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5299 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 adolescente Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Patrick Leonardo Nogueira da Silva Ana Patrícia Fonseca Coelho Galvão Ricardo Soares de Oliveira Fabiana Gomes Santos Martins Simone Guimarães Teixeira Souto Igor Monteiro Lima Martins Enfermeiro Mestrando pelo Programa de PósGraduação em Cuidado Primário em Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros PPGCPSUNIMONTES Montes Cla ros MG Brasil ORCID 0000000323999526 Enfermeira Mestre em Saúde e Ambiente Professora do Departamento de Enferma gem da Universidade Ceuma UNICEU MA São Luís MA Brasil ORCID 0000000333765678 Enfermeiro Mestre em Cuidado Primário em Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES Montes Cla ros MG Brasil ORCID 0000000246606038 Enfermeira pelas Faculdades Integradas Pi tágoras de Montes Claros FIPMOC Mon tes Claros MG Brasil ORCID 0000000206456151 Enfermeira Mestre em Enfermagem Pro fessora do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Cla ros UNIMONTES Montes Claros MG Brasil ORCID 000000030562005X Enfermeiro Mestre em Ciências da Saúde Professor do Departamento de Enferma gem das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros FIPMOC Montes Cla ros MG Brasil ORCID 0000000261263387 RESUMO Objetivo identificar os sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Método tratase de um estudo fenomenológico com abordagem qualitativa realizado com 10 participantes sendo pré adolescentes e adolescentes cujas quais foram vacinadas na sala de vacina de uma Unidade Básica de Saúde de um município de Minas Gerais Os depoimentos foram gravados e transcritos na íntegra para posterior análise O tratamento dos dados se deu por meio de Análise de Conteúdo Resultados a maioria das entrevistadas atribuiu à significação da vacinação relacionada ao fato de prevenir o câncer de colo uterino O desconhecimento sobre a finalidade da vacina HPV fica em evidência em alguns depoimentos O medo da vacina também ficou em evidência tendo como justificativa o fato de ser injeção da dor da agulha e por medo da reação Como medidas de prevenção foram citadas o uso de preservativo e a ida periódica ao ginecologista Seis das participantes não souberam informar nenhuma medida de prevenção contra o papilomavirus humano Conclusão as participantes do estudo entendem a importância da vacinação contra o papilomavirus humano embora seis participantes bem como suas famílias informaram ter receio pela dor da vacinação ou possíveis eventos adversos pósvacinais Palavraschaves Percepção Adolescente Vacinação Vacinas contra papilomavirus Enfermagem em saúde pública ABSTRACT Objective to identify the feelings of preadolescents and adolescents regarding vaccination against human papillomavirus Method this is a phenomenological study with a qualitative approach carried out with 10 participants being preadolescents and adolescents whose vaccinations were performed in the vaccination room of a Basic Health Unit in a municipality in Minas Gerais The testimonies were recorded and transcribed in full for later analysis The treatment of the data took place through Content Analysis Results most interviewees attributed the meaning of vaccination to the fact that it prevents cervical cancer The lack of knowledge about the purpose of the HPV vaccine is evident in some statements The fear of the vaccine was also in evidence justified by the fact that it was an injection pain needle and for fear of the reaction As preventive measures the use of condoms and periodic visits to the gynecologist were mentioned Six of the participants were unable to report any preventive measures against human papillomavirus Conclusion the participants understand the importance of vaccination against human papillomavirus although six participants as well as their families reported being afraid of the pain of vaccination or possible postvaccination adverse events Keywords Perception Adolescent Vaccination Papillomavirus vaccines Public health nursing RESUMEN Objetivo identificar los sentimientos de preadolescentes y adolescentes con respecto a la vacunación contra el virus del papiloma humano Método se trata de un estudio fenomenológico con abordaje cualitativo realizado con 10 participantes siendo preadolescentes y adolescentes cuyas vacunaciones se realizaron en la sala de vacunación de una Unidad Básica de Salud de un municipio de Minas Gerais Los testimonios fueron registrados y transcritos íntegramente para su posterior análisis El tratamiento de los datos se realizó mediante Análisis de Contenido Resultados la mayoría de las entrevistadas atribuyó la importancia de la vacunación relacionada con el hecho de prevenir el cáncer de cuello uterino La falta de conocimiento sobre el propósito de la vacuna contra el VPH es evidente en algunas declaraciones El miedo a la vacuna también se evidenció justificado por el hecho de que fue una inyección dolor aguja y por miedo a la reacción Como medidas preventivas se mencionaron el uso de condones y visitas periódicas al ginecólogo Seis de los participantes no pudieron informar ninguna medida preventiva contra el virus del papiloma humano Conclusión los participantes del estudio comprenden la importancia de la vacunación contra el virus del papiloma humano aunque seis participantes así como sus familiares informaron tener miedo al dolor de la vacunación o posibles eventos adversos posvacunación Palabras claves Percepción Adolescente Vacunación Vacunas contra papillomavirus Enfermería en salud pública Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Recebido em 08102020 Aprovado em 17122020 DOI httpsdoiorg1036489nursing2021v24i273p52995310 5300 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano INTRODUÇÃO O câncer de colo do útero CCU é o segundo tipo mais incidente de câncer entre as mulheres no mundo perdendo apenas para o câncer de mama A distri buição dos casos é mais concentrada em países em desenvolvimento ou abaixo da linha do equador que concomitantemen te apresentam os piores índices de desen volvimento humano12 Estimase cerca de 530 mil novos casos por ano com 275 mil óbitos no mundo pelo CCU O Brasil segue nessa mesma direção acrescentan do a informação que em 2012 o número de vítimas fatais ultrapassou 4800 com uma estimativa de novos casos acima de 17 mil por ano sendo que a região de maior incidência é o centrooeste e a de menor o sul1 O Human Papillomavirus HPV é na realidade uma família de mais de 150 ge nótipos sendo todos denominados pela ordem crescente à medida que foram sen do descobertos e algumas linhagens estão intimamente associadas ao CCU a saber o 16 e o 18 de modo a representar mais de 80 dos casos de CCU Os outros ti pos embora estejam presentes estão re lacionados com as verrugas anogenitais e lesões intraepiteliais de baixo grau1 A vacina HPV quadrivalente foi inclu ída na rotina do Sistema Único de Saúde SUS no Programa Nacional de Imuni zação PNI em março de 2014 tendo como populaçãoalvo as meninas de 11 a 13 anos de idade O esquema vacinal adotado inicialmente foi de três doses com intervalo de seis meses da primeira para a segunda e quatro anos da segunda para a terceira No ano de 2015 a oferta da vacina foi ampliada para as meninas na faixa etária de nove a 11 anos de ida de2 A partir de janeiro de 2016 ocorreu a diminuição de três para duas doses do antiHPV para meninas de 9 a 13 anos2 Em 2017 o Ministério da Saúde MS dis ponibilizou a vacina HPV na faixa etária de nove a 14 anos de idade 14 anos 11 meses e 29 dias para as meninas bem como para os meninos com faixa etária de 11 a 14 anos 14 anos 11 meses e 29 dias contemplado pelo PNI permane cendo as duas doses com esquema de zero e seis meses3 Pesquisadores realizaram um estu do quantitativo sobre o conhecimento e as atitudes de mulheres francesas e das suas filhas de 14 a 18 anos a respeito da prevenção do CCU e eles observaram que pouco tem sido estudado sobre este assunto Na ocasião das 1478 mulheres entrevistadas apenas 16 relacionaram o HPV com CCU embora mais de 70 soubessem da vacina contra o HPV4 Em contrapartida um estudo qualitativo com oito adolescentes na Escócia revelou que ainda há um pouco de dúvida a respeito da segurança da vacina contra o HPV o que gera insegurança entre pais e os ado lescentes5 É revelado em outro estudo um acha do interessante entre jovens que não ado taram a vacina contra o HPV mesmo esta estando disponível elas relataram que a monogamia a abstinência e o conheci mento da história sexual dos seus parcei ros era suficiente para se evitar o HPV demonstrando baixo nível de conheci mento em relação a comportamentos de risco e medo em relação à vacina6 Em decorrência da elevada incidên cia do CCU que possui como um dos principais fatores de risco a infecção pelo HPV fator esse passível de prevenção através da vacina entre outras medidas disponibilizada pelo MS desde 2014 tor nase necessário identificar a percepção de préadolescentes e adolescentes a res peito dessa abordagem sobre a vacina e sua importância De fato todas elas ob servam pelo mesmo ponto de vista ou seja a prevenção do CCU é o principal móvel dessa ação humana ou há diferen tes pontos de vista a serem explorados Diante de todos esses questionamen tos e da observação empírica dos pesqui sadores in loco por atuar também em sala de vacina há quase uma década e perceber mais a preocupação das mães do que das próprias jovens o problema posto para a investigação tem a seguinte questão norteadora quais os sentimentos das préadolescentes e das adolescentes quanto à vacinação contra o HPV Sendo assim este estudo objetivou identificar os sentimentos de préadoles centes e adolescentes quanto à vacinação contra o HPV MÉTODO Artigo da monografia intitulada Va cinação contra o Papilomavirus Humano HPV na percepção dos adolescentes apresentado ao Departamento de Enfer magem das Faculdades Integradas Pitá goras de Montes ClarosFIPMoc Montes Claros MG Brasil 2016 Tratase de um estudo descritivo ex ploratório com abordagem qualitativa A corrente de pensamento teóricofilosófi co que delineou este estudo qualitativo é a fenomenologia que busca trazer a luz desvelar um determinado fenômeno a partir do sujeito que o vivencia ou já o vi venciou7 Para isso o estudo foi realiza do na sala de vacinas do Núcleo de Aten ção à Saúde e Práticas Profissionalizantes NASPP clínicaescola das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros FIPMOC na qual foram abordadas aleatoriamente as jovens de nove a 14 anos que já receberam pelo menos uma dose do esquema vacinal contra o HPV depois que suas mães eou responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Li vre e Esclarecido TCLE e elas o Termo de Assentimento A amostra do estudo foi composta por 10 meninas de nove a 14 anos as quais foram identificadas por meio de um código contendo uma letra do alfabeto latino e números arábicos E1E10 a fim de preservar o anonimato das participantes Foi enviada uma carta de apresen tação juntamente com uma cópia do projeto de pesquisa e um Termo de Con sentimento Institucional TCI à direção clínica do NASPP para autorização do estudo A instituição foi devidamente orientada quanto às diretrizes da pesqui 5301 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 adolescente Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano sa e autorizou a realização do estudo por meio da assinatura do TCI de modo a es tar ciente A coleta de dados foi realizada no primeiro semestre de 2016 durante os meses de maio e junho pelo pesquisador responsável Foram adotados os seguintes critérios de inclusão para participação na pesquisa 1 ter entre nove e 14 anos 2 ter uma dose da vacina contra HPV registrada no cartão vacinal 3 estar na presença do responsável Foi utilizada uma entrevista semies truturada como instrumento de coleta de dados Ainda utilizouse um formulário com questões norteadoras de elabora ção própria validada por meio de um préteste para adequação e viabilidade do instrumento de pesquisa A entrevista foi gravada empregandose o uso de um gravador de áudio MP3 e posteriormen te transcrita na íntegra Aliado a isso o emprego do diário de campo com o intuito de registrar lacunas da comunica ção expressões faciais e posicionamento do corpo que não são passíveis de serem captadas pelo áudio Foi realizado um es tudo piloto com três jovens na faixa etária supracitada estudantes de uma escola de Ensino Médio selecionadas aleatoria mente com o intuito de testar o entendi mento da pergunta norteadora e a estra tégia de abordagem dos pesquisadores A partir do Software do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização SIPNI disponibilizado pelo MS no propósito de informatizar as salas de vacina de todo o país tevese acesso ao cadastro das préadolescentes e das adolescentes que já foram imunizadas no serviço e por contato telefônico foram agendadas as entrevistas no horário mais conveniente para as participantes bem com o horário de suas mães dentro do horário comercial O local da pesquisa foi a sala de vacina de uma clínica escola de uma cidade do norte de Minas Gerais A quantidade de entrevistas seguiu a lógica do ponto de saturação a partir do momento que o autor percebeu a re corrência das idéias ou seja quando o conteúdo das falas se tornou repetitivo Embora nesse sentido literaturas reco mendem no máximo 15 entrevistas8 Após leituras reiteradas e criteriosas dos depoimentos foi feita a descrição do sentido global da experiência vivida primeiro passo da técnica de interpre tação fenomenológica para posterior mente identificação e agrupamento dos aspectos significativos dos depoimentos para composição das categorias concre tas significados emergidos das experi ências vividas gerando a segunda etapa que é a redução79 Para enfim produzir a almejada compreensão do significado da vacina contra o HPV no ponto de vis ta das entrevistadas que vivenciaram tal experiência Nesse sentido a Análise do Conte údo foi pertinente uma vez que se tra balhou inicialmente com as unidades significantes contidas nas falas transcritas textualmente As unidades para a com posição das categorias foram extraídas dos signos lingüísticos ou seja a palavra enunciada declarada E nesse sentido há uma materialidade a ser trabalhada10 Após a análise das entrevistas foi pos sível perceber o nível de compreensão e de maturidade das préadolescentes e adolescentes acerca da vacina e do HPV Sendo assim emergiram duas categorias Conhecendo o significado da vacina e Conhecendo sobre as medidas de pre venção do HPV Dentro das técnicas possíveis de in terpretação dos dados na perspectiva de análise do discurso a literatura científica apresenta a análise de enunciação que evidencia um discurso dinâmico em que espontaneidade e constrangimento são concomitantes e partese primeiramente da observação do encadeamento lógico das afirmações declarações e ou juízos8 O estudo obedeceu aos preceitos éti cos estabelecidos pela Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conse lho Nacional de Saúde CNS na qual re gulamentam a realização de pesquisa en volvendo seres humanos11 O projeto de pesquisa foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculda des Unidas do Norte de Minas CEP FU NORTE sob o parecer consubstanciado nº 1477195 de 1º de abril de 2016 Cer tificado de Apresentação para Apreciação Ética CAAE nº 53203616700005141 RESULTADOS E DISCUSSÃO Conhecendo o significado da vacina A maioria das entrevistadas atribuiu à significação da vacinação relacionada ao fato de prevenir o CCU Eu sei que é uma vacina contra o vírus né que causa o câncer de colo do útero E1 O CCU era um dos cânceres que mais matava as pessoas Então com essa medida o governo di minuiu muito o índice das pes soas ter câncer no caso o CCU E3 Eu lembro que na época teve uma campanha muito grande né con tra esse CCU várias escolas tava adotando medidas preventivas ta informando a gente como que é e tal E4 A vacina serve para proteger do CCU E5 A vacina serve para prevenir con tra o CCU E6 A vacina serve pra algum tipo de câncer E7 Apenas uma delas mencionou que a vacina previne contra algum tipo de do ença transmissível A vacina serve pra prevenir né contra algum tipo de doença as sim transmissível E8 O significado de ter sido vacinada pelas entrevistadas se restringe a pre venção de uma doença ou câncer Elas não refletem mais profundamente sobre a importância de uma vacinação contra uma infecção sexualmente transmissível IST e de suas possíveis representações sociais1213 5302 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Este é um achado diferente ao descri to acima logo em contrapartida estudos realizados com alunas de nove a 13 anos de idade exploratóriodescritivo pros pectivo baseado em uma abordagem quantitativa mostram que a resposta que mais prevaleceu entre as meninas após aplicação do questionário préteste e pósteste foi que a vacina do HPV imu niza contra outras doenças transmissíveis embora na palestra educativa ministra da fora relatado para as meninas que a mesma só imuniza contra o vírus HPV14 Participantes de outro estudo cientí fico cujo objetivo foi conhecer as repre sentações sociais das adolescentes que vivenciaram a primeira Campanha de Vacinação sobre o HPV demonstraram certa passividade em relação à busca de conhecimento sobre o HPV tendo em vista que não se interessaram em apro fundar informações já que receberam uma vacina que supostamente as estaria protegendo de uma doença A concep ção de que o HPV surgiu pelas trocas durante a campanha de vacinação o qual teve como principais fontes de in formações a escola e a televisão devese ao fato de associarem o agente etioló gico a uma doença que ataca o útero e que pode causar infecção de modo a ne cessitar de prevenção1315 O desconhecimento sobre a finalida de da vacina HPV fica em evidência na fala das seguintes entrevistadas Acenou não com a cabeça quando foi questionada se sabia qual a finalidade da vacina E2 Disse não sobre a finalidade da vacina E9 acho que era pra proteger de al guma coisa E10 Esse desconhecimento sobre a va cina não está restrito apenas a essa fai xa etária pois em estudos encontrados de cunho descritivo transversal com amostra intencional de 538 usuários de unidades básicas de saúde UBS e duas policlínicas do SUS de CampinasSP sen do 286 mulheres 18 a 49 anos e 252 homens 18 a 60 anos cujo objetivo fora analisar o conhecimento de homens e mulheres acerca do HPV e das vacinas e sua intenção de serem vacinados e de vacinarem seus filhos adolescentes re velaram que a maior parte das pessoas entrevistadas nunca tinha ouvido falar do HPV e nem das vacinas hoje disponíveis no Brasil sendo menor a proporção de pessoas com informações corretas acerca do vírus e de suas conseqüências1617 Fragilidades referentes ao conheci mento das adolescentes sobre o HPV bem como barreiras na relação das mes mas com o serviço de saúde também fo ram evidenciadas em outro estudo cien tífico15 Outro quesito mencionado por este autor15 diz respeito ao fato das ado lescentes não utilizarem a Caderneta do Adolescente como fonte de informações uma vez que a mesma é um dos instru mentos construídos para subsidiar ações do Programa Saúde na Escola PSE ao qual a escola está vinculada Nesse sentido considerando o desco nhecimento das adolescentes que inicia ram a imunização contra HPV sobre o as sunto sua transmissão e causas o que as colocam em situação de vulnerabilidade a educação em saúde é imprescindível com a utilização de diferentes estratégias que veiculem informações para essa faixa etária de forma mais aprofundada e vo cabulário próprios uma vez que a ini ciação da atividade sexual tem sido cada vez mais precoce12 O medo da vacina também ficou em evidência tendo como justificativa o fato de ser injeção por causa da dor e da agu lha e por medo da reação eu tomei a vacina ai eu fiquei com um pouco de medo porque minhas colegas tinham tomado antes e elas tinham me falado que doía mais que as outras vacinas ai eu fui tomar e não achei que doeu tanto pediu pra mim ficar lá pra ver se tinha reação e acabou que eu tive reação minha pressão abaixou não doeu muito só por causa de ter reação depois que eu fiquei com medo de ter tomado a segunda dose E2 No início as minhas colegas já tinham tomado antes ai eu fiquei com um pouco de medo Mas ai depois eu falei assim eu acho que eu vou ter que tomar porque eu tenho que me proteger ai quando eu tomei a primeira dose eu não fiquei com medo tomei e não senti dor e eu não tive sintomas depois Na segun da eu também demorei tomar porque minhas colegas falaram Nossa A segunda é bem pior do que a primeira ai a segunda eu não tive nada também mas eu fiquei com mais medo E5 Acenou sim com a cabeça com relação ao fato de ter medo E6 eu sou muito medonha ai eu paro de ter medo E7 Pra mim foi tranqüilo tipo fiquei com medo assim vai doer ai foi normal como se eu tivesse tomado outro tipo de vacina normal E8 Medo só de doer E10 Algumas dificuldades foram obser vadas após um ano de inserção da va cina HPV no PNI dentre elas a grande resistência da população em virtude do medo dos efeitos colaterais por parte das adolescentes e de seus pais assim como devido à divulgação de informações não confiáveis pelas redes sociais18 Dessa forma o acesso às redes sociais e a disseminação de conteúdos por vezes errôneas ou falsas aumenta a resistência à vacina E a divulgação de informação sobre paciente que sofreu reações mais intensas acarreta dúvidas e inseguran ça nos pais que por sua vez transmitem esse medo e insegurança para as filhas19 Além disso alguns pais associam a va cina como estímulo para a sexualidade já que ela protege contra uma IST o que consideram como precocidade20 5303 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 adolescente Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Há também organizações religiosas e nacionais que compreendem que a vaci na estimulará o início precoce da ativida de sexual levando à promiscuidade Até existem fora do país entidades religio sas como as americanas que se posicio nam terminantemente contra o uso da va cina HPV Defendem a abstinência sexual total antes do matrimônio bem como o casamento monogâmico como exclusiva maneira de prevenção das IST21 Portanto por ser a imunização de préadolescentes e adolescentes uma decisão difícil para os pais é importante que os profissionais de saúde e das es colas envolvam a família nesse proces so proporcionando informações atua lizadas e incentivando a vacinação das filhas22 A escola por sua vez é um ambiente propício para desenvolvimento de educação em saúde pois é nela que os adolescentes recebem informações e conhecimentos necessários para a vida tanto social quanto pessoal12 Conhecendo sobre as medidas de pre venção do HPV Já em relação ao conhecimento sobre as medidas de prevenção do HPV ape nas uma das entrevistadas relatou o uso de preservativo como necessário para prevenção da doença Eu sei que é passado né por contato pele com pele e por isso também é uma doença passada com contato sexualmente então previne isso com o uso de camisi nha eu sei que além da vaci na tem que tomar os cuidados em relação a esse contato com outras pessoas E1 A visita ao ginecologista regularmen te foi relatada pelas participantes como medida de prevenção do HPV por apenas uma das entrevistadas Eu acho que assim além da va cina visitar o ginecologista regular mente tomar precauções E3 Seis das entrevistadas não souberam responder quais medidas de prevenção do HPV Acenou não com a cabeça so bre as medidas de prevenção E2 Além da vacina existe uma serie de medidas só que eu não sei quais são elas E4 Além da vacina não sei mas ela não protege entre si tudo E5 Não E6 Eu não sei E7 Não E9 Não sei E10 Segundo estudo cujo objetivo fora analisar os dilemas bioéticos em relação à estratégia de vacinação em massa contra o HPV realizados pela Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal GDF no ano de 2014 na perspectiva dos gestores públicos uma das dificuldades aponta das refere se à delicadeza para abordar o tema relacionado à IST com meninas que ainda estão descobrindo o próprio cor po e vivenciando as alterações próprias da puberdade23 Elas muitas vezes não têm a idéia de que a vacina contra o HPV apenas reforça e é preventiva mas não substitui outros métodos de prevenção como rastreamento do CCU Papanico lau educação em saúde e outros hábitos de proteção contra as IST como o uso de preservativo Todavia mesmo com o uso de preservativo há também a possibilida de de transmissão do HPV por atividades sexuais sem penetração pois basta o con tato com pele infectada12 Por fim devese frisar que a vacina contra o HPV não substitui o exame de prevenção de CCU e não deve ser usa da para tratar as doenças relacionadas ao HPV como as verrugas genitais ou os cânceres de colo do útero vulvar e va ginal É recomendada excepcionalmente para prevenção do HPV tipos 6 11 16 e 18 e consequentemente as doenças relacionadas a eles24 Conforme estudos os préadolescen tes e adolescentes procuram pouco os serviços de saúde o que representa um desafio para um bem sucedido aconse lhamento na atenção primaria sobre como se prevenir do HPV Consideram que criar estratégias de aconselhamento que se adéqüem às populações hetero gêneas em relação a valores e crenças culturais com ênfase na prevenção in cluindo os pais no assunto durante a va cinação auxilia na melhora da comuni cação sobre o objetivo da vacina e sobre como prevenir se do HPV1525 Nesse sentido ressaltase que além de selecionar e transmitir informações cienti ficamente corretas sobre o HPV é preciso fazêlo de acordo com a capacidade dos diferentes estratos sociais que acessam e processam tais informações1625 CONCLUSÃO Embora o medo seja uma reação in trínseca em caso de exposição a um ris co esse é intensificado conforme a abor dagem da mídia às informações que por sua vez refletirá na postura dos pais e filhos sendo a escola em parceria com as UBS intermediadores na educação em saúde do públicoalvo e dos familiares É necessário um acolhimento agradável a estas préadolescentes e adolescentes e seus familiares com informações sobre a vacina e sobre a importância da imuniza ção Muitas vezes as préadolescentes e adolescentes vão à UBS por recomenda ção ou por exigência dos pais eou fami liares ou por ter ouvido falar sobre a va cina sem refletir sobre o seu significado É imprescindível que os pais em parceria com as escolas dialoguem com este pú blicoalvo a respeito não só do HPV mas sobre outras doenças transmitidas sexual mente sendo primordial que os gerentes das UBS realizem um trabalho integrado entre profissionais de saúde professores pais e alunos explorando também outras mídias que lhes forem disponíveis para o acesso e compreensão da informação Portanto fazse necessário propor estratégias entre pais professores e pro 5304 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano fissionais de saúde que possibilitem a transmissão de informações bem como um diálogo constante com as meninas pois a discussão precoce contribui para a conscientização sobre a importância não só de se vacinar mas de se cuidar Isso faz com que eles se sintam seguros do conhecimento adquirido e não se assus tem com as notícias divulgadas por fontes não confiáveis de modo a proporcionar o consentimento à vacinação pelos pais Como a vacina contra o HPV foi incluída no PNI para os meninos sugerese que este estudo também seja feito com eles a fim de verificar a percepção deles em relação à vacina bem como se o nível de compreensão e de maturidade se equiva le em ambos os sexos Referências 1 Ayres ARG Silva GA Teixeira MTB Duque KCD Machado MLSM Gamarra CJ et al Infecção por HPV em mulheres atendidas pela Estratégia Saúde da Família Rev Saúde Pública Internet 2017 cited 2020 Feb 265192111 Available from httpsdoiorg1011606s151887872017051000065 2 Brasil Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Departamen to de Vigilância de Doenças Transmissíveis Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações Informe técnico da vacina papilomavírus humano 6 11 16 e 18 Recombinante Brasília MS 2015 Available from httpsporta larquivos2saudegovbrimagesPDF2015junho26InformeTcnicoVacina HPV2015FINALPDF 3 Brasil Ministério da Saúde Nota informativa sobre mudanças no calendário nacional de vacinação para o ano de 2017 Brasília MS 2017 Available from httpsportalarquivos2saudegovbrimagespdf2016dezembro28NotaIn formativa384CalendarioNacionaldeVacinacao2017pdf 4 Haesebaert J LutringerMagnin D Kalecinski J Barone G Jacquard AC Rég nier V et al French womens knowledge of and attitudes towards cervical cancer prevention and the acceptability of HPV vaccination among those with 1418 year old daughters a quantitativequalitative study BMC Public He alth Internet 2012 cited 2018 Mar 1121034 Available from httpdoi org10118614712458121034 5 Kennedy C Brunton CG Hogg R Just that little bit of doubt Scottish parents teenage girls and health professionals views of the MMR H1N1 and HPV vaccines Int J Behav Med Internet 2014 cited 2018 Mar 1211310 Available from httpsdoiorg101007s1252901393564 6 Abreu MNS Soares AD Ramos DAO Soares FV Nunes Filho G Valadão AF et al Conhecimento e percepção sobre o HPV na população com mais de 18 anos da cidade de Ipatinga MG Brasil Ciênc Saúde Colet Internet 2018 ci ted 2020 Feb 2623384960 Available from httpsdoiorg1015901413 8123201823300102016 7 Silva RV Oliveira WF O método fenomenológico nas pesquisas em saúde no Brasil uma análise de produção científica Trab Educ Saúde Internet 2018 cited 2020 feb 26163142141 Available from httpsdoiorg101590 19817746sol00162 8 Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em saúde 12ª ed São PauloRio de Janeiro HUCITECABRASCO 2010 9 GuerreroCastaneda RF Menezes TMO Prado ML Phenomenology in nur sing research reflection based on Heideggers hermeneutics Esc Anna Nery Internet 2019 cited 2020 Feb 2623417 Available from httpsdoior g10159021779465ean20190059 10 Patias ND Hohendorff JV Critérios de qualidade para artigos de pesquisa qualitativa Psicol Estud Internet 2019 cited 2020 feb 2624e43536114 Available from httpsdoiorg104025psicolestudv24i043536 11 Brasil Ministério da Saúde Conselho Nacional de Saúde Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 Regulamenta a realização de pesquisa envolven do seres humanos e dá outras providências Brasília CNS 2012 Available from httpsbvsmssaudegovbrbvssaudelegiscns2013res046612122012 html 12 Jorge EAS Conhecimento sobre HPV Papilomavírus Humano e a percep ção das adolescentes sobre sua imunização Botucatu 112 fls Dissertação Mestrado em Enfermagem Faculdade de Medicina Universidade Estadu al Paulista Júlio de Mesquita Filho 2016 Available from httpsrepositorio unespbrhandle11449138243 13 Tanaka EZ Kamizaki SS Quintana SM Pacagnella RC Surita FG Knowle dge of pregnant adolescents about Human Papillomavirus Rev Bras Ginecol Obstet Internet 2019 cited 2020 Feb 264152917 Available from ht tpsdoiorg101055s00391688708 14 Nascimento MSM Silva RVN O conhecimento sobre o HPV entre as meni nas de 09 a 13 anos de idade em uma instituição escolar pública de Aracaju Aracaju 24 fls Monografia Graduação em Enfermagem Faculdade de En fermagem Universidade Tiradentes 2015 15 Boettcher CL Representações sociais de adolescentes sobre o papilomaví rus humano Pelotas 142 fls Dissertação Mestrado em Enfermagem Facul dade de Enfermagem Universidade Federal de Pelotas 2015 Available from httpswpufpeledubrpgenfermagemfiles201602DissertaC3A7 C3A3oCassiaBoettcherpdf 16 Osis MJD Duarte GA Sousa MH Conhecimento e atitude de usuários do SUS sobre o HPV e as vacinas disponíveis no Brasil Rev Saúde Pública Internet 2014 cited 2018 Apr 948112333 Available from httpsdoi org101590S003489102014048005026 17 Zanini NV Prado BS Hendges RC Santos CA RodovalhoCallegari FV Ber nuci MP Motivos para recusa da vacina contra o Papilomavírus Humano entre adolescentes de 11 a 14 anos no município de MaringáPR Rev Bras Med Fam Comunidade Internet 2017 cited 2020 Feb 261239113 Available from httpdxdoiorg105712rbmfc12391253 18 Roitman B HPV uma nova vacina na rede pública Bol Cient Pediatr In ternet 2015 cited 2018 Jul 224134 Available from httpswwwsprs combrsprs2013bancoimg150915221127bcpedv4n1a2pdf 19 Smith LM Strumpf EC Kaufman JS Lofters A Schwandt M Lévesque LE The early benefits of human papillomavirus vaccination on cervical dysplasia and anogenital warts Pediatr Internet 2015 cited 2018 May 201355e1131 40 Available from httpsdoiorg101542peds20142961 20 Guedes MCR São Bento PAS Telles AC Queiroz ABA Xavier RB A vacina do papilomavírus humano e o câncer do colo do útero uma reflexão Rev En ferm UFPE on line Internet 2017 cited 2018 Apr 1011122431 Available from httpdoiorg10520519818963v11i1a11897p2242312017 21 Almeida FL Beiral JS Ribeiro KR Shimoda E Souza CHM A vacina contra o vírus HPV para meninas um incentivo à vida sexual precoce Rev Cient Interd 2014114971 22 Interaminense INCS Construção e validação de vídeo educacional para adesão à vacinação do papilomavírus humano Recife 176 fls Dissertação Mestrado em Enfermagem Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Enfermagem Universidade Federal de Pernambuco 2016 Available from httpsrepositorioufpebrbitstream123456789174281Dissertac3a7 c3a3o20final20Iris20Interaminensepdf 23 Santos MJM A estratégia de vacinação contra o HPV e seus dile mas bioéticos Brasília 43 fls Monografia Graduação em Administração Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública Universidade de Brasília 2015 Available from httpbdmunbbrbitstre am104831217112015MariaJuliaMendesdosSantospdf 24 Okamoto CT Faria AAB Sater AC Dissenha BV Stasievski BS Perfil do conhecimento de estudantes de uma universidade particular de Curitiba em relação ao HPV e sua prevenção Rev Bras Educ Med Internet 2016 cited 2020 feb 2640461120 Available from httpsdoiorg101590 198152712015v40n4e00532015 25 Silva PMC Silva IMB Interaminense INCS Linhares FMP Serrano SQ Pon tes CM Conhecimento e atitudes sobre o Papilomavírus humano e a vaci nação Esc Anna Nery Internet 2018 cited 2020 Feb 26222e20170390 Available from httpsdoiorg10159021779465ean20170390
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Texto de pré-visualização
5299 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 adolescente Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Patrick Leonardo Nogueira da Silva Ana Patrícia Fonseca Coelho Galvão Ricardo Soares de Oliveira Fabiana Gomes Santos Martins Simone Guimarães Teixeira Souto Igor Monteiro Lima Martins Enfermeiro Mestrando pelo Programa de PósGraduação em Cuidado Primário em Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros PPGCPSUNIMONTES Montes Cla ros MG Brasil ORCID 0000000323999526 Enfermeira Mestre em Saúde e Ambiente Professora do Departamento de Enferma gem da Universidade Ceuma UNICEU MA São Luís MA Brasil ORCID 0000000333765678 Enfermeiro Mestre em Cuidado Primário em Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES Montes Cla ros MG Brasil ORCID 0000000246606038 Enfermeira pelas Faculdades Integradas Pi tágoras de Montes Claros FIPMOC Mon tes Claros MG Brasil ORCID 0000000206456151 Enfermeira Mestre em Enfermagem Pro fessora do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Cla ros UNIMONTES Montes Claros MG Brasil ORCID 000000030562005X Enfermeiro Mestre em Ciências da Saúde Professor do Departamento de Enferma gem das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros FIPMOC Montes Cla ros MG Brasil ORCID 0000000261263387 RESUMO Objetivo identificar os sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Método tratase de um estudo fenomenológico com abordagem qualitativa realizado com 10 participantes sendo pré adolescentes e adolescentes cujas quais foram vacinadas na sala de vacina de uma Unidade Básica de Saúde de um município de Minas Gerais Os depoimentos foram gravados e transcritos na íntegra para posterior análise O tratamento dos dados se deu por meio de Análise de Conteúdo Resultados a maioria das entrevistadas atribuiu à significação da vacinação relacionada ao fato de prevenir o câncer de colo uterino O desconhecimento sobre a finalidade da vacina HPV fica em evidência em alguns depoimentos O medo da vacina também ficou em evidência tendo como justificativa o fato de ser injeção da dor da agulha e por medo da reação Como medidas de prevenção foram citadas o uso de preservativo e a ida periódica ao ginecologista Seis das participantes não souberam informar nenhuma medida de prevenção contra o papilomavirus humano Conclusão as participantes do estudo entendem a importância da vacinação contra o papilomavirus humano embora seis participantes bem como suas famílias informaram ter receio pela dor da vacinação ou possíveis eventos adversos pósvacinais Palavraschaves Percepção Adolescente Vacinação Vacinas contra papilomavirus Enfermagem em saúde pública ABSTRACT Objective to identify the feelings of preadolescents and adolescents regarding vaccination against human papillomavirus Method this is a phenomenological study with a qualitative approach carried out with 10 participants being preadolescents and adolescents whose vaccinations were performed in the vaccination room of a Basic Health Unit in a municipality in Minas Gerais The testimonies were recorded and transcribed in full for later analysis The treatment of the data took place through Content Analysis Results most interviewees attributed the meaning of vaccination to the fact that it prevents cervical cancer The lack of knowledge about the purpose of the HPV vaccine is evident in some statements The fear of the vaccine was also in evidence justified by the fact that it was an injection pain needle and for fear of the reaction As preventive measures the use of condoms and periodic visits to the gynecologist were mentioned Six of the participants were unable to report any preventive measures against human papillomavirus Conclusion the participants understand the importance of vaccination against human papillomavirus although six participants as well as their families reported being afraid of the pain of vaccination or possible postvaccination adverse events Keywords Perception Adolescent Vaccination Papillomavirus vaccines Public health nursing RESUMEN Objetivo identificar los sentimientos de preadolescentes y adolescentes con respecto a la vacunación contra el virus del papiloma humano Método se trata de un estudio fenomenológico con abordaje cualitativo realizado con 10 participantes siendo preadolescentes y adolescentes cuyas vacunaciones se realizaron en la sala de vacunación de una Unidad Básica de Salud de un municipio de Minas Gerais Los testimonios fueron registrados y transcritos íntegramente para su posterior análisis El tratamiento de los datos se realizó mediante Análisis de Contenido Resultados la mayoría de las entrevistadas atribuyó la importancia de la vacunación relacionada con el hecho de prevenir el cáncer de cuello uterino La falta de conocimiento sobre el propósito de la vacuna contra el VPH es evidente en algunas declaraciones El miedo a la vacuna también se evidenció justificado por el hecho de que fue una inyección dolor aguja y por miedo a la reacción Como medidas preventivas se mencionaron el uso de condones y visitas periódicas al ginecólogo Seis de los participantes no pudieron informar ninguna medida preventiva contra el virus del papiloma humano Conclusión los participantes del estudio comprenden la importancia de la vacunación contra el virus del papiloma humano aunque seis participantes así como sus familiares informaron tener miedo al dolor de la vacunación o posibles eventos adversos posvacunación Palabras claves Percepción Adolescente Vacunación Vacunas contra papillomavirus Enfermería en salud pública Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Recebido em 08102020 Aprovado em 17122020 DOI httpsdoiorg1036489nursing2021v24i273p52995310 5300 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano INTRODUÇÃO O câncer de colo do útero CCU é o segundo tipo mais incidente de câncer entre as mulheres no mundo perdendo apenas para o câncer de mama A distri buição dos casos é mais concentrada em países em desenvolvimento ou abaixo da linha do equador que concomitantemen te apresentam os piores índices de desen volvimento humano12 Estimase cerca de 530 mil novos casos por ano com 275 mil óbitos no mundo pelo CCU O Brasil segue nessa mesma direção acrescentan do a informação que em 2012 o número de vítimas fatais ultrapassou 4800 com uma estimativa de novos casos acima de 17 mil por ano sendo que a região de maior incidência é o centrooeste e a de menor o sul1 O Human Papillomavirus HPV é na realidade uma família de mais de 150 ge nótipos sendo todos denominados pela ordem crescente à medida que foram sen do descobertos e algumas linhagens estão intimamente associadas ao CCU a saber o 16 e o 18 de modo a representar mais de 80 dos casos de CCU Os outros ti pos embora estejam presentes estão re lacionados com as verrugas anogenitais e lesões intraepiteliais de baixo grau1 A vacina HPV quadrivalente foi inclu ída na rotina do Sistema Único de Saúde SUS no Programa Nacional de Imuni zação PNI em março de 2014 tendo como populaçãoalvo as meninas de 11 a 13 anos de idade O esquema vacinal adotado inicialmente foi de três doses com intervalo de seis meses da primeira para a segunda e quatro anos da segunda para a terceira No ano de 2015 a oferta da vacina foi ampliada para as meninas na faixa etária de nove a 11 anos de ida de2 A partir de janeiro de 2016 ocorreu a diminuição de três para duas doses do antiHPV para meninas de 9 a 13 anos2 Em 2017 o Ministério da Saúde MS dis ponibilizou a vacina HPV na faixa etária de nove a 14 anos de idade 14 anos 11 meses e 29 dias para as meninas bem como para os meninos com faixa etária de 11 a 14 anos 14 anos 11 meses e 29 dias contemplado pelo PNI permane cendo as duas doses com esquema de zero e seis meses3 Pesquisadores realizaram um estu do quantitativo sobre o conhecimento e as atitudes de mulheres francesas e das suas filhas de 14 a 18 anos a respeito da prevenção do CCU e eles observaram que pouco tem sido estudado sobre este assunto Na ocasião das 1478 mulheres entrevistadas apenas 16 relacionaram o HPV com CCU embora mais de 70 soubessem da vacina contra o HPV4 Em contrapartida um estudo qualitativo com oito adolescentes na Escócia revelou que ainda há um pouco de dúvida a respeito da segurança da vacina contra o HPV o que gera insegurança entre pais e os ado lescentes5 É revelado em outro estudo um acha do interessante entre jovens que não ado taram a vacina contra o HPV mesmo esta estando disponível elas relataram que a monogamia a abstinência e o conheci mento da história sexual dos seus parcei ros era suficiente para se evitar o HPV demonstrando baixo nível de conheci mento em relação a comportamentos de risco e medo em relação à vacina6 Em decorrência da elevada incidên cia do CCU que possui como um dos principais fatores de risco a infecção pelo HPV fator esse passível de prevenção através da vacina entre outras medidas disponibilizada pelo MS desde 2014 tor nase necessário identificar a percepção de préadolescentes e adolescentes a res peito dessa abordagem sobre a vacina e sua importância De fato todas elas ob servam pelo mesmo ponto de vista ou seja a prevenção do CCU é o principal móvel dessa ação humana ou há diferen tes pontos de vista a serem explorados Diante de todos esses questionamen tos e da observação empírica dos pesqui sadores in loco por atuar também em sala de vacina há quase uma década e perceber mais a preocupação das mães do que das próprias jovens o problema posto para a investigação tem a seguinte questão norteadora quais os sentimentos das préadolescentes e das adolescentes quanto à vacinação contra o HPV Sendo assim este estudo objetivou identificar os sentimentos de préadoles centes e adolescentes quanto à vacinação contra o HPV MÉTODO Artigo da monografia intitulada Va cinação contra o Papilomavirus Humano HPV na percepção dos adolescentes apresentado ao Departamento de Enfer magem das Faculdades Integradas Pitá goras de Montes ClarosFIPMoc Montes Claros MG Brasil 2016 Tratase de um estudo descritivo ex ploratório com abordagem qualitativa A corrente de pensamento teóricofilosófi co que delineou este estudo qualitativo é a fenomenologia que busca trazer a luz desvelar um determinado fenômeno a partir do sujeito que o vivencia ou já o vi venciou7 Para isso o estudo foi realiza do na sala de vacinas do Núcleo de Aten ção à Saúde e Práticas Profissionalizantes NASPP clínicaescola das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros FIPMOC na qual foram abordadas aleatoriamente as jovens de nove a 14 anos que já receberam pelo menos uma dose do esquema vacinal contra o HPV depois que suas mães eou responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Li vre e Esclarecido TCLE e elas o Termo de Assentimento A amostra do estudo foi composta por 10 meninas de nove a 14 anos as quais foram identificadas por meio de um código contendo uma letra do alfabeto latino e números arábicos E1E10 a fim de preservar o anonimato das participantes Foi enviada uma carta de apresen tação juntamente com uma cópia do projeto de pesquisa e um Termo de Con sentimento Institucional TCI à direção clínica do NASPP para autorização do estudo A instituição foi devidamente orientada quanto às diretrizes da pesqui 5301 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 adolescente Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano sa e autorizou a realização do estudo por meio da assinatura do TCI de modo a es tar ciente A coleta de dados foi realizada no primeiro semestre de 2016 durante os meses de maio e junho pelo pesquisador responsável Foram adotados os seguintes critérios de inclusão para participação na pesquisa 1 ter entre nove e 14 anos 2 ter uma dose da vacina contra HPV registrada no cartão vacinal 3 estar na presença do responsável Foi utilizada uma entrevista semies truturada como instrumento de coleta de dados Ainda utilizouse um formulário com questões norteadoras de elabora ção própria validada por meio de um préteste para adequação e viabilidade do instrumento de pesquisa A entrevista foi gravada empregandose o uso de um gravador de áudio MP3 e posteriormen te transcrita na íntegra Aliado a isso o emprego do diário de campo com o intuito de registrar lacunas da comunica ção expressões faciais e posicionamento do corpo que não são passíveis de serem captadas pelo áudio Foi realizado um es tudo piloto com três jovens na faixa etária supracitada estudantes de uma escola de Ensino Médio selecionadas aleatoria mente com o intuito de testar o entendi mento da pergunta norteadora e a estra tégia de abordagem dos pesquisadores A partir do Software do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização SIPNI disponibilizado pelo MS no propósito de informatizar as salas de vacina de todo o país tevese acesso ao cadastro das préadolescentes e das adolescentes que já foram imunizadas no serviço e por contato telefônico foram agendadas as entrevistas no horário mais conveniente para as participantes bem com o horário de suas mães dentro do horário comercial O local da pesquisa foi a sala de vacina de uma clínica escola de uma cidade do norte de Minas Gerais A quantidade de entrevistas seguiu a lógica do ponto de saturação a partir do momento que o autor percebeu a re corrência das idéias ou seja quando o conteúdo das falas se tornou repetitivo Embora nesse sentido literaturas reco mendem no máximo 15 entrevistas8 Após leituras reiteradas e criteriosas dos depoimentos foi feita a descrição do sentido global da experiência vivida primeiro passo da técnica de interpre tação fenomenológica para posterior mente identificação e agrupamento dos aspectos significativos dos depoimentos para composição das categorias concre tas significados emergidos das experi ências vividas gerando a segunda etapa que é a redução79 Para enfim produzir a almejada compreensão do significado da vacina contra o HPV no ponto de vis ta das entrevistadas que vivenciaram tal experiência Nesse sentido a Análise do Conte údo foi pertinente uma vez que se tra balhou inicialmente com as unidades significantes contidas nas falas transcritas textualmente As unidades para a com posição das categorias foram extraídas dos signos lingüísticos ou seja a palavra enunciada declarada E nesse sentido há uma materialidade a ser trabalhada10 Após a análise das entrevistas foi pos sível perceber o nível de compreensão e de maturidade das préadolescentes e adolescentes acerca da vacina e do HPV Sendo assim emergiram duas categorias Conhecendo o significado da vacina e Conhecendo sobre as medidas de pre venção do HPV Dentro das técnicas possíveis de in terpretação dos dados na perspectiva de análise do discurso a literatura científica apresenta a análise de enunciação que evidencia um discurso dinâmico em que espontaneidade e constrangimento são concomitantes e partese primeiramente da observação do encadeamento lógico das afirmações declarações e ou juízos8 O estudo obedeceu aos preceitos éti cos estabelecidos pela Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conse lho Nacional de Saúde CNS na qual re gulamentam a realização de pesquisa en volvendo seres humanos11 O projeto de pesquisa foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculda des Unidas do Norte de Minas CEP FU NORTE sob o parecer consubstanciado nº 1477195 de 1º de abril de 2016 Cer tificado de Apresentação para Apreciação Ética CAAE nº 53203616700005141 RESULTADOS E DISCUSSÃO Conhecendo o significado da vacina A maioria das entrevistadas atribuiu à significação da vacinação relacionada ao fato de prevenir o CCU Eu sei que é uma vacina contra o vírus né que causa o câncer de colo do útero E1 O CCU era um dos cânceres que mais matava as pessoas Então com essa medida o governo di minuiu muito o índice das pes soas ter câncer no caso o CCU E3 Eu lembro que na época teve uma campanha muito grande né con tra esse CCU várias escolas tava adotando medidas preventivas ta informando a gente como que é e tal E4 A vacina serve para proteger do CCU E5 A vacina serve para prevenir con tra o CCU E6 A vacina serve pra algum tipo de câncer E7 Apenas uma delas mencionou que a vacina previne contra algum tipo de do ença transmissível A vacina serve pra prevenir né contra algum tipo de doença as sim transmissível E8 O significado de ter sido vacinada pelas entrevistadas se restringe a pre venção de uma doença ou câncer Elas não refletem mais profundamente sobre a importância de uma vacinação contra uma infecção sexualmente transmissível IST e de suas possíveis representações sociais1213 5302 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Este é um achado diferente ao descri to acima logo em contrapartida estudos realizados com alunas de nove a 13 anos de idade exploratóriodescritivo pros pectivo baseado em uma abordagem quantitativa mostram que a resposta que mais prevaleceu entre as meninas após aplicação do questionário préteste e pósteste foi que a vacina do HPV imu niza contra outras doenças transmissíveis embora na palestra educativa ministra da fora relatado para as meninas que a mesma só imuniza contra o vírus HPV14 Participantes de outro estudo cientí fico cujo objetivo foi conhecer as repre sentações sociais das adolescentes que vivenciaram a primeira Campanha de Vacinação sobre o HPV demonstraram certa passividade em relação à busca de conhecimento sobre o HPV tendo em vista que não se interessaram em apro fundar informações já que receberam uma vacina que supostamente as estaria protegendo de uma doença A concep ção de que o HPV surgiu pelas trocas durante a campanha de vacinação o qual teve como principais fontes de in formações a escola e a televisão devese ao fato de associarem o agente etioló gico a uma doença que ataca o útero e que pode causar infecção de modo a ne cessitar de prevenção1315 O desconhecimento sobre a finalida de da vacina HPV fica em evidência na fala das seguintes entrevistadas Acenou não com a cabeça quando foi questionada se sabia qual a finalidade da vacina E2 Disse não sobre a finalidade da vacina E9 acho que era pra proteger de al guma coisa E10 Esse desconhecimento sobre a va cina não está restrito apenas a essa fai xa etária pois em estudos encontrados de cunho descritivo transversal com amostra intencional de 538 usuários de unidades básicas de saúde UBS e duas policlínicas do SUS de CampinasSP sen do 286 mulheres 18 a 49 anos e 252 homens 18 a 60 anos cujo objetivo fora analisar o conhecimento de homens e mulheres acerca do HPV e das vacinas e sua intenção de serem vacinados e de vacinarem seus filhos adolescentes re velaram que a maior parte das pessoas entrevistadas nunca tinha ouvido falar do HPV e nem das vacinas hoje disponíveis no Brasil sendo menor a proporção de pessoas com informações corretas acerca do vírus e de suas conseqüências1617 Fragilidades referentes ao conheci mento das adolescentes sobre o HPV bem como barreiras na relação das mes mas com o serviço de saúde também fo ram evidenciadas em outro estudo cien tífico15 Outro quesito mencionado por este autor15 diz respeito ao fato das ado lescentes não utilizarem a Caderneta do Adolescente como fonte de informações uma vez que a mesma é um dos instru mentos construídos para subsidiar ações do Programa Saúde na Escola PSE ao qual a escola está vinculada Nesse sentido considerando o desco nhecimento das adolescentes que inicia ram a imunização contra HPV sobre o as sunto sua transmissão e causas o que as colocam em situação de vulnerabilidade a educação em saúde é imprescindível com a utilização de diferentes estratégias que veiculem informações para essa faixa etária de forma mais aprofundada e vo cabulário próprios uma vez que a ini ciação da atividade sexual tem sido cada vez mais precoce12 O medo da vacina também ficou em evidência tendo como justificativa o fato de ser injeção por causa da dor e da agu lha e por medo da reação eu tomei a vacina ai eu fiquei com um pouco de medo porque minhas colegas tinham tomado antes e elas tinham me falado que doía mais que as outras vacinas ai eu fui tomar e não achei que doeu tanto pediu pra mim ficar lá pra ver se tinha reação e acabou que eu tive reação minha pressão abaixou não doeu muito só por causa de ter reação depois que eu fiquei com medo de ter tomado a segunda dose E2 No início as minhas colegas já tinham tomado antes ai eu fiquei com um pouco de medo Mas ai depois eu falei assim eu acho que eu vou ter que tomar porque eu tenho que me proteger ai quando eu tomei a primeira dose eu não fiquei com medo tomei e não senti dor e eu não tive sintomas depois Na segun da eu também demorei tomar porque minhas colegas falaram Nossa A segunda é bem pior do que a primeira ai a segunda eu não tive nada também mas eu fiquei com mais medo E5 Acenou sim com a cabeça com relação ao fato de ter medo E6 eu sou muito medonha ai eu paro de ter medo E7 Pra mim foi tranqüilo tipo fiquei com medo assim vai doer ai foi normal como se eu tivesse tomado outro tipo de vacina normal E8 Medo só de doer E10 Algumas dificuldades foram obser vadas após um ano de inserção da va cina HPV no PNI dentre elas a grande resistência da população em virtude do medo dos efeitos colaterais por parte das adolescentes e de seus pais assim como devido à divulgação de informações não confiáveis pelas redes sociais18 Dessa forma o acesso às redes sociais e a disseminação de conteúdos por vezes errôneas ou falsas aumenta a resistência à vacina E a divulgação de informação sobre paciente que sofreu reações mais intensas acarreta dúvidas e inseguran ça nos pais que por sua vez transmitem esse medo e insegurança para as filhas19 Além disso alguns pais associam a va cina como estímulo para a sexualidade já que ela protege contra uma IST o que consideram como precocidade20 5303 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 adolescente Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano Há também organizações religiosas e nacionais que compreendem que a vaci na estimulará o início precoce da ativida de sexual levando à promiscuidade Até existem fora do país entidades religio sas como as americanas que se posicio nam terminantemente contra o uso da va cina HPV Defendem a abstinência sexual total antes do matrimônio bem como o casamento monogâmico como exclusiva maneira de prevenção das IST21 Portanto por ser a imunização de préadolescentes e adolescentes uma decisão difícil para os pais é importante que os profissionais de saúde e das es colas envolvam a família nesse proces so proporcionando informações atua lizadas e incentivando a vacinação das filhas22 A escola por sua vez é um ambiente propício para desenvolvimento de educação em saúde pois é nela que os adolescentes recebem informações e conhecimentos necessários para a vida tanto social quanto pessoal12 Conhecendo sobre as medidas de pre venção do HPV Já em relação ao conhecimento sobre as medidas de prevenção do HPV ape nas uma das entrevistadas relatou o uso de preservativo como necessário para prevenção da doença Eu sei que é passado né por contato pele com pele e por isso também é uma doença passada com contato sexualmente então previne isso com o uso de camisi nha eu sei que além da vaci na tem que tomar os cuidados em relação a esse contato com outras pessoas E1 A visita ao ginecologista regularmen te foi relatada pelas participantes como medida de prevenção do HPV por apenas uma das entrevistadas Eu acho que assim além da va cina visitar o ginecologista regular mente tomar precauções E3 Seis das entrevistadas não souberam responder quais medidas de prevenção do HPV Acenou não com a cabeça so bre as medidas de prevenção E2 Além da vacina existe uma serie de medidas só que eu não sei quais são elas E4 Além da vacina não sei mas ela não protege entre si tudo E5 Não E6 Eu não sei E7 Não E9 Não sei E10 Segundo estudo cujo objetivo fora analisar os dilemas bioéticos em relação à estratégia de vacinação em massa contra o HPV realizados pela Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal GDF no ano de 2014 na perspectiva dos gestores públicos uma das dificuldades aponta das refere se à delicadeza para abordar o tema relacionado à IST com meninas que ainda estão descobrindo o próprio cor po e vivenciando as alterações próprias da puberdade23 Elas muitas vezes não têm a idéia de que a vacina contra o HPV apenas reforça e é preventiva mas não substitui outros métodos de prevenção como rastreamento do CCU Papanico lau educação em saúde e outros hábitos de proteção contra as IST como o uso de preservativo Todavia mesmo com o uso de preservativo há também a possibilida de de transmissão do HPV por atividades sexuais sem penetração pois basta o con tato com pele infectada12 Por fim devese frisar que a vacina contra o HPV não substitui o exame de prevenção de CCU e não deve ser usa da para tratar as doenças relacionadas ao HPV como as verrugas genitais ou os cânceres de colo do útero vulvar e va ginal É recomendada excepcionalmente para prevenção do HPV tipos 6 11 16 e 18 e consequentemente as doenças relacionadas a eles24 Conforme estudos os préadolescen tes e adolescentes procuram pouco os serviços de saúde o que representa um desafio para um bem sucedido aconse lhamento na atenção primaria sobre como se prevenir do HPV Consideram que criar estratégias de aconselhamento que se adéqüem às populações hetero gêneas em relação a valores e crenças culturais com ênfase na prevenção in cluindo os pais no assunto durante a va cinação auxilia na melhora da comuni cação sobre o objetivo da vacina e sobre como prevenir se do HPV1525 Nesse sentido ressaltase que além de selecionar e transmitir informações cienti ficamente corretas sobre o HPV é preciso fazêlo de acordo com a capacidade dos diferentes estratos sociais que acessam e processam tais informações1625 CONCLUSÃO Embora o medo seja uma reação in trínseca em caso de exposição a um ris co esse é intensificado conforme a abor dagem da mídia às informações que por sua vez refletirá na postura dos pais e filhos sendo a escola em parceria com as UBS intermediadores na educação em saúde do públicoalvo e dos familiares É necessário um acolhimento agradável a estas préadolescentes e adolescentes e seus familiares com informações sobre a vacina e sobre a importância da imuniza ção Muitas vezes as préadolescentes e adolescentes vão à UBS por recomenda ção ou por exigência dos pais eou fami liares ou por ter ouvido falar sobre a va cina sem refletir sobre o seu significado É imprescindível que os pais em parceria com as escolas dialoguem com este pú blicoalvo a respeito não só do HPV mas sobre outras doenças transmitidas sexual mente sendo primordial que os gerentes das UBS realizem um trabalho integrado entre profissionais de saúde professores pais e alunos explorando também outras mídias que lhes forem disponíveis para o acesso e compreensão da informação Portanto fazse necessário propor estratégias entre pais professores e pro 5304 Revista Nursing 2021 24 273 52995304 Nogueira da Silva PLN Martins FGS Galvão APFC Souto SGT Oliveira RS Martins IML Sentimentos de préadolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano fissionais de saúde que possibilitem a transmissão de informações bem como um diálogo constante com as meninas pois a discussão precoce contribui para a conscientização sobre a importância não só de se vacinar mas de se cuidar Isso faz com que eles se sintam seguros do conhecimento adquirido e não se assus tem com as notícias divulgadas por fontes não confiáveis de modo a proporcionar o consentimento à vacinação pelos pais Como a vacina contra o HPV foi incluída no PNI para os meninos sugerese que este estudo também seja feito com eles a fim de verificar a percepção deles em relação à vacina bem como se o nível de compreensão e de maturidade se equiva le em ambos os sexos Referências 1 Ayres ARG Silva GA Teixeira MTB Duque KCD Machado MLSM Gamarra CJ et al Infecção por HPV em mulheres atendidas pela Estratégia Saúde da Família Rev Saúde Pública Internet 2017 cited 2020 Feb 265192111 Available from httpsdoiorg1011606s151887872017051000065 2 Brasil Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Departamen to de Vigilância de Doenças Transmissíveis Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações Informe técnico da vacina papilomavírus humano 6 11 16 e 18 Recombinante Brasília MS 2015 Available from httpsporta larquivos2saudegovbrimagesPDF2015junho26InformeTcnicoVacina HPV2015FINALPDF 3 Brasil Ministério da Saúde Nota informativa sobre mudanças no calendário nacional de vacinação para o ano de 2017 Brasília MS 2017 Available from httpsportalarquivos2saudegovbrimagespdf2016dezembro28NotaIn formativa384CalendarioNacionaldeVacinacao2017pdf 4 Haesebaert J LutringerMagnin D Kalecinski J Barone G Jacquard AC Rég nier V et al French womens knowledge of and attitudes towards cervical cancer prevention and the acceptability of HPV vaccination among those with 1418 year old daughters a quantitativequalitative study BMC Public He alth Internet 2012 cited 2018 Mar 1121034 Available from httpdoi org10118614712458121034 5 Kennedy C Brunton CG Hogg R Just that little bit of doubt Scottish parents teenage girls and health professionals views of the MMR H1N1 and HPV vaccines Int J Behav Med Internet 2014 cited 2018 Mar 1211310 Available from httpsdoiorg101007s1252901393564 6 Abreu MNS Soares AD Ramos DAO Soares FV Nunes Filho G Valadão AF et al Conhecimento e percepção sobre o HPV na população com mais de 18 anos da cidade de Ipatinga MG Brasil Ciênc Saúde Colet Internet 2018 ci ted 2020 Feb 2623384960 Available from httpsdoiorg1015901413 8123201823300102016 7 Silva RV Oliveira WF O método fenomenológico nas pesquisas em saúde no Brasil uma análise de produção científica Trab Educ Saúde Internet 2018 cited 2020 feb 26163142141 Available from httpsdoiorg101590 19817746sol00162 8 Minayo MCS O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em saúde 12ª ed São PauloRio de Janeiro HUCITECABRASCO 2010 9 GuerreroCastaneda RF Menezes TMO Prado ML Phenomenology in nur sing research reflection based on Heideggers hermeneutics Esc Anna Nery Internet 2019 cited 2020 Feb 2623417 Available from httpsdoior g10159021779465ean20190059 10 Patias ND Hohendorff JV Critérios de qualidade para artigos de pesquisa qualitativa Psicol Estud Internet 2019 cited 2020 feb 2624e43536114 Available from httpsdoiorg104025psicolestudv24i043536 11 Brasil Ministério da Saúde Conselho Nacional de Saúde Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 Regulamenta a realização de pesquisa envolven do seres humanos e dá outras providências Brasília CNS 2012 Available from httpsbvsmssaudegovbrbvssaudelegiscns2013res046612122012 html 12 Jorge EAS Conhecimento sobre HPV Papilomavírus Humano e a percep ção das adolescentes sobre sua imunização Botucatu 112 fls Dissertação Mestrado em Enfermagem Faculdade de Medicina Universidade Estadu al Paulista Júlio de Mesquita Filho 2016 Available from httpsrepositorio unespbrhandle11449138243 13 Tanaka EZ Kamizaki SS Quintana SM Pacagnella RC Surita FG Knowle dge of pregnant adolescents about Human Papillomavirus Rev Bras Ginecol Obstet Internet 2019 cited 2020 Feb 264152917 Available from ht tpsdoiorg101055s00391688708 14 Nascimento MSM Silva RVN O conhecimento sobre o HPV entre as meni nas de 09 a 13 anos de idade em uma instituição escolar pública de Aracaju Aracaju 24 fls Monografia Graduação em Enfermagem Faculdade de En fermagem Universidade Tiradentes 2015 15 Boettcher CL Representações sociais de adolescentes sobre o papilomaví rus humano Pelotas 142 fls Dissertação Mestrado em Enfermagem Facul dade de Enfermagem Universidade Federal de Pelotas 2015 Available from httpswpufpeledubrpgenfermagemfiles201602DissertaC3A7 C3A3oCassiaBoettcherpdf 16 Osis MJD Duarte GA Sousa MH Conhecimento e atitude de usuários do SUS sobre o HPV e as vacinas disponíveis no Brasil Rev Saúde Pública Internet 2014 cited 2018 Apr 948112333 Available from httpsdoi org101590S003489102014048005026 17 Zanini NV Prado BS Hendges RC Santos CA RodovalhoCallegari FV Ber nuci MP Motivos para recusa da vacina contra o Papilomavírus Humano entre adolescentes de 11 a 14 anos no município de MaringáPR Rev Bras Med Fam Comunidade Internet 2017 cited 2020 Feb 261239113 Available from httpdxdoiorg105712rbmfc12391253 18 Roitman B HPV uma nova vacina na rede pública Bol Cient Pediatr In ternet 2015 cited 2018 Jul 224134 Available from httpswwwsprs combrsprs2013bancoimg150915221127bcpedv4n1a2pdf 19 Smith LM Strumpf EC Kaufman JS Lofters A Schwandt M Lévesque LE The early benefits of human papillomavirus vaccination on cervical dysplasia and anogenital warts Pediatr Internet 2015 cited 2018 May 201355e1131 40 Available from httpsdoiorg101542peds20142961 20 Guedes MCR São Bento PAS Telles AC Queiroz ABA Xavier RB A vacina do papilomavírus humano e o câncer do colo do útero uma reflexão Rev En ferm UFPE on line Internet 2017 cited 2018 Apr 1011122431 Available from httpdoiorg10520519818963v11i1a11897p2242312017 21 Almeida FL Beiral JS Ribeiro KR Shimoda E Souza CHM A vacina contra o vírus HPV para meninas um incentivo à vida sexual precoce Rev Cient Interd 2014114971 22 Interaminense INCS Construção e validação de vídeo educacional para adesão à vacinação do papilomavírus humano Recife 176 fls Dissertação Mestrado em Enfermagem Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Enfermagem Universidade Federal de Pernambuco 2016 Available from httpsrepositorioufpebrbitstream123456789174281Dissertac3a7 c3a3o20final20Iris20Interaminensepdf 23 Santos MJM A estratégia de vacinação contra o HPV e seus dile mas bioéticos Brasília 43 fls Monografia Graduação em Administração Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública Universidade de Brasília 2015 Available from httpbdmunbbrbitstre am104831217112015MariaJuliaMendesdosSantospdf 24 Okamoto CT Faria AAB Sater AC Dissenha BV Stasievski BS Perfil do conhecimento de estudantes de uma universidade particular de Curitiba em relação ao HPV e sua prevenção Rev Bras Educ Med Internet 2016 cited 2020 feb 2640461120 Available from httpsdoiorg101590 198152712015v40n4e00532015 25 Silva PMC Silva IMB Interaminense INCS Linhares FMP Serrano SQ Pon tes CM Conhecimento e atitudes sobre o Papilomavírus humano e a vaci nação Esc Anna Nery Internet 2018 cited 2020 Feb 26222e20170390 Available from httpsdoiorg10159021779465ean20170390