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Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 p1 Carvalho MCMP Queiroz ABA Moura MAV Marques SC Vieira BDG Ferreira DC Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación Recebido em 28092016 Aprovado em 19122017 RESUMO Objetivo identificar os fatores de risco à infecção pelo Papilomavírus Humano HPV associados aos comportamentos e atitudes de adoles centes e jovens de uma unidade escolar de Ensino Médio do Rio de Janeiro Método estudo quantitativo descritivo realizado de maio a novembro de 2012 com 128 mulheres entre 15 e 24 anos Os dados foram coletados por questionário e receberam tratamento estatístico descritivo sendo destacados em variáveis demográficas econômicas e comportamentais O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna NeryHospital Escola São Francisco de Assis da Universidade Federal do Rio de Janeiro mediante protocolo no 0302011 Resultados os dados apontaram haver resistência ao uso de preservativo nas relações sexuais sendo que 813 das mulheres nunca utilizaram camisinha nas relações O estudo também destacou como uma das características entre as participantes o uso de preservativo somente na primeira relação O preservativo feminino não foi utilizado pelo grupo estudado Conclusão o estudo mostra dados epidemiológicos e questões socioculturais importantes que indicam a necessidade de investigações aprofundadas além da atuação do enfermeiro em novas estratégias educativas visando à efetividade na mudança de comportamento e atitude desses segmentos populacionais Palavraschave Saúde da mulher Papilomavírus Humano fatores de risco preservativos ABSTRACT Objective to identify risk factors for human papillomavirus HPV infection associated with behaviors and attitudes of adolescents and young people at an upper secondary school in Rio de Janeiro Method in this quantitative descriptive study conducted from May to November 2012 data were collected by questionnaire from 128 women from 15 to 24 years old and received descriptive statistical treatment which highlighted demographic economic and behavioral variables The study was approved by the research ethics committee of the Anna Nery School of Nursing São Francisco de Assis School Hospital Rio de Janeiro Federal University protocol No 0302011 Results the data indicated resistance to condom use in sexual relations 813 of the women never used condoms in their relationships Another of the participants characteristics highlighted by the study was the use of a condom in the first relation only Female condoms were not used by the group studied Conclusion the study shows epidemiological data and important sociocultural issues that indicate the need for indepth research as well as the nurses playing a role in new educational strategies designed to be effective in changing behavior and attitudes in these population segments Keywords Womens health papillomaviridae risk factors condom RESUMEN Objetivo identificar los factores de riesgo para la infección del Virus del Papiloma humano VPH asociados a comportamientos y actitudes de los adolescentes y jóvenes de una unidad escolar de enseñanza secundaria de Rio de Janeiro Método estudio cuantitativo descriptivo realizado de mayo a noviembre de 2012 junto a 128 mujeres de edad entre 15 y 24 años Los datos fueron recolectados por medio de cues tionario y recibieron tratamiento estadístico descriptivo destacándose en variables demográficas económicas y conductuales El estudio fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de la Escuela de Enfermería Anna Nery Hospital Escuela São Francisco de Assis de la Universidad Federal de Río de Janeiro protocolo No 0302011 Resultados los datos mostraron que hay resistencia al uso de condón durante las relaciones sexuales siendo que el 813 de las mujeres nunca ha usado condón durante las relaciones El estudio también resaltó como una característica entre las participantes el uso de condón sólo en la primera relación El preservativo femenino no fue utilizado por el grupo estudiado Conclusión el estudio muestra datos epidemiológicos y cuestiones socioculturales importantes que indican la necesidad de in vestigaciones profundizadas además de la actuación del enfermero en nuevas estrategias educativas con vistas a la efectividad en el cambio de comportamiento y actitud de esos segmentos poblacionales Palabras clave Salud de la mujer papilomavirus humano factores de riesgo condón Fatores de risco de mulheres adolescentes e jovens frente ao Papilomavírus Humano Human Papilloma Virusrelated risk factors for adolescent and young women Factores de riesgo para las adolescentes y jóvenes mujeres ante el Virus del Papiloma Humano Maria Cristina de Melo Pessanha CarvalhoI Ana Beatriz Azevedo QueirozII Maria Aparecida Vasconcelos MouraIII Sérgio Correa MarquesIV Bianca Dargam Gomes VieiraV Dennis de Carvalho FerreiraVI IDoutora em Enfermagem Enfermeira do Ministério da Saúde Rio de Janeiro Brasil Email mcrismelo4hotmailcom IIDoutora em Enfermagem Professora Associada Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil Email abaqueirozhotmailcom IIIDoutora em Enfermagem Professora Titular Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil Email maparecidavasyahoocombr IVDoutor em Enfermagem Professor Adjunto Faculdade de Enfermagem Universidade do Estado do Rio de Janeiro Brasil Email sergiocmarquesuolcombr VDoutora em Enfermagem Professora Adjunta Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa Universidade Federal Fluminense Niterói Rio de Janeiro Brasil Emailbiadargamgmailcom VIDoutor Professor Universidade da Veiga de Almeida e Universidade Estácio de Sá Rio de Janeiro Brasil Email denniscfgmailcom Introdução A infecção pelo Papilomavírus Humano HPV tem sido descrita como a doença sexualmente transmissível de maior frequência em nível mundial Essa infecção ocor DOI httpdxdoiorg1012957reuerj201725823 re preferencialmente nos órgãos genitais como a vulva vagina colo do útero pênis áreas perianais e ainda na orofaringe Caso não sejam tratadas podem evoluir para p2 Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 Fatores de risco para HPV Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación o câncer1 O HPV é agrupado em genótipos considerados de baixo e alto risco oncogênico buscando estabelecer uma relação entre a infecção persistente seus tipos virais e o câncer cervical2 O HPV é reconhecido como o principal fator de risco para o câncer do colo do útero porém não pode ser visto como a causa necessária para o desenvolvimento deste tipo de neoplasia maligna3 Tratase de uma das doenças sexualmente transmis síveis mais frequentes na população feminina4 Registra se no Brasil cerca de 157 mil novos casos de infecção por esse vírus a cada ano e no mundo cerca de 80 das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos em algum momento de suas vidas Dessa forma denotase um importante problema de saúde pú blica neste segmento populacional4 Vários fatores podem contribuir para a infecção pelo HPV destacandose os de ordem viral como os subtipos e a carga viral os aspectos relacionados ao hospedeiro como o início da atividade sexual precoce multiparidade o uso de contraceptivos orais hábitos de higiene precários tabagismo alimenta ção inadequada infecções por outros patógenos também de transmissão sexual como o Vírus da Imunodeficiência Humana HIV Clamydia Trachomatis e o Herpesvirus do tipo 23 O número de parceiros sexuais que o indivíduo teve durante a vida deve merecer destaque como um dos fatores associados mais importantes para a aquisição da contaminação pelo vírus5 A vulnerabilidade ao contágio pelo HPV está em mulheres abaixo dos 25 anos porém a infecção dita como persistente ocorre em mulheres acima de 50 anos com déficit imunológico e com co fatores de risco6 Vale registrar que em se tratando do contágio 25 das adolescentes apresentam infecção pelo HPV durante o primeiro ano após iniciação sexual ressal tando que a possibilidade de contato com esse virus aumenta progressivamente7 As mulheres jovens viven ciam uma fase de inúmeras mudanças que acontecem não só em seus corpos mas também nas esferas social e psicológica e que conforme experiências vividas citando o exemplo da infecção pelo HPV pode gerar uma indefinição de identidade transtornos diante da sexualidade e afetividade como dificuldade no processo de amadurecimento8 A sexualidade do adolescente é considerada uma dimensão de contexto social sendo também compreendida como um problema de saúde pública pelos riscos advindos de relações sexuais desprotegidas Apontase ainda a precocidade da menarca a crescente exploração do tema sexualidade pela mídia maior liberdade sexual e condições socio econômicas precárias9 A falta de informação e o falso entendimento de não ser vulnerável à situação também impedem que os jovens adotem medidas de prevenção frente aos fatores de risco10 Diante desse cenário de vulnerabilidade ao HPV é de fundamental importância que os profissionais de saúde conheçam o perfil e as diferenças de com portamentos e atitudes entre esses sujeitos a fim de construir propostas e estratégias com a finalidade de reduzir a morbimortalidade pelas lesões precursoras e o câncer cervical A partir desses argumentos o presente artigo teve como objetivo identificar os fatores de risco à infecção pelo HPV associados aos comportamentos e atitudes de adolescentes e jovens de uma unidade escolar de Ensino Médio do Rio de Janeiro Revisão de Literatura A infecção pelo HPV é considerada a doença sex ualmente transmissível mais frequente no mundo Mais de 200 tipos de vírus têm sido descritos e se distinguem entre si na sequência do Ácido Desoxirribonucléico DNA11 Tratase de um vírus epiteliotrópico consid erado agente causal do câncer de colo de útero e produz oncoproteínas modificando o comportamento celular12 Graças às técnicas da biologia molecular estabele ceuse a relação entre a infecção persistente pelo HPV com alguns tipos virais e o câncer cervical e que infectam preferencialmente os órgãos genitais vulva vagina colo uterino pênis e áreas perianais e orofaringe Dessa forma o HPV mesmo sendo reconhecido como fator de risco fundamental para câncer cervical não pode ser visto como a causa única para o desenvolvimento deste tipo de neoplasia maligna13 Os vírus que infectam a área genital são classificados em tipos de HPV de baixo risco e de alto risco oncogênico os quais são identificados por números São denominados de alto risco os de número 1618 45 31 33 35 52 58 59 56 51 39 68 73 e 82 sendo os tipos virais 16 e 18 os mais frequentes em adolescentes e mulheres jovens Os HPV do tipo 16 e 18 estão associados à Lesão IntraEpitelial de Alto Grau carcinoma epidermóide e adenocarcinoma do colo uterino e ainda carcinoma anal Destacase que 997 de todos os casos de câncer do colo do útero resultam de uma história de infecção persistente14 Em relação aos vírus de baixo risco estes estão associados às lesões benignas 6 11 40 42 43 44 54 61 70 72 e 81 salientando os tipos 6 e 11 relacionados ao condiloma acuminado responsáveis por mais de 90 dos casos de verrugas anogenitais15 Nesse contexto compreender a relação da infecção pelo HPV e os fatores de risco associados a este tipo de infecção é essencial para prática do profissional de saúde cuja atuação possibilitará estabelecer estratégias como ações educacionais junto as adolescentes e jovens para prevenir o câncer cervical e a aquisição do HPV Metodologia Tratase de um estudo descritivo com abordagem quantitativa realizado em uma escola estadual de En sino Médio do Município do Rio de Janeiro no Brasil entre os meses de maio e novembro de 2012 A popula Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 p3 Carvalho MCMP Queiroz ABA Moura MAV Marques SC Vieira BDG Ferreira DC Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación Recebido em 28092016 Aprovado em 19122017 ção foi constituída por 128 mulheres selecionadas entre a faixa etária de 15 a 24 anos Foram incluídas jovens entre a faixa etária definida pela Organização Mundial de Saúde como juventude de 15 a 24 anos e que estivessem matriculadas e frequentando o cenário do estudo4 Optouse por dividir as participantes em dois grupos mediados também pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que define população jovem como as pessoas da faixa etária de 15 a 24 anos16 O primeiro grupo foi composto por 64 adolescen tes pertencentes à segunda fase da adolescência que é compreendida pelo segmento de 15 a 19 anos de idade e o segundo grupo foi composto por 64 jovens e na faixa etária de 20 a 24 anos16 Esta divisão se justifica na premissa comportamentos e atitudes dos sujeitos emergem das diferentes fases de vida dos indivíduos17 Para a coleta de dados foi utilizado um questioná rio estruturado contendo dados relativos às característi cas pessoais e socioeconômicas expressas nas variáveis idade raçacor escolaridade situação conjugal e renda familiar Quanto às características referentes a compor tamentos e atitudes de risco para o HPV as variáveis de interesse do estudo foram presença de parceria sexual atual sexarca número de parceiros sexuais nos últimos 12 meses uso do preservativo feminino eou masculino frequência do uso do preservativo uso de contraceptivo oral multiparidade e tabagismo As participantes foram convidadas a integrar o estudo sendo as entrevistas agendadas e direcionadas para sala privativa na própria escola As informações coletadas foram armazenadas em banco de dados in formatizado no software Excel do Microsoft Office 2003 Posteriormente foram tabulados e submetidos à esta tística descritiva A análise considerou as frequências absolutas e percentuais confrontadas com a literatura científica sobre a temática investigada Foram observadas as normas da Resolução nº 19696 do Conselho Nacional de Saúde vigente à época da elaboração do projeto de pesquisa O projeto do foi submetido ao Comitê de Ética de Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna NeryHospital Escola São Francisco de Assis da Universidade Federal do Rio de Janeiro sendo aprovado mediante protocolo no 0302011 Como recomendado os dados foram coletados após assinatu ra do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelas participantes do estudo e pelos pais eou responsáveis das menores de 18 anos Resultados Participaram do estudo 128 voluntárias sendo 64 adolescentes e 64 jovens A faixa etária entre 1719 anos foi a que teve maior destaque entre as adolescentes correspondendo a 531 enquanto a faixa etária com preendida entre 2022 anos 594 prevaleceu no gru po de jovens Quanto ao grau de escolaridade a maior TABELA 1 Características socioeconômicas das adolescentes e jovens participantes do estudo Rio de Janeiro Brasil 2016 N64 por grupo frequência em ambos os grupos se deu no primeiro ano do Ensino Médio com 406 de adolescentes e 437 de jovens Em se tratando da situação conjugal 938 das adolescentes referiram ser solteiras enquanto 469 das jovens declararam ser casadas ou em união estável conforme descrito na Tabela 1 Metade das adolescentes apresenta como renda familiar de três a quatro salários mínimos fato que foi diferente entre as jovens com renda predominante de até dois salários mínimos Quanto às características socioeconômicas a raçacor autodeclarada branca foi predominante entre as adolescentes sendo a parda mais frequente entre as jovens com 469 conforme ilustra a Tabela 1 No momento da coleta de dados 625 das ado lescentes e 844 das jovens tinham parceiros sexuais com relação ao número de parceiros sexuais nos últimos 12 meses 375 das adolescentes declararam de 01 seguido de 313 entre 4 a 5 parceiros No segmento das jovens 375 mencionaram ter tido entre 4 a 5 parceiros seguindose de 251 com 2 a 3 parceiros sexuais como mostra a Tabela 2 Quanto ao uso de preservativo 625 das adoles centes e 563 das jovens declaram ter usado apenas o masculino porém com relação à frequência do uso nas adolescentes houve predominância da resposta Variáveis Adolescentes Jovens f f Idade 1516 30 469 1719 34 531 2022 38 594 2324 26 406 Raça cor Preta 6 94 12 188 Parda 24 375 30 469 Branca 34 531 18 281 Indígena 4 62 Escolaridade 1o ano ensino médio 26 406 28 437 2o ano ensino médio 22 343 24 375 3o ano ensino médio 16 251 12 188 Situação conjugal Solteira 60 938 34 531 Casadaunião estável 4 62 30 469 Renda familiar em salário mínimo 2 26 406 28 437 34 32 500 24 375 5 6 94 12 188 p4 Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 Fatores de risco para HPV Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación somente na primeira relação com 251 e entre as jovens o uso irregular às vezes com 281 Vale des tacar que 375 das adolescentes e 437 das jovens nunca usaram nenhum preservativo em suas relações sexuais como expõe a Tabela 2 Na variável uso de contraceptivo oral 437 das jovens relataram o uso de anticoncepcionais enquanto que 719 das adolescentes afirmaram que não fizeram uso desse método Em se tratando da paridade 32 das adolescentes e 94 das jovens pariram três vezes ou mais sendo que a maioria em ambos os grupos é nulípara 89 adolescentes e 625 jovens Em relação ao tabagismo 89 das adolescentes e 766 jovens não relataram esse hábito de vida Quanto às características referentes aos compor tamentos e atitudes de risco frente ao HPV o predomí nio da faixa etária da sexarca ficou entre 14 e 17 anos em ambos os grupos 437 nas adolescentes e 375 nas jovens sendo a idade mínima registrada de 9 anos e a máxima de 24 anos Vale destacar que o perfil da amostra indica a predominância da faixa etária de 20 a 22 anos cor parda escolaridade pertencente ao pri meiro ano do Ensino Médio solteira e renda familiar de 3 a 4 salários mínimos conforme mostra a Tabela 2 Discussão O predomínio da idade entre os dois grupos de estudo foi de 17 a 22 anos sendo esta faixa etária a mais propensa a ser infectada pelo HPV Entre os fatores de risco um dos principais é exatamente a idade existindo uma maior prevalência entre adolescentes e jovens até 24 anos7 Ressaltase que o pico de prevalência nesse segmento pode ser entendido pela maior alternância de parceiros e início precoce das atividades sexuais Nesse contexto a infecção pelo HPV pode acometer adolescentes e jovens no início da atividade sexual sendo este um fenômeno que pode ser transitório e que na maioria das vezes regride espontaneamente18 Com relação à raçacor e à predisposição para a in fecção por HPV existe escassa literatura Uma pesquisa indicou que as raças negra e parda estão mais susceptí veis à prevalência de infecção pelo HPV carcinogênico19 O presente estudo indica que a raça branca predominou entre as adolescentes sendo que entre as mulheres jovens a cor parda foi a que teve maior destaque em bora não tenha apresentado diferença estatisticamente significativa quando comparados os grupos A inserção do indivíduo no ambiente escolar é fator determinante para construção do conhecimento frente a determinados problemas de saúde A relação da escolaridade com a vulnerabilidade ao HPV é conside rada como um fator predisponente à infecção por esse vírus visto que quanto menor a escolaridade maior a prevalência à infecção20 A subinformação ou até mesmo a não informação ainda são consideradas como umas das principais barreiras a serem enfrentadas no controle das doenças sexualmente transmissíveis além do que a falta de instrução influencia na percepção de risco 2122 Outro aspecto que merece destaque quanto aos fatores de risco e HPV é a renda familiar pois percebe se que em ambos os grupos predominaram as par ticipantes com uma renda considerada baixa ou seja entre dois a quatro salários mínimos Os resultados do presente estudo mostram que metade das adolescentes apresenta uma renda um pouco maior corresponden do a três ou quatro salários mínimos o que pode ser explicado por habitarem com seus pais eou familiares que trabalham fora e os sustentam Quanto às jovens observase que entre elas houve prevalência de uma renda ainda menor equivalente até dois salários mí nimos pois muitas residem com seus companheiros e filhos sendo que somente o parceiro é o provedor da casa Estes dados vêm ao encontro das pesquisas TABELA 2 Características referentes a comportamentos e atitudes de risco de adolescentes e jovens frente ao papilomavírus Humano Rio de Janeiro Brasil 2016 n 64 por grupo Variáveis Adolescentes Jovens f f Parceiro Sexual Com parceiro 40 625 54 844 Sem parceiro 24 375 10 156 Sexarca anos 913 12 187 10 156 1417 28 437 24 375 1821 16 251 20 313 2225 8 125 10 156 Nº de parceiro nos últimos 12 meses 01 24 375 10 156 23 12 187 16 251 45 20 313 24 375 5 8 125 14 218 Uso de preservativo Masculino 40 625 36 563 Feminino Nunca usou 24 375 28 437 Frequência do uso do preservativo Somente na primeira relação 16 251 12 187 Sempre 10 156 6 94 Às vezes 14 218 18 281 Nunca 24 375 28 437 Uso de Contraceptivo oral Sim 18 281 28 437 Não 46 719 36 563 Multiparidade parto Nenhum 57 890 40 625 1 a 2 5 78 18 281 3 2 32 6 94 Tabagismo Sim 7 110 15 234 Não 57 890 49 766 Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 p5 Carvalho MCMP Queiroz ABA Moura MAV Marques SC Vieira BDG Ferreira DC Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación Recebido em 28092016 Aprovado em 19122017 somente 251 das adolescentes e 187 dos jovens usam o preservativo masculino na primeira relação Percebese então que o uso da camisinha pode estar atrelado à intimidade e confiança entre os parceiros26 Acrescentase ainda que o uso refratário do pre servativo também emergiu nos dados com 218 das adolescentes e 281 das jovens Esse uso descontínuo pode ter algumas justificativas como não gostar de usar preservativo por acreditarem na perda do prazer sexual por pensarem não estar em situação de vulne rabilidade esquecimento empecilho de aquisição além da dificuldade em controlar o ímpeto sexual típico dos adolescentes e jovens10 Quanto ao tipo de preservativo utilizado pelas participantes apenas o masculino foi citado o que reforça o entendimento do quanto ainda é pouco divulgado e utilizado o feminino fato que também corrobora a submissão da mulher que precisa negociar o uso do preservativo masculino26 A faixa etária predo minante da sexarca foi de 14 a 17 anos corroborando outro estudo em que de um total de 8649 mulheres 74 referiram a sexarca entre 14 e 19 anos15 A idade da iniciação sexual é um fator importante quando se estuda a vulnerabilidade do HPV pois o início cada vez mais precoce da atividade sexual é um dos fatores para a aquisição do HPV Isso se deve pelo fato das células imaturas do colo do útero das adolescentes jovens serem mais receptivas a esse vírus no início da vida sexual27 Adicionase a essa situação de risco o aumento do tempo de exposição ao vírus a que essa parcela da população está sujeita28 Em se tratando do contraceptivo oral a maioria das participantes não utiliza esse método anticoncep cional No entanto comparando os dois segmentos estudados as jovens são as que mais se destacaram quanto ao uso da pílula com 437 contra apenas 281 das adolescentes Diante do uso do anticoncepcional e em se tra tando da condição de união estável que grande parte das jovens 468 já vivencia prevalece a preocupação diante de uma gravidez indesejada e não mais com a possibilidade de contrair uma infecção sexualmente transmissível Vale ressaltar aqui que o uso prolongado do contraceptivo oral aumenta o risco de desenvolver carcinoma cervical em mulheres com HPV por conterem hormônios como dexametazona progesterona e estró genos que intensificam a expressão genética do HPV29 No que concerne ao número de partos uma pequena parcela das jovens 94 chama atenção por já ter parido três ou mais vezes A multiparidade é considerada um fator de risco de infecção pelo HPV podendo decorrer de trauma vaginal durante o parto e efeitos de alterações hormonais no colo do útero3 Estudos destacam a maior prevalência do HPV em mu lheres com três a quatro partos e que essa multiparidade pode duplicar ou até mesmo triplicar o risco de lesões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que comprovam que cerca de 13 das famílias que pos suem adolescentes e jovens recebem rendimento de um quarto do salário mínimo e 362 com metade do salário mínimo16 Vale salientar que uma população de baixa renda com desigualdades sociais e de gênero traz empecilhos quanto à tomada de atitudes favoráveis ao cuidado da saúde23 No que se refere à situação conjugal e parcerias sexuais apesar de 937 das adolescentes serem solteiras 625 no período da coleta de dados apre sentavam parceiros sexuais como namorados ou parceiros casuais Em contrapartida 468 das jovens são casadas ou convivem em união consensual e num total de 844 apresentam parceria sexual Frente a esses dados percebese que entre as jovens devido ao fator idade a união estável foi mais destacada do que entre as adolescentes A estabilidade num relacionamento é hoje considerada como um fator de risco à infecção pelo HPV O fato de ter parceiro fixo estabelece desproteção sexual já que o uso de preservativo é desprezado após o relacionamento se tornar estável8 Isto geralmente acontece quando o relacionamento deixa de ser eventual passando a ser considerado como fixo o que implica diminuição ou mesmo abolição do uso do preservativo Tal fato pode ocorrer por confiança ou mesmo por submissão ao parceiro quando se trata de negociar a continuidade do uso de preservativo na relação Entende se por uma parceria fixa quando se trata de um único parceiro por um período maior de tempo24 No entanto os parceiros ocasionais declarados pelas adolescentes e jovens também são considerados fatores de risco ao HPV tanto pela multiplicidade de parcerias como pelo não uso do preservativo A multiplicidade de parceiros foi outro fator de risco encontrado neste estudo No segmento das ado lescentes 50 apresentaram de dois a cinco parceiros sexuais enquanto entre as jovens esse número au menta significativamente para 626 Desse modo os dois grupos estudados estão submetidos à situação de vulnerabilidade devido a frequente troca de parceiros o que permite uma maior chance em adquirir o HPV principalmente quando não é utilizado o preservativo em todas as relações O número aumentado de par ceiros sexuais possibilita diferentes práticas sexuais elevando a possibilidade de adquirir a infecção e o grau de vulnerabilidade25 Nessa mesma direção é importante a parcela de participantes que não utiliza preservativo propiciando maior exposição ao HPV A maioria das mulheres relatou nunca ter usado o preservativo O uso da camisinha entre as mulheres é um assunto que pode ser atribuído à relação afetivasexual contribuindo para a decisão de usar ou não o preservativo8 Isto é reforçado quando p6 Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 Fatores de risco para HPV Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación precursoras do câncer do colo do útero e do próprio câncer cervical nas mulheres infectadas com os tipos oncogênicos de HPV2530 Em se tratando do tabagismo verificase a maioria das participantes não apresenta esse hábito fato que é bastante benéfico pois essa prática é considerada como um importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer cervical nas mulheres que são portadoras do HPV oncogênico Isso se deve à presença de metabólitos carcinogênicos do tabaco nas secreções cervicais o que pode levar à persistência do vírus2631 Conclusão O objetivo do estudo foi plenamente atingido pois se conseguiu obter as características socioeconômicas e os comportamentos das adolescentes e jovens que contribuem para a vulnerabilidade desses grupos ao HPV Foi possível identificar que as participantes do estudo apresentam características comportamentais de susceptibilidade ao HPV como a pouca adesão ao uso do preservativo masculino e o início precoce da atividade sexual Porém quando comparados os dois grupos de estudo adolescentes e jovens concluise que existem diferenças com relação a fatores de risco como a multiplicidade de parceiros uso do anticoncepcional oral e a multiparidade em que foram mais prevalentes entre as jovens Diante dos comportamentos de adolescentes e jovens relatados neste estudo depreendese que há fragilidade de ações educativas no que concerne à valorização do contexto social e cultural do indivíduo frente às condutas de proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis como o HPV São necessá rios o aprofundamento e mais investigações acerca de mulheres jovens e a possibilidade de serem infectadas com HPV e o desenvolvimento de câncer cervical Devese destacar a participação do enfermeiro como profissional de saúde na busca de novas estra tégias de ações preventivas e educativas visando à efetividade na mudança de comportamento e atitude desses segmentos populacionais reconhecendo não apenas dados estatísticos mas questões biopsicosso ciais O estudo trouxe contribuição para inovações e a necessidade de implementar estratégias de práticas de prevenção valorizando saberes e possibilitando o atendimento das necessidades das adolescentes e mulheres jovens frente à proteção das infecções sexualmente transmissíveis Considerouse como limitação do estudo ape nas a participação de adolescentes e jovens do sexo feminino não permitindo a comparação entre o sexo masculino e feminino de questões socioeconômicas e atitudes comportamentais versus à infecção pelo HPV Contudo abre espaços para novos estudos serem realizados com o sexo masculino investindo na busca de outras variáveis de risco além de investigar as causas e consequências destes comportamentos que conduzem à situação de vulnerabilidade Referências 1 Aguiar SR Villanova FE Martins LC dos Santos MS Maciel Jde P Falcão LF Fuzii HT Quaresma JA Human papillomavirus preva lence and factors associated in women prisoners population from the Eastern Brazilian Amazon J Med Virol 2014 869152833 2 Santos JC Cezar MRS Lisboa MR Moura MMF Ocorrência de papilomavírus humano na cérvice uterina de mulheres da região ocidental da Amazônia Brasileira Acta Amazônica 2013 43218590 3 Wright TC Stoler MH Behrens CM Sharma A Zhang G Wright TLPrimary cervical cancer screening with human papillomavirus End of study results from the ATHENA study using HPV as the first line screening test Gynecologic Oncology 2015 136 2 18997 4 World Health Organization WHO guidance note Com prehensive cervical cancer prevention and control A healthier future for girls and women Internet 2013 cited in 2017 Apr 10 Available form httpappswhointirisbitstre am106657812839789241505147eng 5 Sun LL Chen W Fan YY Wang ML Wang LN The presence of advanced lesions and associating risk factors for advanced cervical carcinoma in patients with atypical squamous cells of undeter mined significanceEur J Gynaecol Oncol 2015 3655859 6 Paradkar PH Joshi JV Mertia PN Agashe SV Vaidya RA Role of cytokines in genesis progression and prognosis of cervical cancer Asian Pac J Cancer Prev 2014 159385164 7 Eleutério RMN Oliveira MAP Jacyntho CMA Rodrigues JF Cavalcante DIM Junior JE Prevalence of HPV in Adolescents Virgins and Sexually Active at a University Hospital in the City of Rio de Janeiro Brazil Infec Dis 2013 201315 8 Sehnem GD Schmalfuss JM Bonadiman POB Pereira FW Lipinski JM Bogorni L Gênero e sexualidade influências na pre venção das DSTAIDS e as contribuições para a enfermagem Rev enferm UFSM 2014 4467888 9 Santos TMB Albuquerque LBB Bandeira CF Colares VSA Fatores que contribuem para o início da atividade sexual em adolescentes revisão integrativa RevAtenção Saúde 2015 13446470 10 Santos ACL Gubert FA Vieira NFC Pinheiro PNC Barbosa SM Modelo de crenças em saúde e vulnerabilidade ao HIV percepções de adolescentes em FortalezaCE Rev eletrônica enferm Inter net 2010 citado em 4 de mar 2015 12470510 Disponível em httpdxdoiorg105216reeV12i46492 11 Bodelon C Untereiner ME Machiela MJ Vinokurova S Went zensen N Genomic characterization of viral integration sites in HPVrelated cancers International Journal of Cancer 2016 1399200111 12 Crosbie EJ Einstein MH Franceschi S CKitchener Human papillomavirus and cervical cancer The Lancet 2013 3829895 88999 13 De Brot L Pellegrini B Moretti ST Carraro DM Soares FA Rocha RM et al Infections with multiple highrisk HPV types are asso ciated with highgrade and persistent lowgrade intraepithelial lesions of the cervix Cancer 2017 125213843 14 Vargens OMC Silva CM Tendo que se adaptar a uma realidade incontestável e inesperada ser portadora do HPV Rev enferm UERJ 2014 2256438 15 Gittoni R Accardi R Chiocca S Tommasino M Role of human papillomaviruses in carcinogenesis Ecancer 2015 9526 16 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Censo demográfi co 2010 características da população e dos domicílios resultados do universo Internet Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Geo grafia e Estatística 2011 citado em 26 mar 2017 Disponível em httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocenso2010 caracteristicasdapopulacaotabelaspdftab1pdf Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 p7 Carvalho MCMP Queiroz ABA Moura MAV Marques SC Vieira BDG Ferreira DC Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación Recebido em 28092016 Aprovado em 19122017 17 Santos MFS Félix LB Morais ERC Representações Sociais de Juventude em uma Comunidade Quilombola do Agreste Pernam bucano PSICO 2012 43452432 18 Jiang Y Brassard P Severini A Mao Y Li A Laroche J et al The prevalence of human papillomavirus and its impact on cer vical dysplasia in northern Canada Infect Agent Cancer 2013 825111 19 Asiaf A Ahmad ST Mohammad SO Zargar MA Review of the current knowledge on the epidemiology pathogenesis and prevention of human papillomavirus infection Eur J Cancer Prev 2014 23320624 20 SepúlvelaCarrillo GJ Goldenberg P Conhecimentos e prá ticas de jovens sobre a infecção pelo papiloma vírus humano uma questão reatualizada Rev Colomb Obstet Ginecol 2014 65152 61 21 Gilkey MB McRee AL Provider communication about HPV vaccination a systematic review Hum Vaccin Immunother 2016 126145468 22 Oliveira AC RS Pessoa AMC Carvalho Brito RMLFatores de risco e proteção à saúde de mulheres para prevenção do câncer uterino Rev Rene 2014 152 2408 23 Gaspar J Gir E Reis RK Sociodemographic and clinical factors and their association with the types of lesion caused by the Human Papilloma Virus J Antivir Antiretrovir 2013 51138 24 Silva CM Vargens OMC Aids como doença do outro uma análise da vulnerabilidade feminina Rev pesqui cuid fundam online 2015 74312534 25 Rodrigues AF Souza JA Papilomavírus humano prevenção e diagnóstico Rev Epidemiol Control Infec 2015 54197202 26 Albuquerque GA Belém JM Quirino GS Garcia CL Autonomia sexual feminina o preservativo feminino nas práticas eróticas Rev Saúde Com 2015 11212336 27 Panatto D Amicizia D Trucchi C Casabona F Lai PL Bonanni P et al Sexual behaviour and risk factors for the acquisition of human papillomavirus infections in young people in Italy suggestions for future vaccination policies BMC Public Health 2012 1262319 28 Coser J da Rocha Boeira T Simon D Kazantzi Fonseca AS Ikuta N Lunge VR Prevalence and genotypic diversity of cervical human papillomavirus infection among women from an urban center in Brazil Genet Mol Res 2013 124427685 29 Chang SW Lu PY Guo JH Tsai TC Tsao YP Chen SL et al NRIP enhances HPV gene expression via interaction with either GR or E2 Virology 2012 42313848 30 Aziza H Iqbalb H Mahmooda H Fatimaa S Faheema M Sattarb AA et al Human papillomavirus infection in females with normal cervical cytology Genotyping and phylogenetic analysis among women in Punjab Pakistan Int J Infect Dis 2018 66839 31 Silva ST Martins MC Faria FR Cotta RMM Combating smoking in Brazil the strategic importance of government actions Ciênc saúde coletiva Online 2014 19253952
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Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 p1 Carvalho MCMP Queiroz ABA Moura MAV Marques SC Vieira BDG Ferreira DC Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación Recebido em 28092016 Aprovado em 19122017 RESUMO Objetivo identificar os fatores de risco à infecção pelo Papilomavírus Humano HPV associados aos comportamentos e atitudes de adoles centes e jovens de uma unidade escolar de Ensino Médio do Rio de Janeiro Método estudo quantitativo descritivo realizado de maio a novembro de 2012 com 128 mulheres entre 15 e 24 anos Os dados foram coletados por questionário e receberam tratamento estatístico descritivo sendo destacados em variáveis demográficas econômicas e comportamentais O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna NeryHospital Escola São Francisco de Assis da Universidade Federal do Rio de Janeiro mediante protocolo no 0302011 Resultados os dados apontaram haver resistência ao uso de preservativo nas relações sexuais sendo que 813 das mulheres nunca utilizaram camisinha nas relações O estudo também destacou como uma das características entre as participantes o uso de preservativo somente na primeira relação O preservativo feminino não foi utilizado pelo grupo estudado Conclusão o estudo mostra dados epidemiológicos e questões socioculturais importantes que indicam a necessidade de investigações aprofundadas além da atuação do enfermeiro em novas estratégias educativas visando à efetividade na mudança de comportamento e atitude desses segmentos populacionais Palavraschave Saúde da mulher Papilomavírus Humano fatores de risco preservativos ABSTRACT Objective to identify risk factors for human papillomavirus HPV infection associated with behaviors and attitudes of adolescents and young people at an upper secondary school in Rio de Janeiro Method in this quantitative descriptive study conducted from May to November 2012 data were collected by questionnaire from 128 women from 15 to 24 years old and received descriptive statistical treatment which highlighted demographic economic and behavioral variables The study was approved by the research ethics committee of the Anna Nery School of Nursing São Francisco de Assis School Hospital Rio de Janeiro Federal University protocol No 0302011 Results the data indicated resistance to condom use in sexual relations 813 of the women never used condoms in their relationships Another of the participants characteristics highlighted by the study was the use of a condom in the first relation only Female condoms were not used by the group studied Conclusion the study shows epidemiological data and important sociocultural issues that indicate the need for indepth research as well as the nurses playing a role in new educational strategies designed to be effective in changing behavior and attitudes in these population segments Keywords Womens health papillomaviridae risk factors condom RESUMEN Objetivo identificar los factores de riesgo para la infección del Virus del Papiloma humano VPH asociados a comportamientos y actitudes de los adolescentes y jóvenes de una unidad escolar de enseñanza secundaria de Rio de Janeiro Método estudio cuantitativo descriptivo realizado de mayo a noviembre de 2012 junto a 128 mujeres de edad entre 15 y 24 años Los datos fueron recolectados por medio de cues tionario y recibieron tratamiento estadístico descriptivo destacándose en variables demográficas económicas y conductuales El estudio fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de la Escuela de Enfermería Anna Nery Hospital Escuela São Francisco de Assis de la Universidad Federal de Río de Janeiro protocolo No 0302011 Resultados los datos mostraron que hay resistencia al uso de condón durante las relaciones sexuales siendo que el 813 de las mujeres nunca ha usado condón durante las relaciones El estudio también resaltó como una característica entre las participantes el uso de condón sólo en la primera relación El preservativo femenino no fue utilizado por el grupo estudiado Conclusión el estudio muestra datos epidemiológicos y cuestiones socioculturales importantes que indican la necesidad de in vestigaciones profundizadas además de la actuación del enfermero en nuevas estrategias educativas con vistas a la efectividad en el cambio de comportamiento y actitud de esos segmentos poblacionales Palabras clave Salud de la mujer papilomavirus humano factores de riesgo condón Fatores de risco de mulheres adolescentes e jovens frente ao Papilomavírus Humano Human Papilloma Virusrelated risk factors for adolescent and young women Factores de riesgo para las adolescentes y jóvenes mujeres ante el Virus del Papiloma Humano Maria Cristina de Melo Pessanha CarvalhoI Ana Beatriz Azevedo QueirozII Maria Aparecida Vasconcelos MouraIII Sérgio Correa MarquesIV Bianca Dargam Gomes VieiraV Dennis de Carvalho FerreiraVI IDoutora em Enfermagem Enfermeira do Ministério da Saúde Rio de Janeiro Brasil Email mcrismelo4hotmailcom IIDoutora em Enfermagem Professora Associada Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil Email abaqueirozhotmailcom IIIDoutora em Enfermagem Professora Titular Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil Email maparecidavasyahoocombr IVDoutor em Enfermagem Professor Adjunto Faculdade de Enfermagem Universidade do Estado do Rio de Janeiro Brasil Email sergiocmarquesuolcombr VDoutora em Enfermagem Professora Adjunta Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa Universidade Federal Fluminense Niterói Rio de Janeiro Brasil Emailbiadargamgmailcom VIDoutor Professor Universidade da Veiga de Almeida e Universidade Estácio de Sá Rio de Janeiro Brasil Email denniscfgmailcom Introdução A infecção pelo Papilomavírus Humano HPV tem sido descrita como a doença sexualmente transmissível de maior frequência em nível mundial Essa infecção ocor DOI httpdxdoiorg1012957reuerj201725823 re preferencialmente nos órgãos genitais como a vulva vagina colo do útero pênis áreas perianais e ainda na orofaringe Caso não sejam tratadas podem evoluir para p2 Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 Fatores de risco para HPV Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación o câncer1 O HPV é agrupado em genótipos considerados de baixo e alto risco oncogênico buscando estabelecer uma relação entre a infecção persistente seus tipos virais e o câncer cervical2 O HPV é reconhecido como o principal fator de risco para o câncer do colo do útero porém não pode ser visto como a causa necessária para o desenvolvimento deste tipo de neoplasia maligna3 Tratase de uma das doenças sexualmente transmis síveis mais frequentes na população feminina4 Registra se no Brasil cerca de 157 mil novos casos de infecção por esse vírus a cada ano e no mundo cerca de 80 das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos em algum momento de suas vidas Dessa forma denotase um importante problema de saúde pú blica neste segmento populacional4 Vários fatores podem contribuir para a infecção pelo HPV destacandose os de ordem viral como os subtipos e a carga viral os aspectos relacionados ao hospedeiro como o início da atividade sexual precoce multiparidade o uso de contraceptivos orais hábitos de higiene precários tabagismo alimenta ção inadequada infecções por outros patógenos também de transmissão sexual como o Vírus da Imunodeficiência Humana HIV Clamydia Trachomatis e o Herpesvirus do tipo 23 O número de parceiros sexuais que o indivíduo teve durante a vida deve merecer destaque como um dos fatores associados mais importantes para a aquisição da contaminação pelo vírus5 A vulnerabilidade ao contágio pelo HPV está em mulheres abaixo dos 25 anos porém a infecção dita como persistente ocorre em mulheres acima de 50 anos com déficit imunológico e com co fatores de risco6 Vale registrar que em se tratando do contágio 25 das adolescentes apresentam infecção pelo HPV durante o primeiro ano após iniciação sexual ressal tando que a possibilidade de contato com esse virus aumenta progressivamente7 As mulheres jovens viven ciam uma fase de inúmeras mudanças que acontecem não só em seus corpos mas também nas esferas social e psicológica e que conforme experiências vividas citando o exemplo da infecção pelo HPV pode gerar uma indefinição de identidade transtornos diante da sexualidade e afetividade como dificuldade no processo de amadurecimento8 A sexualidade do adolescente é considerada uma dimensão de contexto social sendo também compreendida como um problema de saúde pública pelos riscos advindos de relações sexuais desprotegidas Apontase ainda a precocidade da menarca a crescente exploração do tema sexualidade pela mídia maior liberdade sexual e condições socio econômicas precárias9 A falta de informação e o falso entendimento de não ser vulnerável à situação também impedem que os jovens adotem medidas de prevenção frente aos fatores de risco10 Diante desse cenário de vulnerabilidade ao HPV é de fundamental importância que os profissionais de saúde conheçam o perfil e as diferenças de com portamentos e atitudes entre esses sujeitos a fim de construir propostas e estratégias com a finalidade de reduzir a morbimortalidade pelas lesões precursoras e o câncer cervical A partir desses argumentos o presente artigo teve como objetivo identificar os fatores de risco à infecção pelo HPV associados aos comportamentos e atitudes de adolescentes e jovens de uma unidade escolar de Ensino Médio do Rio de Janeiro Revisão de Literatura A infecção pelo HPV é considerada a doença sex ualmente transmissível mais frequente no mundo Mais de 200 tipos de vírus têm sido descritos e se distinguem entre si na sequência do Ácido Desoxirribonucléico DNA11 Tratase de um vírus epiteliotrópico consid erado agente causal do câncer de colo de útero e produz oncoproteínas modificando o comportamento celular12 Graças às técnicas da biologia molecular estabele ceuse a relação entre a infecção persistente pelo HPV com alguns tipos virais e o câncer cervical e que infectam preferencialmente os órgãos genitais vulva vagina colo uterino pênis e áreas perianais e orofaringe Dessa forma o HPV mesmo sendo reconhecido como fator de risco fundamental para câncer cervical não pode ser visto como a causa única para o desenvolvimento deste tipo de neoplasia maligna13 Os vírus que infectam a área genital são classificados em tipos de HPV de baixo risco e de alto risco oncogênico os quais são identificados por números São denominados de alto risco os de número 1618 45 31 33 35 52 58 59 56 51 39 68 73 e 82 sendo os tipos virais 16 e 18 os mais frequentes em adolescentes e mulheres jovens Os HPV do tipo 16 e 18 estão associados à Lesão IntraEpitelial de Alto Grau carcinoma epidermóide e adenocarcinoma do colo uterino e ainda carcinoma anal Destacase que 997 de todos os casos de câncer do colo do útero resultam de uma história de infecção persistente14 Em relação aos vírus de baixo risco estes estão associados às lesões benignas 6 11 40 42 43 44 54 61 70 72 e 81 salientando os tipos 6 e 11 relacionados ao condiloma acuminado responsáveis por mais de 90 dos casos de verrugas anogenitais15 Nesse contexto compreender a relação da infecção pelo HPV e os fatores de risco associados a este tipo de infecção é essencial para prática do profissional de saúde cuja atuação possibilitará estabelecer estratégias como ações educacionais junto as adolescentes e jovens para prevenir o câncer cervical e a aquisição do HPV Metodologia Tratase de um estudo descritivo com abordagem quantitativa realizado em uma escola estadual de En sino Médio do Município do Rio de Janeiro no Brasil entre os meses de maio e novembro de 2012 A popula Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 p3 Carvalho MCMP Queiroz ABA Moura MAV Marques SC Vieira BDG Ferreira DC Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación Recebido em 28092016 Aprovado em 19122017 ção foi constituída por 128 mulheres selecionadas entre a faixa etária de 15 a 24 anos Foram incluídas jovens entre a faixa etária definida pela Organização Mundial de Saúde como juventude de 15 a 24 anos e que estivessem matriculadas e frequentando o cenário do estudo4 Optouse por dividir as participantes em dois grupos mediados também pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que define população jovem como as pessoas da faixa etária de 15 a 24 anos16 O primeiro grupo foi composto por 64 adolescen tes pertencentes à segunda fase da adolescência que é compreendida pelo segmento de 15 a 19 anos de idade e o segundo grupo foi composto por 64 jovens e na faixa etária de 20 a 24 anos16 Esta divisão se justifica na premissa comportamentos e atitudes dos sujeitos emergem das diferentes fases de vida dos indivíduos17 Para a coleta de dados foi utilizado um questioná rio estruturado contendo dados relativos às característi cas pessoais e socioeconômicas expressas nas variáveis idade raçacor escolaridade situação conjugal e renda familiar Quanto às características referentes a compor tamentos e atitudes de risco para o HPV as variáveis de interesse do estudo foram presença de parceria sexual atual sexarca número de parceiros sexuais nos últimos 12 meses uso do preservativo feminino eou masculino frequência do uso do preservativo uso de contraceptivo oral multiparidade e tabagismo As participantes foram convidadas a integrar o estudo sendo as entrevistas agendadas e direcionadas para sala privativa na própria escola As informações coletadas foram armazenadas em banco de dados in formatizado no software Excel do Microsoft Office 2003 Posteriormente foram tabulados e submetidos à esta tística descritiva A análise considerou as frequências absolutas e percentuais confrontadas com a literatura científica sobre a temática investigada Foram observadas as normas da Resolução nº 19696 do Conselho Nacional de Saúde vigente à época da elaboração do projeto de pesquisa O projeto do foi submetido ao Comitê de Ética de Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna NeryHospital Escola São Francisco de Assis da Universidade Federal do Rio de Janeiro sendo aprovado mediante protocolo no 0302011 Como recomendado os dados foram coletados após assinatu ra do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelas participantes do estudo e pelos pais eou responsáveis das menores de 18 anos Resultados Participaram do estudo 128 voluntárias sendo 64 adolescentes e 64 jovens A faixa etária entre 1719 anos foi a que teve maior destaque entre as adolescentes correspondendo a 531 enquanto a faixa etária com preendida entre 2022 anos 594 prevaleceu no gru po de jovens Quanto ao grau de escolaridade a maior TABELA 1 Características socioeconômicas das adolescentes e jovens participantes do estudo Rio de Janeiro Brasil 2016 N64 por grupo frequência em ambos os grupos se deu no primeiro ano do Ensino Médio com 406 de adolescentes e 437 de jovens Em se tratando da situação conjugal 938 das adolescentes referiram ser solteiras enquanto 469 das jovens declararam ser casadas ou em união estável conforme descrito na Tabela 1 Metade das adolescentes apresenta como renda familiar de três a quatro salários mínimos fato que foi diferente entre as jovens com renda predominante de até dois salários mínimos Quanto às características socioeconômicas a raçacor autodeclarada branca foi predominante entre as adolescentes sendo a parda mais frequente entre as jovens com 469 conforme ilustra a Tabela 1 No momento da coleta de dados 625 das ado lescentes e 844 das jovens tinham parceiros sexuais com relação ao número de parceiros sexuais nos últimos 12 meses 375 das adolescentes declararam de 01 seguido de 313 entre 4 a 5 parceiros No segmento das jovens 375 mencionaram ter tido entre 4 a 5 parceiros seguindose de 251 com 2 a 3 parceiros sexuais como mostra a Tabela 2 Quanto ao uso de preservativo 625 das adoles centes e 563 das jovens declaram ter usado apenas o masculino porém com relação à frequência do uso nas adolescentes houve predominância da resposta Variáveis Adolescentes Jovens f f Idade 1516 30 469 1719 34 531 2022 38 594 2324 26 406 Raça cor Preta 6 94 12 188 Parda 24 375 30 469 Branca 34 531 18 281 Indígena 4 62 Escolaridade 1o ano ensino médio 26 406 28 437 2o ano ensino médio 22 343 24 375 3o ano ensino médio 16 251 12 188 Situação conjugal Solteira 60 938 34 531 Casadaunião estável 4 62 30 469 Renda familiar em salário mínimo 2 26 406 28 437 34 32 500 24 375 5 6 94 12 188 p4 Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 Fatores de risco para HPV Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación somente na primeira relação com 251 e entre as jovens o uso irregular às vezes com 281 Vale des tacar que 375 das adolescentes e 437 das jovens nunca usaram nenhum preservativo em suas relações sexuais como expõe a Tabela 2 Na variável uso de contraceptivo oral 437 das jovens relataram o uso de anticoncepcionais enquanto que 719 das adolescentes afirmaram que não fizeram uso desse método Em se tratando da paridade 32 das adolescentes e 94 das jovens pariram três vezes ou mais sendo que a maioria em ambos os grupos é nulípara 89 adolescentes e 625 jovens Em relação ao tabagismo 89 das adolescentes e 766 jovens não relataram esse hábito de vida Quanto às características referentes aos compor tamentos e atitudes de risco frente ao HPV o predomí nio da faixa etária da sexarca ficou entre 14 e 17 anos em ambos os grupos 437 nas adolescentes e 375 nas jovens sendo a idade mínima registrada de 9 anos e a máxima de 24 anos Vale destacar que o perfil da amostra indica a predominância da faixa etária de 20 a 22 anos cor parda escolaridade pertencente ao pri meiro ano do Ensino Médio solteira e renda familiar de 3 a 4 salários mínimos conforme mostra a Tabela 2 Discussão O predomínio da idade entre os dois grupos de estudo foi de 17 a 22 anos sendo esta faixa etária a mais propensa a ser infectada pelo HPV Entre os fatores de risco um dos principais é exatamente a idade existindo uma maior prevalência entre adolescentes e jovens até 24 anos7 Ressaltase que o pico de prevalência nesse segmento pode ser entendido pela maior alternância de parceiros e início precoce das atividades sexuais Nesse contexto a infecção pelo HPV pode acometer adolescentes e jovens no início da atividade sexual sendo este um fenômeno que pode ser transitório e que na maioria das vezes regride espontaneamente18 Com relação à raçacor e à predisposição para a in fecção por HPV existe escassa literatura Uma pesquisa indicou que as raças negra e parda estão mais susceptí veis à prevalência de infecção pelo HPV carcinogênico19 O presente estudo indica que a raça branca predominou entre as adolescentes sendo que entre as mulheres jovens a cor parda foi a que teve maior destaque em bora não tenha apresentado diferença estatisticamente significativa quando comparados os grupos A inserção do indivíduo no ambiente escolar é fator determinante para construção do conhecimento frente a determinados problemas de saúde A relação da escolaridade com a vulnerabilidade ao HPV é conside rada como um fator predisponente à infecção por esse vírus visto que quanto menor a escolaridade maior a prevalência à infecção20 A subinformação ou até mesmo a não informação ainda são consideradas como umas das principais barreiras a serem enfrentadas no controle das doenças sexualmente transmissíveis além do que a falta de instrução influencia na percepção de risco 2122 Outro aspecto que merece destaque quanto aos fatores de risco e HPV é a renda familiar pois percebe se que em ambos os grupos predominaram as par ticipantes com uma renda considerada baixa ou seja entre dois a quatro salários mínimos Os resultados do presente estudo mostram que metade das adolescentes apresenta uma renda um pouco maior corresponden do a três ou quatro salários mínimos o que pode ser explicado por habitarem com seus pais eou familiares que trabalham fora e os sustentam Quanto às jovens observase que entre elas houve prevalência de uma renda ainda menor equivalente até dois salários mí nimos pois muitas residem com seus companheiros e filhos sendo que somente o parceiro é o provedor da casa Estes dados vêm ao encontro das pesquisas TABELA 2 Características referentes a comportamentos e atitudes de risco de adolescentes e jovens frente ao papilomavírus Humano Rio de Janeiro Brasil 2016 n 64 por grupo Variáveis Adolescentes Jovens f f Parceiro Sexual Com parceiro 40 625 54 844 Sem parceiro 24 375 10 156 Sexarca anos 913 12 187 10 156 1417 28 437 24 375 1821 16 251 20 313 2225 8 125 10 156 Nº de parceiro nos últimos 12 meses 01 24 375 10 156 23 12 187 16 251 45 20 313 24 375 5 8 125 14 218 Uso de preservativo Masculino 40 625 36 563 Feminino Nunca usou 24 375 28 437 Frequência do uso do preservativo Somente na primeira relação 16 251 12 187 Sempre 10 156 6 94 Às vezes 14 218 18 281 Nunca 24 375 28 437 Uso de Contraceptivo oral Sim 18 281 28 437 Não 46 719 36 563 Multiparidade parto Nenhum 57 890 40 625 1 a 2 5 78 18 281 3 2 32 6 94 Tabagismo Sim 7 110 15 234 Não 57 890 49 766 Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 p5 Carvalho MCMP Queiroz ABA Moura MAV Marques SC Vieira BDG Ferreira DC Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación Recebido em 28092016 Aprovado em 19122017 somente 251 das adolescentes e 187 dos jovens usam o preservativo masculino na primeira relação Percebese então que o uso da camisinha pode estar atrelado à intimidade e confiança entre os parceiros26 Acrescentase ainda que o uso refratário do pre servativo também emergiu nos dados com 218 das adolescentes e 281 das jovens Esse uso descontínuo pode ter algumas justificativas como não gostar de usar preservativo por acreditarem na perda do prazer sexual por pensarem não estar em situação de vulne rabilidade esquecimento empecilho de aquisição além da dificuldade em controlar o ímpeto sexual típico dos adolescentes e jovens10 Quanto ao tipo de preservativo utilizado pelas participantes apenas o masculino foi citado o que reforça o entendimento do quanto ainda é pouco divulgado e utilizado o feminino fato que também corrobora a submissão da mulher que precisa negociar o uso do preservativo masculino26 A faixa etária predo minante da sexarca foi de 14 a 17 anos corroborando outro estudo em que de um total de 8649 mulheres 74 referiram a sexarca entre 14 e 19 anos15 A idade da iniciação sexual é um fator importante quando se estuda a vulnerabilidade do HPV pois o início cada vez mais precoce da atividade sexual é um dos fatores para a aquisição do HPV Isso se deve pelo fato das células imaturas do colo do útero das adolescentes jovens serem mais receptivas a esse vírus no início da vida sexual27 Adicionase a essa situação de risco o aumento do tempo de exposição ao vírus a que essa parcela da população está sujeita28 Em se tratando do contraceptivo oral a maioria das participantes não utiliza esse método anticoncep cional No entanto comparando os dois segmentos estudados as jovens são as que mais se destacaram quanto ao uso da pílula com 437 contra apenas 281 das adolescentes Diante do uso do anticoncepcional e em se tra tando da condição de união estável que grande parte das jovens 468 já vivencia prevalece a preocupação diante de uma gravidez indesejada e não mais com a possibilidade de contrair uma infecção sexualmente transmissível Vale ressaltar aqui que o uso prolongado do contraceptivo oral aumenta o risco de desenvolver carcinoma cervical em mulheres com HPV por conterem hormônios como dexametazona progesterona e estró genos que intensificam a expressão genética do HPV29 No que concerne ao número de partos uma pequena parcela das jovens 94 chama atenção por já ter parido três ou mais vezes A multiparidade é considerada um fator de risco de infecção pelo HPV podendo decorrer de trauma vaginal durante o parto e efeitos de alterações hormonais no colo do útero3 Estudos destacam a maior prevalência do HPV em mu lheres com três a quatro partos e que essa multiparidade pode duplicar ou até mesmo triplicar o risco de lesões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que comprovam que cerca de 13 das famílias que pos suem adolescentes e jovens recebem rendimento de um quarto do salário mínimo e 362 com metade do salário mínimo16 Vale salientar que uma população de baixa renda com desigualdades sociais e de gênero traz empecilhos quanto à tomada de atitudes favoráveis ao cuidado da saúde23 No que se refere à situação conjugal e parcerias sexuais apesar de 937 das adolescentes serem solteiras 625 no período da coleta de dados apre sentavam parceiros sexuais como namorados ou parceiros casuais Em contrapartida 468 das jovens são casadas ou convivem em união consensual e num total de 844 apresentam parceria sexual Frente a esses dados percebese que entre as jovens devido ao fator idade a união estável foi mais destacada do que entre as adolescentes A estabilidade num relacionamento é hoje considerada como um fator de risco à infecção pelo HPV O fato de ter parceiro fixo estabelece desproteção sexual já que o uso de preservativo é desprezado após o relacionamento se tornar estável8 Isto geralmente acontece quando o relacionamento deixa de ser eventual passando a ser considerado como fixo o que implica diminuição ou mesmo abolição do uso do preservativo Tal fato pode ocorrer por confiança ou mesmo por submissão ao parceiro quando se trata de negociar a continuidade do uso de preservativo na relação Entende se por uma parceria fixa quando se trata de um único parceiro por um período maior de tempo24 No entanto os parceiros ocasionais declarados pelas adolescentes e jovens também são considerados fatores de risco ao HPV tanto pela multiplicidade de parcerias como pelo não uso do preservativo A multiplicidade de parceiros foi outro fator de risco encontrado neste estudo No segmento das ado lescentes 50 apresentaram de dois a cinco parceiros sexuais enquanto entre as jovens esse número au menta significativamente para 626 Desse modo os dois grupos estudados estão submetidos à situação de vulnerabilidade devido a frequente troca de parceiros o que permite uma maior chance em adquirir o HPV principalmente quando não é utilizado o preservativo em todas as relações O número aumentado de par ceiros sexuais possibilita diferentes práticas sexuais elevando a possibilidade de adquirir a infecção e o grau de vulnerabilidade25 Nessa mesma direção é importante a parcela de participantes que não utiliza preservativo propiciando maior exposição ao HPV A maioria das mulheres relatou nunca ter usado o preservativo O uso da camisinha entre as mulheres é um assunto que pode ser atribuído à relação afetivasexual contribuindo para a decisão de usar ou não o preservativo8 Isto é reforçado quando p6 Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 Fatores de risco para HPV Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación precursoras do câncer do colo do útero e do próprio câncer cervical nas mulheres infectadas com os tipos oncogênicos de HPV2530 Em se tratando do tabagismo verificase a maioria das participantes não apresenta esse hábito fato que é bastante benéfico pois essa prática é considerada como um importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer cervical nas mulheres que são portadoras do HPV oncogênico Isso se deve à presença de metabólitos carcinogênicos do tabaco nas secreções cervicais o que pode levar à persistência do vírus2631 Conclusão O objetivo do estudo foi plenamente atingido pois se conseguiu obter as características socioeconômicas e os comportamentos das adolescentes e jovens que contribuem para a vulnerabilidade desses grupos ao HPV Foi possível identificar que as participantes do estudo apresentam características comportamentais de susceptibilidade ao HPV como a pouca adesão ao uso do preservativo masculino e o início precoce da atividade sexual Porém quando comparados os dois grupos de estudo adolescentes e jovens concluise que existem diferenças com relação a fatores de risco como a multiplicidade de parceiros uso do anticoncepcional oral e a multiparidade em que foram mais prevalentes entre as jovens Diante dos comportamentos de adolescentes e jovens relatados neste estudo depreendese que há fragilidade de ações educativas no que concerne à valorização do contexto social e cultural do indivíduo frente às condutas de proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis como o HPV São necessá rios o aprofundamento e mais investigações acerca de mulheres jovens e a possibilidade de serem infectadas com HPV e o desenvolvimento de câncer cervical Devese destacar a participação do enfermeiro como profissional de saúde na busca de novas estra tégias de ações preventivas e educativas visando à efetividade na mudança de comportamento e atitude desses segmentos populacionais reconhecendo não apenas dados estatísticos mas questões biopsicosso ciais O estudo trouxe contribuição para inovações e a necessidade de implementar estratégias de práticas de prevenção valorizando saberes e possibilitando o atendimento das necessidades das adolescentes e mulheres jovens frente à proteção das infecções sexualmente transmissíveis Considerouse como limitação do estudo ape nas a participação de adolescentes e jovens do sexo feminino não permitindo a comparação entre o sexo masculino e feminino de questões socioeconômicas e atitudes comportamentais versus à infecção pelo HPV Contudo abre espaços para novos estudos serem realizados com o sexo masculino investindo na busca de outras variáveis de risco além de investigar as causas e consequências destes comportamentos que conduzem à situação de vulnerabilidade Referências 1 Aguiar SR Villanova FE Martins LC dos Santos MS Maciel Jde P Falcão LF Fuzii HT Quaresma JA Human papillomavirus preva lence and factors associated in women prisoners population from the Eastern Brazilian Amazon J Med Virol 2014 869152833 2 Santos JC Cezar MRS Lisboa MR Moura MMF Ocorrência de papilomavírus humano na cérvice uterina de mulheres da região ocidental da Amazônia Brasileira Acta Amazônica 2013 43218590 3 Wright TC Stoler MH Behrens CM Sharma A Zhang G Wright TLPrimary cervical cancer screening with human papillomavirus End of study results from the ATHENA study using HPV as the first line screening test Gynecologic Oncology 2015 136 2 18997 4 World Health Organization WHO guidance note Com prehensive cervical cancer prevention and control A healthier future for girls and women Internet 2013 cited in 2017 Apr 10 Available form httpappswhointirisbitstre am106657812839789241505147eng 5 Sun LL Chen W Fan YY Wang ML Wang LN The presence of advanced lesions and associating risk factors for advanced cervical carcinoma in patients with atypical squamous cells of undeter mined significanceEur J Gynaecol Oncol 2015 3655859 6 Paradkar PH Joshi JV Mertia PN Agashe SV Vaidya RA Role of cytokines in genesis progression and prognosis of cervical cancer Asian Pac J Cancer Prev 2014 159385164 7 Eleutério RMN Oliveira MAP Jacyntho CMA Rodrigues JF Cavalcante DIM Junior JE Prevalence of HPV in Adolescents Virgins and Sexually Active at a University Hospital in the City of Rio de Janeiro Brazil Infec Dis 2013 201315 8 Sehnem GD Schmalfuss JM Bonadiman POB Pereira FW Lipinski JM Bogorni L Gênero e sexualidade influências na pre venção das DSTAIDS e as contribuições para a enfermagem Rev enferm UFSM 2014 4467888 9 Santos TMB Albuquerque LBB Bandeira CF Colares VSA Fatores que contribuem para o início da atividade sexual em adolescentes revisão integrativa RevAtenção Saúde 2015 13446470 10 Santos ACL Gubert FA Vieira NFC Pinheiro PNC Barbosa SM Modelo de crenças em saúde e vulnerabilidade ao HIV percepções de adolescentes em FortalezaCE Rev eletrônica enferm Inter net 2010 citado em 4 de mar 2015 12470510 Disponível em httpdxdoiorg105216reeV12i46492 11 Bodelon C Untereiner ME Machiela MJ Vinokurova S Went zensen N Genomic characterization of viral integration sites in HPVrelated cancers International Journal of Cancer 2016 1399200111 12 Crosbie EJ Einstein MH Franceschi S CKitchener Human papillomavirus and cervical cancer The Lancet 2013 3829895 88999 13 De Brot L Pellegrini B Moretti ST Carraro DM Soares FA Rocha RM et al Infections with multiple highrisk HPV types are asso ciated with highgrade and persistent lowgrade intraepithelial lesions of the cervix Cancer 2017 125213843 14 Vargens OMC Silva CM Tendo que se adaptar a uma realidade incontestável e inesperada ser portadora do HPV Rev enferm UERJ 2014 2256438 15 Gittoni R Accardi R Chiocca S Tommasino M Role of human papillomaviruses in carcinogenesis Ecancer 2015 9526 16 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Censo demográfi co 2010 características da população e dos domicílios resultados do universo Internet Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Geo grafia e Estatística 2011 citado em 26 mar 2017 Disponível em httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocenso2010 caracteristicasdapopulacaotabelaspdftab1pdf Rev enferm UERJ Rio de Janeiro 2017 25e25823 p7 Carvalho MCMP Queiroz ABA Moura MAV Marques SC Vieira BDG Ferreira DC Artigo de Pesquisa Original Research Artículo de Investigación Recebido em 28092016 Aprovado em 19122017 17 Santos MFS Félix LB Morais ERC Representações Sociais de Juventude em uma Comunidade Quilombola do Agreste Pernam bucano PSICO 2012 43452432 18 Jiang Y Brassard P Severini A Mao Y Li A Laroche J et al The prevalence of human papillomavirus and its impact on cer vical dysplasia in northern Canada Infect Agent Cancer 2013 825111 19 Asiaf A Ahmad ST Mohammad SO Zargar MA Review of the current knowledge on the epidemiology pathogenesis and prevention of human papillomavirus infection Eur J Cancer Prev 2014 23320624 20 SepúlvelaCarrillo GJ Goldenberg P Conhecimentos e prá ticas de jovens sobre a infecção pelo papiloma vírus humano uma questão reatualizada Rev Colomb Obstet Ginecol 2014 65152 61 21 Gilkey MB McRee AL Provider communication about HPV vaccination a systematic review Hum Vaccin Immunother 2016 126145468 22 Oliveira AC RS Pessoa AMC Carvalho Brito RMLFatores de risco e proteção à saúde de mulheres para prevenção do câncer uterino Rev Rene 2014 152 2408 23 Gaspar J Gir E Reis RK Sociodemographic and clinical factors and their association with the types of lesion caused by the Human Papilloma Virus J Antivir Antiretrovir 2013 51138 24 Silva CM Vargens OMC Aids como doença do outro uma análise da vulnerabilidade feminina Rev pesqui cuid fundam online 2015 74312534 25 Rodrigues AF Souza JA Papilomavírus humano prevenção e diagnóstico Rev Epidemiol Control Infec 2015 54197202 26 Albuquerque GA Belém JM Quirino GS Garcia CL Autonomia sexual feminina o preservativo feminino nas práticas eróticas Rev Saúde Com 2015 11212336 27 Panatto D Amicizia D Trucchi C Casabona F Lai PL Bonanni P et al Sexual behaviour and risk factors for the acquisition of human papillomavirus infections in young people in Italy suggestions for future vaccination policies BMC Public Health 2012 1262319 28 Coser J da Rocha Boeira T Simon D Kazantzi Fonseca AS Ikuta N Lunge VR Prevalence and genotypic diversity of cervical human papillomavirus infection among women from an urban center in Brazil Genet Mol Res 2013 124427685 29 Chang SW Lu PY Guo JH Tsai TC Tsao YP Chen SL et al NRIP enhances HPV gene expression via interaction with either GR or E2 Virology 2012 42313848 30 Aziza H Iqbalb H Mahmooda H Fatimaa S Faheema M Sattarb AA et al Human papillomavirus infection in females with normal cervical cytology Genotyping and phylogenetic analysis among women in Punjab Pakistan Int J Infect Dis 2018 66839 31 Silva ST Martins MC Faria FR Cotta RMM Combating smoking in Brazil the strategic importance of government actions Ciênc saúde coletiva Online 2014 19253952