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Matemática ·

Cálculo 2

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Revisão Disciplina Cálculo II Univesp Profª Renata Zotin Gomes de Oliveira Apresentamos neste texto uma revisão dos principais conteúdos abordados na disciplina de Cálculo II MCA002 São eles 1 Funções de várias variáveis domínio imagem e gráfico Curvas e superfície de nível 2 Curvas parametrizadas Limites Funções contínuas Derivação Parcial Regra da Cadeia Derivada Direcional 3 Derivadas Parciais Gradiente Máximos e Mínimos 4 Plano tangente Regra da Cadeia e Polinômio de Taylor 5 Integrais duplas e Teorema de Fubini 6 Aplicações de integral dupla 1 Funções de várias variáveis z fx y é uma função de duas variáveis x e y são as variáveis independentes e z é a variável dependente Domínio de f subconjunto do ℝ2 para os quais é possível calcular a imagem Exemplo fx y 2x xy Assim Df x y ℝ2x y Gráfico de f Gf x y z ℝ3z fx y x y D O gráfico é uma superfície em ℝ3 Dada uma função f A ℝ2 ℝ sua curva de nível 𝐤 é o subconjunto do ℝ2 definido por x y A fx y k Essas curvas podem ser retas elipses parábolas dentre outras ou até mesmo um conjunto vazio Exemplo as curvas de nível k para a função 𝑓𝑥 𝑦 1 4𝑥 2𝑦 são tais que 1 4x 2y k ou seja y k14x 2 2x k1 2 ou seja são retas paralelas de coeficiente angular 2 De modo análogo temos que uma superfície de nível k para uma função f B ℝ3 ℝ é o subconjunto do ℝ3 definido por x y B fx y z k Curvas de nível são utilizadas na elaboração de mapas topográficos e mapas meteorológicos dentre outros Elas indicam pontos do domínio que possuem a mesma imagem 2 Curvas parametrizadas No Cálculo I em geral esboçamos curvas planas quando temos y como função de x y fx ou x como função de y x gy Por exemplo construindo o gráfico de y x2 1 temos uma parábola Mas se tivermos uma partícula se movendo ao longo de uma curva C como abaixo não podemos representála por uma equação do tipo y fx pois não representa o gráfico de uma função No entanto as coordenadas x e y podem ser escritas como funções de t ou outra variável qualquer ou seja x ft e y gt A variável t é chamada parâmetro Cada valor de t determina um ponto x y ft gt e assim traça a curva C que é chamada curva parametrizada Assim podemos interpretar um ponto da curva C como a posição de uma partícula no instante t Exemplo ao traçar a curva C parametrizada por x t2 2t e y t 1 você obterá uma parábola com concavidade voltada para a direita Uma curva 𝑟 𝑎 𝑏 ℝ𝑛 pode ser escrita na forma 𝑟𝑡 𝑓1𝑡 𝑓2𝑡 𝑓𝑛𝑡 em que cada 𝑓𝑖𝑡 é uma função real A imagem de r é chamada de traço de r Se cada 𝑓𝑖𝑡 é uma função diferenciável usando o cálculo de uma variável podemos mostrar que rt f1t f2t fnt Assim rt0 f1t0 f2t0 fnt0 é o vetor tangente à curva em 𝑟t0 Aplicação slide 16 Videoaula 4 o traço de uma curva pode ser visto como a trajetória de uma partícula entre os instantes a e b neste caso para cada 𝑡 𝑎 𝑏 𝑟𝑡 nos diz a posição desta partícula no instante t o vetor rt nos diz a direção tangente à sua trajetória e em qual sentido a partícula está percorrendo esta curva nas proximidades de 𝑡 Já o módulo deste vetor rt é a velocidade vetorial que esta partícula tem no instante 𝑡 Dada a curva r a b R2 a equação da reta m tangente ao traço da curva r no ponto t0 é dada por m x y rt0 α rt0 α ℝ Comprimento de curva já vimos no Cálculo I como calcular o comprimento de uma curva dada na forma 𝑦 𝑓𝑥 para 𝑎 𝑥 𝑏 Usando o mesmo raciocínio podemos mostrar que o comprimento de uma curva parametrizada de classe 𝐶1 r a b Rn de ra até rb é dado por Lab rtdt b a Assim considerando a curva 𝑟𝑡 cos t sen t 0 t 2π temos rt sen t cos t Neste caso temos L0 2π rtdt 2π 0 Como rt sen t2 cos t2 1 Assim L0 2π 1dt 2π 0 2π unidades de comprimento O uso de curvas parametrizadas será útil para mostrar que o limite de uma determinada função não existe como veremos a seguir Limites Usamos a notação lim 𝑥𝑦𝑥0𝑦0 𝑓𝑥 𝑦 𝐿 para indicar que os valores de 𝑓𝑥 𝑦 se aproximam do número L quando o ponto 𝑥 𝑦 se aproxima do ponto 𝑥0 𝑦0 ao longo de qualquer caminho contido no domínio de f Uma função f é contínua em 𝑎 𝑏 pertencente ao domínio de f se lim 𝑥𝑦𝑎𝑏 𝑓𝑥 𝑦 𝑓𝑎 𝑏 Exemplos a lim xy00 xy sen 1 x2y 0 pois lim xy00 xy 0 é contínua em 00 e a função gx y sen 1 x2y é limitada ou seja sen 1 x2y 1 b lim 𝑥𝑦11 𝑥𝑦 𝑦 𝑥2𝑥 lim 𝑥𝑦11 𝑦𝑥1 𝑥𝑥1 lim 𝑥𝑦11 𝑦 𝑥 1 1 1 c Para calcular lim 𝑥𝑦00 𝑥24𝑦2 𝑥2𝑦2 vamos denotar por 𝑓𝑥 𝑦 𝑥24𝑦2 𝑥2𝑦2 e consideraremos dois caminhos distintos para nos aproximarmos do ponto 00 Considerando as curvas γt t t e ρt t 2t temos que γ0 00 ρ0 Assim fγt t24t2 t2t2 3 t2 2t2 3 2 portanto lim t0 fγt 3 2 Por outro lado fρt t216t2 t24t2 15t2 5t2 3 portanto lim t0 fρt 3 Como lim t0 fγt lim t0 fρt concluímos que o limite dado não existe 3 Derivadas Parciais Seja f uma função de duas variáveis Então f x x y lim h0 fx h y fx y h e f y x y lim k0 fx y k fx y 𝑘 são chamadas respectivamente derivada parcial de f em relação a x e derivada de f em relação a y desde que os limites existam Para calcular f x trate y como uma constante e derive fx y em relação a x e para calcular f y trate x como constante e derive fx y em relação a y Assim f x representa a variação de f em relação a x quando y é mantido constante e f y representa a taxa de variação de f em relação a y quando x é mantido constante De modo análogo podemos definir derivadas de ordem superior Exemplo se fx y 4 2x2 4y2 então f x 4x e f y 8y A definição de derivada parcial para funções de três variáveis ou mais é análoga Podemos também definir as derivadas de ordem superior Máximos e Mínimos Uma função fx y tem um máximo local em um ponto a b do domínio de f se fx y fa b numa vizinhança de a b Se fx y fa b então f tem um mínimo local em a b Uma condição necessária para que f tenha máximo ou mínimo local em a b é que as derivadas parciais de primeira ordem de f anulemse nesse ponto ou seja f x a b 0 e f y a b 0 Quando isso acontece dizemos que a b é um ponto crítico de f Teste da segunda derivada Se as derivadas parciais de segunda ordem da f forem contínuas numa região D contendo o ponto o ponto crítico a b ou seja f x a b 0 e f y a b 0 então calculando 𝐷 2𝑓 𝑥2 𝑎 𝑏 2𝑓 𝑥𝑦 𝑎 𝑏 2𝑓 𝑦𝑥 𝑎 𝑏 2𝑓 𝑦2 𝑎 𝑏 podemos dizer que a Se 𝐷 0 e 2𝑓 𝑥2 𝑎 𝑏 0 então 𝑎 𝑏 é ponto de mínimo local de f b Se 𝐷 0 e 2𝑓 𝑥2 𝑎 𝑏 0 então 𝑎 𝑏 é ponto de máximo local de f c Se 𝐷 0 e então 𝑎 𝑏 nem é ponto de mínimo nem ponto de máximo de f É chamado ponto de sela Assim os pontos críticos são candidatos a pontos de máximomínimo O teste anterior nos ajudar a decidir o que realmente são Teorema de ClairutSchwarz Se f é de classe 𝐶2 então 2f x y x y 2f y x x y Gradiente e derivada direcional O vetor gradiente de uma função z fx y no ponto a b é definido por fa b f x a b f y a b Podemos mostrar que o gradiente é sempre perpendicular às curvas de nível de 𝑧 𝑓𝑥 𝑦 em a b De modo análogo o vetor gradiente é perpendicular às superfícies de nível da função Vetores no ℝ𝟑 𝑢 𝑥12 𝑦12 𝑧12 é chamado norma de 𝑢 em que 𝑢 𝑥1 𝑦1 𝑧1 Assim se 𝑢 121 𝑢 12 22 12 6 Produto escalar e produto vetorial O produto escalar entre dois vetores é definido por 𝑢 𝑣 𝑢 𝑣 𝑢 𝑣 𝑐𝑜𝑠𝜃 Assim 𝑢 𝑣 𝑢 𝑣 0 𝑐𝑜𝑠𝜃 0 ou seja 𝜃 90𝑜 e assim 𝑢 𝑒 𝑣 são perpendiculares Dados os vetores 𝑢 𝑥1 𝑦1 𝑧1 e 𝑣 𝑥2 𝑦2 𝑧2 definimos o produto vetorial de 𝑢 por 𝑣 como sendo o vetor 𝑢 𝑣 𝑢 𝑣 𝑑𝑒𝑡 𝑖 𝑗 𝑘 𝑥1 𝑦1 𝑧1 𝑥2 𝑦2 𝑧2 𝑦1 𝑧1 𝑦2 𝑧2 𝑖 𝑥1 𝑧1 𝑥2 𝑧2 𝑗 𝑥1 𝑦1 𝑥2 𝑦2 𝑘 𝑦1𝑧2 𝑦2𝑧1𝑖 𝑥1𝑧2 𝑥2𝑧1 𝑗 𝑥1𝑦2 𝑥2𝑦1𝑘 Assim se 𝑢 e 𝑣 são paralelos as respectivas coordenadas são proporcionais e o determinante acima é nulo ou seja 𝑢 𝑣 0 Efetuando o produto escalar de 𝑢 𝑣 por 𝑢 obtemos u v u y1z2 y2z1 x1z2 x2z1 x1y2 x2y1 x1 y1 z1 0 De modo análogo se fizermos o produto escalar por 𝑣 também obtemos 0 Assim o vetor u v é perpendicular a u e a v Derivada Direcional O limite f v a b lim t0 fa b tv1 v2 fa b t lim t0 fa tv1 b tv2 fa b t Quando existe e é finito é chamado de derivada direcional da função z fx y no ponto a b na direção do vetor unitário v v1 v2 A derivada direcional f v a b pode ser chamada também de taxa de variação da função f no ponto a b e na direção do vetor 𝑣 As derivadas parciais de f em a b são derivadas direcionais particulares Considerando i 10 e j 01 temos f i a b lim t0 fa t b fa b t f x a b f j a b lim t0 fa b t fa b t f y a b ou seja as derivadas parciais f x a b e f y a b são as derivadas direcionais de f em a b nas direções i 10 e j 01 respectivamente Podemos mostrar que f v a b v fa b Assim f v a b v fa b cosθ em que 𝜃 é o ângulo entre esses dois vetores A derivada direcional terá valor máximo quando cosθ 1 ou seja θ 0 logo quando 𝑣 estiver na mesma direção do gradiente de f em a b Assim o vetor gradiente aponta na direção de máximo crescimento da função 4 Plano tangente ao gráfico de uma função A equação do plano tangente ao gráfico de f no ponto x0 y0 fx0 y0 é dada por z fx0 y0 x x0 f x x0 y0 y y0 f y x0 y0 que também pode ser escrita como x x0 f x x0 y0 y y0 f y x0 y0 fx0 y0 z 0 Assim a equação anterior pode ser vista como o seguinte produto escalar f x x0 y0 f y x0 y0 1 x x0 y y0 z fx0 y0 0 ou seja n f x x0 y0 f y x0 y0 1 é normal a π A equação vetorial do plano tangente ao gráfico de 𝑓 no ponto x0 y0 fx0 y0 é dada por Xu v x y z x0 y0 fx0 y0 u 10 f x x0 y0 v 01 f y x0 y0 com u v ℝ Regra da Cadeia 1 Se tivermos uma função z fx y de classe 𝐶1 em que x xt y yt e βt xt yt temos que dz dt f x dx dt f y dy dt Lembrando que fx y f x f y e βt dx dt dy dt em que o primeiro é o vetor gradiente da função z fx y e o segundo é o vetor tangente à curva βt xt yt a expressão para 𝑑𝑧 𝑑𝑡 pode ser escrita como dz dt fx y βt 2 Considere agora uma função z fx y de classe 𝐶1 em que x gs t y hs t Assim z é uma função de 𝑠 e t Logo z s s t z x x y x s s t z y x y y s s t z t s t z x x y x t s t z y x y y t s t Incrementos e diferenciais Se z fx y é uma função de duas variáveis x e y os símbolos dx e dy indicam os incrementos em x e y respectivamente A diferencial da variável independente z é definida por dfx y f x x ydx f y x ydy Assim a diferencial de f no ponto a b com incrementos dx dy é dada por dfa b f x a bdx f y a bdy e corresponde a uma aproximação para o incremento que o valor da função sofre ao passarmos do ponto a b para a dx b dy A diferencial total de uma função w fx y z no ponto a b c é definida pela expressão dfa b c f x a b cdx f y a b cdy f z a b cdz e mede a variação que uma função sofre quando passamos de um ponto a b c para a h b k c u Assim fx y z fa b c f x a b cx a f y a b cy b f z a b cz c Considerando x a h y b k z c u temos h x a k y b u z c e fa h b k c u fa b c f x a b ch f y a b ck f z a b cu Polinômio de Taylor O polinômio de Taylor de ordem 1 para a função 𝑓 desenvolvido em a b é dado por Lx y fa b f x a bx a f y a by b O polinômio de Taylor de ordem 2 para a função 𝑓 desenvolvido em a b é dado por Q𝑥 𝑦 𝑓𝑎 𝑏 𝑓 𝑥 𝑎 𝑏𝑥 𝑎 𝑓 𝑦 𝑎 𝑏𝑦 𝑏 1 2 2𝑓 𝑥2 𝑎 𝑏𝑥 𝑎2 2 2𝑓 𝑥𝑦 𝑎 𝑏𝑥 𝑎𝑦 𝑏 2𝑓 𝑦2 𝑎 𝑏𝑦 𝑎2 O polinômio de Taylor de ordem 2 desenvolvido em 𝑎 𝑏 𝑐 é dado por Qx y z fa b c f x x a f y y b f z z c 1 2 2f x2 x a2 2f y2 y b2 2f z2 z c2 2f x y x ay b 2f x z x az c 2f y z y bz c 5 Integrais Duplas Dizemos que a função z fx y é integrável em D se existe e é finito o limite lim P0 fxi yjÁrea Rij ij em que P é a norma de uma partição P de D e 𝑅𝑖𝑗 são os retângulos da partição Notação fx ydxdy D fx ydA D Se 𝑓𝑥 𝑦 0 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 D fx ydxdy nos fornece o volume abaixo do gráfico de f e acima do plano xy Dada uma região limitada D no plano xy definimos área dessa região por A dxdy D Se δ δx y é uma distribuição de massa densidade de uma placa D região D no plano xy então a integral D δx ydA nos fornece a massa da placa Teorema de Fubini Se f em contínua no retângulo D a bxc d então fx ydxdy D fx ydydx fx ydxdy b a d c d c b a Se o domínio D for da forma D x y a x b e gx y hx fx ydxdy D fx ydydx hx gx b a Se o domínio D for da forma D x y c y d e gy x hy fx ydxdy D fx ydxdy hy gy d c 6 Aplicações de integral dupla Além do cálculo volume de um sólido e de massa de uma placa de domínio D podemos destacar a Momento de massa em relação ao eixo x x0 Mxx0 D δx y x x0dA b Momento de massa em relação ao eixo y y0 Myy0 D δx y y y0dA c O momento de inércia de uma placa com densidade δx y em relação ao eixo x x0 é dada por Mxx0 D δx y x x02dA d O momento de inércia de uma placa com densidade δx y em relação ao eixo y y0 é dada por Myy0 D δx y y y02dA e O centro de massa de uma placa D com densidade δx y é dado por xG 𝛅𝐱 𝐲 𝐱𝐝𝐀 𝐃 𝛅𝐱 𝐲𝐝𝐀 𝐃 yG 𝛅𝐱 𝐲 𝐲𝐝𝐀 𝐃 𝛅𝐱 𝐲𝐝𝐀 𝐃 Coordenadas polares x rcos θ 𝑦 𝑟𝑠𝑒𝑛 𝜃 Jacobiano r Assim 𝑓𝑥 𝑦𝑑𝑥𝑑𝑦 𝑟𝑓𝑟 𝜃𝑑𝑟𝑑𝜃 𝐷𝑟θ 𝐷𝑥𝑦 Então se a região de integração é o círculo 𝑥2 𝑦2 4 podemos descrevêla em coordenadoras polares por x rcos θ y rsen θ com 0 r 2 e 0 θ 2π Aproveite o texto para fazer uma revisão e se necessário assista novamente a algumas videoaulas Além disso reveja os exercícios que fez e tire suas dúvidas Bons estudos