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Contabilidade Gerencial
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Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET DYNAMIC ANALYSIS OF BRAZILIAN RETAIL COMPANIES AN APPLICATION OF THE FLEURIET MODEL ROBERTO BRASILEIRO PAIXÃO MSc União Metropolitana de Educação e Cultura UNIME rbpaixaoyahoocombr ADRIANO LEAL BRUNI Dr Universidade Salvador UNIFACS albrunigmailcom ANDREW DRUMMOND MURRAY MSc Universidade Católica de Santos UNISANTOS adrummondyahoocombr MARCELO GARCIA Universidade Salvador UNIFACS marcelogarciaunifacsbr RESUMO Em uma realidade desfavorável em termos econômicos que apresenta restrições ao crédito sobretudo de longo prazo incertezas políticas alta carga tributária dentre outras características a gestão empresarial além de sua complexidade natural se torna um desafio ainda maior Sobretudo no setor comercial estas conseqüências mostramse bastante sensíveis aos resultados das empresas Conciliar o fluxo de caixa equilibrando o incremento das vendas da lucratividade e rentabilidade é uma tarefa árdua e que demanda por parte das organizações controles gerenciais e estratégicos Neste sentido a gestão do Capital de Giro possui um importante papel de forma a procurar minimizar os riscos inerentes às operações da empresa e garantir a estabilidade e perpetuidade do ciclo do negócio Ferramentas e técnicas de análise eficientes e efetivas são de fundamental importância para controlar e planejar as ações financeiras sejam de cunho operacional ou estratégico A Análise Dinâmica do Capital de Giro surge então com o intuito de prover aos gestores informações financeiras acerca da estrutura de financiamento da organização sua liquidez e sua gestão efetiva de caixa O presente estudo então demonstra as mais diferentes técnicas de análise dinâmica financeira através de pesquisa direcionada ao setor comercial nacional PalavrasChave Análise Dinâmica Capital de Giro e Fluxo de Caixa ABSTRACT In an unfavorable environment at least in economic terms that presents credits restrictions over all at long terms uncertainness of politic issues management beyond its owns challenges become an even harder activity In commercial segment companies results shows very tendency to those consequences Conciliate cash flow balancing profits to sales increases demands operational and strategic controls Under these conditions the administration of the flow capital has an important participation searching to minimize the several risks inherent to the companies operations in a way to guarantee the stability and perpetuation of the business cycle Effective and efficient analysis techniques are fundamental to the manager plan and control financials actions The Dynamic Analysis of Flow Capital appears planning to provide managers of financials information about capital structure cash flow and flow capital management The present study will demonstrate the different Dynamic Analysis techniques through research in the national commercial segment Keywords Dynamic Analysis Flow Capital and Cash Flow ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 200 1INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo transmitir sob um enfoque prático e dinâmico as principais técnicas relacionadas à administração do capital de giro e as conseqüências dos níveis de rentabilidade e lucratividade das empresas em relação à gestão desta importante aplicação de recursos sobretudo àquelas que pertencem ao segmento comércio De acordo com pesquisa sobre fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE em Agosto de 2004 os empresários apontam como a primeira causa para o fechamento de empresas a falta de Capital de Giro Mais especificamente em relação ao desequilíbrio entre as entradas e saídas de recursos ou seja o Fluxo de Caixa A mesma pesquisa relata que dentre os setores que apresentam os maiores índices de fechamento são de comércio e serviços No período referente à pesquisa ou seja os anos de 2000 2001 e 2002 dentre as empresa que fecharam 51 pertenciam ao comércio 46 à prestação de serviços e apenas 3 fazia parte do setor industrial Sendo assim o Problema de Pesquisa do estudo em questão é Qual o posicionamento das empresas do setor comercial nacional em relação à gestão do Capital de Giro e qual a associação entre a rentabilidade e lucratividade das mesmas com a eficiência na gestão do Saldo em Tesouraria O presente trabalho objetiva através da comparação de índices diversos traçar um perfil do setor comercial abordando de maneira ilustrativa a importância da gestão do Capital Circulante O artigo está organizado em cinco parte Na Introdução é apresentada a discussão inicial sobre o tema a contextualização da pesquisa a apresentação do problema e o objetivo principal Na parte 2 Referencial Teórico é apresentada a revisão bibliográfica da teoria que engloba o assunto Na parte 3 Metodologia é apresentada a modelagem metodológica da pesquisa Na parte 4 Análise do Resultados são apresentados os resultados e a análise dos índices Por fim na parte 5 são apresentadas as considerações finais 2REFERENCIAL TEÓRICO Inicialmente de forma simplificada podese dizer que Capital de Giro ou Capital Circulante são os recursos de uma determinada organização que possuem natureza de curto prazo Entendese curto prazo os Ativos de uma empresa que no período máximo de doze meses são transformados em dinheiro consumidos ou vendidos e por outro lado os Passivos que são exigidos dentro deste mesmo espaço de tempo Desta forma é correto mencionar conforme Augustini 1999 p 23 que a característica dominante dos recursos que totalizam o capital de giro é o curto espaço de tempo em que estes mesmos recursos são transformados em outros ativos Ou seja estoques transformamse em contas a receber que por sua vez transformase em disponível que é utilizado para a compra de matériaprima e assim por diante Sendo assim o tempo é o grande determinante do Capital de Giro de uma organização O nível de investimento necessário para a manutenção da solvência de uma empresa está intimamente interligado ao desequilíbrio temporal entre os elementos que compõem o Capital Circulante Segundo Assaf Neto e Silva 2002 p 15 caso não houvesse uma disparidade entre os prazos das contas do Ativo Circulante da empresa em ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 201 outras palavras os mesmos ocorressem de forma sincronizada não haveria a necessidade de se manter estes recursos de curto prazo É esta disparidade temporal que faz com que a gestão do Capital de Giro seja de real importância à administração de qualquer negócio Desta forma necessário se faz o controle e acompanhamento das evoluções nos níveis destes recursos bem como a análise dos motivos pelos quais ocorrem tais evoluções Em suma o Ativo Circulante Fixo de acordo com Assaf Neto 2003 p 468 é constituído por aplicações de recursos em giro que se repetem de maneira cíclica não apresentando modificações relevantes ao longo do tempo Por outro lado a parte sazonal do Ativo Circulante se congráfico por oscilações periódicas de maneira a atender flutuações no ritmo de atividade da organização A administração do Capital de Giro a reboque da divisão supramencionada preocupase com duas questões básicas 1 Quanto deveria ser investido nas contas do Ativo Circulante e 2 Como estas aplicações de curto prazo deveriam ser financiadas VIEIRA 2005 p 32 Assaf Neto 2003 p 452 defini Capital de Giro Líquido o CCL como sendo a diferença entre as aplicações de recursos de curto prazo e as fontes de recursos também de curto prazo Por outro lado Brasil e Brasil 2002 p 50 salienta que o CCL também pode ser obtido pela diferença entre o Patrimônio Líquido e o Exigível a Longo Prazo com o Ativo Permanente e o Realizável a longo prazo Sob a primeira interpretação Iudícibus 2000 p 54 afirma que o CCL demonstra a parte ou o quanto que o Ativo Circulante está comprometido com as obrigações de curto prazo No entanto sob a ótica da segunda interpretação o CCL representa a parcela de recursos de longo prazo que financia os investimentos em capital de giro Neste aspecto questões ligadas a decisões estratégicas como investimentos em Ativos Imobilizados rentabilidade dos ativos fontes de financiamento de longo prazo são colocadas em destaque fazendo com que a congráficoção do Capital de Giro Circulante se torne em uma análise muito mais ampla e complexa Tendo em vista a congráficoção de um Balanço Patrimonial o CCL pode se apresentar sob três formas Negativo Nulo e Positivo A forma pela qual a empresa financiou suas operações e a rentabilidade destas aplicações determina a maneira pela qual o Capital de Giro Líquido será definido Ainda em relação ao Capital de Giro Líquido existe um desdobramento de sua fórmula inicial que gera um outro importante indicador o Capital de Giro Próprio ou CGP ASSAF NETO 2003 p 454 Enquanto que para o cálculo do CCL se utilizavam todas as fontes de longo prazo subtraindose de todas as aplicações também de longo prazo no CGP as fontes de longo prazo utilizadas para o cálculo deverão ser aquelas que pertencerem exclusivamente à empresa ou pelo menos aos seus acionistas ou seja o Patrimônio Líquido Este indicador demonstra o volume de recursos próprios que a empresa possui aplicado em seu Ativo Circulante Capital de Giro daí a denominação de Capital de Giro próprio A análise entre os ativos de curto prazo e os passivos de curto prazo é chamada de análise de liquidez Existem muitas formas de mensurar o grau de liquidez em que uma empresa se encontra Dentre essas metodologias podese mencionar a análise de liquidez estática que segundo Assaf Neto 2002 p 171 indica a posição financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos e obrigações seja para com terceiros ou os acionistas A análise do resultado ou seja do quociente obtido quando maior que zero significa o número de vezes que a estrutura financeira da empresa é capaz de cobrir as despesas financeiras ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 202 Como a própria denominação da análise estática menciona estes quocientes não levam em consideração o montante e a época em que ocorrerão os desembolsos mas apenas posicionam a liquidez da organização em determinado momento ASSAF NETO 2003 p 107 A análise se dá de forma a perceber a empresa como uma atividade finita sem considerar que a mesma seguirá seus ciclos operacionais continuamente A análise financeira dinâmica das empresas tem como base principal a consideração de um importante fator para qualquer tipo de organização o tempo Segundo Brasil e Brasil 2002 p 17 o tempo é o mais importante dos insumos Durante a consecução das atividades normais das empresas ou seja de seu Ciclo Operacional as mesmas realizam aplicações que tem por objetivo apoiar à continuidade deste ciclo Essas aplicações caracterizamse por fazerem parte das operações da empresa sendo assim denominadas de cíclicas ou operacionais Por outro lado existem aplicações e ou fontes de recursos que se caracterizam por não possuir ligação direta com a operacionalização da organização apesar de se apresentarem em curtos prazos Estas contas normalmente de caráter financeiro então são denominadas de Erráticas ou Táticas Por fim existem ainda aquelas contas de natureza de longo prazo denominadas de Estratégicas VIEIRA 2005 p 72 Tendo em vista as nomenclaturas supramencionadas e de acordo com Brasil e Brasil 2002 p 5 um dos prérequisitos para a compreensão e elaboração de uma análise financeira com foco na dinâmica das organizações e em sua liquidez é que se observe o Balanço Patrimonial e suas contas de uma maneira um pouco diferente Para Fleuriet 2003 p 7 as contas do Balanço Patrimonial devem ser classificadas de acordo com a realidade dinâmica das empresas agrupandoas conforme os ciclos da mesma Sob este enfoque Brasil e Brasil 2002 p 05 afirmam que devese discriminar as contas contábeis em três grandes grupos Operacional ou Cíclico que guardam relações diretas com a operação da empresa Financeiro ou Tático que possuem características de cunho financeiro e Estratégico que possuem características de investimentos e fontes de longo prazo É importante mencionar que a nova classificação das contas do balanço dependerá da estrutura contábil da empresa de seu processo produtivo de sua área de atuação dentre outras características Isso faz com que o analista interno tenha algumas vantagens sobre o externo em termos de precisão na classificação das contas contábeis BRASIL e BRASIL 2002 p 6 Por outro lado podese dizer que existe uma generalização quanto a esta classificação de acordo com o modelo proposto por Fleuriet 2003 p 27 Sob o enfoque dinâmico o CCL pode ser definido como sendo o Passivo Estratégico menos o Ativo Estratégico FLEURIET 2003 p 11 O Ciclo de Caixa ou seja o período compreendido entre o pagamento da matéria prima e o recebimento da venda faz com que haja uma necessidade permanente de aplicação de recursos no curto prazo denominada de Necessidade de Capital de Giro NCG Investimento Operacional em Giro IOG ou Necessidade de Investimento em Giro NIG FLEURIET 2003 p 7 Seguindo ainda o conceito do Ciclo de Caixa Vieira 2005 p 78 assevera que o próprio desenvolvimento das operações de uma empresa provoca o surgimento de aplicações e fontes de ordem operacional Quando as aplicações cíclicas superam as fontes da mesma natureza surge um superávit em investimentos operacionais A este superávit denominouse de Necessidade de Capital de Giro ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 203 A metodologia de cálculo da NCG é bastante simples bastando subtrair as aplicações operacionais pelas fontes operacionais ou seja o Ativo Operacional do Passivo Operacional A análise dinâmica percebe a empresa como um organismo vivo que deseja infinitamente manter suas operações comerciais BRASIL e BRASIL 2002 p 1 Desta forma a mensuração da liquidez de uma organização utilizandose apenas do conceito do CCL não é suficiente É necessário comparar a capacidade que a empresa possui em gerar recursos com a necessidade de recursos que suas operações demandam em outras palavras comparar o CCL com a NCG A diferença entre o Capital de Giro fonte de recurso e a Necessidade de Capital de Giro aplicação de recurso determina o Saldo em Tesouraria SILVA 2001 p 371 O Saldo de Tesouraria corresponde ao CCL subtraído da NCG Através do agrupamento dos três principais indicadores que constituem o alicerce para a análise financeira de uma empresa sob o enfoque dinâmico CCL NCG e ST podese chegar aos seis modelos de balanços apresentados por Fleuriet 2003 p 15 As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo I apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Esta estrutura financeira é desequilibrada não apresentando liquidez Além de possuir necessidade positiva de capital de giro o CCL da organização encontrase negativo A situação de uma empresa neste modelo é preocupante pois toda estrutura que apresenta um Ciclo Operacional positivo apresenta uma NCG proporcional ao crescimento ou diminuição das vendas ou seja aumento de vendas faz com que haja um aumento em IOG e viceversa Brasil e Brasil 2002 p 33 Desta forma incrementar vendas para melhorar resultados pode ser uma alternativa arriscada A necessidade por recursos de terceiros de curto prazo é explícita fazendo com que haja uma contínua procura por empréstimos onerosos que por sua vez deteriora as margens de rentabilidade Corresponde a uma estrutura com alto risco de falência As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo II apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Neste tipo os recursos originários da Necessidade de Capital de Giro negativa fonte de recursos adicionados às fontes erráticas de recursos ST 0 financiam o Capital de Giro Líquido Negativo O risco à empresa é bastante grande devido à dependência da mesma quanto à fonte de recurso originada pelo Ciclo de Caixa negativo Mudanças na conjuntura econômica e ou no segmento explorado podem trazer conseqüências desastrosas à empresa VIEIRA 2005 p 109 As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo III apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Da mesma forma que o tipo anterior a NCG negativa passa a ser uma fonte de recurso Apesar da empresa financiar seu Ativo permanente através de fontes de curto prazo o ganho da mesma em seu ciclo de caixa negativo é suficiente para financiar este saldo negativo em CCL gerando um Saldo em Tesouraria positivo Os riscos inerentes a este modelo referemse à total dependência da eficácia na gestão do ciclo de caixa VIEIRA 2005 p 109 As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo IV apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Neste tipo de congráficoção do Balanço Patrimonial o Saldo de Tesouraria da empresa deixa de se congráficor como uma aplicação de recursos Ativo e passa a ser uma fonte de financiamento Passivo dos investimentos operacionais em giro BRASIL e BRASIL 2002 p 32 Empresas que se encontram nesta situação normalmente necessitam de financiamentos oriundos do mercado financeiro a fim de equilibrar seu Ciclo Financeiro Isso ocorre porque apesar de possuir uma liquidez aparente CCL maior que zero a ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 204 organização não gera recursos suficientes para financiar toda a Necessidade de Capital de Giro Normalmente as empresas acabam por se tornar mais dependentes de empréstimos de curto prazo ASSAF NETO 2002 p 198 As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo V apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Tratase de uma estrutura de baixo risco pois apresenta uma certa folga financeira devido a uma maior geração de recursos operacionais em relação a sua demanda conseqüentemente resultando em um Saldo em Tesouraria positivo ASSAF NETO 2002 p 196 Para essas estruturas o crescimento das vendas seja inflacionário e ou real provoca invariavelmente um aumento na Necessidade de Capital de Giro pois o Ciclo Financeiro da empresa é positivo BRASIL E BRASIL 2002 p 32 Neste aspecto o acompanhamento das variações no CCL e na NCG se faz necessário E por último as empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo VI apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Empresas que se congráficom neste caso não apresentam um Ciclo Financeiro positivo ou seja a organização recebe por suas vendas antes de pagar por seus custos Atualmente esse modelo é raro aplicandose em poucos casos a supermercados FLEURIET 2003 p 16 A situação financeira da empresa é favorável pois além de apresentar liquidez não necessita de aplicações permanentes em Capital de Giro o que determina uma folga financeira O risco apresentado por empresas nesta situação é o perigo de uma brusca redução nas vendas pois desta forma a tendência é que haja uma variação maior na NCG do que no CCL tendo como conseqüência variações negativas no ST FLEURIET 2003 p 18 Uma das maneiras de controlar os níveis da Necessidade de Capital de Giro de uma empresa ao longo de determinado período de tempo encontrase na elaboração do Fluxo de Caixa Operacional O FCO é o elo de ligação entre a nova classificação funcional do Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultados do exercício BRASIL e BRASIL 2002 p 21 De uma maneira geral podese dizer que o FCO é obtido pela diferença entre as entradas operacionais pelas saídas operacionais BRASIL e BRASIL 2003 p 21 O Fluxo de Caixa Operacional retrata as entradas e saídas de caixa relacionadas diretamente com a operação da empresa Tendo então o Lucro Bruto Operacional como o resultado contábil que mais se aproxima a esse conceito podese acrescentar o elo de ligação entre o Demonstrativo de Resultado e Balanço através da NCG BRASIL e BRASIL 2002 p 23 A diferença entre as saídas e entradas operacionais em dois períodos destinos nada mais é do que a variação na NCG neste mesmo período Logo corresponde ao lucro bruto operacional subtraído da variação da necessidade de capital de giro Esta medida é importante pois através da utilização exclusiva das contas cíclicas permite visualizar o desempenho da empresa frente suas operações e sua administração do ciclo financeiro VIEIRA 2005 p 184 Afora a necessidade de averiguar o desenvolvimento do nível nos Investimentos Operacionais em Giro um outro importante indicador para verificar a saúde financeira da empresa é conhecido como Autofinanciamento Segundo Fleuriet 2003 p 18 o Autofinanciamento pode ser comparado ao motor da empresa pois é a parcela de recursos livres gerada pela mesma capaz de financiar os investimentos e às adaptações necessárias para manter o crescimento equilibrado das operações da organização em um ambiente de concorrência Visualizando as características de cada uma das operações realizadas pelas empresas e aliando estas características ao conceito de Autofinanciamento temse que o Autofinanciamento corresponde ao LBO menos ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 205 as operações de Repartição Estas últimas são as realizações de pagamentos e o recebimento de receitas que não fazem parte do Ciclo Operacional Isso indica que quando o Lucro Operacional exceder às operações de repartição a empresa obtém recursos internos para financiar suas operações de investimento FLEURIET 2003 p 23 É neste ponto que se concentra a importância do controle e acompanhamento deste índice Para Fleuriet 2003 p 26 a fim de garantir o equilíbrio financeiro de uma empresa a mesma deve controlar o aumento do Capital de Giro Líquido em função do aumento da Necessidade de Capital de Giro evitando Saldos em Tesouraria Negativos O autofinanciamento então funciona como um moderador do nível de investimento que a empresa pode realizar evitando aplicações excessivas a longo prazo em outras palavras evitando diminuições do CGL desproporcionais aos níveis do Autofinanciamento ou da NCG Empresas que possuem objetivos de crescimento não podem negligenciar a existência do Autofinanciamento Situações que demonstram insuficiências neste aspecto representam uma maior necessidade pela utilização de recursos de terceiros para financiar a expansão desejada O Autofinanciamento é um fator essencial para o crescimento do Capital de Giro VIEIRA 2005 p 187 Ao relacionar o CCL com a NCG conforme demonstrado anteriormente obtémse o valor do Saldo em Tesouraria Este índice demonstra então a folga financeira que uma empresa obteve através de suas operações fornecendo uma importante informação acerca da liquidez da organização Uma das preocupações dos gestores deve ser o de acompanhar os níveis dos saldos em tesouraria a fim de manter uma estrutura financeira adequada FLEURIET 2003 p 37 Isso porque a presença de saldos negativos demonstra que a empresa necessita de empréstimos onerosos seja de bancos ou de qualquer outra instituição financeira Além de incorrer com os custos financeiros da operação a necessidade destes recursos de terceiros é agravada quando por motivos diversos os agentes financeiros não renovam estes empréstimos Quando uma empresa ao longo de consecutivos exercícios apresenta saldos em tesouraria negativos ou seja as variações em CCL forem inferiores às variações em NCG ocorre o que se denomina de Efeito Tesoura SILVA 2001 p 393 Segundo Feluriet 2003 p 38 o Efeito Tesoura ocorre principalmente quando as vendas da empresa crescem a taxas elevadas e a relação entre o quociente NCG sobre vendas é mais elevada do que o Autofinanciamento sobre vendas Logo Tendência ao Efeito Tesoura Vendas Autofinanciamento Vendas NCG Equação 1 De maneira mais descritiva Silva 2001 p 393 descreve outras razões que apesar de estarem contidas no conceito apresentado podem fazer com que a empresa entre no Efeito Tesoura como a Elevado Ciclo Financeiro b Alto nível de imobilização e c Apresentação de prejuízos operacionais De maneira um pouco mais analítica Vieira 2005 p 123 demonstra oito situações que podem fazer com que a empresa entre no Efeito Tesoura sendo a Crescimento muito elevado de vendas b Investimentos elevados com retornos a longo prazo c Crescimento expressivo no ciclo financeiro d Baixa geração de lucros e Investimentos com baixos retornos f Inflação elevada g Distribuição de resultados elevada com alto percentual de dividendos e h Redução das vendas ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 206 Existem diversos modelos matemáticos que procuram definir através da adoção de algumas premissas o nível máximo que uma empresa pode apresentar de crescimento em suas vendas Apesar de simples e de fácil aplicabilidade esta abordagem pela análise de taxas limites de crescimento é estática no que se refere às escolhas das premissas pois ao longo de certo período estas premissas podem sofrer grandes alterações além de que a busca pela viabilização de um maior crescimento é tida como prioritária em detrimento ao respeito pelas taxas calculadas VIEIRA 2005 p 253 Sendo assim podese dizer que com a finalidade de manter o crescimento da empresa de forma a não implicar em alterações negativas em sua estrutura financeira e de Capital de Giro existem duas forma básicas de planejamento VIEIRA 2005 p 253 a Identificação de taxas limites de crescimento b Identificação de estruturas que permitam que a empresa supere os limites de crescimento De maneira geral independente de qualquer outra coisa para Fleuriet 2003 p 38 a fim de manter o equilíbrio do Saldo em Tesouraria e assim evitar o efeito tesoura a regra básica é que o crescimento da Necessidade de Capital de giro em relação às vendas não seja superior à taxa de Autofinanciamento da empresa Vendas Autofinanciamento Vendas NCG Equação 2 Apesar de se apresentar como uma regra básica o modelo supracitado apresenta uma taxa de crescimento para a empresa tendo como premissa de que existem apenas as fontes geradas pelo Autofinanciamento e que nenhuma outra aplicação investimento que não àquelas relacionada ao Ciclo Financeiro será realizada Neste contexto Vieira 2005 p 266 apresenta outros modelos complementares que permitem aumentar o nº de variáveis para o cálculo do crescimento máximo Um destes modelos permite calcular o crescimento máximo de uma organização sem que haja alteração no nível do Saldo em Tesouraria tendo como variáveis o aumento das vendas do ciclo financeiro de outros investimentos e de outras fontes de recursos 2 1 Outras A F Outras 2 Taxa de cresciment o C1 C2 Aut C Aut V C Aut Equação 3 Onde C1 corresponde ao Ciclo Financeiro Atual NCG VDS C2 ao Ciclo Financeiro Modificado Aut à Taxa de Autofinanciamento Autofinanciamento vendas Outras F correspondem às Outras Fontes Outras A às Outras Aplicações Seja qual for o modelo utilizado a valia da elaboração desta análise é a oportunidade que é gerada para a formulação de um planejamento mais consistente antecipando dificuldades oferecendo aos analistas mais informações possibilitando a tomada de decisões de maneira mais sólida A análise financeira através dos índices de lucratividade e de rentabilidade busca demonstrar o retorno proporcionado pelas vendas pela utilização do Ativo e pela utilização do capital próprio GITMAN 1997 p 120 É uma maneira de visualizar algum tipo de resultado da empresa líquido operacional bruto em confronto com o faturamento com o montante investido em Ativo e com o valor aplicado pelos sócios Dentre as inúmeras formas de se avaliar a rentabilidade de uma organização podese destacar a Margem Bruta a Margem Operacional a Margem Líquida o Retorno sobre o Ativo Retorno sobre Investimento e o Retorno do Patrimônio Líquido ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 207 A margem de lucro sobre vendas indica o quanto em termos percentuais a empresa obtém para cada unidade monetária de venda MATARAZO 1998 p 183 Para seu cálculo podem ser utilizados os diversos tipos de lucro obtidos pela empresa líquido operacional bruto O Retorno sobre o Ativo ROA é uma medida que quantifica o resultado que o investimento em Ativo proporcionou à empresa Em sua metodologia o Lucro utilizado é o Operacional antes das Despesas Financeiras Sendo assim este índice indica se as aplicações da organização estão gerando resultados superiores ou não aos custos das dívidas onerosas da mesma KASSAI 1999 p 158 Para Assaf Neto 2003 p 113 o ROA pode ser interpretado como um limite em relação à captação de recursos financeiros para financiar suas atividades já que toda vez que o custo destas dívidas forem superior ao Retorno do Ativo a empresa estará sendo remunerada a taxas inferiores às cobradas pelos credores O Retorno sobre Capital Próprio ROE indica o retorno obtido pelos investimentos realizados pelos cotistas da empresa ROSS WESTERFIELD e JORDAN 2002 p 86 Desta forma sua metodologia de cálculo utilizase da parcela do lucro que é de direito do acionista ou seja o Lucro Líquido após o Imposto de Renda e por outro lado os investimentos realizados pelos proprietários da companhia o Patrimônio Líquido O Retorno sobre o investimento é de acordo com Assaf Neto 2003 p 113 uma alternativa ao cálculo do ROA Sabendose que o Retorno do Ativo envolve todas as aplicações realizadas pela empresa o ROI em sua metodologia utilizase apenas da parcela do Ativo levantado unicamente pela empresa aqui classificado como investimento O montante deste investimento é obtido através do Ativo Total excluído o Passivo de Funcionamento que para Kassai 1999 p 158 equivale às obrigações nãoonerosas da empresa tais como Fornecedores impostos salários dividendos a pagar contas a pagar dentre outras que por si só não geram encargos financeiros 3 METODOLOGIA O presente estudo a fim de elucidar o problema de pesquisa apresentado possui como metodologia a comparação dos indicadores de liquidez e rentabilidade previamente apresentados de diferentes empresas do segmento proposto Os critérios de seleção dos dados coletados levaram em consideração a natureza da proposta do estudo seu tema e seu problema de pesquisa a disponibilidade de informações e a padronização dos elementos contábeis Sendo assim foram coletados os dados de empresas do segmento comércio que atuam no território brasileiro e que publiquem seus Balanços Patrimoniais bem como suas outras peças contábeis na Comissão de Valores Mobiliários CVM Com a finalidade de melhor analisar a situação contábil financeira de cada empresa presente neste estudo foram utilizados os demonstrativos dos três últimos exercícios fiscais ou seja as peças contábeis de trinta e um de dezembro dos anos de 2002 2003 e 2004 ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 208 Razão Social Área de Atuação Segmento Situação Controle Bompreço Bahia SA Comércio varejista Supermercados operacional Nacional Marisol SA Comércio varejista Vestuário operacional Nacional Lojas Americanas SA Comércio varejista Departamentos operacional Nacional Lojas Hering SA Comércio varejista Vestuário operacional Nacional Lojas Renner SA Comércio varejista Departamentos operacional Nacional Cia Brasileira de Distribuição SA Comércio varejista Supermercados operacional Nacional Distribuidora Ipiranga SA Comércio varejista e Atacadista Combustíveis operacional Nacional Dimed SA Distribuidora de Medicamentos Comércio varejista e Atacadista Medicamentos operacional Nacional Drogasil SA Comércio varejista e Atacadista Medicamentos operacional Nacional Natura Comércio varejista e Atacadista Medicamentos operacional Nacional Quadro 1 Classificação das empresas objeto de análise Fonte elaborado pelos autores Em seguida foi elaborada a tabulação destes dados a fim de se obter o cálculo de cada um dos itens apresentados Indicador Descrição Análise CDG Capital de Giro Líquido Capital de Giro NCG Necessidade de Capital de Giro Capital de Giro ST Saldo em Tesouraria Capital de Giro Margem Margem de Lucro Rentabilidade Contábil ROA Retorno Sobre o Ativo Rentabilidade Contábil ROE Retorno sobre o Patrimônio Líquido Rentabilidade Contábil ROI Retorno sobre o investimento Rentabilidade Contábil FCO Fluxo de Caixa Operacional Fluxo de caixa LI Liquidez Imediata Liquidez LS Liquidez seca Liquidez LC Liquidez Corrente Liquidez Quadro 2 Indicadores e índices para análise Fonte elaborado pelos autores Para a obtenção de cada um dos indicadores supramencionados foi feita a reclassificação das rubricas contábeis de cada uma das empresas objeto desta análise a fim de obter classificação sob o enfoque dinâmico As médias de cada indicador e elemento contábil foram realizadas de forma ponderada tendo como base de ponderação a Receita Operacional Líquida Para o cálculo da Rentabilidade do Ativo e das margens operacionais foi utilizado lucro operacional excluindose os efeitos das despesas e receitas financeiras 4ANÁLISE DOS DADOS Em relação à estruturação do Balanço Patrimonial frente à composição dos três principais indicadores da Análise Dinâmica o Capital de Giro a Necessidade de Capital de giro e o Saldo em Tesouraria durante todo o período da análise observase uma preponderância pela estruturação do Balanço Patrimonial Dinâmico do ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 209 Tipo IV Conforme mencionado este modelo caracterizase por apresentar Ciclo Financeiro positivo demandando recursos de capital de giro que são financiados por uma composição de recursos de longo e curto prazo A segunda estrutura mais observada na amostra em questão é a do Balanço Patrimonial do Tipo V A única diferença entre estas duas estruturas IV e V referese apenas a respeito do Saldo em Tesouraria Enquanto no modelo IV o mesmo apresentase negativo fonte de recurso no modelo V demonstrase positivo aplicação de recurso A evolução durante o período analisado demonstra que além destas duas estruturas serem as mais vigentes em todos os anos as mesmas em detrimento do decrescimento dos demais modelos obtiveram um certo crescimento Gráfico 1 Evolução da Estrutura Dinâmica 000 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 2002 2003 2004 Evolução da Estrutura Dinâmica Tipo 01 Tipo 02 Tipo 03 Tipo 04 Tipo 05 Tipo 06 Fonte elaborado pelos autores A evolução dos modelos IV e V é comprovado pela gráfico 2 apresentando a evolução da média ponderada de cada um dos indicadores nos três anos em questão Observase o aumento do Capital de Giro e conseqüentemente o aumento do Saldo em Tesouraria A presença do Tipo III em 2004 é demonstrada pela curva em declive da NCG a ponto de apresentar empresas com Ciclo Financeiro negativo e por outro lado Capital de giro positivo ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 210 Gráfico 2 Evolução Indicadores Dinâmicos Evolução indicadores dinâmicos 400000 300000 200000 100000 100000 200000 300000 400000 500000 2002 2003 2004 CG NCG ST Fonte elaborado pelos autores Fato ocorrido em 2003 é uma sensível redução do Capital de Giro e do Saldo em Tesouraria mesmo tendo o período apresentado redução necessidade de Capital de Giro Alguns fatores podem ser importantes para a explicação deste fato dentre eles a aumento do Ativo Estratégico sobretudo do Realizável a Longo Prazo b diminuição do Passivo Estratégico sobretudo do Exigível a Longo Prazo c diminuição do Ativo Tático redução da liquidez imediata d diminuição das Margens de Lucro Operacional e Líquida A permanência do decrescimento do nível de Necessidade de Capital de Giro se deve principalmente a uma crescente diminuição do Ciclo Operacional Financeiro sobretudo em relação às diminuições dos períodos de Contas a Receber e Estoques em contrapartida a uma maior manutenção das Contas a Pagar Gráfico 3 Evolução do Ciclo Operacional Equivalente 1000 2000 3000 4000 5000 6000 2002 2003 2004 Evolução do Ciclo Operacional Equivalente Em dias de vendas Cts a receber Estoque Fornecedor ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 211 Fonte elaborado pelos autores Em relação à lucratividade do setor nos anos de 2002 2003 e 2004 respectivamente a porcentagem de organizações que apresentavam lucratividade líquida positiva foi de 6000 8000 e 9000 Apesar de constatação acima a média do segmento em relação às margens de lucratividade em 2003 apresentou uma queda relativa a 2002 de 844 para a Margem Líquida e 3184 para a margem operacional Este paradoxo entre um maior número de empresas apresentando margens positivas enquanto que a média do setor em 2003 diminui ocorre pelo fato de que as duas maiores empresas em termos de faturamento líquido Americanas e Pão de Açúcar apresentaram neste período uma redução em sua lucratividade líquida Em relação aos indicadores de rentabilidade ROA e ROE as empresas objeto do presente estudo apresentaram os resultados visualizados na gráfico 4 Gráfico 4 Evolução ROA e ROE Positivos 000 2000 4000 6000 8000 10000 2002 2003 2004 Evolução de empresas com Rentabilidade Econômica positiva ROA 0 ROE 0 Fonte elaborado pelos autores Os indicadores de rentabilidade sobre o Ativo e Patrimônio Líquido demonstram que as empresas do segmento possuem resultados contábeis lucro suficientes para manter seus investimentos rentáveis Gráfico 1 Evolução Rentabilidade 000 200 400 600 800 1000 1200 2002 2003 2004 Evolução Rentabilidade ROA ROE Fonte elaborado pelos autores ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 212 Excetuandose pelo ROA no período de 2002 para 2003 quando houve redução no Lucro Operacional Médio do segmento os indicadores de rentabilidade são positivos e crescentes Estabelecer uma relação entre a gestão do capital de Giro e a rentabilidade econômica é sobretudo realizar comparações Sendo assim são apresentados os comparativos entre os resultados médios da gestão financeira Saldo em Tesouraria das empresas em estudo com os retornos contábeis obtidos pelas mesmas Na gráfico 6 nos anos de 2002 a 2004 das empresas que apresentavam Saldo em Tesouraria positivo 3000 4000 e 4000 respectivamente apresentavam ROA positivo Gráfico 2 Evolução Comparativa ST e ROA 000 2000 4000 6000 8000 10000 2002 2003 2004 Evolução de empresas com ROA e ST positivos ST 0 ROA 0 ST 0 e ROA 0 Fonte elaborado pelos autores A gráfico 7 demonstra ao longo do período analisado que à medida que um maior número de empresa apresentam ROE positivo existe um maior número de empresa que também apresentam ST maior que zero Gráfico 3 Evolução Comparativa ROE e ST 000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 2002 2003 2004 Evolução de empresas com ROE e ST positivos ST 0 ROE 0 ST 0 e ROE 0 Fonte elaborado pelos autores As gráficos de 8 a 10 demonstram que apesar de existir uma certa tendência do Saldo em Tesouraria em acompanhar determinadas variações decorrentes das margens e lucratividades apresentadas pela empresa ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 213 apresentar indicadores de lucratividade contábeis positivos não garantem Saldos em Tesouraria também positivos Gráfico 4 Evolução Indicadores Rentabilidade e ST Evolução Indicadores de Rentabilidade e o Saldo Tesouraria 000 200 400 600 800 1000 1200 2002 2003 2004 300000 250000 200000 150000 100000 50000 ROE ROA ST Fonte elaborado pelos autores Gráfico 5 Evolução Indicadores Lucratividade e ST Evolução Indicadores de Lucratividade e o Saldo Tesouraria 000 100 200 300 400 500 600 700 800 2002 2003 2004 300000 250000 200000 150000 100000 50000 M líquida M Operacional ST Fonte elaborado pelos autores Gráfico 6 Evolução Lucros e ST Evolução Lucros e Saldo Tesouraria 400000 300000 200000 100000 100000 200000 300000 400000 2002 2003 2004 Lucro Líquido Lucro Operacional Saldo Tesouraria Fonte elaborado pelos autores ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 214 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo teve como objetivos apresentar a situação financeira das empresas do setor Comercial de acordo com a gestão dinâmica do Capital de Giro e identificar a relação entre a rentabilidade econômicacontábil das mesmas com a eficiência na gestão do Saldo em Tesouraria no período compreendido entre os anos de 2002 a 2004 Em relação ao posicionamento das empresas objeto deste estudo de acordo com as seis congráficoções apresentadas constatase que a maioria das empresas em todos os anos apresenta estrutura do tipo IV ou seja Capital de Giro Líquido e Necessidade de Capital de Giro positiva enquanto que o Saldo em Tesouraria é negativo Esta estrutura demonstra que mesmo através de um bom desempenho na gestão de seu Ciclo Operacional NCG decrescente o setor apresenta a necessidade de obter fontes de recursos onerosas de curto prazo A média do Saldo em Tesouraria negativo Fonte de Recursos presente em todos os três períodos analisados relata esta situação Notase ainda uma melhora na gestão da Necessidade de Capital de Giro por parte das empresas presentes na pesquisa o que demonstra uma evolução administrativa e ou conjuntural em relação à manutenção dos Ciclos Operacionais e de Caixa Equivalentes As melhoras nas condições de pagamento e a diminuição nos prazos de estoque refletem esta realidade De acordo com os dados apresentados a presença do ST negativo em todos os períodos pode ter sua explicação no fato do setor apresentar margens de lucratividade insuficientes apesar de positivas para manter a constante presença de uma Necessidade por Investimento Operacional em Giro positiva O ano de 2003 apresenta uma característica interessante para setor pois apesar de a NCG sofrer uma significativa redução o ST também decai É interessante observar que as margens de lucratividade também sofrem reduções no período Outras razões para que tal situação ocorresse no ano em questão são redução do Exigível a Longo Prazo e Aumento do Realizável a Longo Prazo Em outras palavras variações positivas no Ativo Estratégico contra variações negativas no Passivo Estratégico com conseqüências negativas ao Capital de Giro Líquido Ainda em relação ao posicionamento do setor comercial em relação à congráficoção de sua estrutura dinâmica observase que ao decorrer do período analisado ocorre o crescimento no número de empresas que apresentam o balanço dinâmico do Tipo V Esta constatação retrata as conseqüências das melhoras na gestão dos ciclos sobretudo entre os anos de 2003 e 2004 Esta maior eficiência fez com que um maior número de empresas começassem a apresentar Saldos em Tesouraria positivos Seja devido a uma tendência da conjuntura econômica do país seja devido ao desenvolvimento de técnicas de gestão de seus ativos o setor demonstra um crescimento positivo quanto a sua gestão do Capital de Giro sobretudo em relação ao Ciclo Operacional Em referência à relação entre a rentabilidade lucratividade contábil com a eficiência na manutenção de Saldos em Tesouraria as constatações obtidas na presente análise permitem afirmar que existe uma relação direta entre os indicadores de lucratividade com o nível apresentado pelos Saldos em Tesouraria Isto não significa dizer que a manutenção de índices de rentabilidade positiva seja suficiente para a empresa apresentar Saldos em Tesouraria positivos Inúmeros outros fatores tais como a gestão do Ciclo Operacional e de Caixa e a ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 215 forma de estruturar o capital da empresa balanceamento entre fontes e usos de recursos são de grande valia para a determinação da posição do ST O que podese observar é que o Saldo em Tesouraria apresenta variações em sentidos proporcionais às variações demonstradas pelas margens ou seja pelo nível relativo de lucro auferido pela empresa Por outro lado variações absolutas no Lucro sobretudo o Lucro Líquido não garantem variações de mesma característica no Saldo em Tesouraria Isto pôde ser observado quando da comparação entre a curva do Lucro Líquido com a do ST mostrando que em 2003 mesmo com variação positiva do resultado líquido médio do setor a observação foi de decrescimento do ST As variações nas receitas auferidas no incremento em investimentos em Ativo ou a aplicação de recursos advindos dos sócios afetam de forma significativa a movimentação do nível de Capital de Giro que por sua vez implica em alterações no ST É devido a este interrelacionamento entre resultado e aplicação de recursos que a análise somente pelo resultado auferido pela empresa pode não apresentar relação proporcional com as variações em ST Apesar da análise com os índices de lucratividaderentabilidade a princípio apresentarem esta mesma problemática devido ao fato dos mesmos utilizarem mais de uma variável lucro e mais uma em seu cálculo a relação apresentouse de maneira mais significativa pelo menos em relação ao sentido de crescimento eou decrescimento É importante frisar ainda que apesar da manutenção de Saldos em Tesouraria possuir associação com os níveis de lucratividade esta constatação indica apenas que os mesmos são importantes mas não únicas fontes de recursos para o Capital de Giro Por fim com o objetivo de explicitar a resposta aos questionamentos propostos podese afirmar que em relação ao posicionamento dinâmico do capital de Giro as empresas apresentaram em sua maioria a estrutura do tipo IV e em relação à associação entre rentabilidade contábil com a eficiência da gestão do saldo em tesouraria a mesma apresenta uma relação direta ressalvados os comentários supramencionados REFERÊNCIAS ASSAF NETO A Estrutura e Análise de Balanços São Paulo Atlas 2002 SILVA C A T Administração do Capital de Giro São Paulo Atlas 2002 Finanças Corporativas e Valor São Paulo Atlas 2003 AUGUSTINI C A Capital de Giro São Paulo Atlas 1999 BRASIL H A BRASIL H G Gestão Financeira das Empresas Um Modelo Dinâmico Rio de Janeiro Qualitymark 2002 FLEURIET M KEHDY R BLANE G O Modelo Fleuriet A Dinâmica das empresas Brasileiras Rio de Janeiro Campus 2003 GITMAN l J Princípios de administração Financeira São Paulo Harbra 1997 IUDÍCIBUS S Curso de contabilidade para não contadores São Paulo Atlas 2000 MATARAZZO D C Análise Financeira de Balanços São Paulo Atlas 1998 ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 216 ROSS S A WESTERFIELD R W JORDAN B D Princípios de Administração Financeira São Paulo Atlas 2002 SEBRAE Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil Brasília Sebrae 2004 SILVA J P Análise Financeira das Empresas São Paulo Atlas 2001 VIEIRA M V Administração Estratégica do Capital de Giro São Paulo Atlas 2005 KASSAI J R Retorno de Investimento Abordagem Matemática e Contábil do Lucro Operacional São Paulo Atlas 1999
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Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET DYNAMIC ANALYSIS OF BRAZILIAN RETAIL COMPANIES AN APPLICATION OF THE FLEURIET MODEL ROBERTO BRASILEIRO PAIXÃO MSc União Metropolitana de Educação e Cultura UNIME rbpaixaoyahoocombr ADRIANO LEAL BRUNI Dr Universidade Salvador UNIFACS albrunigmailcom ANDREW DRUMMOND MURRAY MSc Universidade Católica de Santos UNISANTOS adrummondyahoocombr MARCELO GARCIA Universidade Salvador UNIFACS marcelogarciaunifacsbr RESUMO Em uma realidade desfavorável em termos econômicos que apresenta restrições ao crédito sobretudo de longo prazo incertezas políticas alta carga tributária dentre outras características a gestão empresarial além de sua complexidade natural se torna um desafio ainda maior Sobretudo no setor comercial estas conseqüências mostramse bastante sensíveis aos resultados das empresas Conciliar o fluxo de caixa equilibrando o incremento das vendas da lucratividade e rentabilidade é uma tarefa árdua e que demanda por parte das organizações controles gerenciais e estratégicos Neste sentido a gestão do Capital de Giro possui um importante papel de forma a procurar minimizar os riscos inerentes às operações da empresa e garantir a estabilidade e perpetuidade do ciclo do negócio Ferramentas e técnicas de análise eficientes e efetivas são de fundamental importância para controlar e planejar as ações financeiras sejam de cunho operacional ou estratégico A Análise Dinâmica do Capital de Giro surge então com o intuito de prover aos gestores informações financeiras acerca da estrutura de financiamento da organização sua liquidez e sua gestão efetiva de caixa O presente estudo então demonstra as mais diferentes técnicas de análise dinâmica financeira através de pesquisa direcionada ao setor comercial nacional PalavrasChave Análise Dinâmica Capital de Giro e Fluxo de Caixa ABSTRACT In an unfavorable environment at least in economic terms that presents credits restrictions over all at long terms uncertainness of politic issues management beyond its owns challenges become an even harder activity In commercial segment companies results shows very tendency to those consequences Conciliate cash flow balancing profits to sales increases demands operational and strategic controls Under these conditions the administration of the flow capital has an important participation searching to minimize the several risks inherent to the companies operations in a way to guarantee the stability and perpetuation of the business cycle Effective and efficient analysis techniques are fundamental to the manager plan and control financials actions The Dynamic Analysis of Flow Capital appears planning to provide managers of financials information about capital structure cash flow and flow capital management The present study will demonstrate the different Dynamic Analysis techniques through research in the national commercial segment Keywords Dynamic Analysis Flow Capital and Cash Flow ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 200 1INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo transmitir sob um enfoque prático e dinâmico as principais técnicas relacionadas à administração do capital de giro e as conseqüências dos níveis de rentabilidade e lucratividade das empresas em relação à gestão desta importante aplicação de recursos sobretudo àquelas que pertencem ao segmento comércio De acordo com pesquisa sobre fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE em Agosto de 2004 os empresários apontam como a primeira causa para o fechamento de empresas a falta de Capital de Giro Mais especificamente em relação ao desequilíbrio entre as entradas e saídas de recursos ou seja o Fluxo de Caixa A mesma pesquisa relata que dentre os setores que apresentam os maiores índices de fechamento são de comércio e serviços No período referente à pesquisa ou seja os anos de 2000 2001 e 2002 dentre as empresa que fecharam 51 pertenciam ao comércio 46 à prestação de serviços e apenas 3 fazia parte do setor industrial Sendo assim o Problema de Pesquisa do estudo em questão é Qual o posicionamento das empresas do setor comercial nacional em relação à gestão do Capital de Giro e qual a associação entre a rentabilidade e lucratividade das mesmas com a eficiência na gestão do Saldo em Tesouraria O presente trabalho objetiva através da comparação de índices diversos traçar um perfil do setor comercial abordando de maneira ilustrativa a importância da gestão do Capital Circulante O artigo está organizado em cinco parte Na Introdução é apresentada a discussão inicial sobre o tema a contextualização da pesquisa a apresentação do problema e o objetivo principal Na parte 2 Referencial Teórico é apresentada a revisão bibliográfica da teoria que engloba o assunto Na parte 3 Metodologia é apresentada a modelagem metodológica da pesquisa Na parte 4 Análise do Resultados são apresentados os resultados e a análise dos índices Por fim na parte 5 são apresentadas as considerações finais 2REFERENCIAL TEÓRICO Inicialmente de forma simplificada podese dizer que Capital de Giro ou Capital Circulante são os recursos de uma determinada organização que possuem natureza de curto prazo Entendese curto prazo os Ativos de uma empresa que no período máximo de doze meses são transformados em dinheiro consumidos ou vendidos e por outro lado os Passivos que são exigidos dentro deste mesmo espaço de tempo Desta forma é correto mencionar conforme Augustini 1999 p 23 que a característica dominante dos recursos que totalizam o capital de giro é o curto espaço de tempo em que estes mesmos recursos são transformados em outros ativos Ou seja estoques transformamse em contas a receber que por sua vez transformase em disponível que é utilizado para a compra de matériaprima e assim por diante Sendo assim o tempo é o grande determinante do Capital de Giro de uma organização O nível de investimento necessário para a manutenção da solvência de uma empresa está intimamente interligado ao desequilíbrio temporal entre os elementos que compõem o Capital Circulante Segundo Assaf Neto e Silva 2002 p 15 caso não houvesse uma disparidade entre os prazos das contas do Ativo Circulante da empresa em ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 201 outras palavras os mesmos ocorressem de forma sincronizada não haveria a necessidade de se manter estes recursos de curto prazo É esta disparidade temporal que faz com que a gestão do Capital de Giro seja de real importância à administração de qualquer negócio Desta forma necessário se faz o controle e acompanhamento das evoluções nos níveis destes recursos bem como a análise dos motivos pelos quais ocorrem tais evoluções Em suma o Ativo Circulante Fixo de acordo com Assaf Neto 2003 p 468 é constituído por aplicações de recursos em giro que se repetem de maneira cíclica não apresentando modificações relevantes ao longo do tempo Por outro lado a parte sazonal do Ativo Circulante se congráfico por oscilações periódicas de maneira a atender flutuações no ritmo de atividade da organização A administração do Capital de Giro a reboque da divisão supramencionada preocupase com duas questões básicas 1 Quanto deveria ser investido nas contas do Ativo Circulante e 2 Como estas aplicações de curto prazo deveriam ser financiadas VIEIRA 2005 p 32 Assaf Neto 2003 p 452 defini Capital de Giro Líquido o CCL como sendo a diferença entre as aplicações de recursos de curto prazo e as fontes de recursos também de curto prazo Por outro lado Brasil e Brasil 2002 p 50 salienta que o CCL também pode ser obtido pela diferença entre o Patrimônio Líquido e o Exigível a Longo Prazo com o Ativo Permanente e o Realizável a longo prazo Sob a primeira interpretação Iudícibus 2000 p 54 afirma que o CCL demonstra a parte ou o quanto que o Ativo Circulante está comprometido com as obrigações de curto prazo No entanto sob a ótica da segunda interpretação o CCL representa a parcela de recursos de longo prazo que financia os investimentos em capital de giro Neste aspecto questões ligadas a decisões estratégicas como investimentos em Ativos Imobilizados rentabilidade dos ativos fontes de financiamento de longo prazo são colocadas em destaque fazendo com que a congráficoção do Capital de Giro Circulante se torne em uma análise muito mais ampla e complexa Tendo em vista a congráficoção de um Balanço Patrimonial o CCL pode se apresentar sob três formas Negativo Nulo e Positivo A forma pela qual a empresa financiou suas operações e a rentabilidade destas aplicações determina a maneira pela qual o Capital de Giro Líquido será definido Ainda em relação ao Capital de Giro Líquido existe um desdobramento de sua fórmula inicial que gera um outro importante indicador o Capital de Giro Próprio ou CGP ASSAF NETO 2003 p 454 Enquanto que para o cálculo do CCL se utilizavam todas as fontes de longo prazo subtraindose de todas as aplicações também de longo prazo no CGP as fontes de longo prazo utilizadas para o cálculo deverão ser aquelas que pertencerem exclusivamente à empresa ou pelo menos aos seus acionistas ou seja o Patrimônio Líquido Este indicador demonstra o volume de recursos próprios que a empresa possui aplicado em seu Ativo Circulante Capital de Giro daí a denominação de Capital de Giro próprio A análise entre os ativos de curto prazo e os passivos de curto prazo é chamada de análise de liquidez Existem muitas formas de mensurar o grau de liquidez em que uma empresa se encontra Dentre essas metodologias podese mencionar a análise de liquidez estática que segundo Assaf Neto 2002 p 171 indica a posição financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos e obrigações seja para com terceiros ou os acionistas A análise do resultado ou seja do quociente obtido quando maior que zero significa o número de vezes que a estrutura financeira da empresa é capaz de cobrir as despesas financeiras ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 202 Como a própria denominação da análise estática menciona estes quocientes não levam em consideração o montante e a época em que ocorrerão os desembolsos mas apenas posicionam a liquidez da organização em determinado momento ASSAF NETO 2003 p 107 A análise se dá de forma a perceber a empresa como uma atividade finita sem considerar que a mesma seguirá seus ciclos operacionais continuamente A análise financeira dinâmica das empresas tem como base principal a consideração de um importante fator para qualquer tipo de organização o tempo Segundo Brasil e Brasil 2002 p 17 o tempo é o mais importante dos insumos Durante a consecução das atividades normais das empresas ou seja de seu Ciclo Operacional as mesmas realizam aplicações que tem por objetivo apoiar à continuidade deste ciclo Essas aplicações caracterizamse por fazerem parte das operações da empresa sendo assim denominadas de cíclicas ou operacionais Por outro lado existem aplicações e ou fontes de recursos que se caracterizam por não possuir ligação direta com a operacionalização da organização apesar de se apresentarem em curtos prazos Estas contas normalmente de caráter financeiro então são denominadas de Erráticas ou Táticas Por fim existem ainda aquelas contas de natureza de longo prazo denominadas de Estratégicas VIEIRA 2005 p 72 Tendo em vista as nomenclaturas supramencionadas e de acordo com Brasil e Brasil 2002 p 5 um dos prérequisitos para a compreensão e elaboração de uma análise financeira com foco na dinâmica das organizações e em sua liquidez é que se observe o Balanço Patrimonial e suas contas de uma maneira um pouco diferente Para Fleuriet 2003 p 7 as contas do Balanço Patrimonial devem ser classificadas de acordo com a realidade dinâmica das empresas agrupandoas conforme os ciclos da mesma Sob este enfoque Brasil e Brasil 2002 p 05 afirmam que devese discriminar as contas contábeis em três grandes grupos Operacional ou Cíclico que guardam relações diretas com a operação da empresa Financeiro ou Tático que possuem características de cunho financeiro e Estratégico que possuem características de investimentos e fontes de longo prazo É importante mencionar que a nova classificação das contas do balanço dependerá da estrutura contábil da empresa de seu processo produtivo de sua área de atuação dentre outras características Isso faz com que o analista interno tenha algumas vantagens sobre o externo em termos de precisão na classificação das contas contábeis BRASIL e BRASIL 2002 p 6 Por outro lado podese dizer que existe uma generalização quanto a esta classificação de acordo com o modelo proposto por Fleuriet 2003 p 27 Sob o enfoque dinâmico o CCL pode ser definido como sendo o Passivo Estratégico menos o Ativo Estratégico FLEURIET 2003 p 11 O Ciclo de Caixa ou seja o período compreendido entre o pagamento da matéria prima e o recebimento da venda faz com que haja uma necessidade permanente de aplicação de recursos no curto prazo denominada de Necessidade de Capital de Giro NCG Investimento Operacional em Giro IOG ou Necessidade de Investimento em Giro NIG FLEURIET 2003 p 7 Seguindo ainda o conceito do Ciclo de Caixa Vieira 2005 p 78 assevera que o próprio desenvolvimento das operações de uma empresa provoca o surgimento de aplicações e fontes de ordem operacional Quando as aplicações cíclicas superam as fontes da mesma natureza surge um superávit em investimentos operacionais A este superávit denominouse de Necessidade de Capital de Giro ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 203 A metodologia de cálculo da NCG é bastante simples bastando subtrair as aplicações operacionais pelas fontes operacionais ou seja o Ativo Operacional do Passivo Operacional A análise dinâmica percebe a empresa como um organismo vivo que deseja infinitamente manter suas operações comerciais BRASIL e BRASIL 2002 p 1 Desta forma a mensuração da liquidez de uma organização utilizandose apenas do conceito do CCL não é suficiente É necessário comparar a capacidade que a empresa possui em gerar recursos com a necessidade de recursos que suas operações demandam em outras palavras comparar o CCL com a NCG A diferença entre o Capital de Giro fonte de recurso e a Necessidade de Capital de Giro aplicação de recurso determina o Saldo em Tesouraria SILVA 2001 p 371 O Saldo de Tesouraria corresponde ao CCL subtraído da NCG Através do agrupamento dos três principais indicadores que constituem o alicerce para a análise financeira de uma empresa sob o enfoque dinâmico CCL NCG e ST podese chegar aos seis modelos de balanços apresentados por Fleuriet 2003 p 15 As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo I apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Esta estrutura financeira é desequilibrada não apresentando liquidez Além de possuir necessidade positiva de capital de giro o CCL da organização encontrase negativo A situação de uma empresa neste modelo é preocupante pois toda estrutura que apresenta um Ciclo Operacional positivo apresenta uma NCG proporcional ao crescimento ou diminuição das vendas ou seja aumento de vendas faz com que haja um aumento em IOG e viceversa Brasil e Brasil 2002 p 33 Desta forma incrementar vendas para melhorar resultados pode ser uma alternativa arriscada A necessidade por recursos de terceiros de curto prazo é explícita fazendo com que haja uma contínua procura por empréstimos onerosos que por sua vez deteriora as margens de rentabilidade Corresponde a uma estrutura com alto risco de falência As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo II apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Neste tipo os recursos originários da Necessidade de Capital de Giro negativa fonte de recursos adicionados às fontes erráticas de recursos ST 0 financiam o Capital de Giro Líquido Negativo O risco à empresa é bastante grande devido à dependência da mesma quanto à fonte de recurso originada pelo Ciclo de Caixa negativo Mudanças na conjuntura econômica e ou no segmento explorado podem trazer conseqüências desastrosas à empresa VIEIRA 2005 p 109 As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo III apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Da mesma forma que o tipo anterior a NCG negativa passa a ser uma fonte de recurso Apesar da empresa financiar seu Ativo permanente através de fontes de curto prazo o ganho da mesma em seu ciclo de caixa negativo é suficiente para financiar este saldo negativo em CCL gerando um Saldo em Tesouraria positivo Os riscos inerentes a este modelo referemse à total dependência da eficácia na gestão do ciclo de caixa VIEIRA 2005 p 109 As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo IV apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Neste tipo de congráficoção do Balanço Patrimonial o Saldo de Tesouraria da empresa deixa de se congráficor como uma aplicação de recursos Ativo e passa a ser uma fonte de financiamento Passivo dos investimentos operacionais em giro BRASIL e BRASIL 2002 p 32 Empresas que se encontram nesta situação normalmente necessitam de financiamentos oriundos do mercado financeiro a fim de equilibrar seu Ciclo Financeiro Isso ocorre porque apesar de possuir uma liquidez aparente CCL maior que zero a ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 204 organização não gera recursos suficientes para financiar toda a Necessidade de Capital de Giro Normalmente as empresas acabam por se tornar mais dependentes de empréstimos de curto prazo ASSAF NETO 2002 p 198 As empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo V apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Tratase de uma estrutura de baixo risco pois apresenta uma certa folga financeira devido a uma maior geração de recursos operacionais em relação a sua demanda conseqüentemente resultando em um Saldo em Tesouraria positivo ASSAF NETO 2002 p 196 Para essas estruturas o crescimento das vendas seja inflacionário e ou real provoca invariavelmente um aumento na Necessidade de Capital de Giro pois o Ciclo Financeiro da empresa é positivo BRASIL E BRASIL 2002 p 32 Neste aspecto o acompanhamento das variações no CCL e na NCG se faz necessário E por último as empresas com modelo de balanço caracterizado como tipo VI apresentam CCL 0 NCG 0 e ST 0 Empresas que se congráficom neste caso não apresentam um Ciclo Financeiro positivo ou seja a organização recebe por suas vendas antes de pagar por seus custos Atualmente esse modelo é raro aplicandose em poucos casos a supermercados FLEURIET 2003 p 16 A situação financeira da empresa é favorável pois além de apresentar liquidez não necessita de aplicações permanentes em Capital de Giro o que determina uma folga financeira O risco apresentado por empresas nesta situação é o perigo de uma brusca redução nas vendas pois desta forma a tendência é que haja uma variação maior na NCG do que no CCL tendo como conseqüência variações negativas no ST FLEURIET 2003 p 18 Uma das maneiras de controlar os níveis da Necessidade de Capital de Giro de uma empresa ao longo de determinado período de tempo encontrase na elaboração do Fluxo de Caixa Operacional O FCO é o elo de ligação entre a nova classificação funcional do Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultados do exercício BRASIL e BRASIL 2002 p 21 De uma maneira geral podese dizer que o FCO é obtido pela diferença entre as entradas operacionais pelas saídas operacionais BRASIL e BRASIL 2003 p 21 O Fluxo de Caixa Operacional retrata as entradas e saídas de caixa relacionadas diretamente com a operação da empresa Tendo então o Lucro Bruto Operacional como o resultado contábil que mais se aproxima a esse conceito podese acrescentar o elo de ligação entre o Demonstrativo de Resultado e Balanço através da NCG BRASIL e BRASIL 2002 p 23 A diferença entre as saídas e entradas operacionais em dois períodos destinos nada mais é do que a variação na NCG neste mesmo período Logo corresponde ao lucro bruto operacional subtraído da variação da necessidade de capital de giro Esta medida é importante pois através da utilização exclusiva das contas cíclicas permite visualizar o desempenho da empresa frente suas operações e sua administração do ciclo financeiro VIEIRA 2005 p 184 Afora a necessidade de averiguar o desenvolvimento do nível nos Investimentos Operacionais em Giro um outro importante indicador para verificar a saúde financeira da empresa é conhecido como Autofinanciamento Segundo Fleuriet 2003 p 18 o Autofinanciamento pode ser comparado ao motor da empresa pois é a parcela de recursos livres gerada pela mesma capaz de financiar os investimentos e às adaptações necessárias para manter o crescimento equilibrado das operações da organização em um ambiente de concorrência Visualizando as características de cada uma das operações realizadas pelas empresas e aliando estas características ao conceito de Autofinanciamento temse que o Autofinanciamento corresponde ao LBO menos ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 205 as operações de Repartição Estas últimas são as realizações de pagamentos e o recebimento de receitas que não fazem parte do Ciclo Operacional Isso indica que quando o Lucro Operacional exceder às operações de repartição a empresa obtém recursos internos para financiar suas operações de investimento FLEURIET 2003 p 23 É neste ponto que se concentra a importância do controle e acompanhamento deste índice Para Fleuriet 2003 p 26 a fim de garantir o equilíbrio financeiro de uma empresa a mesma deve controlar o aumento do Capital de Giro Líquido em função do aumento da Necessidade de Capital de Giro evitando Saldos em Tesouraria Negativos O autofinanciamento então funciona como um moderador do nível de investimento que a empresa pode realizar evitando aplicações excessivas a longo prazo em outras palavras evitando diminuições do CGL desproporcionais aos níveis do Autofinanciamento ou da NCG Empresas que possuem objetivos de crescimento não podem negligenciar a existência do Autofinanciamento Situações que demonstram insuficiências neste aspecto representam uma maior necessidade pela utilização de recursos de terceiros para financiar a expansão desejada O Autofinanciamento é um fator essencial para o crescimento do Capital de Giro VIEIRA 2005 p 187 Ao relacionar o CCL com a NCG conforme demonstrado anteriormente obtémse o valor do Saldo em Tesouraria Este índice demonstra então a folga financeira que uma empresa obteve através de suas operações fornecendo uma importante informação acerca da liquidez da organização Uma das preocupações dos gestores deve ser o de acompanhar os níveis dos saldos em tesouraria a fim de manter uma estrutura financeira adequada FLEURIET 2003 p 37 Isso porque a presença de saldos negativos demonstra que a empresa necessita de empréstimos onerosos seja de bancos ou de qualquer outra instituição financeira Além de incorrer com os custos financeiros da operação a necessidade destes recursos de terceiros é agravada quando por motivos diversos os agentes financeiros não renovam estes empréstimos Quando uma empresa ao longo de consecutivos exercícios apresenta saldos em tesouraria negativos ou seja as variações em CCL forem inferiores às variações em NCG ocorre o que se denomina de Efeito Tesoura SILVA 2001 p 393 Segundo Feluriet 2003 p 38 o Efeito Tesoura ocorre principalmente quando as vendas da empresa crescem a taxas elevadas e a relação entre o quociente NCG sobre vendas é mais elevada do que o Autofinanciamento sobre vendas Logo Tendência ao Efeito Tesoura Vendas Autofinanciamento Vendas NCG Equação 1 De maneira mais descritiva Silva 2001 p 393 descreve outras razões que apesar de estarem contidas no conceito apresentado podem fazer com que a empresa entre no Efeito Tesoura como a Elevado Ciclo Financeiro b Alto nível de imobilização e c Apresentação de prejuízos operacionais De maneira um pouco mais analítica Vieira 2005 p 123 demonstra oito situações que podem fazer com que a empresa entre no Efeito Tesoura sendo a Crescimento muito elevado de vendas b Investimentos elevados com retornos a longo prazo c Crescimento expressivo no ciclo financeiro d Baixa geração de lucros e Investimentos com baixos retornos f Inflação elevada g Distribuição de resultados elevada com alto percentual de dividendos e h Redução das vendas ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 206 Existem diversos modelos matemáticos que procuram definir através da adoção de algumas premissas o nível máximo que uma empresa pode apresentar de crescimento em suas vendas Apesar de simples e de fácil aplicabilidade esta abordagem pela análise de taxas limites de crescimento é estática no que se refere às escolhas das premissas pois ao longo de certo período estas premissas podem sofrer grandes alterações além de que a busca pela viabilização de um maior crescimento é tida como prioritária em detrimento ao respeito pelas taxas calculadas VIEIRA 2005 p 253 Sendo assim podese dizer que com a finalidade de manter o crescimento da empresa de forma a não implicar em alterações negativas em sua estrutura financeira e de Capital de Giro existem duas forma básicas de planejamento VIEIRA 2005 p 253 a Identificação de taxas limites de crescimento b Identificação de estruturas que permitam que a empresa supere os limites de crescimento De maneira geral independente de qualquer outra coisa para Fleuriet 2003 p 38 a fim de manter o equilíbrio do Saldo em Tesouraria e assim evitar o efeito tesoura a regra básica é que o crescimento da Necessidade de Capital de giro em relação às vendas não seja superior à taxa de Autofinanciamento da empresa Vendas Autofinanciamento Vendas NCG Equação 2 Apesar de se apresentar como uma regra básica o modelo supracitado apresenta uma taxa de crescimento para a empresa tendo como premissa de que existem apenas as fontes geradas pelo Autofinanciamento e que nenhuma outra aplicação investimento que não àquelas relacionada ao Ciclo Financeiro será realizada Neste contexto Vieira 2005 p 266 apresenta outros modelos complementares que permitem aumentar o nº de variáveis para o cálculo do crescimento máximo Um destes modelos permite calcular o crescimento máximo de uma organização sem que haja alteração no nível do Saldo em Tesouraria tendo como variáveis o aumento das vendas do ciclo financeiro de outros investimentos e de outras fontes de recursos 2 1 Outras A F Outras 2 Taxa de cresciment o C1 C2 Aut C Aut V C Aut Equação 3 Onde C1 corresponde ao Ciclo Financeiro Atual NCG VDS C2 ao Ciclo Financeiro Modificado Aut à Taxa de Autofinanciamento Autofinanciamento vendas Outras F correspondem às Outras Fontes Outras A às Outras Aplicações Seja qual for o modelo utilizado a valia da elaboração desta análise é a oportunidade que é gerada para a formulação de um planejamento mais consistente antecipando dificuldades oferecendo aos analistas mais informações possibilitando a tomada de decisões de maneira mais sólida A análise financeira através dos índices de lucratividade e de rentabilidade busca demonstrar o retorno proporcionado pelas vendas pela utilização do Ativo e pela utilização do capital próprio GITMAN 1997 p 120 É uma maneira de visualizar algum tipo de resultado da empresa líquido operacional bruto em confronto com o faturamento com o montante investido em Ativo e com o valor aplicado pelos sócios Dentre as inúmeras formas de se avaliar a rentabilidade de uma organização podese destacar a Margem Bruta a Margem Operacional a Margem Líquida o Retorno sobre o Ativo Retorno sobre Investimento e o Retorno do Patrimônio Líquido ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 207 A margem de lucro sobre vendas indica o quanto em termos percentuais a empresa obtém para cada unidade monetária de venda MATARAZO 1998 p 183 Para seu cálculo podem ser utilizados os diversos tipos de lucro obtidos pela empresa líquido operacional bruto O Retorno sobre o Ativo ROA é uma medida que quantifica o resultado que o investimento em Ativo proporcionou à empresa Em sua metodologia o Lucro utilizado é o Operacional antes das Despesas Financeiras Sendo assim este índice indica se as aplicações da organização estão gerando resultados superiores ou não aos custos das dívidas onerosas da mesma KASSAI 1999 p 158 Para Assaf Neto 2003 p 113 o ROA pode ser interpretado como um limite em relação à captação de recursos financeiros para financiar suas atividades já que toda vez que o custo destas dívidas forem superior ao Retorno do Ativo a empresa estará sendo remunerada a taxas inferiores às cobradas pelos credores O Retorno sobre Capital Próprio ROE indica o retorno obtido pelos investimentos realizados pelos cotistas da empresa ROSS WESTERFIELD e JORDAN 2002 p 86 Desta forma sua metodologia de cálculo utilizase da parcela do lucro que é de direito do acionista ou seja o Lucro Líquido após o Imposto de Renda e por outro lado os investimentos realizados pelos proprietários da companhia o Patrimônio Líquido O Retorno sobre o investimento é de acordo com Assaf Neto 2003 p 113 uma alternativa ao cálculo do ROA Sabendose que o Retorno do Ativo envolve todas as aplicações realizadas pela empresa o ROI em sua metodologia utilizase apenas da parcela do Ativo levantado unicamente pela empresa aqui classificado como investimento O montante deste investimento é obtido através do Ativo Total excluído o Passivo de Funcionamento que para Kassai 1999 p 158 equivale às obrigações nãoonerosas da empresa tais como Fornecedores impostos salários dividendos a pagar contas a pagar dentre outras que por si só não geram encargos financeiros 3 METODOLOGIA O presente estudo a fim de elucidar o problema de pesquisa apresentado possui como metodologia a comparação dos indicadores de liquidez e rentabilidade previamente apresentados de diferentes empresas do segmento proposto Os critérios de seleção dos dados coletados levaram em consideração a natureza da proposta do estudo seu tema e seu problema de pesquisa a disponibilidade de informações e a padronização dos elementos contábeis Sendo assim foram coletados os dados de empresas do segmento comércio que atuam no território brasileiro e que publiquem seus Balanços Patrimoniais bem como suas outras peças contábeis na Comissão de Valores Mobiliários CVM Com a finalidade de melhor analisar a situação contábil financeira de cada empresa presente neste estudo foram utilizados os demonstrativos dos três últimos exercícios fiscais ou seja as peças contábeis de trinta e um de dezembro dos anos de 2002 2003 e 2004 ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 208 Razão Social Área de Atuação Segmento Situação Controle Bompreço Bahia SA Comércio varejista Supermercados operacional Nacional Marisol SA Comércio varejista Vestuário operacional Nacional Lojas Americanas SA Comércio varejista Departamentos operacional Nacional Lojas Hering SA Comércio varejista Vestuário operacional Nacional Lojas Renner SA Comércio varejista Departamentos operacional Nacional Cia Brasileira de Distribuição SA Comércio varejista Supermercados operacional Nacional Distribuidora Ipiranga SA Comércio varejista e Atacadista Combustíveis operacional Nacional Dimed SA Distribuidora de Medicamentos Comércio varejista e Atacadista Medicamentos operacional Nacional Drogasil SA Comércio varejista e Atacadista Medicamentos operacional Nacional Natura Comércio varejista e Atacadista Medicamentos operacional Nacional Quadro 1 Classificação das empresas objeto de análise Fonte elaborado pelos autores Em seguida foi elaborada a tabulação destes dados a fim de se obter o cálculo de cada um dos itens apresentados Indicador Descrição Análise CDG Capital de Giro Líquido Capital de Giro NCG Necessidade de Capital de Giro Capital de Giro ST Saldo em Tesouraria Capital de Giro Margem Margem de Lucro Rentabilidade Contábil ROA Retorno Sobre o Ativo Rentabilidade Contábil ROE Retorno sobre o Patrimônio Líquido Rentabilidade Contábil ROI Retorno sobre o investimento Rentabilidade Contábil FCO Fluxo de Caixa Operacional Fluxo de caixa LI Liquidez Imediata Liquidez LS Liquidez seca Liquidez LC Liquidez Corrente Liquidez Quadro 2 Indicadores e índices para análise Fonte elaborado pelos autores Para a obtenção de cada um dos indicadores supramencionados foi feita a reclassificação das rubricas contábeis de cada uma das empresas objeto desta análise a fim de obter classificação sob o enfoque dinâmico As médias de cada indicador e elemento contábil foram realizadas de forma ponderada tendo como base de ponderação a Receita Operacional Líquida Para o cálculo da Rentabilidade do Ativo e das margens operacionais foi utilizado lucro operacional excluindose os efeitos das despesas e receitas financeiras 4ANÁLISE DOS DADOS Em relação à estruturação do Balanço Patrimonial frente à composição dos três principais indicadores da Análise Dinâmica o Capital de Giro a Necessidade de Capital de giro e o Saldo em Tesouraria durante todo o período da análise observase uma preponderância pela estruturação do Balanço Patrimonial Dinâmico do ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 209 Tipo IV Conforme mencionado este modelo caracterizase por apresentar Ciclo Financeiro positivo demandando recursos de capital de giro que são financiados por uma composição de recursos de longo e curto prazo A segunda estrutura mais observada na amostra em questão é a do Balanço Patrimonial do Tipo V A única diferença entre estas duas estruturas IV e V referese apenas a respeito do Saldo em Tesouraria Enquanto no modelo IV o mesmo apresentase negativo fonte de recurso no modelo V demonstrase positivo aplicação de recurso A evolução durante o período analisado demonstra que além destas duas estruturas serem as mais vigentes em todos os anos as mesmas em detrimento do decrescimento dos demais modelos obtiveram um certo crescimento Gráfico 1 Evolução da Estrutura Dinâmica 000 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 2002 2003 2004 Evolução da Estrutura Dinâmica Tipo 01 Tipo 02 Tipo 03 Tipo 04 Tipo 05 Tipo 06 Fonte elaborado pelos autores A evolução dos modelos IV e V é comprovado pela gráfico 2 apresentando a evolução da média ponderada de cada um dos indicadores nos três anos em questão Observase o aumento do Capital de Giro e conseqüentemente o aumento do Saldo em Tesouraria A presença do Tipo III em 2004 é demonstrada pela curva em declive da NCG a ponto de apresentar empresas com Ciclo Financeiro negativo e por outro lado Capital de giro positivo ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 210 Gráfico 2 Evolução Indicadores Dinâmicos Evolução indicadores dinâmicos 400000 300000 200000 100000 100000 200000 300000 400000 500000 2002 2003 2004 CG NCG ST Fonte elaborado pelos autores Fato ocorrido em 2003 é uma sensível redução do Capital de Giro e do Saldo em Tesouraria mesmo tendo o período apresentado redução necessidade de Capital de Giro Alguns fatores podem ser importantes para a explicação deste fato dentre eles a aumento do Ativo Estratégico sobretudo do Realizável a Longo Prazo b diminuição do Passivo Estratégico sobretudo do Exigível a Longo Prazo c diminuição do Ativo Tático redução da liquidez imediata d diminuição das Margens de Lucro Operacional e Líquida A permanência do decrescimento do nível de Necessidade de Capital de Giro se deve principalmente a uma crescente diminuição do Ciclo Operacional Financeiro sobretudo em relação às diminuições dos períodos de Contas a Receber e Estoques em contrapartida a uma maior manutenção das Contas a Pagar Gráfico 3 Evolução do Ciclo Operacional Equivalente 1000 2000 3000 4000 5000 6000 2002 2003 2004 Evolução do Ciclo Operacional Equivalente Em dias de vendas Cts a receber Estoque Fornecedor ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 211 Fonte elaborado pelos autores Em relação à lucratividade do setor nos anos de 2002 2003 e 2004 respectivamente a porcentagem de organizações que apresentavam lucratividade líquida positiva foi de 6000 8000 e 9000 Apesar de constatação acima a média do segmento em relação às margens de lucratividade em 2003 apresentou uma queda relativa a 2002 de 844 para a Margem Líquida e 3184 para a margem operacional Este paradoxo entre um maior número de empresas apresentando margens positivas enquanto que a média do setor em 2003 diminui ocorre pelo fato de que as duas maiores empresas em termos de faturamento líquido Americanas e Pão de Açúcar apresentaram neste período uma redução em sua lucratividade líquida Em relação aos indicadores de rentabilidade ROA e ROE as empresas objeto do presente estudo apresentaram os resultados visualizados na gráfico 4 Gráfico 4 Evolução ROA e ROE Positivos 000 2000 4000 6000 8000 10000 2002 2003 2004 Evolução de empresas com Rentabilidade Econômica positiva ROA 0 ROE 0 Fonte elaborado pelos autores Os indicadores de rentabilidade sobre o Ativo e Patrimônio Líquido demonstram que as empresas do segmento possuem resultados contábeis lucro suficientes para manter seus investimentos rentáveis Gráfico 1 Evolução Rentabilidade 000 200 400 600 800 1000 1200 2002 2003 2004 Evolução Rentabilidade ROA ROE Fonte elaborado pelos autores ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 212 Excetuandose pelo ROA no período de 2002 para 2003 quando houve redução no Lucro Operacional Médio do segmento os indicadores de rentabilidade são positivos e crescentes Estabelecer uma relação entre a gestão do capital de Giro e a rentabilidade econômica é sobretudo realizar comparações Sendo assim são apresentados os comparativos entre os resultados médios da gestão financeira Saldo em Tesouraria das empresas em estudo com os retornos contábeis obtidos pelas mesmas Na gráfico 6 nos anos de 2002 a 2004 das empresas que apresentavam Saldo em Tesouraria positivo 3000 4000 e 4000 respectivamente apresentavam ROA positivo Gráfico 2 Evolução Comparativa ST e ROA 000 2000 4000 6000 8000 10000 2002 2003 2004 Evolução de empresas com ROA e ST positivos ST 0 ROA 0 ST 0 e ROA 0 Fonte elaborado pelos autores A gráfico 7 demonstra ao longo do período analisado que à medida que um maior número de empresa apresentam ROE positivo existe um maior número de empresa que também apresentam ST maior que zero Gráfico 3 Evolução Comparativa ROE e ST 000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 2002 2003 2004 Evolução de empresas com ROE e ST positivos ST 0 ROE 0 ST 0 e ROE 0 Fonte elaborado pelos autores As gráficos de 8 a 10 demonstram que apesar de existir uma certa tendência do Saldo em Tesouraria em acompanhar determinadas variações decorrentes das margens e lucratividades apresentadas pela empresa ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 213 apresentar indicadores de lucratividade contábeis positivos não garantem Saldos em Tesouraria também positivos Gráfico 4 Evolução Indicadores Rentabilidade e ST Evolução Indicadores de Rentabilidade e o Saldo Tesouraria 000 200 400 600 800 1000 1200 2002 2003 2004 300000 250000 200000 150000 100000 50000 ROE ROA ST Fonte elaborado pelos autores Gráfico 5 Evolução Indicadores Lucratividade e ST Evolução Indicadores de Lucratividade e o Saldo Tesouraria 000 100 200 300 400 500 600 700 800 2002 2003 2004 300000 250000 200000 150000 100000 50000 M líquida M Operacional ST Fonte elaborado pelos autores Gráfico 6 Evolução Lucros e ST Evolução Lucros e Saldo Tesouraria 400000 300000 200000 100000 100000 200000 300000 400000 2002 2003 2004 Lucro Líquido Lucro Operacional Saldo Tesouraria Fonte elaborado pelos autores ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 214 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo teve como objetivos apresentar a situação financeira das empresas do setor Comercial de acordo com a gestão dinâmica do Capital de Giro e identificar a relação entre a rentabilidade econômicacontábil das mesmas com a eficiência na gestão do Saldo em Tesouraria no período compreendido entre os anos de 2002 a 2004 Em relação ao posicionamento das empresas objeto deste estudo de acordo com as seis congráficoções apresentadas constatase que a maioria das empresas em todos os anos apresenta estrutura do tipo IV ou seja Capital de Giro Líquido e Necessidade de Capital de Giro positiva enquanto que o Saldo em Tesouraria é negativo Esta estrutura demonstra que mesmo através de um bom desempenho na gestão de seu Ciclo Operacional NCG decrescente o setor apresenta a necessidade de obter fontes de recursos onerosas de curto prazo A média do Saldo em Tesouraria negativo Fonte de Recursos presente em todos os três períodos analisados relata esta situação Notase ainda uma melhora na gestão da Necessidade de Capital de Giro por parte das empresas presentes na pesquisa o que demonstra uma evolução administrativa e ou conjuntural em relação à manutenção dos Ciclos Operacionais e de Caixa Equivalentes As melhoras nas condições de pagamento e a diminuição nos prazos de estoque refletem esta realidade De acordo com os dados apresentados a presença do ST negativo em todos os períodos pode ter sua explicação no fato do setor apresentar margens de lucratividade insuficientes apesar de positivas para manter a constante presença de uma Necessidade por Investimento Operacional em Giro positiva O ano de 2003 apresenta uma característica interessante para setor pois apesar de a NCG sofrer uma significativa redução o ST também decai É interessante observar que as margens de lucratividade também sofrem reduções no período Outras razões para que tal situação ocorresse no ano em questão são redução do Exigível a Longo Prazo e Aumento do Realizável a Longo Prazo Em outras palavras variações positivas no Ativo Estratégico contra variações negativas no Passivo Estratégico com conseqüências negativas ao Capital de Giro Líquido Ainda em relação ao posicionamento do setor comercial em relação à congráficoção de sua estrutura dinâmica observase que ao decorrer do período analisado ocorre o crescimento no número de empresas que apresentam o balanço dinâmico do Tipo V Esta constatação retrata as conseqüências das melhoras na gestão dos ciclos sobretudo entre os anos de 2003 e 2004 Esta maior eficiência fez com que um maior número de empresas começassem a apresentar Saldos em Tesouraria positivos Seja devido a uma tendência da conjuntura econômica do país seja devido ao desenvolvimento de técnicas de gestão de seus ativos o setor demonstra um crescimento positivo quanto a sua gestão do Capital de Giro sobretudo em relação ao Ciclo Operacional Em referência à relação entre a rentabilidade lucratividade contábil com a eficiência na manutenção de Saldos em Tesouraria as constatações obtidas na presente análise permitem afirmar que existe uma relação direta entre os indicadores de lucratividade com o nível apresentado pelos Saldos em Tesouraria Isto não significa dizer que a manutenção de índices de rentabilidade positiva seja suficiente para a empresa apresentar Saldos em Tesouraria positivos Inúmeros outros fatores tais como a gestão do Ciclo Operacional e de Caixa e a ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 215 forma de estruturar o capital da empresa balanceamento entre fontes e usos de recursos são de grande valia para a determinação da posição do ST O que podese observar é que o Saldo em Tesouraria apresenta variações em sentidos proporcionais às variações demonstradas pelas margens ou seja pelo nível relativo de lucro auferido pela empresa Por outro lado variações absolutas no Lucro sobretudo o Lucro Líquido não garantem variações de mesma característica no Saldo em Tesouraria Isto pôde ser observado quando da comparação entre a curva do Lucro Líquido com a do ST mostrando que em 2003 mesmo com variação positiva do resultado líquido médio do setor a observação foi de decrescimento do ST As variações nas receitas auferidas no incremento em investimentos em Ativo ou a aplicação de recursos advindos dos sócios afetam de forma significativa a movimentação do nível de Capital de Giro que por sua vez implica em alterações no ST É devido a este interrelacionamento entre resultado e aplicação de recursos que a análise somente pelo resultado auferido pela empresa pode não apresentar relação proporcional com as variações em ST Apesar da análise com os índices de lucratividaderentabilidade a princípio apresentarem esta mesma problemática devido ao fato dos mesmos utilizarem mais de uma variável lucro e mais uma em seu cálculo a relação apresentouse de maneira mais significativa pelo menos em relação ao sentido de crescimento eou decrescimento É importante frisar ainda que apesar da manutenção de Saldos em Tesouraria possuir associação com os níveis de lucratividade esta constatação indica apenas que os mesmos são importantes mas não únicas fontes de recursos para o Capital de Giro Por fim com o objetivo de explicitar a resposta aos questionamentos propostos podese afirmar que em relação ao posicionamento dinâmico do capital de Giro as empresas apresentaram em sua maioria a estrutura do tipo IV e em relação à associação entre rentabilidade contábil com a eficiência da gestão do saldo em tesouraria a mesma apresenta uma relação direta ressalvados os comentários supramencionados REFERÊNCIAS ASSAF NETO A Estrutura e Análise de Balanços São Paulo Atlas 2002 SILVA C A T Administração do Capital de Giro São Paulo Atlas 2002 Finanças Corporativas e Valor São Paulo Atlas 2003 AUGUSTINI C A Capital de Giro São Paulo Atlas 1999 BRASIL H A BRASIL H G Gestão Financeira das Empresas Um Modelo Dinâmico Rio de Janeiro Qualitymark 2002 FLEURIET M KEHDY R BLANE G O Modelo Fleuriet A Dinâmica das empresas Brasileiras Rio de Janeiro Campus 2003 GITMAN l J Princípios de administração Financeira São Paulo Harbra 1997 IUDÍCIBUS S Curso de contabilidade para não contadores São Paulo Atlas 2000 MATARAZZO D C Análise Financeira de Balanços São Paulo Atlas 1998 ANÁLISE DINÂMICA DO SETOR COMERCIAL NACIONAL UMA APLICAÇÃO DO MODELO FLEURIET Revista Gestão e Planejamento Salvador V 9 N 2 p 199216 juldez 2008 216 ROSS S A WESTERFIELD R W JORDAN B D Princípios de Administração Financeira São Paulo Atlas 2002 SEBRAE Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil Brasília Sebrae 2004 SILVA J P Análise Financeira das Empresas São Paulo Atlas 2001 VIEIRA M V Administração Estratégica do Capital de Giro São Paulo Atlas 2005 KASSAI J R Retorno de Investimento Abordagem Matemática e Contábil do Lucro Operacional São Paulo Atlas 1999