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Engenharia de Produção ·
Engenharia Econômica
· 2022/1
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Engenharia Econômica - G 1 1. Caracterização da Empresa: Portucel História do Grupo Portucel e da Portucel Viana A Portucel Viana é uma empresa produtora de celulose e papel tipo Kraft Liner Board (KLB), utilizado em embalagens de papelão, localizada em Viana do Castelo. O Patrimônio Líquido, ao final do ano passado, foi de €240 milhões. A empresa possui 740 funcionários, foi criada de forma privada em 1966 e iniciou suas operações em 1974, produzindo 136 mil toneladas por ano de papel. Foi estatizada em 1976 e integrada com outras empresas da área de celulose e papel numa macro empresa estatal, a Portucel. Em 1980, sua capacidade foi expandida para 176 mil t/ano, fruto de solução de problemas de estrangulamento e, em 1987, sofreu um projeto de expansão para 220 mil t/ano. Em 1993, fruto de uma reestruturação, a Portucel foi transformada de empresa em grupo econômico, de onde ressurgiu a Portucel Viana, com identidade jurídica própria, mas pertencente ao conglomerado Portucel, ainda estatal. Para o seu tipo de produto, a Portucel Viana é o maior produtor português e o segundo maior da Comunidade Européia. Responde respectivamente por 10% e 8% da produção e consumo da Comunidade Européia. Possui tecnologia atualizada e alta produtividade física. Mesmo assim vem apresentando prejuízo nos últimos anos, resultado de recessão nesse mercado, a nível mundial. O grupo Portucel, por sua vez, tem um faturamento previsto para esse ano, da ordem de € 800 milhões, um Patrimônio Líquido consolidado de € 500 milhões e um efetivo de 3 mil colaboradores. Possui várias empresas, destaca-se uma produtora de pasta de celulose de eucalipto, uma produtora de celulose de pinho e papel para embalagem (Portucel Viana), uma produtora de pasta de celulose de pinho, uma reflorestadora, uma produtora de embalagens de papelão e uma empresa de tecnologia em reflorestamento, celulose e papel. A Estruturação da Função Planejamento/Projetos A Portucel Viana possui um Administrador Delegado, abaixo do qual estão cinco departamentos: Produção (com setores de pasta, papel e energia); Manutenção e Projetos; Administração Financeira; Comercial e Recursos Humanos, além de um grupo de estudos de processos de fabricação. Como assessoria ao Administrador Delegado, há um Coordenador de Planejamento e Controle. Esse coordenador possui 3 funcionários que o ajudam na função de coordenação de elaboração e controle dos planos da empresa. A empresa tem autonomia no seu planejamento desde que haja aderência às estratégias do grupo, basicamente a competição por baixos custos, diversificação no setor de celulose e papel e integração vertical com independência das empresas. Por exemplo, a Portucel Viana destina uma pequena porcentagem da sua produção para o próprio grupo. A Portucel Viana possui um plano de cinco níveis: 1- Plano de vinte anos (vida do pinheiro), é ligado ao abastecimento de matérias primas; 2- Plano do ciclo de sete anos, pois historicamente é o prazo de recuperação dos grandes investimentos e onde se situam as estratégias globais; 3- Plano documental (3 anos), descendo a níveis funcionais; 4- Orçamento (1 ano), também a níveis funcionais, e, 5- Planos operacionais, detalhamento do plano documental. O plano 2 é o plano mestre, baseado em análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). Essa análise determina o posicionamento em três eixos: Sobrevivência, Competitividade e Rentabilidade. A empresa julga que já assegurou as duas primeiras, sendo que a ênfase agora é a busca da Rentabilidade. Em função disso, suas atuais estratégias são a competição por baixo custo em produto nobre (papel KLB), e a expansão por diversificação em produtos nobres (novos tipos de papéis de embalagem com ênfase em reciclados, segundo a tendência ecológica). TRABALHO DE AVALIAÇÃO FINAL PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RECICLAGEM DE PAPEL Engenharia Econômica - G 2 A análise possui 6 passos, constituindo-se de: 1- Perspectivas dos negócios frente a produtos substitutos; 2- Potencial de Mercado e Fatores Críticos para o sucesso no mercado; 3- Análise da competitividade para classificação dos produtos numa matriz BCG (competitividade da empresa x potencial do segmento); 4- Análise dos Forças e Fraquezas; 5- Análise das Oportunidades e, 6- Análise das Ameaças. A partir desse ponto, mais três etapas definem o plano: 7- Opções estratégicas, em nível de estratégia competitiva, verticalização, diversificação e flexibilização (capacidade de “suingar” - adaptação de swing); 8- Programa de Desenvolvimento (ações ou meios) e, 9- Definição dos Investimentos (projetos). Cabe salientar que tanto os projetos indicados pelo plano de sete anos bem como projetos menores de planos anuais sofrem análise de prioridade, de problemas potenciais e de riscos. Quanto à prioridade, os projetos são classificados em três tipos, pela ordem: 1- Projetos vitais (necessários para evitar grandes perdas); 2- Projetos de racionalização (necessários para aumentar rentabilidade); 3- Projetos sociais (necessários para incrementar função social perante os colaboradores e a comunidade); Sendo que projetos de racionalização ou sociais também podem vir a ser classificados como vitais. As decisões são tomadas em reuniões do administrador delegado e chefes de departamento, analisando qualitativamente prioridades, problemas potenciais e riscos. A Sistemática para Novos Projetos Os projetos indicados no item 9 do plano, a seu tempo, sofrem análise de viabilidade por equipe própria, normalmente formada por chefe do projeto, engenheiro industrial, representantes dos departamentos Financeiro e Recursos Humanos e membro da Coordenação de Planejamento. Normalmente, os itens que compõem um estudo de viabilidade são o aprofundamento do estudo de mercado; definição de tecnologias, processos e equipamentos; definição do investimento e recursos e análise de indicadores de viabilidade (Taxa Interna de Retorno, Valor Atual Líquido e Payback). Para a execução, a gestão é feita por equipe própria (grupo específico) que sub-contrata Engenharia Básica, Engenharia de Detalhe, Montagem e coordena as compras (feitas pela empresa) e o Arranque (que iniciará o processo). Essa é a sistemática utilizada no grande projeto atual que é o da automatização dos processos produtivos, buscando o baixo custo aliado com diversificação e flexibilização, estratégias essas indicadas pelo plano. 2. O Projeto de uma Fábrica Produtora de Papéis Reciclados A Preocupação com a Ecologia Estima-se que cerca da metade das florestas do planeta já foram devastadas. Nos últimos 30 anos, o lixo no mundo multiplicou-se por três. A reciclagem do papel, além de ajudar e solucionar o problema do acúmulo de lixo, também diminui a devastação das florestas. Pode ser, através da reciclagem artesanal, que é feito de forma rudimentar, mas com ótimos resultados, e principalmente da reciclagem industrial, que nos últimos anos vem aprimorando tecnologia e confeccionando papéis com qualidade similar ao produzido diretamente da madeira. "Cada tonelada de papel reciclado economiza de 17 a 20 árvores (eucaliptos com 7 anos)''. Uma Nova Fábrica do Grupo Portucel As tendências ecologistas e a necessidade de aumentar a competitividade do grupo Portucel fizeram com que através dos processos explanados no ponto 1 se começasse a desenvolver o Projeto da Fábrica de Papel Reciclado. Engenharia Econômica - G 3 3. O Estudo de Mercado do Produto O Papel Reciclado (Produto Acabado do Projeto) A reciclagem de papéis velhos visa o aproveitamento de fibras celulósicas dos papéis e cartões usados para a produção de papéis novos. É um importante fator de ordem econômica e social, pela sua contribuição para a conservação de recursos naturais e energéticos e para a proteção do meio ambiente, sendo a forma mais adequada de redução dos Resíduos Sólidos Urbanos. Pode ainda surgir como uma solução para o aumento de produção de uma fábrica integrada cuja capacidade de produção de papel supera a de produção de pasta. As mais importantes operações numa instalação de produção de fibra secundária são a desfibração, a limpeza, a crivagem e o espaçamento de pasta produzida. As Embalagens de Cartão Canelado (Produto Acabado do Grupo) A partir do papel reciclado, o grupo Portucel pretende produzir o mesmo produto acabado tradicional produzido de celulose virgem, o PORTOLINER, a designação comercial do produto fabricado na PORTUCEL VIANA - papel Kraftliner destinado à indústria de embalagem de cartão canelado. Produzido em gramaturas compreendidas entre 125 e 300 g/m2, é constituído por duas camadas por forma a diferenciar as propriedades das duas faces: a de base, mais apta à colagem da caneladura, e a de cobertura, com melhor acabamento. Símbolo de prestígio na Europa, para onde se destina na sua maior parte, nomeadamente para o mercado Espanhol, Francês, Italiano, Alemão, Inglês, Grego e Marroquino. O PORTOLINER deve o seu sucesso às excelentes características da matéria-prima utilizada, à aplicação de avançada tecnologia e a uma equipe humana tecnicamente capacitada e empenhada, orientada para as necessidades para o mercado e para a satisfação do cliente. A diversificação da aplicação das embalagens de cartão canelado (frutas e hortaliças, embalagens para empilhamento, embalagens de apresentação) tem vindo a apelar sucessivamente para novas características do Kraftliner além da tradicional resistência ao rebentamento: resistência à compressão, rigidez, comportamento em atmosfera úmida e características de superfície. Figura 1 - Exemplo de embalagens de cartão canelado Projeção da Demanda de Papel Reciclado Baseados na Demanda do Produto Final (embalagens de cartão canelado) foram realizadas projeções de demanda para os próximos 5 anos de Papel Reciclado destinado ao próprio grupo e ao mercado “externo”. O Quadro nº1 apresenta a informação tratada através de técnicas econométricas. Quadro 1 - Projeção de Vendas de Papel Reciclado Descrição Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Preço de venda mercado interno (€/t)** 900 900 900 900 900 Preço de venda mercado externo (€/t)** 940 940 940 940 940 Venda ao Grupo (milhares de t*/ano)*** Projetar Projetar Projetar Projetar Projetar Venda Externa (milhares de t*/ano)**** Projetar Projetar Projetar Projetar Projetar * t = tonelada ** Preços constantes do ano 0 *** Venda Grupo = µG p + 7 onde µG = 0,6 = Taxa de crescimento grupo e p = ano da projeção **** Venda Externa = µE p + 25 onde µE = 3,7 = Taxa de crescimento externo e p = ano da projeção Engenharia Econômica - G 4 4. Matéria-prima Matéria-prima A matéria-prima do projeto é o papel usado (celulose não virgem) que é comprado através de empresas que coletam e selecionam este material. O papel chega empacotado em volumes variáveis. Existem 3 principais fornecedores (empresas que coletam papel usado) localizados nas cidades de Santarém, Guarda e Bragança. Insumos diretos São considerados insumos diretos do processo a Soda Cáustica e o Sulfureto de Sódio (vide o processo produtivo na Engenharia do Projeto – tópico 6.). Preços constantes do ano 0 A matéria-prima tem um preço de € 112 por tonelada. A Soda cáustica € 3,4 por quilograma e o Sulfureto de sódio de € 7,2 por quilograma. 5. Localização e Tamanho Localização Através de uma análise prévia dos parâmetros de macro-localização, definiu-se que seriam as cidades de Castelo Branco e Setúbal as melhores localizações para o projeto (vide Anexo 1). Em Castelo Branco está localizada a planta processadora de Kraftliner; portanto, a maior vantagem seria a proximidade ao mercado interno do projeto. Em termos de proximidade ao mercado externo do projeto (paises da comunidade européia) as duas localizações apresentam as mesmas vantagens comparativas. A decisão final de localização deve ser tomada considerando o critério de custo de transporte total (matéria- prima e produto acabado), para isto, foram levantados os dados sobre as distâncias entre as cidades onde se encontram os fornecedores e as cidades candidatas à localização (vide Anexo 1). Assim, decidida a localização (Castelo Branco ou Setúbal) para o transporte do produto acabado, a cidade destino é Lisboa, onde existe um centro de distribuição para o mercado final. Considerando as capacidades de coleta dos fornecedores de matéria-prima (MP), a produção de produto acabado (PA) num ano de produção normal, os custos de transporte correspondentes e a função de produção, foram simulados os dados apresentados nos Quadro nº 2ª e 2b. Quadro 2a – Custo de transporte de MP e PA para produção de 1 tonelada de PA Localização da planta: Castelo Branco Cidade Origem Cidade Destino Proporção (% - t) Custo de Transporte* (€) Santarém Guarda Bragança Castelo Branco 50% 20% 30% 0,022 € / t - Km 0,041 € / t - Km 0,082 € / t - Km Castelo Branco Lisboa 100% 0,135 €/ t - Km *Preços constantes do ano 0 Quadro 2b – Custo de transporte de MP e PA para produção de 1 tonelada de PA Localização da planta: Setúbal Cidade Origem Cidade Destino Proporção (% - t) Custo de Transporte* (€) Santarém Guarda Bragança Setúbal 50% 20% 30% 0,038 € / t - Km 0,045 € / t - Km 0,061 € / t - Km Setúbal Lisboa 100% 0,161 €/ t - Km *Preços constantes do ano 0 Tamanho Analisando a tendência da Demanda, estima-se que nos primeiros anos a produção será inferior à capacidade instalada definida em 70.000 t/ano. Engenharia Econômica - G 5 6. A Engenharia do Projeto O Processo Produtivo Seleção de MP O papel usado que chega à fábrica, mesmo que recebido sob restrições preestabelecidas de quantidade de “pureza”, umidade e tamanho, deve ser controlado e selecionado antes de entrar no processo para evitar a entrada de outros materiais não desejados. Produção de Pasta A pasta é produzida pelo processo Kraft ao sulfato de alto rendimento num digestor contínuo Kamyr de 12 kg/cm2 de pressão hidráulica no topo, 70 metros de altura útil e 1290 m3 de capacidade volumétrica. A lixívia de cozimento é à base de soda cáustica e sulfureto de sódio. Após o cozimento, a pasta é lavada em contra- corrente dentro do digestor. A pasta descarregada é logo desfibrada e submetida a um tratamento de refinação a quente numa bateria de refinadores de disco em paralelo. Preparação de Pasta A partir das torres da alta consistência a pasta é novamente diluída e enviada para os circuitos separados de preparação das duas camadas que constituem a folha de papel - camada de base e cobertura. Nesta fase, as operações mais importantes são a refinação e a adição de alguns produtos químicos para conferir característica de resistência ao papel. À pasta da camada de base é adicionada pasta de fibra secundária proveniente da instalação de reciclagem de papel velho. Seguidamente, a pasta sofre uma forte diluição nas bombas de mistura, após o que é crivada e enviada para as caixas de chegada da máquina de papel. Produção de Papel A pasta da camada de base é lançada sobre a teia que roda sobre a mesa de formação do tipo "fourdrinier", com 25 metros de comprimento. A pasta da camada de cobertura é lançada sobre a camada de base já formada, constituindo-se assim a folha de papel. A drenagem da água faz-se por efeito da gravidade e de vácuo, obtido através de "foils" e de caixas de sucção. Após sair do "fourdrinier" a folha passa por um cilindro aspirante, é destacada da teia pela ação de um rolo "pickup" e é enviada para a seção de prensas. Pelo efeito de prensagem o papel perde parte da água que ainda contém, sendo essa água transferida para os feltros. A folha de papel atravessa depois a seção de secagem constituída por 71 cilindros aquecidos com vapor, sendo a umidade final do papel reduzida a 7,5%. No interior dessa seção, o papel é sujeito à ação de uma prensa de alisamento. Por fim, o papel sai da secagem, passa por uma supercalandra e pela sonda de computador Measurex e é enrolado em contínuo em carreteis de 2,2 metros de diâmetro. Terminado o enrolamento de carretel, este é transferido para uma bobinadora com capacidade de enrolamento de 2300m/min., controle automático de tensão de bobinagem e dureza das bobinas, onde é cortado e bobinado de acordo com as larguras encomendadas pelos clientes. A Função Produção No Quadro nº 3 abaixo se apresenta a relação de conversão de matéria-prima e insumos diretos e papel reciclado para uma jornada padrão (dados técnicos da engenharia de processos em fábricas similares). Quadro 3 – Relações de Conversão: MP – Insumos diretos - PA MP (Papel usado) Insumo direto 1 (Soda caustica) Insumo direto 2 (Sulfureto de Na) PA (Papel reciclado) 1,33 t. 7 kg 4 kg 1,00 t. 7. Investimentos Investimentos Fixos Os investimentos fixos do projeto são mostrados no Quadro nº 4 a seguir, junto com as taxas de depreciação anual. Engenharia Econômica - G 6 Quadro 4 - Investimentos Fixos (preços do ano 0) Descrição Milhares de € Vida útil (anos) Taxa de Dep. (% aa) Terrenos Instalações fabris Escritórios Máquinas Equipamentos Ferramentas e Utensílios Veículos Computadores Móveis 1.000 2.000 500 4.000 2.000 1.000 1.500 600 400 não aplica 40 20 10 8 5 5 5 5 não aplica 2,5 5,0 10,0 12,5 20,0 20,0 20,0 20,0 Total 13.000 Capital de Giro É estimado um capital de giro de € 4.000.000,00 para iniciar o empreendimento. 8. Impostos, Custos e Despesas Impostos O Imposto sobre o Valor Adicionado (IVA) sobre as vendas é de 15 % e o Imposto sobre o lucro é de 34%. Custos Fixos Utilizando dados das empresas do grupo Portucel e de outras empresas similares se elaborou um orçamento de custos fixos anuais que aparece no Quadro nº 5. Quadro 5 – Custos Fixos Anuais (preços constantes do ano 0) Descrição Milhares de €/ano Salários pessoal de fábrica Prêmios Seguros – fábrica Materiais diversos – fábrica Energia Elétrica – potência contratada Manutenção – fábrica Outros Depreciação de ativos fixos* 2.300 300 1.200 600 400 800 calcular * Calcular utilizando as taxas do Quadro nº4. Custos Variáveis Utilizando dados das empresas do grupo Portucel e de outras empresas similares se elaborou um orçamento de outros custos variáveis unitários que aparecem no Quadro nº 6. Quadro 6 – Outros Custos Variáveis Unitários* (preços constantes do ano 0) Descrição €/t de PA Energia Elétrica Água Materiais diversos 45 35 25 Total 105 * Somar estes custos com a MP, os insumos e os fretes Despesas O Quadro nº 7 apresenta a informação sobre as despesas anuais. Quadro 7 – Despesas Anuais (preços constantes do ano 0) Descrição Fixas (milhares €/ano) Variáveis (€/t de PA) Administrativas Comerciais 3.600 870 - 12,00 Engenharia Econômica - G 7 9. Financiamento Estrutura de capital Definiu-se uma estrutura de capital para financiar o projeto que inclui o uso de 100% de capital próprio. 10. Considerações Adicionais para a Avaliação Financeira Taxa Mínima Aceitável (TMA) Considerando a estrutura de capital, estima-se adequada uma TMA de 8,67% ao ano. Horizonte de Planejamento Estima-se adequado uma projeção dos fluxos de caixa para 5 anos. Valor Residual Para calcular o valor residual de mercado dos investimentos fixos, foram estimados valores do Quadro nº8. Por outro lado, 100% do capital de giro seria recuperado em preços correntes do ano 5. Quadro 8 – Valores Residuais* dos Investimentos Fixos no ano 5 Descrição Milhares de € Terrenos Instalações fabris Escritórios Máquinas Equipamentos Ferramentas e Utensílios Veículos Computadores Móveis 1.200 500 200 400 300 0 400 0 80 *Preços correntes do ano 5 Engenharia Econômica - G 8 Anexos Anexo 1 – Mapa de Portugal – Distâncias entre Cidades Engenharia Econômica - G 9 Instruções Etapa 1 – Avaliação determinística A. Grupos O trabalho pode ser realizado em grupos de até 5 alunos. B. Conteúdo O estudo deve incluir: ETAPA 1 - ANÁLISE DETERMINÍSTICA Com base nos valores apresentados, solicita-se: a) Definição da localização do projeto adotando como critério o custo total de transporte e calculando o CUL para o horizonte de 5 anos; b) Avaliação de viabilidade do projeto (âmbito determinístico) considerando inflação projetada anual de 2,56 %aa: ✓ Calcular os Investimentos totais do projeto; ✓ Elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) dos anos 1 a 5; ✓ Elaborar o Quadro de fluxos de caixa do projeto dos anos 0 a 5; ✓ Calcular o VPL, VUL, TIR e payback descontado; C. Critérios de avaliação a) Capacidade de análise; b) Utilização de conceitos teóricos da disciplina; c) Precisão nos cálculos; d) Clareza na apresentação da informação e no procedimento; e) Ausência de plágio/cópias. D. Orientações importantes A montagem adequada da planilha para representação do problema é uma etapa crucial para a resolução das análises determinística e estocástica. Por isso, deve-se priorizar o uso de fórmulas do Excel para os cálculos. É igualmente importante a organização dos dados para evitar repetir valores em várias células, pois isso pode gerar erros e retrabalhos (em especial na etapa 2). Assim, indica-se fortemente que seja feita uma aba de dados e outras apenas com os cálculos, referenciando as células de dados nas fórmulas. E. Forma de envio O trabalho deverá ser enviado em dois formatos em um único arquivo compactado (zipado) pela tarefa cadastrada no SIGAA: (1) planilha de Excel com o detalhamento de todos os cálculos; (b) relatório em PDF com a descrição das respostas e a análise gerencial do grupo para os pontos solicitados. Deve-se identificar claramente os autores na planilha e no relatório.
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Em 1993, fruto de uma reestruturação, a Portucel foi transformada de empresa em grupo econômico, de onde ressurgiu a Portucel Viana, com identidade jurídica própria, mas pertencente ao conglomerado Portucel, ainda estatal. Para o seu tipo de produto, a Portucel Viana é o maior produtor português e o segundo maior da Comunidade Européia. Responde respectivamente por 10% e 8% da produção e consumo da Comunidade Européia. Possui tecnologia atualizada e alta produtividade física. Mesmo assim vem apresentando prejuízo nos últimos anos, resultado de recessão nesse mercado, a nível mundial. O grupo Portucel, por sua vez, tem um faturamento previsto para esse ano, da ordem de € 800 milhões, um Patrimônio Líquido consolidado de € 500 milhões e um efetivo de 3 mil colaboradores. Possui várias empresas, destaca-se uma produtora de pasta de celulose de eucalipto, uma produtora de celulose de pinho e papel para embalagem (Portucel Viana), uma produtora de pasta de celulose de pinho, uma reflorestadora, uma produtora de embalagens de papelão e uma empresa de tecnologia em reflorestamento, celulose e papel. A Estruturação da Função Planejamento/Projetos A Portucel Viana possui um Administrador Delegado, abaixo do qual estão cinco departamentos: Produção (com setores de pasta, papel e energia); Manutenção e Projetos; Administração Financeira; Comercial e Recursos Humanos, além de um grupo de estudos de processos de fabricação. Como assessoria ao Administrador Delegado, há um Coordenador de Planejamento e Controle. Esse coordenador possui 3 funcionários que o ajudam na função de coordenação de elaboração e controle dos planos da empresa. A empresa tem autonomia no seu planejamento desde que haja aderência às estratégias do grupo, basicamente a competição por baixos custos, diversificação no setor de celulose e papel e integração vertical com independência das empresas. Por exemplo, a Portucel Viana destina uma pequena porcentagem da sua produção para o próprio grupo. A Portucel Viana possui um plano de cinco níveis: 1- Plano de vinte anos (vida do pinheiro), é ligado ao abastecimento de matérias primas; 2- Plano do ciclo de sete anos, pois historicamente é o prazo de recuperação dos grandes investimentos e onde se situam as estratégias globais; 3- Plano documental (3 anos), descendo a níveis funcionais; 4- Orçamento (1 ano), também a níveis funcionais, e, 5- Planos operacionais, detalhamento do plano documental. O plano 2 é o plano mestre, baseado em análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). Essa análise determina o posicionamento em três eixos: Sobrevivência, Competitividade e Rentabilidade. A empresa julga que já assegurou as duas primeiras, sendo que a ênfase agora é a busca da Rentabilidade. Em função disso, suas atuais estratégias são a competição por baixo custo em produto nobre (papel KLB), e a expansão por diversificação em produtos nobres (novos tipos de papéis de embalagem com ênfase em reciclados, segundo a tendência ecológica). TRABALHO DE AVALIAÇÃO FINAL PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RECICLAGEM DE PAPEL Engenharia Econômica - G 2 A análise possui 6 passos, constituindo-se de: 1- Perspectivas dos negócios frente a produtos substitutos; 2- Potencial de Mercado e Fatores Críticos para o sucesso no mercado; 3- Análise da competitividade para classificação dos produtos numa matriz BCG (competitividade da empresa x potencial do segmento); 4- Análise dos Forças e Fraquezas; 5- Análise das Oportunidades e, 6- Análise das Ameaças. A partir desse ponto, mais três etapas definem o plano: 7- Opções estratégicas, em nível de estratégia competitiva, verticalização, diversificação e flexibilização (capacidade de “suingar” - adaptação de swing); 8- Programa de Desenvolvimento (ações ou meios) e, 9- Definição dos Investimentos (projetos). Cabe salientar que tanto os projetos indicados pelo plano de sete anos bem como projetos menores de planos anuais sofrem análise de prioridade, de problemas potenciais e de riscos. Quanto à prioridade, os projetos são classificados em três tipos, pela ordem: 1- Projetos vitais (necessários para evitar grandes perdas); 2- Projetos de racionalização (necessários para aumentar rentabilidade); 3- Projetos sociais (necessários para incrementar função social perante os colaboradores e a comunidade); Sendo que projetos de racionalização ou sociais também podem vir a ser classificados como vitais. As decisões são tomadas em reuniões do administrador delegado e chefes de departamento, analisando qualitativamente prioridades, problemas potenciais e riscos. A Sistemática para Novos Projetos Os projetos indicados no item 9 do plano, a seu tempo, sofrem análise de viabilidade por equipe própria, normalmente formada por chefe do projeto, engenheiro industrial, representantes dos departamentos Financeiro e Recursos Humanos e membro da Coordenação de Planejamento. Normalmente, os itens que compõem um estudo de viabilidade são o aprofundamento do estudo de mercado; definição de tecnologias, processos e equipamentos; definição do investimento e recursos e análise de indicadores de viabilidade (Taxa Interna de Retorno, Valor Atual Líquido e Payback). Para a execução, a gestão é feita por equipe própria (grupo específico) que sub-contrata Engenharia Básica, Engenharia de Detalhe, Montagem e coordena as compras (feitas pela empresa) e o Arranque (que iniciará o processo). Essa é a sistemática utilizada no grande projeto atual que é o da automatização dos processos produtivos, buscando o baixo custo aliado com diversificação e flexibilização, estratégias essas indicadas pelo plano. 2. O Projeto de uma Fábrica Produtora de Papéis Reciclados A Preocupação com a Ecologia Estima-se que cerca da metade das florestas do planeta já foram devastadas. Nos últimos 30 anos, o lixo no mundo multiplicou-se por três. A reciclagem do papel, além de ajudar e solucionar o problema do acúmulo de lixo, também diminui a devastação das florestas. Pode ser, através da reciclagem artesanal, que é feito de forma rudimentar, mas com ótimos resultados, e principalmente da reciclagem industrial, que nos últimos anos vem aprimorando tecnologia e confeccionando papéis com qualidade similar ao produzido diretamente da madeira. "Cada tonelada de papel reciclado economiza de 17 a 20 árvores (eucaliptos com 7 anos)''. Uma Nova Fábrica do Grupo Portucel As tendências ecologistas e a necessidade de aumentar a competitividade do grupo Portucel fizeram com que através dos processos explanados no ponto 1 se começasse a desenvolver o Projeto da Fábrica de Papel Reciclado. Engenharia Econômica - G 3 3. O Estudo de Mercado do Produto O Papel Reciclado (Produto Acabado do Projeto) A reciclagem de papéis velhos visa o aproveitamento de fibras celulósicas dos papéis e cartões usados para a produção de papéis novos. É um importante fator de ordem econômica e social, pela sua contribuição para a conservação de recursos naturais e energéticos e para a proteção do meio ambiente, sendo a forma mais adequada de redução dos Resíduos Sólidos Urbanos. Pode ainda surgir como uma solução para o aumento de produção de uma fábrica integrada cuja capacidade de produção de papel supera a de produção de pasta. As mais importantes operações numa instalação de produção de fibra secundária são a desfibração, a limpeza, a crivagem e o espaçamento de pasta produzida. As Embalagens de Cartão Canelado (Produto Acabado do Grupo) A partir do papel reciclado, o grupo Portucel pretende produzir o mesmo produto acabado tradicional produzido de celulose virgem, o PORTOLINER, a designação comercial do produto fabricado na PORTUCEL VIANA - papel Kraftliner destinado à indústria de embalagem de cartão canelado. Produzido em gramaturas compreendidas entre 125 e 300 g/m2, é constituído por duas camadas por forma a diferenciar as propriedades das duas faces: a de base, mais apta à colagem da caneladura, e a de cobertura, com melhor acabamento. Símbolo de prestígio na Europa, para onde se destina na sua maior parte, nomeadamente para o mercado Espanhol, Francês, Italiano, Alemão, Inglês, Grego e Marroquino. O PORTOLINER deve o seu sucesso às excelentes características da matéria-prima utilizada, à aplicação de avançada tecnologia e a uma equipe humana tecnicamente capacitada e empenhada, orientada para as necessidades para o mercado e para a satisfação do cliente. A diversificação da aplicação das embalagens de cartão canelado (frutas e hortaliças, embalagens para empilhamento, embalagens de apresentação) tem vindo a apelar sucessivamente para novas características do Kraftliner além da tradicional resistência ao rebentamento: resistência à compressão, rigidez, comportamento em atmosfera úmida e características de superfície. Figura 1 - Exemplo de embalagens de cartão canelado Projeção da Demanda de Papel Reciclado Baseados na Demanda do Produto Final (embalagens de cartão canelado) foram realizadas projeções de demanda para os próximos 5 anos de Papel Reciclado destinado ao próprio grupo e ao mercado “externo”. O Quadro nº1 apresenta a informação tratada através de técnicas econométricas. Quadro 1 - Projeção de Vendas de Papel Reciclado Descrição Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Preço de venda mercado interno (€/t)** 900 900 900 900 900 Preço de venda mercado externo (€/t)** 940 940 940 940 940 Venda ao Grupo (milhares de t*/ano)*** Projetar Projetar Projetar Projetar Projetar Venda Externa (milhares de t*/ano)**** Projetar Projetar Projetar Projetar Projetar * t = tonelada ** Preços constantes do ano 0 *** Venda Grupo = µG p + 7 onde µG = 0,6 = Taxa de crescimento grupo e p = ano da projeção **** Venda Externa = µE p + 25 onde µE = 3,7 = Taxa de crescimento externo e p = ano da projeção Engenharia Econômica - G 4 4. Matéria-prima Matéria-prima A matéria-prima do projeto é o papel usado (celulose não virgem) que é comprado através de empresas que coletam e selecionam este material. O papel chega empacotado em volumes variáveis. Existem 3 principais fornecedores (empresas que coletam papel usado) localizados nas cidades de Santarém, Guarda e Bragança. Insumos diretos São considerados insumos diretos do processo a Soda Cáustica e o Sulfureto de Sódio (vide o processo produtivo na Engenharia do Projeto – tópico 6.). Preços constantes do ano 0 A matéria-prima tem um preço de € 112 por tonelada. A Soda cáustica € 3,4 por quilograma e o Sulfureto de sódio de € 7,2 por quilograma. 5. Localização e Tamanho Localização Através de uma análise prévia dos parâmetros de macro-localização, definiu-se que seriam as cidades de Castelo Branco e Setúbal as melhores localizações para o projeto (vide Anexo 1). Em Castelo Branco está localizada a planta processadora de Kraftliner; portanto, a maior vantagem seria a proximidade ao mercado interno do projeto. Em termos de proximidade ao mercado externo do projeto (paises da comunidade européia) as duas localizações apresentam as mesmas vantagens comparativas. A decisão final de localização deve ser tomada considerando o critério de custo de transporte total (matéria- prima e produto acabado), para isto, foram levantados os dados sobre as distâncias entre as cidades onde se encontram os fornecedores e as cidades candidatas à localização (vide Anexo 1). Assim, decidida a localização (Castelo Branco ou Setúbal) para o transporte do produto acabado, a cidade destino é Lisboa, onde existe um centro de distribuição para o mercado final. Considerando as capacidades de coleta dos fornecedores de matéria-prima (MP), a produção de produto acabado (PA) num ano de produção normal, os custos de transporte correspondentes e a função de produção, foram simulados os dados apresentados nos Quadro nº 2ª e 2b. Quadro 2a – Custo de transporte de MP e PA para produção de 1 tonelada de PA Localização da planta: Castelo Branco Cidade Origem Cidade Destino Proporção (% - t) Custo de Transporte* (€) Santarém Guarda Bragança Castelo Branco 50% 20% 30% 0,022 € / t - Km 0,041 € / t - Km 0,082 € / t - Km Castelo Branco Lisboa 100% 0,135 €/ t - Km *Preços constantes do ano 0 Quadro 2b – Custo de transporte de MP e PA para produção de 1 tonelada de PA Localização da planta: Setúbal Cidade Origem Cidade Destino Proporção (% - t) Custo de Transporte* (€) Santarém Guarda Bragança Setúbal 50% 20% 30% 0,038 € / t - Km 0,045 € / t - Km 0,061 € / t - Km Setúbal Lisboa 100% 0,161 €/ t - Km *Preços constantes do ano 0 Tamanho Analisando a tendência da Demanda, estima-se que nos primeiros anos a produção será inferior à capacidade instalada definida em 70.000 t/ano. Engenharia Econômica - G 5 6. A Engenharia do Projeto O Processo Produtivo Seleção de MP O papel usado que chega à fábrica, mesmo que recebido sob restrições preestabelecidas de quantidade de “pureza”, umidade e tamanho, deve ser controlado e selecionado antes de entrar no processo para evitar a entrada de outros materiais não desejados. Produção de Pasta A pasta é produzida pelo processo Kraft ao sulfato de alto rendimento num digestor contínuo Kamyr de 12 kg/cm2 de pressão hidráulica no topo, 70 metros de altura útil e 1290 m3 de capacidade volumétrica. A lixívia de cozimento é à base de soda cáustica e sulfureto de sódio. Após o cozimento, a pasta é lavada em contra- corrente dentro do digestor. A pasta descarregada é logo desfibrada e submetida a um tratamento de refinação a quente numa bateria de refinadores de disco em paralelo. Preparação de Pasta A partir das torres da alta consistência a pasta é novamente diluída e enviada para os circuitos separados de preparação das duas camadas que constituem a folha de papel - camada de base e cobertura. Nesta fase, as operações mais importantes são a refinação e a adição de alguns produtos químicos para conferir característica de resistência ao papel. À pasta da camada de base é adicionada pasta de fibra secundária proveniente da instalação de reciclagem de papel velho. Seguidamente, a pasta sofre uma forte diluição nas bombas de mistura, após o que é crivada e enviada para as caixas de chegada da máquina de papel. Produção de Papel A pasta da camada de base é lançada sobre a teia que roda sobre a mesa de formação do tipo "fourdrinier", com 25 metros de comprimento. A pasta da camada de cobertura é lançada sobre a camada de base já formada, constituindo-se assim a folha de papel. A drenagem da água faz-se por efeito da gravidade e de vácuo, obtido através de "foils" e de caixas de sucção. Após sair do "fourdrinier" a folha passa por um cilindro aspirante, é destacada da teia pela ação de um rolo "pickup" e é enviada para a seção de prensas. Pelo efeito de prensagem o papel perde parte da água que ainda contém, sendo essa água transferida para os feltros. A folha de papel atravessa depois a seção de secagem constituída por 71 cilindros aquecidos com vapor, sendo a umidade final do papel reduzida a 7,5%. No interior dessa seção, o papel é sujeito à ação de uma prensa de alisamento. Por fim, o papel sai da secagem, passa por uma supercalandra e pela sonda de computador Measurex e é enrolado em contínuo em carreteis de 2,2 metros de diâmetro. Terminado o enrolamento de carretel, este é transferido para uma bobinadora com capacidade de enrolamento de 2300m/min., controle automático de tensão de bobinagem e dureza das bobinas, onde é cortado e bobinado de acordo com as larguras encomendadas pelos clientes. A Função Produção No Quadro nº 3 abaixo se apresenta a relação de conversão de matéria-prima e insumos diretos e papel reciclado para uma jornada padrão (dados técnicos da engenharia de processos em fábricas similares). Quadro 3 – Relações de Conversão: MP – Insumos diretos - PA MP (Papel usado) Insumo direto 1 (Soda caustica) Insumo direto 2 (Sulfureto de Na) PA (Papel reciclado) 1,33 t. 7 kg 4 kg 1,00 t. 7. Investimentos Investimentos Fixos Os investimentos fixos do projeto são mostrados no Quadro nº 4 a seguir, junto com as taxas de depreciação anual. Engenharia Econômica - G 6 Quadro 4 - Investimentos Fixos (preços do ano 0) Descrição Milhares de € Vida útil (anos) Taxa de Dep. (% aa) Terrenos Instalações fabris Escritórios Máquinas Equipamentos Ferramentas e Utensílios Veículos Computadores Móveis 1.000 2.000 500 4.000 2.000 1.000 1.500 600 400 não aplica 40 20 10 8 5 5 5 5 não aplica 2,5 5,0 10,0 12,5 20,0 20,0 20,0 20,0 Total 13.000 Capital de Giro É estimado um capital de giro de € 4.000.000,00 para iniciar o empreendimento. 8. Impostos, Custos e Despesas Impostos O Imposto sobre o Valor Adicionado (IVA) sobre as vendas é de 15 % e o Imposto sobre o lucro é de 34%. Custos Fixos Utilizando dados das empresas do grupo Portucel e de outras empresas similares se elaborou um orçamento de custos fixos anuais que aparece no Quadro nº 5. Quadro 5 – Custos Fixos Anuais (preços constantes do ano 0) Descrição Milhares de €/ano Salários pessoal de fábrica Prêmios Seguros – fábrica Materiais diversos – fábrica Energia Elétrica – potência contratada Manutenção – fábrica Outros Depreciação de ativos fixos* 2.300 300 1.200 600 400 800 calcular * Calcular utilizando as taxas do Quadro nº4. Custos Variáveis Utilizando dados das empresas do grupo Portucel e de outras empresas similares se elaborou um orçamento de outros custos variáveis unitários que aparecem no Quadro nº 6. Quadro 6 – Outros Custos Variáveis Unitários* (preços constantes do ano 0) Descrição €/t de PA Energia Elétrica Água Materiais diversos 45 35 25 Total 105 * Somar estes custos com a MP, os insumos e os fretes Despesas O Quadro nº 7 apresenta a informação sobre as despesas anuais. Quadro 7 – Despesas Anuais (preços constantes do ano 0) Descrição Fixas (milhares €/ano) Variáveis (€/t de PA) Administrativas Comerciais 3.600 870 - 12,00 Engenharia Econômica - G 7 9. Financiamento Estrutura de capital Definiu-se uma estrutura de capital para financiar o projeto que inclui o uso de 100% de capital próprio. 10. Considerações Adicionais para a Avaliação Financeira Taxa Mínima Aceitável (TMA) Considerando a estrutura de capital, estima-se adequada uma TMA de 8,67% ao ano. Horizonte de Planejamento Estima-se adequado uma projeção dos fluxos de caixa para 5 anos. Valor Residual Para calcular o valor residual de mercado dos investimentos fixos, foram estimados valores do Quadro nº8. Por outro lado, 100% do capital de giro seria recuperado em preços correntes do ano 5. Quadro 8 – Valores Residuais* dos Investimentos Fixos no ano 5 Descrição Milhares de € Terrenos Instalações fabris Escritórios Máquinas Equipamentos Ferramentas e Utensílios Veículos Computadores Móveis 1.200 500 200 400 300 0 400 0 80 *Preços correntes do ano 5 Engenharia Econômica - G 8 Anexos Anexo 1 – Mapa de Portugal – Distâncias entre Cidades Engenharia Econômica - G 9 Instruções Etapa 1 – Avaliação determinística A. Grupos O trabalho pode ser realizado em grupos de até 5 alunos. B. Conteúdo O estudo deve incluir: ETAPA 1 - ANÁLISE DETERMINÍSTICA Com base nos valores apresentados, solicita-se: a) Definição da localização do projeto adotando como critério o custo total de transporte e calculando o CUL para o horizonte de 5 anos; b) Avaliação de viabilidade do projeto (âmbito determinístico) considerando inflação projetada anual de 2,56 %aa: ✓ Calcular os Investimentos totais do projeto; ✓ Elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) dos anos 1 a 5; ✓ Elaborar o Quadro de fluxos de caixa do projeto dos anos 0 a 5; ✓ Calcular o VPL, VUL, TIR e payback descontado; C. Critérios de avaliação a) Capacidade de análise; b) Utilização de conceitos teóricos da disciplina; c) Precisão nos cálculos; d) Clareza na apresentação da informação e no procedimento; e) Ausência de plágio/cópias. D. Orientações importantes A montagem adequada da planilha para representação do problema é uma etapa crucial para a resolução das análises determinística e estocástica. Por isso, deve-se priorizar o uso de fórmulas do Excel para os cálculos. É igualmente importante a organização dos dados para evitar repetir valores em várias células, pois isso pode gerar erros e retrabalhos (em especial na etapa 2). Assim, indica-se fortemente que seja feita uma aba de dados e outras apenas com os cálculos, referenciando as células de dados nas fórmulas. E. Forma de envio O trabalho deverá ser enviado em dois formatos em um único arquivo compactado (zipado) pela tarefa cadastrada no SIGAA: (1) planilha de Excel com o detalhamento de todos os cálculos; (b) relatório em PDF com a descrição das respostas e a análise gerencial do grupo para os pontos solicitados. Deve-se identificar claramente os autores na planilha e no relatório.