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Ciências Contábeis ·
Contabilidade Geral
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CPC12 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 12 Ajuste a Valor Presente Sumário Item Objetivo 1 3 Alcance 4 6 Mensuração 7 24 Diretrizes gerais 7 12 Risco e incerteza taxa de desconto 13 16 Relevância e confiabilidade 17 18 Custos x benefícios 19 20 Diretrizes mais específicas 21 24 Passivos não contratuais 25 28 Efeitos fiscais 29 30 Classificação 31 32 Divulgação 33 Anexo Objetivo 1 O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer os requisitos básicos a serem observados quando da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo quando da elaboração de demonstrações contábeis dirimindo algumas questões controversas advindas de tal procedimento do tipo a se a adoção do ajuste a valor presente é aplicável tãosomente a fluxos de caixa contratados ou se porventura seria aplicada também a fluxos de caixa estimados ou esperados b em que situações é requerida a adoção do ajuste a valor presente de ativos e passivos se no momento de registro inicial de ativos e passivos se na mudança da base de avaliação de ativos e passivos ou se em ambos os momentos c se passivos não contratuais como aqueles decorrentes de obrigações não formalizadas ou legais são alcançados pelo ajuste a valor presente CPC12 2 d qual a taxa apropriada de desconto para um ativo ou um passivo e quais os cuidados necessários para se evitarem distorções de cômputo e viés e qual o método de alocação de descontos juros recomendado f se o ajuste a valor presente deve ser efetivado líquido de efeitos fiscais 2 A utilização de informações com base no valor presente concorre para o incremento do valor preditivo da Contabilidade permite a correção de julgamentos acerca de eventos passados já registrados e traz melhoria na forma pela qual eventos presentes são reconhecidos Se ditas informações são registradas de modo oportuno à luz do que prescreve a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC em seus itens 26 e 28 obtêmse demonstrações contábeis com maior grau de relevância característica qualitativa imprescindível 3 Devese sempre atentar do mesmo modo para a confiabilidade outra característica qualitativa imprescindível prevista na citada Estrutura Conceitual em seus itens 31 e 32 Nesse particular o uso de estimativas e julgamentos acerca de eventos probabilísticos deve estar livre de viés As premissas os cálculos levados a efeito e os modelos de precificação utilizados devem ser passíveis de verificação por terceiros independentes o que requer que a custódia dessas informações seja feita com todo o zelo e sob condições ideais Para que terceiros independentes possam chegar a resultados similares ou aproximados daqueles produzidos pelo prestador da informação condição essencial para o atributo confiabilidade tornase imperativo que o processo na origem seja conduzido com total neutralidade Alcance 4 Este Pronunciamento trata essencialmente de questões de mensuração não alcançando com detalhes questões de reconhecimento É importante esclarecer que a dimensão contábil do reconhecimento envolve a decisão de quando registrar ao passo que a dimensão contábil da mensuração envolve a decisão de por quanto registrar A Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC em seu item 82 assim define reconhecimento Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço patrimonial ou à demonstração do resultado um item que se enquadre na definição de um elemento e que satisfaça os critérios de reconhecimento mencionados no item 83 Envolve a descrição do item a atribuição do seu valor e a sua inclusão no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado Os itens que satisfazem os critérios de reconhecimento devem ser registrados no balanço ou na demonstração do resultado A falta de reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas contábeis adotadas nem pelas notas ou material explicativo 5 Nesse sentido no presente Pronunciamento determinase que a mensuração contábil a valor presente seja aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos Apenas em certas situações excepcionais como a que é adotada numa renegociação de dívida em que novos termos são estabelecidos o ajuste a valor presente deve ser aplicado como se fosse nova medição de ativos e passivos É de se ressaltar que essas situações de nova medição de ativos e passivos são raras e são matéria para julgamento daqueles que preparam e auditam demonstrações contábeis visàvis Pronunciamentos específicos CPC12 3 6 É necessário observar que a aplicação do conceito de ajuste a valor presente nem sempre equipara o ativo ou o passivo a seu valor justo Por isso valor presente e valor justo não são sinônimos Por exemplo a compra financiada de um veículo por um cliente especial que por causa dessa situação obtenha taxa não de mercado para esse financiamento faz com que a aplicação do conceito de valor presente com a taxa característica da transação e do risco desse cliente leve o ativo no comprador a um valor inferior ao seu valor justo nesse caso prevalece contabilmente o valor calculado a valor presente inferior ao valor justo por representar melhor o efetivo custo de aquisição para o comprador Em contrapartida o vendedor reconhece a contrapartida do ajuste a valor presente do seu recebível como redução da receita evidenciando que nesse caso terá obtido um valor de venda inferior ao praticado no mercado Mensuração Diretrizes gerais 7 A questão mais relevante para a aplicação do conceito de valor presente nos moldes de Pronunciamento baseado em princípios como este não é a enumeração minuciosa de quais ativos ou passivos são abarcados pela norma mas o estabelecimento de diretrizes gerais e de metas a serem alcançadas Nesse sentido como diretriz geral a ser observada ativos passivos e situações que apresentarem uma ou mais das características abaixo devem estar sujeitos aos procedimentos de mensuração tratados neste Pronunciamento a transação que dá origem a um ativo a um passivo a uma receita ou a uma despesa conforme definidos no Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis deste CPC ou outra mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação financeira recebimento ou pagamento em data diferente da data do reconhecimento desses elementos b reconhecimento periódico de mudanças de valor utilidade ou substância de ativos ou passivos similares emprega método de alocação de descontos c conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente associado a um ativo ou a um passivo 8 Em termos de meta a ser alcançada ao se aplicar o conceito de valor presente devese associar tal procedimento à mensuração de ativos e passivos levandose em consideração o valor do dinheiro no tempo e as incertezas a eles associados Desse modo as informações prestadas possibilitam a análise e a tomada de decisões econômicas que resultam na melhor avaliação e alocação de recursos escassos Para tanto diferenças econômicas entre ativos e passivos precisam ser refletidas adequadamente pela Contabilidade a fim de que os agentes econômicos possam definir com menor margem de erro os prêmios requeridos em contrapartida aos riscos assumidos 9 Ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos devem ser mensurados pelo seu valor presente quando do seu reconhecimento inicial por ser este o valor de custo original dentro da filosofia de valor justo fair value Por isso quando aplicável o custo de ativos não monetários deve ser ajustado em contrapartida ou então a conta de receita despesa ou outra conforme a situação A esse respeito uma vez ajustado o item não CPC12 4 monetário não deve mais ser submetido a ajustes subseqüentes no que respeita à figura de juros embutidos Ressaltese que nem todo ativo ou passivo nãomonetário está sujeito ao efeito do ajuste a valor presente por exemplo um item não monetário que pela sua natureza não está sujeito ao ajuste a valor presente é o adiantamento em dinheiro para recebimento ou pagamento em bens e serviços 10 Quando houver Pronunciamento específico do CPC que discipline a forma pela qual um ativo ou passivo em particular deva ser mensurado com base no ajuste a valor presente de seus fluxos de caixa referido pronunciamento específico deve ser observado A regra específica sempre prevalece à regra geral Caso especial é o relativo à figura do Imposto de Renda Diferido Ativo e à do Imposto de Renda Diferido Passivo objeto de Pronunciamento Técnico específico mas que conforme previsto nas Normas Internacionais de Contabilidade não são passíveis de ajuste a valor presente o que deve ser observado desde a implementação deste Pronunciamento 11 Com relação aos empréstimos e aos financiamentos subsidiados cabem as considerações a seguir Por questões das mais variadas naturezas não há mercado consolidado de dívidas de longo prazo no Brasil ficando a oferta de crédito ao mercado em geral com essa característica de longo prazo normalmente limitada a um único ente governamental Assim excepcionalmente até que surja um efetivo mercado competitivo de crédito de longo prazo no Brasil passivos dessa natureza e ativos correspondentes no credor não estão contemplados por este Pronunciamento como sujeitos à aplicação do conceito de valor presente por taxas diversas daquelas a que tais empréstimos e financiamentos já estão sujeitos Não estão abrangidas nessa exceção operações de longo prazo mesmo que financiadas por entes governamentais que tenham características de subvenção ou auxílio governamental tratadas no Pronunciamento Técnico CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais 12 Outra questão relevante para fins de mensuração diz respeito à forma pela qual devem ser alocados em resultado os descontos advindos do ajuste a valor presente de ativos e passivos juros A abordagem corrente deve ser eleita como método de alocação de descontos por apresentar uma informação de qualidade a um custo desprezível para sua obtenção Por essa sistemática vale dizer deve ser utilizada para desconto a taxa contratual ou implícita para o caso de fluxos de caixa não contratuais e uma vez aplicada deve ser adotada consistentemente até a realização do ativo ou liquidação do passivo Risco e incerteza taxa de desconto 13 Ao se utilizarem para fins contábeis informações com base no fluxo de caixa e no valor presente incertezas inerentes são obrigatoriamente levadas em consideração para efeito de mensuração conforme já salientado em itens anteriores deste Pronunciamento Do mesmo modo o preço que participantes do mercado estão dispostos a cobrar para assumir riscos advindos de incertezas associadas a fluxos de caixa ou em linguagem de finanças o prêmio pelo risco deve ser igualmente avaliado Ao se ignorar tal fato há o concurso para a produção de informação contábil incompatível com o que seria uma representação adequada da realidade imperativo da Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC tratado nos seus itens 33 e 34 Por outro lado não são admissíveis ajustes arbitrários para prêmios por risco mesmo com a justificativa de quase impossibilidade de se angariarem informações de participantes de mercado pois assim procedendo é trazido viés para a mensuração CPC12 5 14 Em muitas situações não é possível se chegar a uma estimativa confiável para o prêmio pelo risco ou em sendo possível o montante estimado pode ser relativamente pequeno se comparado a erros potenciais nos fluxos de caixa estimados Nesses casos excepcionalmente o valor presente de fluxos de caixa esperados pode ser obtido com a adoção de taxa de desconto que reflita unicamente a taxa de juros livre de risco desde que com ampla divulgação do fato e das razões que levaram a esse procedimento 15 Não obstante em geral os participantes de mercado são qualificados como tendo aversão a riscos ou aversão a perdas e procuram compensações para assunção desses riscos Em última análise o objetivo de se incluir incerteza e risco na mensuração contábil é replicar na extensão e na medida possível o comportamento do mercado no que concerne a ativos e passivos com fluxos de caixa incertos Por hipótese um ativo com fluxo de caixa certo para 5 anos de 10000 título público emitido pelo Tesouro de país desenvolvido por exemplo e outro título com fluxo de caixa incerto para 5 anos de 10000 teriam avaliações distintas por parte do mercado Um participante racional estaria disposto a pagar no máximo 6806 1 08 5 10000 pelo primeiro título caso a taxa de juros livre de risco fosse de 8 aa ao passo que para o segundo pagaria um preço bem inferior ajustado por incertezas na realização do fluxo e pelo prêmio requerido para compensar tais incertezas 16 A tarefa de calcular riscos não é das mais simples Por outro lado a teoria das finanças oferece alguns modelos que apesar de suas limitações todo modelo tem a sua podem ser utilizados para tal fim Modelos econométricos parcimoniosos puramente estatísticos podem ser do mesmo modo adotados desde que suportados por premissas economicamente válidas e reconhecidos no mercado Equipe multidisciplinar de profissionais pode ser requerida em determinadas circunstâncias na execução dessa tarefa Relevância e confiabilidade 17 Conforme já abordado nos itens 2 e 3 deste Pronunciamento a adoção pela Contabilidade de informações com base no valor presente de fluxo de caixa inevitavelmente provoca discussões em torno de suas características qualitativas relevância e confiabilidade Emitir juízo de valor acerca do balanceamento ideal de uma característica em função da outra caso a caso deve ser um exercício recorrente para aqueles que preparam e auditam demonstrações contábeis Do mesmo modo o julgamento da relevância do ajuste a valor presente de ativos e passivos de curto prazo deve ser exercido por esses indivíduos levando em consideração os efeitos comparativos antes e depois da adoção desse procedimento sobre itens do ativo do passivo do patrimônio líquido e do resultado 18 Objetivamente sob determinadas circunstâncias a mensuração de um ativo ou um passivo a valor presente pode ser obtida sem maiores dificuldades caso se disponha de fluxos contratuais com razoável grau de certeza e de taxas de desconto observáveis no mercado Por outro lado pode ser que em alguns casos os fluxos de caixa tenham que ser estimados com alto grau de incerteza e as taxas de desconto tenham que ser obtidas por modelos voltados a tal fim O peso dado para a relevância nesse segundo caso é maior que o dado para a confiabilidade uma vez que não seria apropriado apresentar informações com base em fluxos nominais Conforme seja o caso a abordagem tradicional ou de fluxo de caixa esperado deve ser eleita como técnica para cômputo do ajuste a valor presente CPC12 6 Custos x benefícios 19 Na elaboração de demonstrações contábeis utilizando informações com base no fluxo de caixa e no valor presente é importante ter em mente o que orienta a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC em seu item 44 a seguir reproduzido O equilíbrio entre o custo e o benefício é uma limitação de ordem prática ao invés de uma característica qualitativa Os benefícios decorrentes da informação devem exceder o custo de produzila A avaliação dos custos e benefícios é entretanto em essência um exercício de julgamento Além disso os custos não recaem necessariamente sobre aqueles usuários que usufruem os benefícios Os benefícios podem também ser aproveitados por outros usuários além daqueles para os quais as informações foram preparadas Por exemplo o fornecimento de maiores informações aos credores por empréstimos pode reduzir os custos financeiros da entidade Por essas razões é difícil aplicar o teste de custobenefício em qualquer caso específico Não obstante os órgãos normativos em especial assim como os elaboradores e usuários das demonstrações contábeis devem estar conscientes dessa limitação 20 Assim a depender do conjunto de informações disponíveis e do custo de obtêlas a entidade pode ou não traçar múltiplos cenários para estimar fluxos de caixa pode ou não recorrer a modelos econométricos mais sofisticados para chegar a uma taxa de desconto para um dado período pode ou não recorrer a modelos de precificação mais sofisticados para mensurar seus ativos eou passivos pode ou não adotar um método ou outro de alocação de juros Importante salientar que os custos a serem incorridos para obtenção da informação são mais objetivamente identificáveis ao passo que os benefícios não o são nesse mesmo nível Mas uma informação prestada pode alcançar inúmeros usuários e gerar por vezes benefícios por mais de um exercício social ao passo que o custo de produzila é incorrido em um único momento Ademais podem ocorrer ganhos em termos de eficiência à medida em que dita informação vai sendo prestada com maior freqüência Diretrizes mais específicas 21 Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo ou de curto prazo quando houver efeito relevante devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais 22 A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial pro rata die a partir da origem de cada transação sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam 23 As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras a não ser que a entidade possa devidamente fundamentar que o financiamento feito a seus clientes faça parte de suas atividades operacionais quando então as reversões serão apropriadas como receita operacional Esse é o caso por exemplo quando a entidade opera em dois segmentos distintos i venda de produtos e serviços e ii financiamento das vendas a prazo e desde que CPC12 7 sejam relevantes esse ajuste e os efeitos de sua evidenciação 24 Devem ser utilizados no que for aplicável e não conflitante os conceitos as análises e as especificações sobre ajuste a valor presente especialmente sobre elaboração de fluxos de caixa estimados e definição de taxas de desconto contidas no Pronunciamento Técnico CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos inclusive no seu Anexo Subsídios também podem ser obtidos no item 36 do Pronunciamento Técnico CPC 14 Instrumentos Financeiros Reconhecimento Mensuração e Evidenciação Passivos não contratuais 25 Passivos não contratuais são aqueles que apresentam maior complexidade para fins de mensuração contábil pelo uso de informações com base no valor presente Fluxos de caixa ou séries de fluxos de caixa estimados são carregados de incerteza assim como são os períodos para os quais se tem a expectativa de desencaixe ou de entrega de produtoprestação de serviço Logo muito senso crítico sensibilidade e experiência são requeridos na condução de cálculos probabilísticos Pode ser que em determinadas situações a participação de equipe multidisciplinar de profissionais seja imperativo para execução da tarefa 26 O reconhecimento de provisões e passivos está disciplinado no ambiente contábil brasileiro São contempladas as obrigações legais e as não formalizadas estas últimas também denominadas pela Teoria Contábil Normativa como obrigações justas ou construtivas que nada mais são do que espécies do gênero passivo não contratual Obrigações justas resultam de limitações éticas ou morais e não de restrições legais Já as obrigações construtivas decorrem de práticas e costumes Garantias concedidas a clientes discricionariamente assistência financeira freqüente a comunidades nativas situadas em regiões nas quais sejam desenvolvidas atividades econômicas exploratórias entre outros são alguns exemplos 27 O desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos contratuais quer se trate de passivos não contratuais sendo que a taxa de desconto necessariamente deve considerar o risco de crédito da entidade Quando da edição de norma que dê legitimidade à aplicação do conceito de ajuste a valor presente como é o caso deste Pronunciamento Técnico a técnica deve ser aplicada a todos os passivos inclusive às provisões 28 A obrigação para retirada de serviço de ativos de longo prazo qualificada pela literatura como Asset Retirement Obligation ARO é um exemplo de passivo não contratual já observado em companhias que atuam no segmento de extração de minérios metálicos de petróleo e termonuclear ajustandoo a valor presente Efeitos fiscais 29 Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos a taxa a ser aplicada não deve ser líquida de efeitos fiscais e sim antes dos impostos 30 No tocante às diferenças temporárias observadas entre a base contábil e fiscal de ativos e passivos ajustados a valor presente essas diferenças temporárias devem receber o tratamento requerido pelas regras contábeis vigentes para reconhecimento e mensuração de imposto de renda e contribuição social diferidos CPC12 8 Classificação 31 Na classificação dos itens que surgem em decorrência do ajuste a valor presente de ativos e passivos quer seja em situações de reconhecimento inicial quer seja nos casos de nova medição dentro da filosofia do valor justo deve ser observado o que prescreve a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis do CPC em seu item 35 ao tratar da questão da primazia da essência sobre a forma 32 A operação comercial que se caracterize como de financiamento nos termos do item 7 deste Pronunciamento deve ser reconhecida como tal sendo que o valor consignado na documentação fiscal que serve de suporte para a operação deve ser adequadamente decomposto para efeito contábil Juros embutidos devem ser expurgados do custo de aquisição das mercadorias e devem ser apropriados pela fluência do prazo É importante relembrar que o ajuste de passivos por vezes implica ajuste no custo de aquisição de ativos É o caso por exemplo de operações de aquisição e de venda a prazo de estoques e ativo imobilizado posto que juros imputados nos preços devem ser expurgados na mensuração inicial desses ativos Divulgação 33 Em se tratando de evidenciação em nota explicativa devem ser prestadas informações mínimas que permitam que os usuários das demonstrações contábeis obtenham entendimento inequívoco das mensurações a valor presente levadas a efeito para ativos e passivos compreendendo o seguinte rol não exaustivo a descrição pormenorizada do item objeto da mensuração a valor presente natureza de seus fluxos de caixa contratuais ou não e se aplicável o seu valor de entrada cotado a mercado b premissas utilizadas pela administração taxas de juros decompostas por prêmios incorporados e por fatores de risco riskfree risco de crédito etc montantes dos fluxos de caixa estimados ou séries de montantes dos fluxos de caixa estimados horizonte temporal estimado ou esperado expectativas em termos de montante e temporalidade dos fluxos probabilidades associadas c modelos utilizados para cálculo de riscos e inputs dos modelos d breve descrição do método de alocação dos descontos e do procedimento adotado para acomodar mudanças de premissas da administração e propósito da mensuração a valor presente se para reconhecimento inicial ou nova medição e motivação da administração para levar a efeito tal procedimento f outras informações consideradas relevantes ANEXO O presente anexo fornece orientação sobre o ajuste a valor presente mas não é parte integrante do CPC12 9 Pronunciamento Perguntas e respostas sobre Ajuste a Valor Presente AVP Introdução Este anexo foi elaborado com base neste Pronunciamento e em textos encontrados nas normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board IASB sobre o tema Ajuste a Valor Presente AVP IAS 12 IAS 18 IAS 39 etc O objetivo é refletir sobre algumas das principais discussões existentes sobre o tema com base nas mencionadas normas 1 Qual a diferença entre AVP e valor justo Resposta Para responder a essa pergunta é necessário entender o conceito de valor justo conforme expressão da Lei das Sociedades por Ações após modificações introduzidas pela Lei nº 1163807 e Medida Provisória nº44908 e valor presente de acordo com as definições a seguir transcritas retiradas do glossário das normas internacionais de contabilidade Valor justo fair value é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado ou um passivo liquidado entre partes interessadas conhecedoras do negócio e independentes entre si com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória Valor presente present value é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro no curso normal das operações da entidade Com base nessas definições devemos distinguir AVP de valor justo da seguinte forma AVP tem como objetivo efetuar o ajuste para demonstrar o valor presente de um fluxo de caixa futuro Esse fluxo de caixa pode estar representado por ingressos ou saídas de recursos ou montante equivalente por exemplo créditos que diminuam a saída de caixa futuro seriam equivalentes a ingressos de recursos Para determinar o valor presente de um fluxo de caixa três informações são requeridas valor do fluxo futuro considerando todos os termos e as condições contratados data do referido fluxo financeiro e taxa de desconto aplicável à transação Valor justo tem como primeiro objetivo demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou passivo na impossibilidade disso demonstrar o provável valor que seria o de mercado por comparação a outros ativos ou passivos que tenham valor de mercado na impossibilidade dessa alternativa também demonstrar o provável valor que seria o de mercado por utilização do ajuste a valor presente dos valores estimados futuros de fluxos de caixa vinculados a esse ativo ou passivo finalmente na impossibilidade dessas alternativas pela utilização de fórmulas econométricas reconhecidas pelo mercado Vêse pois que em algumas circunstâncias o valor justo e o valor presente podem coincidir As práticas contábeis adotadas no Brasil e o padrão internacional de contabilidade International Financial Reporting Standards IFRS estabelecem a necessidade de apresentar na database de cada balanço determinados ativos e passivos por seu justo bem como determinados ativos e CPC12 10 passivos ajustados a valor presente Esse aspecto é bem caracterizado na norma internacional para registro e mensuração de ativos e passivos financeiros IAS 39 inclusive as contas a receber relativas a vendas IAS 18 e ativos de longo prazo destinados à venda IFRS 5 entre outros Com as alterações na Lei das Sociedades por Ações Lei nº 640476 introduzidas pela Lei nº 1163807 e Medida Provisória nº 44908 a prática contábil adotada no Brasil aproximase e em alguns casos se iguala ao padrão internacional no momento da edição deste documento Apesar das diferenças existentes entre os conceitos ainda podem existir dúvidas na aplicação prática do valor justo e do valor presente até mesmo em sua diferenciação Assim o exemplo ilustrativo a seguir apresentado objetiva a elucidar a questão Cenário a entidade efetua uma venda a prazo no valor de 10000 mil para receber o valor em parcela única com vencimento em cinco anos Caso a venda fosse efetuada à vista de acordo com opção disponível o valor da venda teria sido de 6210 mil o que equivale a um custo financeiro anual de 10 Verificase que essa taxa é igual à taxa de mercado na data da transação No primeiro momento a transação deve ser contabilizada considerando o seu valor presente cujo montante de 6210 mil é registrado como contas a receber em contrapartida de receita de vendas pelo mesmo montante Notase que nesse primeiro momento o valor presente da transação é equivalente a seu valor de mercado ou valor justo fair value No caso de aplicação da técnica de ajuste a valor presente passado o primeiro ano o reconhecimento da receita financeira deve respeitar a taxa de juros da transação na data de sua origem ou seja 10 ao ano independentemente da taxa de juros de mercado em períodos subseqüentes Assim depois de um ano o valor das contas a receber para fins de registros contábeis será de 6830 mil independentemente de variações da taxa de juros no mercado Ao fim de cada um dos cinco exercícios a contabilidade deverá refletir os seguintes efeitos Ano mil Valor Juros taxa efetiva Saldo atualizado 1 6210 620 6830 2 6830 683 7513 3 7513 751 8264 4 8264 827 9091 5 9091 909 10000 A aplicação da técnica de marcação a mercado apenas para fins de referência e comparação poderia ser ilustrada com uma situação na qual a taxa de juros saísse de 10 ao ano no momento inicial da transação para 15 ao ano no fim do primeiro ano Nessa situação o valor justo das contas a receber calculado mediante o ajuste a valor presente nessa nova data e com a atual condição de mercado seria de 5718 mil 10000 mil1154 ou seja seu valor justo no fim do primeiro ano é bem inferior ao valor contabilizado com base na técnica do ajuste a valor presente Dessa forma embora no momento inicial o valor presente e o valor justo de uma operação sejam normalmente iguais com o passar do tempo esses valores não guardam necessariamente nenhum tipo de relação Enquanto o valor presente tem relação com a taxa de juros específica intrínseca do contrato considerando as condições na data de sua origem o valor justo pode sofrer alterações com o passar do tempo em decorrência de condições do mercado taxas de juros e outros fatores que apenas devem ser consideradas nos casos em que for aplicável o reconhecimento de um saldo pelo seu valor justo Independentemente disso sempre que na data de cada balanço como na tabela CPC12 11 anterior o valor contábil for diferente do valor justo Devese atentar para as disposições legais e normativas sobre a aplicação de um e outro conceito Mas em caso de discrepância como no exemplo dado em função da relevância da diferença pode ser necessário que essa informação deva ser divulgada nas notas explicativas 2 Caso seja aplicável o conceito do AVP a uma transação em que momento deverá ser contabilizado Quais os reflexos contábeis depois do registro inicial de uma transação a seu valor presente Resposta Conforme discutido na Questão 1 anterior o AVP deve ser calculado no momento inicial da operação considerando os fluxos de caixa da correspondente operação valor data e todos os termos e as condições contratados bem como a taxa de desconto aplicável à transação na data de sua ocorrência A dúvida surge em relação aos efeitos contábeis depois do registro inicial da operação transcorridos meses ou anos depois da data inicial da transação O presente Pronunciamento e as normas internacionais apresentam o método que deve ser utilizado para refletir tais efeitos nas do IASB isso aparece em diversas normas IAS 17 Leases IAS 18 Revenue e IAS 39 Financial Instruments Recognition and Measurement entre outros Essas normas e este Pronunciamento prevêem a adoção do método de taxa efetiva de juros no registro inicial da operação Assim os juros embutidos na operação receita ou despesa financeira devem ser contabilizados de acordo com a taxa efetiva de juros relacionada à transação vide também exemplo na Questão 1 Notase que o mecanismo do AVP não pode mudar o valor contratado entre as partes Se o título ou contrato prevê um valor para determinada data ele precisa estar contabilizado por esse montante nessa data No exemplo anteriormente visto previase que o valor depois de cinco anos seria de 10000 mil assim a apropriação dos juros deverá restabelecer esse valor até a data do vencimento 3 Como deve ser definida a taxa de juros para fins de cálculo do AVP Resposta Há operações cuja taxa de juros é explícita por exemplo descrita e conhecida no contrato da operação ou implícita por exemplo desconhecida mas embutida na precificação inicial da operação pela entidade no ato da compra ou da venda Em ambos os casos é necessário utilizar uma taxa de desconto que reflita juros compatíveis com a natureza o prazo e os riscos relacionados à transação levandose em consideração ainda as taxas de mercado praticadas na data inicial da transação entre partes conhecedoras do negócio que tenham a intenção de efetuar a transação e em condições usuais de mercado Nos casos em que a taxa é explícita o processo de avaliação passa por uma comparação entre a taxa de juros da operação e a taxa de juros de mercado na data da origem da transação Nos casos em que a taxa estiver implícita é necessário estimar a taxa da transação considerando as taxas de juros de mercado conforme anteriormente mencionado Mesmo nos casos em que as partes afirmem que os valores à vista e a prazo são os mesmos o AVP deve ser calculado e se relevante registrado Por definição valor presente é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro Para algumas entidades por exemplo varejistas não é praticável efetuar uma análise detalhada prazo riscos etc de cada transação e nesses casos a taxa mais evidente para o cálculo do AVP é a própria taxa utilizada pela tesouraria da entidade para determinação das condições e dos preços a serem praticados De acordo com o mencionado no parágrafo anterior a menos que a taxa definida pela tesouraria e utilizada em determinada operação a prazo seja claramente fora de um padrão de CPC12 12 mercado para a indústria ou o tipo de atividade essa taxa é adequada para desconto a valor presente A fim de ilustrar essa discussão vejase o cenário a seguir Cenário uma entidade apresenta as seguintes operações a Venda com prazo de 12 meses para a qual a entidade normalmente cobra juros de 10 ao ano considerando os riscos relacionados com prazos mais elevados b Venda com prazo de 6 meses para a qual a entidade cobra juros de 6 ao ano considerando que o risco é relativamente inferior ao de uma venda com prazo de 12 meses Observação esses juros são claramente evidenciados pela entidade na aplicação de descontos para pagamentos antecipados os valores são faturados de acordo com o valor a receber no vencimento final da operação c Contas a receber oriundas de venda de ativo imobilizado com garantia real do próprio ativo com vencimento em um prazo de 18 meses cuja taxa de juros embutida na operação foi de 5 ao ano Considerando o cenário apresentado observase que para diferentes situações em uma mesma entidade a taxa de juros utilizada como base para o cálculo do valor presente pode ser diferente Dessa forma deve ser efetuada análise da transação em si na data em que ocorreu e não na data do fechamento do balanço ver Questão 1 anterior para fins de determinação da adequada taxa de juros a ser utilizada no cálculo do AVP e sua recomposição subseqüente Algumas considerações de custo versus benefício podem ser adequadas na avaliação e na definição de taxa de juros Todavia cabe ressaltar que o uso de taxa de juros única para todas as transações que envolvem ativos e passivos não é em geral um procedimento aceitável embora se possa admitir o uso de uma única taxa para um grupo de ativos e passivos com características semelhantes por exemplo uma única taxa de juros para todo o grupo de contas a receber e uma única taxa para todo o grupo de fornecedores em que esse uso reflete de fato a taxa de juros usualmente aplicável 4 Os arts 183 e 184 da Lei das Sociedades por Ações alterados pela Lei nº 1163807 e Medida Provisória nº 44908 fazem referência a elementos de ativos e passivos da entidade Como esses artigos interagem com a apuração do resultado de uma entidade Resposta Embora a nova redação da Lei mencione claramente os ajustes para saldos de ativos e passivos esses ajustes têm relação direta com as transações de compra e venda que envolvem preponderantemente as contas do resultado do exercício por exemplo AVP de transação de vendas e o respectivo saldo das contas a receber Nesse caso considerando que o reflexo do AVP de determinado saldo ativo ou passivo tenha contrapartida direta em conta do resultado do exercício o AVP também afeta essas linhas do resultado que é o caso específico da receita bruta versus o registro do saldo de contas a receber Para ilustrar essa questão vejase o cenário a seguir Cenário operação de venda com prazo de seis meses para recebimento com as seguintes CPC12 13 características Venda com prazo de seis meses 100 com ICMS de 10 10 Venda a vista 80 com ICMS de 10 8 Observese que o AVP guarda relação com a operação de financiamento das contas a receber em seu todo 100 e não somente sobre o saldo depois de deduzidos os impostos a recuperar A entidade ao conceder prazo para o recebimento está financiando o cliente Nesse caso a base para o cálculo do AVP é o valor que está sendo financiado ou seja o valor total da nota fiscal 100 No exemplo anterior assumindo que uma boa referência do valor presente da transação seja o valor de venda a vista a contabilização da transação a prazo ficaria da seguinte forma a No vendedor Débito Contas a receber 80 Crédito Receita de vendas 80 Débito Despesa com ICMS 1 10 Crédito ICMS a pagar 10 Com o passar do tempo a diferença 20 entre o valor presente das contas a receber 80 e o valor que será recebido no final de seis meses 100 é apropriada ao resultado do período como receita financeira utilizando o método da taxa efetiva de juros b No comprador No lado do comprador ao contrário do vendedor a taxa de juros imputada pelos seus fornecedores não é conhecida e a tarefa de determinação de qual taxa utilizar se torna mais complexa mas deve ser estimada tomandose por base a carteira de fornecedores como um todo Débito Estoques 70 Débito ICMS a recuperar 10 Crédito Contas a pagar Fornecedores 80 A diferença 20 entre o valor presente das contas a pagar 80 e o valor que será pago no final de seis meses 100 é apropriada ao resultado do período como despesa financeira utilizando o método da taxa efetiva de juros 1 há discussão quanto à necessidade de reclassificar no caso do vendedor a parcela do ICMS calculada sobre os juros embutidos na operação para o resultado financeiro comercial Se por um lado a justificativa de não efetuar o desconto a valor presente para o ICMS decorre do fato de este ser utilizado para apuração já no próprio mês da transação por outro essa reclassificação parte do pressuposto de que o ICMS incide também sobre os juros embutidos em uma operação de venda financiada Esse aspecto também deve ser avaliado levandose em consideração a materialidade dos montantes envolvidos CPC12 14 Essa questão da reclassificação da parcela do ICMS calculada sobre os juros embutidos na operação para o resultado financeiro comercial altera o lucro bruto o resultado financeiro e também o LAJIDA ou EBITDA na sigla em inglês se a entidade faz uso dessa medida não contábil Dessa forma essa questão pode ser relevante para algumas entidades Qualquer que seja o método utilizado ele deve ser divulgado em nota explicativa para melhor entendimento do usuário das demonstrações contábeis e aplicado de maneira uniforme ao longo dos exercícios O quadro a seguir ilustra esses efeitos depois de decorrido todo o período desde a venda até o recebimento com apropriação dos juros no prazo da transação ICMS sem segregação ICMS com segregação entre a parcela sobre venda e a parcela sobre receita financeira Receita de vendas 80 Deduções de vendas ICMS 10 CPV 50 Lucro bruto 20 Receita financeira 20 Lucro antes do IRCS 40 Receita de vendas 80 Deduções de vendas ICMS 8 CPV 50 Lucro bruto 22 Receita financeira 20 ICMS sobre receita financeira 2 Lucro antes do IRCS 40 Esse mesmo conceito é aplicável para os demais tributos incidentes sobre venda tais como IPI PIS e COFINS Para algumas entidades a diferença 20 entre o valor presente das contas a receber 80 e o valor que será recebido no final de seis meses 100 poderá ser apropriada como receita financeira comercial no mesmo grupo que as receitas de vendas em lugar de receita financeira desde que a entidade demonstre que o financiamento feito a seus clientes faça parte de seus negócios e que opera com por exemplo dois segmentos i venda de produtos e serviços e ii financiamento das vendas a prazo Essa demonstração poderá ser evidenciada por meio da combinação de algumas das seguintes circunstâncias na entidade eou por ocasião da preparação das demonstrações contábeis a atividade financeira é parte de seus negócios previsão da atividade de financiamento no estatuto da entidade organização e condução da atividade de financiamento como um segmento operacional distinto portfólio de serviços como oferta de crédito pessoal e outros serviços correlatos a todos os seus clientes etc Observada essa situação os custos financeiros com terceiros decorrentes dos passivos tais como fornecedores e financiamentos utilizados como funding para sustentar a carteira de valores a receber de clientes deverão também compor o custo das receitas com vendas para uma adequada apuração da margem bruta Nesses casos tanto a receita quanto o custo devem ser apresentados por segmento de negócios 5 Transação de venda com vencimentos em 30 60 ou 90 dias prazos normalmente aplicados pela entidade deve ser contabilizada considerando o AVP conforme anteriormente descrito Resposta Considerando a busca da convergência com as normas internacionais é importante observar o que estabelece o IAS 18 que trata do registro de receitas 9 A receita deve ser mensurada pelo valor justo do montante recebido ou a receber CPC12 15 10 O montante da receita proveniente de uma transação é usualmente determinado por acordo entre a entidade e o comprador ou o usuário do ativo É mensurada pelo valor justo do montante recebido ou a receber levando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais ou abatimentos concedidos pela entidade 11 Na maior parte dos casos o pagamento é em caixa ou equivalente e a receita é a quantia em caixa ou equivalente recebido ou a receber Porém quando o ingresso do caixa ou equivalente de caixa for diferido o valor justo pode ser menor do que a quantia nominal de caixa a receber Por exemplo uma entidade pode conceder crédito sem juros ao comprador ou aceitar do comprador um título a receber com taxa de juros inferior à do mercado em pagamento pela venda dos bens Quando a transação se constitui efetivamente em uma transação de financiamento o valor justo do recebível é determinado descontandose todos os recebimentos futuros usando uma taxa de juros imputada A taxa de juros imputada é a que for mais claramente determinável entre as seguintes a a taxa prevalecente de instrumento similar de emitente com classificação rating de crédito similar ou b uma taxa de juros que desconte o valor nominal do instrumento para o preço de venda corrente dos bens ou serviços Grifos nossos Pelo destacado o AVP é aplicável para operações que possam ser consideradas como atividades de financiamento e não para operações que são liquidadas em curto espaço de tempo cujo efeito não seja material Em geral quando aplicável o AVP será calculado com a taxa de juros que possa estar embutida nas operações Um exemplo mas não limitado a de evidência da existência ou não de juros é a concessão de descontos financeiros descontos dados depois das vendas para pagamento antes do prazo de vencimento estipulado ou a existência de tabela de preços distinta para pagamentos à vista O desconto aqui mencionado está relacionado ao aspecto financeiro da transação e não ao desconto comercial eventual concedido O desconto condicionado a aspectos comerciais deve ser registrado como redutor da venda Em muitos casos a entidade concede normalmente prazos para pagamento da fatura Esse prazo pode ser considerado como parte das condições comerciais normais ou inerentes das operações da entidade sem que isso leve à caracterização de uma atividade de financiamento Em outros casos mesmo que não sejam concedidos descontos financeiros as operações são efetuadas para prazos maiores Isso representa na essência uma atividade de financiamento por exemplo entidades de varejo e de incorporação imobiliária e nessa situação é aplicável o conceito do AVP A aplicação do conceito de AVP nas transações de vendas deve considerar os conceitos do IAS 18 e também os princípios da Lei das Sociedades por Ações ambos na mesma direção Segundo o inciso VIII do art 183 e o inciso III do art 184 da Lei das Sociedades por Ações com a nova redação dada pela Lei nº 1163807 e Medida Provisória nº 44908 os elementos decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente objetivo principal e os demais ajustados quando houver efeito relevante Uma avaliação criteriosa desse aspecto é importante levandose em consideração as taxas de juros praticadas no Brasil Como referência a taxa de juros em um grande número de países pode girar em torno de 2 ao ano ou até menos No caso do Brasil financiamentos de varejo podem utilizar taxas próximas ou acima de 2 ao mês Desse modo um padrão que pode ser considerado razoável CPC12 16 para fins internacionais por exemplo 90 dias ou até um ano pode não ser adequado para transações realizadas no Brasil dependendo das taxas de juros que tenham sido embutidas nessas transações e da situação específica de cada entidade Por exemplo uma entidade que tenha um giro rápido em seus estoques e prazos curtos tanto para as contas a receber quanto para as contas a pagar a fornecedores pode apresentar efeitos não relevantes quando aplicar o conceito do AVP Por outro lado se a entidade financia seus clientes sem o financiamento de fornecedores os valores podem ser eventualmente relevantes conforme os prazos e as taxas de juros praticados A decisão e a avaliação da entidade para não registrar contabilmente o AVP de saldos a receber ou a pagar devem estar documentadas com os cálculos e os efeitos dos respectivos valores a fim de fundamentar a correspondente conclusão Adicionalmente a prática contábil devem ser adotada de forma consistente ao longo dos exercícios e divulgada em nota explicativa às demonstrações contábeis 6 É aceitável avaliar a necessidade e aplicar o AVP somente para transações que apresentem saldos em aberto nas datas dos balanços Resposta Não A aplicação do conceito de AVP é feita na data da transação Mesmo que o saldo gerador do AVP não esteja mais em aberto pode haver efeitos relevantes entre as linhas da demonstração do resultado vide quadro da Questão 4 Isso é relevante nas entidades que financiam seus clientes e que trabalham com margens pequenas bem como nas situações ou transações que envolvem compras de estoques de longa maturação ou ativo imobilizado A aplicação somente para saldos em aberto na data do balanço especialmente aquelas entidades que não elaboram demonstrações contábeis intermediárias ou que tenham atividades sazonais além de gerar distorções de margem e natureza fere uma característica qualitativa importante das demonstrações contábeis que é a comparabilidade já que todas as transações geradas durante o período devem ter o mesmo tratamento 7 Os saldos de imposto de renda e de contribuição social diferidos devem ser ajustados a valor presente Resposta Não Utilizando como referência o padrão contábil internacional deparamonos que textualmente IAS 12 Item 53 Deferred tax assets and liabilities shall not be discounted não é permitido efetuar descontos a valor presente para saldos de imposto de renda diferidos e contribuição social no caso brasileiro Basicamente essa vedação foi efetuada com o argumento de não ser possível determinar com exatidão as datas em que os referidos valores serão realizados Dessa forma esse tipo de desconto não é requerido ou permitido pelas normas internacionais de contabilidade 8 Quais saldos oriundos de tributos seriam passíveis de desconto a valor presente Resposta Para fins de entendimento estamos aqui tratando dos seguintes tributos acompanhados de suas características 81 Tributos estaduais Introdução geral o principal tributo estadual é o ICMS que apresenta a característica de não cumulatividade por meio do processo de apuração mensal de créditos e débitos Exceto pelo ICMS na compra de ativo fixo para o qual o crédito é geralmente apropriado em parcelas por um certo CPC12 17 número de meses e algumas situações de entidades que acumulam créditos para recuperação os saldos apurados depois da compensação dos créditos ficam disponíveis para liquidação mensalmente Portanto como regra geral e utilizandose dos conceitos do Pronunciamento não se aplica AVP para saldos credtores de ICMS que estão disponíveis para compensação imediata Por outro lado os saldos de impostos a compensar ou recuperar como todos os ativos estão sujeitos à aplicação do teste de recuperabilidade nos termos do Pronunciamento Técnico CPC 01 Por fim importante observar as situações de parcelamentos de ICMS como forma de incentivos fiscais concedidos por diversos Estados em que o saldo do ICMS a pagar é diferido para pagamento a longo prazo sem a incidência de juros ou atualização monetária ou com juros bem aquém das condições normais de mercado Esses incentivos têm normalmente o objetivo de atrair entidades para determinadas localidades em que a menor eficiência ou o maior custo ou as dificuldades de logística seriam compensados pelo incentivo É necessário determinar os desembolsos efetivos de caixa e ajustálos a valor presente mediante taxa de juros que reflita as condições normais de mercado a fim de permitir que o custo tributário seja apresentado de forma ajustada pelo ganho financeiro gerado pelo incentivo fiscal e que seja devidamente registrada a subvenção pelo regime de competência O objetivo dessa prática é também permitir que a transação seja registrada considerandose sua essência Nesse caso a contrapartida do AVP na data da transação deve ser registrada a crédito na mesma linha no resultado em que a dedução da despesa com ICMS foi registrada Exemplo saldo de ICMS a pagar no montante de 10000 com prazo para pagamento incentivado de cinco anos sem atualização monetária e com juros de 3 ao ano pagável em uma única parcela ao fim de 60 meses Assumindo que a taxa de juros de acordo com as condições atuais de mercado seja de 15 ao ano o seguinte cálculo devem ser praticado na data da transação 10000 1035 11593 saldo a ser pago após cinco anos 11593 1155 5764 valor que reflete o montante na data da transação a ser registrado como dedução de vendas e ICMS a pagar Pela fluência do prazo o saldo devedor apurado conforme demonstrado no parágrafo anterior será atualizado monetariamente com base na taxa de juros definida e aplicável na data da transação tendo como contrapartida despesa financeira Decorrido um ano o saldo de ICMS a pagar será 6629 e o montante de 865 será registrado como despesa financeira e assim sucessivamente até atingir o valor futuro ao fim de 60 meses 11593 No caso de esse incentivo estar vinculado a investimento e puder ser caracterizado como subvenção fiscal para investimento devese observar o determinado no Pronunciamento Técnico CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais Nesse caso ao invés de crédito à conta de ICMS no resultado no início da transação o crédito seria no passivo para apropriação ao resultado quando cumpridas as condições necessárias para o efetivo ganho da subvenção 82 Tributos federais CPC12 18 Introdução os principais tributos são imposto de renda contribuição social PIS COFINS e IPI Esses tributos geram diversos reflexos contábeis considerando que podem existir tanto em saldos a recuperar decorrentes de antecipações pagamentos a maior ou outros créditos quanto em saldos a pagar decorrentes da apuração de impostos devidos ou parcelamentos Os saldos a recuperar e a pagar podem estar sujeitos a atualizações monetárias e juros a depender de cada situação e também é comum observarmos saldos significativos relacionados com programas de parcelamento de débitos federais por exemplo REFIS A seguir estão listados alguns dos principais cenários em relação a saldos de tributos federais a Créditos de impostos por exemplo IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte ou outros tributos parcelados que são atualizados monetariamente com base na taxa Selic Considerando que os valores são registrados originalmente a valor presente e atualizados monetariamente pela taxa Selic juros pósfixados bem como que essa taxa Selic se aproxima da taxa de juros de mercado para transações dessa natureza entendese que esses valores já devem estar registrados por valores equivalentes a seu valor presente b Créditos de imposto de renda a serem utilizados em pedidos de compensação ou restituição Para esses casos a situação aqui tratada parte do pressuposto de que a entidade tem histórico recente de sucesso em seus pedidos de compensação ou restituição e aplicou o CPC 01 que trata de recuperação de ativos de forma adequada Seguindo a regra geral explicada na Questão 7 e acima referenciada para a situação de ICMS de entidades que acumulam créditos a orientação é para que não se aplique o AVP Não se deve desprezar por outro lado as situações em que não há incidência de juros sobre o valor do crédito a recuperar ou estão abaixo do mercado para transações dessa natureza e a administração consegue estimar com razoável precisão as datas de realização desses créditos Nessas situações devido à essa possibilidade de estimar com razoável precisão as datas de realização deve ser efetuado o reconhecimento contábil do AVP c REFIS e outros parcelamentos Em relação a esse tema já existe Instrução da CVM Instrução nº 34600 que trata de caso específico relacionado a situações em que a dívida consolidada esteja sujeita à liquidação com base em percentual da receita bruta De acordo com a nota explicativa da Instrução CVM nº 34600 as incertezas dos montantes do faturamento futuro e os riscos de inadimplência e de nãocumprimento das condições e restrições impostas no programa do REFIS indicam que não é prudente o reconhecimento imediato de um possível ganho pela redução da dívida a seu valor presente determinado com base em taxas de juros de mercado aplicáveis para empréstimos no mercado financeiro Em lugar disso a entidade deve efetuar adequada divulgação das circunstâncias em notas explicativas Acima de tudo relembrese que o Pronunciamento Técnico Conceitual do CPC que dispõe sobre a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis reafirma a CPC12 19 Prudência como uma das características qualitativas que deve estar presente quando da preparação das demonstrações contábeis reforçando dessa forma os termos trazidos na Instrução CVM nº 34600 Devese observar que na data da adesão ao REFIS o saldo devedor já está a valor presente com base nas condições de juros previstas para esse tipo de transação e que referido saldo é sujeito a juros aqueles previstos para o REFIS pela fluência do prazo Assim desde que contabilizado adequadamente de acordo com as condições aplicáveis a esse tipo de refinanciamento o saldo devedor já deve estar registrado pelo valor presente na data de cada balanço A questão que surge é que o montante dos desembolsos de caixa previstos ajustados a valor presente com base em uma taxa de juros normal de mercado resultaria em um montante inferior ao saldo devedor em determinada database essa é uma informação para ser divulgada em nota explicativa não sendo requerido nenhum ajuste contábil já que o inciso III do art 184 da Lei das Sociedades por Ações com a nova redação define o ajuste a valor presente e não o ajuste a valor justo do passivo Para os demais casos em que o pagamento do parcelamento não tem relação com o percentual da receita bruta há outras restrições que constam do programa do REFIS discutidas na referida norma da CVM Por exemplo caso a única exigência seja o pagamento em dia das parcelas a entidade será capaz de demonstrar essa capacidade no momento do registro inicial do parcelamento mas por outro lado as taxas do parcelamento refletem taxas de mercado por exemplo no caso das atuais taxas Selic não cabe AVP essa taxa aproximase da taxa de juros de mercado para transações dessa natureza e assim os correspondentes valores já se encontram registrados por valores equivalentes a seu valor presente 9 Valores a receber e a pagar sujeitos à atualização monetária com base em índices de preços ou inflacionários sem juros devem ser objetivo de AVP Resposta Sim Índice de preços ou inflacionários podem ser alguns componentes de uma taxa de encargos mas não podem ser confundidos com taxas reais de juros Obviamente para cálculo e determinação do valor presente para os ativos e os passivos indexados somente a índices inflacionários a taxa de juros a ser considerada deve ser a taxa real expurgados então da taxa nominal os efeitos dessas variações de preços levando em consideração instrumentos semelhantes prazos e riscos conforme discutido na Questão 3 10 No caso de empréstimos financiamentos e mútuos com encargos financeiros diferentes das atuais taxas de juros praticadas pelo mercado deve ser feito o AVP a Financiamentos do BNDES contratados com taxas de juros diferentes das taxas praticadas pelo mercado em geral para outras modalidades de empréstimos estão sujeitos ao AVP Resposta Não Esses financiamentos reúnem características próprias e as condições definidas nos contratos de financiamento do BNDES entre partes independentes e refletem as condições para aqueles tipos de financiamentos Em alguns casos os encargos financeiros são inferiores às taxas de juros aplicáveis para empréstimos em geral eou para capital de giro mas devese levar em consideração que o BNDES financia projetos com características próprias em geral aplicando taxas que seriam aplicáveis a qualquer entidade ajustadas apenas pelo risco específico de crédito das entidades e projetos envolvidos No Brasil não há um mercado consolidado de dívidas de longo prazo com as características dos CPC12 20 financiamentos do BNDES com o que a oferta de crédito às entidades em geral com essa característica de longo prazo normalmente está limitada ao BNDES Esse tratamento está alinhado às normas internacionais mais especificamente os IAS 20 e 37 e com este Pronunciamento b Mútuos entre partes relacionadas contratados sem encargos financeiros ou com juros diferentes das condições normais de mercado estão sujeitos a AVP Resposta Muitos dos contratos de mútuos entre partes relacionadas não possuem data prevista para vencimento o que impossibilita o cálculo do AVP Por exemplo uma entidade pode ter mútuo a receber de uma investida cuja liquidação não está planejada nem há probabilidade de ocorrer no futuro previsível ou ainda o mútuo apresenta movimentações e o vencimento é considerado a qualquer momento on demand isto é considerase que o vencimento é à vista a critério do credor Em outros casos porém quando o contrato de mútuo possui data definida de vencimento a entidade deve em princípio ajustar a transação a valor presente Todavia surge uma questão a ser considerada que é o que fazer com a diferença entre o valor presente na data inicial fair value e o caixa transferidorecebido Não é adequado que a entidade que concedeu o caixa tenha perda imediata nem que a entidade que tenha recebido o caixa tenha um ganho imediato O registro imediato do ganhoperda discutido nas normas internacionais IAS 39 AG 74 a AG 79 apenas deveria ser feito no reconhecimento inicial da operação se o valor justo pudesse ser diretamente observável no mercado em instrumentos similares ou se a técnica de avaliação utilizada pela entidade utilizasse variáveis que incluíssem somente informações observáveis no mercado a partir de transações recentes em condições usuais de mercado e entre contrapartes independentes que conheçam e desejem efetuar a transação Portanto os mútuos entre partes relacionadas contratados sem encargos financeiros ou com juros diferentes das condições normais de mercado não estão sujeitos ao AVP mas todas as condições devem ser divulgadas em notas explicativas com detalhamento necessário prazos juros e demais condições em atendimento ao Pronunciamento Técnico CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas a fim de fornecer ao leitor das demonstrações contábeis os elementos informativos suficientes para compreender a magnitude as características e os efeitos desses tipos de transações sobre a situação financeira e sobre os resultados da entidade Entretanto quando uma prática contábil diferente dessa for editada a respeito de ajustes sobre instrumentos financeiros decorrentes de atividades com partes relacionadas aquela nova prática contábil deve prevalecer 11 Considerando que o AVP é uma mudança de prática contábil é necessário efetuar os ajustes de forma retrospectiva para os períodos apresentados Resposta Sim O reconhecimento do AVP caracterizase como uma mudança de prática contábil Assim as mudanças de prática contábil deveriam ser consideradas de forma retrospectiva para todos os períodos apresentados e os ajustes contabilizados na conta de lucros ou prejuízos acumulados líquidos dos efeitos tributários bem como demonstrados como se tivessem sido contabilizados no início do período mais antigo o qual está sendo apresentado Todavia há que se considerar no caso do exercício social iniciado a partir de 1º de janeiro de 2008 CPC12 21 o disposto no Pronunciamento Técnico CPC 13 Adoção Inicial da Lei nº 1163807 e da Medida Provisória nº 44908 12 Como se contabilizam a compra e venda de bens a prazo cuja contrapartida requeira o ajuste a valor presente No caso de venda por exemplo de imóvel a prazo por valor nominal sem especificação de juros após os procedimentos de determinação do ajuste a valor presente dever esse ajuste retificar o ativo realizável e a receita de venda podendo o ajuste ao ativo realizável ser feito em conta retificadora Conta essa que deverá ser apropriada como receita financeira até o vencimento No comprador o ajuste retifica o custo do ativo imobilizado que deve ser registrado pelo seu valor presente e a retificação do passivo pode também contar com conta redutora a gerar despesa financeira até o vencimento Por exemplo suponhase uma venda de imóvel por 10000 mil pago com entrada de 4000 mil em dinheiro e 3 três notas promissórias anuais de 2000 mil cada uma sem juros efetuada num momento em que a taxa de juros para o tipo de vendedor e comprador seja para ambos de 18 ao ano essas taxas podem ser diferentes para eles O vendedor na transação registra D Caixa 4000000 D Notas Promissórias a Receber 6000000 C Juros a Apropriar 1651454 C Receita de Venda de Imóveis 8348546 O comprador D Imóveis 8348546 D Juros a Apropriar 1651454 C Caixa 4000000 C Notas Promissórias a Pagar 6000000 Em ambas as Notas Promissórias aparecerão em um no seu ativo no outro no seu passivo pelo seu saldo líquido constituído do valor nominal diminuído dos Juros a Apropriar e esse saldo irá crescendo pela apropriação dos juros ao resultado até que no vencimento essas contas retificadoras zerem
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Texto de pré-visualização
CPC12 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 12 Ajuste a Valor Presente Sumário Item Objetivo 1 3 Alcance 4 6 Mensuração 7 24 Diretrizes gerais 7 12 Risco e incerteza taxa de desconto 13 16 Relevância e confiabilidade 17 18 Custos x benefícios 19 20 Diretrizes mais específicas 21 24 Passivos não contratuais 25 28 Efeitos fiscais 29 30 Classificação 31 32 Divulgação 33 Anexo Objetivo 1 O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer os requisitos básicos a serem observados quando da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo quando da elaboração de demonstrações contábeis dirimindo algumas questões controversas advindas de tal procedimento do tipo a se a adoção do ajuste a valor presente é aplicável tãosomente a fluxos de caixa contratados ou se porventura seria aplicada também a fluxos de caixa estimados ou esperados b em que situações é requerida a adoção do ajuste a valor presente de ativos e passivos se no momento de registro inicial de ativos e passivos se na mudança da base de avaliação de ativos e passivos ou se em ambos os momentos c se passivos não contratuais como aqueles decorrentes de obrigações não formalizadas ou legais são alcançados pelo ajuste a valor presente CPC12 2 d qual a taxa apropriada de desconto para um ativo ou um passivo e quais os cuidados necessários para se evitarem distorções de cômputo e viés e qual o método de alocação de descontos juros recomendado f se o ajuste a valor presente deve ser efetivado líquido de efeitos fiscais 2 A utilização de informações com base no valor presente concorre para o incremento do valor preditivo da Contabilidade permite a correção de julgamentos acerca de eventos passados já registrados e traz melhoria na forma pela qual eventos presentes são reconhecidos Se ditas informações são registradas de modo oportuno à luz do que prescreve a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC em seus itens 26 e 28 obtêmse demonstrações contábeis com maior grau de relevância característica qualitativa imprescindível 3 Devese sempre atentar do mesmo modo para a confiabilidade outra característica qualitativa imprescindível prevista na citada Estrutura Conceitual em seus itens 31 e 32 Nesse particular o uso de estimativas e julgamentos acerca de eventos probabilísticos deve estar livre de viés As premissas os cálculos levados a efeito e os modelos de precificação utilizados devem ser passíveis de verificação por terceiros independentes o que requer que a custódia dessas informações seja feita com todo o zelo e sob condições ideais Para que terceiros independentes possam chegar a resultados similares ou aproximados daqueles produzidos pelo prestador da informação condição essencial para o atributo confiabilidade tornase imperativo que o processo na origem seja conduzido com total neutralidade Alcance 4 Este Pronunciamento trata essencialmente de questões de mensuração não alcançando com detalhes questões de reconhecimento É importante esclarecer que a dimensão contábil do reconhecimento envolve a decisão de quando registrar ao passo que a dimensão contábil da mensuração envolve a decisão de por quanto registrar A Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC em seu item 82 assim define reconhecimento Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço patrimonial ou à demonstração do resultado um item que se enquadre na definição de um elemento e que satisfaça os critérios de reconhecimento mencionados no item 83 Envolve a descrição do item a atribuição do seu valor e a sua inclusão no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado Os itens que satisfazem os critérios de reconhecimento devem ser registrados no balanço ou na demonstração do resultado A falta de reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas contábeis adotadas nem pelas notas ou material explicativo 5 Nesse sentido no presente Pronunciamento determinase que a mensuração contábil a valor presente seja aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos Apenas em certas situações excepcionais como a que é adotada numa renegociação de dívida em que novos termos são estabelecidos o ajuste a valor presente deve ser aplicado como se fosse nova medição de ativos e passivos É de se ressaltar que essas situações de nova medição de ativos e passivos são raras e são matéria para julgamento daqueles que preparam e auditam demonstrações contábeis visàvis Pronunciamentos específicos CPC12 3 6 É necessário observar que a aplicação do conceito de ajuste a valor presente nem sempre equipara o ativo ou o passivo a seu valor justo Por isso valor presente e valor justo não são sinônimos Por exemplo a compra financiada de um veículo por um cliente especial que por causa dessa situação obtenha taxa não de mercado para esse financiamento faz com que a aplicação do conceito de valor presente com a taxa característica da transação e do risco desse cliente leve o ativo no comprador a um valor inferior ao seu valor justo nesse caso prevalece contabilmente o valor calculado a valor presente inferior ao valor justo por representar melhor o efetivo custo de aquisição para o comprador Em contrapartida o vendedor reconhece a contrapartida do ajuste a valor presente do seu recebível como redução da receita evidenciando que nesse caso terá obtido um valor de venda inferior ao praticado no mercado Mensuração Diretrizes gerais 7 A questão mais relevante para a aplicação do conceito de valor presente nos moldes de Pronunciamento baseado em princípios como este não é a enumeração minuciosa de quais ativos ou passivos são abarcados pela norma mas o estabelecimento de diretrizes gerais e de metas a serem alcançadas Nesse sentido como diretriz geral a ser observada ativos passivos e situações que apresentarem uma ou mais das características abaixo devem estar sujeitos aos procedimentos de mensuração tratados neste Pronunciamento a transação que dá origem a um ativo a um passivo a uma receita ou a uma despesa conforme definidos no Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis deste CPC ou outra mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação financeira recebimento ou pagamento em data diferente da data do reconhecimento desses elementos b reconhecimento periódico de mudanças de valor utilidade ou substância de ativos ou passivos similares emprega método de alocação de descontos c conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente associado a um ativo ou a um passivo 8 Em termos de meta a ser alcançada ao se aplicar o conceito de valor presente devese associar tal procedimento à mensuração de ativos e passivos levandose em consideração o valor do dinheiro no tempo e as incertezas a eles associados Desse modo as informações prestadas possibilitam a análise e a tomada de decisões econômicas que resultam na melhor avaliação e alocação de recursos escassos Para tanto diferenças econômicas entre ativos e passivos precisam ser refletidas adequadamente pela Contabilidade a fim de que os agentes econômicos possam definir com menor margem de erro os prêmios requeridos em contrapartida aos riscos assumidos 9 Ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos devem ser mensurados pelo seu valor presente quando do seu reconhecimento inicial por ser este o valor de custo original dentro da filosofia de valor justo fair value Por isso quando aplicável o custo de ativos não monetários deve ser ajustado em contrapartida ou então a conta de receita despesa ou outra conforme a situação A esse respeito uma vez ajustado o item não CPC12 4 monetário não deve mais ser submetido a ajustes subseqüentes no que respeita à figura de juros embutidos Ressaltese que nem todo ativo ou passivo nãomonetário está sujeito ao efeito do ajuste a valor presente por exemplo um item não monetário que pela sua natureza não está sujeito ao ajuste a valor presente é o adiantamento em dinheiro para recebimento ou pagamento em bens e serviços 10 Quando houver Pronunciamento específico do CPC que discipline a forma pela qual um ativo ou passivo em particular deva ser mensurado com base no ajuste a valor presente de seus fluxos de caixa referido pronunciamento específico deve ser observado A regra específica sempre prevalece à regra geral Caso especial é o relativo à figura do Imposto de Renda Diferido Ativo e à do Imposto de Renda Diferido Passivo objeto de Pronunciamento Técnico específico mas que conforme previsto nas Normas Internacionais de Contabilidade não são passíveis de ajuste a valor presente o que deve ser observado desde a implementação deste Pronunciamento 11 Com relação aos empréstimos e aos financiamentos subsidiados cabem as considerações a seguir Por questões das mais variadas naturezas não há mercado consolidado de dívidas de longo prazo no Brasil ficando a oferta de crédito ao mercado em geral com essa característica de longo prazo normalmente limitada a um único ente governamental Assim excepcionalmente até que surja um efetivo mercado competitivo de crédito de longo prazo no Brasil passivos dessa natureza e ativos correspondentes no credor não estão contemplados por este Pronunciamento como sujeitos à aplicação do conceito de valor presente por taxas diversas daquelas a que tais empréstimos e financiamentos já estão sujeitos Não estão abrangidas nessa exceção operações de longo prazo mesmo que financiadas por entes governamentais que tenham características de subvenção ou auxílio governamental tratadas no Pronunciamento Técnico CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais 12 Outra questão relevante para fins de mensuração diz respeito à forma pela qual devem ser alocados em resultado os descontos advindos do ajuste a valor presente de ativos e passivos juros A abordagem corrente deve ser eleita como método de alocação de descontos por apresentar uma informação de qualidade a um custo desprezível para sua obtenção Por essa sistemática vale dizer deve ser utilizada para desconto a taxa contratual ou implícita para o caso de fluxos de caixa não contratuais e uma vez aplicada deve ser adotada consistentemente até a realização do ativo ou liquidação do passivo Risco e incerteza taxa de desconto 13 Ao se utilizarem para fins contábeis informações com base no fluxo de caixa e no valor presente incertezas inerentes são obrigatoriamente levadas em consideração para efeito de mensuração conforme já salientado em itens anteriores deste Pronunciamento Do mesmo modo o preço que participantes do mercado estão dispostos a cobrar para assumir riscos advindos de incertezas associadas a fluxos de caixa ou em linguagem de finanças o prêmio pelo risco deve ser igualmente avaliado Ao se ignorar tal fato há o concurso para a produção de informação contábil incompatível com o que seria uma representação adequada da realidade imperativo da Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC tratado nos seus itens 33 e 34 Por outro lado não são admissíveis ajustes arbitrários para prêmios por risco mesmo com a justificativa de quase impossibilidade de se angariarem informações de participantes de mercado pois assim procedendo é trazido viés para a mensuração CPC12 5 14 Em muitas situações não é possível se chegar a uma estimativa confiável para o prêmio pelo risco ou em sendo possível o montante estimado pode ser relativamente pequeno se comparado a erros potenciais nos fluxos de caixa estimados Nesses casos excepcionalmente o valor presente de fluxos de caixa esperados pode ser obtido com a adoção de taxa de desconto que reflita unicamente a taxa de juros livre de risco desde que com ampla divulgação do fato e das razões que levaram a esse procedimento 15 Não obstante em geral os participantes de mercado são qualificados como tendo aversão a riscos ou aversão a perdas e procuram compensações para assunção desses riscos Em última análise o objetivo de se incluir incerteza e risco na mensuração contábil é replicar na extensão e na medida possível o comportamento do mercado no que concerne a ativos e passivos com fluxos de caixa incertos Por hipótese um ativo com fluxo de caixa certo para 5 anos de 10000 título público emitido pelo Tesouro de país desenvolvido por exemplo e outro título com fluxo de caixa incerto para 5 anos de 10000 teriam avaliações distintas por parte do mercado Um participante racional estaria disposto a pagar no máximo 6806 1 08 5 10000 pelo primeiro título caso a taxa de juros livre de risco fosse de 8 aa ao passo que para o segundo pagaria um preço bem inferior ajustado por incertezas na realização do fluxo e pelo prêmio requerido para compensar tais incertezas 16 A tarefa de calcular riscos não é das mais simples Por outro lado a teoria das finanças oferece alguns modelos que apesar de suas limitações todo modelo tem a sua podem ser utilizados para tal fim Modelos econométricos parcimoniosos puramente estatísticos podem ser do mesmo modo adotados desde que suportados por premissas economicamente válidas e reconhecidos no mercado Equipe multidisciplinar de profissionais pode ser requerida em determinadas circunstâncias na execução dessa tarefa Relevância e confiabilidade 17 Conforme já abordado nos itens 2 e 3 deste Pronunciamento a adoção pela Contabilidade de informações com base no valor presente de fluxo de caixa inevitavelmente provoca discussões em torno de suas características qualitativas relevância e confiabilidade Emitir juízo de valor acerca do balanceamento ideal de uma característica em função da outra caso a caso deve ser um exercício recorrente para aqueles que preparam e auditam demonstrações contábeis Do mesmo modo o julgamento da relevância do ajuste a valor presente de ativos e passivos de curto prazo deve ser exercido por esses indivíduos levando em consideração os efeitos comparativos antes e depois da adoção desse procedimento sobre itens do ativo do passivo do patrimônio líquido e do resultado 18 Objetivamente sob determinadas circunstâncias a mensuração de um ativo ou um passivo a valor presente pode ser obtida sem maiores dificuldades caso se disponha de fluxos contratuais com razoável grau de certeza e de taxas de desconto observáveis no mercado Por outro lado pode ser que em alguns casos os fluxos de caixa tenham que ser estimados com alto grau de incerteza e as taxas de desconto tenham que ser obtidas por modelos voltados a tal fim O peso dado para a relevância nesse segundo caso é maior que o dado para a confiabilidade uma vez que não seria apropriado apresentar informações com base em fluxos nominais Conforme seja o caso a abordagem tradicional ou de fluxo de caixa esperado deve ser eleita como técnica para cômputo do ajuste a valor presente CPC12 6 Custos x benefícios 19 Na elaboração de demonstrações contábeis utilizando informações com base no fluxo de caixa e no valor presente é importante ter em mente o que orienta a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC em seu item 44 a seguir reproduzido O equilíbrio entre o custo e o benefício é uma limitação de ordem prática ao invés de uma característica qualitativa Os benefícios decorrentes da informação devem exceder o custo de produzila A avaliação dos custos e benefícios é entretanto em essência um exercício de julgamento Além disso os custos não recaem necessariamente sobre aqueles usuários que usufruem os benefícios Os benefícios podem também ser aproveitados por outros usuários além daqueles para os quais as informações foram preparadas Por exemplo o fornecimento de maiores informações aos credores por empréstimos pode reduzir os custos financeiros da entidade Por essas razões é difícil aplicar o teste de custobenefício em qualquer caso específico Não obstante os órgãos normativos em especial assim como os elaboradores e usuários das demonstrações contábeis devem estar conscientes dessa limitação 20 Assim a depender do conjunto de informações disponíveis e do custo de obtêlas a entidade pode ou não traçar múltiplos cenários para estimar fluxos de caixa pode ou não recorrer a modelos econométricos mais sofisticados para chegar a uma taxa de desconto para um dado período pode ou não recorrer a modelos de precificação mais sofisticados para mensurar seus ativos eou passivos pode ou não adotar um método ou outro de alocação de juros Importante salientar que os custos a serem incorridos para obtenção da informação são mais objetivamente identificáveis ao passo que os benefícios não o são nesse mesmo nível Mas uma informação prestada pode alcançar inúmeros usuários e gerar por vezes benefícios por mais de um exercício social ao passo que o custo de produzila é incorrido em um único momento Ademais podem ocorrer ganhos em termos de eficiência à medida em que dita informação vai sendo prestada com maior freqüência Diretrizes mais específicas 21 Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo ou de curto prazo quando houver efeito relevante devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais 22 A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial pro rata die a partir da origem de cada transação sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam 23 As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras a não ser que a entidade possa devidamente fundamentar que o financiamento feito a seus clientes faça parte de suas atividades operacionais quando então as reversões serão apropriadas como receita operacional Esse é o caso por exemplo quando a entidade opera em dois segmentos distintos i venda de produtos e serviços e ii financiamento das vendas a prazo e desde que CPC12 7 sejam relevantes esse ajuste e os efeitos de sua evidenciação 24 Devem ser utilizados no que for aplicável e não conflitante os conceitos as análises e as especificações sobre ajuste a valor presente especialmente sobre elaboração de fluxos de caixa estimados e definição de taxas de desconto contidas no Pronunciamento Técnico CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos inclusive no seu Anexo Subsídios também podem ser obtidos no item 36 do Pronunciamento Técnico CPC 14 Instrumentos Financeiros Reconhecimento Mensuração e Evidenciação Passivos não contratuais 25 Passivos não contratuais são aqueles que apresentam maior complexidade para fins de mensuração contábil pelo uso de informações com base no valor presente Fluxos de caixa ou séries de fluxos de caixa estimados são carregados de incerteza assim como são os períodos para os quais se tem a expectativa de desencaixe ou de entrega de produtoprestação de serviço Logo muito senso crítico sensibilidade e experiência são requeridos na condução de cálculos probabilísticos Pode ser que em determinadas situações a participação de equipe multidisciplinar de profissionais seja imperativo para execução da tarefa 26 O reconhecimento de provisões e passivos está disciplinado no ambiente contábil brasileiro São contempladas as obrigações legais e as não formalizadas estas últimas também denominadas pela Teoria Contábil Normativa como obrigações justas ou construtivas que nada mais são do que espécies do gênero passivo não contratual Obrigações justas resultam de limitações éticas ou morais e não de restrições legais Já as obrigações construtivas decorrem de práticas e costumes Garantias concedidas a clientes discricionariamente assistência financeira freqüente a comunidades nativas situadas em regiões nas quais sejam desenvolvidas atividades econômicas exploratórias entre outros são alguns exemplos 27 O desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos contratuais quer se trate de passivos não contratuais sendo que a taxa de desconto necessariamente deve considerar o risco de crédito da entidade Quando da edição de norma que dê legitimidade à aplicação do conceito de ajuste a valor presente como é o caso deste Pronunciamento Técnico a técnica deve ser aplicada a todos os passivos inclusive às provisões 28 A obrigação para retirada de serviço de ativos de longo prazo qualificada pela literatura como Asset Retirement Obligation ARO é um exemplo de passivo não contratual já observado em companhias que atuam no segmento de extração de minérios metálicos de petróleo e termonuclear ajustandoo a valor presente Efeitos fiscais 29 Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos a taxa a ser aplicada não deve ser líquida de efeitos fiscais e sim antes dos impostos 30 No tocante às diferenças temporárias observadas entre a base contábil e fiscal de ativos e passivos ajustados a valor presente essas diferenças temporárias devem receber o tratamento requerido pelas regras contábeis vigentes para reconhecimento e mensuração de imposto de renda e contribuição social diferidos CPC12 8 Classificação 31 Na classificação dos itens que surgem em decorrência do ajuste a valor presente de ativos e passivos quer seja em situações de reconhecimento inicial quer seja nos casos de nova medição dentro da filosofia do valor justo deve ser observado o que prescreve a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis do CPC em seu item 35 ao tratar da questão da primazia da essência sobre a forma 32 A operação comercial que se caracterize como de financiamento nos termos do item 7 deste Pronunciamento deve ser reconhecida como tal sendo que o valor consignado na documentação fiscal que serve de suporte para a operação deve ser adequadamente decomposto para efeito contábil Juros embutidos devem ser expurgados do custo de aquisição das mercadorias e devem ser apropriados pela fluência do prazo É importante relembrar que o ajuste de passivos por vezes implica ajuste no custo de aquisição de ativos É o caso por exemplo de operações de aquisição e de venda a prazo de estoques e ativo imobilizado posto que juros imputados nos preços devem ser expurgados na mensuração inicial desses ativos Divulgação 33 Em se tratando de evidenciação em nota explicativa devem ser prestadas informações mínimas que permitam que os usuários das demonstrações contábeis obtenham entendimento inequívoco das mensurações a valor presente levadas a efeito para ativos e passivos compreendendo o seguinte rol não exaustivo a descrição pormenorizada do item objeto da mensuração a valor presente natureza de seus fluxos de caixa contratuais ou não e se aplicável o seu valor de entrada cotado a mercado b premissas utilizadas pela administração taxas de juros decompostas por prêmios incorporados e por fatores de risco riskfree risco de crédito etc montantes dos fluxos de caixa estimados ou séries de montantes dos fluxos de caixa estimados horizonte temporal estimado ou esperado expectativas em termos de montante e temporalidade dos fluxos probabilidades associadas c modelos utilizados para cálculo de riscos e inputs dos modelos d breve descrição do método de alocação dos descontos e do procedimento adotado para acomodar mudanças de premissas da administração e propósito da mensuração a valor presente se para reconhecimento inicial ou nova medição e motivação da administração para levar a efeito tal procedimento f outras informações consideradas relevantes ANEXO O presente anexo fornece orientação sobre o ajuste a valor presente mas não é parte integrante do CPC12 9 Pronunciamento Perguntas e respostas sobre Ajuste a Valor Presente AVP Introdução Este anexo foi elaborado com base neste Pronunciamento e em textos encontrados nas normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board IASB sobre o tema Ajuste a Valor Presente AVP IAS 12 IAS 18 IAS 39 etc O objetivo é refletir sobre algumas das principais discussões existentes sobre o tema com base nas mencionadas normas 1 Qual a diferença entre AVP e valor justo Resposta Para responder a essa pergunta é necessário entender o conceito de valor justo conforme expressão da Lei das Sociedades por Ações após modificações introduzidas pela Lei nº 1163807 e Medida Provisória nº44908 e valor presente de acordo com as definições a seguir transcritas retiradas do glossário das normas internacionais de contabilidade Valor justo fair value é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado ou um passivo liquidado entre partes interessadas conhecedoras do negócio e independentes entre si com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória Valor presente present value é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro no curso normal das operações da entidade Com base nessas definições devemos distinguir AVP de valor justo da seguinte forma AVP tem como objetivo efetuar o ajuste para demonstrar o valor presente de um fluxo de caixa futuro Esse fluxo de caixa pode estar representado por ingressos ou saídas de recursos ou montante equivalente por exemplo créditos que diminuam a saída de caixa futuro seriam equivalentes a ingressos de recursos Para determinar o valor presente de um fluxo de caixa três informações são requeridas valor do fluxo futuro considerando todos os termos e as condições contratados data do referido fluxo financeiro e taxa de desconto aplicável à transação Valor justo tem como primeiro objetivo demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou passivo na impossibilidade disso demonstrar o provável valor que seria o de mercado por comparação a outros ativos ou passivos que tenham valor de mercado na impossibilidade dessa alternativa também demonstrar o provável valor que seria o de mercado por utilização do ajuste a valor presente dos valores estimados futuros de fluxos de caixa vinculados a esse ativo ou passivo finalmente na impossibilidade dessas alternativas pela utilização de fórmulas econométricas reconhecidas pelo mercado Vêse pois que em algumas circunstâncias o valor justo e o valor presente podem coincidir As práticas contábeis adotadas no Brasil e o padrão internacional de contabilidade International Financial Reporting Standards IFRS estabelecem a necessidade de apresentar na database de cada balanço determinados ativos e passivos por seu justo bem como determinados ativos e CPC12 10 passivos ajustados a valor presente Esse aspecto é bem caracterizado na norma internacional para registro e mensuração de ativos e passivos financeiros IAS 39 inclusive as contas a receber relativas a vendas IAS 18 e ativos de longo prazo destinados à venda IFRS 5 entre outros Com as alterações na Lei das Sociedades por Ações Lei nº 640476 introduzidas pela Lei nº 1163807 e Medida Provisória nº 44908 a prática contábil adotada no Brasil aproximase e em alguns casos se iguala ao padrão internacional no momento da edição deste documento Apesar das diferenças existentes entre os conceitos ainda podem existir dúvidas na aplicação prática do valor justo e do valor presente até mesmo em sua diferenciação Assim o exemplo ilustrativo a seguir apresentado objetiva a elucidar a questão Cenário a entidade efetua uma venda a prazo no valor de 10000 mil para receber o valor em parcela única com vencimento em cinco anos Caso a venda fosse efetuada à vista de acordo com opção disponível o valor da venda teria sido de 6210 mil o que equivale a um custo financeiro anual de 10 Verificase que essa taxa é igual à taxa de mercado na data da transação No primeiro momento a transação deve ser contabilizada considerando o seu valor presente cujo montante de 6210 mil é registrado como contas a receber em contrapartida de receita de vendas pelo mesmo montante Notase que nesse primeiro momento o valor presente da transação é equivalente a seu valor de mercado ou valor justo fair value No caso de aplicação da técnica de ajuste a valor presente passado o primeiro ano o reconhecimento da receita financeira deve respeitar a taxa de juros da transação na data de sua origem ou seja 10 ao ano independentemente da taxa de juros de mercado em períodos subseqüentes Assim depois de um ano o valor das contas a receber para fins de registros contábeis será de 6830 mil independentemente de variações da taxa de juros no mercado Ao fim de cada um dos cinco exercícios a contabilidade deverá refletir os seguintes efeitos Ano mil Valor Juros taxa efetiva Saldo atualizado 1 6210 620 6830 2 6830 683 7513 3 7513 751 8264 4 8264 827 9091 5 9091 909 10000 A aplicação da técnica de marcação a mercado apenas para fins de referência e comparação poderia ser ilustrada com uma situação na qual a taxa de juros saísse de 10 ao ano no momento inicial da transação para 15 ao ano no fim do primeiro ano Nessa situação o valor justo das contas a receber calculado mediante o ajuste a valor presente nessa nova data e com a atual condição de mercado seria de 5718 mil 10000 mil1154 ou seja seu valor justo no fim do primeiro ano é bem inferior ao valor contabilizado com base na técnica do ajuste a valor presente Dessa forma embora no momento inicial o valor presente e o valor justo de uma operação sejam normalmente iguais com o passar do tempo esses valores não guardam necessariamente nenhum tipo de relação Enquanto o valor presente tem relação com a taxa de juros específica intrínseca do contrato considerando as condições na data de sua origem o valor justo pode sofrer alterações com o passar do tempo em decorrência de condições do mercado taxas de juros e outros fatores que apenas devem ser consideradas nos casos em que for aplicável o reconhecimento de um saldo pelo seu valor justo Independentemente disso sempre que na data de cada balanço como na tabela CPC12 11 anterior o valor contábil for diferente do valor justo Devese atentar para as disposições legais e normativas sobre a aplicação de um e outro conceito Mas em caso de discrepância como no exemplo dado em função da relevância da diferença pode ser necessário que essa informação deva ser divulgada nas notas explicativas 2 Caso seja aplicável o conceito do AVP a uma transação em que momento deverá ser contabilizado Quais os reflexos contábeis depois do registro inicial de uma transação a seu valor presente Resposta Conforme discutido na Questão 1 anterior o AVP deve ser calculado no momento inicial da operação considerando os fluxos de caixa da correspondente operação valor data e todos os termos e as condições contratados bem como a taxa de desconto aplicável à transação na data de sua ocorrência A dúvida surge em relação aos efeitos contábeis depois do registro inicial da operação transcorridos meses ou anos depois da data inicial da transação O presente Pronunciamento e as normas internacionais apresentam o método que deve ser utilizado para refletir tais efeitos nas do IASB isso aparece em diversas normas IAS 17 Leases IAS 18 Revenue e IAS 39 Financial Instruments Recognition and Measurement entre outros Essas normas e este Pronunciamento prevêem a adoção do método de taxa efetiva de juros no registro inicial da operação Assim os juros embutidos na operação receita ou despesa financeira devem ser contabilizados de acordo com a taxa efetiva de juros relacionada à transação vide também exemplo na Questão 1 Notase que o mecanismo do AVP não pode mudar o valor contratado entre as partes Se o título ou contrato prevê um valor para determinada data ele precisa estar contabilizado por esse montante nessa data No exemplo anteriormente visto previase que o valor depois de cinco anos seria de 10000 mil assim a apropriação dos juros deverá restabelecer esse valor até a data do vencimento 3 Como deve ser definida a taxa de juros para fins de cálculo do AVP Resposta Há operações cuja taxa de juros é explícita por exemplo descrita e conhecida no contrato da operação ou implícita por exemplo desconhecida mas embutida na precificação inicial da operação pela entidade no ato da compra ou da venda Em ambos os casos é necessário utilizar uma taxa de desconto que reflita juros compatíveis com a natureza o prazo e os riscos relacionados à transação levandose em consideração ainda as taxas de mercado praticadas na data inicial da transação entre partes conhecedoras do negócio que tenham a intenção de efetuar a transação e em condições usuais de mercado Nos casos em que a taxa é explícita o processo de avaliação passa por uma comparação entre a taxa de juros da operação e a taxa de juros de mercado na data da origem da transação Nos casos em que a taxa estiver implícita é necessário estimar a taxa da transação considerando as taxas de juros de mercado conforme anteriormente mencionado Mesmo nos casos em que as partes afirmem que os valores à vista e a prazo são os mesmos o AVP deve ser calculado e se relevante registrado Por definição valor presente é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro Para algumas entidades por exemplo varejistas não é praticável efetuar uma análise detalhada prazo riscos etc de cada transação e nesses casos a taxa mais evidente para o cálculo do AVP é a própria taxa utilizada pela tesouraria da entidade para determinação das condições e dos preços a serem praticados De acordo com o mencionado no parágrafo anterior a menos que a taxa definida pela tesouraria e utilizada em determinada operação a prazo seja claramente fora de um padrão de CPC12 12 mercado para a indústria ou o tipo de atividade essa taxa é adequada para desconto a valor presente A fim de ilustrar essa discussão vejase o cenário a seguir Cenário uma entidade apresenta as seguintes operações a Venda com prazo de 12 meses para a qual a entidade normalmente cobra juros de 10 ao ano considerando os riscos relacionados com prazos mais elevados b Venda com prazo de 6 meses para a qual a entidade cobra juros de 6 ao ano considerando que o risco é relativamente inferior ao de uma venda com prazo de 12 meses Observação esses juros são claramente evidenciados pela entidade na aplicação de descontos para pagamentos antecipados os valores são faturados de acordo com o valor a receber no vencimento final da operação c Contas a receber oriundas de venda de ativo imobilizado com garantia real do próprio ativo com vencimento em um prazo de 18 meses cuja taxa de juros embutida na operação foi de 5 ao ano Considerando o cenário apresentado observase que para diferentes situações em uma mesma entidade a taxa de juros utilizada como base para o cálculo do valor presente pode ser diferente Dessa forma deve ser efetuada análise da transação em si na data em que ocorreu e não na data do fechamento do balanço ver Questão 1 anterior para fins de determinação da adequada taxa de juros a ser utilizada no cálculo do AVP e sua recomposição subseqüente Algumas considerações de custo versus benefício podem ser adequadas na avaliação e na definição de taxa de juros Todavia cabe ressaltar que o uso de taxa de juros única para todas as transações que envolvem ativos e passivos não é em geral um procedimento aceitável embora se possa admitir o uso de uma única taxa para um grupo de ativos e passivos com características semelhantes por exemplo uma única taxa de juros para todo o grupo de contas a receber e uma única taxa para todo o grupo de fornecedores em que esse uso reflete de fato a taxa de juros usualmente aplicável 4 Os arts 183 e 184 da Lei das Sociedades por Ações alterados pela Lei nº 1163807 e Medida Provisória nº 44908 fazem referência a elementos de ativos e passivos da entidade Como esses artigos interagem com a apuração do resultado de uma entidade Resposta Embora a nova redação da Lei mencione claramente os ajustes para saldos de ativos e passivos esses ajustes têm relação direta com as transações de compra e venda que envolvem preponderantemente as contas do resultado do exercício por exemplo AVP de transação de vendas e o respectivo saldo das contas a receber Nesse caso considerando que o reflexo do AVP de determinado saldo ativo ou passivo tenha contrapartida direta em conta do resultado do exercício o AVP também afeta essas linhas do resultado que é o caso específico da receita bruta versus o registro do saldo de contas a receber Para ilustrar essa questão vejase o cenário a seguir Cenário operação de venda com prazo de seis meses para recebimento com as seguintes CPC12 13 características Venda com prazo de seis meses 100 com ICMS de 10 10 Venda a vista 80 com ICMS de 10 8 Observese que o AVP guarda relação com a operação de financiamento das contas a receber em seu todo 100 e não somente sobre o saldo depois de deduzidos os impostos a recuperar A entidade ao conceder prazo para o recebimento está financiando o cliente Nesse caso a base para o cálculo do AVP é o valor que está sendo financiado ou seja o valor total da nota fiscal 100 No exemplo anterior assumindo que uma boa referência do valor presente da transação seja o valor de venda a vista a contabilização da transação a prazo ficaria da seguinte forma a No vendedor Débito Contas a receber 80 Crédito Receita de vendas 80 Débito Despesa com ICMS 1 10 Crédito ICMS a pagar 10 Com o passar do tempo a diferença 20 entre o valor presente das contas a receber 80 e o valor que será recebido no final de seis meses 100 é apropriada ao resultado do período como receita financeira utilizando o método da taxa efetiva de juros b No comprador No lado do comprador ao contrário do vendedor a taxa de juros imputada pelos seus fornecedores não é conhecida e a tarefa de determinação de qual taxa utilizar se torna mais complexa mas deve ser estimada tomandose por base a carteira de fornecedores como um todo Débito Estoques 70 Débito ICMS a recuperar 10 Crédito Contas a pagar Fornecedores 80 A diferença 20 entre o valor presente das contas a pagar 80 e o valor que será pago no final de seis meses 100 é apropriada ao resultado do período como despesa financeira utilizando o método da taxa efetiva de juros 1 há discussão quanto à necessidade de reclassificar no caso do vendedor a parcela do ICMS calculada sobre os juros embutidos na operação para o resultado financeiro comercial Se por um lado a justificativa de não efetuar o desconto a valor presente para o ICMS decorre do fato de este ser utilizado para apuração já no próprio mês da transação por outro essa reclassificação parte do pressuposto de que o ICMS incide também sobre os juros embutidos em uma operação de venda financiada Esse aspecto também deve ser avaliado levandose em consideração a materialidade dos montantes envolvidos CPC12 14 Essa questão da reclassificação da parcela do ICMS calculada sobre os juros embutidos na operação para o resultado financeiro comercial altera o lucro bruto o resultado financeiro e também o LAJIDA ou EBITDA na sigla em inglês se a entidade faz uso dessa medida não contábil Dessa forma essa questão pode ser relevante para algumas entidades Qualquer que seja o método utilizado ele deve ser divulgado em nota explicativa para melhor entendimento do usuário das demonstrações contábeis e aplicado de maneira uniforme ao longo dos exercícios O quadro a seguir ilustra esses efeitos depois de decorrido todo o período desde a venda até o recebimento com apropriação dos juros no prazo da transação ICMS sem segregação ICMS com segregação entre a parcela sobre venda e a parcela sobre receita financeira Receita de vendas 80 Deduções de vendas ICMS 10 CPV 50 Lucro bruto 20 Receita financeira 20 Lucro antes do IRCS 40 Receita de vendas 80 Deduções de vendas ICMS 8 CPV 50 Lucro bruto 22 Receita financeira 20 ICMS sobre receita financeira 2 Lucro antes do IRCS 40 Esse mesmo conceito é aplicável para os demais tributos incidentes sobre venda tais como IPI PIS e COFINS Para algumas entidades a diferença 20 entre o valor presente das contas a receber 80 e o valor que será recebido no final de seis meses 100 poderá ser apropriada como receita financeira comercial no mesmo grupo que as receitas de vendas em lugar de receita financeira desde que a entidade demonstre que o financiamento feito a seus clientes faça parte de seus negócios e que opera com por exemplo dois segmentos i venda de produtos e serviços e ii financiamento das vendas a prazo Essa demonstração poderá ser evidenciada por meio da combinação de algumas das seguintes circunstâncias na entidade eou por ocasião da preparação das demonstrações contábeis a atividade financeira é parte de seus negócios previsão da atividade de financiamento no estatuto da entidade organização e condução da atividade de financiamento como um segmento operacional distinto portfólio de serviços como oferta de crédito pessoal e outros serviços correlatos a todos os seus clientes etc Observada essa situação os custos financeiros com terceiros decorrentes dos passivos tais como fornecedores e financiamentos utilizados como funding para sustentar a carteira de valores a receber de clientes deverão também compor o custo das receitas com vendas para uma adequada apuração da margem bruta Nesses casos tanto a receita quanto o custo devem ser apresentados por segmento de negócios 5 Transação de venda com vencimentos em 30 60 ou 90 dias prazos normalmente aplicados pela entidade deve ser contabilizada considerando o AVP conforme anteriormente descrito Resposta Considerando a busca da convergência com as normas internacionais é importante observar o que estabelece o IAS 18 que trata do registro de receitas 9 A receita deve ser mensurada pelo valor justo do montante recebido ou a receber CPC12 15 10 O montante da receita proveniente de uma transação é usualmente determinado por acordo entre a entidade e o comprador ou o usuário do ativo É mensurada pelo valor justo do montante recebido ou a receber levando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais ou abatimentos concedidos pela entidade 11 Na maior parte dos casos o pagamento é em caixa ou equivalente e a receita é a quantia em caixa ou equivalente recebido ou a receber Porém quando o ingresso do caixa ou equivalente de caixa for diferido o valor justo pode ser menor do que a quantia nominal de caixa a receber Por exemplo uma entidade pode conceder crédito sem juros ao comprador ou aceitar do comprador um título a receber com taxa de juros inferior à do mercado em pagamento pela venda dos bens Quando a transação se constitui efetivamente em uma transação de financiamento o valor justo do recebível é determinado descontandose todos os recebimentos futuros usando uma taxa de juros imputada A taxa de juros imputada é a que for mais claramente determinável entre as seguintes a a taxa prevalecente de instrumento similar de emitente com classificação rating de crédito similar ou b uma taxa de juros que desconte o valor nominal do instrumento para o preço de venda corrente dos bens ou serviços Grifos nossos Pelo destacado o AVP é aplicável para operações que possam ser consideradas como atividades de financiamento e não para operações que são liquidadas em curto espaço de tempo cujo efeito não seja material Em geral quando aplicável o AVP será calculado com a taxa de juros que possa estar embutida nas operações Um exemplo mas não limitado a de evidência da existência ou não de juros é a concessão de descontos financeiros descontos dados depois das vendas para pagamento antes do prazo de vencimento estipulado ou a existência de tabela de preços distinta para pagamentos à vista O desconto aqui mencionado está relacionado ao aspecto financeiro da transação e não ao desconto comercial eventual concedido O desconto condicionado a aspectos comerciais deve ser registrado como redutor da venda Em muitos casos a entidade concede normalmente prazos para pagamento da fatura Esse prazo pode ser considerado como parte das condições comerciais normais ou inerentes das operações da entidade sem que isso leve à caracterização de uma atividade de financiamento Em outros casos mesmo que não sejam concedidos descontos financeiros as operações são efetuadas para prazos maiores Isso representa na essência uma atividade de financiamento por exemplo entidades de varejo e de incorporação imobiliária e nessa situação é aplicável o conceito do AVP A aplicação do conceito de AVP nas transações de vendas deve considerar os conceitos do IAS 18 e também os princípios da Lei das Sociedades por Ações ambos na mesma direção Segundo o inciso VIII do art 183 e o inciso III do art 184 da Lei das Sociedades por Ações com a nova redação dada pela Lei nº 1163807 e Medida Provisória nº 44908 os elementos decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente objetivo principal e os demais ajustados quando houver efeito relevante Uma avaliação criteriosa desse aspecto é importante levandose em consideração as taxas de juros praticadas no Brasil Como referência a taxa de juros em um grande número de países pode girar em torno de 2 ao ano ou até menos No caso do Brasil financiamentos de varejo podem utilizar taxas próximas ou acima de 2 ao mês Desse modo um padrão que pode ser considerado razoável CPC12 16 para fins internacionais por exemplo 90 dias ou até um ano pode não ser adequado para transações realizadas no Brasil dependendo das taxas de juros que tenham sido embutidas nessas transações e da situação específica de cada entidade Por exemplo uma entidade que tenha um giro rápido em seus estoques e prazos curtos tanto para as contas a receber quanto para as contas a pagar a fornecedores pode apresentar efeitos não relevantes quando aplicar o conceito do AVP Por outro lado se a entidade financia seus clientes sem o financiamento de fornecedores os valores podem ser eventualmente relevantes conforme os prazos e as taxas de juros praticados A decisão e a avaliação da entidade para não registrar contabilmente o AVP de saldos a receber ou a pagar devem estar documentadas com os cálculos e os efeitos dos respectivos valores a fim de fundamentar a correspondente conclusão Adicionalmente a prática contábil devem ser adotada de forma consistente ao longo dos exercícios e divulgada em nota explicativa às demonstrações contábeis 6 É aceitável avaliar a necessidade e aplicar o AVP somente para transações que apresentem saldos em aberto nas datas dos balanços Resposta Não A aplicação do conceito de AVP é feita na data da transação Mesmo que o saldo gerador do AVP não esteja mais em aberto pode haver efeitos relevantes entre as linhas da demonstração do resultado vide quadro da Questão 4 Isso é relevante nas entidades que financiam seus clientes e que trabalham com margens pequenas bem como nas situações ou transações que envolvem compras de estoques de longa maturação ou ativo imobilizado A aplicação somente para saldos em aberto na data do balanço especialmente aquelas entidades que não elaboram demonstrações contábeis intermediárias ou que tenham atividades sazonais além de gerar distorções de margem e natureza fere uma característica qualitativa importante das demonstrações contábeis que é a comparabilidade já que todas as transações geradas durante o período devem ter o mesmo tratamento 7 Os saldos de imposto de renda e de contribuição social diferidos devem ser ajustados a valor presente Resposta Não Utilizando como referência o padrão contábil internacional deparamonos que textualmente IAS 12 Item 53 Deferred tax assets and liabilities shall not be discounted não é permitido efetuar descontos a valor presente para saldos de imposto de renda diferidos e contribuição social no caso brasileiro Basicamente essa vedação foi efetuada com o argumento de não ser possível determinar com exatidão as datas em que os referidos valores serão realizados Dessa forma esse tipo de desconto não é requerido ou permitido pelas normas internacionais de contabilidade 8 Quais saldos oriundos de tributos seriam passíveis de desconto a valor presente Resposta Para fins de entendimento estamos aqui tratando dos seguintes tributos acompanhados de suas características 81 Tributos estaduais Introdução geral o principal tributo estadual é o ICMS que apresenta a característica de não cumulatividade por meio do processo de apuração mensal de créditos e débitos Exceto pelo ICMS na compra de ativo fixo para o qual o crédito é geralmente apropriado em parcelas por um certo CPC12 17 número de meses e algumas situações de entidades que acumulam créditos para recuperação os saldos apurados depois da compensação dos créditos ficam disponíveis para liquidação mensalmente Portanto como regra geral e utilizandose dos conceitos do Pronunciamento não se aplica AVP para saldos credtores de ICMS que estão disponíveis para compensação imediata Por outro lado os saldos de impostos a compensar ou recuperar como todos os ativos estão sujeitos à aplicação do teste de recuperabilidade nos termos do Pronunciamento Técnico CPC 01 Por fim importante observar as situações de parcelamentos de ICMS como forma de incentivos fiscais concedidos por diversos Estados em que o saldo do ICMS a pagar é diferido para pagamento a longo prazo sem a incidência de juros ou atualização monetária ou com juros bem aquém das condições normais de mercado Esses incentivos têm normalmente o objetivo de atrair entidades para determinadas localidades em que a menor eficiência ou o maior custo ou as dificuldades de logística seriam compensados pelo incentivo É necessário determinar os desembolsos efetivos de caixa e ajustálos a valor presente mediante taxa de juros que reflita as condições normais de mercado a fim de permitir que o custo tributário seja apresentado de forma ajustada pelo ganho financeiro gerado pelo incentivo fiscal e que seja devidamente registrada a subvenção pelo regime de competência O objetivo dessa prática é também permitir que a transação seja registrada considerandose sua essência Nesse caso a contrapartida do AVP na data da transação deve ser registrada a crédito na mesma linha no resultado em que a dedução da despesa com ICMS foi registrada Exemplo saldo de ICMS a pagar no montante de 10000 com prazo para pagamento incentivado de cinco anos sem atualização monetária e com juros de 3 ao ano pagável em uma única parcela ao fim de 60 meses Assumindo que a taxa de juros de acordo com as condições atuais de mercado seja de 15 ao ano o seguinte cálculo devem ser praticado na data da transação 10000 1035 11593 saldo a ser pago após cinco anos 11593 1155 5764 valor que reflete o montante na data da transação a ser registrado como dedução de vendas e ICMS a pagar Pela fluência do prazo o saldo devedor apurado conforme demonstrado no parágrafo anterior será atualizado monetariamente com base na taxa de juros definida e aplicável na data da transação tendo como contrapartida despesa financeira Decorrido um ano o saldo de ICMS a pagar será 6629 e o montante de 865 será registrado como despesa financeira e assim sucessivamente até atingir o valor futuro ao fim de 60 meses 11593 No caso de esse incentivo estar vinculado a investimento e puder ser caracterizado como subvenção fiscal para investimento devese observar o determinado no Pronunciamento Técnico CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais Nesse caso ao invés de crédito à conta de ICMS no resultado no início da transação o crédito seria no passivo para apropriação ao resultado quando cumpridas as condições necessárias para o efetivo ganho da subvenção 82 Tributos federais CPC12 18 Introdução os principais tributos são imposto de renda contribuição social PIS COFINS e IPI Esses tributos geram diversos reflexos contábeis considerando que podem existir tanto em saldos a recuperar decorrentes de antecipações pagamentos a maior ou outros créditos quanto em saldos a pagar decorrentes da apuração de impostos devidos ou parcelamentos Os saldos a recuperar e a pagar podem estar sujeitos a atualizações monetárias e juros a depender de cada situação e também é comum observarmos saldos significativos relacionados com programas de parcelamento de débitos federais por exemplo REFIS A seguir estão listados alguns dos principais cenários em relação a saldos de tributos federais a Créditos de impostos por exemplo IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte ou outros tributos parcelados que são atualizados monetariamente com base na taxa Selic Considerando que os valores são registrados originalmente a valor presente e atualizados monetariamente pela taxa Selic juros pósfixados bem como que essa taxa Selic se aproxima da taxa de juros de mercado para transações dessa natureza entendese que esses valores já devem estar registrados por valores equivalentes a seu valor presente b Créditos de imposto de renda a serem utilizados em pedidos de compensação ou restituição Para esses casos a situação aqui tratada parte do pressuposto de que a entidade tem histórico recente de sucesso em seus pedidos de compensação ou restituição e aplicou o CPC 01 que trata de recuperação de ativos de forma adequada Seguindo a regra geral explicada na Questão 7 e acima referenciada para a situação de ICMS de entidades que acumulam créditos a orientação é para que não se aplique o AVP Não se deve desprezar por outro lado as situações em que não há incidência de juros sobre o valor do crédito a recuperar ou estão abaixo do mercado para transações dessa natureza e a administração consegue estimar com razoável precisão as datas de realização desses créditos Nessas situações devido à essa possibilidade de estimar com razoável precisão as datas de realização deve ser efetuado o reconhecimento contábil do AVP c REFIS e outros parcelamentos Em relação a esse tema já existe Instrução da CVM Instrução nº 34600 que trata de caso específico relacionado a situações em que a dívida consolidada esteja sujeita à liquidação com base em percentual da receita bruta De acordo com a nota explicativa da Instrução CVM nº 34600 as incertezas dos montantes do faturamento futuro e os riscos de inadimplência e de nãocumprimento das condições e restrições impostas no programa do REFIS indicam que não é prudente o reconhecimento imediato de um possível ganho pela redução da dívida a seu valor presente determinado com base em taxas de juros de mercado aplicáveis para empréstimos no mercado financeiro Em lugar disso a entidade deve efetuar adequada divulgação das circunstâncias em notas explicativas Acima de tudo relembrese que o Pronunciamento Técnico Conceitual do CPC que dispõe sobre a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis reafirma a CPC12 19 Prudência como uma das características qualitativas que deve estar presente quando da preparação das demonstrações contábeis reforçando dessa forma os termos trazidos na Instrução CVM nº 34600 Devese observar que na data da adesão ao REFIS o saldo devedor já está a valor presente com base nas condições de juros previstas para esse tipo de transação e que referido saldo é sujeito a juros aqueles previstos para o REFIS pela fluência do prazo Assim desde que contabilizado adequadamente de acordo com as condições aplicáveis a esse tipo de refinanciamento o saldo devedor já deve estar registrado pelo valor presente na data de cada balanço A questão que surge é que o montante dos desembolsos de caixa previstos ajustados a valor presente com base em uma taxa de juros normal de mercado resultaria em um montante inferior ao saldo devedor em determinada database essa é uma informação para ser divulgada em nota explicativa não sendo requerido nenhum ajuste contábil já que o inciso III do art 184 da Lei das Sociedades por Ações com a nova redação define o ajuste a valor presente e não o ajuste a valor justo do passivo Para os demais casos em que o pagamento do parcelamento não tem relação com o percentual da receita bruta há outras restrições que constam do programa do REFIS discutidas na referida norma da CVM Por exemplo caso a única exigência seja o pagamento em dia das parcelas a entidade será capaz de demonstrar essa capacidade no momento do registro inicial do parcelamento mas por outro lado as taxas do parcelamento refletem taxas de mercado por exemplo no caso das atuais taxas Selic não cabe AVP essa taxa aproximase da taxa de juros de mercado para transações dessa natureza e assim os correspondentes valores já se encontram registrados por valores equivalentes a seu valor presente 9 Valores a receber e a pagar sujeitos à atualização monetária com base em índices de preços ou inflacionários sem juros devem ser objetivo de AVP Resposta Sim Índice de preços ou inflacionários podem ser alguns componentes de uma taxa de encargos mas não podem ser confundidos com taxas reais de juros Obviamente para cálculo e determinação do valor presente para os ativos e os passivos indexados somente a índices inflacionários a taxa de juros a ser considerada deve ser a taxa real expurgados então da taxa nominal os efeitos dessas variações de preços levando em consideração instrumentos semelhantes prazos e riscos conforme discutido na Questão 3 10 No caso de empréstimos financiamentos e mútuos com encargos financeiros diferentes das atuais taxas de juros praticadas pelo mercado deve ser feito o AVP a Financiamentos do BNDES contratados com taxas de juros diferentes das taxas praticadas pelo mercado em geral para outras modalidades de empréstimos estão sujeitos ao AVP Resposta Não Esses financiamentos reúnem características próprias e as condições definidas nos contratos de financiamento do BNDES entre partes independentes e refletem as condições para aqueles tipos de financiamentos Em alguns casos os encargos financeiros são inferiores às taxas de juros aplicáveis para empréstimos em geral eou para capital de giro mas devese levar em consideração que o BNDES financia projetos com características próprias em geral aplicando taxas que seriam aplicáveis a qualquer entidade ajustadas apenas pelo risco específico de crédito das entidades e projetos envolvidos No Brasil não há um mercado consolidado de dívidas de longo prazo com as características dos CPC12 20 financiamentos do BNDES com o que a oferta de crédito às entidades em geral com essa característica de longo prazo normalmente está limitada ao BNDES Esse tratamento está alinhado às normas internacionais mais especificamente os IAS 20 e 37 e com este Pronunciamento b Mútuos entre partes relacionadas contratados sem encargos financeiros ou com juros diferentes das condições normais de mercado estão sujeitos a AVP Resposta Muitos dos contratos de mútuos entre partes relacionadas não possuem data prevista para vencimento o que impossibilita o cálculo do AVP Por exemplo uma entidade pode ter mútuo a receber de uma investida cuja liquidação não está planejada nem há probabilidade de ocorrer no futuro previsível ou ainda o mútuo apresenta movimentações e o vencimento é considerado a qualquer momento on demand isto é considerase que o vencimento é à vista a critério do credor Em outros casos porém quando o contrato de mútuo possui data definida de vencimento a entidade deve em princípio ajustar a transação a valor presente Todavia surge uma questão a ser considerada que é o que fazer com a diferença entre o valor presente na data inicial fair value e o caixa transferidorecebido Não é adequado que a entidade que concedeu o caixa tenha perda imediata nem que a entidade que tenha recebido o caixa tenha um ganho imediato O registro imediato do ganhoperda discutido nas normas internacionais IAS 39 AG 74 a AG 79 apenas deveria ser feito no reconhecimento inicial da operação se o valor justo pudesse ser diretamente observável no mercado em instrumentos similares ou se a técnica de avaliação utilizada pela entidade utilizasse variáveis que incluíssem somente informações observáveis no mercado a partir de transações recentes em condições usuais de mercado e entre contrapartes independentes que conheçam e desejem efetuar a transação Portanto os mútuos entre partes relacionadas contratados sem encargos financeiros ou com juros diferentes das condições normais de mercado não estão sujeitos ao AVP mas todas as condições devem ser divulgadas em notas explicativas com detalhamento necessário prazos juros e demais condições em atendimento ao Pronunciamento Técnico CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas a fim de fornecer ao leitor das demonstrações contábeis os elementos informativos suficientes para compreender a magnitude as características e os efeitos desses tipos de transações sobre a situação financeira e sobre os resultados da entidade Entretanto quando uma prática contábil diferente dessa for editada a respeito de ajustes sobre instrumentos financeiros decorrentes de atividades com partes relacionadas aquela nova prática contábil deve prevalecer 11 Considerando que o AVP é uma mudança de prática contábil é necessário efetuar os ajustes de forma retrospectiva para os períodos apresentados Resposta Sim O reconhecimento do AVP caracterizase como uma mudança de prática contábil Assim as mudanças de prática contábil deveriam ser consideradas de forma retrospectiva para todos os períodos apresentados e os ajustes contabilizados na conta de lucros ou prejuízos acumulados líquidos dos efeitos tributários bem como demonstrados como se tivessem sido contabilizados no início do período mais antigo o qual está sendo apresentado Todavia há que se considerar no caso do exercício social iniciado a partir de 1º de janeiro de 2008 CPC12 21 o disposto no Pronunciamento Técnico CPC 13 Adoção Inicial da Lei nº 1163807 e da Medida Provisória nº 44908 12 Como se contabilizam a compra e venda de bens a prazo cuja contrapartida requeira o ajuste a valor presente No caso de venda por exemplo de imóvel a prazo por valor nominal sem especificação de juros após os procedimentos de determinação do ajuste a valor presente dever esse ajuste retificar o ativo realizável e a receita de venda podendo o ajuste ao ativo realizável ser feito em conta retificadora Conta essa que deverá ser apropriada como receita financeira até o vencimento No comprador o ajuste retifica o custo do ativo imobilizado que deve ser registrado pelo seu valor presente e a retificação do passivo pode também contar com conta redutora a gerar despesa financeira até o vencimento Por exemplo suponhase uma venda de imóvel por 10000 mil pago com entrada de 4000 mil em dinheiro e 3 três notas promissórias anuais de 2000 mil cada uma sem juros efetuada num momento em que a taxa de juros para o tipo de vendedor e comprador seja para ambos de 18 ao ano essas taxas podem ser diferentes para eles O vendedor na transação registra D Caixa 4000000 D Notas Promissórias a Receber 6000000 C Juros a Apropriar 1651454 C Receita de Venda de Imóveis 8348546 O comprador D Imóveis 8348546 D Juros a Apropriar 1651454 C Caixa 4000000 C Notas Promissórias a Pagar 6000000 Em ambas as Notas Promissórias aparecerão em um no seu ativo no outro no seu passivo pelo seu saldo líquido constituído do valor nominal diminuído dos Juros a Apropriar e esse saldo irá crescendo pela apropriação dos juros ao resultado até que no vencimento essas contas retificadoras zerem