os modelos de Pereira e Matias foram trabalhados em 274 empresas 4 ANÁLISE DE DADOS Os resultados serão apresentados em duas sessões a primeira demonstra os resultados do modelo dinâmico de capital de giro de Fleuriet expondo o total de empresas em cada uma das seis estruturas detalhadas na pesquisa em cada ano assim como percentual representante em cada ano A segunda sessão demonstra os resultados dos cinco modelos de insolvência em cada ano assim como os seus percentuais e descreverá brevemente as diferenças nos resultados encontrados em cada modelo 41 ANÁLISE DINÂMICA DE CAPITAL DE GIRO O modelo dinâmico de capital de giro define 6 estruturas que classificarão as empresas de acordo com a combinação do resultado do cálculo do capital de giro a necessidade de capital de giro e o saldo de tesouraria A Tabela 1 demonstra o total de empresas e o percentual em cada estrutura em cada ano e total de empresas em cada ano Tabela 1 Quantidade e porcentagem de empresas classificadas de acordo com modelo dinâmico do capital de giro segundo Fleuriet Ano A A B B C C D D E E F F Total 2008 6 260 13 563 17 736 171 7403 22 952 2 087 231 2009 9 380 14 591 15 633 176 7426 22 928 1 042 237 2010 11 451 10 410 21 861 167 6844 32 1311 3 123 244 2011 8 321 11 442 20 803 170 6827 39 1566 1 040 249 2012 12 471 15 588 24 941 167 6549 36 1412 1 039 255 2013 8 309 12 463 19 734 175 6757 42 1622 3 116 259 2014 11 420 15 573 8 305 179 6832 45 1718 4 153 262 2015 17 639 13 489 6 226 187 7030 40 1504 3 113 266 2016 17 614 15 542 9 325 185 6679 48 1733 3 108 277 2017 16 571 16 571 12 429 182 6500 51 1821 3 107 280 2018 17 605 22 783 18 641 172 6121 48 1708 4 142 281 Fonte Elaborado pelos autores A excelente B solida C insatisfatória D péssima E muito ruim F alto risco Para construção dessa tabela foram selecionadas 281 empresas de capital aberto no Brasil que possuíam informações suficientes em pelo menos um ano do período selecionado sendo assim o total de empresas estudados no ano de 2008 foi de 231 em 2009 foi de 237 em Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 64 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 2010 foi de 244 em 2011 foi de 249 em 2012 foi de 255 em 2016 foi de 277 em 2017 foi de 280 e em 2018 foi o total de empresas selecionadas ou seja 281 empresas A tabela 1 demonstra que em todos os anos a estrutura D é predominante com grande maioria de empresas essa estrutura indica que o saldo de capital de giro e o saldo de tesouraria é negativo e o saldo da necessidade de capital de giro é positiva essa estrutura é classificada como péssima A segunda estrutura de maior predominância e a estrutura E que indica que todos os saldos são negativos e é classificada como muito ruim a estruturas em que menos se enquadram empresas são as estruturas B A e F respectivamente As estruturas B e A são as que as empresas deveriam buscar pois são classificadas como sólida e excelente Nessas estruturas o capital de giro e positivo e suficiente para cobrir a necessidade de capital de giro que é negativa na estrutura A e positiva na estrutura B e o saldo de tesouraria também é positivo Já estrutura F é que menos aparece entre todas essa estrutura configura alto risco em que o capital de giro e a necessidade de capital de giro são negativos e o saldo de tesouraria é positivo As constatações desse estudo diferem dos resultados encontrado no estudo dos autores Ambrozini Matias e Pimenta Junior 2015 que analisou as empresas de capital aberto dos anos de 1996 a 2013 Os autores constataram que a estrutura C é a de maior predominância entre as empresas nos anos em que coincidem os estudos seguido pela estrutura E A divergência entre os estudos pode ser explicada pelo fato de as amostras serem diferentes assim como as tecnologias empregados em ambos 42 ANÁLISE DE INSOLVÊNCIA A insolvência pode ser entendida como a falta de capacidade das empresas de quitação de suas obrigações na data prevista para vencimento PEREIRA et al 2003 Nesse sentido a utilização de modelos de previsão de insolvência tem papel fundamental na tomada de decisão das entidades ONUSIC KASSAI VIANA 2004 O presente estudo utilizouse de cinco métodos de previsão que são o modelo de Altman 1979 o modelo de Elizabtsky 1976 modelo de Matias 1978 o termômetro de solvência de Kanitz 1978 e o modelo de Pereira 1982 A Tabela 2 apresentará a classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Altman Tabela 2 Classificação das empresas com o modelo de insolvência de Altman Ano S S I I Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 225 100 0 0 225 24378 379 366823 207 2009 230 100 0 0 230 336 394 3637 205 2010 237 100 0 0 237 2009 397 30992 184 2011 242 100 0 0 242 7890 385 123230 184 2012 249 100 0 0 249 9487 384 148096 184 2013 252 100 0 0 252 13169 388 194454 133 2014 257 100 0 0 257 1006 381 15838 133 2015 259 100 0 0 259 5561 375 62587 008 2016 271 100 0 0 271 5073 376 73713 125 2017 274 100 0 0 274 881 369 13737 112 2018 275 100 0 0 275 8700 380 122466 019 Fonte Elaborado pelos autores S solvente I insolvente A Tabela 2 demonstra os resultados do modelo de insolvência de Altman aplicados as empresas de capital aberto no Brasil esse modelo define que uma empresa está solvente quando após calculado o seu resultado for acima de 0 nesse caso todas as empresas tiveram Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 65 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 resultado acima de 0 Assim observase que todas as empresas analisadas se encontram em um estado de solvência em todos os anos estudados Na sequência a Tabela 3 apresentará a classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Elizabetsky 1976 Tabela 3 Classificação das empresas com o modelo de insolvência de Elizabetsky Ano S S I I Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 39 1726 187 8274 226 53560 016 805280 23943 2009 42 1818 189 8182 231 4726 018 35019 52060 2010 64 2700 173 7300 237 18759 031 91404 273058 2011 62 2562 180 7438 242 11799 029 59159 142681 2012 49 1968 200 8032 249 10637 024 3456 158862 2013 178 7063 74 2937 252 12338 071 1453 191605 2014 57 2218 200 7782 257 16209 024 4431 259984 2015 56 2162 203 7838 259 22600 019 51489 359978 2016 68 2509 203 7491 271 61112 025 30022 975686 2017 68 2482 206 7518 274 288266 020 423 4776149 2018 71 2591 203 7409 274 111514 027 1503 1839238 Fonte Elaborado pelos autores S solvente I insolvente A Tabela 3 demonstra os resultados da análise das empresas segundo o modelo de Elizabetsky esse modelo assume que uma empresa está em estado de solvência quando o resultado for acima 05 caso contrário a empresa está em um estado de insolvência Os resultados demonstram que a maioria das empresas então em estado de insolvência em todos os anos com exceção do ano de 2013 em que a maioria das empresas então em estado de solvência O menor valor encontrado pelo modelo foi de 1839238 que foi encontrado no ano de 2018 e o maior foi de 805280 que foi encontrado no ano de 2008 o percentual de empresas solventes variou de 17 a 70 e percentual de empresas insolventes variou de 19 a 82 e a mediana variou de 016 a 071 A Tabela 4 apresentará a classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Matias Tabela 4 Classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Matias Ano S S I I Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 176 7719 52 2281 228 1140312 643 61680 17104141 2009 192 8276 40 1724 232 13066 709 22228 139789 2010 198 8285 41 1715 239 9139 722 12202 114648 2011 204 8361 40 1639 244 11562 712 2214 129771 2012 202 8112 47 1888 249 15180 629 2168 156525 2013 206 8175 46 1825 252 17593 704 3252 206316 2014 202 7860 55 2140 257 8177 680 3312 117945 2015 191 7375 68 2625 259 11051 632 2200 108890 2016 198 7333 72 2667 270 12672 602 2173 157004 2017 219 8022 54 1978 273 12558 604 6558 173436 2018 214 7810 60 2190 274 40856 581 3303 623512 Fonte Elaborado pelos autores S solvente I insolvente A Tabela 4 demonstra os resultados calculados de acordo com o modelo de insolvência de Matias nela podese observar que a maioria das empresas estão em estado de solvência em todos os anos com destaque para o ano de 2017 que obteve o maior número de empresas em estado de solvência esse modelo indica que uma empresa está em solvência quando seu Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 66 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 resultado calculado for maior que 0 e insolvente quando for menos que 0 O menor valor encontra nesse modelo foi de 17104141 e o maior foi de 61680 os percentuais de empresas solventes variou de 77 a 83 e de empresas insolventes 17 a 22 a mediana variou de 581 a 722 A seguir a Tabela 5 apresentará a classificação das empresas de acordo com o termômetro de insolvência de Kanitz Tabela 5 Classificação das empresas com o termômetro de insolvência de Kanitz Ano S S I I P P Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 23 983 201 8590 10 427 234 3254124 16 849 401002 2009 29 1213 203 8494 7 293 239 1931657 14 199 298026 2010 26 1061 210 8571 9 367 245 19648 14 1781 1734 2011 30 1200 209 8360 11 440 250 48697 14 7109 1497 2012 33 1284 196 7626 28 1089 257 60873 12 9521 848 2013 29 1115 219 8423 12 462 260 77380 14 11192 2350 2014 25 947 226 8561 13 492 264 15974 14 1609 1609 2015 31 1161 231 8652 5 187 267 27900 16 3463 1547 2016 30 1079 242 8705 6 216 278 30572 16 4237 1344 2017 31 1111 236 8459 12 430 279 11451 17 796 1553 2018 30 1068 242 8612 9 320 281 33718 16 4191 1439 Fonte Elaborado pelos autores S solvente I insolvente P penumbra A Tabela 5 demonstra que a maioria das empresas encontramse em um estado de insolvência em todos os anos seguido por uma quantidade razoável de empresas solventes e que poucas estão em um estado de penumbra o termômetro de insolvência de Kanitz define que uma empresa está em um estado de insolvência quando após calculado o resultado for menos que 4 se o resultado for entre 3 e 1 a empresa está em um estado de penumbra ou seja a empresa não apresenta risco de falência porem ainda não verificase uma situação confortável já se o resultado for acima de 0 a empresa estaria em uma situação de solvência O menor valor encontrado nesse modelo foi de 401002 e o maior foi de 11192 o percentual de empresas solventes variou de 9 a 12 de empresas insolventes variou de 76 a 87 e de empresas na penumbra variou de 1 a 10 e a mediana variou de 17 a 12 A Tabela 6 apresentará a classificação das empresas ao longo dos anos de acordo com o modelo de insolvência de Pereira Tabela 6 Classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Pereira Ano S S I I Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 220 9821 4 179 224 759 342 9840 1881 2009 225 9825 4 175 229 669 327 8549 741 2010 24 1017 212 8983 236 852502132 81419239 2008 888192856 2011 23 954 218 9046 241 10302830 90440905 423 112598365 2012 23 935 223 9065 246 103234944 101571568 000 116214926 2013 23 92 227 908 250 101915342 10587526 171 116070701 2014 24 941 231 9059 255 952404525 104349332 122 108459706 2015 25 973 232 9027 257 101045591 106766775 2391 116104714 2016 24 892 245 9108 269 898061911 106319229 447 796423294 2017 22 809 250 9191 272 950829572 113846007 228987 842693013 2018 21 766 253 9234 274 102325526 116318527 240 114080733 Fonte Elaborado pelos autores 2020 S solvente I insolvente Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 67 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 A Tabela 6 indica que nos dois primeiros anos analisados quase todas as empresas estavam em estado de solvência de acordo com o modelo de Pereira porém nos anos subsequentes a situação muda completamente onde a maioria absoluta das empresas entram em estado de insolvência Esse modelo assume que uma empresa está em estado de solvência quando o resultado for de 0 acima e em estado de insolvência quando for abaixo de 0 O menor valor encontra nesse modelo foi de 11610471356 e o maior foi de 228987 os percentuais de empresas solventes variou de 7 a 98 e de empresas insolventes 1 a 92 a mediana variou de 116318527 a 342 Os resultados encontrados nesse estudo indicam que os modelos possuem diferença significativas quanto a classificação e total de empresas solventes e insolventes visto que para o modelo de Kanitz e Elizabetsky a maioria das empresas de capital aberto brasileiras não estão em capacidade de solvência para Altman todas as empresas estão em um completo estado de solvência já o modelo de Pereira indica que a maioria das empresas estavam em solvência apenas nos dois primeiros anos do estudo e passando para uma maioria insolvente nos demais anos já para Matias as empresas em sua maioria estavam e situação de solvência em todos os anos porem não eram todas as empresas como relatado no modelo de Altman Pelo menos 19 empresas de capital aberto brasileiras entraram com pedido de falência até o ano de 2019 isso indica que essas empresas já se encontravam em situação ruim nos anos analisados o que justifica a grande diferença entre os valores mínimos e máximos em alguns modelos assim como os valores negativos encontrados em algumas medianas As constatações deste estudo convergem com as constatações encontradas por Pereira et al 2013 em seu estudo em que foram aplicados os mesmos modelos de insolvência em empresas brasileiras de capital aberto nos anos de 2009 a 2012 e foram encontradas diferenças significativas entre os resultados dos modelos porém vale ressaltar que as amostras utilizadas nos estudos foram de tamanhos distintos e o período utilizado nesse estudo é maior 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo teve por objetivo analisar quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Para tanto utilizouse modelo de Fleuriet para análise de capital de giro e os modelos de Kanitz Altman Elizabetsky Pereira e Matias para insolvência Desse modo foram analisadas empresas de capital aberto listadas na Brasil Bolsa Balcão B3 no período de 2008 a 2018 excluindose a empresas do setor financeiro bem como as empresas que não tinham informações suficiente em pelo menos um ano do período selecionado As informações foram extraídas do banco de dados do Economática e tabuladas e tradas em planilhas eletrônicas no Excel A análise quanto o modelo dinâmico de Fleuriet demonstrou que a maioria das empresas de capital aberto estão classificadas nas estruturas D e E ou seja péssima ou muito ruim podendo ser um indicativo que as empresas não gerem seu capital de curto prazo de maneira satisfatória pelo menos não na visão do modelo de capital de giro de Fleuriet Os modelos de insolvência tiveram diferenças entre eles o modelo de Kanitz demonstrou que a maioria das empresas estão em estado de insolvência em todo o período analisado o modelo de Elizabetsky demostrou resultados parecidos com exceção ao ano de 2013 em que a maioria das empresas estavam em estado de solvência o modelo de Altman demostrou a maior distorção dos demais modelos pois nele todas as empresas estão solvente em todo o período analisado o modelo de Pereira sofreu variação brusca do segundo para o terceiro ano nos dois primeiros anos mais de 98 das empresas encontravamse em estado de Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 68 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 solvência a partir do terceiro ano analisado a maioria das empresas passaram a um estado de insolvência mantendo esse resultado nos demais anos analisados o modelo de Matias manteve um padrão acima dos 77 da empresas solventes em todos os anos analisados Um fator que determino a diferença entre os modelos foi que algumas empresas que estavam em situação ruim e que entraram com pedido de falência em 2019 foram analisadas em alguns modelos e não foram em outros pois não foram encontradas informações suficientes para analisálas em todos os modelos Como limitação da pesquisa indicase a falta da utilização de uma técnica estatística que venha a possibilitar afirmações com relação aos padrões de estrutura de capital de giro e previsão de insolvência encontrados Sugerindose a aplicação de tais técnicas para pesquisas futuras utilizando um período maior e demonstrando um resultado mais amplo e dinâmico bem como recomendase uma análise segregada por segmento de atuação demostrando a diferença dos resultados entre os diversos setores de atuação das empresas podem fazer assim uma comparação entre eles REFERÊNCIAS ALTMAN E I Financial ratios discriminant analysis and the prediction of corporate bankruptcy The journal of finance n 4 v 23 setembro 1968 httpsdoiorg1023072978933 AMBROZINI M A MATIAS A B JÚNIOR T P Análise dinâmica de capital de giro segundo o modelo Fleuriet uma classificação das empresas brasileiras de capital aberto no período de 1996 a 2013 Revista Contabilidade Vista Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2015 Disponível em httpswwwredalycorgpdf1970197037785002pdf Acesso em 21 dez 2022 ASSAF NETO A Finanças corporativas e valor 5 Ed São Paulo Atlas 2010 BIROLO P B CITTADIN A RITTA C de O Análise de crédito 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dinâmico de Fleuriet Revista cientifica de gestão e negócios Universidade Potiguar ano 4 n 2 fevjul2015 Disponível em httpsrepositoriounpbrindexphpconnexioarticleview915 Acesso em 21 jan 2021 GUIMARÃES A L de S NOSSA V Capital de giro lucratividade liquidez e solvência em operadoras de planos de saúde Brazilian Business Review Vitória v7 n2 p 40 63 2010b httpsdoiorg1015728bbr2010723 HOWARD J M The Aftermath of HMO insolvency considerations for providers Annals of Health Law v 4 p 87116 1995 KANITZ Stephen Charles Como prever falências São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 MONTEIRO A A S Fluxos de caixa e capital de giro uma adaptação do modelo de Fleuriet Pensar Contábil v 6 n 20 2015 Disponível em httpwwwatenaorgbrrevistaojs22308indexphppensarcontabilarticleview2360 Acesso em 21 jan 2021 NEVES JÚNIOR I J RODRIGUES D F LEITE L A Modelo Fleuriet estudo exploratório sobre a aplicação do modelo de análise dinâmica de capital de giro para a avaliação de desempenho de empresas brasileiras no período de 2008 In IV congresso UFSC de iniciação científica em contabilidade 2011 PEREIRA R C C et al Análise financeira empresarial sob a luz dos 5 modelos de previsão de insolvência um estudo comparativo de empresas de capital aberto X congresso virtual brasileiro Convibra 2013 Disponível em httpsconvibraorgcongressoresuploadspdf2013337921pdf OREIRO J L A grande recessão brasileira diagnóstico e uma agenda de política econômica Estudos Avançados sl v 31 n 89 p 7588 2017 Disponível em httpswwwscielobrjeaaSxFbPNLxcStN6BKL7JTjtcTlangpt ONUSIC L M KASSAI S VIANA A B N Comparação dos resultados de utilização de análise por envoltória de dados e regressão logística em modelos de previsão de insolvência um estudo aplicado a empresas brasileiras FacePesquisa v7 n1 2004 Disponível em httpsperiodicosunifacefcombrindexphpfacefpesquisaarticledownload1884 RAMOS R S SANTOS J F dos VASCONCELOS A F de A gestão dinâmica do capital de giro na indústria de confecções de Pernambuco Revista Universo Contábil Blumenau v 13 n 4 p 84103 outdez 2017 Disponível em httpswwwredalycorgpdf1170117054983005pdf REZENDE I C C FARIAS T X T de OLIVEIRA A S de Aplicação dos modelos de Elizabetsky e Kanitz na previsão de falência um estudo descritivo das melhores e maiores Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 70 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 empresas por setor listadas na Revista Exame em 2010 Revista Mineira de Contabilidade Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais Belo Horizonte Ano 14 nº 51 p 35 42 2013 Disponível em httpsrevistacrcmgorgbrrmcarticleview229 ROCHA I KLANN R C HEIN N Utilização do Modelo Fleuriet na análise da Gestão do Capital de Giro de empresas Brasileiras do Setor de Siderurgia XVII Congresso Brasileiro de Custos Belo Horizonte 2010 Disponível em httpsanaiscbcemnuvenscombranaisarticleview835 SILVA P C TOALDO A FRANCO JÚNIOR A M CURSINO M S O modelo Fleuriet análise dinâmica do capital de giro aplicada no setor de saneamento Brazilian Journal of Development v 5 n 4 p 32663287 Curitiba Apr 2019 Disponível em httpsojsbrazilianjournalscombrojsindexphpBRJDarticleview1473 SILVA J P Administração de crédito e previsão de insolvência São Paulo Editora Atlas 1983 STOLLE C Desempenho dinâmico do capital de giro nas empresas de construção Civil brasileiras Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente XVIII ENGEMA Cidade Universitária São PauloSP 2016 Disponível em httpsengemauspsubmissaocombr18anaisarquivos321pdf
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Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 55 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 ANÁLISE DINÂMICA DE CAPITAL DE GIRO E INSOLVÊNCIA UMA CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO DYNAMIC ANALYSIS OF WORKING CAPITAL AND INSOLVENCY A CLASSIFICATION OF BRAZILIAN LISTED CAPITAL COMPANIES DOI 10318642447212920235301 Sival da Silva Duarte Filho Bacharel em Ciências Contábeis UFERSA Email sivalfilhoadmgmailcom Orcid 0009000480077186 Jocykleber Meireles de Souza Mestre em Ciências Contábeis UFRN Email jocykleberlivecom Orcid 0000000197261183 Márcio César de Oliveira Quirino Mestre em Ciências Contábeis UFRN Email marcioquirinoufraedubr Orcid 0000000183281431 José Mauro Madeiros Velôso Soares Mestre em Ciências Contábeis UFRN Email josemauromhotmailcom Orcid 0000000292778316 Camilla Araújo Amaral Duarte Bacharel em Ciências Contábeis UFERSA Email camilladuartecontgmailcom Orcid 0000000281581964 RESUMO O presente estudo tem como objetivo analisar quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Para tanto utilizouse o modelo de Fleuriet para análise de capital de giro e os modelos de Altman 1968 Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 e Pereira 1982 para insolvência Desse modo foram selecionadas empresas de capital aberto listadas na Brasil Bolsa Balcão B3 no período de 2008 a 2018 excluindose as empresas do setor financeiro bem como as empresas que não tinham informações suficientes em pelo menos um ano do período selecionado As informações foram extraídas do banco de dados do Economática tabuladas e tradas em planilhas eletrônicas Os resultados demonstraram que a maioria das empresas selecionadas estão enquadradas de acordo com o modelo dinâmico de Fleuriet na estrutura D ou E ou seja péssima ou muito ruim quanto a análise de insolvência os achados evidenciam variabilidade entre os modelos aplicados Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 56 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 Palavraschave Demonstrações contábeis Análise dinâmica Capital de giro Insolvência ABSTRACT This study aims to analyze which types of working capital and insolvency equity structures predominate among Brazilian publicly traded companies For that Fleuriets model was used for working capital analysis and the models of Altman 1968 Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 and Pereira 1982 for insolvency Thus publicly traded companies listed on Brasil Bolsa Balcão B3 were selected from 2008 to 2018 excluding companies in the financial sector as well as companies that did not have sufficient information on at least one year of the selected period The information was extracted from the Economática database tabulated and processed in electronic spreadsheets The results showed that most of the selected companies are framed according to Fleuriets dynamic model in the D or E structure that is very bad or very bad regarding the insolvency analysis the findings show variability between the applied models Keywords Accounting statements Dynamic analysis Working capital Insolvency 1 INTRODUÇÃO Diante de um cenário incerto e uma crise econômica na qual o país atravessa iniciada a partir no segundo semestre de 2014 e intensificandose nos anos seguintes ORIERO 2017 a gestão do capital de giro pode se tornar decisiva para a sobrevivência de uma empresa no mercado HOWARD 1995 De acordo com Assaf Neto 2010 a expressão capital de giro tem um sentido amplo que geralmente é utilizada de maneiras distinta de acordo com o contexto Bancos por exemplo utilizam a expressão como forma de vender empréstimos e linhas de crédito específicas a empresas Braga 1991 utiliza a definição de capital de giro como todo investimento no ativo circulante em que origine uma obrigação de curto prazo O capital de giro pode ser obtido principalmente através de duas fontes de recursos capital próprio ou de terceiros onde o capital de giro próprio é oriundo de investimentos dos próprios sócios no capital da empresa e o capital de giro de terceiros tem origem geralmente em financiamentos ou empréstimos de terceiros que não fazem parte do quadro societário da empresa como bancos ou financeiras GIMENES GIMENES 2009 Nesse contexto a importância do capital de giro varia de acordo com a atuação da empresa na forma como ela se molda a conjuntura financeira e a propensão ao risco assim como a rentabilidade almejada ASSAF NETO 2010 A gestão do capital de giro é de grande importância para a saúde financeira das empresas nela podese observar a capacidade de pagamento a curto prazo solvência da empresa acredita que o desafio aos gestores é equilibrar a necessidade de capital de giro e a capacidade de pagamento a curto prazo de uma empresa sem perder o foco que é a rentabilidade ou lucro STOLLE 2016 Tal fato evidencia a importância de uma boa administração do capital de giro pois a falta de controle de entradas e saídas pode levar a empresa a um processo de insolvência FERREIRA et al 2011 A insolvência pode ser definida como a falta da capacidade das empresas de quitação de suas obrigações na data prevista para vencimento ou seja os valores de seus ativos não são suficientes para cobrirem seus passivos PEREIRA et al 2013 Considerando a relevância da temática observase por meio da revisão literária que foram desenvolvidas pesquisas descrevendo a dinâmica de capital de giro das empresas de capital aberto ou fechado segundo Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 57 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 o modelo Fleuriet GIMENES GIMENES 2009 AMBROZINI MATIAS PIMENTA JÚNIOR 2015 RAMOS SANTOS VASCONCELOS 2017 bem como pesquisas que utilizam modelos de previsão de insolvência GUIMARAENS NOSSA 2010 PEREIRA et al 2013 GOMES et al 2014 Assim temse o seguinte questionamento Quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Diante disso o presente estudo tem por objetivo analisar quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Esse trabalho tem a importância de demostra a situação das empresas de capital aberto brasileiras quanto a sua gestão de capital de giro segundo os modelos dinâmico de capital de giro de Fleuriet e os modelos de insolvência de Altman 1968 Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 e Pereira 1982 o que pode ser primordial em tempos de crise e exibir as possíveis mudanças ao longo dos anos e demostra possíveis diferenças no que tange capital de giro e insolvência entre os variados setores da Brasil Bolsa Balcão B3 o trabalho ainda pode auxiliar possíveis investidores das empresas analisadas na tomada decisão em investir ou não na empresas de capital aberto brasileiras pois os modelos desenvolvido tem por base os elementos patrimoniais das empresas 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 MODELO DINÂMICO DE FLEURIET O modelo dinâmico de capital de giro também conhecido como modelo dinâmico de Fleuriet e definido pelos autores Ramos Santos e Vasconcelos 2017 como um modelo desenvolvido para adequarse à realidade das empresas brasileiras por ser menos estático e basearse em elementos patrimoniais diminuindo a necessidade de interpretação e diagnósticos diferindo assim do modelo tradicional O modelo de Fleuriet analisa como é administrado os investimentos em capital de giro das empresas na qual a proposta de Fleuriet é reorganizar as contas de ativo e passivo circulante a as subdivide em ativo e passivo errático ou financeiro cíclico ou operacional e o ativo e o passivo não circulante ele denomina de nãocíclico ROCHA KLANN HEIN 2010 Dessa forma o Balanço Patrimonial adaptado segundo o modelo dinâmico de Fleuriet está representado no Quadro 1 Quadro 1 Balanço Patrimonial adaptado segundo o modelo dinâmico de Fleuriet Ativo Passivo Ativo circulante Passivo circulante Ativo errático ou financeiro Passivo errático ou financeiro Disponibilidades Empréstimos e financiamentos Caixas e bancos Debêntures Ativo cíclico ou operacional Dividendos a pagar Clientes Passivo cíclico ou operacional Estoques Fornecedores Ativo nãocíclico não circulante Obrigações trabalhistas e tributarias Realizável a longo prazo Passivo nãocíclico não circulante Investimentos Exigível a longo prazo Imobilizados Intangíveis Patrimônio líquido nãocíclico Fonte Adaptado de Rocha Klann e Hein 2010 Por meio dessa reorganização das contas é capaz de se calcular o capital de giro CDG onde é encontrado pela diferença entre passivo não circulante não cíclico e ativo não Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 58 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 circulante nãocíclico a necessidade de capital de giro NCDG encontrado pela diferença entre ativo cíclico e passivo cíclico e o saldo de tesouraria ST encontrado pela diferença entre ativo errático e passivo errático ou pela diferença entre o capital de giro e a necessidade de capital de giro FLEURIET KEHDY BLANC 2003 A necessidade de capital de giro surge quando as saídas de recursos se dão antes das entradas ocasionando em uma necessidade aplicação permanente de fundos CASSIMIRO CARVALHO SANTOS 2015 O modelo dinâmico define que a necessidade de capital de giro é formada pela diferença do ativo cíclico e do passivo cíclico se a necessidade de capital de giro for negativa indica que os recursos da empresa têm um prazo de entrada menor que os de saída o que faz a empresa ter recurso para aplicações diversas antes de ter que honrar com as obrigações de curto prazo FLEURIET KEHDY BLANC 2003 Já o capital de giro é definido como a aplicação de recurso obtido pela diferença entre passivo não circulante e ativo não circulante ROCHA KLANN HEIN 2010 De forma complementar Ramos Santos e Vasconcelos 2017 definem o capital de giro como a parte dos recursos de aplicação permanente ou seja o excedente dos recursos do total de passivo não circulante em comparação ao total dos recursos de ativo não circulante O saldo de tesouraria demonstra o quanto se utiliza de capital de terceiros para financiar a necessidade de capital de giro e será negativo quando o capital de giro da empresa for insuficiente para financiar a necessidade de capital de giro ou seja o passivo errático é maior que o ativo errático e é calculado pela diferença entre ativo errático e passivo errático ou ainda pode ser calculado pela diferença entre o capital de giro e a necessidade de capital de giro AMBROZINI MATIAS PIMENTA JUNIOR 2015 Para Ramos Santos e Vasconcelos 2017 o saldo de tesouraria será positivo quando a empresa tiver disponibilidade de recursos e liquidez em um prazo muito curto já quando for negativo indica que a empresa terá possíveis dificuldades financeiras Assim o modelo de dinâmica de capital de giro é formado pelas seguintes variáveis apresentadas no Quadro 2 Quadro 2 Variáveis modelo de dinâmica de capital de giro Variáveis Equação Necessidade de Capital de Giro NCDG Ativo Circulante Operacional AO Passivo Circulante Operacional PO Capital de Giro CDG Passivo Não Circulante PNC Ativo Não Circulante ANC Saldo em Tesouraria ST Ativo Errático AE Passivo Errático PE ou ST CDG NCDG Fonte Adaptado de Fleuriet Kehdy e Blanc 2003 Silva et al 2019 definem que as contas de ativo e passivo devem se adequar a realidade dinâmica das empresas para melhor compreensão do modelo dinâmico Dessa forma o autor definiu seis estruturas de acordo com a combinação dos resultados positivo ou negativo calculados de CDG NCDG e ST que podem ser a estrutura A que define a empresa como excelente liquidez a estrutura B que define como liquidez solida a estrutura C que define como liquidez insatisfatória a estrutura D que define como liquidez péssima a estrutura E que define como liquidez muito ruim e a estrutura F que define como de alto risco Desse modo a estruturas descritas no modelo de análise dinâmica são descritas da seguinte forma exposto no Quadro 3 Quadro 3 Estruturas de liquidez Estrutura CDG NCDG ST Situação A Positivo Negativo Positivo Excelente B Positivo Positivo Positivo Solida C Positivo Positivo Negativo Insatisfatória D Negativo Positivo Negativo Péssima Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 59 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 E Negativo Negativo Negativo Muito ruim F Negativo Negativo Positivo Alto risco Fonte Adaptado de Fleuriet Kehdy e Blanc 2003 Braga 1991 define que empresas enquadradas na estrutura A situação excelente possuem grande folga financeira e alta liquidez pois as atividades da empresa resultam em sobra de recursos Empresas enquadradas na estrutura B situação sólida possuem uma constante necessidade de recursos porém o capital de giro é suficiente para cobrir essa necessidade Empresas descritas na estrutura C insatisfatória demonstram um capital de giro positivo porém insuficiente para cobrir a necessidade de capital de giro empresas definidas na estrutura D péssima demonstram que possivelmente utilizam recursos de terceiros a curto prazo para financiar necessidades de longo prazo ou investimentos o que pode levar a empresa a uma iminente falência Empresas enquadradas na estrutura E situação muito ruim estão com um capital de giro negativo e não possuem saldo de tesouraria nem necessidade de recursos de curto prazo A estrutura F alto risco define empresas que financiam com recursos de curto prazo ativos permanentes e a necessidade de capital de giro Braga 1991 ainda acredita que as decisões das empresas quanto a gestão de capital de giro pode impactar tanto na liquidez quanto em sua rentabilidade 22 ANÁLISE DE INSOLVÊNCIA Onusic Kassai e Viana 2004 definem que indicadores e Demonstrativos Contábeis auxiliam na tomada de decisão pois através de informações extraídas deles podem ser prever situações em que as empresas não terão condições de cumprir com suas obrigações financeiras quando uma empresa encontrasse nessa situação denominasse que ela entra em um estado de insolvência A capacidade da empresa de honrar com suas dívidas é denominada de solvência quando a empresa não tem a capacidade de honrar com seus compromissos ela está em um estado chamado de insolvência GOMES et al 2015 Nesse sentido a utilização dos modelos de insolvência tem papel primordial na tomada de decisão tanto por agentes internos quanto por agentes externos ONUSIC KASSAI VIANA 2004 Para calcular a solvência da uma empresa são extraídos dados de suas Demonstrações Contábeis e existem cinco métodos mais utilizados que são o modelo de Altman 1968 Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 e Pereira 1982 O modelo de Altman 1979 tem o intuito de calcular o risco de insolvência de uma empresa e que foi trazido para o brasil no ano de 1999 o autor acredita que o modelo permite prever em 88 de certeza que uma empresa terá problemas financeiros em até um ano e com 78 de certeza que em até três anos uma empresa poderá ter problemas financeiros podendo ser calculado pela seguinte equação apresentada no Quadro 4 Quadro 4 Modelo de Altman Fator 184 051X1 632X3 071X4 053X5 051 632 071 053 são os pesos que devem multiplicar os índices E os índices são encontrados assim X1 ativo circulante passivo circulante ativo total X3 reservas e lucros retidos ativo total X4 ativo circulante passivo circulante X5 vendas ativo total Resultados Fator 0 empresa solvente Fator 0 empresa insolvente Fonte Adaptado do modelo de Altman 1979 Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 60 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 Segundo Rezende Farias e Oliveira 2013 Elizabetsky desenvolveu um modelo baseado na análise descriminante com o intuito de padroniza a concessão de crédito o critério utilizado foi o atraso no pagamento onde classificava como satisfatória ou não Elizabetsky 1976 utilizou a amostra de 373 empresas da mesma área de atuação como resultado o autor definiu que 274 empresas estavam em condições satisfatórias ou seja não constavam atrasos e 99 não satisfatórias apresentado conflito de liquidez se deu o seguinte modelo apresentado no Quadro 5 Quadro 5 Modelo de Elizabetsky Fator 193X1 020X2 102X3 133X4 112X5 193 020 102 133 112são os pesos que devem multiplicar os índices E os índices são encontrados assim X1 Lucro Líquido Vendas X2 Disponível Imobilizado Total X3 Contas a Receber Ativo Total X4 Estoque Ativo Total X5 Passivo Circulante Ativo Total Resultados Fator 05 empresa insolvente Fator 05 empresa solvente Fonte Adaptado do modelo de Elizabetsky 1976 O modelo desenvolvido por Matias 1978 tem como base a análise discriminante e tem o objetivo de aperfeiçoar a análise de crédito tradicional o modelo foi proposto ao trabalhar com 100 empresas de diversos ramos de atuação nas quais 50 eram classificadas como solvente e 50 como insolvente e demostrado conforme apresentado no Quadro 6 Quadro 6 Modelo de Matias Z 23792x1 826x2 8868x3 0764x4 0535x5 9912x6 23792 826 8868 0764 0535 e 9912 são os pesos que devem multiplicar os índices E os índices são encontrados assim X1 Patrimônio Líquido Ativo Total X2 Financiamento e Empréstimos Bancários Ativo Circulante X3 Fornecedores Ativo Total X4 Ativo Circulante Passivo circulante X5 Lucro Operacional Lucro Bruto X6 Disponível Ativo Total Resultados Z 0 empresa solvente Z 0 empresa insolvente Fonte Adaptado do modelo de Matias 1978 O termômetro de Kanitz 1978 é um modelo em que utiliza os índices de liquidez e rentabilidade e demonstra a probabilidade de falência das empresas através de sua incapacidade de solvência Gomes et al 2015 definem que o termômetro de Kanitz é utilizado para determinar se uma empresa está em situação falimentar ou não Sendo assim Kanitz 1978 determina que após o cálculo deve se observar o resultado e se estiver entre 7 e 4 a empresa está insolvente entre 3 e 1 a empresa está na penumbra e se estiver entre 0 e 7 a empresa está em situação de solvência Podendo ser calculado pela fórmula apresentada no Quadro 7 Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 61 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 Quadro 7 Termômetro de insolvência de Kanitz 005RP 165LG 35 LS 106LC 033GE 05 165 35 106 e 03 são os pesos determinados por Kanitz que devem multiplicar os índices E os índices representam RP Rentabilidade do Patrimônio LG Liquidez Geral LS Liquidez Seca LC Liquidez Corrente GE Grau de Endividamento RP lucro líquido valor investido X 100 LG ativo circulante realizável a longo prazo passivo circulante passivo não circulante LS ativo circulante estoque passivo circulante LC ativo circulante passivo circulante GE passivo ativo X 100 Resultados Entre 7 e 4 insolvente Entre 3 e 1 penumbra Entre 0 e 7 solvente Fonte Adaptado do modelo de Kanitz 1978 O modelo de Pereira 1982 é mais atual e com o maior percentual de acerto foi desenvolvido tendo em vista a concessão de crédito e divide as empresas em boas ou solventes e empresas insolventes e será apresentado no Quadro 8 Quadro 8 Modelo de Pereira Fator 0722 5124X1 11016X2 0342X3 0048X4 8605X5 0004X6 512411016 034200488605 e 0004 são os pesos que devem multiplicar os índices O valor 0722 é uma constante E os índices representam X1 Duplicatas Descontadas Duplicatas a Receber X2 Estoque final Custo das Vendas X3 Fornecedores Vendas X4 Estoque médio Custo das vendas X5 Lucro Operacional despesas Financeiras Ativo Total Investimento Médio X6 Exigível Total Lucro Líq 10 Imob médio Saldo devedor da Cor Monet Resultados Fator 0 solvente Fator 0 empresa é insolvente Fonte Adaptado do modelo de Pereira 1982 23 ESTUDOS CORRELATADOS AO TEMA Considerando a importância da temática constatase por meio da revisão literária que pesquisas foram desenvolvidas sobre a análise dinâmica de capital de giro GIMENES GIMENES 2009 AMBROZINI MATIAS PIMENTA JÚNIOR 2015 RAMOS SANTOS VASCONCELOS 2017 e sobre os modelos de previsão de insolvência GUIMARAENS NOSSA 2010 PEREIRA et al 2013 GOMES et al 2014 Em seu artigo os autores Gimenes e Gimenes 2009 utilizaram a análise dinâmica de capital de giro como instrumento de avaliação da gestão financeira em cooperativas de agropecuária com o objetivo de investigar a origem dos recursos que financiaram as necessidades líquidas de capital de giro em 64 cooperativas agropecuárias e concluíram que os recursos que financiam essas necessidades não são de origem permanente e por tanto havendo necessidade de buscar recursos onerosos de custo e risco elevado para financiar seu ciclo financeiro Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 62 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 Guimarães e Nossa 2010 aplicaram os modelos de insolvência e o modelo dinâmico de Fleuriet em empresas operadoras de planos de saúde no ano de 2006 no intuito de formatar um modelo de gestão de capital de giro e afirmaram a importância da eficiente gestão do capital de giro para as empresas o estudo associou diretamente o capital de giro a liquidez lucratividade e solvência onde o excesso de ativo circulante cíclico sobre o passivo circulante cíclico indica o aumento da liquidez lucratividade e solvência O estudo de Pereira et al 2013 aplicou os cinco modelos de insolvência em empresas de capital aberto no período de 2009 a 2012 onde constataram uma variabilidade entre os resultados em que em para um modelo a empresa estava em situação de solvência em determinado ano para outro a situação era inversa e assim constatou que os modelos de solvência devem ser utilizados em conjunto com outros demonstrativos e índices financeiros para a tomada de decisão Gomes et al 2014 integraram o modelo de insolvência de Kanitz e a análise dinâmica de capital de giro aplicando os métodos em uma empresa do setor de energia com o intuito de encontra similaridade entre os métodos os resultados desse estudo mostrou que a integração dos métodos permite uma melhor evidenciação da situação financeira da empresa em estudo e uma melhor compreensão da necessidade de financiamento de capital de giro da empresa Ambrozini Matias e Pimenta Junior 2015 realizaram um estudo em que analisou situação das empresas brasileiras de capital aberto nos anos de 1996 a 2013 aplicando o modelo dinâmico de capital de giro e observaram em qual situação de acordo com as seis situações descritas por Fleuriet se encontravam a maioria das empresas onde no final observaram que a maioria das empresas possuíam saldo positivo de capital de giro Ramos Santos e Vasconcelos 2017 desenvolveram um estudo em que aplicaram o modelo dinâmico de capital de giro de Fleuriet em 55 empresas do setor de confecções do estado de Pernambuco os resultados do estudo demonstram que a maioria das empresas se encontravam em um estado excelente quanto o capital de giro a necessidade de capital de giro e ao saldo de tesouraria 3 METODOLOGIA O presente estudo teve por objetivo analisar quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Para tanto a presente pesquisa classificase quanto ao objetivo como descritivo e exploratório Estudos descritivos objetivam expor variáveis e relacionalas entre grupos de elementos em determinada população já as pesquisas exploratórias o autor define como as que objetivam aproximar o pesquisador com o problema pesquisado aprimorando ideias ou descobertas GIL 2002 No tocante aos procedimentos utilizouse de um levantamento de dados em que os dados foram coletados das Demonstrações Financeiras consolidadas das empresas listadas na B3 no período de 2008 a 2018 Posteriormente realizouse a opção de excluir as empresas financeiras por conterem características diferentes das demais proporcionando com isso resultados divergentes A escolha da B3 devese ao fato de ser a maior bolsa de valores do Brasil concentrando a negociação dos ativos das empresas brasileiras de capital aberto e o período de tempo foi escolhido por tratar de um período em que contempla várias mudanças no cenário econômico contábil e político do país Os anos de 2008 a 2018 foram os escolhidos para o estudo porque contemplam mudanças significativas nos cenários político financeiro e contábil como a convergência as Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 63 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 normas internacionais de contabilidade a troca de governos e uma crise política que teve início no ano de 2014 com a reeleição da presidente Dilma em que culminou em seu afastamento no ano de 2016 agravando assim uma crise econômica no país Os dados foram coletados por meio do Economática os dados inicialmente foram tabulados em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel Adotouse uma abordagem quantitativa para a análise dos dados Nesse tipo de pesquisa segundo Gil 2002 os resultados podem ser quantificados e tem caráter objetivo Desse modo os dados coletados foram utilizados para calcular os modelos de análise dinâmica de capital de giro segundo Fleuriet e os modelos de insolvência de Elizabetsky 1976 Kanitz 1978 Matias 1978 Altman 1979 e Pereira 1982 Foram selecionadas empresas em que tivessem informações suficientes para serem calculados os modelos em pelo menos um ano do período escolhido e foram excluídos um total de 84 empresas listadas no setor de atuação financeiro com isso o modelo de Fleuriet e de Kanitz foram trabalhados em 281 empresas o modelo de Altman e de Elizabetsky foram trabalhados em 275 empresas e os modelos de Pereira e Matias foram trabalhados em 274 empresas 4 ANÁLISE DE DADOS Os resultados serão apresentados em duas sessões a primeira demonstra os resultados do modelo dinâmico de capital de giro de Fleuriet expondo o total de empresas em cada uma das seis estruturas detalhadas na pesquisa em cada ano assim como percentual representante em cada ano A segunda sessão demonstra os resultados dos cinco modelos de insolvência em cada ano assim como os seus percentuais e descreverá brevemente as diferenças nos resultados encontrados em cada modelo 41 ANÁLISE DINÂMICA DE CAPITAL DE GIRO O modelo dinâmico de capital de giro define 6 estruturas que classificarão as empresas de acordo com a combinação do resultado do cálculo do capital de giro a necessidade de capital de giro e o saldo de tesouraria A Tabela 1 demonstra o total de empresas e o percentual em cada estrutura em cada ano e total de empresas em cada ano Tabela 1 Quantidade e porcentagem de empresas classificadas de acordo com modelo dinâmico do capital de giro segundo Fleuriet Ano A A B B C C D D E E F F Total 2008 6 260 13 563 17 736 171 7403 22 952 2 087 231 2009 9 380 14 591 15 633 176 7426 22 928 1 042 237 2010 11 451 10 410 21 861 167 6844 32 1311 3 123 244 2011 8 321 11 442 20 803 170 6827 39 1566 1 040 249 2012 12 471 15 588 24 941 167 6549 36 1412 1 039 255 2013 8 309 12 463 19 734 175 6757 42 1622 3 116 259 2014 11 420 15 573 8 305 179 6832 45 1718 4 153 262 2015 17 639 13 489 6 226 187 7030 40 1504 3 113 266 2016 17 614 15 542 9 325 185 6679 48 1733 3 108 277 2017 16 571 16 571 12 429 182 6500 51 1821 3 107 280 2018 17 605 22 783 18 641 172 6121 48 1708 4 142 281 Fonte Elaborado pelos autores A excelente B solida C insatisfatória D péssima E muito ruim F alto risco Para construção dessa tabela foram selecionadas 281 empresas de capital aberto no Brasil que possuíam informações suficientes em pelo menos um ano do período selecionado sendo assim o total de empresas estudados no ano de 2008 foi de 231 em 2009 foi de 237 em Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 64 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 2010 foi de 244 em 2011 foi de 249 em 2012 foi de 255 em 2016 foi de 277 em 2017 foi de 280 e em 2018 foi o total de empresas selecionadas ou seja 281 empresas A tabela 1 demonstra que em todos os anos a estrutura D é predominante com grande maioria de empresas essa estrutura indica que o saldo de capital de giro e o saldo de tesouraria é negativo e o saldo da necessidade de capital de giro é positiva essa estrutura é classificada como péssima A segunda estrutura de maior predominância e a estrutura E que indica que todos os saldos são negativos e é classificada como muito ruim a estruturas em que menos se enquadram empresas são as estruturas B A e F respectivamente As estruturas B e A são as que as empresas deveriam buscar pois são classificadas como sólida e excelente Nessas estruturas o capital de giro e positivo e suficiente para cobrir a necessidade de capital de giro que é negativa na estrutura A e positiva na estrutura B e o saldo de tesouraria também é positivo Já estrutura F é que menos aparece entre todas essa estrutura configura alto risco em que o capital de giro e a necessidade de capital de giro são negativos e o saldo de tesouraria é positivo As constatações desse estudo diferem dos resultados encontrado no estudo dos autores Ambrozini Matias e Pimenta Junior 2015 que analisou as empresas de capital aberto dos anos de 1996 a 2013 Os autores constataram que a estrutura C é a de maior predominância entre as empresas nos anos em que coincidem os estudos seguido pela estrutura E A divergência entre os estudos pode ser explicada pelo fato de as amostras serem diferentes assim como as tecnologias empregados em ambos 42 ANÁLISE DE INSOLVÊNCIA A insolvência pode ser entendida como a falta de capacidade das empresas de quitação de suas obrigações na data prevista para vencimento PEREIRA et al 2003 Nesse sentido a utilização de modelos de previsão de insolvência tem papel fundamental na tomada de decisão das entidades ONUSIC KASSAI VIANA 2004 O presente estudo utilizouse de cinco métodos de previsão que são o modelo de Altman 1979 o modelo de Elizabtsky 1976 modelo de Matias 1978 o termômetro de solvência de Kanitz 1978 e o modelo de Pereira 1982 A Tabela 2 apresentará a classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Altman Tabela 2 Classificação das empresas com o modelo de insolvência de Altman Ano S S I I Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 225 100 0 0 225 24378 379 366823 207 2009 230 100 0 0 230 336 394 3637 205 2010 237 100 0 0 237 2009 397 30992 184 2011 242 100 0 0 242 7890 385 123230 184 2012 249 100 0 0 249 9487 384 148096 184 2013 252 100 0 0 252 13169 388 194454 133 2014 257 100 0 0 257 1006 381 15838 133 2015 259 100 0 0 259 5561 375 62587 008 2016 271 100 0 0 271 5073 376 73713 125 2017 274 100 0 0 274 881 369 13737 112 2018 275 100 0 0 275 8700 380 122466 019 Fonte Elaborado pelos autores S solvente I insolvente A Tabela 2 demonstra os resultados do modelo de insolvência de Altman aplicados as empresas de capital aberto no Brasil esse modelo define que uma empresa está solvente quando após calculado o seu resultado for acima de 0 nesse caso todas as empresas tiveram Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 65 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 resultado acima de 0 Assim observase que todas as empresas analisadas se encontram em um estado de solvência em todos os anos estudados Na sequência a Tabela 3 apresentará a classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Elizabetsky 1976 Tabela 3 Classificação das empresas com o modelo de insolvência de Elizabetsky Ano S S I I Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 39 1726 187 8274 226 53560 016 805280 23943 2009 42 1818 189 8182 231 4726 018 35019 52060 2010 64 2700 173 7300 237 18759 031 91404 273058 2011 62 2562 180 7438 242 11799 029 59159 142681 2012 49 1968 200 8032 249 10637 024 3456 158862 2013 178 7063 74 2937 252 12338 071 1453 191605 2014 57 2218 200 7782 257 16209 024 4431 259984 2015 56 2162 203 7838 259 22600 019 51489 359978 2016 68 2509 203 7491 271 61112 025 30022 975686 2017 68 2482 206 7518 274 288266 020 423 4776149 2018 71 2591 203 7409 274 111514 027 1503 1839238 Fonte Elaborado pelos autores S solvente I insolvente A Tabela 3 demonstra os resultados da análise das empresas segundo o modelo de Elizabetsky esse modelo assume que uma empresa está em estado de solvência quando o resultado for acima 05 caso contrário a empresa está em um estado de insolvência Os resultados demonstram que a maioria das empresas então em estado de insolvência em todos os anos com exceção do ano de 2013 em que a maioria das empresas então em estado de solvência O menor valor encontrado pelo modelo foi de 1839238 que foi encontrado no ano de 2018 e o maior foi de 805280 que foi encontrado no ano de 2008 o percentual de empresas solventes variou de 17 a 70 e percentual de empresas insolventes variou de 19 a 82 e a mediana variou de 016 a 071 A Tabela 4 apresentará a classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Matias Tabela 4 Classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Matias Ano S S I I Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 176 7719 52 2281 228 1140312 643 61680 17104141 2009 192 8276 40 1724 232 13066 709 22228 139789 2010 198 8285 41 1715 239 9139 722 12202 114648 2011 204 8361 40 1639 244 11562 712 2214 129771 2012 202 8112 47 1888 249 15180 629 2168 156525 2013 206 8175 46 1825 252 17593 704 3252 206316 2014 202 7860 55 2140 257 8177 680 3312 117945 2015 191 7375 68 2625 259 11051 632 2200 108890 2016 198 7333 72 2667 270 12672 602 2173 157004 2017 219 8022 54 1978 273 12558 604 6558 173436 2018 214 7810 60 2190 274 40856 581 3303 623512 Fonte Elaborado pelos autores S solvente I insolvente A Tabela 4 demonstra os resultados calculados de acordo com o modelo de insolvência de Matias nela podese observar que a maioria das empresas estão em estado de solvência em todos os anos com destaque para o ano de 2017 que obteve o maior número de empresas em estado de solvência esse modelo indica que uma empresa está em solvência quando seu Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 66 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 resultado calculado for maior que 0 e insolvente quando for menos que 0 O menor valor encontra nesse modelo foi de 17104141 e o maior foi de 61680 os percentuais de empresas solventes variou de 77 a 83 e de empresas insolventes 17 a 22 a mediana variou de 581 a 722 A seguir a Tabela 5 apresentará a classificação das empresas de acordo com o termômetro de insolvência de Kanitz Tabela 5 Classificação das empresas com o termômetro de insolvência de Kanitz Ano S S I I P P Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 23 983 201 8590 10 427 234 3254124 16 849 401002 2009 29 1213 203 8494 7 293 239 1931657 14 199 298026 2010 26 1061 210 8571 9 367 245 19648 14 1781 1734 2011 30 1200 209 8360 11 440 250 48697 14 7109 1497 2012 33 1284 196 7626 28 1089 257 60873 12 9521 848 2013 29 1115 219 8423 12 462 260 77380 14 11192 2350 2014 25 947 226 8561 13 492 264 15974 14 1609 1609 2015 31 1161 231 8652 5 187 267 27900 16 3463 1547 2016 30 1079 242 8705 6 216 278 30572 16 4237 1344 2017 31 1111 236 8459 12 430 279 11451 17 796 1553 2018 30 1068 242 8612 9 320 281 33718 16 4191 1439 Fonte Elaborado pelos autores S solvente I insolvente P penumbra A Tabela 5 demonstra que a maioria das empresas encontramse em um estado de insolvência em todos os anos seguido por uma quantidade razoável de empresas solventes e que poucas estão em um estado de penumbra o termômetro de insolvência de Kanitz define que uma empresa está em um estado de insolvência quando após calculado o resultado for menos que 4 se o resultado for entre 3 e 1 a empresa está em um estado de penumbra ou seja a empresa não apresenta risco de falência porem ainda não verificase uma situação confortável já se o resultado for acima de 0 a empresa estaria em uma situação de solvência O menor valor encontrado nesse modelo foi de 401002 e o maior foi de 11192 o percentual de empresas solventes variou de 9 a 12 de empresas insolventes variou de 76 a 87 e de empresas na penumbra variou de 1 a 10 e a mediana variou de 17 a 12 A Tabela 6 apresentará a classificação das empresas ao longo dos anos de acordo com o modelo de insolvência de Pereira Tabela 6 Classificação das empresas de acordo com o modelo de insolvência de Pereira Ano S S I I Total Desvio Padrão Mediana Máximo Mínimo 2008 220 9821 4 179 224 759 342 9840 1881 2009 225 9825 4 175 229 669 327 8549 741 2010 24 1017 212 8983 236 852502132 81419239 2008 888192856 2011 23 954 218 9046 241 10302830 90440905 423 112598365 2012 23 935 223 9065 246 103234944 101571568 000 116214926 2013 23 92 227 908 250 101915342 10587526 171 116070701 2014 24 941 231 9059 255 952404525 104349332 122 108459706 2015 25 973 232 9027 257 101045591 106766775 2391 116104714 2016 24 892 245 9108 269 898061911 106319229 447 796423294 2017 22 809 250 9191 272 950829572 113846007 228987 842693013 2018 21 766 253 9234 274 102325526 116318527 240 114080733 Fonte Elaborado pelos autores 2020 S solvente I insolvente Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 67 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 A Tabela 6 indica que nos dois primeiros anos analisados quase todas as empresas estavam em estado de solvência de acordo com o modelo de Pereira porém nos anos subsequentes a situação muda completamente onde a maioria absoluta das empresas entram em estado de insolvência Esse modelo assume que uma empresa está em estado de solvência quando o resultado for de 0 acima e em estado de insolvência quando for abaixo de 0 O menor valor encontra nesse modelo foi de 11610471356 e o maior foi de 228987 os percentuais de empresas solventes variou de 7 a 98 e de empresas insolventes 1 a 92 a mediana variou de 116318527 a 342 Os resultados encontrados nesse estudo indicam que os modelos possuem diferença significativas quanto a classificação e total de empresas solventes e insolventes visto que para o modelo de Kanitz e Elizabetsky a maioria das empresas de capital aberto brasileiras não estão em capacidade de solvência para Altman todas as empresas estão em um completo estado de solvência já o modelo de Pereira indica que a maioria das empresas estavam em solvência apenas nos dois primeiros anos do estudo e passando para uma maioria insolvente nos demais anos já para Matias as empresas em sua maioria estavam e situação de solvência em todos os anos porem não eram todas as empresas como relatado no modelo de Altman Pelo menos 19 empresas de capital aberto brasileiras entraram com pedido de falência até o ano de 2019 isso indica que essas empresas já se encontravam em situação ruim nos anos analisados o que justifica a grande diferença entre os valores mínimos e máximos em alguns modelos assim como os valores negativos encontrados em algumas medianas As constatações deste estudo convergem com as constatações encontradas por Pereira et al 2013 em seu estudo em que foram aplicados os mesmos modelos de insolvência em empresas brasileiras de capital aberto nos anos de 2009 a 2012 e foram encontradas diferenças significativas entre os resultados dos modelos porém vale ressaltar que as amostras utilizadas nos estudos foram de tamanhos distintos e o período utilizado nesse estudo é maior 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo teve por objetivo analisar quais os tipos de estruturas patrimoniais de capital de giro e insolvência predominam entre as empresas brasileiras de capital aberto Para tanto utilizouse modelo de Fleuriet para análise de capital de giro e os modelos de Kanitz Altman Elizabetsky Pereira e Matias para insolvência Desse modo foram analisadas empresas de capital aberto listadas na Brasil Bolsa Balcão B3 no período de 2008 a 2018 excluindose a empresas do setor financeiro bem como as empresas que não tinham informações suficiente em pelo menos um ano do período selecionado As informações foram extraídas do banco de dados do Economática e tabuladas e tradas em planilhas eletrônicas no Excel A análise quanto o modelo dinâmico de Fleuriet demonstrou que a maioria das empresas de capital aberto estão classificadas nas estruturas D e E ou seja péssima ou muito ruim podendo ser um indicativo que as empresas não gerem seu capital de curto prazo de maneira satisfatória pelo menos não na visão do modelo de capital de giro de Fleuriet Os modelos de insolvência tiveram diferenças entre eles o modelo de Kanitz demonstrou que a maioria das empresas estão em estado de insolvência em todo o período analisado o modelo de Elizabetsky demostrou resultados parecidos com exceção ao ano de 2013 em que a maioria das empresas estavam em estado de solvência o modelo de Altman demostrou a maior distorção dos demais modelos pois nele todas as empresas estão solvente em todo o período analisado o modelo de Pereira sofreu variação brusca do segundo para o terceiro ano nos dois primeiros anos mais de 98 das empresas encontravamse em estado de Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 68 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 solvência a partir do terceiro ano analisado a maioria das empresas passaram a um estado de insolvência mantendo esse resultado nos demais anos analisados o modelo de Matias manteve um padrão acima dos 77 da empresas solventes em todos os anos analisados Um fator que determino a diferença entre os modelos foi que algumas empresas que estavam em situação ruim e que entraram com pedido de falência em 2019 foram analisadas em alguns modelos e não foram em outros pois não foram encontradas informações suficientes para analisálas em todos os modelos Como limitação da pesquisa indicase a falta da utilização de uma técnica estatística que venha a possibilitar afirmações com relação aos padrões de estrutura de capital de giro e previsão de insolvência encontrados Sugerindose a aplicação de tais técnicas para pesquisas futuras utilizando um período maior e demonstrando um resultado mais amplo e dinâmico bem como recomendase uma análise segregada por segmento de atuação demostrando a diferença dos resultados entre os diversos setores de atuação das empresas podem fazer assim uma comparação entre eles REFERÊNCIAS ALTMAN E I Financial ratios discriminant analysis and the prediction of corporate bankruptcy The journal of finance n 4 v 23 setembro 1968 httpsdoiorg1023072978933 AMBROZINI M A MATIAS A B JÚNIOR T P Análise dinâmica de capital de giro segundo o modelo Fleuriet uma classificação das empresas brasileiras de capital aberto no período de 1996 a 2013 Revista Contabilidade Vista Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2015 Disponível em httpswwwredalycorgpdf1970197037785002pdf Acesso em 21 dez 2022 ASSAF NETO A Finanças corporativas e valor 5 Ed São Paulo Atlas 2010 BIROLO P B CITTADIN A RITTA C de O Análise de crédito por meio de modelos de previsão de insolvência um estudo de caso na empresa cerâmica Alfa SA Revista Catarinense de Contabilidade Florianópolis SC 2011 Disponível em httpsdialnetuniriojaesservletarticulocodigo5454869 Acesso em 12 nov 2022 BRAGA R Análise Avançada do Capital de Giro Caderno de Estudos nº3 São Paulo FIPECAFI setembro1991 CASSIMIRO G de C G CARVALHO T M de SANTOS R G C Análise da estrutura de liquidez proposta por Fleuriet um estudo de caso da empresa localiza rent a car trabalho de conclusão de curso FAMINAS Belo Horizonte 2015 Disponível em httpsrepositorioufersaedubrhandleprefix5758 Acesso em 11 nov 2022 CASSIMIRO G de C G CARVALHO T M de GIMENES R M T GIMENES F M P Aplicabilidade da Análise Dinâmica do Capital de Giro como Instrumento de Avaliação da Gestão Financeira em Cooperativas Agropecuárias Revista eletrônica de gestão organizacional setdez 2009 Disponível em httpsdialnetuniriojaesservletarticulocodigo7861299 Acesso em 11 nov 2022 FREIRE J R LEMKE V SOUZA A C Mistura das contas pessoais e patrimoniais em micro e pequenas empresas estudos múltiplos de casos no setor supermercadista de Santa Teresa ES In VIII Convibra Administração Congresso Virtual Brasileiro de Administração Anais 2011 Revista Conhecimento Contábil DOI 1031864rccv9i2 ISSN 2447 2921 69 Revista Conhecimento Contábil UERN MossoróRN v 13 n 2 janjun p 55 70 2023 FLEURIET M KEHDY R BLANC G O modelo Fleuriet a dinâmica financeira das empresas brasileiras um novo modelo de análise orçamento e planejamento financeiro Belo Horizonte Campus 2003 GIL A C Como elaborar projetos de pesquisa 4ª ed São Paulo Atlas 2002 GIMENES R M T GIMENES F M P Aplicabilidade da Análise Dinâmica do Capital de Giro como Instrumento de Avaliação da Gestão Financeira em Cooperativas Agropecuária Revista eletrônica de gestão organizacional setdez 2009 Disponível em httpsdialnetuniriojaesservletarticulocodigo7861299 Acesso em 21 jun 2021 GOMES A L da Silva et al Integrando o termômetro de Kanitz e o modelo dinâmico de Fleuriet Revista cientifica de gestão e negócios Universidade Potiguar ano 4 n 2 fevjul2015 Disponível em httpsrepositoriounpbrindexphpconnexioarticleview915 Acesso em 21 jan 2021 GUIMARÃES A L de S NOSSA V Capital de giro lucratividade liquidez e solvência em operadoras de planos de saúde Brazilian Business Review Vitória v7 n2 p 40 63 2010b httpsdoiorg1015728bbr2010723 HOWARD J M The Aftermath of HMO insolvency considerations for providers Annals of Health Law v 4 p 87116 1995 KANITZ Stephen Charles Como prever falências São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 MONTEIRO A A S Fluxos de caixa e capital de giro uma adaptação do modelo de Fleuriet Pensar Contábil v 6 n 20 2015 Disponível em httpwwwatenaorgbrrevistaojs22308indexphppensarcontabilarticleview2360 Acesso em 21 jan 2021 NEVES JÚNIOR I J RODRIGUES D F LEITE L A Modelo Fleuriet estudo exploratório sobre a aplicação do modelo de análise dinâmica de capital de giro para a avaliação de desempenho de empresas brasileiras no 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aplicada no setor de saneamento Brazilian Journal of Development v 5 n 4 p 32663287 Curitiba Apr 2019 Disponível em httpsojsbrazilianjournalscombrojsindexphpBRJDarticleview1473 SILVA J P Administração de crédito e previsão de insolvência São Paulo Editora Atlas 1983 STOLLE C Desempenho dinâmico do capital de giro nas empresas de construção Civil brasileiras Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente XVIII ENGEMA Cidade Universitária São PauloSP 2016 Disponível em httpsengemauspsubmissaocombr18anaisarquivos321pdf