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Segundo Capítulo TCC Fundamentação teórica Orientações 7 a 10 páginas Você deverá abordar os principais conceitos da AD Discurso sujeito ideologia as formas de manifestação do silêncio no movimento dos sentidos pesquisados por Eni Orlandi formação discursiva formação imaginária e memória discursiva Foque no trabalho Vidas Secas para escrever este capítulo em relação aos conceitos teóricos da AD e não saia da referência AD Disponibilizei o aporte teórico para embasamento utilize esse por favor Explicação Silêncio fundador não é a origem dos sentidos mas a garantia do movimento dos sentidos Todo processo de significação traz necessariamente uma relação com o silêncio É porque o silêncio significa que o nãodizer faz sentido O silêncio fundador determina a política do silêncio Política do silêncio isto é o silenciamento vai além da relação do dito não dito mas o poder dizer ou não dizer Duas formas silêncio constitutivo ao dizer algo outros sentidos ficam silenciados silêncio local em que o dizer é proibido o sujeito fica proibido de ocupar certas posições e está proibido de se inscrever em determinadas formações discursivas esse silêncio impede a subjetividade e a possibilidade do sujeito se identificar pois muitas vezes o sentido está posto dado impedese o aparecimento de outros sentidos Obs não copiar essa explicação pois não é de minha autoria Texto base Autoria própria caso queira utilizar em algum momento A Análise do Discurso AD é uma abordagem teórica que investiga a linguagem como um instrumento de construção de significados e como um reflexo das relações de poder presentes na sociedade Através dessa perspectiva vários conceitos fundamentais emergem para compreender as nuances da comunicação verbal e escrita O discurso na AD não é apenas um conjunto de palavras mas um produto social e histórico carregado de ideologias e intenções Ele é moldado por contextos culturais políticos e sociais e é através dele que os sujeitos constroem suas identidades e expressam suas visões de mundo O sujeito é um componente central na AD pois é ele quem enuncia o discurso No entanto o sujeito não é uma entidade isolada mas é influenciado por relações de poder ideologias e formações discursivas presentes na sociedade As formas de manifestação do silêncio conforme exploradas por Eni Orlandi revelam como o nãodito também comunica significados e pode ser usado estrategicamente para controlar ou ocultar certos discursos A formação discursiva é um conceito que se refere a conjuntos de discursos que compartilham certas regras temas e modos de dizer Ela é influenciada pela ideologia e pelas condições históricas e sociais moldando a maneira como os discursos são produzidos e compreendidos em determinado contexto A formação imaginária por sua vez está relacionada à construção de sentidos que vão além do imediatamente presente Ela envolve a criação de representações mentais que influenciam a interpretação do discurso e permitem que significados simbólicos sejam atribuídos às palavras A memória discursiva referese à acumulação de discursos ao longo do tempo e como essa acumulação afeta a compreensão do presente Os discursos do passado continuam a exercer influência sobre como interpretamos os discursos atuais destacando a importância da historicidade na análise do discurso No cerne da fundamentação teórica da AD encontrase o conceito de silêncio O silêncio não é vazio mas sim repleto de significados latentes Ele pode ser utilizado como estratégia para ocultar discursos indesejados criar efeitos de sentido específicos ou permitir que ideologias subjacentes se manifestem nas entrelinhas Em suma a Análise do Discurso se baseia em uma interseção complexa de conceitos que exploram a natureza do discurso as influências ideológicas as relações de poder a memória e as formas de manifestação do silêncio Essa abordagem oferece uma compreensão profunda das nuances da linguagem e da comunicação revelando como os discursos moldam e são moldados pelo mundo ao nosso redor PANORAMIC SPRING ROLL Made of Range Vegetables Wrapped in Super Thin Rice Roll And Crispy Fried Served with Dip Source TK6 APPETIZER SOUP SALAD KIMCHI SOON DUBU MAIN COURSE SIDE DISHES BBQ All prices are subject to 10 service charge and prevailing government taxes AMERICAN DRAGON8817020 AMERICANDRAGONCOM 528 9666 69 Rajadamri Road Bangkok 10330 Thailand Tel 022545367 Fax 026541988 Email amerdngnairelinkcoth wwwamericandragoncom Breaker 2Sun 1130 am0230 pm MonFri 530 pm1130 pm Follow us Facebook Instagram Line americandragonrestaurant Remember to dispense your chopsticks before eating Vegetarian Chopped Dried Bean Curd D chopped Tofu Vegetable or Mushroom L MSG MSG free Your Feedback is Highly Appreciated Email feedbackamericandragoncom Thank You for dining with us 2 Manifestação do silêncio em Vidas Secas de Graciliano Ramos 21 O sentido do silêncio para a Análise do diacurso A análise do discurso AD é uma abordagem teórica que investiga a linguagem como um instrumento de construção de significados e com um reflexo das relações de poder presentes na sociedade Através dessa perspectiva vários conceitos fundamentais emergem para compreender as nuances da comunicação verbal e escrita uma vez que busca compreender as relações de poder identidades e significados subjacentes nas interações Sedo assim o discurso na AD não é apenas um conjunto de palavras mas um produto social e histórico carreado de ideologias e intenções isto é os sujeitos constroem suas identidades e expressam suas visões de mundo Nesse sentido o discurso é dentro da perspectiva da Análise do Discurso o lugar da materialidade tanto nas formações discursivas por sua vez presentificadas e particularidades pelas formações ideológicas quanto pela autonomia relativa a língua Machado 1997 p 189 Assim a AD assume um papel importante naquilo que se refere a conjunção da subjetividade e da conjectura discursiva considerando conceitos acerca do silêncio discurso e sujeito O sujeito é um componente central da AD pois é ele quem anuncia o discurso Entretanto o sujeito não pode ser visto como objeto isolado mas como aquele que é influenciado pela ideologia e formações discursivas presentes na sociedade Esse sujeito do discurso está inevitavelmente inserido em estruturas de poder e significados compartilhados pela sociedade que de acordo com Orlandi 2007 é preciso compreender que o sentido não está alocado em lugar nenhum mas que se produz nas relações interligadas sujeitos e sentidos no jogo das múltiplas formações discursivas Compreender o que é efeito de sentidos em suma é compreender a necessidade da ideologia na constituição dos sentidos e dos sujeitos É da relação regulada historicamente entre as muitas formações discursivas com seus muitos sentidos possíveis que se limitam reciprocamente que se constituem os diferentes efeitos de sentidos entre locutores Sem esquecer que os próprios locutores posições do sujeito não são anteriores à constituição desses efeitos mas se produzem com eles Orlandi 2007 p 14 A formação discursiva é um conceito que se refere a conjuntos de discursos que compartilham certas regras temas e modos de dizer Ela é influenciada pela ideologia e pelas condições históricas e sociais moldando a maneira como os discursos são produzidos e compreendidos em determinado contexto Portanto a formação discursiva passa a ser um conceitochave para o estudo da AD quando explora as estruturas ocultas uma vez que são desenvolvidas pelo o que foi dito e todo discurso se remete a um discurso já existente Dessa maneira o sentido só se produz no sujeito através de um processo imaginário instaurado pela ideologia na relação que interliga a linguagem pensamento e mundo Machado 1997 p 188 A formação imaginária por sua vez está relacionada à construção de sentidos que vão além do imediatamente presente Ela envolve a criação de representações mentais que influenciam a interpretação do discurso e permitem que significados simbólicos sejam atribuídos às palavras Por conseguinte o discurso materializa o contato entre o ideológico e o linguístico pois ela representa no interior da língua os efeitos das contradições ideológicas e manifesta a existência da materialidade linguística no interior da ideologia Orlandi 2007 p 15 A materialidade linguística está entrelaçada com a memória do sujeito pois é constituída por interdiscursos que cruzam a formação social e cultural acumulando discursos ao longo do tempo e como essa acumulação afeta a compreensão do presente Os discursos do passado continuam a exercer influência sobre como interpretamos os discursos atuais destacando a importância da historicidade na análise do discurso Por outro lado essas formações discursivas por vezes se divergem fazendo com que os sujeitos tenham receios e refletem sobre o que deve ser dito Nesse contexto surge o silêncio no cerne da fundamentação teórica da AD pois seu conceito refletese com o sentido que não são as palavras silenciadas que se guardam no segredo sem dizer O silêncio guarda um outro segredo que o movimento das palavras não atinge Orlandi 2007 p 46 O silêncio não é vazio mas sim repleto de significados latentes Ele pode ser utilizado como estratégia para ocultar discursos indesejados criar efeitos de sentido específicos ou permitir que ideologias subjacentes se manifestem nas entrelinhas como controle na produção do discurso É importante ressaltar que o nãodito muitas vezes não está somente do desejo de não falar mas como enfatiza Orlandi 2007 em seu livro As Formas do Silêncio que existe a possibilidade do silenciamento no qual se difere do silêncio em relação daquilo que está implícito mas quando se é colocado em silêncio o que o faz ser intrinsecamente ligado a relações de poder haja vista em contextos de desigualdades marcados por discursos de opressão que faz o silêncio ser imposto para o oprimido retirando seu direito de fala Logo o silêncio é dimensionado com o poder significar de múltiplas maneiras e também de haver tipos de silêncio com diferentes significados o faz objeto de exploração e reflexão de várias teorias a saber aquelas que se inscrevem na semiologia na psicanálise na filosofia na linguística como aqui estamos vendo Machado 1997 p 193 Logo é compreensível que o silêncio não significa um vazio nos sentidos e a linguagem não dá conta para aquilo que ela quer representar e o atravessamento das palavras faz do silêncio como fundador e as palavras estão presentes no dito e no nãodito ou seja há palavras no silêncio o que o faz ser também é explorado na AD Nessa relação no processo de significação do silêncio que Orlandi distingue o silencio Por isso distinguimos entre a o silêncio fundador aquele que existe nas palavras que significa o não dito e que dá espaço de recuo significante produzindo as condições para significar e b a política do silêncio que se subdivide em b 1 silêncio constitutivo o que nos indica que para dizer é preciso não dizer uma palavra apaga necessariamente as outras palavras e b 2 o silêncio local que se refere à censura propriamente àquilo que é proibido dizer em uma certa conjuntura Isso tudo nos faz compreender que estar no sentido com palavras e estar no sentido em silêncio são modos absolutamente diferentes entre si E isso faz parte da nossa forma de significar de nos relacionarmos com o mundo com as coisas e com as pessoas Em suma a Análise do Discurso se baseia em uma interseção complexa de conceitos que exploram a natureza do discurso as influências ideológicas as relações de poder a memória e as formas de manifestação do silêncio Essa abordagem oferece uma compreensão profunda das nuances da linguagem e da comunicação revelando como os discursos moldam e são moldados pelo mundo ao nosso redor 22 Sobre a Obra Dividido em treze capítulos a obra Vidas Secas do escritor Graciliano Ramos foi publicada em 1938 A escrita marcada pelo estilo regionalista o livro pertence a segunda fase do romantismo e é considerada uma das mais emblemáticas publicações dessa fase Em síntese o livro retrata sobre a trajetória da vida de uma família de retirantes nordestinos que são obrigados a migrarem por causa da seca uma vez que esse movimento traz uma projeção de um futuro menos dolorosos e sobrevivente O enredo se desenvolve a partir do discurso indireto livre ou seja a narrativa se desenvolve com a voz do narrador e das personagens além disso tratase de uma narrativa nãolinear simbolizando a incompletude na obra A obra tem como principais personagens a família de retirantes Fabiano Sinhá Vitória o filho mais novo filho mais velho e baleia a cachorra que em alguns momentos do livro é humanizada junto a inversão do homem que é colocado como bicho O livro busca demonstrar além da vida nômade da família de Fabiano a apresentação do espaço marcado pela escassez da chuva e dos problemas de políticas públicas isto é o livro apresenta a discussão socioeconômica Ademais no livro é produzido no discurso das personagens sentidos entre o dito e o não dito ou seja o silêncio e o silenciamento com elementos relevantes com um poder simbólico na construção dos sujeitos e dos discursos no desenrolar da narrativa 2 3 O movimento do silêncio em Vidas Secas Graciliano Ramos ao escrever Vidas Secas dribla a construção dos discursos das personagens com a quebra da padronização de que as palavras só fazem sentido se são ditas o que é comum no texto literário que apesar de ficcional o texto se aproxima do real e o silêncio no discurso dentro ou não dá ficção faz desse silenciar um poder dizer de outra forma Isto implica que o homem está condenado a significar Com ou sem palavras diante do mundo há uma injunção à interpretação tudo tem de fazer sentido qualquer que ele seja O homem está irremediavelmente constituído pela sua relação com o simbólico Orlandi 2007 p 19 O silenciamento traz um poder simbólico e entre as personagens da obra Fabiano apesar da vontade de saberfalar as palavras é quem mais tem carência sobre elas Critica do lugar social o qual a família de Fabiano é colocado faz do silenciamento um resultado da opressão e submissão fazendo com que a ausência da palavra não seja por um desejo de Fabiano sendo que o vocabulário dele era pequeno mas em hora de comunicabilidade enriqueciase com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira Ramos 2009 p 13 Nessa passagem notase que o desejo de Fabiano é um desejo que figurado no outro o seu Tomás passa a representas a ideologia e o sentido do discurso que se contemplam pela formação discursiva que Fabiano almeja De acordo com Ramos 2009 p 11 em Vidas Secas os sujeitos são dotados de incompletude já que a incompletude é uma propriedade dos sujeitos e a afirmação de suas identidades resultará da constante necessidade de completude A construção da narrativa é baseada na sensação da incompletude desde o corpo do texto por suas partes fragmentadas a vida das personagens incompletas a construção do dito e nãodito também passa a ser incompleto já que transfiguração pelo silênciosilenciamento causa ao leitor o estranhamento e a sensação de que algumas palavras poderiam ser ditas provocando no leitor o preenchimento dessa lacuna Outra vez estamos diante da questão da incompletude é a ideia de falta de falha o aspecto da incompletude do sentido e do sujeito da condição para a pluralidade do sentido e do próprio sujeito Essa é a base da polissemia a incompletude provocando a existência do múltiplo Machado 1997 p 194 Essa relação entre incompletude e silêncio em Vidas Secas são elementos que estão interligados pois o sentimento de que Fabiano tem o desejo sobre a palavra se torna espelho para o filho mais velho que também tem curiosidade de saber sobre elas assim como Sinhá Vitória que tem o sonho de uma vida melhor e baleia tratada muitas vezes de maneira humanizada também passa a ser um sujeito que sonha em um campo cheio de preás para que tenha uma felicidade completa É deste ponto que a incompletude na obra tem uma interrelação com o silêncio que o qual pode ser observados na materialidade discursiva Em conformidade com Ramos 2009 por meio da opacidade da linguagem o nãodizer na obra imprime várias formas de existir dos sentidos o qual constroem a significação do discurso pelo silêncio na obra e pela representação do silenciamento Fabiano e sua família são passados por o processo de zoomorficação Fabiano você é um homem exclamou em voz alta Olhou em torno com o receio de que fora os meninos alguém tivesse percebido a frase imprudente Corrigiua murmurando Você é bicho Fabiano Ramos 2013 p 9 A linguagem adotada por Graciliano Ramos ao aproximar as condições sociais que coloca o homem como bicho e que por muitas vezes a comunicação entre a família se dá através dos gestos e olhares sobretudo por Fabiano é nesse contexto que há esse aproximação entre o homem e o bicho pelo fato de que a comunicação entre a família é a mesma que baleia tem com eles Por outro lado a existência do silêncio como forma de discurso na interação das personagens aborda suas vozes reprimidas e suas falas não ditas No nosso imaginário e no contextohistóricosocial Orlandi 2007 discorre que um homem em silêncio é visto como aquele que não tem sentido e o ocupa um lugar subalterno entretanto o nãofalar não resume e significa que não há pensamento e introspecção Ao analisarmos os trechos a seguir o qual o narrador demonstra que apesar que Sinhá Vitória e Fabiano deseja falar e até mesmo gritar expressa que não é porque não falam que não pensam A manhã sem pássaros sem folhas e sem vento progredir num silêncio da morte A faixa vermelha desaparecera diluíramse no azul que enchia o céu Sinhá Vitória precisava falar Se ficasse calada seria como um pé de mandacaru secando morrendo Queria enganarse gritar dizer que era forte Ramos 2013 p 39 grifo nosso Sentiu vontade de gritar de anunciar muito alto que eles não prestavam para nada Ouviu uma voz fina Alguém no xadrez das mulheres chorava e arregaça as pulgas Rapariga da vida certamente de porta aberta Essa também não prestava para nada Fabiano queria berrar para a cidade inteira afirmar ao Doutor Juiz de Direito ao Delegado ao seu Vigário e aos cobradores da prefeitura que ali dentro ninguém prestava para nada Ele os homens ancorados o bêbado a mulher de pulgas tudo era lástima só servia para aguentar facão Era o que ele queria dizer Ramos 2013 p 36 grifo nosso O autor demonstra esse propósito da visibilidade do vazio do nãodizer e isto constitui uma posição submissa e a incompletude entre a linguagem e o homem traz como Orlandi 2007 ressalta o homem passa a ser condenado a significar assim o silêncio em Vidas Secas tem peso de tradição porque o sofrer é silenciador e ancestral e quiçá ligado à prosperidade Ramos 2009 p 22 Além disso o silêncio de Fabiano no trecho acima revela a opressão sofrida pela a ausência do uso da linguagem portanto ele não só demonstra o silêncio como também é posto em silenciamento Portanto o silêncio na obra é estrategicamente carregado de significados múltiplos e passa a ser uma condição necessária para haver dizer apesar que não é uma condição suficiente o que corresponde a uma forma direta da politica do silêncio Orlando 2007 O silenciamento de Fabiano no capítulo Cadeia assume um papel assujeitado que ao usar as palavras é censurado Para Orlandi 2007 p52 no autoritarismo não há reversibilidade possível no discurso isto é o sujeito não pode ocupar diferentes posições ele só pode ocupar o lugar que lhe é destinado para produzir os sentidos que lhe são proibidos A censura afeta de imediato a identidade do sujeitoOrlandi 2007 p 52 Fabiano utiliza as palavras aprendidas através do diálogos com seu Tomás mas utilizaas de forma forçado em respeito a soldado amarelo Isto é Vamos e não vamos Quer dizer Enfim contato etc Conforme Ramos 2009 p 20 O que demos traz a impossibilidade de Fabiano ao utilizar as palavras e a reprodução da sua formação e memória discursiva Assim sendo a análise do discurso traz o silêncio como importância fundamental da materialidade linguística respeitando o discurso pela sua dimensão simbólica A leitura de Vidas Secas se envolve com componentes e imagens que nos remetem a possíveis identificações com o cotidiano do povo nordestino e permite dessa forma uma leitura que relegue a um segundo plano as construções que envolvem apenas silêncio São reflexões de ordens discursivas que entremeiam as observações sobre a constitutividade do silêncio os sentidos representativos do conjunto histórico político econômico ideológico e social Ramos 2009 p 17 Portanto a obra demonstra que o silêncio atribuído pelo autor não limita ao seu sentido literal mas por seu múltiplos sentidos pelo víeis das manifestações discursivas Esse silêncio traz a possibilidade da criação da incompletude vivido pela família de Fabiano que representa uma trajetória ligado as condições da sobrevivência diária do nordestino que a única opção é sonhar com um futuro melhor O silêncio por fim revela a opressão o sofrimento a ilusão a injustiça o sofrimento pois o dito não daria conta do real REFERÊNCIAS MACHADO R F O movimento dos sentidos no silêncio Letras de Hoje S l v 32 n 1 2013 Disponível em httpsrevistaseletronicaspucrsbrojsindexphpfalearticleview15268 Acesso em 16 set 2023 ORLANDI E P As formas do silêncio no movimento dos sentidos UNICAMP Campinas 2007 RAMOS Graciliano Vidas Secas Record Rio de Janeiro 120 edição 2013 RAMOS Málter Dias O silêncio em Vida Secas 2009 86 f Dissertação Mestrado em Linguística Letras e Artes Universidade Federal de Uberlândia Uberlândia 2009
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o dizer é proibido o sujeito fica proibido de ocupar certas posições e está proibido de se inscrever em determinadas formações discursivas esse silêncio impede a subjetividade e a possibilidade do sujeito se identificar pois muitas vezes o sentido está posto dado impedese o aparecimento de outros sentidos Obs não copiar essa explicação pois não é de minha autoria Texto base Autoria própria caso queira utilizar em algum momento A Análise do Discurso AD é uma abordagem teórica que investiga a linguagem como um instrumento de construção de significados e como um reflexo das relações de poder presentes na sociedade Através dessa perspectiva vários conceitos fundamentais emergem para compreender as nuances da comunicação verbal e escrita O discurso na AD não é apenas um conjunto de palavras mas um produto social e histórico carregado de ideologias e intenções Ele é moldado por contextos culturais políticos e sociais e é através dele que os sujeitos constroem suas identidades e expressam suas visões de mundo O sujeito é um componente central na AD pois é ele quem enuncia o discurso No entanto o sujeito não é uma entidade isolada mas é influenciado por relações de poder ideologias e formações discursivas presentes na sociedade As formas de manifestação do silêncio conforme exploradas por Eni Orlandi revelam como o nãodito também comunica significados e pode ser usado estrategicamente para controlar ou ocultar certos discursos A formação discursiva é um conceito que se refere a conjuntos de discursos que compartilham certas regras temas e modos de dizer Ela é influenciada pela ideologia e pelas condições históricas e sociais moldando a maneira como os discursos são produzidos e compreendidos em determinado contexto A formação imaginária por sua vez está relacionada à construção de sentidos que vão além do imediatamente presente Ela envolve a criação de representações mentais que influenciam a interpretação do discurso e permitem que significados simbólicos sejam atribuídos às palavras A memória discursiva referese à acumulação de discursos ao longo do tempo e como essa acumulação afeta a compreensão do presente Os discursos do passado continuam a exercer influência sobre como interpretamos os discursos atuais destacando a importância da historicidade na análise do discurso No cerne da fundamentação teórica da AD encontrase o conceito de silêncio O silêncio não é vazio mas sim repleto de significados latentes Ele pode ser utilizado como estratégia para ocultar discursos indesejados criar efeitos de sentido específicos ou permitir que ideologias subjacentes se manifestem nas entrelinhas Em suma a Análise do Discurso se baseia em uma interseção complexa de conceitos que exploram a natureza do discurso as influências ideológicas as relações de poder a memória e as formas de manifestação do silêncio Essa abordagem oferece uma compreensão profunda das nuances da linguagem e da comunicação revelando como os discursos moldam e são moldados pelo mundo ao nosso redor PANORAMIC SPRING ROLL Made of Range Vegetables Wrapped in Super Thin Rice Roll And Crispy Fried Served with Dip Source TK6 APPETIZER SOUP SALAD KIMCHI SOON DUBU MAIN COURSE SIDE DISHES BBQ All prices are subject to 10 service charge and prevailing government taxes AMERICAN DRAGON8817020 AMERICANDRAGONCOM 528 9666 69 Rajadamri Road Bangkok 10330 Thailand Tel 022545367 Fax 026541988 Email amerdngnairelinkcoth wwwamericandragoncom Breaker 2Sun 1130 am0230 pm MonFri 530 pm1130 pm Follow us Facebook Instagram Line americandragonrestaurant Remember to dispense your chopsticks before eating Vegetarian Chopped Dried Bean Curd D chopped Tofu Vegetable or Mushroom L MSG MSG free Your Feedback is Highly Appreciated Email feedbackamericandragoncom Thank You for dining with us 2 Manifestação do silêncio em Vidas Secas de Graciliano Ramos 21 O sentido do silêncio para a Análise do diacurso A análise do discurso AD é uma abordagem teórica que investiga a linguagem como um instrumento de construção de significados e com um reflexo das relações de poder presentes na sociedade Através dessa perspectiva vários conceitos fundamentais emergem para compreender as nuances da comunicação verbal e escrita uma vez que busca compreender as relações de poder identidades e significados subjacentes nas interações Sedo assim o discurso na AD não é apenas um conjunto de palavras mas um produto social e histórico carreado de ideologias e intenções isto é os sujeitos constroem suas identidades e expressam suas visões de mundo Nesse sentido o discurso é dentro da perspectiva da Análise do Discurso o lugar da materialidade tanto nas formações discursivas por sua vez presentificadas e particularidades pelas formações ideológicas quanto pela autonomia relativa a língua Machado 1997 p 189 Assim a AD assume um papel importante naquilo que se refere a conjunção da subjetividade e da conjectura discursiva considerando conceitos acerca do silêncio discurso e sujeito O sujeito é um componente central da AD pois é ele quem anuncia o discurso Entretanto o sujeito não pode ser visto como objeto isolado mas como aquele que é influenciado pela ideologia e formações discursivas presentes na sociedade Esse sujeito do discurso está inevitavelmente inserido em estruturas de poder e significados compartilhados pela sociedade que de acordo com Orlandi 2007 é preciso compreender que o sentido não está alocado em lugar nenhum mas que se produz nas relações interligadas sujeitos e sentidos no jogo das múltiplas formações discursivas Compreender o que é efeito de sentidos em suma é compreender a necessidade da ideologia na constituição dos sentidos e dos sujeitos É da relação regulada historicamente entre as muitas formações discursivas com seus muitos sentidos possíveis que se limitam reciprocamente que se constituem os diferentes efeitos de sentidos entre locutores Sem esquecer que os próprios locutores posições do sujeito não são anteriores à constituição desses efeitos mas se produzem com eles Orlandi 2007 p 14 A formação discursiva é um conceito que se refere a conjuntos de discursos que compartilham certas regras temas e modos de dizer Ela é influenciada pela ideologia e pelas condições históricas e sociais moldando a maneira como os discursos são produzidos e compreendidos em determinado contexto Portanto a formação discursiva passa a ser um conceitochave para o estudo da AD quando explora as estruturas ocultas uma vez que são desenvolvidas pelo o que foi dito e todo discurso se remete a um discurso já existente Dessa maneira o sentido só se produz no sujeito através de um processo imaginário instaurado pela ideologia na relação que interliga a linguagem pensamento e mundo Machado 1997 p 188 A formação imaginária por sua vez está relacionada à construção de sentidos que vão além do imediatamente presente Ela envolve a criação de representações mentais que influenciam a interpretação do discurso e permitem que significados simbólicos sejam atribuídos às palavras Por conseguinte o discurso materializa o contato entre o ideológico e o linguístico pois ela representa no interior da língua os efeitos das contradições ideológicas e manifesta a existência da materialidade linguística no interior da ideologia Orlandi 2007 p 15 A materialidade linguística está entrelaçada com a memória do sujeito pois é constituída por interdiscursos que cruzam a formação social e cultural acumulando discursos ao longo do tempo e como essa acumulação afeta a compreensão do presente Os discursos do passado continuam a exercer influência sobre como interpretamos os discursos atuais destacando a importância da historicidade na análise do discurso Por outro lado essas formações discursivas por vezes se divergem fazendo com que os sujeitos tenham receios e refletem sobre o que deve ser dito Nesse contexto surge o silêncio no cerne da fundamentação teórica da AD pois seu conceito refletese com o sentido que não são as palavras silenciadas que se guardam no segredo sem dizer O silêncio guarda um outro segredo que o movimento das palavras não atinge Orlandi 2007 p 46 O silêncio não é vazio mas sim repleto de significados latentes Ele pode ser utilizado como estratégia para ocultar discursos indesejados criar efeitos de sentido específicos ou permitir que ideologias subjacentes se manifestem nas entrelinhas como controle na produção do discurso É importante ressaltar que o nãodito muitas vezes não está somente do desejo de não falar mas como enfatiza Orlandi 2007 em seu livro As Formas do Silêncio que existe a possibilidade do silenciamento no qual se difere do silêncio em relação daquilo que está implícito mas quando se é colocado em silêncio o que o faz ser intrinsecamente ligado a relações de poder haja vista em contextos de desigualdades marcados por discursos de opressão que faz o silêncio ser imposto para o oprimido retirando seu direito de fala Logo o silêncio é dimensionado com o poder significar de múltiplas maneiras e também de haver tipos de silêncio com diferentes significados o faz objeto de exploração e reflexão de várias teorias a saber aquelas que se inscrevem na semiologia na psicanálise na filosofia na linguística como aqui estamos vendo Machado 1997 p 193 Logo é compreensível que o silêncio não significa um vazio nos sentidos e a linguagem não dá conta para aquilo que ela quer representar e o atravessamento das palavras faz do silêncio como fundador e as palavras estão presentes no dito e no nãodito ou seja há palavras no silêncio o que o faz ser também é explorado na AD Nessa relação no processo de significação do silêncio que Orlandi distingue o silencio Por isso distinguimos entre a o silêncio fundador aquele que existe nas palavras que significa o não dito e que dá espaço de recuo significante produzindo as condições para significar e b a política do silêncio que se subdivide em b 1 silêncio constitutivo o que nos indica que para dizer é preciso não dizer uma palavra apaga necessariamente as outras palavras e b 2 o silêncio local que se refere à censura propriamente àquilo que é proibido dizer em uma certa conjuntura Isso tudo nos faz compreender que estar no sentido com palavras e estar no sentido em silêncio são modos absolutamente diferentes entre si E isso faz parte da nossa forma de significar de nos relacionarmos com o mundo com as coisas e com as pessoas Em suma a Análise do Discurso se baseia em uma interseção complexa de conceitos que exploram a natureza do discurso as influências ideológicas as relações de poder a memória e as formas de manifestação do silêncio Essa abordagem oferece uma compreensão profunda das nuances da linguagem e da comunicação revelando como os discursos moldam e são moldados pelo mundo ao nosso redor 22 Sobre a Obra Dividido em treze capítulos a obra Vidas Secas do escritor Graciliano Ramos foi publicada em 1938 A escrita marcada pelo estilo regionalista o livro pertence a segunda fase do romantismo e é considerada uma das mais emblemáticas publicações dessa fase Em síntese o livro retrata sobre a trajetória da vida de uma família de retirantes nordestinos que são obrigados a migrarem por causa da seca uma vez que esse movimento traz uma projeção de um futuro menos dolorosos e sobrevivente O enredo se desenvolve a partir do discurso indireto livre ou seja a narrativa se desenvolve com a voz do narrador e das personagens além disso tratase de uma narrativa nãolinear simbolizando a incompletude na obra A obra tem como principais personagens a família de retirantes Fabiano Sinhá Vitória o filho mais novo filho mais velho e baleia a cachorra que em alguns momentos do livro é humanizada junto a inversão do homem que é colocado como bicho O livro busca demonstrar além da vida nômade da família de Fabiano a apresentação do espaço marcado pela escassez da chuva e dos problemas de políticas públicas isto é o livro apresenta a discussão socioeconômica Ademais no livro é produzido no discurso das personagens sentidos entre o dito e o não dito ou seja o silêncio e o silenciamento com elementos relevantes com um poder simbólico na construção dos sujeitos e dos discursos no desenrolar da narrativa 2 3 O movimento do silêncio em Vidas Secas Graciliano Ramos ao escrever Vidas Secas dribla a construção dos discursos das personagens com a quebra da padronização de que as palavras só fazem sentido se são ditas o que é comum no texto literário que apesar de ficcional o texto se aproxima do real e o silêncio no discurso dentro ou não dá ficção faz desse silenciar um poder dizer de outra forma Isto implica que o homem está condenado a significar Com ou sem palavras diante do mundo há uma injunção à interpretação tudo tem de fazer sentido qualquer que ele seja O homem está irremediavelmente constituído pela sua relação com o simbólico Orlandi 2007 p 19 O silenciamento traz um poder simbólico e entre as personagens da obra Fabiano apesar da vontade de saberfalar as palavras é quem mais tem carência sobre elas Critica do lugar social o qual a família de Fabiano é colocado faz do silenciamento um resultado da opressão e submissão fazendo com que a ausência da palavra não seja por um desejo de Fabiano sendo que o vocabulário dele era pequeno mas em hora de comunicabilidade enriqueciase com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira Ramos 2009 p 13 Nessa passagem notase que o desejo de Fabiano é um desejo que figurado no outro o seu Tomás passa a representas a ideologia e o sentido do discurso que se contemplam pela formação discursiva que Fabiano almeja De acordo com Ramos 2009 p 11 em Vidas Secas os sujeitos são dotados de incompletude já que a incompletude é uma propriedade dos sujeitos e a afirmação de suas identidades resultará da constante necessidade de completude A construção da narrativa é baseada na sensação da incompletude desde o corpo do texto por suas partes fragmentadas a vida das personagens incompletas a construção do dito e nãodito também passa a ser incompleto já que transfiguração pelo silênciosilenciamento causa ao leitor o estranhamento e a sensação de que algumas palavras poderiam ser ditas provocando no leitor o preenchimento dessa lacuna Outra vez estamos diante da questão da incompletude é a ideia de falta de falha o aspecto da incompletude do sentido e do sujeito da condição para a pluralidade do sentido e do próprio sujeito Essa é a base da polissemia a incompletude provocando a existência do múltiplo Machado 1997 p 194 Essa relação entre incompletude e silêncio em Vidas Secas são elementos que estão interligados pois o sentimento de que Fabiano tem o desejo sobre a palavra se torna espelho para o filho mais velho que também tem curiosidade de saber sobre elas assim como Sinhá Vitória que tem o sonho de uma vida melhor e baleia tratada muitas vezes de maneira humanizada também passa a ser um sujeito que sonha em um campo cheio de preás para que tenha uma felicidade completa É deste ponto que a incompletude na obra tem uma interrelação com o silêncio que o qual pode ser observados na materialidade discursiva Em conformidade com Ramos 2009 por meio da opacidade da linguagem o nãodizer na obra imprime várias formas de existir dos sentidos o qual constroem a significação do discurso pelo silêncio na obra e pela representação do silenciamento Fabiano e sua família são passados por o processo de zoomorficação Fabiano você é um homem exclamou em voz alta Olhou em torno com o receio de que fora os meninos alguém tivesse percebido a frase imprudente Corrigiua murmurando Você é bicho Fabiano Ramos 2013 p 9 A linguagem adotada por Graciliano Ramos ao aproximar as condições sociais que coloca o homem como bicho e que por muitas vezes a comunicação entre a família se dá através dos gestos e olhares sobretudo por Fabiano é nesse contexto que há esse aproximação entre o homem e o bicho pelo fato de que a comunicação entre a família é a mesma que baleia tem com eles Por outro lado a existência do silêncio como forma de discurso na interação das personagens aborda suas vozes reprimidas e suas falas não ditas No nosso imaginário e no contextohistóricosocial Orlandi 2007 discorre que um homem em silêncio é visto como aquele que não tem sentido e o ocupa um lugar subalterno entretanto o nãofalar não resume e significa que não há pensamento e introspecção Ao analisarmos os trechos a seguir o qual o narrador demonstra que apesar que Sinhá Vitória e Fabiano deseja falar e até mesmo gritar expressa que não é porque não falam que não pensam A manhã sem pássaros sem folhas e sem vento progredir num silêncio da morte A faixa vermelha desaparecera diluíramse no azul que enchia o céu Sinhá Vitória precisava falar Se ficasse calada seria como um pé de mandacaru secando morrendo Queria enganarse gritar dizer que era forte Ramos 2013 p 39 grifo nosso Sentiu vontade de gritar de anunciar muito alto que eles não prestavam para nada Ouviu uma voz fina Alguém no xadrez das mulheres chorava e arregaça as pulgas Rapariga da vida certamente de porta aberta Essa também não prestava para nada Fabiano queria berrar para a cidade inteira afirmar ao Doutor Juiz de Direito ao Delegado ao seu Vigário e aos cobradores da prefeitura que ali dentro ninguém prestava para nada Ele os homens ancorados o bêbado a mulher de pulgas tudo era lástima só servia para aguentar facão Era o que ele queria dizer Ramos 2013 p 36 grifo nosso O autor demonstra esse propósito da visibilidade do vazio do nãodizer e isto constitui uma posição submissa e a incompletude entre a linguagem e o homem traz como Orlandi 2007 ressalta o homem passa a ser condenado a significar assim o silêncio em Vidas Secas tem peso de tradição porque o sofrer é silenciador e ancestral e quiçá ligado à prosperidade Ramos 2009 p 22 Além disso o silêncio de Fabiano no trecho acima revela a opressão sofrida pela a ausência do uso da linguagem portanto ele não só demonstra o silêncio como também é posto em silenciamento Portanto o silêncio na obra é estrategicamente carregado de significados múltiplos e passa a ser uma condição necessária para haver dizer apesar que não é uma condição suficiente o que corresponde a uma forma direta da politica do silêncio Orlando 2007 O silenciamento de Fabiano no capítulo Cadeia assume um papel assujeitado que ao usar as palavras é censurado Para Orlandi 2007 p52 no autoritarismo não há reversibilidade possível no discurso isto é o sujeito não pode ocupar diferentes posições ele só pode ocupar o lugar que lhe é destinado para produzir os sentidos que lhe são proibidos A censura afeta de imediato a identidade do sujeitoOrlandi 2007 p 52 Fabiano utiliza as palavras aprendidas através do diálogos com seu Tomás mas utilizaas de forma forçado em respeito a soldado amarelo Isto é Vamos e não vamos Quer dizer Enfim contato etc Conforme Ramos 2009 p 20 O que demos traz a impossibilidade de Fabiano ao utilizar as palavras e a reprodução da sua formação e memória discursiva Assim sendo a análise do discurso traz o silêncio como importância fundamental da materialidade linguística respeitando o discurso pela sua dimensão simbólica A leitura de Vidas Secas se envolve com componentes e imagens que nos remetem a possíveis identificações com o cotidiano do povo nordestino e permite dessa forma uma leitura que relegue a um segundo plano as construções que envolvem apenas silêncio São reflexões de ordens discursivas que entremeiam as observações sobre a constitutividade do silêncio os sentidos representativos do conjunto histórico político econômico ideológico e social Ramos 2009 p 17 Portanto a obra demonstra que o silêncio atribuído pelo autor não limita ao seu sentido literal mas por seu múltiplos sentidos pelo víeis das manifestações discursivas Esse silêncio traz a possibilidade da criação da incompletude vivido pela família de Fabiano que representa uma trajetória ligado as condições da sobrevivência diária do nordestino que a única opção é sonhar com um futuro melhor O silêncio por fim revela a opressão o sofrimento a ilusão a injustiça o sofrimento pois o dito não daria conta do real REFERÊNCIAS MACHADO R F O movimento dos sentidos no silêncio Letras de Hoje S l v 32 n 1 2013 Disponível em httpsrevistaseletronicaspucrsbrojsindexphpfalearticleview15268 Acesso em 16 set 2023 ORLANDI E P As formas do silêncio no movimento dos sentidos UNICAMP Campinas 2007 RAMOS Graciliano Vidas Secas Record Rio de Janeiro 120 edição 2013 RAMOS Málter Dias O silêncio em Vida Secas 2009 86 f Dissertação Mestrado em Linguística Letras e Artes Universidade Federal de Uberlândia Uberlândia 2009