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O mecanicismo Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência IV Departamento de Filosofia FFLCHUSP Prof Dr Valter Alnis Bezerra Teses principais do mecanicismo do XVII O mecanicismo foi uma imagem de natureza e imagem de ciência nos termos de Paulo Abrantes extraordinariamente influente na ciência moderna tendo tido seu apogeu no século XVII gerando desdobramentos e influências que se estenderam até o século XIX época de seu declínio e mesmo apresentando reverberações que perduram até os dias de hoje O mecanicismo seiscentista era caracterizado pelas seguintes teses principais a Redução de todos os processos a um quadro ontológico constituído por matéria e movimento b Rejeição de todos os tipos de causa exceto a causa eficiente c Só se admite a ação por contato Rejeição da ação a distância d Rejeição de quaisquer princípios ativos da matéria espíritos almas qualidades ocultas etc ie a matéria é essencialmente passiva bem como das diferentes naturezas ou essências específicas ie o mundo físico teria uma só natureza homogênea fundamental e Matematização da natureza em particular geometrização e quantificação para descrever as qualidades primárias Qualidades primárias no mecanicismo Descartes Extensão Movimento Galileu Figura forma geométrica Magnitude Extensão Número Movimento Boyle Extensão Forma Impenetrabilidade Movimento Newton Extensão Dureza Impenetrabilidade Mobilidade Inércia Paulo C Abrantes Imagens de natureza imagens de ciência Cap 2 A ciência moderna e o método experimental 1ª Ed 1998 2ª Ed 2016 Variedades de mecanicismo Podemos pensar em pelo menos três sentidos do conceito de mecanicismo 1 Mecanicismo clássico que consiste no ideal de reduzir todos os fenômenos físicos a um quadro conceitual cuja ontologia o termo é utilizado aqui sem pensar em ontologia no sentido da filosofia contemporânea inclui basicamente como qualidades primárias a matéria e o movimento Este seria um sentido metafísico de mecanicismo aquilo que se denomina tradicionalmente de uma imagem mecanicista de natureza 2 Mecanicismo no sentido de um projeto de formular explicações mecânicas para os fenômenos físicos isto é especificando causas eficientes e mecanismos internos pelos quais as ações são efetuadas Uma variante importante é a busca de modelos mecânicos para descrever os processos e fenômenos Podemos dizer que se trata aqui de um mecanicismo num sentido metodológico A noção de mecanismo é mais geral e abstrata do que a noção de máquina Um mecanismo é um sistema tal que o seu comportamento pode ser completamente descrito pelas interrelações entre suas partes componentes 3 Finalmente temos ainda o mecanicismo no sentido de uma imagem do universo como máquina ou de maneira mais restrita organismos ou sistemas como máquinas Este é um mecanicismo também metafísico extremamente abrangente Reducionismo Mecanicismo Atomismo Materialismo Pode haver superposições parciais mas tratase de conceitos distintos Distinguindo algumas noções Distinguindo algumas noções Atomismo Os objetos materiais possuem constituintes últimos indivisíveis que não podem ser eles mesmos decompostos em outros O atomismo nega a divisibilidade infinita efetiva física da matéria e a continuidade da matéria Corpuscularismo As interações e processos envolvendo objetos materiais podem ser explicadas em termos de partículas partes ou corpúsculos que não são necessariamente átomos Isto inclui a tese de a matéria possuir uma estrutura granular em algum grau de resolução a tese das qualidades secundárias entendidas em termos de corpúsculos etc Materialismo Os únicos fatores com eficácia causal envolvidos nos processos naturais são exclusivamente materiais Dessa forma o materialismo é uma forma de monismo Fisicalismo Os únicos fatores com eficácia causal envolvidos nos processos naturais são exclusivamente físicos e passíveis de acesso empírico Em outras palavras tudo o que existe existe fisicamente e não há outras espécies de coisas além das coisas físicas Reducionismo As propriedades de um sistema como um todo incluindo suas qualidades são contingentes em relação a ou podem ser explicadas em termos de configuração e arranjo de suas partes constituintes Distinguindo algumas noções Determinismo O estado de um sistema bem definido num instante t1 fica inteiramente determinado pelo seu estado num instante anterior t0 t1 e pelas leis que governam sua evolução temporal Notese que nesta definição fazse referência ao estado ser determinado não ao estado ser necessariamente conhecido pelo sujeito Algumas variantes e superposições notáveis Atomismos nãomecanicistas p ex química em termos de minima naturalia Mecanicismos nãoatomistas p ex Descartes Corpuscularismos nãoatomistas p ex Boyle segundo ele mesmo Newton Boscovich s XVIII Fisicalismos nãomaterialistas p ex aqueles que incluem noções de força energia campo ondas sem suporte material como as ondas eletromagnéticas dualidade onda partícula etc Mecanicismos nãodeterministas p ex aqueles que incluem a noção de probabilidade p ex teoria cinética mecânica estatística isso já no século XIX Revisitando o atomismo antigo São portanto os corpos elementares de uma compacta simplicidade e ligamse entre si por partículas mínimas com estreita coesão não são formados por uma simples reunião das partículas mas vemlhes a força de uma eterna simplicidade que a natureza não deixa cercear ou diminuir conservandoos como germes das coisas Tens de confessar vencido que há corpos que não são compostos de partículas e são os menores de todos E como eles existem tens de confessar que os elementos são compactos e eternos Finalmente se a natureza criadora das coisas costumasse levar tudo a dispersarse em partes muito pequenas já não poderia tornar com elas a formar coisa alguma visto que não sendo formadas de partículas não podem ter aquilo de que precisa a matéria criadora as diversas ligações os pesos os choques os encontros e os movimentos por meio dos quais tudo se cria Minha opinião é a seguinte há certos elementos cuja reunião e cujos movimentos ordem posição feitios produzem o fogo e que desde que mudem de aspecto mudam a natureza dos corpos porém não se parecem com o fogo nem com qualquer de outras coisas perceptíveis aos sentidos e capazes de nos fazer sentir o seu contato Por que motivo se não há de admitir a existência de certos elementos de tal natureza que se por exemplo criarem o fogo podem depois por uma ligeira diminuição ou por um ligeiro aumento e mudada a ordem e o movimento dar origem às auras do ar e assim tudo se transformar em tudo É de grande importância muitas vezes considerar as combinações que os elementos formam as posições que ocupam e os movimentos que uns dos outros recebem São os mesmos os elementos que formam o céu o mar as terras os rios o Sol e os que formam as searas as árvores e os animais mas em cada qual se movem dispostos de modo diferente Lucrécio Da Natureza Livro I trad por Agostinho da Silva in Os Pensadores Boyle Corpuscularista porém não atomista tendo por várias razões alhures mencionadas renunciado propositalmente a ler alguns discursos muito estimados e pelo que sei sendoo com muita justiça acerca de hipóteses gerais é bem possível que alguns desses argumentos me sejam estranhos além disso devo dizer confesso que propositalmente renunciei a fazer uso de alguns outros acerca dos quais informeime suficientemente Pois algumas dessas elucubrações levariam aquele que as empregasse a adotar uma hipótese ou teoria com a qual talvez eu não esteja plenamente satisfeito e que eu não me vejo tendo necessidade alguma de utilizar e de acordo com isso eu propositalmente evitei utilizar argumentos que estejam baseados em ou pressuponham corpúsculos indivisíveis chamados átomos ou qualquer movimento inato associado a eles ou que a essência dos corpos consista na extensão ou que um vácuo seja impossível ou que existam globuli caelestes ou uma materia subtilis tais como as que os cartesianos empregam para explicar a maior parte dos fenômenos da natureza Por essas e várias outras razões eu que escrevo aqui para os corpuscularistas em geral mais do que para alguma facção deles considerei inadequado envolverme inutilmente discursando quer contra aqueles para os quais tais coisas parecem tão discutíveis quanto as opiniões peripatéticas parecemme a mim quer a favor para satisfazer alguma pessoa engenhosa à qual não fosse justo impor noções que eu mesmo não considerasse adequadas Boyle The origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart p 7 Matéria e movimento Filosofia corpuscular Boyle The origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart pp 1820 Continua Matéria e movimento Filosofia corpuscular Boyle The origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart pp 1820 Continua Matéria e movimento Filosofia corpuscular Boyle The origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart pp 1820 Matéria e movimento Filosofia corpuscular O sal o enxofre e o mercúrio do químico ie alquimista não são os princípios primeiros e mais simples do corpos mas antes concreções primárias de corpúsculos ou partículas mais simples equipadas apenas com as propriedades primeiras ou mais radicais se posso assim me expressar e mais universais dos corpos simples a saber tamanho forma e movimento ou repouso e é pelas diferentes combinações ou coalizões dessas mínimas partes de matéria que são formadas aquelas diferentes concreções que os químicos denominam sal enxofre e mercúrio E estará de acordo com esta doutrina que diversos efeitos deste ou daquele princípio espagírico não precisam ser derivados do sal por exemplo ou do enxofre como tal mas podem ser explicados por meio de alguns desses corpúsculos que eu chamei de mais simples ou radicais e tais explicações por serem mais simples e mecânicas podem ser consideradas mais fundamentais e satisfatórias Boyle The Works Vol IV p 281 Edpor Thomas Birch Hildesheim Georg Olms 1966 Reedição facsimilar da edição de 1772 Qualidades primárias e secundárias Hobbes A causa da sensação é o corpo exterior ou objeto que pressiona o órgão próprio de cada sentido ou de forma imediata como no gosto e tato ou de forma mediata como na vista no ouvido e no cheiro a qual pressão pela mediação dos nervos e outras cordas e membranas do corpo prolongada para dentro em direção ao cérebro e coração causa ali uma resistência ou contrapressão ou esforço do coração para se transmitir cujo esforço porque para fora parece ser de algum modo exterior E é a esta aparência ou ilusão que os homens chamam sensação e consiste no que se refere à visão numa luz ou cor figurada em relação ao ouvido num som em relação ao olfato num cheiro em relação à língua e paladar num sabor e em relação ao resto do corpo em frio calor dureza macieza e outras qualidades tantas quantas discernimos pelo sentir Todas estas qualidades denominadas sensíveis estão no objeto que as causa mas são muitos os movimentos da matéria que pressionam nossos órgãos de maneira diversa Também em nós que somos pressionados elas nada mais são do que movimentos diversos pois o movimento nada produz senão o movimento Mas sua aparência para nós é ilusão quer quando estamos acordados quer quando estamos sonhando continua Hobbes Leviatã Parte I Do Homem Capítulo 1 Da sensação Trad por João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva In Os Pensadores Hobbes São Paulo Abril Cultural Qualidades primárias e secundárias Hobbes continuação E do mesmo modo que pressionar esfregar ou bater nos olhos nos faz supor uma luz e pressionar o ouvido produz um som também os corpos que vemos ou ouvimos produzem o mesmo efeito pela sua ação forte embora não observada Porque se essas cores e sons estivessem nos corpos ou objetos que os causam não podiam ser separados deles como nos espelhos e nos ecos por reflexão vemos que eles são nos quais sabemos que a coisa que vemos está num lugar e a aparência em outro E muito embora a uma certa distância o próprio objeto real pareça confundido com a aparência que produz em nós mesmo assim o objeto é uma coisa e a imagem ou ilusão uma outra De tal modo que em todos os casos a sensação nada mais é do que a ilusão originária causada como disse pela pressão isto é pelo movimento das coisas exteriores nos nossos olhos ouvidos e outros órgãos a isso determinados Hobbes Leviatã Parte I Do Homem Capítulo 1 Da sensação Trad por João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva In Os Pensadores Hobbes São Paulo Abril Cultural Qualidades primárias e secundárias Descartes Temos motivo para concluir que não temos ciência de nenhuma maneira de que tudo aquilo que está nos objetos que chamamos sua luz suas cores seus odores seus sabores seus sons seu calor ou frio e as demais qualidades que são sentidas com o tato e também aquilo que denominamos suas formas substanciais seja neles outra coisa que não as diversas formas posições tamanhos e movimentos de suas partes as quais encontramse dispostas de tal modo que podem mover os nossos nervos de todas as maneiras diferentes que nos são necessárias para excitar em nossa alma as diversas sensações que eles nela excitam Descartes Princípios da Filosofia Parte IV CXCVIII Que não há nada nos corpos que possa excitar em nós nenhuma sensação exceto o movimento a forma a posição e tamanho de suas partes Cf também Princípios Parte II IV A natureza do corpo não consiste no peso dureza cor ou qualidades semelhantes mas tão somente na extensão Qualidades primárias e secundárias Boyle Porém nós agora devemos considerar que no mundo existem de facto certos seres sensatos e racionais que chamamos homens e que o corpo do homem possuindo várias de suas partes externas tais como o olho o ouvido etc cada uma delas com uma textura distinta e peculiar através da qual é capaz de receber impressões dos corpos ao redor e que com base nisso é dito um órgão dos sentidos devemos considerar dizia que esses sensórios podem ser afetados pela figura forma movimento e textura dos corpos externos a eles de diversas maneiras com alguns desses corpos externos sendo apropriados para afetar o olho outros o ouvido outros as narinas etc E a essas ações dos objetos sobre os sensórios a mente do homem que em virtude de sua união com o corpo as percebe dá diferentes nomes chamando uma de luz ou cor a outra de som a outra de odor etc E devido ao fato de que cada órgão dos sentidos tal como o olho ou o palato pode também ser afetado diferentemente pelos objetos externos a mente do mesmo modo dá aos objetos do mesmo sentido diferentes denominações chamando um de verde outro de azul um gosto de doce outro de amargo etc razão pela qual os homens foram levados a elaborar um extenso catálogo de coisas que pela sua relação com nossos sentidos nós chamamos de qualidades sensíveis Boyle On the origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart pp 3031 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Calor segundo Galileu Muitas sensações que são reputadas qualidades ínsitas nos sujeitos externos não possuem existência a não ser em nós não sendo outra coisa senão nome fora de nós Acredito que o calor seja um fenômeno deste tipo e que aquelas matérias que produzem e fazem perceber o calor em nós matérias que nós chamamos com o nome geral de fogo sejam uma multidão de pequeníssimos corpos com determinadas figuras movimentados com velocidade enorme Estes pequeníssimos corpos encontram nosso corpo e o penetram com a sua maior sutileza e o contato deles realizado na passagem através de nossa substância e percebido por nós resulta ser aquilo que nós chamamos calor grato ou ingrato segundo a multidão e a velocidade maior ou menor daqueles pequenos corpos que nos afetam e penetram Que exista além da figura número movimento penetração e junção outra qualidade no fogo e que esta qualidade seja o calor eu não acredito considero que o calor seja uma característica tão nossa que deixando de lado o corpo animado e sensitivo o calor tornase simplesmente um vocábulo Galileu O Ensaiador sec 48 Som segundo Galileu Os sons então são produzidos e escutados por nós quando sem outras qualidades sonoras ou transsonoras um tremor frequente do ar encrespado com ondas muito pequenas movimenta a membrana de um certo tímpano existente em nosso ouvido Galileu O Ensaiador sec 48 18 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Cheiro e sabor segundo Galileu Alguns desses corpos sólidos separamse continuamente em pequenas partes umas delas mais graves que o ar que descem e outras mais leves que sobem e pode ser que nasçam daqui dois outros sentidos na medida em que aquelas ferem duas partes do nosso corpo muito mais sensíveis do que a nossa pele que não sente o contato de matérias muito sutis ralas e moles Aqueles pequenos corpos que descem recebidos sobre a parte superior da língua penetrando misturados com sua umidade com sua substância geram sabores agradáveis ou não segundo a diversidade dos contatos das várias figuras destas pequenas partes e conforme sejam muitos ou poucos mais ou menos rápidos Os outros que sobem entrando pelo nariz ferem aquelas pequenas membranas que são o instrumento do olfato e são aqui recebidos da mesma forma seus contatos e passagens de nosso agrado ou não conforme as figuras deles sejam de um modo ou de outro e os movimentos lentos ou rápidos e estes ínfimos poucos ou muitos Galileu O Ensaiador sec 48 19 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Fogo e luz segundo Galileu Ora a fricção de dois corpos duros quer solvendo uma parte em pequenas partes ígneas e voadoras quer abrindo a saída aos pequenos ígneos contidos colocaos finalmente em movimento onde encontrando nossos corpos e por eles penetrando e passando e a alma sensitiva percebendo a sua passagem sente aquela sensação agradável ou desagradável que nós chamamos depois calor queimação ou esquentamento E às vezes enquanto a diminuição e o atrito permanecem e são contidos entre todas as partes pequenas o movimento deles é temporal e a ação somente calorífica depois chegando à derradeira e importantíssima solução em átomos realmente indivisíveis criase a luz por meio do movimento ou queremos dizer expansão e difusão instantâneas e potente pela sua não sei se deva chamála sutileza leveza imaterialidade ou outra condição diferente de todas estas e ainda sem nome apta afirmo eu a encher espaços imensos Galileu O Ensaiador sec 48 Edição utilizada Galileu Galilei O Ensaiador Trad por Helda Barraco In Os Pensadores Galileu Newton pp 1140São PauloAbril Cultural 1991 20 Qualidades primárias e qualidades secundárias Há uma rica e complexa tradição na história da filosofia discutindo o estatuto o significado e as implicações da distinção entre qualidades primárias e secundárias distinção essa que pode ser traçada de várias maneiras diferentes Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Cor sabor calor segundo Demócrito Por convenção há o doce e o amargo o quente e o frio por convenção há a cor porém na realidade existem os átomos e o vazio Demócrito Fragmento 9 cit por Sexto Empírico Cor segundo Newton Pois os raios propriamente falando não são coloridos Não há nada neles além de uma certa potência e disposição para excitar uma sensação desta ou daquela cor Newton Óptica 21 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Calor cor sabor segundo Kant That one could without detracting from the actual existence of outer things say of a great many of their predicates they belong not to these things in themselves but only to their appearances and have no existence of their own outside our representation is something that was generally accepted and acknowledged long before Lockes time though more commonly thereafter To these predicates belong warmth color taste etc That I however even beyond these include for weighty reasons also among mere appearances the remaining qualities of bodies which are called primarias extension place and more generally space along with everything that depends on it impenetrability or materiality shape etc is something against which not the least ground of uncertainty can be raised and as little as someone can be called an idealist because he wants to admit colors as properties that attach not to the object in itself but only to the sense of vision as modifications just as little can my system be called idealist simply because I find that even more of nay all of the properties that make up the intuition of a body belong merely to its appearance for the existence of the thing that appears is not thereby nullified as with real idealism but it is only shown that through the senses we cannot cognize it at all as it is in itself Kant Prolegomena to any future metaphysics 13 Nota II trad G Hatfield 22 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Luz cor odor sabor som calor frio segundo Descartes Temos motivo para concluir que não temos ciência de nenhuma maneira de que tudo aquilo que está nos objetos que chamamos sua luz suas cores seus odores seus sabores seus sons seu calor ou frio e as demais qualidades que são sentidas com o tato e também aquilo que denominamos suas formas substanciais seja neles outra coisa que não as diversas formas posições tamanhos e movimentos de suas partes as quais encontramse dispostas de tal modo que podem mover os nossos nervos de todas as maneiras diferentes que nos são necessárias para excitar em nossa alma as diversas sensações que eles nela excitam Descartes Princípios da Filosofia Parte IV CXCVIII Que não há nada nos corpos que possa excitar em nós nenhuma sensação exceto o movimento a forma a posição e tamanho de suas partes Cf também Princípios Parte II IV A natureza do corpo não consiste no peso dureza cor ou qualidades semelhantes mas tão somente na extensão Outros protagonistas do debate além de Galileu Newton Demócrito Lucrécio Kant Descartes Boyle Locke Berkeley Thomas Reid Holbach Condillac a tradição islâmica do Kālām criticada pela tradição Falsafa mas empregando outra tábua de qualidades primárias quentefrio e secoúmido etc a metafísica das qualidades supervenientes de João Filopono etc NB Note que traçar uma distinção entre qualidades primárias e secundárias não remete automaticamente ao atomismo 23 Discurso do método Quinta parte Trad por Maria Ermantina Galvão São Paulo Martins Fontes 2001 Organismomáquina Descartes Organismomáquina Hobbes Do mesmo modo que tantas outras coisas a natureza a arte mediante a qual Deus fez e governa o mundo é imitada pela arte dos homens também nisto que lhe é possível fazer um animal artificial Pois vendo que a vida não é mais do que um movimento dos membros cujo início ocorre em alguma parte principal interna por que não poderíamos dizer que todos os autômatos máquinas que se movem a si mesmas por meio de molas tal como um relógio possuem uma vida artificial Pois o que é o corarão senão uma mola e os nervos senão outras tantas cordas e as juntas senão outras tantas rodas imprimindo movimento ao corpo inteiro tal como foi projetado pelo Artífice E a arte vai mais longe ainda imitando aquela criatura racional a mais excelente obra da natureza o Homem Porque pela arte é criado aquele grande Leviatã a que se chama Estado ou Cidade em latim Civitas que não é senão um homem artificial embora de maior estatura e força do que o homem natural para cuja proteção e defesa foi projetado E no qual a soberania é uma alma artificial pois dá vida e movimento ao corpo inteiro os magistrados e outros funcionários judiciais ou executivos juntas artificiais a recompensa e o castigo pelos quais ligados ao trono da soberania todas as juntas e membros são levados a cumprir seu dever são os nervos que fazem o mesmo no corpo natural a riqueza e prosperidade de todos os membros individuais são a força Salus Populi a segurança do povo é seu objetivo os conselheiros através dos quais todas as coisas que necessita saber lhe são sugeridas são a memória a justiça e as leis uma razão e uma vontade artificiais a concórdia é a saúde a sedição é a doença e a guerra civil é a morte Por último os pactos e convenções mediante os quais as partes deste Corpo Político foram criadas reunidas e unificadas assemelhamse àquele Fiat ao Façamos o homem proferido por Deus na Criação Hobbes Leviatã Introdução Trad por João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva In Os Pensadores Hobbes São Paulo Abril Cultural Natural artificial Todas as coisas são Artificiais pois a própria Natureza nada mais é do que a Arte de Deus Desse modo certamente determinar os vários meandros e processos misteriosos desta Arte divina na governança dessa grande Máquina do Mundo é Mister próprio apenas ao Filósofo Experimental e Mecânico Henry Power Experimental Philosophy in Three Books Containing New Experiments Microscopial Mercurial Magnetical pp 190191 Ed por Marie Boas Hall New York Johnson Reprint Corporation 1966 Física cartesiana O movimento na física cartesiana Para Descartes o movimento e o repouso são apenas estados diferentes maneiras dos corpos Princ Phil II 27 O movimento compatível com um universo pleno é o movimento circular de modo que cada corpo ocupe o lugar de outro corpo e esse de outro e assim sucessivamente sem deixar que surjam espaços vazios até que o último ocupe o lugar do primeiro corpo Já um movimento retilíneo que se prolongasse num pleno acabaria deixando espaço vazio em algum lugar o que é considerado inadmissível Princ Phil II 33 Para Descartes a composição de movimentos é possível e um corpo pode apresentar diferentes movimentos conforme o ponto de vista O exemplo do relógio no bolso Princ Phil II 31 32 44 Um corpo pode apresentar diferentes tendências ao movimento Princ Phil III 57 Movimento é definido por Descartes como uma translação porém não simplesmente de um lugar para outro mas sim em relação aos corpos contíguos considerados como estando em repouso Princ Phil II 24 25 28 29 Física cartesiana A tendência ao movimento é instantânea ao passo que o movimento real não O exemplo cartesiano da pedra numa funda O movimento se estabelece não porque haja uma força mantendo o corpo em movimento circular como dirá Newton mas sim porque a tendência ao movimento retilíneo seja radial seja tangencial é continuamente impedida Importante movimento em Descartes é um conceito diferente de tendência ao movimento O movimento natural é circular e o movimento fisicamente possível é arbitrário mas a tendência ao movimento é sempre retilínea Física cartesiana As três leis do movimento Princípios da Filosofia Parte II Dos princípios das coisas materiais 37 A primeira lei da natureza cada coisa permanece no seu estado se nada o alterar assim aquilo que uma vez foi posto em movimento continuará sempre a moverse Cada coisa particular enquanto simples e indivisa se conserva o mais possível espanhol e inglês permanece sempre no mesmo estado esp na medida em que depende dela mesma e nunca muda a não ser por causas externas Se estiver em repouso nunca se moverá por si mesma esp e ing a não ser que seja compelida a isso por alguma causa Mas uma vez posta em andamento também não podemos pensar que ela possa deixar de se mover port com a mesma força enquanto não encontrar nada que atrase ou detenha seu movimento De modo que se um corpo começou a moverse devemos concluir que continuará sempre em movimento e que nunca parará por si próprio DESCARTES René Princípios da filosofia Trad por João Gama Lisboa Edições 70 1997 Cotejada com esp Los principios de la filosofía Trad por Gregorio Halperín Buenos Aires Losada 1997 ing abridged The Principles of Philosophy In The Philosophical Writings of Descartes Trad por John Cottingham Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana As três leis do movimento 39 A segunda lei da natureza todo corpo que se move tende a continuar o seu movimento em linha reta Cada parte de matéria considerada em si mesma nunca tende a continuar o seu movimento em linha curva mas sim em linha reta embora muitas destas partes sejam muitas vezes obrigadas a desviarse porque encontram outras no caminho ing defletidas de maneira forçada pelo impacto de outros corpos e quando um corpo se move toda a matéria é conjuntamente movida e faz sempre um círculo ou anel DESCARTES René Princípios da filosofia Trad por João Gama Lisboa Edições 70 1997 Cotejada com esp Los principios de la filosofía Trad por Gregorio Halperín Buenos Aires Losada 1997 ing abridged The Principles of Philosophy In The Philosophical Writings of Descartes Trad por John Cottingham Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana As três leis do movimento 40 A terceira lei se um corpo que se move encontrar outro mais forte port esp ing o seu movimento não diminui em nada se encontrar um corpo mais fraco port esp ing port que consiga mover só perderá o movimento que lhe transmitir Se um corpo em movimento não port sic encontrar outro tem menos força ing power para continuar a moverse em linha reta do que este para lhe resistir perdendo a determinação ing a direção é alterada e desviandose mas sem nada perder do seu movimento E se tiver mais força ing if its power of continuing is greater than the resistance of the other body move consigo esse outro corpo e perde tanto movimento como aquele que lhe transmite DESCARTES René Princípios da filosofia Trad por João Gama Lisboa Edições 70 1997 Cotejada com esp Los principios de la filosofía Trad por Gregorio Halperín Buenos Aires Losada 1997 ing abridged The Principles of Philosophy In The Philosophical Writings of Descartes Trad por John Cottingham Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana Leis do movimento no Le Monde O mundo ou tratado da luz Capítulo 7 Das leis da natureza nesse mundo novo A A primeira é que cada parte da matéria tomada individualmente continua sempre no mesmo estado enquanto ela não encontrar uma outra parte que lhe constranja a mudar Se ela está parada em algum lugar nunca se movimentará enquanto outras partes da matéria não a tocarem esp não a deslocarem do seu lugar ing unless others drive it out por fim se ela começa a se mover continuará sempre a movimentarse com igual força port esp ing até que outras a detenham ou a retardem B Como segunda regra suponho que quando um corpo empurra um outro ele só lhe transmitirá movimento caso ele perca simultaneamente do seu próprio movimento assim como ele não poderá retirar o movimento do outro corpo senão aumentando seu próprio movimento esp na mesma proporção ing increased by as much DESCARTES René O mundo ou tratado da luz Trad por Érico Andrade São Paulo Hedra 2008 Cotejada com esp El Mundo o el Tratado de la Luz Trad por Ana Rioja Madrid Alianza Editorial 1991 ing The World orTreatise on Light Trad por Robert Stoothoff In The PhilosophicalWritings of Descartes Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana Leis do movimento no Le Monde C A minha terceira regra consiste no seguinte ainda que o movimento de um corpo façase mais frequentemente em linha curva e que esse corpo não possa jamais fazer nenhum movimento que não seja de algum modo circular como já dissemos acima então cada uma de suas partes em particular tende sempre a continuar o seu movimento em linha reta Desse modo a ação desse corpo isto é a sua inclinação a moverse é diferente do seu movimento DESCARTES René O mundo ou tratado da luz Trad por Érico Andrade São Paulo Hedra 2008 Cotejada com esp El Mundo o el Tratado de la Luz Trad por Ana Rioja Madrid Alianza Editorial 1991 ing The World orTreatise on Light Trad por Robert Stoothoff In The PhilosophicalWritings of Descartes Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana As três leis nas duas obras Principia Parte II Le Monde Cap 7 Teor 1a Lei Artigo 37 Regra A Conservação do estado de movimento ou de repouso 2a Lei Artigo 39 Regra C Tendência ao movimento retilíneo 3a Lei Artigo 40 Regra B Conservação da quantidade de movimento nas colisões Cosmologia cartesiana Os três elementos A fábula cosmogônica de Descartes no capítulo oitavo de O Mundo Segundo elemento constitui os céus É chamado de segundo dentro da hierarquia de homogeneidade mas geneticamente é o primeiro Originalmente Deus criou a matéria dotada de todas as formas e movimentos possíveis Reinava um caos Como não se pode ter espaços vazios os movimentos circulares se impõem Começam então a surgir diferentes centros dos movimentos Os constantes choques tendem a desgastar as pedaços reduzindoos a um tamanho médio semelhante com forma aproximadamente redonda e com uma distribuição média de movimentos Começa a emergir um certo grau de homogeneidade Terceiro elemento constitui os planetas e os cometas Na heterogeneidade original alguns pedaços de matéria eram maiores com maior dificuldade para dividirse e arredondarse e apresentando maior resistência ao movimento e maior tendência a prosseguir em linha reta Como resultado esses pedaços acabaram migrando para as regiões mais afastadas dos centros em torno dos quais eles giram Primeiro elemento constitui os centros dos vórtices turbilhões Compõese de partículas muito menores e mais desgastadas e também mais rápidas sem forma bem definida Preenchem os interstícios vazios deixados pelos pedaços do segundo elemento Aquelas partículas que sobram dirigemse aos centros dos movimentos e acabarão formando corpos perfeitamente redondos líquidos e sutis que são o Sol e as estrelas Cosmologia cartesiana Os três elementos Imaginai por exemplo que os pontos S E A são os centros dos quais vos falo e que toda matéria compreendida no espaço FGGF é um céu que gira em torno de um Sol o ponto S Imaginai ainda que toda a matéria compreendida no espaço HGGH é um outro céu que gira em torno de outra estrela e assim ocorre com os outros espaços de sorte que há tantos céus diversos quanto há estrelas Como o número de estrelas é indefinido o número de céus é igualmente indefinido Além disso o firmamento não é outra coisa senão a superfície sem espessura que separa os céus uns dos outros Descartes O mundo ou tratado da luz Cap 8 Da formação do Sol e das estrelas nesse mundo novo trad Érico Andrade p 73 Propagação da luz Filopono Concepção dinâmica de luz como uma atividade incorpórea reinterpretando a noção de energeia capaz de constituir a transparência e aquecer os corpos com propagação não instantânea em vez da concepção estática aristotélica de luz como uma transição instantânea entre a potencialidade e a atualidade da transparência Descartes O mundo ou tratado da luz Caps 13 Da luz e 14 Das propriedades da luz Luz como transmissão de uma tendência ao movimento pressão Propagação instantânea ie com velocidade infinita Há uma tensão com a demonstração de Descartes da lei da reflexão em termos de corpúsculos na Dióptrica de acordo com a qual a propagação deveria levar um tempo finito Propagação da luz Hobbes A Breve tratado sobre os primeiros princípios atribuído Concepção de luz via emissão contínua de species substanciais corpúsculos materiais que possuem movimento local Transmissão não instantânea tempo de propagação finito Hobbes B Após ler a Dióptrica de Descartes Concepção ondulatória de luz Raios de luz não são linhas geométricas mas possuem espessura Tempo de propagação finito Huygens Traité de la lumière Concepção ondulatória da luz Conceito de frente de onda Propagação da luz Crítica de Huygens a Descartes Pois a mim sempre me pareceu e a muitos outros além de mim que mesmo o Sr Descartes que tinha o objetivo de tratar de maneira inteligível todos os temas da física e que certamente teve nisso mais êxito do que qualquer pessoa antes dele não disse nada a respeito da luz e das suas propriedades que não estivesse cheio de dificuldades ou mesmo fosse inconcebível Para Descartes a luz consiste em uma pressão contínua que somente tende ao movimento Uma vez que essa pressão não pode agir de dois lados opostos ao mesmo tempo contra corpos que não têm nenhuma inclinação para se aproximar resulta impossível compreender aquilo que acabei de afirmar sobre duas pessoas que vêem os olhos uma da outra bem como a maneira pela qual duas tochas podem iluminar uma à outra Huygens Traité de la Lumière p 67 20 apud F Jan Dijksterhuis Lenses andWaves Christiaan Huygens and the mathematical science of Optics in the Seventeenth century Dordrecht Kluwer 2004 pp 186187 Propagação da luz Crítica de Newton a Descartes A luz não pode ocorrer por pressão pois nesse caso enxergaríamos tão bem ou melhor à noite do que de dia Deveríamos ver uma luz brilhante acima de nós porque somos pressionados para baixo O Sol não poderia sofrer um eclipse completo A Lua e os planetas brilhariam como sóis Um homem andando ou correndo enxergaria à noite Ao se apagar um fogo ou uma vela nós olhando noutra direção deveríamos ver uma luz Todo o Leste brilharia durante o dia e o Oeste durante a noite em razão da torrente que carrega o nosso vórtice A interposição de um pequeno corpo não poderia impedir nos de ver Newton apud Cohen Westfall eds Newton Textos antecedentes comentários pp 2829 Um desafio para o mecanicismo O magnetismo A discussão de Descartes sobre o magnetismo encontrase em Princípios da Filosofia na Quarta Parte Da Terra artigos 133183 A sua engenhosa explicação é em termos das famosas partículas ranhuradas esp estriadas ing grooved Fonte da imagem Descartes Principles of Philosophy trad Valentine Miller Reese Miller Dordrecht Kluwer 1982 p 310 Filosofia e História da Ciência Moderna Prof Valter Alnis Bezerra Departamento de Filosofia FFLCHUSP Era pósmecanicista e pósnewtoniana 1200 1500 1600 1700 1800 1850 1900 ELETRCIDADE E MAGNETISMO 1269 1550 1600 1644 1704 UNIFICAÇÃO EXPERIMENTAL UNIFICAÇÃO TEÓRICA Petrus Peregrinus Cardano Gilbert Descartes Newton Coulomb a 18391855 1873 Epistola de Magnete De Subtilitate De Magnete Princ Phil Óptica Ampère Faraday Experim Maxwell Magnetismo Distinção MagEletr Oersted Researches Treatise Volta b 1856 1861 1864 Ohm Maxwell A Trilogia Franklin CONCEITO DE CAMPO PROBLEMA DA AÇÃO À DISTÂNCIA NEWTONIANISMO 1687 Eletricidade Coulomb Gravesande Musschenbroek Newton Óptica Laplace Principia Biologia Maupertuis Mecânica Celeste LeSage Boscovich ONTOLOGIA Cosmologia Laplace Filosofia Kant Voltaire Reid MECÂNICA PRINCÍPIO DE CONCEITOS DE MÍNIMA AÇÃO ENERGIA CONCEITOS DE FORÇA MECANICISMO Descartes Le Monde Princípios de filosofia CRISE DO MECANICISMO Galileu Discorsi Diálogo Kepler Teoria do Campo Harvey De motu cordis Hobbes Termodinâmica Boyle Spring of air Sceptical chymist Mecânica Estatística Huygens Traité de la lumière Probabilidade Imagem de natureza Imagem de ciência Relatividade Matéria e movimento Quantum de ação Causalidade eficiente Evolução das espécies Ação por contato Psicanálise Crítica às propriedades ativas qualidades ocultas QUANTIDADE DE MOVIMENTO PRINCÍPIO DE INÉRCIA CONFLITO COMPATIBILIDADE RELAÇÔES COMPLEXAS
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O mecanicismo Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência IV Departamento de Filosofia FFLCHUSP Prof Dr Valter Alnis Bezerra Teses principais do mecanicismo do XVII O mecanicismo foi uma imagem de natureza e imagem de ciência nos termos de Paulo Abrantes extraordinariamente influente na ciência moderna tendo tido seu apogeu no século XVII gerando desdobramentos e influências que se estenderam até o século XIX época de seu declínio e mesmo apresentando reverberações que perduram até os dias de hoje O mecanicismo seiscentista era caracterizado pelas seguintes teses principais a Redução de todos os processos a um quadro ontológico constituído por matéria e movimento b Rejeição de todos os tipos de causa exceto a causa eficiente c Só se admite a ação por contato Rejeição da ação a distância d Rejeição de quaisquer princípios ativos da matéria espíritos almas qualidades ocultas etc ie a matéria é essencialmente passiva bem como das diferentes naturezas ou essências específicas ie o mundo físico teria uma só natureza homogênea fundamental e Matematização da natureza em particular geometrização e quantificação para descrever as qualidades primárias Qualidades primárias no mecanicismo Descartes Extensão Movimento Galileu Figura forma geométrica Magnitude Extensão Número Movimento Boyle Extensão Forma Impenetrabilidade Movimento Newton Extensão Dureza Impenetrabilidade Mobilidade Inércia Paulo C Abrantes Imagens de natureza imagens de ciência Cap 2 A ciência moderna e o método experimental 1ª Ed 1998 2ª Ed 2016 Variedades de mecanicismo Podemos pensar em pelo menos três sentidos do conceito de mecanicismo 1 Mecanicismo clássico que consiste no ideal de reduzir todos os fenômenos físicos a um quadro conceitual cuja ontologia o termo é utilizado aqui sem pensar em ontologia no sentido da filosofia contemporânea inclui basicamente como qualidades primárias a matéria e o movimento Este seria um sentido metafísico de mecanicismo aquilo que se denomina tradicionalmente de uma imagem mecanicista de natureza 2 Mecanicismo no sentido de um projeto de formular explicações mecânicas para os fenômenos físicos isto é especificando causas eficientes e mecanismos internos pelos quais as ações são efetuadas Uma variante importante é a busca de modelos mecânicos para descrever os processos e fenômenos Podemos dizer que se trata aqui de um mecanicismo num sentido metodológico A noção de mecanismo é mais geral e abstrata do que a noção de máquina Um mecanismo é um sistema tal que o seu comportamento pode ser completamente descrito pelas interrelações entre suas partes componentes 3 Finalmente temos ainda o mecanicismo no sentido de uma imagem do universo como máquina ou de maneira mais restrita organismos ou sistemas como máquinas Este é um mecanicismo também metafísico extremamente abrangente Reducionismo Mecanicismo Atomismo Materialismo Pode haver superposições parciais mas tratase de conceitos distintos Distinguindo algumas noções Distinguindo algumas noções Atomismo Os objetos materiais possuem constituintes últimos indivisíveis que não podem ser eles mesmos decompostos em outros O atomismo nega a divisibilidade infinita efetiva física da matéria e a continuidade da matéria Corpuscularismo As interações e processos envolvendo objetos materiais podem ser explicadas em termos de partículas partes ou corpúsculos que não são necessariamente átomos Isto inclui a tese de a matéria possuir uma estrutura granular em algum grau de resolução a tese das qualidades secundárias entendidas em termos de corpúsculos etc Materialismo Os únicos fatores com eficácia causal envolvidos nos processos naturais são exclusivamente materiais Dessa forma o materialismo é uma forma de monismo Fisicalismo Os únicos fatores com eficácia causal envolvidos nos processos naturais são exclusivamente físicos e passíveis de acesso empírico Em outras palavras tudo o que existe existe fisicamente e não há outras espécies de coisas além das coisas físicas Reducionismo As propriedades de um sistema como um todo incluindo suas qualidades são contingentes em relação a ou podem ser explicadas em termos de configuração e arranjo de suas partes constituintes Distinguindo algumas noções Determinismo O estado de um sistema bem definido num instante t1 fica inteiramente determinado pelo seu estado num instante anterior t0 t1 e pelas leis que governam sua evolução temporal Notese que nesta definição fazse referência ao estado ser determinado não ao estado ser necessariamente conhecido pelo sujeito Algumas variantes e superposições notáveis Atomismos nãomecanicistas p ex química em termos de minima naturalia Mecanicismos nãoatomistas p ex Descartes Corpuscularismos nãoatomistas p ex Boyle segundo ele mesmo Newton Boscovich s XVIII Fisicalismos nãomaterialistas p ex aqueles que incluem noções de força energia campo ondas sem suporte material como as ondas eletromagnéticas dualidade onda partícula etc Mecanicismos nãodeterministas p ex aqueles que incluem a noção de probabilidade p ex teoria cinética mecânica estatística isso já no século XIX Revisitando o atomismo antigo São portanto os corpos elementares de uma compacta simplicidade e ligamse entre si por partículas mínimas com estreita coesão não são formados por uma simples reunião das partículas mas vemlhes a força de uma eterna simplicidade que a natureza não deixa cercear ou diminuir conservandoos como germes das coisas Tens de confessar vencido que há corpos que não são compostos de partículas e são os menores de todos E como eles existem tens de confessar que os elementos são compactos e eternos Finalmente se a natureza criadora das coisas costumasse levar tudo a dispersarse em partes muito pequenas já não poderia tornar com elas a formar coisa alguma visto que não sendo formadas de partículas não podem ter aquilo de que precisa a matéria criadora as diversas ligações os pesos os choques os encontros e os movimentos por meio dos quais tudo se cria Minha opinião é a seguinte há certos elementos cuja reunião e cujos movimentos ordem posição feitios produzem o fogo e que desde que mudem de aspecto mudam a natureza dos corpos porém não se parecem com o fogo nem com qualquer de outras coisas perceptíveis aos sentidos e capazes de nos fazer sentir o seu contato Por que motivo se não há de admitir a existência de certos elementos de tal natureza que se por exemplo criarem o fogo podem depois por uma ligeira diminuição ou por um ligeiro aumento e mudada a ordem e o movimento dar origem às auras do ar e assim tudo se transformar em tudo É de grande importância muitas vezes considerar as combinações que os elementos formam as posições que ocupam e os movimentos que uns dos outros recebem São os mesmos os elementos que formam o céu o mar as terras os rios o Sol e os que formam as searas as árvores e os animais mas em cada qual se movem dispostos de modo diferente Lucrécio Da Natureza Livro I trad por Agostinho da Silva in Os Pensadores Boyle Corpuscularista porém não atomista tendo por várias razões alhures mencionadas renunciado propositalmente a ler alguns discursos muito estimados e pelo que sei sendoo com muita justiça acerca de hipóteses gerais é bem possível que alguns desses argumentos me sejam estranhos além disso devo dizer confesso que propositalmente renunciei a fazer uso de alguns outros acerca dos quais informeime suficientemente Pois algumas dessas elucubrações levariam aquele que as empregasse a adotar uma hipótese ou teoria com a qual talvez eu não esteja plenamente satisfeito e que eu não me vejo tendo necessidade alguma de utilizar e de acordo com isso eu propositalmente evitei utilizar argumentos que estejam baseados em ou pressuponham corpúsculos indivisíveis chamados átomos ou qualquer movimento inato associado a eles ou que a essência dos corpos consista na extensão ou que um vácuo seja impossível ou que existam globuli caelestes ou uma materia subtilis tais como as que os cartesianos empregam para explicar a maior parte dos fenômenos da natureza Por essas e várias outras razões eu que escrevo aqui para os corpuscularistas em geral mais do que para alguma facção deles considerei inadequado envolverme inutilmente discursando quer contra aqueles para os quais tais coisas parecem tão discutíveis quanto as opiniões peripatéticas parecemme a mim quer a favor para satisfazer alguma pessoa engenhosa à qual não fosse justo impor noções que eu mesmo não considerasse adequadas Boyle The origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart p 7 Matéria e movimento Filosofia corpuscular Boyle The origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart pp 1820 Continua Matéria e movimento Filosofia corpuscular Boyle The origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart pp 1820 Continua Matéria e movimento Filosofia corpuscular Boyle The origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart pp 1820 Matéria e movimento Filosofia corpuscular O sal o enxofre e o mercúrio do químico ie alquimista não são os princípios primeiros e mais simples do corpos mas antes concreções primárias de corpúsculos ou partículas mais simples equipadas apenas com as propriedades primeiras ou mais radicais se posso assim me expressar e mais universais dos corpos simples a saber tamanho forma e movimento ou repouso e é pelas diferentes combinações ou coalizões dessas mínimas partes de matéria que são formadas aquelas diferentes concreções que os químicos denominam sal enxofre e mercúrio E estará de acordo com esta doutrina que diversos efeitos deste ou daquele princípio espagírico não precisam ser derivados do sal por exemplo ou do enxofre como tal mas podem ser explicados por meio de alguns desses corpúsculos que eu chamei de mais simples ou radicais e tais explicações por serem mais simples e mecânicas podem ser consideradas mais fundamentais e satisfatórias Boyle The Works Vol IV p 281 Edpor Thomas Birch Hildesheim Georg Olms 1966 Reedição facsimilar da edição de 1772 Qualidades primárias e secundárias Hobbes A causa da sensação é o corpo exterior ou objeto que pressiona o órgão próprio de cada sentido ou de forma imediata como no gosto e tato ou de forma mediata como na vista no ouvido e no cheiro a qual pressão pela mediação dos nervos e outras cordas e membranas do corpo prolongada para dentro em direção ao cérebro e coração causa ali uma resistência ou contrapressão ou esforço do coração para se transmitir cujo esforço porque para fora parece ser de algum modo exterior E é a esta aparência ou ilusão que os homens chamam sensação e consiste no que se refere à visão numa luz ou cor figurada em relação ao ouvido num som em relação ao olfato num cheiro em relação à língua e paladar num sabor e em relação ao resto do corpo em frio calor dureza macieza e outras qualidades tantas quantas discernimos pelo sentir Todas estas qualidades denominadas sensíveis estão no objeto que as causa mas são muitos os movimentos da matéria que pressionam nossos órgãos de maneira diversa Também em nós que somos pressionados elas nada mais são do que movimentos diversos pois o movimento nada produz senão o movimento Mas sua aparência para nós é ilusão quer quando estamos acordados quer quando estamos sonhando continua Hobbes Leviatã Parte I Do Homem Capítulo 1 Da sensação Trad por João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva In Os Pensadores Hobbes São Paulo Abril Cultural Qualidades primárias e secundárias Hobbes continuação E do mesmo modo que pressionar esfregar ou bater nos olhos nos faz supor uma luz e pressionar o ouvido produz um som também os corpos que vemos ou ouvimos produzem o mesmo efeito pela sua ação forte embora não observada Porque se essas cores e sons estivessem nos corpos ou objetos que os causam não podiam ser separados deles como nos espelhos e nos ecos por reflexão vemos que eles são nos quais sabemos que a coisa que vemos está num lugar e a aparência em outro E muito embora a uma certa distância o próprio objeto real pareça confundido com a aparência que produz em nós mesmo assim o objeto é uma coisa e a imagem ou ilusão uma outra De tal modo que em todos os casos a sensação nada mais é do que a ilusão originária causada como disse pela pressão isto é pelo movimento das coisas exteriores nos nossos olhos ouvidos e outros órgãos a isso determinados Hobbes Leviatã Parte I Do Homem Capítulo 1 Da sensação Trad por João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva In Os Pensadores Hobbes São Paulo Abril Cultural Qualidades primárias e secundárias Descartes Temos motivo para concluir que não temos ciência de nenhuma maneira de que tudo aquilo que está nos objetos que chamamos sua luz suas cores seus odores seus sabores seus sons seu calor ou frio e as demais qualidades que são sentidas com o tato e também aquilo que denominamos suas formas substanciais seja neles outra coisa que não as diversas formas posições tamanhos e movimentos de suas partes as quais encontramse dispostas de tal modo que podem mover os nossos nervos de todas as maneiras diferentes que nos são necessárias para excitar em nossa alma as diversas sensações que eles nela excitam Descartes Princípios da Filosofia Parte IV CXCVIII Que não há nada nos corpos que possa excitar em nós nenhuma sensação exceto o movimento a forma a posição e tamanho de suas partes Cf também Princípios Parte II IV A natureza do corpo não consiste no peso dureza cor ou qualidades semelhantes mas tão somente na extensão Qualidades primárias e secundárias Boyle Porém nós agora devemos considerar que no mundo existem de facto certos seres sensatos e racionais que chamamos homens e que o corpo do homem possuindo várias de suas partes externas tais como o olho o ouvido etc cada uma delas com uma textura distinta e peculiar através da qual é capaz de receber impressões dos corpos ao redor e que com base nisso é dito um órgão dos sentidos devemos considerar dizia que esses sensórios podem ser afetados pela figura forma movimento e textura dos corpos externos a eles de diversas maneiras com alguns desses corpos externos sendo apropriados para afetar o olho outros o ouvido outros as narinas etc E a essas ações dos objetos sobre os sensórios a mente do homem que em virtude de sua união com o corpo as percebe dá diferentes nomes chamando uma de luz ou cor a outra de som a outra de odor etc E devido ao fato de que cada órgão dos sentidos tal como o olho ou o palato pode também ser afetado diferentemente pelos objetos externos a mente do mesmo modo dá aos objetos do mesmo sentido diferentes denominações chamando um de verde outro de azul um gosto de doce outro de amargo etc razão pela qual os homens foram levados a elaborar um extenso catálogo de coisas que pela sua relação com nossos sentidos nós chamamos de qualidades sensíveis Boyle On the origin of forms and qualities according to the corpuscular philosophy 1666 in Selected Philosophical Papers of Robert Boyle ed M A Stewart pp 3031 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Calor segundo Galileu Muitas sensações que são reputadas qualidades ínsitas nos sujeitos externos não possuem existência a não ser em nós não sendo outra coisa senão nome fora de nós Acredito que o calor seja um fenômeno deste tipo e que aquelas matérias que produzem e fazem perceber o calor em nós matérias que nós chamamos com o nome geral de fogo sejam uma multidão de pequeníssimos corpos com determinadas figuras movimentados com velocidade enorme Estes pequeníssimos corpos encontram nosso corpo e o penetram com a sua maior sutileza e o contato deles realizado na passagem através de nossa substância e percebido por nós resulta ser aquilo que nós chamamos calor grato ou ingrato segundo a multidão e a velocidade maior ou menor daqueles pequenos corpos que nos afetam e penetram Que exista além da figura número movimento penetração e junção outra qualidade no fogo e que esta qualidade seja o calor eu não acredito considero que o calor seja uma característica tão nossa que deixando de lado o corpo animado e sensitivo o calor tornase simplesmente um vocábulo Galileu O Ensaiador sec 48 Som segundo Galileu Os sons então são produzidos e escutados por nós quando sem outras qualidades sonoras ou transsonoras um tremor frequente do ar encrespado com ondas muito pequenas movimenta a membrana de um certo tímpano existente em nosso ouvido Galileu O Ensaiador sec 48 18 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Cheiro e sabor segundo Galileu Alguns desses corpos sólidos separamse continuamente em pequenas partes umas delas mais graves que o ar que descem e outras mais leves que sobem e pode ser que nasçam daqui dois outros sentidos na medida em que aquelas ferem duas partes do nosso corpo muito mais sensíveis do que a nossa pele que não sente o contato de matérias muito sutis ralas e moles Aqueles pequenos corpos que descem recebidos sobre a parte superior da língua penetrando misturados com sua umidade com sua substância geram sabores agradáveis ou não segundo a diversidade dos contatos das várias figuras destas pequenas partes e conforme sejam muitos ou poucos mais ou menos rápidos Os outros que sobem entrando pelo nariz ferem aquelas pequenas membranas que são o instrumento do olfato e são aqui recebidos da mesma forma seus contatos e passagens de nosso agrado ou não conforme as figuras deles sejam de um modo ou de outro e os movimentos lentos ou rápidos e estes ínfimos poucos ou muitos Galileu O Ensaiador sec 48 19 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Fogo e luz segundo Galileu Ora a fricção de dois corpos duros quer solvendo uma parte em pequenas partes ígneas e voadoras quer abrindo a saída aos pequenos ígneos contidos colocaos finalmente em movimento onde encontrando nossos corpos e por eles penetrando e passando e a alma sensitiva percebendo a sua passagem sente aquela sensação agradável ou desagradável que nós chamamos depois calor queimação ou esquentamento E às vezes enquanto a diminuição e o atrito permanecem e são contidos entre todas as partes pequenas o movimento deles é temporal e a ação somente calorífica depois chegando à derradeira e importantíssima solução em átomos realmente indivisíveis criase a luz por meio do movimento ou queremos dizer expansão e difusão instantâneas e potente pela sua não sei se deva chamála sutileza leveza imaterialidade ou outra condição diferente de todas estas e ainda sem nome apta afirmo eu a encher espaços imensos Galileu O Ensaiador sec 48 Edição utilizada Galileu Galilei O Ensaiador Trad por Helda Barraco In Os Pensadores Galileu Newton pp 1140São PauloAbril Cultural 1991 20 Qualidades primárias e qualidades secundárias Há uma rica e complexa tradição na história da filosofia discutindo o estatuto o significado e as implicações da distinção entre qualidades primárias e secundárias distinção essa que pode ser traçada de várias maneiras diferentes Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Cor sabor calor segundo Demócrito Por convenção há o doce e o amargo o quente e o frio por convenção há a cor porém na realidade existem os átomos e o vazio Demócrito Fragmento 9 cit por Sexto Empírico Cor segundo Newton Pois os raios propriamente falando não são coloridos Não há nada neles além de uma certa potência e disposição para excitar uma sensação desta ou daquela cor Newton Óptica 21 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Calor cor sabor segundo Kant That one could without detracting from the actual existence of outer things say of a great many of their predicates they belong not to these things in themselves but only to their appearances and have no existence of their own outside our representation is something that was generally accepted and acknowledged long before Lockes time though more commonly thereafter To these predicates belong warmth color taste etc That I however even beyond these include for weighty reasons also among mere appearances the remaining qualities of bodies which are called primarias extension place and more generally space along with everything that depends on it impenetrability or materiality shape etc is something against which not the least ground of uncertainty can be raised and as little as someone can be called an idealist because he wants to admit colors as properties that attach not to the object in itself but only to the sense of vision as modifications just as little can my system be called idealist simply because I find that even more of nay all of the properties that make up the intuition of a body belong merely to its appearance for the existence of the thing that appears is not thereby nullified as with real idealism but it is only shown that through the senses we cannot cognize it at all as it is in itself Kant Prolegomena to any future metaphysics 13 Nota II trad G Hatfield 22 Qualidades primárias e qualidades secundárias Qualidades secundárias Qualidades primárias subjacentes Luz cor odor sabor som calor frio segundo Descartes Temos motivo para concluir que não temos ciência de nenhuma maneira de que tudo aquilo que está nos objetos que chamamos sua luz suas cores seus odores seus sabores seus sons seu calor ou frio e as demais qualidades que são sentidas com o tato e também aquilo que denominamos suas formas substanciais seja neles outra coisa que não as diversas formas posições tamanhos e movimentos de suas partes as quais encontramse dispostas de tal modo que podem mover os nossos nervos de todas as maneiras diferentes que nos são necessárias para excitar em nossa alma as diversas sensações que eles nela excitam Descartes Princípios da Filosofia Parte IV CXCVIII Que não há nada nos corpos que possa excitar em nós nenhuma sensação exceto o movimento a forma a posição e tamanho de suas partes Cf também Princípios Parte II IV A natureza do corpo não consiste no peso dureza cor ou qualidades semelhantes mas tão somente na extensão Outros protagonistas do debate além de Galileu Newton Demócrito Lucrécio Kant Descartes Boyle Locke Berkeley Thomas Reid Holbach Condillac a tradição islâmica do Kālām criticada pela tradição Falsafa mas empregando outra tábua de qualidades primárias quentefrio e secoúmido etc a metafísica das qualidades supervenientes de João Filopono etc NB Note que traçar uma distinção entre qualidades primárias e secundárias não remete automaticamente ao atomismo 23 Discurso do método Quinta parte Trad por Maria Ermantina Galvão São Paulo Martins Fontes 2001 Organismomáquina Descartes Organismomáquina Hobbes Do mesmo modo que tantas outras coisas a natureza a arte mediante a qual Deus fez e governa o mundo é imitada pela arte dos homens também nisto que lhe é possível fazer um animal artificial Pois vendo que a vida não é mais do que um movimento dos membros cujo início ocorre em alguma parte principal interna por que não poderíamos dizer que todos os autômatos máquinas que se movem a si mesmas por meio de molas tal como um relógio possuem uma vida artificial Pois o que é o corarão senão uma mola e os nervos senão outras tantas cordas e as juntas senão outras tantas rodas imprimindo movimento ao corpo inteiro tal como foi projetado pelo Artífice E a arte vai mais longe ainda imitando aquela criatura racional a mais excelente obra da natureza o Homem Porque pela arte é criado aquele grande Leviatã a que se chama Estado ou Cidade em latim Civitas que não é senão um homem artificial embora de maior estatura e força do que o homem natural para cuja proteção e defesa foi projetado E no qual a soberania é uma alma artificial pois dá vida e movimento ao corpo inteiro os magistrados e outros funcionários judiciais ou executivos juntas artificiais a recompensa e o castigo pelos quais ligados ao trono da soberania todas as juntas e membros são levados a cumprir seu dever são os nervos que fazem o mesmo no corpo natural a riqueza e prosperidade de todos os membros individuais são a força Salus Populi a segurança do povo é seu objetivo os conselheiros através dos quais todas as coisas que necessita saber lhe são sugeridas são a memória a justiça e as leis uma razão e uma vontade artificiais a concórdia é a saúde a sedição é a doença e a guerra civil é a morte Por último os pactos e convenções mediante os quais as partes deste Corpo Político foram criadas reunidas e unificadas assemelhamse àquele Fiat ao Façamos o homem proferido por Deus na Criação Hobbes Leviatã Introdução Trad por João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva In Os Pensadores Hobbes São Paulo Abril Cultural Natural artificial Todas as coisas são Artificiais pois a própria Natureza nada mais é do que a Arte de Deus Desse modo certamente determinar os vários meandros e processos misteriosos desta Arte divina na governança dessa grande Máquina do Mundo é Mister próprio apenas ao Filósofo Experimental e Mecânico Henry Power Experimental Philosophy in Three Books Containing New Experiments Microscopial Mercurial Magnetical pp 190191 Ed por Marie Boas Hall New York Johnson Reprint Corporation 1966 Física cartesiana O movimento na física cartesiana Para Descartes o movimento e o repouso são apenas estados diferentes maneiras dos corpos Princ Phil II 27 O movimento compatível com um universo pleno é o movimento circular de modo que cada corpo ocupe o lugar de outro corpo e esse de outro e assim sucessivamente sem deixar que surjam espaços vazios até que o último ocupe o lugar do primeiro corpo Já um movimento retilíneo que se prolongasse num pleno acabaria deixando espaço vazio em algum lugar o que é considerado inadmissível Princ Phil II 33 Para Descartes a composição de movimentos é possível e um corpo pode apresentar diferentes movimentos conforme o ponto de vista O exemplo do relógio no bolso Princ Phil II 31 32 44 Um corpo pode apresentar diferentes tendências ao movimento Princ Phil III 57 Movimento é definido por Descartes como uma translação porém não simplesmente de um lugar para outro mas sim em relação aos corpos contíguos considerados como estando em repouso Princ Phil II 24 25 28 29 Física cartesiana A tendência ao movimento é instantânea ao passo que o movimento real não O exemplo cartesiano da pedra numa funda O movimento se estabelece não porque haja uma força mantendo o corpo em movimento circular como dirá Newton mas sim porque a tendência ao movimento retilíneo seja radial seja tangencial é continuamente impedida Importante movimento em Descartes é um conceito diferente de tendência ao movimento O movimento natural é circular e o movimento fisicamente possível é arbitrário mas a tendência ao movimento é sempre retilínea Física cartesiana As três leis do movimento Princípios da Filosofia Parte II Dos princípios das coisas materiais 37 A primeira lei da natureza cada coisa permanece no seu estado se nada o alterar assim aquilo que uma vez foi posto em movimento continuará sempre a moverse Cada coisa particular enquanto simples e indivisa se conserva o mais possível espanhol e inglês permanece sempre no mesmo estado esp na medida em que depende dela mesma e nunca muda a não ser por causas externas Se estiver em repouso nunca se moverá por si mesma esp e ing a não ser que seja compelida a isso por alguma causa Mas uma vez posta em andamento também não podemos pensar que ela possa deixar de se mover port com a mesma força enquanto não encontrar nada que atrase ou detenha seu movimento De modo que se um corpo começou a moverse devemos concluir que continuará sempre em movimento e que nunca parará por si próprio DESCARTES René Princípios da filosofia Trad por João Gama Lisboa Edições 70 1997 Cotejada com esp Los principios de la filosofía Trad por Gregorio Halperín Buenos Aires Losada 1997 ing abridged The Principles of Philosophy In The Philosophical Writings of Descartes Trad por John Cottingham Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana As três leis do movimento 39 A segunda lei da natureza todo corpo que se move tende a continuar o seu movimento em linha reta Cada parte de matéria considerada em si mesma nunca tende a continuar o seu movimento em linha curva mas sim em linha reta embora muitas destas partes sejam muitas vezes obrigadas a desviarse porque encontram outras no caminho ing defletidas de maneira forçada pelo impacto de outros corpos e quando um corpo se move toda a matéria é conjuntamente movida e faz sempre um círculo ou anel DESCARTES René Princípios da filosofia Trad por João Gama Lisboa Edições 70 1997 Cotejada com esp Los principios de la filosofía Trad por Gregorio Halperín Buenos Aires Losada 1997 ing abridged The Principles of Philosophy In The Philosophical Writings of Descartes Trad por John Cottingham Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana As três leis do movimento 40 A terceira lei se um corpo que se move encontrar outro mais forte port esp ing o seu movimento não diminui em nada se encontrar um corpo mais fraco port esp ing port que consiga mover só perderá o movimento que lhe transmitir Se um corpo em movimento não port sic encontrar outro tem menos força ing power para continuar a moverse em linha reta do que este para lhe resistir perdendo a determinação ing a direção é alterada e desviandose mas sem nada perder do seu movimento E se tiver mais força ing if its power of continuing is greater than the resistance of the other body move consigo esse outro corpo e perde tanto movimento como aquele que lhe transmite DESCARTES René Princípios da filosofia Trad por João Gama Lisboa Edições 70 1997 Cotejada com esp Los principios de la filosofía Trad por Gregorio Halperín Buenos Aires Losada 1997 ing abridged The Principles of Philosophy In The Philosophical Writings of Descartes Trad por John Cottingham Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana Leis do movimento no Le Monde O mundo ou tratado da luz Capítulo 7 Das leis da natureza nesse mundo novo A A primeira é que cada parte da matéria tomada individualmente continua sempre no mesmo estado enquanto ela não encontrar uma outra parte que lhe constranja a mudar Se ela está parada em algum lugar nunca se movimentará enquanto outras partes da matéria não a tocarem esp não a deslocarem do seu lugar ing unless others drive it out por fim se ela começa a se mover continuará sempre a movimentarse com igual força port esp ing até que outras a detenham ou a retardem B Como segunda regra suponho que quando um corpo empurra um outro ele só lhe transmitirá movimento caso ele perca simultaneamente do seu próprio movimento assim como ele não poderá retirar o movimento do outro corpo senão aumentando seu próprio movimento esp na mesma proporção ing increased by as much DESCARTES René O mundo ou tratado da luz Trad por Érico Andrade São Paulo Hedra 2008 Cotejada com esp El Mundo o el Tratado de la Luz Trad por Ana Rioja Madrid Alianza Editorial 1991 ing The World orTreatise on Light Trad por Robert Stoothoff In The PhilosophicalWritings of Descartes Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana Leis do movimento no Le Monde C A minha terceira regra consiste no seguinte ainda que o movimento de um corpo façase mais frequentemente em linha curva e que esse corpo não possa jamais fazer nenhum movimento que não seja de algum modo circular como já dissemos acima então cada uma de suas partes em particular tende sempre a continuar o seu movimento em linha reta Desse modo a ação desse corpo isto é a sua inclinação a moverse é diferente do seu movimento DESCARTES René O mundo ou tratado da luz Trad por Érico Andrade São Paulo Hedra 2008 Cotejada com esp El Mundo o el Tratado de la Luz Trad por Ana Rioja Madrid Alianza Editorial 1991 ing The World orTreatise on Light Trad por Robert Stoothoff In The PhilosophicalWritings of Descartes Cambridge UK Cambridge University Press 1985 Física cartesiana As três leis nas duas obras Principia Parte II Le Monde Cap 7 Teor 1a Lei Artigo 37 Regra A Conservação do estado de movimento ou de repouso 2a Lei Artigo 39 Regra C Tendência ao movimento retilíneo 3a Lei Artigo 40 Regra B Conservação da quantidade de movimento nas colisões Cosmologia cartesiana Os três elementos A fábula cosmogônica de Descartes no capítulo oitavo de O Mundo Segundo elemento constitui os céus É chamado de segundo dentro da hierarquia de homogeneidade mas geneticamente é o primeiro Originalmente Deus criou a matéria dotada de todas as formas e movimentos possíveis Reinava um caos Como não se pode ter espaços vazios os movimentos circulares se impõem Começam então a surgir diferentes centros dos movimentos Os constantes choques tendem a desgastar as pedaços reduzindoos a um tamanho médio semelhante com forma aproximadamente redonda e com uma distribuição média de movimentos Começa a emergir um certo grau de homogeneidade Terceiro elemento constitui os planetas e os cometas Na heterogeneidade original alguns pedaços de matéria eram maiores com maior dificuldade para dividirse e arredondarse e apresentando maior resistência ao movimento e maior tendência a prosseguir em linha reta Como resultado esses pedaços acabaram migrando para as regiões mais afastadas dos centros em torno dos quais eles giram Primeiro elemento constitui os centros dos vórtices turbilhões Compõese de partículas muito menores e mais desgastadas e também mais rápidas sem forma bem definida Preenchem os interstícios vazios deixados pelos pedaços do segundo elemento Aquelas partículas que sobram dirigemse aos centros dos movimentos e acabarão formando corpos perfeitamente redondos líquidos e sutis que são o Sol e as estrelas Cosmologia cartesiana Os três elementos Imaginai por exemplo que os pontos S E A são os centros dos quais vos falo e que toda matéria compreendida no espaço FGGF é um céu que gira em torno de um Sol o ponto S Imaginai ainda que toda a matéria compreendida no espaço HGGH é um outro céu que gira em torno de outra estrela e assim ocorre com os outros espaços de sorte que há tantos céus diversos quanto há estrelas Como o número de estrelas é indefinido o número de céus é igualmente indefinido Além disso o firmamento não é outra coisa senão a superfície sem espessura que separa os céus uns dos outros Descartes O mundo ou tratado da luz Cap 8 Da formação do Sol e das estrelas nesse mundo novo trad Érico Andrade p 73 Propagação da luz Filopono Concepção dinâmica de luz como uma atividade incorpórea reinterpretando a noção de energeia capaz de constituir a transparência e aquecer os corpos com propagação não instantânea em vez da concepção estática aristotélica de luz como uma transição instantânea entre a potencialidade e a atualidade da transparência Descartes O mundo ou tratado da luz Caps 13 Da luz e 14 Das propriedades da luz Luz como transmissão de uma tendência ao movimento pressão Propagação instantânea ie com velocidade infinita Há uma tensão com a demonstração de Descartes da lei da reflexão em termos de corpúsculos na Dióptrica de acordo com a qual a propagação deveria levar um tempo finito Propagação da luz Hobbes A Breve tratado sobre os primeiros princípios atribuído Concepção de luz via emissão contínua de species substanciais corpúsculos materiais que possuem movimento local Transmissão não instantânea tempo de propagação finito Hobbes B Após ler a Dióptrica de Descartes Concepção ondulatória de luz Raios de luz não são linhas geométricas mas possuem espessura Tempo de propagação finito Huygens Traité de la lumière Concepção ondulatória da luz Conceito de frente de onda Propagação da luz Crítica de Huygens a Descartes Pois a mim sempre me pareceu e a muitos outros além de mim que mesmo o Sr Descartes que tinha o objetivo de tratar de maneira inteligível todos os temas da física e que certamente teve nisso mais êxito do que qualquer pessoa antes dele não disse nada a respeito da luz e das suas propriedades que não estivesse cheio de dificuldades ou mesmo fosse inconcebível Para Descartes a luz consiste em uma pressão contínua que somente tende ao movimento Uma vez que essa pressão não pode agir de dois lados opostos ao mesmo tempo contra corpos que não têm nenhuma inclinação para se aproximar resulta impossível compreender aquilo que acabei de afirmar sobre duas pessoas que vêem os olhos uma da outra bem como a maneira pela qual duas tochas podem iluminar uma à outra Huygens Traité de la Lumière p 67 20 apud F Jan Dijksterhuis Lenses andWaves Christiaan Huygens and the mathematical science of Optics in the Seventeenth century Dordrecht Kluwer 2004 pp 186187 Propagação da luz Crítica de Newton a Descartes A luz não pode ocorrer por pressão pois nesse caso enxergaríamos tão bem ou melhor à noite do que de dia Deveríamos ver uma luz brilhante acima de nós porque somos pressionados para baixo O Sol não poderia sofrer um eclipse completo A Lua e os planetas brilhariam como sóis Um homem andando ou correndo enxergaria à noite Ao se apagar um fogo ou uma vela nós olhando noutra direção deveríamos ver uma luz Todo o Leste brilharia durante o dia e o Oeste durante a noite em razão da torrente que carrega o nosso vórtice A interposição de um pequeno corpo não poderia impedir nos de ver Newton apud Cohen Westfall eds Newton Textos antecedentes comentários pp 2829 Um desafio para o mecanicismo O magnetismo A discussão de Descartes sobre o magnetismo encontrase em Princípios da Filosofia na Quarta Parte Da Terra artigos 133183 A sua engenhosa explicação é em termos das famosas partículas ranhuradas esp estriadas ing grooved Fonte da imagem Descartes Principles of Philosophy trad Valentine Miller Reese Miller Dordrecht Kluwer 1982 p 310 Filosofia e História da Ciência Moderna Prof Valter Alnis Bezerra Departamento de Filosofia FFLCHUSP Era pósmecanicista e pósnewtoniana 1200 1500 1600 1700 1800 1850 1900 ELETRCIDADE E MAGNETISMO 1269 1550 1600 1644 1704 UNIFICAÇÃO EXPERIMENTAL UNIFICAÇÃO TEÓRICA Petrus Peregrinus Cardano Gilbert Descartes Newton Coulomb a 18391855 1873 Epistola de Magnete De Subtilitate De Magnete Princ Phil Óptica Ampère Faraday Experim Maxwell Magnetismo Distinção MagEletr Oersted Researches Treatise Volta b 1856 1861 1864 Ohm Maxwell A Trilogia Franklin CONCEITO DE CAMPO PROBLEMA DA AÇÃO À DISTÂNCIA NEWTONIANISMO 1687 Eletricidade Coulomb Gravesande Musschenbroek Newton Óptica Laplace Principia Biologia Maupertuis Mecânica Celeste LeSage Boscovich ONTOLOGIA Cosmologia Laplace Filosofia Kant Voltaire Reid MECÂNICA PRINCÍPIO DE CONCEITOS DE MÍNIMA AÇÃO ENERGIA CONCEITOS DE FORÇA MECANICISMO Descartes Le Monde Princípios de filosofia CRISE DO MECANICISMO Galileu Discorsi Diálogo Kepler Teoria do Campo Harvey De motu cordis Hobbes Termodinâmica Boyle Spring of air Sceptical chymist Mecânica Estatística Huygens Traité de la lumière Probabilidade Imagem de natureza Imagem de ciência Relatividade Matéria e movimento Quantum de ação Causalidade eficiente Evolução das espécies Ação por contato Psicanálise Crítica às propriedades ativas qualidades ocultas QUANTIDADE DE MOVIMENTO PRINCÍPIO DE INÉRCIA CONFLITO COMPATIBILIDADE RELAÇÔES COMPLEXAS